A qualidade como ferramenta de trabalho no dia a dia da empresa - OpCP71

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FLORESTAL: celulose, papel, carvão, siderurgia, painéis e madeira

FLORESTAL: celulose, papel, carvão, siderurgia, painéis e madeira ano 20 • número 71

a qualidade como ferramenta de trabalho no dia a dia da empresa
EdiçãoMultilíngue
www.RevistaOpinioes.com.br ISSN: 2177-6504
número
Divisão F
• Divisão F • mar-mai-2023 ano 20
71 •
• mar-mai-2023

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18 30 42 10 44 60 70 66 64 34 58 22 74 76 Capa: Aperam Bioenergia Índice: Aperam Bioenergia 16 26 36 48 50 54

índice

EDITORIAL DE ABERTURA:

10: Matheus Duarte de Brito Coordenador Técnico de Qualidade da LD Celulose

QUALIDADE COMO FERRAMENTA DE TRABALHO:

16: Reginaldo Gonçalves Mafia, Suzano

18: Matheus Esteves, Dexco

22: Davi Rauen e André Leonardo Nasser Pereira, WestRock

26: Eduardo Moré de Mattos e Arthur Vrechi, Geplant

30: Isabela Rodrigues de Campos Oliveira e Bruna Dinofre, Sylvamo

34: Fernando Palha Leite, Cenibra

36: Sergio Lopes dos Santos, Veracel

42: Nelson Sanches Bezerra Jr e Vanderlei Benedetti, Equilíbrio

44: Anna Carolyna Fernandes Ferreira, Aperam Bioenergia

48: Paulo Daniel Mancinelli, Suzano

50: Jozébio Esteves Gomes, Eldorado Brasil

54: Laércio Antônio Gonçalves Jacovine, UF-Viçosa

58: Amanda Rodrigues de Souza, Gerdau Florestal

60: Daniel Henrique Breda Binoti, Eldorado Brasil

64: Alexandre de Vicente Ferraz, PTSM/IPEF

66: Susete do Rocio Chiarello Penteado, Marta de Fátima Vencato e Leticia Andréia Nichele, Embrapa Florestas

70: César Gomes Vieira, Irani

74: Altair Negrello Júnior, Bracell Bahia

76: Franco Freitas Quevedo, CMPC

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Áudio: Acervo Suzano 03 06 02 08 09 01 10 11 12 13 15 18 17 16 07 05 14 04 19 20
quando

você estiver na estrada ��

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Se desejar ouvir o artigo numa outra língua, lido com voz nativa, localize o artigo desejado e toque na bandeira da língua que preferir. Além do português, estão à sua disposição os áudios em inglês, espanhol, francês e alemão. Pelo fato do artigo ser traduzido e lido por robôs com base em inteligência artificial, poderá haver pequenas imperfeições.

É lógico que você não precisa viajar para desfrutar desse conforto. O sistema também funcionará na sua mesa de trabalho, andando no parque, na esteira da academia, nas ruas congestionadas da cidade grande ou no sofá da sua Casa.

Boa leitura ou boa audição, como preferir.

Matheus Duarte de Brito, LD Celulose
Reginaldo Gonçalves Mafia, Suzano 03: Matheus Esteves, Dexco
Davi Rauen e André Leonardo Nasser Pereira, WestRock
Eduardo Moré de Mattos e Arthur Vrechi, Geplant
Isabela Rodrigues de Campos Oliveira e Bruna Dinofre, Sylvamo
Fernando Palha Leite, Cenibra
Sergio Lopes dos Santos, Veracel
Nelson Sanches Bezerra Jr e Vanderlei Benedetti, Equilíbrio
Anna Carolyna Fernandes Ferreira, Aperam Bioenergia
Paulo Daniel Mancinelli, Suzano
Jozébio Esteves Gomes, Eldorado Brasil
Laércio Antônio Gonçalves Jacovine, UF-Viçosa
Amanda Rodrigues de Souza, Gerdau Florestal
Daniel Henrique Breda Binoti, Eldorado Brasil
Alexandre de Vicente Ferraz, PTSM/IPEF
Susete do Rocio Chiarello Penteado, Marta de Fátima Vencato e Leticia Andréia Nichele, Embrapa Florestas
César Gomes Vieira, Irani
Altair Negrello Júnior, Bracell Bahia
Franco Freitas Quevedo, CMPC
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a construção de um programa

A busca por caminhos para competir com as expressivas e repentinas mudanças de mercado se tornou máxima em muitas empresas florestais nos últimos tempos. O empresário e autor Adam Grant, em seu livro Pense de Novo, alerta para o quão relevante é repensarmos as “certezas” no momento atual em que vivemos.

Padrões, métodos, mindsets que tanto tornaram nossos caminhos corporativos previsíveis se mostram, hoje, voláteis em muitas situações correspondentes. O fato é que precisamos, de imediato, nos preparar técnica e mentalmente para viver em uma realidade mais mutante.

Como em qualquer outra cultura agrícola, nas culturas florestais, há fatores que, claramente, sabemos que não podem ser controlados (fatores climáticos, por exemplo). Assim, o que nos cabe é adotar estratégias efetivas dentro do nosso espectro de ação. Dentre as possibilidades, estão o controle de custos de produção da madeira e ações para manutenção e melhorias na produtividade florestal. Relacionado a ambas perspectivas (custo e produtividade), destaca-se, como caminho, a formação de programas de qualidade florestal.

Estruturar e alavancar um programa de qualidade, na indústria de base florestal, começa com o desejo da gestão de iniciar um processo de mudança. Esse desejo pode partir do “amor” ou da “dor”.

Diante do crescimento orgânico de um negócio e da chegada de novos colaboradores e fornecedores, a demanda por rotinas de qualidade surge como parte da estratégia para atingir as produtividades potenciais e superar as metas de custos.

Diagnósticos, análises, discussões de resultados, procedimentos técnicos, gestão de pessoas e, até mesmo, paradigmas do modelo corporativo vigente, conduzem e subsidiam a formação de um sistema de gestão da qualidade na empresa.

A partir desse ponto, desdobram-se novas direções para sustentação e evolução do modelo de produção de madeira ancorado na cultura da qualidade. Dentre os vários pilares que podem compor a base para a formação de um programa de qualidade florestal, destacam-se: o comprometimento das lideranças, a definição clara de processos e rotinas, a integração técnico-operacional, a capacitação dos colaboradores e o fomento da cultura de qualidade.

A liderança envolvida na concepção de um programa de qualidade tem, além de desafios técnicos, a missão de promover a confiança entre os stakeholders, a clara visão do negócio e a sustentação do novo modelo de trabalho, focado em melhoria contínua.

Esse desafio pode ampliar-se quando, somada à necessidade de mudança, existem, na empresa, equipes, processos ou metas em desenvolvimento e paradigmas ainda não superados. A liderança deve ser eficaz e comprometida para a implementação bem-sucedida da qualidade florestal como componente da geração de valor no dia a dia do empreendimento.

Ao deixar claras a visão e a estratégia, focadas na melhoria contínua, e o incentivo ao envolvimento dos funcionários, fornecendo recursos e suporte, os líderes dão passos expressivos para o sucesso em controles operacionais e avanços em produtividade.

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Q Índice editorial de abertura
Dentro da concepção da qualidade, não faria sentido haver prazos para término de um programa de qualidade florestal em razão de, continuamente, surgirem novas necessidades, pessoas, adversidades, projetos, oportunidades a serem exploradas. "

de qualidade florestal

Mapear e padronizar processos e rotinas são outros pontos relevantes para fortalecer a presença da qualidade no dia a dia operacional. Via gestão da rotina desenvolve-se, entre outros aspectos, respaldo técnico que consideram particularidades de cada site florestal, que, muitas vezes, estão dispersos, com desafios locais de gestão.

O entendimento claro dos fluxos corporativos ainda contribui para potencializar e otimizar os diferentes backgrounds técnicos que as equipes possam ter.

É relativamente comum equipes operacionais serem constituídas por colaboradores que carregam as mais diversas bagagens, tanto técnicas quanto pessoais.

Nítido é que há o desejo, por parte dos profissionais, em somar para os bons resultados. Porém, se todo esse background não for trabalhado de maneira estruturada e sistêmica, com as ferramentas adequadas, ele ficará aquém do seu potencial, podendo, em alguns casos, até mesmo comprometer a qualidade florestal.

O alinhamento técnico quanto às rotinas operacionais também poderá conduzir a ganhos em produtividade e eficiência, além de constituir fonte de informações para a gestão técnica da atividade, identificando gaps críticos.

A gestão integrada de processos técnicos é outro pilar que pode ser considerado chave para um programa de qualidade florestal em formação.

Abrir nova frente de aproximação entre operação, planejamento, pesquisa e desenvolvimento, via qualidade, torna o sistema mais eficiente como um todo.

A qualidade florestal, dado seu estreito contato com as demais áreas da empresa de base florestal, pode, via informações e suporte estruturado em campo, apontar necessidades de ajustes em programações operacionais, procedimentos técnicos, implantação de novas tecnologias, além de contribuir significativamente para o êxito na instalação de experimentos em plantios.

As oportunidades são identificadas em todos os níveis de avaliação: processos (preparo de solo ou derrubada, por exemplo), florestas jovens (avaliação de 45 dias, por exemplo) ou florestas adultas (avaliação após 12 meses de idade, por exemplo).

A visão integrada dos processos florestais potencializa a capacidade de análise, tomada de decisão e assertividade. A estruturação do programa de qualidade proporcionará frente adicional à categorização de demandas a quente (ver e agir, por exemplo), de demandas preventivas ou de estratégias de médio e longo prazos, com bons potenciais de ganhos.

Matheus Duarte de Brito
Opiniões
Coordenador Técnico de Qualidade da LD Celulose

Desenvolver um programa de qualidade florestal implica também fortalecer treinamentos técnicos. Treinar equipes e seus líderes, considerando suas particularidades (muitas vezes em nível de colaborador) e de maneira contínua, contribui para a cultura de qualidade, seja ela em estado de formação ou de manutenção.

Constituir um programa de qualidade muitas vezes traz desconfianças, resistências, receios, entre outros fatores. A presença continuada do tema qualidade, via capacitação, colabora para desmistificar paradigmas e dissolver obstáculos ao novo mindset na empresa.

Desse modo, novos colaboradores já se conectam com a qualidade e, aqueles com maior tempo de casa, via Diagnóstico Técnico Operacional (DTO), por exemplo, mantêm-se em linha com o compromisso da melhoria contínua.

Caso a qualidade não tenha espaço nas agendas rotineiras de treinamentos, ela tenderá a perder força e a energia investida. Qualidade e treinamentos operacionais devem caminhar sempre juntos, focados em proporcionar aprimoramento técnico-operacional.

Trabalhar qualquer aspecto cultural no dia a dia das organizações nem sempre é tarefa fácil, seja ele no âmbito da segurança ocupacional, do clima organizacional e, claro, da qualidade florestal.

Não é difícil encontrar setores de qualidade operacional sendo taxados de fiscalizadores, vigilantes. De certa forma isso pode não estar errado. A diferença está no nível de maturidade que é assimilada a presença e o conceito da qualidade, diante das pressões no dia a dia.

Nem todos gostam de ser avaliados ou auditados, tirar uma nota ruim gera as mais diversas reações. Contudo, por outro lado, é gratificante quando há reconhecimento de um trabalho bem-feito, que exigiu esforços e fortes mobilizações. Ainda é desafiador para muitos, mas é possível encarar um resultado ruim na qualidade como oportunidade de evoluir, prosperar.

Para que uma empresa atinja esse patamar de consciência e engajamento na cultura da qualidade, as formas de comunicação (horizontal, por exemplo) assumem protagonismo. Assim, poderá ser favorecida a criação de hábitos e costumes que fortalecem o processo de qualidade, gerando uma cultura de melhoria contínua bem-sucedida.

Por último, também pode ser considerado um dos pilares de formação de um programa de qualidade florestal a atenção à organização, à frequência e à confiabilidade das informações geradas.

Bancos de dados integrados e análises (estatísticas, espectrais via imagens digitais, inteligência artificial, entre outras) poderão nortear planos de ações, bem como suas prioridades, referentes a questões até então desconhecidas, de resoluções não tão evidentes ou subjetivas. Por exemplo, a implementação de uma nova tecnologia ou aquisição de um maquinário.

Os dados utilizados devem ser frutos de amostragens satisfatórias (em quantidades e com boa distribuição espacial), com métodos de coleta e processamento mais automatizados e organizados, de maneira que possam gerar informações inteligíveis para diferentes níveis da estrutura organizacional.

Perguntas como “O que é relevante para cada público? Como e quando cada informação de fato agrega a cada processo? As consultas e o acesso às informações estão funcionais? O que deve ser priorizado?” auxiliam todo o processo de gestão da informação.

A implementação desses pilares (comprometimento das lideranças, definição de processos e rotinas, integração técnico-operacional, capacitação dos colaboradores, fomento à cultura de qualidade e gestão da informação) associada à persistência, à organização e à boa gestão de pessoas seguramente constituem caminhos para alcançar patamares satisfatórios em qualidade florestal e seus consequentes ganhos, como redução de desperdícios, controles de processos, otimização de recursos, atendimento às necessidades dos clientes internos, fomento à inovação, manutenção ou aumento de produtividade e redução de custos de produção, por exemplo.

Dentro da concepção da qualidade, não faria sentido haver prazos para término de um programa de qualidade florestal em razão de, continuamente, surgirem novas necessidades, pessoas, adversidades, projetos, oportunidades a serem exploradas. Em síntese, os resultados trazidos por um sistema de qualidade criam oportunidades que viabilizam a governança corporativa e sustentam a perenidade de uma empresa. n

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Q Índice editorial de abertura
13 Opiniões

Educação continuada

Imagine que você descobrisse que o médico com o qual você vai fazer uma cirurgia cardíaca na manhã seguinte se formou há 20 anos como o melhor aluno da sua classe, na melhor faculdade de medicina do País. Muito bom, hein?!

Entretanto, nos últimos 20 anos, ele não leu nenhum livro, nem participou de nenhum congresso, nem teve por costume ler regularmente revistas especializadas da sua área médica.

Você faria a cirurgia em paz?

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gratuita

No que se refere a nossa área, quantas tecnologias foram desenvolvidas e implantadas nessas duas décadas como o estado da arte e, depois de algum tempo, substituídas por uma nova opção, muito mais eficaz e eficiente, que tomaria o lugar da anterior, até ser igualmente substituída por uma mais nova ainda.

Quantas pragas e doenças apareceram, desapareceram, e algumas até voltaram? Quantas técnicas foram substituídas nesses últimos 20 anos?

Nenhum conhecimento é definitivamente eterno. A faculdade está sempre atualizada, mas tão somente até o dia da sua formatura. Os livros, igualmente, até o dia da sua publicação. As opções que são continuadamente atualizadas são os congressos e as publicações regulares das áreas.

Conhecendo esse cenário e o que passou a representar nesses 20 anos de operação para as universidades, centros de pesquisa e empresas do sistema agrícola e florestal, a Revista Opiniões decidiu abrir inscrições gratuitas para que todos os estudantes de todos os cursos de agroconhecimento, de qualquer parte do Brasil e do mundo, passem a receber gratuitamente as suas publicações.

O objetivo é fazer com que o estudante, desde o primeiro dia de aula, passe a participar da vida empresarial na qual se integrará, em alguns anos, já com atualizado conhecimento do que está sendo discutido, avaliado e implantado nas empresas. Muitos dos executivos e cientistas que hoje escrevem na Revista Opiniões declararam que liam nossas edições desde quando ainda eram estudantes nas universidades.

Ampliando o projeto de educação continuada, decidimos também abrir as inscrições gratuitas para todos os funcionários das áreas técnicas, agrícolas, industriais e admistrativas das empresas produtoras e fornecedoras dos sistemas florestal e sucroenergético de qualquer parte do Brasil e do mundo.

Todos os artigos da Revista Opiniões têm áudios traduzidos para 5 idiomas: português, inglês, espanhol, francês e alemão.

O acesso à informação dirigida é a mais eficiente forma de unificar e atualizar o conhecimento entre todos os funcionários em cargos de comando, bem como preparar os funcionários em ascensão para assumi-los. Esta é a mais eficaz e natural forma de gerar a educação de forma continuada.

Para se cadastrar na plataforma do programa de "Educação Continuada da Revista Opiniões" e passar a receber regular e gratuitamente as edições de nossas revistas, basta enviar um e-mail conforme especificado abaixo:

• Para: Jornalismo@revistaopinioes.com.br

• Assunto: Educação continuada gratuita

• Corpo do e-mail:

- Nome do funcionário ou estudante

- Área de trabalho ou curso que frequenta

- Nome da empresa ou da Universidade

- e-mail principal

- e-mail secundário ou pessoal

• Conforme a Lei nacional de proteção de dados, garantimos que as informações não serão utilizadas para qualquer outro interesse.

Opiniões Opiniões Opiniões

a qualidade do plantio

como alavanca para aumento da produtividade

Estamos vivenciando mais um ciclo de baixa oferta de madeira. Por outro lado, a demanda deverá aumentar nos próximos anos, considerando os novos projetos de fábricas de celulose, sobretudo na região Centro-Oeste do Brasil. Para pressionar ainda mais o setor florestal, tem sido comum observar problemas de produtividade atrelados às variações do clima, o surgimento de novas pragas e doenças e a expansão dos plantios para regiões de menor conhecimento e com maiores desafios para atingir altas produtividades. Além da baixa oferta de madeira, outro fator preocupante é a baixa disponibilidade de terras, que, devido ao avanço mais acelerado da agricultura, tem limitado, cada vez mais, a expansão da base florestal.

Considerando esses fatores de restrição, seja de aumento da base florestal ou das pressões do ambiente, cabe ressaltar a importância de atingir um alto nível de eficiência em produtividade florestal, o que depende de vários fatores, conforme figura em destaque.

Em geral, quando se buscam alternativas para o aumento da produtividade, normalmente aparecem duas vias principais de atuação.

