O Sesimbrense - Edição 1207 - Fevereiro 2016

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Fundador: Abel Gomes Pólvora

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Edição Online: www.osesimbrense.com.pt

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Diretor: Félix Rapaz

ANO XC • N.º 1207 de 1 de março de 2016 • 1,00 € • Taxa Paga • Sesimbra - Portugal (Autorizado a circular em invólucro de plástico Aut. • DE00022016RL/CCMS) DR

SOCIEDADE| 8 e 9

ATUALIDADE| 3 DR

“Tenho muitas máquinas de costura, mas não me considero uma colecionadora!”

Nuno Fachada diretor clínico do Centro Hospitalar de Setúbal

Maria Gisela Marques

Ortopedista desempenhava funções nos nos hospitais do Outão e de S. Bernardo, até ontem, dia 29 de fevereiro. DESPORTO| 15 DR

HOTEL DO MAR

MUNDO DA LUTA

Atletas de Hóquei em patins em destaque

Lutadoras com Sesimbrenses na “olhos postos” nos Seleção Nacional de futebol de praia Jogos Olímpicos

- Rita Carvalho e Rita da Luz nos rivais da 2ª Circular - Diogo Lopes na seleção distrital

Diogo Formiga e Luis Marques concluem primeiro estágio, de preparação da equipa, em Sesimbra.

Liliana Santos e a Vânia Guerreiro no torneio internacional Klippan Lady Open em Luta Livre Feminina, de Absolutas.


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Atualidade Contatos úteis

nAnulação de cartões SIBS (Sociedade Interbancária de Serviços) 808 201 251; CGD 707 24 24 24 Santander Totta 707 21 24 24 Millennium BCP 707 50 24 24; BPI 21 720 77 00 Montepio Geral 808 20 26 26 Banif 808 200 200 Novo Banco 707 24 73 65 Crédito Agrícola 808 20 60 60 Banco Popular 808 20 16 16 Barclays 707 30 30 30

Farmácias de Serviço

Editorial DR

Félix Rapaz

nBombeiros V. de Sesimbra Piquete Sesimbra: 21 228 84 50 Piquete Qt. Conde: 21 210 61 74 nGNR Sesimbra: 265 242 676 Alfarim: 265 242 670 Quinta do Conde: 21 210 07 18 nPolícia Marítima 21 228 07 78 nProtecção Civil (CMS) 21 228 05 21 nCentros de Saúde Sesimbra: 21 228 96 00 Santana: 21 268 92 80 Quinta do Conde: 265 242 674 nHospital São Bernardo 265 549 000 nComissão Protecção de Crianças e Jovens do Concelho de Sesimbra 21 268 73 45 nPiquete de Águas (CMS) Sesimbra: 21 223 23 21 / 93 998 06 24 Qt. Conde: 21 21 095 06/ 93 998 06 04 nEDP (avarias) 800 50 65 06 nSegurança Social (VIA) 808 266 266 nServiço de Finanças de Sesimbra 212 289 300 nNúmero Europeu de Emergência 112 (Grátis) nLinha Nacional de Emergência Social 144 (Grátis) nSaúde 24 808 24 24 24 nIntoxicações - INEM 808 250 143 nAssembleia Municipal 21 228 85 51 nCâmara Municipal de Sesimbra 21 228 85 00 (Geral) nJ.F. do Castelo 21 268 92 10 nJ.F. de Santiago 21 228 84 10 nJ.F. da Quinta do Conde 21 210 83 70 nCTT Sesimbra: 21 223 21 69 Santana: 21 268 45 74 Quinta do Conde: 21 210 4745

O SESIMBRENSE | 1 DE MARÇO DE 2016

“A pessoa é a medida e o fim de toda a actividade humana. E a política tem de estar ao serviço da sua inteira realização. Essa é a nova regra, o novo início, a nova meta.”

Francisco Sá Carneiro (Discurso na posse do VI Governo Constitucional)

Este discurso reflecte o pensamento político da minha geração. Mas sei, ah! Se sei! Das malfeitorias que o anterior governo executou no nosso país. Reconheço que o equilíbrio financeiro é indispensável ao progresso. Mas, o que mais me impressionou foi a excessiva reverência ao sistema financeiro e a sobranceria para com os mais desfavorecidos.

A ideia do nosso governo anterior era de que as sociedades progridem por competição. Não, as sociedades progridem por colaboração. Não é nos períodos de guerra que se fazem as grandes descobertas é nos períodos de paz. E tem o anterior Primeiroministro o descoco de falar em social-democracia! Haja Freud e haja Eduard Bernstein!

Março em agenda... Farmácias de Serviço com o apoio de:

Farmácia da Cotovia Avenida João Paulo II, 52-C, Cotovia

212 681 685

Farmácia de Santana Estrada Nacional 378, Santana

212 688 370

Farmácia Leão Avenida da Liberdade, 13, Sesimbra

212 288 078

Farmácia Lopes

Rua Cândido dos Reis, 21, Sesimbra

212 233 028

Formação - “Informação e Promoção do Produto Turístico- Férias” | De 1 de mar a 19 abr Auditório Conde de Ferreira Org.: Câmara Municipal de Sesimbra Sesimbra na 28ª Edição da BTL | De 2 a 6 | FIL, Lisboa Exposição itinerante de livros para a primeira infância | De 29 fev a 11 mar | Jardim de Infância da Cercizimbra Caminhada Dia da Mulher Cotovia - Castelo e Piquenique convívio | Dia 5 | sábado | 10h30 Inscrições na Associação Cultural e Desportiva da Cotovia Teatro “Velha é Você” Comédia Musical | Dia 6 | domingo | 16h00 Inscrições na Associação Cultural e Desportiva da Cotovia Concurso de fotografia subaquática | Dia 6 | domingo | 10h00 | Fascínio Health Club, Zambujal Campeonato Nacional de Canoagem de Mar | Dia 12 | sábado | 13h30 Org.. Clube Naval de Sesimbra BTT pelo Património - Rota dos Almocreves | Dia 13 | domingo | das 9h00 às 13h00 Ponto de encontro: Moagem de Sampaio “Workshop sobre relações entre os MEDIA e a Inspeção-Geral” | Dia 14 | segunda | 09h00 | Hotel do Mar

Org.: Inspeção-Geral das Atividades em Saúde V Workshop O atendimento ao Público no Comércio Local | De 16 a 18 | Das 14h30 às 17h30 Junta de Freguesia da Quinta do Conde Noite de Fados com jantar solidário Externato Santa Joana | Dia 18 | às 20h30 Salão do Externato Santa Joana Conferência Turismo e Portugal | Dia 22 | terça | 20h00 Hotel do Mar Org.: Rotary Club de Sesimbra Semana da Juventude na Associação Cultural e Desportiva da Cotovia | Iniciação à escalada (parede artificial) | Dia 21 | 09h00 Tiro com Arco | Dia 22 | 10h00 Passeio de BTT | Dia 23 | 09h00 Badminton | Dia 24 | 10h00 | Iniciação à escalada II (rocha) | Dia 25 | 09h00 Torneio de Hóquei em Patins Praias de Sesimbra | Dia 25 | sexta Org.: Grupo Desportivo de Sesimbra Queima da Judas | Dia 26 | sábado | 12h00 Em vários pontos do concelho Sábados no Museu Ciclo do Azeite | Dia 26 | sábado | 10h30 Lugar da Terra Org.: Junta de Freguesia do Castelo


Atualidade

O SESIMBRENSE | 1 DE MARÇO DE 2016

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Já foi nomeado o novo conselho de administração do Centro Hospitalar de Setúbal pelo período de três anos, com efeito a partir de 29 de fevereiro

A chuva não tem ajudado os utentes, que diáriamente usam transportes públicos e, que se tentam abrigar no terminal rodoviário em Sesimbra

Nuno Fachada é o novo diretor clínico do Centro Hospitalar de Setúbal

Passageiros reclamam condições no terminal rodoviário em Sesimbra

Já está escolhido o novo conselho de administração do Centro Hospitalar de Setúbal Nuno Fachada é o novo diretor clínico O ortopedista Nuno Fachada foi nomeado, no passado dia 29, por despacho conjunto dos Ministros das Finanças e da Saúde, como diretor clínico do Centro Hospital de Setúbal, E.P.E. que integra o Hospital de São Bernardo e o Hospital Ortopédico Sant’ Iago do Outão. O novo diretor clínico, natural de Coina e residente no concelho de Sesimbra há cerca de 40 anos, desempenhava até aqui funções de Ortopedista nos dois hospitais do Centro. Desde há muito ligado a Sesimbra por laços familiares, afirma que grande parte dos seus amigos de infância pertence ao concelho. As suas principais áreas de interesse são medicina, na sua especialidade, e o ensino.

