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Política

b-rodrigues@outdoorregional.com.br

Aos trancos e barrancos, mas ainda favorito

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Jair Bolsonaro surfa na oscilação do percentual de sua aprovação, mas segue sem um adversário que possa detê-lo

aguentamos mais. Só por isso, até o final da eleição em 2022, Bolsonaro ainda estaria forte no páreo. Mas lhe asseguro que tem mais.

Desencontro

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Apandemia do novo coronavírus afetou o planeta em magnitudes incalculáveis. Isso, todos nós já percebemos. Se não, vejamos: Donald Trump vinha embalado com uma economia excentricamente suntuosa, com pleno emprego e não havia nada que abalasse sua obsessão pelo mantra ‘America First’ e seu muro separatista na fronteira com o México. Pois bem, não havia. Até a Covid-19 arrasar o mundo todo.

A escolha pela economia

Aqui no Brasil, porém, Jair Bolsonaro deu mais sorte. Por dois motivos: primeiro porque tem mais tempo para se recuperar com os demais brasileiros que não fazem parte da sua parcela de 30% de eleitores fiéis. Segundo, pela escolha que fez. Ao optar por zelar pela economia, fez uma escolha estratégica em longo prazo. Explico: claramente as pessoas iriam se cansar de longas quarentenas e é obvio que o vírus iria afetar a estabilidade financeira delas. Por isso, o discurso está pronto, como algo do tipo: “eu tentei proteger a economia. Agora inúmeras pessoas estão deprimidas, insalubres, tanto quanto se estivessem infectadas pelo vírus”. Sabemos, que na prática, as pessoas estão exaustas de tudo isso. Máscaras, distanciamento, locais fechados ou parcialmente abertos realmente incomodam. Somos tropicais, não Jair Bolsonaro não tem hoje um adversário à altura para sua solidez eleitoreira. O auxílio emergencial virou uma espécie de bolsa família, tido por muitos como um perpetuador de poder. Além disso, ele mantém um discurso de combatente do establishment (elite social, política e econômica de um país) ao anunciar redução no imposto do gás, diesel e atender algumas exigências do setor dos caminhoneiros. Em discurso, já prometeu intervir também no custeio da conta de energia elétrica. Parece que não, mas isso conta muito no cliente final, que é o eleitor. E para completar. Não há uma frente ampla formada. A esquerda está fragmentada, como sempre. O PT não aceita abrir mão do protagonismo. Ciro Gomes carrega consigo seu histórico de comportamento temperamental e a desconfiança de quem o acompanhará no pleito. Guilherme Boulos mostrou que é um nome que vem ganhando força, mas se não se firmou em São Paulo, quem dirá no Brasil todo. Sérgio Moro está em baixa. Luciano Hulk ainda não é palatável à grande parte da massa como chefe de Estado. E, por fim, João Dória, o vacinador. Sim, apesar da Coronavac, peça para ele se jogar nos braços do povo e ver se tem aceitação real. Não é uma boa ideia, né. Melhor ir para Miami.