A primeira consiste nos produtos advindos dos programas de melhoramento genético, ou seja, novos clones e sua correta alocação, considerando a interação genótipo-ambiente.

A segunda alternativa consiste em buscar otimizar as recomendações de silvicultura e manejo, incluindo, principalmente, espaçamento de plantio, adubação, preparo de solo, controle de plantas daninhas, entre outros.

Todavia, a qualidade dos plantios, sobretudo na fase de formação florestal, complementa a tríade fundamental para alcançar e manter altas produtividades. Sabe-se que a baixa qualidade, nessa fase, pode comprometer os ganhos advindos das duas outras vias. Aqui, podemos entender formação florestal como sendo todas as atividades de planejamento, os insumos e os serviços necessários para realizar o preparo da área, plantio e manutenção até o segundo ano da floresta. Essa fase, ao ser bem executada, é fator-chave.

Estamos vivenciando mais um ciclo de baixa oferta de madeira. A demanda deverá aumentar nos próximos anos, considerando os novos projetos de fábricas de celulose, sobretudo na região Centro-Oeste do Brasil. "

Reginaldo Gonçalves Mafia

Gerente de Tecnologia de Manejo Florestal da Suzano

qualidade como ferramenta de trabalho Q Índice

Existem basicamente duas formas de avaliar a qualidade na formação florestal. A primeira é indireta e consiste em avaliações da qualidade dos insumos e das atividades operacionais. Partindo do princípio de que as recomendações técnicas estão adequadas e ajustadas às condições de plantio e cultivo, podem-se empregar metodologias e gerenciar indicadores para dose, intensidade, momento de aplicação, entre outras variáveis que podem impactar a qualidade do plantio.

A outra forma consiste em avaliar, de forma direta, o produto, ou seja, o próprio plantio resultante. Nesse caso, parâmetros de uniformidade, crescimento e sanidade, entre outros, podem ser avaliados como medidas de aferição e ajustes nos controles de qualidade, bem como para estimar o potencial produtivo dos plantios.

Em geral, o impacto da baixa qualidade na formação florestal é subdimensionado e, muitas vezes, não é percebido. Existe uma vasta quantidade de resultados de pesquisa demonstrando o efeito isolado de fatores que impactam a qualidade e, por consequência, a produtividade florestal.

Mas, na prática, geralmente esses fatores atuam conjuntamente e são responsáveis pelas variações de produtividade, mesmo em condições uniformes de cultivo. Isso é facilmente avaliado quando se comparam informações de inventário a partir de extratos uniformes. Nessas situações, é comum observar grandes variações, mesmo se tratando de plantios de um mesmo material genético, em

um ambiente de solo e clima uniformes e sob o mesmo manejo silvicultural. Nessas situações, pode-se inferir que parte dessa variação pode ser explicada por diferenças na qualidade das etapas de formação florestal.

Partindo do princípio de que a qualidade é fator-chave para atingir altas produtivas, o que limita a sua exploração em nível máximo na prática? Apesar de ciente da sua importância e da existência de várias ferramentas para avaliação, monitoramento e gestão, como a produção de madeira é um processo complexo, vários fatores acabam influenciando. Notadamente, esses fatores atuam mais fortemente em situações atípicas.

Apenas como um exemplo disso, em grandes projetos de expansão florestal, em novas regiões, as limitações têm início com a baixa oferta de mão de obra, especialmente qualificada, seja para contratação, seja de prestadores de serviços. Adicionalmente, nessas situações, ocorre limitação na oferta de mudas de boa qualidade, clones adaptados, entre outros insumos essenciais. O somatório desses e outros fatores acaba limitando o atingimento de alto padrão de qualidade.

Para finalizar, logicamente é fundamental investir em melhorias de processo, aumento da granularidade das informações e da precisão das recomendações no uso da inteligência artificial, bem como em inovações tecnológicas para aumentar a produtividade florestal. Mas, sem garantir a qualidade na execução, praticamente os ganhos advindos dessas iniciativas não são aproveitados na prática. n

NÍVEL DE EFICIÊNCIA PRODUTIVA CONSIDERANDO OS FATORES QUE AFETAM A PRODUTIVIDADE FLORESTAL (NOTA: OS VALORES DO EIXO X SÃO APENAS ILUSTRATIVOS)

17 Opiniões Potencial Atingível Baseline Nível Eficiência Produtiva
3 - FATORES DEFINIDORES: Condições de clima (intensidade e distribuição) e do ambiente (solo, altitude, relevo, etc.) 2 - FATORES TÉCNICOS E OPERACIONAIS: Disponibilidade e alocação clonal, manejo (nutrição, preparo, espaçamento, etc.) e qualidade operacional
0 10 20 30 40 50 60 70 Produtividade de madeira (m3/ha.ano)
1 - REDUTORES: Pragas, doenças, déficit hídrico, incêndios, plantas daninhas, etc.

qualidade como ferramenta de trabalho

simplificação e proximidade

Após década de estabilização e até redução dos preços da madeira, o Brasil agora passa por crescentes expansões de áreas plantadas de florestas. Alguns ativos florestais, de pequenos a grandes, passaram a ter sentido com os novos projetos inaugurados, ampliados e previstos.

Os usos e consumos da madeira cresceram, seja para energia, painéis, papel e celulose, exportações, e isso acelerou a colheita das florestas e, de imediato, a redução da idade média dessas florestas no País.

A corrida pela reposição florestal dessas áreas e expansão em novas ganhou um ritmo nunca antes presenciado, mesmo com as últimas altas de preços dos defensivos, fertilizantes, combustíveis e maquinários, que caminharam contra essa necessidade.

A diversidade de pensamentos, fruto das diferentes escolas vividas pelos profissionais, tem sido importante para rever aquilo que é essencial e garantir a manutenção dos níveis de qualidade. A criação de ambientes colaborativos e participativos tem catalisado as trocas dessas experiências.

Mas o que tem de novo em plantar e cuidar de uma floresta? De modo geral, no Brasil, as reposições e a ampliação desses ativos estão ocorrendo em ambientes edafoclimáticos diferentes dos já conhecidos pelos profissionais e antigos times. Oportunidades em áreas nobres, com altos índices de sítio, relevo plano e com logística de baixo custo dão espaço a encostas, menores áreas e regiões com menor potencial produtivo.

O perfil do trabalhador tipicamente rural já não existe, e não somente treinamentos passam a ser mais intensos e necessários: a proximidade dos gestores, sua habilidade de comunicação, o exercício da empatia e de proporcionar bem-estar, cuidando de suas equipes de tratoristas, trabalhadores rurais, operadores, vigias, motoristas estão sendo os modelos de maior sucesso para a entrega de resultados.

para viabilizar a promoção da cultura ;

para garantir o sucesso na promoção de uma cultura de qualidade, precisamos construir uma forte relação de confiança, proximidade com as equipes, internalização dos conceitos e alinhamento de todos em um mesmo propósito: melhorar sempre. "

Matheus Esteves

Gerente de Qualidade e Negócios Florestais da Dexco

Q Índice

PANORÂMICA DA QUADRA

CONTAGEM TRADICIONAL

SISTEMA DE CONTAGEM AUTOMÁTICA

SOBREVOO DAS FLORESTAS E ACERTO ENTRE AS ÁREAS DE QUALIDADE E OPERACIONAIS SOBRE AS AÇÕES ADEQUADAS

VER E AGIR: PLANEJAMENTO ENTRE AS EQUIPES SOBRE O ALINHAMENTO DAS AÇÕES ADEQUADAS A SEREM REALIZADAS

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Opiniões

Para manter e superar indicadores de qualidade de processos e de florestas dentro de margens preestabelecidas, a Dexco, além da formação e da troca de vivências entre mais e menos experientes nas unidades operacionais, tem atuado fortemente no posicionamento das equipes que medem e monitoram qualidade, no princípio do Ver e Agir. As oportunidades de identificação de anomalias são tão grandes quanto as oportunidades de reestabelecer processos dentro dessas margens previstas, através da proximidade, da orientação e do estabelecimento de compromissos.

Superamos aquela fase em que apenas as equipes de qualidade eram donas do assunto e atuavam como fiscalizadores de entregas. A evolução ocorreu e segue na contribuição e orientação das equipes:

1. No momento das aferições dos processos enquanto ocorrem e a que chamamos de avaliações de primeiro nível;

2. No momento dos levantamentos de qualidade da floresta aos 45 dias, ajudando no direcionamento das operações prioritárias;

3. Nas avaliações de florestas de 3 a 12 meses, com ótimas reflexões juntos aos gestores e estabelecimento, em conjunto, de planos de ação direcionados.

A estrutura operacional da qualidade, organizada para garantir suporte às ofertas de processos e florestas da Dexco, e também da LD Celulose (união Dexco e Lenzing) e Caetex Florestal (união Dexco e Usina Caeté), atua em frentes de avaliações de processos de silvicultura, colheita, pátio de madeira, manutenção mecânica e avaliações de florestas com 45 dias, 3 a 6 meses e 12 meses. O grupo é formado por profissionais de diversos perfis e experiências anteriores, reunindo-se em engenheiro extensionista, técnico, especialista, analista, desenvolvedor/programador. E, aqui, temos a satisfação de compartilhar que equipes compostas por perfis que se complementam geram valor, resultados e bom clima de trabalho.

As equipes de qualidade, hoje, são percebidas sem sentimentos de medo, e sim como auxiliadoras, com um mesmo propósito, e parceiras na antecipação de desvios que possam acontecer.

Desde a aquisição dos primeiros drones em 2016, as rotinas e os cronogramas de monitoramento das equipes de qualidade passaram a ser frequentes e logo descentralizados, com a disponibilização de drones similares nas unidades operacionais para que fossem utilizados como mais uma ferramenta de trabalho.

Nas unidades operacionais, mantivemos a estratégia de uso de equipamentos portáteis, robustos e que possam auxiliar com rapidez e agilidade, a tempo de quaisquer intervenções (ex.: matocompetição, danos causados por formigas, erosões).

Para suportar e dar agilidade às numerosas avaliações de florestas, sistematizadas e executadas pela equipe de qualidade, as análises quantitativas de sobrevivência e lotação aos 3 meses de idade, antes feitas totalmente de forma manual, foram dando espaço a um sistema de contagem automática desenvolvido internamente pela equipe e com precisão que pode chegar a 98%, no caso de florestas com alta qualidade (alta homogeneidade de plantio e sem interferência de mato ou similares).

O sistema de contagem automática de mudas desenvolvido internamente utilizou-se de várias características de florestas para compor um banco de imagens capaz de sustentar uma precisão requerida em situações de floresta com qualidade.

Para casos em que há interferência de visualização da muda ou heterogeneidade de plantio, o sistema segue em melhoria do seu banco de dados.

O acompanhamento dos planos de ação construídos nas avaliações de processos e de florestas, acordados junto às unidades operacionais, faz parte das atribuições da área, assim como promover, junto às áreas de desenvolvimento, nutrição e manejo, melhoramento genético e mecanização, o necessário apoio e suporte às operações.

A frase de William Edwards Deming, referência na gestão da qualidade, que “ não se gerencia o que não se mede, não se mede o que não se define, não se define o que não se entende, e não há sucesso no que não se gerencia ”, mantém-se atual, e o entendimento e a internalização dos conceitos de qualidade de processos e, por consequência, o que se espera da entrega do nosso produto floresta, devem estar principalmente nas rotinas daqueles que realizam. Isso é o maior propósito e o que mais almejamos como área de qualidade.

Por fim, para garantirmos sucesso na promoção de uma cultura de qualidade, precisamos construir uma forte relação de confiança, proximidade com as equipes, internalização dos conceitos e alinhamento de todos em um mesmo propósito: melhorar sempre. n

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Q Índice qualidade
ferramenta
Opiniões
como
de trabalho

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qualidade como alavancadora de resultados

sociais, ambientais e econômicos

Em ambientes de negócios altamente competitivos, como é o caso do setor florestal, aliar produtividade à qualidade não é uma equação fácil, mas tem um papel essencial para a garantia do sucesso e da longevidade das operações. As organizações estão sempre procurando maneiras de aumentar a produtividade, simplificar as operações e reduzir custos. Quando falamos de produtividade no setor florestal, temos diversos exemplos de sucesso, os quais demonstram o quanto pensamos no curto, médio e longo prazo. As florestas plantadas do Brasil são as mais produtivas do mundo, resultado dos intensos investimentos em pesquisa e tecnologia, bem como da excelência do manejo florestal sustentável. Quando se trata de operações florestais, temos atingido ganhos exponenciais, seja pelas melhorias dos processos produtivos e/ou pelo uso de novas tecnologias. Isso posiciona o setor florestal brasileiro na vanguarda quando o assunto é sustentabilidade.

No entanto, um aspecto muitas vezes negligenciado é a qualidade no sentido amplo. A vitalidade de qualquer negócio só pode ser conquistada quando todas as suas atividades estiverem submetidas a fluxos contínuos de melhoria, trazendo como alicerce os aspectos sociais, ambientais e econômicos.

A busca pela produtividade sem levar em consideração o pilar qualidade pode trazer alguns ganhos de curto prazo, mas serão rapidamente consumidos no médio e longo prazo, impactando sobremaneira a sustentabilidade.

No setor florestal, a qualidade é uma fronteira a ser explorada e expandida. Trabalhar com qualidade dentro dessa atividade produtiva implica atuar de forma transversal na estrutura funcional da empresa, desenvolvendo conceitos, métodos e ferramentas de coleta, ampliação da base de dados, potencialização de sessões de aprendizagem e evolução da cultura de inovação e melhoria contínua.

A vitalidade do negócio só pode ser conquistada quando todas as suas atividades estiverem submetidas a fluxos contínuos de melhoria, trazendo como alicerce os aspectos sociais, ambientais e econômicos. "

Q Índice
qualidade como ferramenta de trabalho

Nesse caminho, é válido desenvolver e engajar os times operacionais que estão envolvidos ou participam do processo construtivo, entendendo que essas atividades se transformam e evoluem conforme as necessidades de seu tempo.

Na WestRock, excelência é um dos nossos valores. Somos determinados por atingir altos níveis de desempenho – para nós mesmos e para nossos clientes, investidores e comunidades. Enxergamos a qualidade como um meio para alcançarmos a excelência.

É o resultado de ações repetidas que se alinham com nossos valores e objetivos. Entendemos que a excelência não pode ser alcançada de forma instantânea, mas sim requer um compromisso constante com a melhoria contínua, a qual exige muito planejamento, execução, disciplina, entendimento da cadeira de valor, desenvolvimento de ferramentas e sistemas, uso de tecnologias, repensar processos e, principalmente, desenvolvimento de pessoas para criar uma cultura de qualidade onde cada um entenda seu papel e assuma sua responsabilidade.

Desenvolvimento de pessoas sempre foi e continuará sendo o grande desafio das organizações. Afinal, o que são organizações senão um conjunto de pessoas com um objetivo em comum? Nesse ambiente de negócios cada vez mais complexo, a qualidade exige uma cultura organizacional de trabalho em equipe, colaboração, apoio mútuo, foco no cliente, atuação transversal, visão de rede e de cadeia de valor.

A busca pelo aprimoramento da qualidade não pode ser somente da área de qualidade, mas sim um esforço coletivo, que permite a distribuição das responsabilidades por toda a organização, capacitando os funcionários a se apropriarem da qualidade, potencializando, assim, os resultados do negócio.

No setor florestal, há, ainda, diferentes modelos e estratégias de implementação da qualidade nas operações. A visão da área de qualidade da WestRock, por exemplo, é de descentralização. Para tal, desatrelamos a área de qualidade do controle de qualidade propriamente dito.

A área de qualidade é o segmento alavancador da cultura de inovação e melhoria contínua, com objetivo principal de apoiar as áreas operacionais com indicadores, sessões de aprendizagem, provas de conceito (POC), fóruns de discussão ex situ e in situ , busca de novas tecnologias e ferramentas, novos processos, identificando lacunas e conectando as operações, em busca da excelência no manejo florestal.

Já o controle de qualidade constitui-se um componente das operações florestais, os quais fazem uso das prescrições técnicas para corrigir os desvios de imediato, bem como sugerir melhorias nos processos produtivos.

Em linha com nossos comportamentos, ao explicarmos o porquê e alinharmos os objetivos, aumentamos o comprometimento e empoderamos aqueles que estão no dia a dia executando as operações florestais.

Não se pode ignorar a relevância do uso de tecnologias que geram e/ou potencializam impactos positivos, diretos ou indiretos, nos pilares da sustentabilidade.

Os resultados obtidos pela aplicação tecnológica da empresa materializam interfaces, fortalecem relacionamentos funcionais e ampliam capacidade de geração do conhecimento necessário à recorrente evolução da produtividade no sentido amplo; manutenção do balanço de retorno social, ambiental e econômico.

Bons exemplos disso são as tecnologias já consolidadas e que se integraram, oferecendo gestão e operação remotas, por meio de imagens aéreas ou outro tipo de sensor (realidade aumentada, realidade virtual, radares embarcados em satélites, aviões, drones ou monitoramento automatizado de operações de preparo de solos e adubação).

Todos esses resultados não são observáveis apenas no aumento de produtividade e no pilar econômico. Para além disso, eles agregam nas esferas sociais e ambientais.

Nossa área de qualidade também tem papel no desenvolvimento dos profissionais da operação e partes interessadas, buscando meios mais envolventes e atraentes de engajá-los, fortalecendo, assim, a cultura e conquistando novos aliados. Isso significa não somente ir ao gemba, promover e receber feedback contínuo, mas também engajar todos os níveis de liderança da empresa para suportar essa jornada. ;

23 Opiniões

como ferramenta de trabalho

Os profissionais à frente dessa área precisam, cada vez mais, desenvolver um perfil nexialista, ou seja, estimular a capacidade de integrar conhecimentos e habilidades de diferentes áreas e disciplinas, objetivando resolver problemas complexos e interconectados em prol da excelência.