“No que concerne aos termos da publicação da nomeação em DR, particularmente no referente à atividade de docência, é uma das hipóteses que existe neste tipo de nomeação, da qual não pretendi abdicar, embora não exista nenhuma perspetiva concreta no momento”, refere Nuno Fachada. Quanto às suas expectativas relativamente ao cargo, pretende dar o seu contributo empenhado para a melhoria da eficiência, eficácia, imagem e capacidade de resposta do Centro Hospitalar aos utentes, no âmbito e defesa do Serviço Nacional de Saúde. A equipa do Conselho de Administração, que vem substituir a anterior que cessou o mandato a 31 de dezembro de 2015, passa a ser constituída por Manuel Francisco Roque Santos (presidente), Miguel Jorge de Figueiredo

DR

Condições precárias, falta de segurança e ausência de coberturas que protejam os passageiros das intempéries são as principais reivindicações daqueles que normalmente utilizam o terminal rodoviário de Sesimbra. Segundo Maria Pinto, utente do terminal, “Quando chove é uma vergonha! As pessoas não se conseguem abrigar em lado nenhum. No outro dia estava uma senhora idosa que não conseguia nem sequer ir aos sanitários, porque estava a chover muito. Tive que ajudá-la!” Recorde-se que em 2014, a Câmara Municipal de Sesim-

mos de limpeza, ordenamento e manutenção, assegurando e garantido sempre que possível as solicitações dos utentes. Para o vereador Sérgio Marcelino “É importante que a Câmara Muncipal de Sesimbra siga atentamente os problemas dos utentes do terminal rodoviário, dando resposta às suas solicitações. Consideramos necessária a colocação de um telheiro que proteja os utentes desde o “contentor” da bilheteira até às instalações sanitárias. Estão previstas melhoras nas instalações”. Com aplicação da a Lei 52/2015 de 9 de Junho, a CâDR

Carpinteiro e Maria do Rosário Ferreira Fonseca (vogais executivos), Nuno José Fernandes Pinto Fachada (diretor clínico) e Carla Maria Ferreira Guerreiro da Silva Mendes (enfermeira diretora).

bra, respondendo também às reclamações dos utentes, colocou dois abrigos, balizou com pinos zonas de segurança para os utentes, identificou as zonas de estacionamento das viaturas e reparou o pavimento das instalações sanitárias. Hoje, passados dois anos, as preocupações dos utentes são outras. Nesse aspeto e conscientes das condições do atual terminal rodoviário, ocupado e gerido pela empresa Transportes Sul do Tejo, a CMS efetua toda a manutenção do espaço em ter-

mara Municipal de Sesimbra passou a ser uma autoridade de transportes, cuja delegação de competências foi entregue à Área Metropolitana de Lisboa (AML) , aprovada por unanimidade na Assembleia Municipal, justificada pela necessidade do concelho de Sesimbra reforçar a mobilidade permitindo aos seus Munícipes deslocações intermunicipais, assim como deslocações entre freguesias e localidades, e melhoria do único terminal rodoviário no nosso Concelho.


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Pesca

O SESIMBRENSE | 1 DE MARÇO DE 2016

“Pesca ó Peixe” foi apresentado ao público, no dia 11 de fevereiro, no Auditório Conde de Ferreira

Projeto de educação ambiental sobre o Mar

FARLEI DIAS (11PM)

Diogo Bonito e Raquel Narciso (11PM) coordenados pelo LOOKaes - jornal do Agrupamento de Escolas de Sampaio A apresentação do projeto ‘Pesca ó Peixe’, esteve a cargo da professora Lia Vasconcelos, da Faculdade de Ciências e Tecnologia (da Universidade Nova de Lisboa), a entidade promotora do concurso. Esta ‘pesca’ pressupõe a formação de repórteres pela literacia do mar, daí a realização de trabalhos com alunos de escolas do concelho de Sesimbra, tido como o espaço natural para o desenvolvimento do tema. A mesma ‘pescaria’ inclui pesquisas, entre outras metodologias; e entrevistas, publicação de artigos e afins. O primeiro passo foi o contato com as várias escolas, a cargo de Flávia Silva, a coordenadora do projeto. E a esta apresentação seguir-se-á a realização de um workshop relacionado com técnicas jornalísticas. Entretanto, também está prevista uma ida da pesca às escolas. E, para finalizar, será realiza-

Cabaz do Peixe Locais de entrega: Arrentela - quartas-feiras junto à Junta de Freguesia Quinta do Conde quintas-feiras junto à Junta de Freguesia Sesimbra - sextas-feiras junto à Moagem de Sampaio Palmela - sábados no Espaço Fortuna Artes e Ofícios

do um seminário, em junho, que incluirá a apresentação dos trabalhos realizados pelas diferentes escolas e a intervenção de especialistas nas várias matérias. O financiamento do projeto provém da EEA Grants, um mecanismo financeiro do espaço económico europeu. Os parceiros são a Associação de Armadores de Pesca Artesanal do Centro e Sul (AAPCJ) e o jornal local “O Sesimbrense”. E o projeto conta ainda com o apoio de várias entidades, como a Câmara Municipal de Sesimbra, o jornal online “Mares de Sesimbra”, a Vertente Natural e

a ArtesanalPesca. No dia da apresentação do projeto, a CMS esteve representada pelo vereador José Polido, que lembrou que esta actividade económica chegou a empregar três mil pessoas no concelho, organizadas numa comunidade de pesca sustentável. Este responsável considerou que, hoje em dia, seria muito importante que os jovens voltassem a olhar para o mar, de forma a reabilitar a literacia oceânica, daí a constituição deste trio, composto pela pesca, pela comunicação social e pelas escolas. No decorrer da cerimónia também teve lugar a entrega

de um prémio ao aluno André Jacob, do 11º ano do Curso Profissional de Comunicação, da Escola Secundária de Sampaio, autor do desenho escolhido para logótipo do projeto, o que justificou a presença de toda a turma e também da professora Ana Completo, que coordenou a realização dos desenhos que foram a concurso na disciplina de Comunicação Gráfica e Audiovisual. O André recebeu o prémio atribuído pela Vertente Natural, que consiste na realização de atividades de coasteering incluindo um ‘percurso radical’ pela orla costeira.

Próxima Degustação Palmela Espaço Fortuna Artes e Ofícios Dia 11/03 |16H30 - 18H00 Dia 12/03 | 10H30 - 12H00

Opinião

Carlos Alexandre Macedo varamessaiola.blogspot.com

Sinais Este é o título de uma das rubricas mais brilhantes da rádio portuguesa. Assinada já há largos anos pelo jornalista Fernando Alves na Antena 1 da RDP, consegue aqui o autor compor um trecho de bela prosa para relatar um qualquer facto da actualidade ou da história contemporânea.

Depois da homenagem que quis aqui deixar ao Fernando Alves e aos seus “Sinais”, quero voltar àquilo que realmente me suscitou o título desta crónica. No ano de 2015, mais vezes do que gostaria, usei este espaço para falar da pesca da sardinha e da forma como a captura dessa espécie foi sendo gerida - quase sempre mal pela tutela anterior. Diga-se em abono da verdade com a cooperação de uma maioria dos representantes da frota nacional. Mas a mudança por vezes arrasta fenómenos curiosos. Todos sabemos que houve mudança de governo e de protagonistas em cada uma das tutelas. O primeiro dado curioso é que o cruzeiro científico previsto para Outubro/ Novembro de prospecção dos juvenis de sardinha, e que tinha sido cancelado pela anterior tutela do Mar, mas que foi entretanto reabilitado pela actual e concretizado em Dezembro, veio a revelar uma

maior abundância relativa de sardinha na costa ocidental portuguesa. Sem querer obviamente melindrar a seriedade dos investigadores do IPMA, podemos sempre ironizar que mudando a orientação, até as sardinhas deram à costa. Depois, e apesar de se ter mantido o período de defeso (proibição de captura) nos meses de Janeiro e Fevereiro a esta espécie, nem tudo se parece manter da mesma forma. Desde logo, na reunião decorrida no dia 16 de Janeiro da comissão de acompanhamento da sardinha, para debater a gestão da sardinha para 2016, pós defeso, aconteceram algumas alterações absolutamente inovadoras. A começar pelas entidades convocadas para a reunião, que inclui agora todas as vozes dissonantes, desde logo a da Artesanalpesca (que deixou de se sentir representada na Associação de Organizações de Produtores do Cerco – ANOPCERCO) que passou a ser convocada, assim como uma recém-for-

mada (em 2015) associação de pequenas embarcações de cerco do norte do país e a plataforma de ONG’s de ambiente. Depois algo absolutamente inovador, foi que, pela primeira vez, em 4 anos, a reunião começou sem a existência de uma portaria ou despacho já feito, que era apresentado na reunião ou na véspera e que em nenhuma situação que me recorde sofreu alterações em consequência do que ali fosse debatido. Aquilo que será publicado muito em breve e que definirá o que vai ser a pesca do cerco nos próximos dias, não pode certamente agradar a todos, mas espero que seja o mais justo e consensual possível. Tenho alguma esperança, desde logo porque aquilo que apregoámos de forma quase isolada em 2015, passado um ano é quase uma unanimidade. A gestão de quota por quintais (histórico das OP’s) foi um desastre para a coesão do sector e para a operacionalidade da frota. Aqueles que

se supunha fossem mais prejudicados, por terem quotas mais pequenas, foram os últimos a parar de pescar sardinha. Por um lado, porque tiveram a infelicidade de não ter grande abundância da espécie nos momentos de melhor preço e porque encontraram alternativas rentáveis em espécies como a cavala e o carapau. Por outro, porque aqueles que esgotaram a sardinha mais cedo, vendendo-a nos períodos de maior valorização foram ainda beneficiários de 90 dias de subsídios à paragem, ao contrário dos que se mantiveram a trabalhar e que em nenhum momento tiveram direito a subsídio. Espero que esta história recente de desigualdade e de tratamento diferenciado seja passado. O cenário não é brilhante, a possibilidade de pesca mantém-se exígua, mas algo parece ter mudado. Às vezes o que parece não é, mas para já fica o benefício dos primeiros sinais.

