Revista PRISMA LGBT - Edição Piloto

Page 64

.

64 REVISTA PRISMA LGBT fiz toda uma história para performance e na hora deu tudo certo, então para mim foi a melhor coisa e também o reconhecimento.

AIMÉE: Quando tenho que performar, a parte mais difícil costuma ser a escolha da música. Depois disso é só ensaiar uma coreografia básica.

Como é planejada cada performance? LORETTA: Normalmente primeiro eu escolho a música, entendo a letra e depois vejo o que é necessário pra performance. Basicamente isso, nunca é do mesmo jeito. DONNA: Meu estilo drag é como se a Lady Gaga acabasse de sair de um cabaré, então minhas performances geralmente tem uma coreografia e uma troca de figurino. Eu gosto de ter um tempo antes pra ensaiar e saber o que eu vou fazer no palco, improvisar me deixa nervoso. EROS: Como eu me considero uma drag muito nova, ainda não tenho nenhum ritual. O espaço para performances e afins, em SM, ainda não é muito grande, se levado em consideração a quantidade de drags da cidade. Logo, acabamos por não performar muito para sermos capazes de criar um ritual. Cada performance acaba sendo uma experiência nova e uma chance de se tornar cada vez mais profissional, reconhecer nossos erros e melhorar sempre mais. MICKA: Eu me inspiro muito fácil em coisas aleatórias, às vezes vejo um isopor no lixo e pego pra fazer algo, seja roupa, seja performance, tenho ideias bem loucas praticamente “do nada”. LOLLI: Não existe um ritual, na verdade. Depende do que eu sinto necessidade de falar e/ou experimentar naquele momento.

De onde vem a inspiração para compor a drag? EROS: Minha inspiração vem de qualquer lugar coisa que me toque. Meu processo criativo é bem intuitivo. Mas acredito que nossas atitudes intuitivas carregam com elas todo nosso contexto visual e social, então, por mais que seja uma atitude completamente intuitiva, ela carrega consigo tudo o que eu gosto e que de alguma forma me marca. AIMÉE: Procuro estar sempre atento ao que está na minha volta e ao que consumo, pois qualquer coisa pode virar referência: uma vitrine, um desfile, um filme, uma série, fotos do pinterest ou do instagram, uma propaganda de televisão... tudo pode virar uma referência, se eu conseguir pensar em um conceito em cima daquilo. LOLLI: O que mais demandou de inspirações foi a maquiagem, até eu encontrar meu jeito de fazer ela em meu rosto. De resto, eu lido com o que tenho disponível. Claro, sempre tentando aproximar do que me proponho. AURORA: Eu fico assistindo Matrix até me dar dor de cabeça. Como a gente não tem um feedback na relação profissional, acaba não tendo dinheiro, por que tem que pagar contas e tu quer fazer coisas que não tem. O que eu queria mesmo é estar usando uma


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.