Diante de um cenário onde a competição por terras é crescente, outro grande desafio da área de qualidade da WestRock é potencializar a produtividade do nosso material genético, o mais produtivo do mundo para Pinus taeda e Eucalyptus dunnii . Esse é um trabalho que integra diferentes setores da empresa, bem como institutos de pesquisas e universidades. Portanto, também é papel da qualidade atuar transversalmente, com visão de rede, conectando os pontos a partir de todo o conhecimento adquirido por meio dos indicadores, gerados pelo controle de qualidade.

Motivados pela eficiência e evolução de nossos pilares de sustentabilidade, avançamos no posicionamento de que a qualidade florestal precisa abranger e fortalecer as interfaces entre todos os segmentos operacionais. Não é o objetivo apenas lançar mão da velha retórica de que a qualidade vai agregar valor ao processo, mas sim persistir na busca por melhoria contínua, evitando desperdícios e alcançando um grau de excelência de produtos ou serviço que deve ir além da expectativa do cliente.

Tomando como base a experiência da WestRock, parece altamente recomendável desenvolver um conceito e uma plataforma que sustente e amplie a coleta de dados e a capacidade de processamento para geração de indicadores quantitativos e qualitativos. Essa plataforma também precisa garantir sessões de aprendizagem operacional, desenvolvimento de planos de ação e gestão de não conformidades, oportunidades de melhoria e inovação. O desafio é buscar a objetividade e a eficácia, reduzindo o nível de complexidade, implementar processos totalmente digitais, os mais automatizados possíveis, priorizando sempre proporcionar a melhor experiência para o usuário final.

Em nosso caso particular, desenvolver o sistema de gestão da qualidade foi imprescindível para sucesso na mudança de cultura. Aproveitar a expertise de todos, do nível operacional ao gerencial, a fim de garantir

que o BBP (Business Blueprint ) fosse aderente às necessidades do negócio, à experiência do usuário e capaz de abranger todas as áreas, foi um dos marcos na nossa estratégia de qualidade.

Além disso, é preciso dispor de um ambiente maduro para tratar as não conformidades e ocorrências de cada área, a qual colabora na definição de recursos, responsáveis e prazos. Para tal, contamos com suporte da alta liderança e dispomos de fóruns de qualidade estruturados, onde se discutem as ações para adequar e melhorar os processos produtivos. Também é preciso ter consistência na coleta de dados que integra o processo de envolvimento, engajamento e desenvolvimento das pessoas, trabalhando em três níveis:

• Nível 1 - Operação: responsável pelo controle de qualidade no dia a dia, em suas respectivas etapas de processo;

• Nível 2 - Equipe de qualidade: responsável por realizar auditorias e direcionar recursos onde se tem maior demanda, atuando também para ajudar a implementar melhorias, novos indicadores, buscar novas tecnologias, realizar análises e ajudar na correção de desvios;

• Nível 3 - Cliente interno: é quem homologa todo o trabalho, na medida em que este é o próximo elo do processo monitorado e que participa com a mesma abordagem do nível 2. Especificamente nesse caso, o sistema e a sua arquitetura de processos devem estar preparados e ser capazes de atender a essas demandas, de forma intuitiva.

Manter as equipes que compõem os três níveis bem alinhadas é imprescindível para ter um processo de padronização de coleta de dados quantitativos e, principalmente, para a interpretação e a avaliação dos dados qualitativos.

Assim, alinhado a todo esse processo de qualidade, é preciso uma liderança atuante, que suporte a execução da estratégia, buscando, de forma contínua e ativa, melhorar a segurança das pessoas, aumentar a qualidade de vida no trabalho, a eficiência operacional e a produtividade, além de reduzir impactos ao meio ambiente, de desperdícios, de retrabalhos e de custos, sempre contando com a contribuição da visão estratégica da área de qualidade, para maximizar os retornos sociais, ambientais e econômicos. n

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Q Índice
Opiniões
qualidade

como avançar para

uma visão mais ampla e sistêmica?

Historicamente, a qualidade florestal sempre foi associada à precisão na execução das prescrições silviculturais, medindo a habilidade da operação em cumprir os procedimentos, como se a distância entre linhas e covas está dentro de uma oscilação razoável, se a profundidade do preparo está dentro do limite, entre outros. Em resumo, o foco sempre foi maior no processo.

Contudo, como podemos inferir se essas ações e as prescrições estão garantindo que a floresta atinja a produtividade almejada? E, indo além, como determinamos qual o nível de produtividade a ser atingido?

Aproveitemos o exemplo a seguir para ilustrar esses questionamentos.

Caso 1: A recomendação foi usar 1.111 árvores por hectare. Contudo, após o plantio, observou-se que havia, de fato, 1.250 árv/ha. Após 30 dias, a mortalidade apontada foi de 5%. Talhão reprovado no controle de qualidade.

Caso 2: A recomendação foi executada à risca, 1.111 árv/ha. Após 30 dias, apontou-se 0% de falhas. Excelência operacional constatada pelos mecanismos de aferição da qualidade.

Um talhão ao lado do outro, mesmo solo, mesmo clone, mesmas condições. Qual deles você escolheria para ser o campeão de produtividade?

É claro que não podemos simplificar dessa forma processos complexos e que envolvem uma infinidade de fatores, como a disponibilidade de mudas, capacidade operacional, grau de profissionalização, pragas, déficit hídrico, etc. Mas a provocação é válida para refletir se estamos adotando os melhores critérios ao medir a qualidade florestal.

Nosso intuito aqui é convidar o silvicultor a refletir sobre os processos e retomar as rédeas do pensamento florestal sobre como as árvores crescem, considerando a qualidade também sob a óptica do produto.

1. Qualidade do processo x Qualidade do produto: Entendemos que, tão ou mais importante que o processo, é a qualidade do produto, que, em nosso caso, é uma floresta bem formada, resiliente e que vai garantir uma produção eficiente de madeira ou outros produtos florestais.

Geralmente, partimos da premissa de que a excelência das operações vai garantir a qualidade do produto. Mas isso nem sempre é valido, e é justamente aí que estão as oportunidades de ganhos.

Entretanto, sempre houve um desafio nessa questão. Tradicionalmente, o indicador utilizado para avaliar a qualidade do produto é a própria produtividade - o IMA (incremento médio anual). Ocorre que o IMA não é comparável em

Como já diz a máxima de gestão: o que não é medido não é gerenciado. Contudo, é essencial ter uma análise crítica dos controles. Estamos medindo o que verdadeiramente importa? "

Q Índice
qualidade como ferramenta de trabalho

O fato é que é essencial existir um processo robusto, bem definido e dinâmico para determinar a produtividade-alvo do manejo florestal. E não somente para gerar um indicador relativo de qualidade do produto, como citamos, mas é a base de um planejamento florestal eficaz e responsável.

diferentes condições, ou seja, entre o processo (silvicultura) e o produto (madeira) está o ambiente de produção (solo, relevo, clima). E é justamente a variação nos ambientes de produção que não permite inferências de causa e efeito entre processo e produto. A influência do ambiente de produção precisa ser considerada e ponderada.

Uma solução é adotar um indicador de qualidade do produto relativo, ao invés de absoluto como o IMA. No entanto, relativizar o IMA passa, necessariamente, por um outro desafio: estabelecer um alvo de produtividade dinâmico (para cada talhão e rotação).

2. Produtividade-alvo (ou atingível): Estabelecer a produtividade-alvo é um desafio frequentemente encontrado em nossas conversas com profissionais do setor. Apesar de todos sentirmos as mudanças climáticas, ainda se segue adotando a produtividade da rotação anterior como guia. Em outros casos, o alvo é o máximo IMA já registrado no passado, opiniões empíricas de especialistas ou a famigerada produtividade da planilha, que ninguém sabe ao certo de onde surgiu, mas vem sempre antes do projeto se materializar e sobra para o silvicultor

“fazer dar”.

Exemplo de influência do ambiente sobre a expectativa de produtividade. Simulação de sucessivas rotações em um mesmo local de plantio, em diferentes anos de plantio, com diferentes condições de crescimento em cada rotação. PERFORMANCE DO MANEJO

Aqui é interessante introduzir um conceito relevante, da teoria dos Yield Gaps: quando falamos em produção eficiente, precisamos avaliar a qualidade do produto não só pelo volume de madeira ou IMA, mas pela razão do quanto se produziu (Produtividade Real) em relação ao quanto se poderia produzir (Produtividade Atingível), dado o ambiente de produção e condições ideais de manejo.

Nós batizamos essa razão de Performance do Manejo, um indicador que tem a vantagem de ser padronizado e permite comparar diferentes condições de clima, solo, idades, épocas de plantio etc. Em geral, temos encontrado oportunidades de ganho na ordem de 20% com ações para aumentar a performance do manejo.

Por mais que isso tudo pareça complexo, hoje temos ferramentas e bases de dados que nos permitem evoluir, graças a uma dedicada comunidade científica e avanços computacionais. Adotamos a teoria dos Yield Gaps, modelagem ecofisiológica, sensoriamento remoto, estatística, mapeamentos geográficos e tecnologia para resolver esse “quebra-cabeça”.

Essas foram as ferramentas que escolhemos, mas não é a única abordagem, existem diversas outras.

3. Medir para gerenciar: Como já diz a máxima de gestão, o que não é medido não é gerenciado. Contudo, é essencial ter uma análise crítica dos controles de qualidade. Será que estamos medindo o que verdadeiramente importa? Quais desvios são realmente aceitáveis? Quais são os processos críticos e seus impactos na produtividade? Esses questionamentos têm sido bastante comuns por onde andamos.

Muitas dessas respostas podem estar nos estudos observacionais, analisando as relações entre processo e produto citadas anteriormente, afinal, os plantios são um verdadeiro laboratório a céu aberto.

Isso nos permite explorar com mais plenitude nossas ricas bases de inventário florestal, identificar, quantificar e

27 Opiniões
PRODUTIVIDADE
VOLUME TOTAL SEM CASCA (m 3 /ha) 400 300 200 100 0 1 2 3 4 5 6 7 IDADE (anos) VOLUME TOTAL SEM CASCA (m 3 /ha) 400 300 200 100 0 1 2 3 4 5 6 7 IDADE (anos)
DE REFERÊNCIA SIMULAÇÃO
Em um benchmarking com mais de 10 mil talhões, nas principais regiões florestais do Brasil, identificamos oportunidades de ganho de produtividade da ordem de 20 %, em média. ;

priorizar ações sobre os gaps de manejo e avançar em uma gestão da qualidade florestal mais ampla e sistêmica.

4. Autorregulação e melhoria contínua (a história da sopa): Constatar não conformidades no pós-operação é importante, mas possibilitar estratégias para sanar prejuízos de desvios, principalmente em operações que não permitem correções (o preparo de solo, por exemplo), deveria ser o foco. Hoje, existem soluções tecnológicas embarcadas que geram alertas e permitem ajustes em tempo real, para garantir o alinhamento de plantio, controle de dosagem, taxa de aplicação e sobreposição em pulverizações, entre outros.

Como aprendemos com um grande mestre do setor florestal: “A sopa poder ser bem temperada, preparada com os melhores ingredientes e pelo melhor cozinheiro do mundo, mas se

Ou seja, não basta medir e só depois constatar ou não a conformidade. Isso gera distanciamento e atrito entre as equipes operacionais (quem faz), de pesquisa, de planejamento (quem fala como faz) e de qualidade (quem afere o que foi feito). Para nós, o foco deveria ser muito maior em autorregulação e melhoria contínua do que em auditoria.

Outro aspecto importante são as relações na terceirização da silvicultura. É preciso pensar conjuntamente no investimento para melhorias e fortalecer relações de parceria. Acreditamos que, apenas quando há, de fato, a formação de times (e não de equipes), com foco no resultado da floresta, é que os melhores resultados se expressam.

Por fim, é fácil concluir que a maior tecnologia a ser trabalhada para garantia da qualidade florestal se encontra nos aspectos humanos e nas suas relações de interdependência. n

Exemplos de aplicação de estudos observacionais: análise da performance e recomendações de materiais genéticos de acorco com as características do talhões.

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ANÁLISE GENÓTIPO X AMBIENTE X MANEJO (CADA LINHA REPRESENTA
TALHÃO
RANQUAMENTO CLONAL)
UM
NO
Ranking: 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Clone A Clone
Clone
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Opiniões
qualidade como ferramenta de trabalho

Mudas Angico's: a biotecnologia no estado da arte

• A Angicos Brasil Tecnologia deu um salto na pesquisa tecnológica de ponta na silvicultura brasileira

• Baseados em expressivos investimentos, revolucionamos a pesquisa, criando uma nova realidade no segmento

• O avanço nos estudos sobre nutrição trouxeram melhorias significativas na estrutura do sistema radicular

• Produzimos mais de 60 milhões de mudas por ano

• Atendemos as maiores fabricantes de celulose do país que usam o eucalipto como matéria prima

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A genética em um novo patamar tecnológico

resultados diretos e indiretos da aplicação de

ferramentas de qualidade

A busca pela maximização da produtividade e pelo menor custo tem sido uma motivação e, ao mesmo tempo, um dos principais desafios das empresas florestais desde o nascimento do setor. Considerando que o valor investido no manejo da floresta precisa ser competitivo, a qualidade na execução das atividades se torna um fator determinante para alcançar essa combinação de produtividade e custo. Desde a década de 1980, as práticas e as ferramentas de qualidade têm sido cada vez mais demandadas e aprimoradas. Sejam controles, vistorias ou auditorias das operações, cada empresa adotou um modelo e um ritmo de aplicação da qualidade, porém, todas estão buscando os benefícios diretos e indiretos dessa prática.

Para haver uma maior sinergia e obtenção dos resultados esperados, é fundamental que a visão da equipe de qualidade e da equipe operacional esteja alinhada. Para que isso ocorra, a manutenção dos indicadores de qualidade das operações deve ser vista como responsabilidade de todos, desde os colaboradores de campo, operadores de máquinas até, e principalmente, os gestores. Por isso, na Sylvamo, nós adotamos um modelo híbrido de responsabilidade compartilhada, onde os controles e as auditorias são realizados tanto em nível operacional quanto estratégico.

Esse modelo nos permite uma amostragem suficiente para validar a eficiência das operações e, principalmente, para tomar decisões importantes para o nosso negócio.

O sistema de qualidade é composto por indicadores, que, por sua vez, são provenientes das avaliações e dos controles de rotina, em sua maioria executados pela equipe operacional, que é treinada e capacitada para tal. Em um segundo nível de controle, são realizadas as chamadas “auditorias”, que são avaliações mais completas e individualizadas de acordo com cada operação, que são conduzidas pelos líderes operacionais e validadas por uma equipe dedicada à qualidade. Ambos os níveis de controle são embasados em procedimentos operacionais validados por testes ou especialistas no assunto que comprovam ser aquela a melhor forma de atingirmos o “ótimo-econômico” de determinada operação.

Uma vantagem competitiva importante de se ter um setor dedicado à qualidade na empresa é a visão global de processo que ele proporciona. A equipe técnica de qualidade monitora indicadores de viveiro, silvicultura e colheita florestal. Acompanhando o processo da produção de mudas até as avaliações de área pós-colheita, é possível relacionar os impactos de diferentes índices para a qualidade da floresta e seus reflexos na operação seguinte.

Uma vantagem competitiva importante de se ter um setor dedicado à qualidade na empresa é a visão global de processo que ele proporciona.
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Isabela Rodrigues de Campos Oliveira e Bruna Dinofre
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Supervisora de P&D e Supervisora de Silvicultura da Sylvamo, respectivamente
qualidade como ferramenta de trabalho

Um exemplo é como a qualidade de mudas, que pode ser atestada através de parâmetros como enraizamento, rusticidade e coesão de substrato, impacta a operação de silvicultura em menores taxas de replantio, redução de irrigações e homogeneidade da floresta.

Dentro da silvicultura, para a coleta das informações das auditorias e controles nas nossas atividades diárias, utilizamos a tecnologia a nosso favor. Um exemplo disso é a comparação da dose recomendada versus a dose real de alguns insumos onerosos para a operação, como fertilizantes, herbicidas e inseticidas e medição exata de área trabalhada para efetuar o pagamento de prestadores de serviço que a telemetria proporciona, viabilizando uma melhor gestão dos nossos custos de insumos e serviços.

Para trazer agilidade e correção rápida de desvios, nossos líderes operacionais utilizam aplicativos móveis, que transmitem os resultados avaliados em campo, em tempo real, diretamente para nossos bancos de dados. Também utilizamos drones e VANTs para verificar as taxas de mortalidade de mudas após 90 dias do plantio, averiguar o acerto do espaçamento entre plantas e fazer levantamentos de danos por pragas, vento e outros fatores abióticos. Essa integração entre qualidade e tecnologia consolida a governança das atividades e acelera a tomada de decisões mais assertivas.

Aproveitando a maior frequência com que as equipes operacionais realizam seus controles, as equipes técnicas poderão direcionar seus esforços nas auditorias de maior relevância naquele momento. Podemos citar os checklists de máquinas e implementos, que têm a função de apurar se as máquinas estão em condições adequadas em relação à dosagem e à tecnologia de aplicação para executar suas atividades e se oferecem algum risco aos nossos operadores, às comunidades vizinhas, à vida silvestre ou aos cursos d’água, e todo o entorno é monitorado indiretamente. Caso qualquer item desse checklist se apresente não conforme, os líderes operacionais têm a autonomia de corrigir o problema em campo.

Na operação de colheita, verificamos, através de amostragem, qual a altura média dos tocos deixados após a operação, com o propósito de verificar se estamos aproveitando o máximo de nossas árvores dentro dos limites operacionais. Isso impacta o melhor aproveitamento da madeira, a redução de desperdícios e a garantia de abastecimento das fábricas.

Também avaliamos outros pontos de qualidade e segurança, como disposição de resíduos no talhão para que a próxima operação não seja prejudicada.