Este texto não obedece ao novo acordo ortográfico por opção do autor


Associativismo

O SESIMBRENSE | 1 DE MARÇO DE 2016

Conferência mensal realizada a 13 de fevereiro, na sala polivalente da biblioteca municipal

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Santa Casa da Misericórdia de Seismbra inaugura Espaço Sentido nas suas instalações em Santana

Rotary Club de Sesimbra Sala Snoezelen fala sobre Desporto A inauguração do Espaço A iniciar as intervenções, o Clube Desportivo e Cultural do Casal do Sapo surpreendeu a plateia pela dinâmica que demonstrou quanto à atividade desenvolvida na modalidade de lutas olímpicas, quer pelo número de praticantes, quer pelo desempenho na modalidade a nível nacional e internacional, corroborada pelo presidente da respetiva federação, Pedro Silva, através duma elucidativa apresentação suportada por um conjunto de slides e de um filme demonstrativo da prática da modalidade. O orador seguinte foi João Pedro Aldeia cuja causa na divulgação e dedicação na prática da modalidade do ténis é sobejamente conhecida e reconhecida pela comunidade sesimbrense. Como não podia deixar de ser, pela dinâmica de desenvolvimento da modalidade que arrasta multidões, o futebol, o presidente do Grupo Desportivo de Sesimbra, Sebastião Patrício, fez uma resenha das dificuldades por que tem passado o clube, salientando porém o valor acrescentado criado no caminho percorrido, em particular, a oferta dos equipamentos desportivos para a comunidade do concelho. Para finalizar, o selecionador nacional da equipa de hóquei em patins, Luís Sénica, brindou a plateia com uma intervenção plena de conteúdo de motivação, não só no que

refere às dificuldades por que passam as diversas modalidades desportivas, bem como, aos excelentes resultados que a modalidade tem alcançado em termos internacionais. Identificou um aspeto que foi corroborado por todos os outros intervenientes, relativo a exigências de ordem burocrática quanto a competências e formação obrigatória dos monitores das diversas modalidades desportivas que, vem constituindo um travão à expansão das práticas desportivas que se praticam no país, nomeadamente quanto aos créditos necessários a obtenção das cédulas desportivas, que mais se assemelha a um negócio para benefício de alguns poucos que disfrutam de rendimentos que pouco têm a ver com o desenvolvimento do desporto. Quanto ao esforço para lidar com os excelentes resultados obtidos pelo grupo de trabalho da seleção nacional de hóquei em patins, Luís Sénica salientou as adversidades próprias das suas origens, os pescadores, que nas suas vidas profissionaia de gerações sucessivas depositaram os genes do querer e de uma grande determinação de vencer as dificuldades, convivendo com as intempéries meteorológicas do frio, do vento, do mar revolto em pequenas embarcações, para garantirem o sustento das famílias.

Sentido foi realizada hoje, dia 1 de março, com a presença de inúmeros convidados, de entre os quais a representante do BPI, membro da comissão de avaliação das candidaturas ao prémio BPISENIORES 2015, Rita Birne, membro da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género, Ana Almeida e representantes da Câmara Municipal de Sesimbra, da área

social. Este projeto consiste numa sala de Snoezelen, disponível à comunidade a preços sociais, cuja terapia de estimulação sen-

sorial é benéfica a todas as idades e em diferentes patologias. A sala está localizada em Santana, no Espaço Sant’Ana da Misericórdia de Sesimbra.

Eleições e tomadas de posse Grupo Desportivo de Sesimbra

No seguimento da Assembleia eleitoral do Grupo Desportivo de Sesimbra, que decorreu no passado dia 20 de fevereiro, e de acordo com o resultado das eleições, foram eleitos os novos Órgãos So-

ciais do clube, para o mandato de 1 de Março de 2016 a 31 de Dezembro de 2018, presididos pelos associados Félix Manuel Fernandes Perneco Rapaz - Assembleia Geral, Sebastião Manuel Patrício Simões - direção

e Joaquim Fernando Ferreira Carapinha - Conselho Fiscal. A cerimónia da tomada de posse dos novos órgãos sociais teve lugar no dia 29 de fevereiro, na sala de troféus do clube, no pavilhão gimnodesportivo.

Bombeiros Voluntários de Sesimbra Os novos corpos sociais da Real Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Sesimbra tomaram posse no passado dia 17 de fevereiro na sede desta Associação. O ato eleitoral, realizado no passado dia 26 de janeiro, escolheu por maioria, a direção que passa a ser composta por António Fidelino C. Pereira como presidente, Joaquim

dos Santos Diogo como vicepresidente, Paulo Cagica Carvalho como tesoureiro, Mónica Lagos Jacinto e Gilberto Pereira Silva como primeiro e segundo secretários, respetivamente e António Vieira Gomes, Cármen Dolores Vieira e Adolfo Paixão Marques como suplentes. Já a Assembleia Geral é composta pelo presidente Luis

Lourenço da Silva, o vice-presidente Manuel Adelino V. J. Bernardino e o secretário Maria Manuel Gomes dos Santos. O Conselho Fiscal é agora composto por Pedro Ruivo Conceição na qualidade de presidente, Higia Alexandra Neto Carrão como vice-presidente, Maria José Páscoa Albuquerque como Relator e Fernanda Anacleto como suplente.


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Política

O SESIMBRENSE | 1 DE MARÇO DE 2016

Carlos Seguro Dias, munícipe sesimbrense, e António Mendes que tem como mandatário da candidatura Amadeu Penim, encabeçam listas

Novos cargos diretivos e administrativos nos organismos da responsabilidade do Estado, no distrito de Setúbal. Natividade Coelho, Ricardo Roque e Sérgio Faias poderão ser os senhores que se seguem

Sesimbra na corrida à Mexidas na Administração Regional Federação Distrital do PS deverá A partir de março o governo rá vir a assumir a administração Distrital de Aveiro do ISS, Dicomeçar a nomear no- da Docapesca. retor-Adjunto do DepartamenDR

DR

Lista A - Carlos Seguro Dias

Lista B - António Mendes

Marcadas para dia 4 de março, as eleições para a Federação Distrital de Setúbal do Partido Socialista estão a ser disputadas por duas listas ligadas a Sesimbra. Carlos Seguro Dias, candidato da lista A e munícipe sesimbrense há mais de 30 anos, é apoiado por várias secções do distrito, principalmente por socialistas integrados naquela à qual pertence. Tem como bandeira “Por Setúbal, juntos e mais unidos” assumindo o compromisso de “lutar pela transparência no Distrito de Setúbal”, tendo um papel ativo nas políticas de emprego, de estratégia marítima e pescas, da indústria e comércio, dos transportes e acessibilidades, e da agricultura e turismo.

A lista B, que tem como mandatário o sesimbrense e ex-presidente da Câmara Municipal de Sesimbra Amadeu Penim, é encabeçada por António Mendes, Vice-presidente da Federação Distrital de Setúbal do Partido Socialista desde 10 de dezembro de 2015, na sequência da eleição da sua irmã Ana Catarina Mendes como Secretária-geral Adjunta do PS. Assumida como uma candidatura de continuidade, é apoiada pelos principais nomes do PS na região, com ligação a António Costa. Em Sesimbra, Manuel José Pereira, militante do partido e também presidente da Comissão Política da concelhia de Sesimbra encabeça a lista de delegados desta candidatura cujo mote é “Lideramos o Futuro”.

vos cargos diretivos e administrativos para um conjunto de organismos da responsabilidade do Estado. Segundo o Diário da Região, no distrito de Setúbal haverá mexidas na presidência do Centro Distrital de Setúbal da Segurança Social, com a eventual entrada de Natividade Coelho. Ricardo Roque deverá substituir Vítor Caldeirinha na Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS) e o sesimbrense Sérgio Faias pode-

De acordo com a Comissão de recrutamento e seleção para a Administração Pública, para já, certa é a abertura do período de apresentação de candidaturas para os cargos de Vogal do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, Vogal da ARS do Centro, Presidente da Agência para a Modernização Administrativa, Diretor de Segurança Social do Centro Distrital de Setúbal do ISS, Diretor de Segurança Social do Centro

to Geral de Administração da Secretaria-Geral do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Vice-Presidente do Conselho Diretivo da Agência para o Desenvolvimento e Coesão, dois vogais para o Conselho Diretivo da Agência para o Desenvolvimento e Coesão, Vogal do Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça e Subdiretor-Geral da Área de Sistemas de Informação da Associação de Turismo do Algarve.

