Louvor, Adoração, e Espiritualidade: Ômega da Apostasia. Parte II

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Louvor, Adoração, e Espiritualidade: Ômega da Apostasia1 Pr. Joaquim Azevedo Neto, Ph.D. Parte II Na segunda parte deste estudo apresentarei as evidências do Novo Testamento, do Espírito de Profecia, da história antiga e dos cristãos dos primeiros séculos d.C. mostrando que todos seguiram a orientação divina evitando os membranofones (instrumentos de percussão) e os estilos da música popular das respectivas épocas. Louvor e Música no Novo Testamento e nos Primeiros Séculos d.C. O modelo de adoração do Novo Testamento segue o modelo do templo do Antigo Testamento e o da sinagoga até meados do quarto século ou quinto d.C. Os autores da igreja cristã durante os primeiros quatro séculos foram mudando de atitude gradativamente à medida que o helenismo foi se infiltrando dentro do cristianismo, até a queda do Império Romano. Com o passar do tempo a ala progressista a favor do sincretismo helenista, ganhou pela maioria contra os que eram a favor da identidade de uma religião bíblica.[47] Nessa época encontramos Clemente de Alexandria que escreve a respeito dos pagãos dizendo: "fazem barulho com címbalos e tambores, rangendo com instrumentos de frenesi... A flauta pertence a estes homens supersticiosos que correm à idolatria. Mas nós baniremos estes instrumentos de nossas sóbrias e descentes reuniões".[48] O canto vocal sem instrumento era o mais prezado por todos os pais da igreja sem exceção, como sendo o canto que agrada ao Senhor.[49] Como o perigo da infiltração vinha de duas frentes ideológicas, a latina e a grega, estes cristãos optaram por cantarem somente música vocal, sem instrumentos, com letras dos salmos, imitando assim o costume dos rabinos nas sinagogas. As evidências mostram que a igreja cristã primitiva empregara judeus convertidos como cantores e estes usaram o mesmo estilo que se usava na sinagoga.[50] Os dois tipos de música usados na igreja eram o responsorium e o canto antifonal. Ambos eram de origem bíblico-judaica, e esta última tendo sua origem no Antigo Testamento.[51] Estes cantos eram do tipo cantochão, isto é, seguindo o modelo da sinagoga, que por sua vez seguiam a acentuação dos textos bíblicos como tonalidade e ferramenta sintática. No concílio de Laodicéia (360-381 d.C.) se proibiu completamente qualquer canto que não usasse as Escrituras como letra dos hinos no serviço de culto na adoração na igreja. Essa decisão tinha o propósito de neutralizar o efeito da influência gnóstica que estava usando a música sacra da época como meio de propagar as suas idéias teológicas, isto é música sacra com letras contendo uma teologia contrária à da igreja.[52] Temos que levar em consideração que essa época (1-5 séc. d.C.) era o auge dos escritos apócrifos, pseudo-epígrafos, seitas cristãs heréticas diversas, como as de Marcião, Ário e outras dentro do judaísmo, mais o paganismo, a filosofia greco-romana e o domínio militar dos romanos, tudo isso somado à ameaça cultural e bélica dos bárbaros. Portanto essa época era crítica na questão da ameaça de uma nova cosmovisão que avançava de forma progressiva colocando em risco a existência da jovem igreja cristã. Esta igreja devia tomar uma decisão entre se conformar com a nova visão de adoração ou crer que Deus supriria o que fosse necessário para a sua sobrevivência numa nova ordem ideológica sem perder a sua identidade peculiar. A identidade da igreja primitiva já corria perigo de diluir-se em nome da justificativa de manter a sua existência diante de tantos concorrentes e num mundo onde o paradigma de adoração havia sido mudado pelo sincretismo da nova cosmovisão greco-romana. A igreja estava prestes a entrar na Idade Média.

1Musica

e Adoração, http://www.musicaeadoracao.com.br/artigos/meio/louvor_adoracao_esp2.htm


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