Admitindo-se que as ferramentas de qualidade, quando bem executadas, reduzem o retrabalho e o desperdício, consequentemente, contribuem para a redução de custo e ganho de produtividade no maior rendimento das operações, além de outros ganhos indiretos, como governança de políticas de meio ambiente e segurança do trabalho dos colaboradores envolvidos no ciclo de formação da floresta.

Não podemos deixar de mencionar a adoção de procedimentos operacionais e a padronização das atividades nos ganhos indiretos, gerando impacto positivo na segurança dos profissionais. Uma vez que deixamos claro o modelo a ser seguido, o como e o quando executar, fica mais fácil a adoção, mais generalizada e organizada pelas equipes. É assim com o uso de EPIs específicos para cada atividade, o manuseio correto de ferramentas, o manejo adequado de produtos químicos e sua dosagem de bula, entre outros.

Após todo esse trabalho em campo, são geradas bases de dados que se tornarão dashboards para a gestão à vista das nossas atividades em geral, facilitando a tomada de decisões. Com esses resultados, temos a prática de realizar reuniões de acompanhamentos mensais, das quais participam os responsáveis de cada área.

Essas reuniões nos auxiliam a mantermos um canal aberto entre as áreas operacionais e as equipes de qualidade, pois aproveitamos esse tempo para discutirmos, juntos, as oportunidades de melhoria. Aos desvios mais simples são geradas correções imediatas, e, para desvios mais complexos, são gerados planos de ações preventivos ou corretivos. Esses planos serão acompanhados até a sua finalização, buscando a melhoria contínua do processo.

O setor de qualidade na Sylvamo funciona como uma ponte entre as operações e o setor de pesquisa e desenvolvimento. É através das avaliações de qualidade que verificamos se as recomendações técnicas provenientes da pesquisa são factíveis com a realidade operacional e se os procedimentos estão cobrindo, de fato, todas as nossas operações. É assim que conseguimos apoiar na entrega de florestas produtivas e dentro do custo esperado pela companhia. n

31 Opiniões

qualidade como ferramenta de trabalho

desafios para uma efetiva gestão da qualidade

Um caminho natural para capitalizar os resultados dos trabalhos das áreas de pesquisa e da área operacional, de forma mais rápida e abrangente, é fazer com que exista um elevado nível de aderência entre aquilo que a área de pesquisa recomenda (via recomendações técnicas e procedimentos operacionais) e o modo como as recomendações são efetivamente realizadas pela área operacional.

Sendo a gestão da qualidade a principal mediadora entre a área técnica (pesquisa) e a área operacional, seu papel é fundamental para garantir essa aderência, permitindo, desse modo, a transformação de conhecimento em valor para a empresa. Esse valor é materializado em ganhos de produtividade e em redução de custos de produção, resultantes da performance satisfatória de processos realizados com elevados padrões de qualidade.

A realização de atividades inerentes a qualquer processo produtivo deve atender às especificações definidas nas recomendações técnicas e nos procedimentos operacionais. Esse é um pré-requisito para garantir o desempenho do processo dentro de padrões competitivos e sustentáveis. Para que isso aconteça de fato, é fundamental uma efetiva gestão da qualidade das etapas críticas do processo em questão, garantindo que os produtos resultantes atendam aos critérios de qualidade intrínseca, de custo, de prazo, de segurança e de moral especificados para as atividades monitoradas.

Sendo a gestão da qualidade a principal mediadora entre a área técnica e a área operacional, seu papel é fundamental para garantir essa aderência, permitindo, desse modo, a transformação de conhecimento em valor para a empresa. "

A princípio, pode parecer trivial, uma vez que diversas ferramentas do sistema de qualidade já são amplamente utilizadas no setor florestal há bastante tempo. Entretanto, para que o sistema da qualidade seja realmente eficiente e não seja apenas de caráter figurativo, existem vários desafios a serem superados pelos profissionais responsáveis pela condução da gestão da qualidade dentro das empresas. Dentre eles, podemos citar os seguintes:

1. Definir realmente quais etapas e quais indicadores (itens de controle e itens de verificação) devem ser monitorados. Recursos devem ser direcionados somente para as etapas e indicadores críticos do processo. Não é possível monitorar tudo, e não agrega em nada monitorar etapas e indicadores que não são críticos. Ajustes devem ser feitos tanto na frequência como na intensidade dos monitoramentos, de acordo com a criticidade da atividade. É importante observar que o ranking de criticidade pode mudar com o tempo.

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2. Fazer com que haja o entendimento, por parte de todos os envolvidos, de que o monitoramento é somente um dos meios e não o fim principal de um sistema de gestão da qualidade. Ou seja, é mais importante saber como analisar e tratar as tendências de eventuais desvios apontados no monitoramento do que somente medir e apontar eventuais não conformidades.

3 . Separar problemas de não atendimentos às especificações de problema de capacidade do processo. Algumas vezes, os resultados podem estar mostrando não um problema com a performance da atividade, e sim que a capacidade de determinado processo foi superestimada. Nessas situações, espera-se determinado nível de performance , mas não acontece a disponibilização de recursos compatíveis para que o processo seja estruturado de modo a ter capacidade de entregar o nível resultado desejado.

4. Utilizar os resultados para contribuir para a definição de quais ações devem ser priorizadas

5. Criar meios para agilizar o diagnóstico da performance das atividades monitoradas, assim com a divulgação dos resultados para todas as partes interessadas, dando abrangência para todas as regiões da empresa. Quanto mais rápido soubermos que alguma atividade precisa de suporte, mais rápido poderemos direcionar recursos para prestar esse apoio.

6. Reconhecer equipes e pessoas comprometidas e dedicadas com a busca de padrões de excelência. Sempre há muito o que aprender com eles. O exemplo dessas equipes pode servir de motivação para outras.

7. Compartilhar e envolver a alta direção na gestão dos indicadores de qualidade dos processos. Esse passo é essencial para fortalecer a qualidade como um valor a ser cultivado dentro da cultura da empresa.

Se quisermos realmente realizar uma efetiva gestão da qualidade do processo de produção de madeira, os sete desafios abordados acima devem ser muito bem trabalhados pelos gesto-

35 Opiniões
Plantios da Cenibra na região de Santa Bárbara-MG

Opiniões qualidade como ferramenta de trabalho

programa Mata Atlântica

A restauração ecológica passou a ser considerada, ao longo do tempo, uma estratégia para a manutenção da biodiversidade e da integridade de ecossistemas, gerando bens e serviços ecossistêmicos.

Para que se possam restituir ecossistemas que sofreram distúrbios em grandes escalas e intensidades (não retornando ao estado de equilíbrio dinâmico), há necessidade de realização de projetos de restauração ecológica. A importância desses projetos é indiscutível para o reestabelecimento dos processos ecológicos e para a formação de florestas funcionais e sustentáveis.

Buscamos, aqui, de uma forma simples e objetiva, compartilhar reflexões, informações e práticas que, de alguma forma, possam contribuir para todas as pessoas interessadas nas questões ambientais e sua preservação.

O sucesso de qualquer empreendimento de restauração envolvendo plantios florestais depende de inúmeros fatores, como a escolha das espécies a serem utilizadas; as condições climáticas e de solos apropriados; os conhecimentos sobre ecologia; os métodos de restauração; a qualidade das mudas, do preparo e da fertilização do solo; o plantio e os tratos culturais; a prevenção e o

controle de pragas, doenças e matocompetição; a diversidade de espécies; a interação entre plantas e animais; as características ecológicas e fisiológicas das espécies; a tolerância à sombra; o entendimento sobre a dinâmica das florestas tropicais, dentre outros fatores.

A compreensão da funcionalidade dos ecossistemas naturais passa pelo desenvolvimento de tecnologias adequadas a diferentes contextos ambientais, econômicos e socioculturais, até a elaboração de indicadores de sustentabilidade capazes de facilitar o acompanhamento e a avaliação da eficácia da intervenção realizada.

Com a perspectiva de buscar melhorias no processo de restauração ecológica do já consagrado Programa Mata Atlântica, da Veracel, as áreas de Pesquisa e Desenvolvimento florestal, Qualidade e Sustentabilidade buscaram, em conjunto, avaliar a aplicação dos indicadores de manejo do eucalipto nas operações de restauração ecológica, sobretudo nos monitoramentos e na gestão da qualidade das operações.

No nosso ponto de vista, existem bons indicadores de produto (índice de sobrevivência, índice de diversidade, índice de crescimento etc.) para medir a eficácia dos programas de restauração.

No entanto, ainda há uma grande margem para a evolução na gestão dos processos na restauração ecológica, sobretudo na estruturação de indicadores operacionais e de qualidade, na adoção de novas práticas de manejo, novos insumos sustentáveis e ecologicamente recomendados, dentre outras oportunidades.

foi possível observar que há oportunidades na utilização das novas e consagradas tecnologias adotadas no manejo do eucalipto para as operações de manejo e restauração ecológica, como exemplo, os drones "

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Opiniões qualidade como ferramenta de trabalho

Na fase de planejamento da restauração, a caracterização da vegetação da área é favorecida pelo uso de tecnologias como o LiDAR (Light Detection and Rancing), imagens de satélite, geotecnologias e drones, que são complementadas pelas avaliações de campo, considerando também proximidade com fragmentos florestais, aspectos edafoclimáticos e período ideal de plantio. Dessa forma, a metodologia mais adequada para o local é estabelecida levando em consideração as características do ambiente no momento histórico de uso e ocupação do solo e aspectos ambientais ao redor da área a ser restaurada.

A avaliação da qualidade das mudas é um fator importante e deve considerar aspectos como formação radicular, rusticidade, altura, aspectos fitossanitários, tamanho, substrato, dentre outros requisitos.

Nas fases de preparo de solo (manual ou mecanizado), são monitorados espaçamento entre covas, faixas, núcleos e profundidade da cova.

No plantio, são avaliados a centralização da muda na cova, os danos mecânicos às mudas, o afogamento de coleto, a dosagem e a aplicação do gel de plantio e os cuidados gerais, como exposição de substrato.

Nas operações de adubação, deve se atentar à aferição da dosagem recomendada e à adequada localização na aplicação do fertilizante.

No controle de matocompetição, pragas e doenças, o suporte contínuo da área de Pesquisa e Desenvolvimento é imprescindível, sobretudo para a recomendação técnica de soluções de baixo impacto ambiental.

As avaliações de sobrevivência podem ser favorecidas com o uso de drones.

Tão importante quanto estruturar bons indicadores para a gestão da qualidade das operações, é definir rituais de gestão para análise crítica constante dos resultados,

preferencialmente com a participação de equipe multidisciplinar (Sustentabilidade, Operações, Pesquisa e Desenvolvimento), de modo a garantir que as oportunidades de melhoria identificadas sejam rapidamente tratadas.

Para que haja o efetivo processo de restituição do ecossistema degradado a uma condição que crie meios de restabelecer a conectividade local e da paisagem, é necessário considerar também a importância da qualificação e o constante aperfeiçoamento técnico das equipes operacionais, além da busca incansável por soluções que sejam mais avançadas em termos de saúde, segurança e ergonomia para as equipes de campo. As coletas das informações nos monitoramentos de qualidade são realizadas com o uso de coletores de dados, e o controle estatístico do processo é estruturado em relatórios em Power BI.

A nossa experiência tem demonstrado que existem inúmeras oportunidades de transferir o conhecimento e a expertise obtidos com o já consagrado manejo de eucalipto para o manejo das espécies nativas nos programas de restauração ecológica, por meio do aprimoramento dos procedimentos e de instruções técnicas operacionais, da definição de indicadores críticos de sucesso, da análise crítica dos resultados e a sua frequente revisão, atualização e melhoria (processo dinâmico).

Além disso, foi possível observar que há oportunidades na utilização das novas e consagradas tecnologias adotadas no manejo do eucalipto para as operações de manejo e restauração ecológica. Como exemplo, a adoção de drones em operações especializadas, a utilização de sistema de gestão de frotas para o devido acompanhamento e controle das máquinas e equipamentos (acompanhamento em tempo real, telemetria, localização, produtividade, eficiência operacional e disponibilidade mecânica), dentre outras.

O aperfeiçoamento do manejo da restauração ecológica passa, sobretudo, pelo estabelecimento de parcerias com universidades, centros de pesquisa e ecossistemas de inovação, grupos de trabalhos em parceria com instituições públicas e privadas e pela atuação integrada das áreas de Sustentabilidade, Operações, Planejamento, Pesquisa e Desenvolvimento, na busca por novas soluções e tecnologias.

Do ponto de vista de novas perspectivas, a verdadeira jornada da descoberta não consiste apenas em avançar por novas fronteiras, mas, sobretudo, em ver com novos olhares as oportunidades na gestão da qualidade das operações nos processos na restauração ecológica. n

Atuação

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Q Índice
integrada das áreas de Inovação, de Qualidade e de Sustentabilidade

Qual é o diâmetro do seu problema?

Qual é o diâmetro do seu problema?

Detalhe de encaixe para ferramentas de 4 lados

P Discos de corte para Feller: conforme modelo ou amostra

PDiscos especiais conforme desenho

• Disco de corte com encaixe para utilização de até 20 ferramentas, conforme possibilidade devido ao O externo.

• Diâmetro externo e encaixe central de acordo com a máquina

PUsinagem de peças conforme desenho ou amostra: Eixos, acoplamentos, roscas sem-fim transportadoras, roletes e tambores para esteiras transportadoras, tambores para pontes rolantes, cilindros hidráulicos e pneumáticos e outros.

D’Antonio Equipamentos Mecânicos e Industriais Ltda. Av. Marginal Francisco D’Antônio, 337 - Água Vermelha - Sertãozinho - SP Fone: 16 3942-6855 • 16 99794-1352 dantonio@dantonio.com.br - www.dantonio.com.br
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foco na valorização da qualidade florestal

O destaque mundial do setor florestal brasileiro deve-se, entre outras técnicas, ao melhoramento genético e às práticas de manejo operacional, desenvolvidos pelas empresas produtoras de madeira nas últimas décadas. Porém, vários fatores nos levam a acreditar que a avaliação da qualidade das atividades de implantação e de manutenção de projetos florestais também tem papel importante na obtenção da produtividade potencial e de um adequado balanço dos custos de produção. Apesar disso, existe uma grande dificuldade de mensuração desse papel, mesmo com todo o apoio da diretoria das empresas à excelência operacional de suas atividades.

Monitorar a qualidade das operações florestais permite maximizar a meta de produtividade, manter os custos dentro dos limites determinados pela empresa, garantir as metas das operações e avaliar o trabalho de prestadores de serviço ou de equipes operacionais próprias, definindo ações corretivas e melhoria contínua. Quase todas as empresas florestais usam sistemas de qualidade para monitorar a qualidade e a produtividade de suas operações.

Apesar disso, ainda é preciso melhorar a determinação da elevação dos custos e da redução da produtividade, vinculadas à baixa qualidade da formação florestal.

Essa quantificação pode ser aplicada para cada operação monitorada, ao invés de pesos, notas ou parâmetros isolados e sem nível comparativo, uma vez que cada empresa desenvolveu seus métodos e amostragem internamente.

Apesar do benchmarking entre as empresas e mesmo com aplicação de ferramentas da qualidade mundialmente conhecidas e difundidas pelo setor florestal, parece que o conceito foi aplicado de maneira inversa, ou seja, as operações a serem monitoradas, os parâmetros, os métodos e as intensidades de amostragem, bem como os limites das conformidades, foram estabelecidos antes da quantificação dos efeitos da qualidade das operações e de insumos sobre a produtividade e os custos.

A busca por esse conceito não pode ser feita isoladamente por um setor ou departamento, pois uma das necessidades básicas para nortear esses resultados é o estabelecimento de projetos de pesquisa, que incluam experimentação de rotina, a partir dos quais serão obtidas curvas de produtividade/custo baseados em doses crescentes de adubos e outros insumos, diferentes profundidades proporcionais de preparo de solo e de adubação, níveis de sobrevivência de plantios e outros parâmetros que possam ser quantificados baseados na perda da qualidade operacional.

Para isso, as ações da área da pesquisa devem estar coesas com as da qualidade, na obtenção e na análise desses dados. Baseado nesses resultados, os conceitos e padrões do manejo florestal serão mais bem definidos, auxiliando também a determinação do custo da perda da qualidade, respaldado por experimentação e análise financeira. Portanto, podemos determinar níveis ideais de conformidade, baseados numa análise financeira simulada sobre as per-

Monitorar a qualidade das operações florestais permite maximizar a meta de produtividade, manter os custos dentro dos limites, garantir as metas das operações e avaliar o trabalho de prestadores ou de equipes próprias, definindo ações corretivas e melhoria contínua. "

Q Índice qualidade
como ferramenta de trabalho

das decorrentes de desvios da operação, que atuariam diretamente sobre o controle da qualidade da atividade de campo.

É importante ressaltar que, atualmente, para se determinar a conformidade de uma atividade, normalmente há valores pré-determinados e, em algumas condições, sem análise do componente custo. Assim, quase unanimemente, as faixas percentuais de conformidade são fixas e usadas similarmente por diferentes operações, empresas e em diferentes condições regionais.

Valores pré-determinados de conformidade, sem o respaldo de pesquisa e experimentação, para uma análise de produtividade x custo, tendem a reduzir as ações que visam ao desenvolvimento para melhoria de máquinas e processos e, consequentemente, impactando a evolução destes. Portanto, não podemos esquecer que o valor dos insumos, aplicados em diversas fases da floresta, varia, bem como o valor da própria madeira. O comportamento de grande parte dos parâmetros avaliados pela qualidade também deve variar, e, assim, teremos conformidades definidas a cada ciclo, que seriam baseadas no custo dos insumos e das operações, no valor da madeira, no efeito da qualidade sobre a produtividade florestal.

É importante salientar que não pode haver contrassenso entre produção, meta e qualidade, quando se administram as operações para formação de florestas comerciais de alta produtividade. Assim, a valorização do setor de serviços e mão de obra, executores das operações, está diretamente ligada ao sucesso das florestas de alta produtividade. Recentemente, a evolução dos sistemas de coleta, transmissão, geração e armazenamento de dados, de forma mais padronizada e ágil, tem contribuído significativamente para as avaliações de qualidade.