Assembleia Municipal Extraordinária A Assembleia Municipal de Sesimbra reuniu em sessão extraordinária no passado dia 27. O primeiro ponto da ordem de trabalhos foi a designação de um representante de junta de freguesia para a Comissão Municipal de Proteção Civil, tendo sido indicado Vítor Antunes (Presidente da Junta de freguesia da Quinta do Conde), com 22 votos a favor e 1 voto em branco. No ponto seguinte, acontratação de dois empréstimos, um de longo prazo

(998.000 euros) e outro de médio prazo (735.000 euros), foi aprovada por unanimidade à semelhança do último ponto da ordem de trabalhos referente à aprovação da Minuta de Protocolo da Delegação de Competências na Área Metropolitana de Lisboa, relativas ao Regime Jurídico de Serviços Públicos de Transportes de Passageiros. Na sessão foi aprovada, também por unanimidade, uma saudação ao dia internacional da mulher, da iniciativa

da comissão de líderes. Um dos temas que suscitou maior discussão foi uma moção apresentada pelo Movimento Sesimbra Unida (MSU) em defesa da permissão, dentro das condicionantes, da Pesca Apeada, que atualmente é proibida nas zonas de proteção total e parcial do Parque Marinho Professor Luiz Saldanha. Esta moção foi aprovada por maioria, com a abstenção do deputado do Bloco de Esquerda.

Opinião

Os cidadãos perante a crise “Sê tu, a mudança que queres ver no mundo.” José Manuel Vieira As crises conjunturais sempre existiram nas sociedades contemporâneas. Porém, a actual crise global, (com fortes antecedentes em 2008), na qual as sociedades se encontram mergulhadas, apresenta-se com contornos bem diferentes das passadas, com enfoque nos sistemas - financeiro (especulativo e irreal), económico, político e social com grande sofrimento das

pessoas e consequências nas relações humanas, na cultura, nos valores, nas crenças, enfim, na totalidade da existência humana. Há imenso tempo em que só se fala na crise, e de tanto se falar, as pessoas cansadas, afastam-se de uma reflexão crítica sobre o que se passa na família, na escola, nas relações sociais, nas empresas, no trabalho, nos problemas do país, da Europa, do Mundo. É estranho que pouco se aborde onde começou, as suas origens, quanto tempo vai durar, quais os grandes responsáveis pela desregulação

do mercado económico e financeiro internacional, como ultrapassa-la e como julgar os criminosos de modo a reaver os bens usurpados ao erário público, à comunidade. À crise, os governos dos países respondem impondo excessivas austeridades, grandes sacrifícios aos trabalhadores e pessoas em geral, como se fossem os grandes responsáveis pela situação em que nos encontramos. Porém, para lá dos aspectos negativos, a crise torna-se também uma oportunidade de mudança social. Chegou o tempo das populações e dos

cidadãos poderem construir aquele futuro que salvaguarde a sobrevivência da espécie humana, e corresponda finalmente ao estado da evolução natural das coisas, em que a exploração do homem pelo homem, não seja mais um pesadelo na memória da humanidade. Nesta perspectiva, nós podemos mudar as situações, gerar alternativas, em vez de ficar nas lamúrias, à espera do mísero subsídio de desemprego ou do rendimento mínimo de inserção, do apoio da segurança social. Como sabemos, o bem mais precioso e im-

portante na vida de todos, são as relações humanas, que nos engrandecem e dão sentido à vida, apenas um outro modo de vida nos fará crescer, ampliar horizontes, despertar altruísmo, assumindo os valores das pessoas e das comunidades. A busca incessante de um mundo justo, fraterno, solidário, depende da acção humana de cada um de nós, no dia-a-dia. O poeta cantava: “Traz outro amigo também”, para a causa de todos. E Gandhi, afirmou: “Sê tu, a mudança que queres ver no mundo.”


sociedade

O SESIMBRENSE | 1 DE MARÇO DE 2016

Em memória do David Sequerra António Reis Marques Conheci o David Sequerra nos primeiros anos da década de quarenta, quando começou a passar férias de verão em Sesimbra. Porque tinha alojamento na conhecida “Casa do Bispo” que era então propriedade particular e fica defronte daquela onde eu residia, na antiga Rua da Cruz depois Antero de Quental, começou aí a nossa relação de amizade que se consolidaria através dos anos, até porque acrescida pela admiração que me foi suscitando a sua multímoda personalidade, riqueza de carácter e inteligência. Nesses primeiros tempos o nosso convívio limitava-se ao período de veraneio, pois só alguns anos depois teríamos encontros regulares em Lisboa, aonde me deslocava para contactar com um pequeno grupo de que ele era parte, de pessoas dotadas, carismadas, infelizmente já desaparecidas, que me honravam com a sua amizade. E aí havia sempre ocasião para a lembrança da nossa sã adolescência, com tantos rapazes e raparigas que ficaram amigos para a vida e com os quais partilhámos os banhos de mar, os jogos de praia, os passeios pelos “passadiços”, de saudosa memória, que nos conduziam aos areais da “Praínha” e da “Água Doce”, enquanto nos comprazíamos na comunhão com a natureza,

em coisas tão simples como sentir o cheiro a maresia na respiração da brisa marítima, a observar os caranguejos e os pequenos peixes e crustáceos nas poças de maré ou a dimensão dos saltos das minúsculas pulgas-do-mar, espécie que parece ter desaparecido. Embora ainda muito jovem ele era já uma figura de referência nas várias actividades, funções ou missões em que se envolvia e empenhava, desde jornalista, escritor, professor a dirigente desportivo. A sua notoriedade revelouse no jornalismo, cuja carreira encetou com apenas 18 anos no jornal “Mundo Desportivo”, no futebol em que foi seleccionador nacional da categoria de juniores e também no movimento olímpico, como membro da respectiva academia e secretário-geral do comité português durante 10 anos. Naquele órgão da imprensa desportiva foi um dos mais conceituados elementos da sua redacção, distinguindo-se pela qualidade dos trabalhos produzidos com realce para as grandes reportagens dos jogos da selecção nacional, no país e no estrangeiro, as quais evidenciavam os seus conhecimentos das técnicas e das tácticas futebolísticas, de que era estudioso e se tornou um experto. Por isso mesmo foi escolhido para orientador das equipas juvenis, cargo que exerceu durante 7 anos, tendo conquistado o título de campeão euro-

Sesimbrenses pelo Mundo

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peu no ano de 1961. No futebol importa ainda salientar o facto de nesse tempo, em que nem sequer se falava de academias ou escolas de jogadores, ele ter sido precursor dos centros de formação para jovens talentos, com exigências de ordem técnica e também de ética. Apaixonado pelo ideal olímpico cabe sobre isso recordar que, num encontro com um amigo comum que era o representante do comité internacional no nosso país, lhe ter ouvido apontar a necessidade de uma campanha de âmbito mundial, que impedisse a continuidade na adulteração, que estava a verificar-se, do espírito primordial das olimpíadas o qual, como ele frisava, estava magistralmente enunciado na máxima de Juvenal: “mens sana in corpore sana” (mente sã em corpo são). Em tempos mais recentes, depois de ter fixado residência

vestir e acima de tudo contribuir para o desenvolvimento do sítio que me viu crescer. As ideias são muitas, e em breve, se tudo correr bem, estarei por aí.

Idades: 26 anos

Local: Luanda

Desde 2014

Profissão?