Além disso, novas tecnologias de imagens geradas por satélites, radar ou ARPs (aeronaves remotamente pilotadas) complementam as informações da qualidade como direcionador ou mensurador. Também o surgimento de novas máquinas, com regulagens automáticas e acompanhamento das doses e áreas aplicadas, massificam o uso de novas tecnologias que garantem a qualidade de aplicação de herbicidas, fertilizantes e outros produtos. Um processo de criação de um módulo de qualidade operacional, onde a experimentação de rotina e uma comunicação positiva entre a área da qualidade e a de pesquisa florestal são fundamentais para um sistema de monitoramento que busca resultados de excelência junto às operações florestais. Outro aspecto importante a ser avaliado em um sistema de qualidade, visando à garantia das informações geradas e analisadas, é a estruturação e a valorização das equipes de monitoramento da qualidade operacional. A busca por profissionais capacitados, treinamentos constantes e remuneração compatível com a importância das informações levantadas é essencial para a representatividade das informações. É essencial que a estrutura organizacional de qualidade tenha gestão, autonomia e independência do setor operacional, podendo, assim, contribuir com ações corretivas que melhorem as condições das práticas fora de padrão, diretamente no campo, e impedir a continuidade das não conformidades.

Cada empresa, na formação do sistema de qualidade, deve focar sua própria realidade regional, considerando variações locais para que os procedimentos e ações estejam envolvidos com essas particularidades. Assim, o sistema de qualidade florestal passa a englobar características, procedimentos e pesquisas de várias condições entre essas empresas e dentro delas, melhorando continuamente seu nível de excelência operacional. Atualmente, tem-se observado um aumento significativo do uso de ferramentas e sistemas de qualidade florestal. Isso demonstra o entendimento do setor florestal quanto à importância do acompanhamento e da mensuração da qualidade, para garantir a máxima performance das operações e, consequentemente, a formação de florestas de alta produtividade. Porém, conforme citado, ainda temos grandes oportunidades de melhoria no que tange à implantação, à manutenção e à evolução da ferramenta. n

43 Opiniões
Controle de qualidade na colheita florestal

manejo florestal sítio-específico:

desafios e oportunidades qualidade como ferramenta de trabalho

Em 2022, a área total de florestas plantadas no Brasil com espécies do gênero Eucalyptus foi de 7,5 milhões de hectares, ocupando o primeiro lugar no ranking mundial de produtividade.

O protagonismo do setor florestal brasileiro se deve, principalmente, à adoção de boas práticas de manejo florestal, ao melhoramento genético, às condições edafoclimáticas favoráveis e, sobretudo, à inovação.

Os plantios de eucalipto estão presentes em todas as regiões do País, contemplando diferentes altitudes, topografias, temperaturas médias anuais, regime de chuvas e tipos de solo. Essa variabilidade representa um leque de sítios com diferentes potenciais produtivos, necessitando de condições específicas de uso e manejo para cada um.

No território brasileiro, por exemplo, há treze classes de solos, algumas passíveis de classificação até o quinto nível categórico, compondo uma ampla variedade

de pedoambientes contendo solos com diferentes graus de fertilidade natural, propriedades físicas e biológicas. Essa diversidade evidencia a necessidade do setor florestal em manejar florestas da forma mais específica possível, abordando todos os aspectos técnicos cabíveis.

Nesse cenário, a jornada para o alcance de patamares potenciais de produtividade requer o conhecimento profundo das características sítio-específicas de cada região, permitindo, assim, a construção de uma sólida estratégia de manejo florestal. Além disso, é importante reforçar que uma boa recomendação técnica deve ser sustentada pela qualidade das operações silviculturais para a garantia da assertividade do manejo florestal realizado. É imprescindível que as empresas tenham um órgão gestor de qualidade de seus processos, que garantirá que o manejo recomendado seja realizado com a eficiência e o rigor necessário.

Essas práticas juntas configuram o manejo florestal de precisão, resultando em aumento de produtividade, diminuição de custos, melhoria do desempenho operacional e sustentabilidade florestal. Assim, fica totalmente no passado a ideia de que há uma “receita pronta” para a silvicultura no Brasil, uma vez que a variedade de ambientes exige a diversidade das recomendações técnicas.

O protagonismo do setor florestal brasileiro se deve, principalmente, à adoção de boas práticas de manejo florestal, ao melhoramento genético, às condições edafoclimáticas favoráveis e, sobretudo, à inovação. "

Q Índice
Anna Carolyna Fernandes Ferreira Especialista em Manejo Florestal da Aperam BioEnergia

Muitas recomendações de manejo em plantios florestais ainda são realizadas considerando como caráter personalizado apenas o manejo da fertilização, através da definição das doses médias de fertilizantes por sítio, geralmente definidas após análises químicas e físicas do solo.

Contudo, outras recomendações sítio-específicas podem e devem ser realizadas, como a escolha do material genético mais adequado para cada região, o espaçamento de plantio considerando cada perfil climático, a adubação calculada com base na necessidade nutricional de cada material genético, o timing de adubação para cada clone versus época de plantio, os insumos específicos para cada época do ano, dentre outras estratégias, constituem as bases sólidas para o alcance da produtividade potencial.

Para o alcance desse nível de rigor nas recomendações técnicas, investimentos em pesquisa e desenvolvimento são essenciais para qualquer empreendimento florestal que almeja competitividade e liderança.

A Aperam, líder global na produção de aço 100% verde, certificada em neutralidade de carbono e pioneira no desenvolvimento de materiais genéticos com altos potenciais produtivos e tecnológicos, conta com uma área plantada de aproximadamente 76.000 hectares certificados por instituições reconhecidas globalmente.

A empresa tem como principal veia a inovação e sempre investiu em P&D florestal visando ao manejo florestal cada vez mais preciso, personalizado e sustentável.

Como resultados desses investimentos, as recomendações técnicas são sempre robustas e sólidas e também buscam contemplar as oportunidades e tecnologias desenvolvidas in situ.

Atualmente, uma das oportunidades capitaneadas pela empresa com caráter inovador é a aplicação de Biochar nos plantios comerciais, como condicionador de solo e driver de remoção de CO2.

Sabe-se que o clima é o principal responsável pelo teor de matéria orgânica nos solos nas regiões tropicais, devido às condições de altas temperaturas e precipitações. O agronegócio é responsável por cerca de 30% das emissões nacionais de gases de efeito estufa, portanto, práticas de manejo que visem a incrementos no estoque de carbono no solo são imprescindíveis para a garantia da sustentabilidade da produção florestal.

Hoje, o biochar é aplicado nas florestas da Aperam BioEnergia de forma operacional. Além da potencialização do sequestro de carbono, visualizamos como outros benefícios gerados pela utilização desse produto: a melhoria da CTC do solo, maior capacidade de retenção de água, melhoria da estabilidade de agregados, aumento da porosidade, aumento da biomassa microbiana do solo, melhor desenvolvimento de micorrizas, melhoria do sistema radicular, entre outros. Nesse sentido, o pioneirismo em ações como essa, o investimento em recomendações técnicas de qualidade e que reflitam a realidade de cada região colocam as empresas em altos níveis de excelência e extremamente competitivas no mercado. n

45 Opiniões

qualidade operacional:

uma grande preocupação da atividade florestal

A qualidade operacional é uma das principais preocupações em qualquer atividade econômica, incluindo as atividades florestais. A qualidade operacional refere-se à eficiência e à eficácia na execução de tarefas e operações, visando garantir a produção de produtos de qualidade, a segurança dos trabalhadores, a sustentabilidade ambiental e a maximização dos resultados financeiros.

As atividades florestais envolvem diversas operações, como o plantio, a colheita, o transporte, a armazenagem e a transformação da matéria-prima florestal em produtos acabados, como madeira serrada, celulose e papel.

A qualidade operacional em cada uma dessas etapas é fundamental para garantir a sustentabilidade da atividade e a obtenção de produtos de qualidade, e isso não é diferente na celulose da Suzano.

Um dos principais desafios das atividades florestais é garantir a segurança dos trabalhadores, que estão expostos a riscos de acidentes com máquinas, quedas de árvores, incêndios florestais e doenças ocupacionais. A qualidade operacional é um dos principais fatores que contribuem para minimizar esses riscos, por meio da adoção de boas práticas de segurança no trabalho, da utilização de equipamentos de proteção individual e coletiva e da capacitação dos trabalhadores.

Além da segurança, a qualidade operacional também é fundamental para a sustentabilidade ambiental das atividades florestais. A gestão adequada dos recursos naturais, como a água e o solo, a preservação da biodiversidade e a redução dos impactos ambientais são aspectos que dependem da qualidade operacional das atividades florestais. A utilização de técnicas de manejo florestal sustentável, a redução do desperdício de matéria-prima e a minimização dos impactos ambientais da cadeia produtiva são exemplos de práticas que contribuem para a qualidade operacional nesse sentido.

Além dos aspectos sociais e ambientais, a qualidade operacional também é importante para a maximização dos resultados financeiros das atividades florestais. A eficiência na execução das operações florestais, como o plantio, a colheita e o transporte, contribui para a redução dos custos e o aumento da produtividade, o que se reflete em uma maior rentabilidade da atividade. Por fim, a qualidade operacional é um aspecto fundamental para a competitividade das atividades florestais no mercado global.

Os consumidores de produtos florestais estão cada vez mais exigentes em relação à qualidade dos produtos e à sustentabilidade ambiental da cadeia produtiva, e as empresas que não adotam

Além dos aspectos sociais e ambientais, a qualidade operacional também é importante para a maximização dos resultados financeiros das atividades florestais. "
Q Índice
Paulo Daniel Mancinelli
Gerente de Excelência Operacional Florestal da Suzano
qualidade como ferramenta de trabalho

boas práticas de qualidade operacional correm o risco de perder mercado para concorrentes que oferecem produtos de qualidade superior.

Considerados todos esses importantes aspectos, é urgente a evolução e a transformação das nossas medições de qualidade através de uma revolução digital.

Na última década, pouco mudou nos processos de medição. Claro, saímos das anotações em papel e usamos celulares e tablets. Saímos de relatórios complexos para checklists on-line. Estamos, hoje, capturando imagens para suportar as avaliações.

Mas é preciso mais. E, para tal, estamos investindo em evoluir as medições com tecnologias já existentes em outros negócios e aplicações. Um bom exemplo é a utilização de reconhecimento de imagens para avaliação da madeira, suas dimensões, existência de cascas e sujidades como a areia. Computadores já são capazes de reconhecer pessoas, rostos, digitais. E nosso desafio é acelerar sua adoção em nossas medições.

Recentemente, tivemos avanços na utilização de câmeras comuns para detecção de cascas soltas, mas, em nossa estratégia, temos a evolução com câmeras multiespectrais, que são dispositivos capazes de capturar imagens em várias faixas espectrais ou comprimentos de onda, incluindo visível, infravermelho próximo e termal, o que permite que essas câmeras forneçam informações adicionais que não são visíveis a olho nu.

Outro ponto importante de avanço e pesquisa é a garantia da qualidade durante a execução das operações. Precisamos fazer evoluir nosso setor para que tenhamos feedback em tempo real para nossas equipes sobre a qualidade do que estão executando. Nesse sentido, são foco de nosso trabalho a utilização de câmeras e alarmes embarcados nos equipamentos com tal objetivo. Não há motivos para que os próprios harvesters possam monitorar comprimentos de tora e efetividade do descascamento, para ficarmos em exemplos simples e de possível implementação. Em casos como esse, a robustez de tais equipamentos são chave.

Essas medições on-line abrem novas perspectivas de gestão: elas permitem autocorreção de desvios antes que se perpetuem, mostram aos nossos colaboradores como estão importantes componentes de sua nota de qualidade durante o mês e os incentivam a monitorar e a competir, não só em termos de produtividade mas também de qualidade. Em resumo, a qualidade operacional é um fator crítico para o sucesso das atividades florestais, contribuindo para a segurança dos trabalhadores, a sustentabilidade ambiental, a maximização dos resultados financeiros e a competitividade no mercado global. As empresas florestais devem investir em boas práticas de qualidade operacional, como a capacitação dos trabalhadores, a utilização de tecnologias de ponta e a adoção de técnicas de manejo sustentável, a fim de garantir a perenidade da atividade e a obtenção de certificações. n

49 Opiniões

qualidade como ferramenta de trabalho

a qualidade nos processos operacionais: da muda ao transporte da madeira

Implementar um controle de qualidade competitivo em empresas de base florestal, sem onerar demasiadamente o processo, é um grande desafio. Pois as atividades estão distribuídas em milhares de hectares, com centenas de colaboradores atuando em mais de um turno de trabalho nas diversas operações existentes na ampla cadeia de produção florestal.

Para superar esses desafios, é necessário o comprometimento da alta liderança, de modo a garantir o engajamento de todos os colaboradores, a padronização e a melhoria contínua de todos os processos, reduzindo a incidência de erros e retrabalhos, o alinhamento entre as diferentes áreas, garantindo a qualidade dos processos e produtos em todas as fases do ciclo florestal de produção, e auditar os mesmos por meio de KPI’s e métricas eficientes, que permitam monitorar todo o processo, desde a muda até o transporte da matéria-prima produzida, a madeira.

As empresas do setor de base florestal vêm desenvolvendo diversas ações em diferentes frentes para garantir a qualidade dos processos e produtos florestais, desde a produção de mudas até a madeira entregue na fábrica.

Hoje, a maioria das empresas possuem processos meticulosamente mapeados e contam com avaliações e auditorias de qualidade em até dois níveis, em todas as operações das áreas de silvicultura, colheita, estradas, carregamento e manutenção mecânica para monitorar todos os seus parâmetros de qualidade.

Geralmente, a qualidade nas empresas do setor de base florestal inicia-se no viveiro, durante o processo de produção de mudas, onde são avaliadas todas as fases do processo de produção das plantas, desde a coleta de brotos até a carga pronta para ser expedida para o plantio.

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Hoje, a maioria das empresas possuem processos meticulosamente mapeados e contam com avaliações e auditorias de qualidade em até dois níveis, em todas as suas operações "
Jozébio Esteves Gomes
Coordenador de Competitividade e Projetos Florestais da Eldorado Brasil
Q Índice

Caminho da Qualidade

Avaliações realizadas pela própria operação (1º Nível).

ITENS DE CONTROLE

Já no campo, a avaliação da área de silvicultura comumente inicia-se com o combate a formigas, o controle de limpeza de área seguido do preparo de solo, a adubação, as mudas, o plantio, a irrigação, a sobrevivência, os replantios, a ocorrência de pragas e plantas daninhas. Hoje, praticamente a maioria das empresas do setor de base florestal realiza, aos 120 dias, uma captura de imagens da área com drones, para avaliar a sobrevivência e a homogeneidade das áreas.

Além dessa tecnologia de drones, a grande maioria das empresas vem empregando o uso de imagens de satélite para monitorar a ocorrência de plantas daninhas até os 6 meses.

Avaliações realizadas pelas áreas de apoio (Nível 2)

Dessa forma, o produto final da área de silvicultura são as florestas com qualidade, que continuam sendo monitoradas pelas equipes de inventário florestal, a partir de 1,5 ano até o momento do corte.

Já na fase de corte e baldeio da floresta na maioria das empresas do setor de base florestal, espera-se que a colheita entregue a área com pilhas localizadas conforme pré-definido no macroplanejamento e com qualidade adequada, que a madeira esteja no tamanho adequado, com o menor percentual de casca e baixa contaminação por sílica. Para isso, geralmente, são monitorados os itens: traçamento, descascamento, desgalhamento, destopamento, sujidade

Índice de Homogeneidade - PV50 ;

51 Opiniões
Nível 1 Nível 2
KPI s KPI’s DE PROCESSO ANÁLISES DE RESÍDUOS R (120 dias - n anos) (Pré-corte) Viveiro KPI´s Estradas KPI´s Colheita R KPI´s (-90 à 120 dias) KPI´s (120 dias) Carregamento KPI´s R KPI´s Biomassa R 120 dias Imagens Processo realizado (Quantificação da área da copa) 120 dias após o plantio da área utilizando imagens de VANT Ordena/Divide os dados Amostra f 50% + ½ Inferior + Todos 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 50 100 + ½ Inferior + Todos = 50% Área Homogênea 50 100 50% f + ½ Inferior + Todos 0 3 5 7 10 15 15 30 5 10 100 20 + ½ Inferior + Todos = 20% Área Heterogênea 20 100
SOBREVIVÊNCIA CONFORMIDADE DE MANEJO

qualidade como ferramenta de trabalho

na madeira, qualidade da pilha, localização das pilhas de madeira, altura das cepas e resíduos de madeira pós-baldeio.

Também no processo de carregamento das empresas do setor de base florestal, é monitorada a eficiência do carregamento através da mensuração do tempo de carregamento e da presença de madeira não carregada nos pontos de pilha.

E a qualidade das cargas propriamente ditas. E, em todo processo florestal, é monitorada a qualidade das estradas florestais, por meio da qualidade dos dispositivos de drenagem, da faixa de rolamento, da conservação das obras de arte (pontes, mata-burros e porteiras), da qualidade dos tapers de acesso às fazendas.

Praticamente, em todas as áreas das empresas, silvicultura, colheitas, estradas e carregamento, são realizadas avaliações de qualidade das atividades da manutenção. E, geralmente, são monitorados KPIs-chaves: controles, organização do ambiente de trabalho, ferramental disponível e completo e estoque de peças adequado. Usualmente, todas essas métricas, normas e orientações de como proceder aos monitoramentos de qualidade, nas diferentes áreas das empresas, são disponibilizadas através de um sistema de documentação e também em guias de bolso, para facilitar o consumo da informação pelas áreas operacionais.

Importante destacar que, para garantir a eficiência, sem onerar o processo de qualidade, as avaliações são realizadas de forma descentralizada, com o envolvimento de todos os colaboradores. Para isso, recomenda-se a divisão em nível 1 e nível 2, como citado anteriormente. No nível 1, os líderes operacionais autoavaliam suas atividades e são auditados internamente pelo nível 2. No nível 2, são realizadas auditorias externas pelos técnicos de qualidade especializados em cada um dos processos e da produção florestal. Os resultados geralmente são consolidados em relatórios e apresentados para a alta gestão, para tratativas e tomadas de decisão que assegurem a garantia da qualidade dos processos e produtos.

Com tantas áreas e atividades monitoradas nas empresas do setor de base florestal, são coletados muitos dados que precisam ser transformados em informação para auxiliar nas decisões. E, para facilitar esse processo, a implementação de tecnologias digitais é fundamental para acelerar a obtenção e o processamento dos dados e as informações de qualidade, bem como a liberação, de forma automática, em dashboards inteligentes para melhor consumo das informações pelas partes interessadas. Porém, o sucesso dos processos de avaliação de qualidade das empresas do setor de base florestal depende de pessoas capacitadas e competentes nos modelos de avaliações e de auditorias, com intuito de permitir que o comprometimento das entregas esteja sempre evoluindo positivamente e contribuindo significativamente para os resultados das empresas. n

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+ Qualidade Regional Avaliada: Nº Monitoramento: Responsáveis pela Regional: + Qualidade Regional Avaliada: Nº Monitoramento: Data: Responsáveis pela Regional: + Qualidade Regional Avaliada: Responsáveis pela Regional: Regional Avaliada: Nº Monitoramento: Data: Responsáveis pela Regional: + Qualidade
Equipe de Qualidade da Eldorado Brasil
Q Índice Opiniões

Apresentamos Envu, Onde o que funciona abre o caminho a seguir.

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qualidade como ferramenta de trabalho

retrospecto da qualidade no Brasil Opiniões

Com a Revolução Industrial, as necessidades da população cresceram e, assim, a produção em escala industrial, para atender à demanda por agasalho, alimento, energia, dentre tantas outras, forçou a criação de indústrias, surgindo, no entanto, os primeiros produtos manufaturados. Com a produção em grande escala, os problemas de qualidade dos produtos passaram a ser uma preocupação das pessoas que os adquiriam.

No início do Século XX, surgiu um movimento chamado “administração científica”, criado pelo engenheiro Taylor, que modificou todo o conceito produtivo, afetando diretamente a qualidade dos produtos. As atividades eram descritas para cada função, e as pessoas, treinadas para executá-las no menor tempo possível e sendo premiadas quando atingiam suas metas, ou punidas quando não conseguiam um bom resultado.

Uma ação importante para o desenvolvimento da qualidade aconteceu no início da década de 1920, quando a companhia Bell Telefone de Nova Yorque introduziu o controle estatístico de processo para monitorar a qualidade na montagem dos componentes dos aparelhos que produzia. Nessa ocasião, começou-se a utilizar a ferramenta de qualidade PDCA, que, mais tarde, seria bastante divulgada por Deming. O PDCA é originado das seguintes palavras inglesas: Plan, Do, Check e Action, que significa planejamento, desenvolvimento, controle e ação corretiva. Em relação ao controle de qualidade, este começou a utilizar o conceito de amostragem para avaliar os lotes de componentes, substituindo a inspeção total desses componentes, que era de custo muito alto e, mesmo assim, não garantia a isenção total de defeitos. O controle estatístico de processo, que enfoca uma abordagem preventiva, promoveria mudanças profundas nas organizações.

O período pós Segunda Grande Guerra propiciou considerável avanço da qualidade de produtos e organizações, principalmente para o Japão.

A força de ocupação americana no trabalho de recuperação da nação japonesa, através do Plano Marshal, enviou os senhores Deming e Juran ao Japão, para que treinassem membros das administrações de empresas e órgãos do governo, a fim de que utilizassem a qualidade em suas organizações como ferramenta de melhoria.

Nessa época, o produto japonês era de péssima qualidade e considerado descartável. O povo japonês vislumbrou, então, a possibilidade de recuperar seu país, através de intenso investimento em qualidade.

Em 1987, na tentativa de se conseguir uma alternativa menos danosa à empresa, introduzimos o conceito de autocontrole ou autogestão. Na verdade, descobriu-se o óbvio, ou seja, quem deveria controlar a qualidade do trabalho seriam os próprios executores. "

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Coautor: Celso Trindade, Consultor Especialista em Qualidade Florestal e Diretor do Viveiro Esteio e do Viveiro Tocantins
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Opiniões qualidade como ferramenta de trabalho

Desencadeou-se, então, um processo vigoroso nesse sentido, e foram ministrados cursos em escolas, fábricas, universidades e rádios. Surgiram muitas publicações a respeito do assunto, e, até em bancas de jornal, eram encontrados materiais sobre cursos de qualidade.

Na década de 1960, os produtos japoneses começaram a fazer diferença no mercado, com o aumento da competitividade. Mas ainda precisavam caminhar um pouco mais.

Assim, um grande estudioso da qualidade, Professor Ishikawa, criou os Círculos de Controle de Qualidade – CCQ, movimento que integrou o operário ao sistema produtivo, melhorando significativamente seus produtos. No Brasil, o conceito dos CCQ foi introduzido pelas indústrias farmacêutica e aeronáutica, ainda na década de 1960.

No setor florestal, o conceito de qualidade começou a ser trabalhado a partir do início dos anos de 1980, com o trabalho pioneiro na Champion Florestal. A base do trabalho apoiava-se em um sistema de auditoria, quando equipes de auditores vistoriavam as frentes operacionais, comparando os resultados obtidos com as recomendações estabelecidas em normas técnicas.

Quando detectado um desvio operacional, o responsável pela atividade era notificado. Esse responsável apresentava uma justificativa na própria notificação, e as outras vias eram encaminhadas para as chefias imediatas. Essa metodologia refletia na qualidade das operações, mas causava atritos dentro da empresa, pelo caráter de polícia que assumia. Certamente, por isso, esse processo sofreu um “esfriamento”.

A partir desse sistema, algumas empresas começaram a adequar o seu processo, principalmente aquelas que possuíam uma equipe de pesquisa e que sentiam que as recomendações repassadas à área operacional nem sempre eram seguidas.

Porém, a redução e o término dos incentivos fiscais e a necessidade de sobrevivência das empresas no mercado fizeram com que as áreas de pesquisa fossem reforçadas e que implementassem programas que objetivassem a qualidade. Esse movimento foi iniciado em várias empresas, podendo citar algumas delas: Copener, CAF, Cimetal, Mannesmann, Ripasa, dentre outras. Mas, apesar de tudo, o conceito de auditoria com caráter de polícia foi praticamente mantido em todos os programas implantados até 1986 e, ainda hoje, algumas empresas empregam essa sistemática de controle.

Vale ressaltar a experiência que tivemos na empresa em que trabalhávamos. Em 1987, na tentativa de se conseguir uma alternativa menos danosa à empresa, introduzimos o conceito de autocontrole ou autogestão. Na verdade, descobriu-se o óbvio, ou seja, quem deveria controlar a qualidade do trabalho seriam os próprios executores. Na ocasião, na empresa, a estrutura de qualidade era composta por 12 técnicos, divididos em quatro regionais.

Depois de muito desgaste dessa equipe e do pessoal de operação, chegou-se à conclusão de que o controle de qualidade deveria ser de total responsabilidade do pessoal operacional, que aceitou essa proposta.

A aceitação pelo pessoal operacional foi imediata, pois já não suportavam tantos problemas e atritos com a equipe de controle de qualidade da empresa.

Então, transferiu-se a responsabilidade da qualidade para quem de direito deveria se preocupar e, praticamente, toda a equipe de auditores de qualidade foi assumida pelas regionais, ficando apenas duas pessoas como apoio e facilitadores do processo de qualidade na empresa.

Ainda em 1987, foi publicada a norma ISO-9000 no Brasil, iniciando, assim, um processo de maior exposição dos conceitos de qualidade. Foi a partir dessa época que se começou a entender um pouco mais o que seria qualidade.

Até então, o que existia na área florestal era muito incipiente. Havia muita informação na área industrial, mas ainda sem aplicação prática na atividade florestal. A partir do início da década de 1990, foram defendidas várias monografias, dissertações de mestrado e teses de doutorado, apresentados diversos trabalhos em congressos e escritos inúmeros artigos técnicos e livros abordando a qualidade na área florestal.

Durante mais de trinta anos, temos trabalhado esses conceitos e técnicas com foco na sua ampliação, na grande maioria das empresas florestais e no meio acadêmico. Tivemos a grata satisfação de desenvolver, junto às áreas operacionais, procedimentos e controles de qualidade, possibilitando a criação de indicadores de performance e de qualidade.

A preocupação com a qualidade é crescente nas empresas florestais, mas ainda há longo caminho a percorrer até que seja desenvolvida uma cultura de qualidade. Os resultados evidenciam que vale o esforço empreendido e que os ganhos são sempre compensadores. n

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Q Índice

qualidade como ferramenta de trabalho

a importância da qualidade na produtividade

A qualidade é fundamental para garantir a produtividade das florestas e, consequentemente, a competitividade das empresas do setor florestal.

Existem muitas definições para o termo qualidade, porém, em sentido amplo, significa modelo de gerenciamento que busca a eficiência e a eficácia organizacionais.

Inicialmente, a qualidade foi considerada um cumprimento de exigências de normas e certificações. Contudo, a ampliação do seu uso nas atividades florestais brasileiras ocorreu devido à evolução da silvicultura, à ampliação dos inves timentos florestais e ao crescimento da economia no País, em razão da necessi dade de as empresas serem mais compe titivas e de terem sido forçadas a adotar modelos de controle e gestão.

A visão sobre o conceito e a aplica bilidade da qualidade evoluiu, sendo, em um primeiro momento, tratado com abordagem corretiva, com foco apenas na necessidade de garantir o cumprimento das recomendações de manejo. Em segui da, observamos, além do cumprimento do planejado, o interesse de os controles funcionarem de forma preventiva, com oportunidades de mudanças e ganhos.

Na Gerdau, as análises de qualidade iniciaram nas operações silviculturais. E, atualmente, está presente em todas as nossas etapas de produção e tem apresen tado diversos benefícios nos processos. Essas análises possibilitam a identificação

de não conformidades dos processos e direciona as causas raízes dos problemas que devemos tratar.

Em nosso cotidiano, implantamos o método do PDCA em nossas florestas, no qual: o “Planejamento” é feito sobre quais análises e quando elas serão realizadas, com identificação do problema e análise do processo; “Executar” são os monitoramentos de qualidade; “Checar” é verificar se a execução está de acordo com o que foi planejado e “Agir” consiste na padronização e na implementação de soluções –completando, assim, o ciclo.

O conceito de controle de qualidade adotado foi desenvolvido conjuntamente com as áreas operacionais, de forma multidisciplinar. O processo é dividido em diferentes níveis. O primeiro nível é denominado autocontrole, sendo realizado na execução das atividades florestais pela própria equipe operacional.

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A qualidade é fundamental para garantir a produtividade das florestas e, consequentemente, a competitividade das empresas do setor
Amanda Rodrigues de Souza
Coordenadora de P&D da Gerdau Florestal
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O segundo nível consiste em auditorias realizadas nas atividades florestais por uma equipe específica do setor de qualidade, onde são verificados os índices de conformidade dos parâmetros preestabelecidos. O terceiro nível engloba as análises e os comparativos entre o primeiro e o segundo nível e as informações da performance da floresta.

Com isso, conseguimos promover o trabalho entre equipes, analisar os desvios, tratar as falhas, estabelecer metas, facilitar a tomada de decisão, solucionar problemas com eficácia e agilidade, padronizar processos, proporcionar maior desempenho no processo e possibilitar redução de custos.

As tratativas e oportunidades de melhorias precisam ser discutidas, regularmente, com os clientes, para aprimoramento contínuo do processo.

Contudo, para as empresas florestais que ainda não iniciaram as análises de qualidade em seus processos, é importante a celeridade, apesar das dificuldades de implantação, pois, mesmo que, algumas vezes, possam ser pouco representativas, elas possibilitarão identificar não conformidades que possam impactar negativamente o processo.

Em meio a um cenário competitivo de estratégias em busca da máxima produtividade florestal, estamos investindo na modernização florestal, adotando a qualidade como ferramenta rotineira em nossas operações, com mensurações e gerenciamento de parâmetros para

que a produtividade atingível seja realidade, cercando os fatores limitantes das nossas florestas.

É necessário combinar fatores como produtividade, rendimento, custo de produção, disponibilidade de recursos e manutenção das condições que tornam possível produzir dentro do que é o potencial produtivo de cada área florestal e adotar práticas de manejo com parâmetros de qualidade que possibilitem a produção sustentável.

Em relação aos desafios da qualidade no setor florestal, temos a necessidade de estruturação e padronização de metodologias, avanço de tecnologias e agilidade na solução de problemas. Nesse último caso, é preocupante, pois benchmarking realizado entre empresas florestais demonstra problemas comuns e com morosidade na implementação de soluções.

Outros aspectos que necessitam ser analisados de forma abrangente é a qualificação técnica do setor de qualidade, número de colaboradores destinados a essas funções e a rotatividade de colaboradores. Outro ponto que é divergente entre as empresas florestais é a autonomia que o setor de qualidade possui para propor melhorias e realizar intervenções nas operações.

Apesar da qualidade ser imprescindível para garantirmos a produtividade de nossas florestas e evoluções no entendimento dessa ferramenta serem notórias, esse assunto ainda precisa ser explorado e tratado com maior importância, como os demais indicadores de segurança, produção, custos e outros dessa magnitude. Uma das alternativas é a comunicação e a colaboração entre as empresas florestais para tratativas conjuntas com celeridade e assertividade.

E, finalmente, a preocupação em garantirmos a qualidade das nossas florestas neste momento de nova ampliação das áreas florestais no Brasil, com alto investimento em máquinas e equipamentos apropriados para as diferentes condições de relevo, testes para novas práticas operacionais e estudos sobre o desenvolvimento de materiais genéticos de alta produtividade que têm contribuído para a competitividade do setor florestal brasileiro. n

Fatores Definidores: Genótipo, Temperatura, CO2, Radiação

Fatores Limitantes: Água, Nutrientes, Solo

Fatores Redutores: Ervas, Pragas, Doenças, Fogo

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Potencial Atingível Real Produtividade
0
PDCA PLANEJAR DESENVO L V RE RACEHC RIGA

qualidade como ferramenta de trabalho

tecnologia de mapeamento de matocompetição

O manejo eficaz de plantios florestais envolve vários fatores. Alguns são técnicos, como a melhor época para aplicar tratamentos silviculturais; biológicos, como o potencial produtivo de uma determinada espécie ou clone em um determinado solo ou tipo de terreno; outros são econômicos, como preços de madeira ou custos de produção; e outros ainda são sociais, como leis e tributos que afetam a comercialização e o trabalho empregado em várias etapas do processo de produção.

Além da complexidade do processo de manejo dos plantios florestais, os gestores estão expostos a uma acirrada competição entre as empresas do setor, o que exige uma rápida e assertiva tomada de decisão na escolha de prescrições e tratos silviculturais. Nesse cenário, o sensoriamento remoto tem ganhado um expressivo avanço em função do baixo custo e da crescente disponibilidade de novas tecnologias de imageamento.

O sensoriamento remoto consta num conjunto de técnicas voltadas à obtenção de informações sobre objetos, por meio da captação da radiação eletromagnética, de maneira que não haja contato entre sensor e alvo. Desde seu surgimento, essa geotecnologia tem se difundido em inúmeras atividades, dado seu poder de captura de imagens, desde pequenas áreas até dimensões continentais, em múltiplas escalas e diferentes níveis de detalhe.

Atualmente, os gestores florestais contam com diferentes plataformas de aquisição de imagens de fontes nacionais e internacionais,

gratuitas e comerciais, que são complementares em termos de aplicações. A ampla disponibilidade de imagens favorece a cobertura completa da área de atuação, em qualquer época do ano, o que tem intensificado o monitoramento detalhado dos fenômenos recorrentes sobre florestas, num contexto histórico e até mesmo diário.

O desenvolvimento de alternativas para o monitoramento dos plantios jovens de eucalipto a partir de produtos de sensoriamento remoto e sistemas de informações geográficas se torna viável quando automatizado por linguagens de programação, e seu gerenciamento, feito por bancos de dados estruturados.

O monitoramento das florestas jovens de eucalipto pode ser feito com diversas técnicas, contudo a principal delas é resultado do mapeamento da estimativa do nível de biomassa foliar nas áreas de interesse. Essa estimativa é identificada a partir do índice espectral de vegetação NDVI (Normalized Difference Vegetation Index).

O cálculo do NDVI é realizado por meio da razão entre bandas espectrais que consideram o espectro do infravermelho próximo (NIR) e o vermelho visível (RED). De um modo geral, quanto maior o valor do NDVI, maior a área ocupada por vegetação fotossinteticamente ativa em determinado local. E, quanto menor o valor do NDVI, maior a área ocupada por solo exposto no talhão. Após o processamento das imagens de satélite, as informações são gravadas, em bancos de dados, gerando o quantitativo de área absoluta (hectare) e relativa (porcentagem)

O monitoramento das florestas jovens de eucalipto pode ser feito com diversas técnicas, contudo a principal delas é resultado do mapeamento da estimativa do nível de biomassa foliar nas áreas de interesse. "

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Daniel Henrique Breda Binoti Coordenador de Mensuração Florestal da Eldorado Coautores: Jonas Luís Ortiz e Adalto Moreira Braz, Especialistas em Geoprocessamento da Eldorado

de cada classe do nível de biomassa encontrado em cada talhão e projeto da área de interesse. Juntamente com o mapa do nível de biomassa, deve-se analisar o mapa-imagem em composição colorida falsa cor, resultante de um mosaico composto por três bandas espectrais, que contrasta e realça tonalidades de cores associadas, na maior parte dos casos, a padrões de cobertura do solo presentes em cada classe do nível de biomassa.