Diretor Criativo Qual o principal motivo que te levou a partir? Sair do país e absorver novos conhecimentos, tanto culturais como profissionais sempre foi um dos principais objectivos. Entretanto surgiu a oportunidade de vir para Angola e aceitei o convite de imediato, o país (Portugal) estava a ultrapassar uma fase bastante complicada e nem olhei para trás. A maior parte dos meus colegas que terminaram o curso comigo, nada mais conseguiram que está-

de cuja fidelidade deu sobejas provas não só pelo gosto manifesto pela história e pela cultura desta terra, que tão cordialmente elegeu como adoptiva, mas também pela estima dedicada aos seus naturais e pela prestimosa colaboração que ofereceu às nossas colectividades e instituições, com destaque para “O Sesimbrense” de que foi director e presença assídua e apreciada nas suas colunas até ao fim da vida. Já alquebrado pela doença nunca deixou de escrever, o que parecia ser nele mais do que compulsão uma necessidade tão vital como respirar. Assim, escreveu até ao final dos seus dias que se mostravam ainda tão pujantes quer na produção literária quer na jornalística. E quero lembrar que num dos nossos derradeiros encontros dominicais após a missa, no adro da igreja matriz, onde trocávamos saudações e informações, ele nos dizer do seu propósito em publicar, a breve prazo, um livro sobre Sesimbra e as múltiplas relações tidas com os nossos conterrâneos. Tenho pena que esse intuito não se concretizasse, dado que inspirei ou fui partícipe de várias páginas desse livro da sua vida entre os sesimbrenses, o qual deixa muitas folhas gravadas no recato do meu coração onde, como num panteão, preservarão a sua memória. (Este texto não obedece ao novo acordo ortográfico por opção do autor)

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Cristiano Francisco De Jesus Samagaio

Há quanto tempo?

no concelho, as nossas relações tornaram-se frequentes principalmente durante o verão, onde tinham lugar ali para as bandas da praia da Califórnia. E foi aí que certo dia, numa roda de amigos, depois de ter reiterado a sua amizade pela nossa terra, aponta a fonte e diz-me: “também bebi água da fonte da Califórnia, que é hoje do pouco que resta daquilo que tu chamavas de roteiro sentimental de Sesimbra, cujos percursos nos transmitiam o conhecimento da verdadeira essência da vida local.” Como é sabido dizia-se que, segundo a tradição, beber água da fonte da Califórnia era como que um ritual de iniciação, prólogo de uma aliança que se firmava entre Sesimbra e os forasteiros que lhe dedicavam afeição e, por isso, mais cedo ou mais tarde, cá se radicavam para sempre. O David firmou esse pacto,

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gios e mais estágios. Muitos deles tiveram de enveredar por áreas que não as suas de especialização. Percebi que ficar não seria uma boa escolha. Exceptuando a família, claro, de que sentes mais saudades? Sinto saudades do mar, do nosso mar, do cheiro a peixe, do vento…. De que forma te manténs atento ao que se passa em Sesimbra? Maioritariamente através das redes sociais, é assim que me mantenho informado sobre o que se passa na nossa vila. Contudo, todos os dias vejo as notícias sobre o nosso país. De que forma olhas agora

para a tua terra a partir daí? A partir daqui? Ahahaha… como um paraíso. Uma maravilhosa vila, aos meus olhos talvez com tudo….por vezes mal aproveitada ou simplesmente só quando conhecemos outras realidades começamos a dar valor àquilo que temos. Como matas as saudades? Através da internet, falo com os meus, pelo Skype, uma ferramenta de comunicação extraordinária, que em segundos me coloca aí e, faz com que as saudades sejam menos e que o tempo passe mais rapidamente. E sempre que aí vou claro. O projecto é voltar? O projecto é voltar sim, in-

O que dirias ou que conselho darias a quem hoje está de partida? Vão...não tenham receios nem hesitem…vivam a experiência, façam aquilo que acham que é o correto para vocês e para o vosso futuro. Não se deixem levar por opiniões. E a quem fica e vê alguém próximo partir? Por vezes nem para os meus consigo encontrar as palavras corretas para os tranquilizar, sei que não é fácil…mais ainda quando estamos a várias horas de distância. Mas hoje em dia, com os meios de comunicação que temos à disposição, tudo se torna mais fácil. Pensem que eles vão para bem, vão à procura de melhorias, de um futuro melhor… O que custa mais? As saudades….e a distância fazem por vezes, e em situações menos agradáveis, que

nos sintamos inúteis e impotentes…mas temos de saber lidar com a situação. Às vezes gostaríamos de dar aquele apoio e aquele abraço naquele preciso momento, naquela situação e infelizmente nem sempre é possível. O que te atrai mais e menos nesse país? Gosto da maneira simples e feliz com que estas pessoas vivem e encaram a realidade que as rodeia. Gosto do clima, gosto do vento a soprar nas palmeiras, gosto da comida….não gosto do lixo e da poluição, apesar de as coisas se estarem a estruturar aos poucos. Isso é bom. Onde levas quem te vai visitar aí? Temos as praias, temos paisagens fantásticas, temos os museus nacionais, temos bons restaurantes….toda uma cultura para absorver. Quando regressas a Sesimbra, o que te apetece logo fazer? Gosto de pegar na mota e ir passear, tomar um café tranquilo….ficar a ver o mar, sem ouvir nem pensar em absolutamente mais nada.


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Sociedade

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“Tenho muitas máquinas de costura, mas não me considero uma coleciona

Maria Gisela Mar

Maria Gisela Marques, natural do Zambujal, tem 22 costura, grande parte delas do século passado e pront colecionadora de emoções em cada minuto que despe no cuidado das suas máquinas, não querendo assumir A primeira exposição das suas máquinas realizou-se fevereiro, na Biblioteca Municipal de Sesimbra. Mestra da oficina de costura do Lugar da Terra, Gis aprendeu desde criança, fazendo lembrar as costureir

Jovita Lopes Gisela Marques tem 59 anos, bem escondidos sob a sua figura franzina e ágil. Nasceu no Zambujal e ali foi criada por uma tia materna. Aos 13 anos “descobriu” a costura, quando a encaminharam para a casa de uma outra tia, também residente naquela localidade. A casa da tia Maria Amélia (conhecida por Mélita), mestra de costura, era muito frequentada por muitas raparigas que naquele tempo se dedicavam à costura: “Andava eu, a Rosa da Diná (como lhe chamávamos), a Ar-

mandina do Ti Zé Cartaxo, a Hélita, a Júlia Maria, a Júlinha da Serra e muitas outras. Não ganhávamos nada, simplesmente ajudávamos a mestra e aprendíamos com ela. E quando precisávamos de fazer uma saia para nós, tínhamos que pagar o feitio”, conclui animada a costureira. Foi lá que fez a sua primeira peça de roupa, aos 16 anos, uma blusa preta, branca e cinzenta. “Levei oitenta escudos. Curiosamente as mestres costumavam levar sessenta. A senhora na altura reclamou muito comigo e disse-me: - ninguém leva oitenta escudos! – Pois, mas eu levo mais tempo a fazer que elas (mestras)! Era esta a

minha mentalidade, tinha apenas 16 anos! O certo é que a senhora naquele momento ficou muito chateada, mas passado algum tempo dirigiu-se a mim e disse: - “Levaste mais caro que as outras, mas como a blusa ficou tão bonita, bemfeita e à minha vontade, agora mesmo que leves mais caro, venho cá na mesma.” Já com 18 anos Gisela começou a “trabalhar para fora” angariando muitas clientes vindas de muitas localidades. Gente que vinha passar férias a Sesimbra. Mais tarde, devido a um problema de saúde da sua filha ficou impossibilitada de se dedicar à costura a tempo inteiro, uma vez que economi-

camente não era sustentável e não lhe trazia os rendimentos necessários para colmatar as suas necessidades.

As suas máquinas de costura Gisela é perentória em afirmar que não se considera uma colecionadora. Assume que tem uma paixão enorme por máquinas de costura e que fica de coração partido quando verifica que não se dá o devido valor a este instrumento de trabalho e lazer. Comprou a sua primeira máquina (foto 1) no início dos anos 70, na Loja da Companhia Singer (ver caixa). Cada

Oficina de Costura DR

Nos tempos que correm, aprender a costurar tem um sentido diferente de antigamente. Hoje, quem aprende a costurar, não pretende, à partida, seguir a profissão, mas sim aprender a técnica como um passatempo, terapia, ou simplesmente como uma nova maneira de viver, com mais criatividade e mais autonomia para criar as suas próprias peças. O projeto Oficina de costura surgiu em 2012, pelas mão de Gisela Marques, que propôs à Junta de Freguesia do Castelo a cedência de uma espaço para ensinar tudo o que sabe, sobre esta arte. Já passaram pelos ateliers mais de 60 participantes, que inicialmente se deslocavam a Santana (sede da junta) para

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aprender a costurar. Hoje sediado no Lugar da Terra, no Zambujal de Baixo, o projeto possui duas turmas distribuídas pelas 3ªs e 5ªs feiras, das 14h00 às 17h30. No espaço são elaboradas várias técnicas de costura e costura criativa tais como: Patchwork, Bordado em fita, Rendas e Crochet, Bonecas em Trapo entre outros. “Esta é sem dúvida uma experiência muito agradável e um desafio superado. Para mim, porque apesar de achar que tenho muita paciência para ensinar nunca me tinha dedicado ao ensino, e para os alunos porque noto uma grande adesão, alegria, companheirismo e principalmente muita vontade de aprender”, conclui Gisela Marques.