Via de regra, áreas representadas por tons de verde fluorescente estão relacionadas a ocorrência de infestações de alta severidade por ervas daninhas e rebrota na entrelinha em reforma; e tons mais próximos de rosa/roxo, a solo exposto.

Posteriormente, todos esses produtos são analisados pelas equipes operacionais, de apoio e de tomada de decisão, sendo necessária a validação em campo das estimativas geradas.

Os produtos podem ser analisados de duas maneiras: para alterações, que são comparativos entre diferentes datas de imagens, e para diferenças, em que é detectada a variabilidade do nível de biomassa em uma única data.

As variações de biomassa evidenciadas nos talhões podem ser devido à presença de mato (implantação/rebrota/reforma) e/ou rebrota na entrelinha em reforma, diferenças no crescimento/desenvolvimento do eucalipto, doença, praga; sinistro; e tudo isso é indicativo para intervenção na floresta, auxiliando a gestão e a tomada de decisão.

Os produtos implementados orientam/subsidiam, de forma sistemática, as áreas de silvicultura, de qualidade e tecnologia florestal, no campo, além de gerar evidências para os relatórios gerenciais.

Somente em campo, o silvicultor conseguirá identificar o porquê dessas alterações, diferenças e variações; e se mato e/ou rebrota, se essa presença está realmente competindo com o plantio e a necessidade de intervenção com operação de capina/roçada e/ou aplicação de pós-emergente.

Como desenvolvimento, os estudos para a modelagem da estimativa do nível de biomassa foliar, considerando pesos a fatores que interferem no valor do NDVI, como a época do ano em que o talhão foi plantado, a época do ano da data de aquisição da imagem, as idades do plantio e o regime de manejo aliados a algoritmos de inteligência artificial, podem melhorar ainda mais esses produtos.

Além disso, o crescente mercado de sensoriamento remoto permite “vislumbrar” a integração de outros sensores para esse tipo de monitoramento, como o de sensores passivos (ópticos) e ativos (radar).

Radares imageadores possibilitam uma maior resolução temporal, já que, diferente dos sensores óticos, permitem que os dados sejam obtidos independentemente das condições climáticas, como presença de chuva, fumaça, nuvem, sombra etc. e têm a capacidade de obter dados independentemente da energia solar, ou seja, a obtenção de dados é possível tanto durante o dia, quanto à noite.

Consideramos que o principal desafio seja acompanhar o rápido desenvolvimento de tecnologias de armazenamento, comunicação, informação e processamento, aliado à operacionalização das soluções em sensoriamento remoto, com a integração e disponibilização dos resultados através de produtos cartográficos, relatórios, serviços de consumo em plataformas de WebGIS (local ou mobile). n

61 Opiniões

Localização dos leitores da Revista Opiniões, Tem muita gente analisando o seu artigo, o

Áreas de interesse:

Edição Bioenergética:

• Cana-de-açúcar

• Milho

• Agave (sisal)

• Açúcar

• Etanol

• Biodiesel

• Biogás

• Biometano

• Bioeletricidade

• Carbono

Edição Florestal:

• Celulose

• Papel

• Carvão

• Siderúrgia

• Painéis

• Madeira

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depois que passamos a publicá-la em 5 idiomas. seu anúncio, o nosso trabalho e o nosso País.

Fonte: Google Analytics

qualidade como ferramenta de trabalho

o impacto da qualidade da muda

em uma plantação florestal

Falar sobre avaliação da qualidade de mudas em tempos atuais pode ser um tanto desafiador. Com o mercado florestal aquecido, a necessidade de expandir a área plantada em curto espaço de tempo exige que as empresas e prestadoras de serviço (exemplo viveiros de terceiros) atendam à demanda da silvicultura rapidamente.

Por essa e outras, foi suscitado, há pouco tempo, nas mídias florestais, uma certa preocupação com a escassez de mudas no mercado de viveiros, que, até então, sofria com a falta de demanda e elevação dos custos de produção.

Os viveiros que sobreviveram a essa época de “vacas magras” se desdobram hoje para atender à elevada demanda dos seus clientes por mudas, como de eucaliptos. Após uma análise mais aprofundada sobre o tema, via benchmarking efetuado pelo Programa Cooperativo sobre Silvicultura e Manejo - PTSM/IPEF, ficou evidente que essa “escassez de mudas no mercado” não está necessariamente atrelada à falta de mudas em quantidade. O principal desafio, hoje, para as empresas florestais é atender à sua demanda por mudas com qualidade suficiente para o plantio.

Na literatura especializada, há uma série de trabalhos que estabeleceram critérios de avaliação e classificação de mudas de eucaliptos, pínus e espécies nativas em função dos métodos de produção, como tipos de substrato, tamanho de recipiente, lâmina de irrigação etc.

quaisquer dos “desaforos” que a silvicultura tradicional aceitava no que tange à falta de qualidade das mudas no momento do plantio não serão mais aceitos pela silvicultura mecanizada. "

Desde a publicação do livro Produção e controle de qualidade de mudas florestais, de autoria do Prof. Dr. José Geraldo de Araújo Carneiro, os critérios utilizados para avaliar a qualidade de mudas não mudaram muito em relação aos dias atuais. Dentre esses critérios de avaliação, podemos destacar: diâmetro mínimo do colo; faixa de altura ideal; número de pares de folhas; coloração das folhas; lignificação do caule; presença de raízes novas/ativas; retidão do fuste; e agregação do substrato ao sistema radicular.

Apesar de haver peculiaridades atribuídas ao tipo de espécie, clone e método de propagação/produção das mudas, podemos afirmar que uma muda de eucalipto de boa qualidade possui as seguintes características morfológicas: diâmetro de colo entre 2 e 4 mm; altura entre 25 e 35 cm; de 4 a 6 pares de folhas; sem bifurcação; caule retilíneo e disposto a 90º em relação ao plano transversal do tubete. Um atributo que a maioria dos viveiristas tem destacado na avaliação da qualidade de mudas é a presença de raízes ativas, que são comumente identificadas pela sua coloração esbranquiçada

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ao retirar o sistema radicular das mudas do tubete, ou seja, ao “desentubetar” a muda. Essas raízes garantem a rápida expansão do sistema radicular logo após o plantio, propiciando condições adequadas para que a muda acesse maior volume de solo e, consequentemente, maior volume de água e nutrientes disponíveis para a sua absorção.

A maioria das empresas do setor florestal possui critérios de classificação das mudas bem estabelecidos, bem como uma variedade de agrupamentos de acordo com a operacionalidade e a cultura da empresa. Por exemplo, há empresas que classificam as mudas em: A (ideal), B (intermediária), C (imatura) e D (velhas ou passadas), de acordo com uma série de critérios já mencionados.

Gabriela Gonçalves Moreira, ao avaliar a taxa de sobrevivência e o crescimento de eucaliptos em função da qualidade das mudas, observou uma série de resultados relevantes que podem impactar significativamente o negócio florestal, como:

1) o descarte de mudas fora do padrão de qualidade adequado (ex. mudas tipo C) poderia chegar a 16% da produção total, ou seja, em um viveiro com produção anual de 12 milhões de mudas, seria descartado 1,9 milhão de muda ano-1;

2) a taxa de sobrevivência de mudas tipo C ou D, após seu plantio, foi de, no máximo, 92%, o que acabou exigindo a prática de replantio (considerando mortalidade máxima de 5%) e, com isso, elevou o custo de produção em aproximadamente 6%; e

3) após 5 anos de cultivo, observou-se uma perda de produtividade de 9% no volume final de madeira em plantações onde foram utilizadas mudas “passadas” (tipo D).

Vale destacar que há poucos estudos sobre qualidade de mudas florestais e seu impacto sobre as plantações, principalmente sobre a produtividade (m3 ha-1 ano-1) ao final da rotação. Deixo aqui registrada a importância do trabalho desenvolvido pela autora Moreira, em 2020, e o estímulo para que outros trabalhos perseverem nas avaliações de longo prazo.

Dado a devida importância e o mérito aos trabalhos científicos conduzidos, até o momento, sobre qualidade de mudas florestais, devemos nos perguntar: quem é o cliente final ou majoritário do viveiro? Particularmente, acredito ser a silvicultura ou frente de plantio. Nesse contexto, o que as equipes de plantio e os supervisores consideram como uma muda de boa qualidade? Arrisco a dizer que eles esperam uma muda rústica, com caule “firme” e que suporte as condições adversas do campo,

bem como uma muda com substrato bem aderido ao sistema radicular, evitando seu esfacelamento no momento de desentubetar a muda e no plantio; com caule retilíneo e com galhos pouco ramificados, para que a muda não enrosque na matraca durante o plantio; e, por fim, uma muda que necessite de poucas irrigações pós-plantio até seu devido estabelecimento no campo, reduzindo, dessa forma, o número de operações florestais.

Um atributo difícil de ser mensurado sobre a qualidade de mudas e que pode trazer reflexos desastrosos para a silvicultura é a fitossanidade das mudas no momento da sua expedição. Esse cenário se agrava principalmente se a empresa florestal não for autossuficiente no atendimento da sua demanda por mudas, passando a depender de viveiros de terceiros, onde o controle desses patógenos é secundário. Exemplo disso é a disseminação da Ralstonia por quase todo o Brasil. Apesar de os danos ocasionados por esse patógeno ainda não estarem devidamente esclarecidos, há uma preocupação significativa no setor sobre isso.

Em um futuro breve, os viveiristas e as empresas florestais terão que reavaliar uma série de processos utilizados na produção de mudas, bem como os conceitos de qualidade para seu plantio no campo. E o porquê disso? Com o advento da mecanização, a silvicultura já tem à sua disposição algumas máquinas dedicadas ao plantio e algumas outras em fase de teste no Brasil. Há plantadoras com cabeçotes simples e triplo, já em uso operacional em algumas empresas florestais. Por outro lado, há outras plantadoras em fase de testes e ajustes para sua adaptação e uso nas diferentes condições de cultivo no Brasil, com boas perspectivas de aprovação.

Em várias demonstrações e apresentações sobre performance e qualidade de operação dessas plantadoras florestais, um aspecto ficou muito evidente: o padrão de qualidade das mudas necessário para abastecer essas máquinas deve seguir rigorosamente critérios específicos, para que haja rendimento operacional satisfatório, justificando o custo/benéfico do processo de mecanização do plantio. Em resumo, quaisquer dos “desaforos” que a silvicultura tradicional aceitava no que tange à falta de qualidade das mudas no momento do plantio não serão mais aceitos pela silvicultura mecanizada. Isso exigirá previsibilidade, planejamento e controle rígido da qualidade operacional nos viveiros florestais e, prioritariamente, da qualidade das mudas almejada por um cliente mais exigente, ou seja, pela silvicultura moderna. n

65 Opiniões

como ferramenta de trabalho

gestão da qualidade no controle da

vespa-da-madeira

Com base nos dados de 2021, publicados no Relatório da Ibá, os plantios de pínus no Brasil totalizam 1,93 milhão ha, sendo que cerca de 88,9% se concentram na região Sul, com o Paraná e Santa Catarina como os principais estados produtores. A madeira é utilizada para a produção de múltiplos produtos de mercado, incluindo celulose e papel de fibra longa, de painéis reconstituídos de madeira e, principalmente, da indústria de madeira sólida (serrarias e laminadoras).

A vespa-da-madeira (Sirex noctilio) é a principal praga dos plantios de pínus no Brasil. Originária da Europa, da Ásia e do norte da África, foi registrada pela primeira vez no País, em 1988, trazendo muita preocupação ao setor florestal dependente dessa matéria-prima. O grande problema associado a essa praga é que ela ataca árvores vivas e adultas – geralmente a partir do 7º ano –, levando-as à morte, o que pode ocorrer alguns meses após o ataque. Além disso, ela é atraída para árvores estressadas e tem uma alta capacidade reprodutiva.

Devido aos danos provocados por essa praga e à urgência em realizar o seu controle, em 1989, foi criado o Programa Nacional de Controle à Vespa-da-madeira (PNCVM) e também o Fundo Nacional de Controle de Pragas Florestais (Funcema), o qual dá suporte financeiro ao PNCVM. Esse programa prevê a execução de medidas de prevenção, principalmente pela realização de desbastes; monitoramento da presença e dos níveis de ataque da praga; controle biológico, pelo uso de inimigos naturais; e transferência de tecnologia, visando, principalmente, à capacitação de profissionais do setor florestal.

A principal medida de controle da vespa-da-madeira é o uso de um nematoide, Deladenus siricidicola, o qual esteriliza as fêmeas do inseto e é específico para essa praga, o que traz segurança em sua utilização. Ele foi introduzido do CSIRO, da Austrália, e é produzido massivamente no Laboratório de Entomologia Florestal da Embrapa Florestas desde 1990, sendo distribuído aos produtores de pínus que têm a praga em seus plantios.

Embora o nematoide já se tenha consagrado como um produto com eficiência comprovada no controle da vespa-da-madeira, sentiu-se a necessidade de padronização dos processos internos envolvidos em sua produção.

o prejuízo anual estimado pelo ataque da vespa-da-madeira no Brasil é de até US$ 53 milhões

Susete do Rocio C. Penteado, Marta de Fátima Vencato e Leticia Andréia Nichele

A primeira Pesquisadora e as duas seguintes Analistas da Embrapa Florestas

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qualidade

Sendo assim, a Embrapa Florestas implantou o Sistema de Gestão da Qualidade, objetivando a confiabilidade e a rastreabilidade, proporcionando a melhoria contínua de seus processos.

Dessa forma, todo o processo de Criação Massal do Nematoide foi descrito em “Procedimentos Operacionais Padrão (POPs)”, a fim de que as atividades sejam executadas com um padrão de qualidade definido, visando à obtenção de um produto seguro e eficiente. Além disso, foram estabelecidos formulários para o registro dos dados da produção do nematoide.

O processo, desde a produção das doses do nematoide até o recebimento do produto pelo consumidor final, foi modificado e padronizado, gerando a possibilidade de rastreabilidade em todas as fases de execução. Auditorias internas são realizadas anualmente com o objetivo de verificar o cumprimento dos requisitos estabelecidos em norma própria.

As ações realizadas pela Embrapa Florestas também viabilizaram o registro do produto, denominado Nematec, junto ao MAPA, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, tendo sido também obtido o registro de marca

e identidade junto ao INPI, Instituto Nacional de Propriedade Intelectual, bem como o Licenciamento Ambiental para uso do produto nos estados do Paraná (Adapar), Santa Catarina (Cidasc) e Rio Grande do Sul (Fepam).

Atualmente, a parceria da Embrapa Florestas com o Funcema congrega cerca de 120 empresas florestais ligadas à cadeia produtiva do pínus, para as quais são enviadas, em média, 8 mil doses anuais do produto para utilização nos plantios atacados.

Também, para garantir a eficiência do produto no controle da praga, são realizados eventos de capacitação visando à qualidade do processo de utilização do Nematec nos plantios de pínus, destinados a produtores, técnicos de empresas florestais e prestadores de serviços.

É importante destacar que o prejuízo estimado pelo ataque da vespa-da-madeira no Brasil é de até US$ 53 milhões anuais, considerando também os custos da colheita, e de US$ 25 milhões anuais, quando considerada a madeira em pé. Entretanto, aliada a outras medidas previstas no PNCVM, a utilização do Nematec proporciona uma redução de perdas de menos 70% e mantém a praga sob controle. n

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Árvore atacada pela vespa-da-madeira Casal de vespa-da-madeira
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qualidade como ferramenta de trabalho

o uso de imagens aéreas

O uso de novas tecnologias já é uma realidade, e a correlação dos dados de sobrevoo de drone com dados do controle de qualidade constitui uma importante ferramenta para auxílio na tomada de decisão e representa uma evolução no sistema de qualidade convencional.

O nascimento do controle de qualidade remonta ao século XVII, quando se buscavam formas de garantir os padrões de produtos manufaturados. Nessa época, o foco era a busca de produtos defeituosos e fora dos padrões aceitáveis, agindo de forma corretiva e não preventiva como a conhecemos. Desse modo, a ação que se tomava era a retirada dos produtos com defeitos. Isso implica perda de tempo e recursos produtivos, impacto financeiro, uma vez que se gastou para produzir tais produtos, e, claro, eficiência reduzida, sendo que, na maioria das vezes, ocorria retrabalho para repor os produtos problemáticos.

Com o aumento da produção em massa, começa a surgir o controle estatístico, com conceitos e análises por amostragem, ganhando força a ideia de que o controle de qualidade deveria ter contornos gerenciais e ser usado como diferenciação para ganhos de competividade, sendo usado como estratégia de diferenciação entre as empresas.

Mas o que tem a ver a área florestal com isso? Ora, como falado anteriormente, com a produção em massa, há necessidade de controlar a qualidade dos produtos/operações, e, nesse sentido,

a área florestal se encaixa perfeitamente: em 9 anos, quase dobramos a área plantada; para ser mais preciso, aumentamos em 45%.

De acordo com a Ibá, a quantidade de árvores plantadas por dia chega a 1 milhão. Se considerarmos o início dos incentivos fiscais na década de 1970, passando de uma atividade rudimentar e pouco tecnificada, o setor de florestas plantadas alcança o status de importante atividade na balança comercial brasileira, lançando o País como um dos principais players do setor, atingindo recordes de produtividade e consolidando o Brasil como um dos países mais atrativos para se plantar florestas, com clima, solo e condições favoráveis ao crescimento.

Com a evolução da tecnologia e o mundo digital cada vez mais presente no dia a dia, a área florestal teve que se adaptar e inserir, na sua rotina, novos meios de tratar a massa de informações geradas provenientes das operações.

Com isso, o termo floresta 4.0, bem como o conceito de digitalização dos processos e automação de boa parte das atividades, vem se transformando em realidade.