máquina, que vai adquirindo ou que lhe vão oferecendo ao longo do tempo, tem a sua própria história e Gisela não esquece nenhuma delas. Com o tempo aprendeu a fazer pequenas reparações e afirma orgulhosamente que trata muito bem “as suas meninas”. Sempre que há necessidade, leva-as a reparar ao Sr. João, em Setúbal, seu “assistente” há largos anos. Das 22 máquinas (17 manuais e 5 elétricas), que possui atualmente, destaca uma Singer que foi oferecida por uma amiga que a encontrou nas obras de uma casa (foto 2). A máquina de costura data da década de 60 do século XIX e é a sua mais antiga. Apesar da maioria das máquinas que possui ser da Singer, diz não notar uma diferença muito grande entre as marcas, apesar de umas terem uma costura mais leve em relação a outras. “Esta Pfaff (foto 3) encontrei-a numa loja de um senhor que ma vendeu por 10 euros, é a melhor máquina que tenho a trabalhar. O pedal não é em ferro, é em madeira. É lindíssima”. “Uma vez, uma senhora disse-me que ia deitar uma máquina fora porque o arranjo era 70 euros, eu pedi-lhe que não o fizesse. Ela deu-me a máquina e como sou muito curiosa desmanchei-a, oleei umas peças e acabei por conseguir arranjá-la, era uma Alfa. Normalmente sou eu que arranjo as máquinas, como elas são minhas, corro o risco; Se der para arranjar dá, se não der, paciência. Talvez por isso estejam todas prontas a trabalhar.” No Natal passado os alunos do grupo da oficina ofereceram-lhe a 22ª máquina, uma Oliva (foto 4). “Avisaramme logo que não funcionava. Quando cheguei a casa, muito curiosa, desmontei a máquina toda, tirei peças de umas má-


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adora!”

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2 máquinas de tas a funcionar. É uma ende na reparação e r mais do que isso. no passado mês de

Foto 1 - Máquina Singer

sela ensina a arte que rinhas de outros tempos.

quinas para outras e consegui pô-la a trabalhar.” Durante estes dias ficou a promessa de que, num futuro próximo, receberá pelas mãos do seu aluno Ricardo, a oferta de uma nova “velhinha” máquina de costura, que de ponto em ponto fará, com certeza, as delícias da costureira Gisela Marques.

Foto 2 - Máquina Singer DR

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Foto 3 - Máquina Pfaff

Foto 4 - Máquina Oliva

A Loja da Companhia Singer de José Silva Nunes da Costa Inaugurada em Janeiro de 1963, a Loja da Companhia Singer (foto da direita), disponibilizava aos seus clientes máquinas de costura, aspiradores elétricos e máquinas de escrever da marca Singer, evidenciando um período de progresso comercial, em Sesimbra. Conforme noticiado em O Sesimbrense, de 13 de janeiro de 1963, no esta-

belecimento, localizado na Rua Cândido dos Reis em Sesimbra, ao lado da antiga estação dos correios, também se ministravam Cursos de Bordados, às jovens que tencionavam aprender a arte do bordado e da costura. O proprietário, José Silva Nunes da Costa, era um dos cinco filhos do empresário Luiz Nunes da Costa (foto da esquerda – Luiz Nunes da Costa e sua esposa Amé-

lia, ladeados dos seus cinco filhos. José Silva Nunes da Costa localizado atrás de seu pai à direita), que veio para Sesimbra muito jovem, vindo do norte do país com apenas 10 anos (1893). Ao longo do tempo, Luiz Nunes da Costa foi progredindo na profissão de comerciante, acabando por adquirir a totalidade da quota da loja situada na Rua Joaquim Marques Pólvora, ao seu primeiro ARQUIVO

proprietário, José Borges Ribeiro. Ao longo dos anos foi adquirindo outras lojas em Sesimbra, expandindo assim os seus negócios. Alargou as vendas à ourivesaria, aos seguros, às máquinas, ministrava cursos de costura, ficou representante da Singer e dos grandes armazéns de Lisboa, que o forneciam com as novidades da moda de então. Criou ainda um sistema de venda a prestações e apos-

tou muito na publicidade. Sinais do espírito empreendedor do comerciante que ficou conhecido por Luiz “Borges”, devido ao apelido do seu antecessor comercial. Mais tarde, José Silva Nunes da Costa sucedeu ao seu pai, em algumas das suas lojas, fazendo com que também ficasse conhecido pela alcunha “Borges”. JOSÉ LUÍS ESPADA FEIO


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Cultura

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Fernando Pessoa em destaque no clube Agentes Activos de Mudança

Documento manuscrito, raro e muito valioso, encontra-se em processo de restauro e a ser preparado para publicação

Tombo da Vila um dos mais Tertúlias de Sedução com Sandra Pita Soares importantes documentos sobre a história de Sesimbra DR

A artista Sandra Pita Soares marcou presença, no passado dia 4 de fevereiro, num encontro promovido pelo clube Agentes Activos de Mudança, no Restaurante Tribo da Terra em Lisboa. O final da tarde ficou marcado pela apresentação de pinturas, da artista, evocativas a Fernando Pessoa e pelo testemunho de alguns presentes que enalteceram a personalidade e amizade de Sandra Pita Soares.

Inseridos no contexto do encontro foram abordados ainda diversos temas em redor da sedução e do amor. Para a artista, a sua relação com os Agentes Activos de Mudança – descrito muitas vezes como um clube de poetas vivos – simboliza um misto de poesia, música, arte, alegria, amor e amizade. Essa relação é reforçada em cada encontro promovido e a tertúlia de sedução não foi exceção à regra.

O processo de restauro de um dos mais importantes documentos sobre a história do concelho, nos séculos XIII, XIV e XV, teve início no dia 20 de janeiro e prevê-se que esteja concluído ainda durante o ano 2016. O preenchimento de lacunas na lombada e o reforço da pele da capa são algumas das intervenções levadas a cabo pelos técnicos de conservação e restauro. Este livro antigo (códice) é um documento único, raro e valioso, não só pela informação que comporta, nomeadamente leis, aplicação de impostos, organização da vila, decisões da vereação e relação do concelho com as populações das zonas limítrofes, mas também pela sua produção em folha de pergaminho, provavelmente de ovino, com capa em pele. Segundo Ana Fialho, con-

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servadora-restauradora responsável pelo processo de restauro, existem diferenças entre alguns dos 125 fólios e cadernos do códice, nomeadamente na regra da “carne com carne, pelo com pelo”, adotada pelos escrivães na dobragem do pergaminho, que

apenas poderão decifradas, com certeza, através de análises laboratoriais. Para limitar o acesso ao original e prevenir a sua degradação, o Tombo da Vila de Sesimbra encontra-se disponível para consulta em formato digital, no Arquivo Municipal.

Ambiente ‘Pesca Ó peixe’ lança a rede em Sesimbra e apanha peixe graúdo… com pita fina!

REPÓRTERES PELA LITERACIA DO MAR

O que se esconde sob um tapete persa? ‘Pesca Ó peixe’ é um projeto inovador de reportagem sobre o mar de Sesimbra que envolve alunos das escolas do concelho. No decorrer deste ano letivo, estudantes do 3º ciclo e secundário das escolas de Sampaio, Quinta do Conde e Sesimbra desenvolverão notícias, entrevistas e apresentações públicas abordando temas como a aiola e as artes de pesca, o futuro e a sustentabilidade da pesca, a biodiversidade e o lixo marinho. O litoral de Sesimbra contém um segredo que se esconde insidioso. Da praia do Ribeiro do Cavalo aos areais das praias do Meco, se olharmos com atenção, surge-nos aquilo que, por vezes, se es-

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conde debaixo do tapete… lixo! Garrafas, latas, cartão, esferovite, entre as rochas, pelas arribas, nos pesqueiros mais frequentados. E mesmo nas praias atlânticas, limpas regularmente, basta procurar perto da linha de maré, e lá

estão eles, os pauzinhos de cotonetes… (em 10 minutos foram recolhidos por 2 pessoas 427 pauzinhos de cotonetes na Praia da Amieira – Meco) Vamos pôr um fim a isto! Somos um grupo de alunos da Escola Navegador Rodrigues Soromenho, das turmas 9ºB e 9ºD, e temos como objetivo sensibilizar a nossa comunidade para a resolução destes problemas, contando com a colaboração de todos. Às vezes, basta um simples gesto para fazer a diferença. Relativamente à pesca desportiva, o saco que trouxe garrafas, latas e embalagens, pode facilmente levar o lixo de volta… E os cotonetes?! Resolvem-se num verdadeiro passe de mágica: cotonete usado… no caixote do lixo é

colocado! Nunca na sanita! E assim não vai para a ETAR, nem para o mar! Brevemente iremos também participar no Coastwatch, outro projeto ligado ao litoral, com observação e preenchimento de um questionário sobre o que encontramos na zona entremarés. Toda a escola pode aderir, professores, alunos, auxiliares e até os nossos familiares ou outras pessoas interessadas.

Procuramos assim sensibilizar toda a nossa comunidade a não colocar cotonetes na sanita, pois isso reflete-se nos areais das praias do Meco, bem como a não deixar lixo nas arribas ou praias sem limpeza. Estas são medidas simples para evitar males complicados. Contamos com a tua ajuda. Protege o que é teu! Sesimbra é um tapete mágico… e limpo!


Ambiente

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A “ROTA dos 20” chega ao Concelho JRA da Boa Água A “Rota dos 20″ assinala os 20 anos das Eco-Escolas em Portugal colocando o enfoque na mobilidade sustentável e na participação ativa das crianças e jovens na procura de dificuldades e proposta de soluções. No dia 22 de fevereiro a “Rota dos 20”chegou a Sesimbra tendo os testemunhos sido entregues pelos representantes das Eco-Escolas e do Município de Almada aos representantes da Eco-Escola JI do Pinhal do General e do Município de

Sesimbra na Estação da Fertagus de Coina. No mesmo dia seguiu caminho para a EB1, n.º 2 da Boa Água. No dia 23, a bandeira, juntamente com os testemunhos foram entregues na EB1/ JI do Pinhal do General. Chegaram à EBI da Boa Água no dia 24, para seguir caminho, na manhã de dia 25 para a Escola Básica Integrada do Castelo. O percurso entre o JI e a Estação de Coina foi feito a pé e de autocarro, o percurso entre a EBI da Boa Água e a Escola Básica Integrada do Castelo foi feito de bicicleta tendo sido acom-

panhado pelos Bombeiros Voluntários de Sesimbra, Proteção Civil, carrinha de apoio da CM de Sesimbra e GNR, os restantes percursos foram efetuados a pé. No decorrer de todas as passagens de testemunhos foram feitos levantamentos das dificuldades encontradas, relatadas nos “Pergaminhos” e posteriormente colocadas na plataforma da “Rota dos 20”. Todos os participantes se mostraram muito empenhados e com vontade de continuar um bom trabalho em prol do desenvolvimento sustentável.

Campanha Escola Eletrão 2015-2016 JRA da Escola Michel Giacometti No dia 1 de outubro de 2015 teve inicio a campanha ‘’Escola Eletrão’’, que consiste na recolha e posterior reciclagem de resíduos de equipamentos elétri-

cos e electrónicos (REEE) e de pilhas usadas. Este projeto, está mais uma vez a ser promovido pelo clube do ambiente na escola Básica 2,3/S Michel Giacometti, Quinta do Conde, com o objetivo de contribuir para a diminuição do impacte altamente nocivo que estes equipamentos tem no meio ambiente, quando

não são devidamente tratados. Pretende-se envolver neste projecto alunos, encarregados de educação e todos os membros da comunidade educativa. Para participar, basta entregar os equipamentos até dia 8 de Abril, na portaria da escola, e assim ajudar a escola a ganhar prémios e o meio ambiente.

Vendedora no Mercado Municipal assume-se como pioneira na vende de produtos biológicos em Sesimbra

Visitação Encarnação e a agricultura biológica DR

Ana Carvalho, 8ºD, Escola Básica 2,3 Navegador Rodrigues Soromenho A produtora adquiriu o seu certificado e licença de agricultura biológica a 20 de fevereiro de 1993 e começou a trabalhar no mercado municipal pelo facto de gostar de agricultura e de querer escoar a sua produção. Visitação é vendedora no Mercado Municipal há cerca de dezoito anos e garante que os seus produtos

biológicos foram os primeiros a serem vendidos tanto no mercado muncipal, como na vila de Sesimbra. Interrogada sobre o processo de certificação e venda de produtos biológicos, explicou: “Temos de fazer a faturação, saber os fatores de produção, ter um caderno de campo e ter um caderno de fungicidas e de outras coisas que se podem utilizar. Por fim, temos de contactar uma certificadora, que na minha altura não existia, era a AgroBio, para assim obtermos o certificado e a licença” Visitação possui uma quinta com 4 hectares de área, onde cultiva os seus produtos, e que está registada como “Quinta dos Medronheiros”. Para ajudar no processo de colheita e manutenção da quinta, a produtora conta apenas com a ajuda do seu marido, que ainda assim ocorre raramente.

Educação

“Queremos dinamizar a nossa escola!”

Comunidade escolar reivindica construção de novo equipamento

Escola Secundária na Quinta do Conde DR

João Silva

A sesimbrense Patrícia Marcelino tomou posse, como membro Associação de Estudantes da Escola Secundária Sebastião da Gama, na qual é estudante. Após uma longa e agitada preparação para a campanha eleitoral, a lista da qual faz parte acabou por vencer a lista adversária, com uma diferença de 70 votos. Várias têm sido as atividades que a Associação de Es-

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tudantes tem organizado, “o nosso objetivo é conseguirmos dinamizar a nossa escola, de forma a que esta se torne uma escola em que a comunidade educativa tenha um melhor entendimento e cooperação entre si. As escolas têm perdido o interesse e a visão da importância nas associações de estudantes, para tal é necessária a colaboração de todos os seus membros”, conforme atesta Patrícia Marcelino.

No passado dia 12 de Fevereiro o plenário da Assembleia da República aprovou quatro projectos de resolução apresentados por PCP, PEV, BE e PS, para a necessidade urgente da construção da nova escola secundária na Quinta do Conde. A petição pública liderada pela Junta de Freguesia da Quinta do Conde com o apoio das associações de país, além dos vários quadrantes políticos e as forças vivas do concelho é que foi possível alcançar esta antiga reivindicação dos conterrâneos quintacondenses. Os partidos PCP, PEV, BE, PS, CDS-PP, PSD, defenderam que é necessário construir este indispensável equipamento social e educacional, justificado pelo elevado crescimento demográfico registado na fregue-

sia da Quinta do Conde. Na reunião plenária da véspera na qual o tema foi debatido pelos deputados da República Portuguesa e que contou com a presença nas bancadas do hemiciclo do presidente da CMS Augusto Pólvora, da vice-presidente Felícia Costa, do vereador Américo Gegaloto, da presidente da AMS Odete Graça, dos deputados municipais, do presidente da junta de freguesia da Quinta do Conde Vítor Antunes, dos directores dos agrupamentos escolares, dos representantes das comunidades escolares entre outros. A autarquia sesimbrense disponibilizou um terreno de 21.820 m2 para a construção da escola e o projecto foi adjudicado em 2011. Segundo o último recenseamento da população (Censos 2011), a freguesia da Quinta do Conde é a freguesia mais populosa do concelho de Sesim-

bra, estimam-se mais de 30 mil habitantes, dos quais 1500 são estudantes do ensino secundário. Atualmente, a única oferta de Ensino Secundário na Quinta do Conde é garantida pela Escola 2,3/S Michel Giacometti, foi projetada para 800 alunos e conta atualmente com 1.200 alunos e que não consegue dar resposta a todos os alunos devido à sobrelotação e por conseguinte inúmeros alunos têm que se deslocar para outros concelhos para poderem estudar, com os consequentes custos sociais, económicos além da diminuição da qualidade de vida dos alunos. Os partidos políticos, os órgãos autárquicos, a comunidade escolar, as associações de país, os encarregados de educação, os alunos e as populações consideram imprescindível e inadiável a implementação deste equipamento escolar.


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Locais

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FotoFantasia 2016

Um projeto da Liga dos Amigos de Sesimbra

Diego Jardim de Infância do Pinhal do General Sala 7

Mariana S. Jardim de Infância do Pinhal do General Sala 7

Érica Peixeiro Jardim de Infância do Pinhal do General Sala 8

Gabriela Ferreira Jardim de Infância do Pinhal do General Sala 8

Ariana Jardim de Infância do Pinhal do General Sala 9

Tiago Jardim de Infância do Pinhal do General Sala 9

Lucas Jardim de Infância do Pinhal do General Sala 10

Maísa Jardim de Infância do Pinhal do General Sala 10


Sociedade

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Carnaval Sesimbra 2016

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Sesimbra continuou a festejar o carnaval com os habituais desfiles, bailes, cegadas, cavalhadas, concursos e este ano com uma exposição alusiva ao tema. Apesar do tempo instável, que se fez sentir durante os dias e noites de carnaval, centenas de pessoas saíram à rua, para encher Sesimbra de cor, animação e alegria. As imagens falam por si!

Trio elétrico - Noite dominó

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Desfile trapalhão

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PAULA RODRIGUES

Cavalhadas

Cegadas

Exposição “Os bastidores do carnaval”

RICARDO AMADOR

RICARDO AMADOR

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Baile Trapalhão DR

Desfile de Grupos Axé e Samba

Desfile dos estabelecimentos de ensino ANTÓNIO SOROMENHO

Cortejo de palhaços DR

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Desfile Tripa Mijona GRES TREPA NO COQUEIRO

GRES UNIDOS DE VILA ZIMBRA

Bailes de carnaval

Concursos infantis de fantasias

Enterro do Bacalhau

Baile da Pinha


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Desporto

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Futebol

II torneio de Carnaval João Silva No passado dia 7 de fevereiro realizou-se o II torneio de futebol no complexo desportivo da ADQC (Associação para o Desenvolvimento da Quinta do Conde), organizado pelos pais da equipa de futebol Benjamins A (2005). O evento desportivo contou com a presença de 12 equipas da área metropolitana de Lisboa: Olivais Sul, 1º de Dezembro de Sintra, Oriental de Lisboa, Alta de Lisboa, Sacavenense, Tenente Valdez, Leão Altivo, Alcochetense, Olímpico do Montijo, Paio Pires e as equi-

25 treinadores de futebol. O trio de arbitragem federado, gratuitamente participou no encontro contribuindo para o cumprimento das regras de futebol e para o respectivo fairplay no desporto. Estiveram presentes mais de 500 pessoas o que criou uma moldura humana muito significativa e que agradou a equipa organizadora. A equipa do Sacavenense conquistou o 1º lugar, em 2º lugar a equipa do Paio Pires e em 3º lugar a equipa dos benjamins A da ADQC. Facto digno de registo é a entrega duma taça à melhor claque participante (1º de Dezembro

GDS continua na luta pela manutenção e GDA nos lugares cimeiros PAULA RODRIGUES

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pas ADQC A e B da Quinta do Conde. Segundo um dos elementos da organização, Rute Bardon “o convívio e a alegria foram constantes durante o torneio, mas com a rivalidade natural e saudável neste tipo de competição”, o que dignifica o desporto juvenil. Estiveram presentes cerca de 170 atletas e mais de

de Sintra). Todos os futebolistas receberam medalhas de participação. No final da competição todos os intervenientes reuniram-se para o respectivo almoço de confraternização. As instalações do complexo desportivo ADQC foram cedidas pelo presidente da mesma associação que promove o desporto, o recreio e a cultura.

No início da época, após uma grande prestação na primeira fase na taça da Associação de Futebol de Setúbal (AFS), nada fazia prever as enormes dificuldades que o Grupo Desportivo de Sesimbra (GDS) iria encontrar nestas 18 jornadas já realizadas, para somar pontos e sair da zona de despromoção. Apesar dos 12 jogos que faltam para o fim do campeonato, e consequentemente 36 pontos em disputa, a turma sesimbrense deveria ter, por esta altura, mais pontos do que os que tem até à data. E o que está a acontecer para não haver mais pontos? Arbitragem? Lesões e castigos? Infelicidade em certos momentos dos jogos? Outros

fatores? São estas e outras questões que levam todos os leitores a pensar e que serve de reflexão e lição para um futuro próximo. O nosso jornal acredita que a turma cerize irá honrar a sua história e ao longo destes 12 encontros realizar o máximo de pontos possíveis de modo a fazer um último terço de campeonato mais tranquilo. A performance da turma de Alfarim por sua vez, será apenas uma inquietação para quem não acompanha esta equipa, pois para quem a acompanha e assiste aos jogos da equipa azul e amarela não terá decerto nenhuma surpresa. O nosso jornal fez questão de observar um dos jogos

realizados no complexo desportivo de Alfarim onde a formação orientada por Alfredo Almeida iria encontrar a equipa comandada por Manuel Correia do Grupo Desportivo Fabril. Num encontro onde o vento foi a condicionante mais forte, a equipa da casa foi a que soube tirar melhor proveito dessa situação. Resultado disso, é a vitória sem qualquer contestação, perante um adversário que tinha como obrigação jogar mais e melhor. Os pupilos de Alfredo Almeida ocupam neste momento um honroso terceiro lugar a apenas cinco pontos do líder que agora se chama Amora. Continuação de vitórias é o que espera O Sesimbrense.


Desporto

O SESIMBRENSE | 1 DE MARÇO DE 2016

Lutas Olímpicas

Futebol de praia

Sesimbrenses na Seleção Nacional Diogo Formiga e Luis Marques, atletas do Vitória Futebol Clube, concluem o primeiro estágio de preparação da equipa da seleção nacional de futebol de praia, em Sesimbra. Os treinos da seleção nacional já não são uma estreia para Luis Marques “Mantorras”, que assume ter consciência da dificuldade em chegar ao top 10 das cores nacionais, apesar das suas boas expetativas relativa-

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mente ao trabalho e dedicação, dispensados à equipa. Diogo Formiga estreou-se este ano na seleção e é já considerado por muitos uma revelação na modalidade, dada a sua idade e competência demonstrada dentro das quatro linhas. Os atletas sesimbrenses aguardam agora a próxima convocatória, já em março, para um Torneio a realizar em El Salvador.

Lutadoras com “olhos postos” nos Jogos Olímpicos Liliana Santos e Vânia Guerreiro, atletas do Grupo Desportivo e Cultural do Casal do Sapo representaram a seleção nacional em Luta Feminina de Absolutas, no torneio Klippan Lady Open, na Suécia. Esta competição é caraterizada por uma forte componente preparativa para o ensaio do apuramento aos Jogos Olímpicos.

Liliana Santos, na categoria dos 48Kg, classificou-se na 10ª posição da tabela, entre 20 atletas. No seu último confronto mediu forças com Kika Kagata que apesar de muito jovem, 20 anos, conta já no currículo com 3 Campeonatos do Mundo em Cadetes e um Campeonato Asiático em Juniores. Liliana Santos lutou até aos últimos minutos, acabando por perder por 6-0.

A categoria foi vencida pela americana Victoria Anthony (Campeã da PanAmérica e 2x Campeã do Mundo). Já a Vânia Guerreiro, em 53Kg, classificou-se na 26ª posição, último lugar da tabela. No seu último combate encontrou a romena Estera Dobre, 10ª classificada nos Jogos Olímpicos em Beijing na China em 2008 e perdeu por 8-0.

Hóquei em patins

Diogo Lopes na seleção distrital de sub-15 DR

O jovem hoquista Diogo Lopes, atleta do Grupo Desportivo de Sesimbra, foi chamado à seleção distrital de sub-15. É já no próximo dia 17 de março, que Diogo Lopes entrará em campo com as cores da seleção distrital, no 40º Torneio Inter-Regiões, que terá lugar no Pavilhão Sidónio Serpa, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel nos Açores. Considerada pelo Presidente da Federação de Patinagem de Portugal,

Fernando Claro, como “a maior organização desportiva para jovens no Hóquei em Patins” esta competição conta com 10 seleções distritais Sub-15. Com apenas 13 anos (sub13) o hoquista sesimbrense irá disputar, neste torneio, no escalão acima da sua faixa etária. Segundo o selecionador distrital, Luis Ribeiro, “o atleta tem demonstrado muito potencial na modalidade, ganhando o seu lugar na seleção, com o mesmo mérito dos restantes colegas de equipa”. Diogo participou também, em fevereiro, num treino no âmbito do programa de Observação, Identificação e Seleção de Talentos (OIST) promovido desta vez pela Federação de Patinagem de Portugal.

Rita Carvalho e Rita da Luz, nos rivais da 2ª circular As Sesimbrense Rita Carvalho e Rita da Luz alcançaram, no final do ano passado, as equipas seniores do Sporting Club de Portugal (SCP) e do Sport Lisboa e Benfica (SLB), respetivamente. Rita Lopes Carvalho começou desde cedo a ver os jogos do Sesimbra. Com 9 anos começou a treinar e a competir, em equipas mistas, na equipa do GDS. Na época 2012/2013 ingressou na equipa feminina do Juventude Azeitonense, entrando em 2013 em várias competições oficiais. No final de 2015 foi abordada pelo treinador dos leões, de hóquei em patins feminino, em dezembro assinou contrato e em fevereiro estreou-se com as cores do clube. Para a atleta, não é fácil conciliar os treinos com o trabalho,

mas a paixão pelo hóquei e pelo clube falam mais alto. “Este ano fui a primeira atleta sénior de hóquei feminino a jogar pelo sporting, foi num torneio de sub-20”, conclui. Rita Carvalho espera evoluir o máximo possível, disputar o campeonato na equipa sénior do Sporting e talvez chegar a campeã nacional também pela equipa leonina. A sesimbrense e benfiquista assumida Rita Pinto da Luz, começou a jogar hóquei em patins, em equipas mistas, aos 6 anos de idade, no GDS. Em 2013 o Azeitonense convidou-a a integrar o grupo feminino do clube, em hóquei em patins. Em 2015, no início da época, foi observada pelo treinador da equipa sénior feminina do SLB em torneios disputados por ambas as equipas. Rita da Luz acabou

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por assinar contrato a 3 de novembro começando logo a treinar no dia 5. Hoje, considera-se totalmente integrada na equipa e até já fez parte da comitiva benfiquista em competições europeias. No futuro, a menina que quase nasceu num ring de hóquei em patins, espera ganhar todas as competições que ainda estão em disputa, chegar a titular da equipa e quem sabe conquistar um lugar na seleção nacional. Até lá é vê-la jogar na equipa da Luz e vê-la treinar na seleção distrital de sub-18.


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A fechar

O SESIMBRENSE | 1 DE MARÇO DE 2016


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