Com a evolução da tecnologia e o mundo digital cada vez mais presente no dia a dia, a área florestal teve que se adaptar e inserir, na sua rotina, novos meios de tratar a massa de informações geradas provenientes das operações.

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Quando se fala de mecanização, a gama de possibilidades e ferramentas disponíveis no mercado é imensa, porém, o grande sucesso nesse mundo, ou o ganho real, está em como transformar essa tecnologia em diferencial competitivo.

Traduzir esse universo de variáveis e dados em informações que agreguem valor e tragam significado é o grande desafio no setor florestal.

Nesse sentido, o controle de qualidade tradicional, com lançamento de parcelas e tratamento de desvios, ganha ajuda com o auxílio de drones e imageamento.

Tudo isso é importante, mas de nada serve se não há retorno com planos de ação bem definidos relacionados com a estratégia e percebidos como ferramenta importante de tomada de decisão pela área operacional.

Nesse ponto, vale uma ressalva em relação à indústria de pínus, cuja maior parte se localiza em regiões declivosas e, por consequência, ainda possui muitas atividades manuais, sobretudo na silvicultura (preparo de solo, plantio, tratos silviculturais), o que, por si só, incrementa a variabilidade nas operações.

Número de Aplicações

Quando a atividade é mecanizada, é possível implementar sensores e monitorar diversos parâmetros, mas, quando a atividade é manual, essa tarefa se torna mais complexa e, na maioria das vezes, o fator humano influencia significativamente o resultado alcançado.

Ainda relacionado à cultura de pínus, o ciclo produtivo é mais longo. Ao passo que, n a cultura do eucalipto, a média é em torno de 7 anos, no pínus, estamos falando de 15 a 30 anos, e o controle de qualidade, via de regra, avalia uma janela de 30 a 45 dias pós-plantio.

Essa avaliação é necessária para a programação de replantio, por exemplo. Contudo, quando se trata de ciclos tão longos, essa janela de avaliação, que é a mesma aplicada ao eucalipto, pode parecer prematura, ou até mesma precoce.

Pensando no máximo uso de tecnologia, o ideal seria a substituição total do controle de qualidade convencional pelo imageamento, porém é necessário cautela, os algoritmos para identificação de sobrevivência em pinus conseguem identificar mudas somente após 1,5 anos de idade, esse é um ponto sensível, pois, houve um grande avanço para identificação de mudas de eucalipto sendo possível até com 30 dias realizar levantamento de sobrevivência, contudo, no pinus isso ainda não é possível, devido ao crescimento mais lento da cultura Os algoritmos ainda apresentam dificuldade de identificar mudas jovens, muitas vezes as confundindo com vegetação local Outro ponto que impossibilita a substituição total é o fato de ainda existirem parâmetros de qualidade que o imageamento não consegue capturar, como (deriva de herbicida, profundidade de subsolagem , qualidade do coveamento), sendo esses dependentes de avaliação in locu por pessoa capacitada

Pensando no máximo uso de tecnologia, o ideal seria a substituição total do controle de qualidade convencional pelo imageamento, porém é necessário cautela, os algoritmos para identificação de sobrevivência em pinus conseguem identificar mudas somente após 1,5 anos de idade, esse é um ponto sensível, pois, houve um grande avanço para identificação de mudas de eucalipto sendo possível até com 30 dias realizar levantamento de sobrevivência, contudo, no pinus isso ainda não é possível, devido ao crescimento mais lento da cultura Os algoritmos ainda apresentam dificuldade de identificar mudas jovens, muitas vezes as confundindo com vegetação local Outro ponto que impossibilita a substituição total é o fato de ainda existirem parâmetros de qualidade que o imageamento não consegue capturar, como (deriva de herbicida, profundidade de subsolagem , qualidade do coveamento), sendo esses dependentes de avaliação in locu por pessoa capacitada

Pensando no máximo uso de tecnologia, o ideal seria a substituição total do controle de qualidade convencional pelo imageamento, porém é necessário cautela, os algoritmos para identificação de sobrevivência em pinus conseguem identificar mudas somente após 1,5 anos de idade, esse é um ponto sensível, pois, houve um grande avanço para identificação de mudas de eucalipto sendo possível até com 30 dias realizar levantamento de sobrevivência, contudo, no pinus isso ainda não é possível, devido ao crescimento mais lento da cultura Os algoritmos ainda apresentam dificuldade de identificar mudas jovens, muitas vezes as confundindo com vegetação local Outro ponto que impossibilita a substituição total é o fato de ainda existirem parâmetros de qualidade que o imageamento não consegue capturar, como (deriva de herbicida, profundidade de subsolagem, qualidade do coveamento), sendo esses dependentes de avaliação in locu por pessoa capacitada

A análise espacial ou imageamento ainda apresenta pontos de melhoria e avanços necessários, mas já constituem importante ferramenta que correlacionada ao levantamento de qualidade tradicional fornece subsídios importantes para tomada de decisão, auxiliando o Gestor e dando uma noção mais concreta sobre a qualidade do povoamento

A análise espacial ou imageamento ainda apresenta pontos de melhoria e avanços necessários, mas já constituem importante ferramenta que correlacionada ao levantamento de qualidade tradicional fornece subsídios importantes para tomada de decisão, auxiliando o Gestor e dando uma noção mais concreta sobre a qualidade do povoamento

A análise espacial ou imageamento ainda apresenta pontos de melhoria e avanços necessários, mas já constituem importante ferramenta que correlacionada ao levantamento de qualidade tradicional fornece subsídios importantes para tomada de decisão, auxiliando o Gestor e dando uma noção mais concreta sobre a qualidade do povoamento

Nesse contexto, a análise de imagens torna-se uma aliada importante na gestão dos ativos florestais, passando de uma visão em parcelas para uma visão de todo o talhão, permitindo ao gestor identificar pontos que estão aquém dos indicadores e tomar ações de correção ou corrigir o plano de formação para futuras rotações.

Até 1,0m2 de 1,0 a 2,0m2 de 2,0 a 3,0 m2 de 3,0 a 4,0 m2

71 Opiniões
Milhões de hectares 12 10 8 6 4 2 0 6,87 7,04 7,74 7,80 7,83 7,84 8,85 9,63 9,75 9,93 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 % 100 95 90 85 80 75 70 65 60 69% 80% 93% 97% 0 1 2 3
ÁREA OCUPADA PELAS FLORESTAS PLANTADAS NO BRASIL SOBREVIVÊNCIA COM A APLICAÇÃO DE HERBICIDA MAPA DE MATOCOMPETIÇÃO
MAPA DE MATOCOMPETIÇÃO
< 4,0m
<60% 61 - 70% 71 - 80% 81 - 90% >91% MAPA DE DENSIDADE (%) MAPA DE ÁREA DE COPA (%) MAPA DE MATOCOMPETIÇÃO
2
MAPA DE MATOCOMPETIÇÃO
14,43% 15,10%
Taxa de Infestação
;

qualidade como ferramenta de trabalho

O imageamento fornece informações importantes sobre a qualidade do povoamento como percentual de sobrevivência, vigor (m²/copa), infestação de matocompetição, e eles possuem correlação direta com os dados levantados no controle de qualidade convencional.

Outro ponto que está sendo estudado, e as imagens e os dados estão fornecendo subsídio, é com relação à mortalidade tardia, ou seja, pós o período de 45 dias preconizado para replantio, é possível identificar o quanto continuou a morrer, ou como será a tendência do povoamento até o final do ciclo, preservadas as condições fitossanitárias de pragas e incêndios.

Esse resultado é obtido, em média, 1,5 ano após o plantio e serve como confirmação para as práticas silviculturas usadas, ou mostram o que deve ser melhorado ou corrigido nos ciclos futuros.

Nos casos em que é possível identificar falhas, todo um processo de investigação é iniciado, consultando as atividades realizadas no talhão e servindo para ajustes em futuras implantações.

Esse tempo pós plantio é interessante, pois é um meio termo entre as avaliações de qualidade convencional (30 dias) e o tempo de ciclo total da cultura, fornecendo uma ideia qualitativa de como o povoamento está, pós-implantado.

Um exemplo prático obtido com essas informações e cruzando com os dados de manejo nos talhões sobrevoados está na aplicação de herbicida, em que se identificou que, com três aplicações pós-plantio,

atingiu o melhor resultado de sobrevivência, devendo essa ser uma prática perseguida durante o ciclo da cultura.

Pensando no máximo uso de tecnologia, o ideal seria a substituição total do controle de qualidade convencional pelo imageamento, porém é necessário cautela, os algoritmos para identificação de sobrevivência em pínus conseguem identificar mudas somente após 1,5 ano de idade; esse é um ponto sensível, pois houve um grande avanço para identificação de mudas de eucalipto, sendo possível, até com 30 dias, realizar levantamento de sobrevivência.

Contudo, no pínus, isso ainda não é possível, devido ao crescimento mais lento da cultura. Os algoritmos ainda apresentam dificuldade de identificar mudas jovens, muitas vezes confundindo-as com vegetação local.

Outro ponto que impossibilita a substituição total é o fato de ainda existirem parâmetros de qualidade que o imageamento não consegue capturar, como deriva de herbicida, profundidade de subsolagem, qualidade do coveamento, que são dependentes de avaliação in locu por pessoa capacitada.

A análise espacial, ou imageamento, ainda apresenta pontos de melhoria e avanços necessários, mas já constitui importante ferramenta que, correlacionada ao levantamento de qualidade tradicional, fornece subsídios importantes para a tomada de decisão, auxiliando o gestor e dando uma noção mais concreta sobre a qualidade do povoamento. n

72
Q Índice
Opiniões

qualidade como ferramenta de trabalho

controle da qualidade florestal para a produção de celulose solúvel

Ao produzir celulose solúvel, a Bracell unidade Bahia afirma produzir especialidade, pois os produtos gerados a partir dessa matéria-prima são de alto valor agregado, como produtos farmacêuticos e alimentícios, filamentos de viscose para fabricação de tecidos e outros. Os aspectos qualitativos, como densidade básica, teor de extrativos, teor de pureza, percentual de alfacelulose e hemicelulose, são atributos inerentes aos processos de fabricação dessas matérias-primas. Todavia, os limites inferiores e superiores admitidos para cada um desses aspectos são diferentes.

Comparando a produção de celulose solúvel com a produção de celulose branqueada destinada à fabricação de papéis e derivados, os parâmetros qualitativos para a solúvel são bem mais restritivos, implicando maior grau de dificuldade em atingir e manter a conformidade almejada para o processo e o produto. Nesse sentido, os itens de verificação, itens de controles e os parâmetros qualitativos (qualidade do produto) devem ser definidos de forma diferenciada.

Dentre todas as definições do termo qualidade encontradas na literatura, em minha percepção, a mais adequada sobre esse tema é proferida por Joseph Moses Juran: ele afirma que qualidade consiste nas características dos produtos que vão ao encontro das necessidades dos clientes.

Tratando-se de produção de celulose, devemos conhecer os parâmetros individualmente definidos pelos clientes, entender como o conjunto de processos da cadeia de valor florestal inter-relacionam-se, além de conceber o sistema de gestão de qualidade florestal como uma estratégia competitiva para agregar valor ao produto final.

De forma geral, é necessário entender os desafios e as oportunidades a respeito do controle de qualidade no processo de produção de celulose, principalmente no controle das opera-

74 Q Índice
Quanto mais valor se agrega ao processo e, por consequência, ao produto, mais se viabilizam os negócios e todos os seus desdobramentos positivos
"
Altair Negrello Júnior
Índice
Gerente Florestal da Bracell Bahia

ções florestais, que, ao contrário das operações fabris, estão sujeitas às intempéries do ambiente e a diversos outros fatores atenuantes, como menor índice de mecanização e maior distância entre as operações entre si. Considerando o que foi observado, entenderemos, a seguir, quais boas práticas podem ser adotadas no controle de qualidade florestal para melhorar o resultado, aumentar a produtividade e reduzir os custos na cadeia de custódia de produção de celulose.

O controle de qualidade deve ser construído a partir do desdobramento do planejamento estratégico da organização, considerando os objetivos de curto, médio e longo prazo. Em seguida, devem-se definir as metas e o conjunto de resultados-chaves para cada operação florestal, utilizando, por exemplo, a metodologia OKR (Objectives and Key Results). Por fim, as metas devem ser planejadas conforme o formato SMART, sendo específicas, mensuráveis, atingíveis, relevantes e temporais.

O próximo passo reside na adequada definição dos itens de verificação, que nos permitirão identificar as causas que afetam o atingimento da meta proposta. Esses itens devem seguir padrões técnicos, padrões estatísticos e padrões operacionais, devendo-se haver convergência e interdependência entre eles, caso contrário, a chance de insucesso será maior.

Em paralelo ao passo anterior, é preciso definir os parâmetros de cada item de verificação. Esses parâmetros serão determinados por meio do estudo da qualidade intrínseca inerente ao produto, objetivando entender como a variação do parâmetro de cada item de verificação influenciará na perda ou no ganho da meta associada a cada item.

Outro aspecto muito importante a ser considerado no controle de qualidade florestal é a determinação da intensidade amostral para cada operação, ou seja, determinar o número ideal de amostras a serem avaliadas em relação ao número de amostra total existente, já que realizar o censo incorre em alto custo e morosidade no processo de tomada de decisão. Analisar os fatores que causam variabilidade nas operações, como maturidade da mão de obra e condições ambientais especificas, por exemplo, é preponderante e deve ser feito continuamente, pois se trata de um processo dinâmico.

Por fim, é necessário haver uma compreensão de que só é possível atingir os objetivos estratégicos caso haja integração e sinergia entre os times e senso de dono de cada pessoa envolvida ao longo de todo o processo, principalmente aquelas pessoas posicionadas à frente das operações.

Os interesses coletivos devem sempre prevalecer em detrimento dos interesses individuais.

Em minha percepção, ainda há muita margem para melhoria no controle de qualidade florestal, seja por adequações de tecnologias e/ou ferramentais utilizadas em outros seguimentos, seja por meio de pesquisas aplicadas focadas em redução de custo, aumento de eficiência e da confiabilidade das informações, configurando maior assertividade na tomada de decisão.

Ao longo dos tempos, foram absorvidas pelo controle de qualidade florestal diversas metodologias de gestão da qualidade que, originalmente, eram utilizadas nas indústrias e que, até hoje, fazem parte da rotina nas empresas florestais. É o caso do ciclo PDCA, utilizado para o controle e melhoria contínua dos processos e produtos, e do 5W2H, uma forma ágil e eficiente para planejar e executar um plano de ação. Lembrando também das sete ferramentas da qualidade (fluxograma, cartas de controle, diagrama de Ishikawa, folha de verificação, histograma, diagrama de dispersão e diagrama de Pareto), que permitem determinar, analisar e solucionar as causas capazes de comprometer o desempenho da empresa.

Nossa experiência na Bracell evidencia, de forma prática, tudo o que foi dito. Os esforços necessários dedicados ao aprimoramento dos mecanismos do controle da qualidade nas operações florestais são orientados pela filosofia QPC (melhoria da Qualidade, aumento da Produtividade e redução de Custo) e pelos nossos valores fundamentais Topicc (Times que se complementam, Olhar de Dono, Pessoas, Integridade, Cientes e Melhoria Contínua).

O foco do controle de qualidade dos processos florestais da Bracell na unidade da Bahia está direcionado, principalmente, para as operações de viveiro de produção de mudas de eucalipto, silvicultura, colheita, logística e manutenção/construção de estradas florestais, pois geram impactos diretos na produtividade e na qualidade de nossas florestas, no custo das operações inspecionadas e nas operações subsequentes.

Em desfecho, penso que a aplicação prática dessas abordagens na jornada das organizações se converterão em vantagem competitiva, principalmente no que tange ao atendimento pleno de seus clientes. Quanto mais valor se agrega ao processo e, por consequência, ao produto, mais se viabilizam os negócios e todos os seus desdobramentos positivos, inclusive para as comunidades vizinhas, ao empreendimento florestal e para o meio ambiente. n

75 Opiniões

qualidade como ferramenta de trabalho

a influência da qualidade das mudas na

produtividade florestal

A base florestal brasileira é reconhecida pelo seu progressivo desenvolvimento tecnológico e inovador, o que faz nossos hortos serem referência mundial em produtividade.

Nesse contexto, há uma necessidade contínua dos avanços na qualidade das operações no setor para que a produtividade média das florestas se mantenha como padrão de referência. Esses fatores estão diretamente relacionados à produção de mudas de alta qualidade, uma vez que reduzem a heterogeneidade do plantio, impactando positivamente o manejo, a sobrevivência das próprias mudas em campo e o rendimento das florestas.

Para que uma floresta tenha um rendimento acima da média, é igualmente importante que a base do processo de produção seja bem conduzida, o que resultará na formação de mudas com parâmetros de qualidade adequados para o plantio. Para isso, todo o processo de propagação deve ser acompanhado e auditado, desde a adubação e a condução das cepas em minijardim clonal até a sua expedição. A sobrevivência, o estabelecimento e o arranque inicial do trato cultural são essenciais para o sucesso do plantio, e esses fatores estão diretamente ligados à qualidade das mudas expedidas do viveiro.

A qualidade das mudas precisa ser auditada, pois isso é fundamental para o bom desenvolvimento e a formação da floresta. A partir de análises e resultados experimentais, juntamente com a expertise dos viveiristas, alguns parâmetros para a seleção

de uma muda de boa qualidade devem ser observados e considerados como critérios de avaliação. Os parâmetros mais avaliados devem ser:

• Altura: As mudas devem ter entre 20 cm e 40 cm. É necessária uma distância mínima entre as folhas e o solo para que, no inverno, se evite o congelamento da muda e, no verão, a queima do coleto.

• Idade: Para mudas com idade superior a 130 dias, deve-se restringir a expedição. Mudas “velhas” apresentam uma menor quantidade de raízes ativas, dificuldade de arranque inicial em campo e uma menor taxa de sobrevivência.

• Folhas: Três ou mais pares de folhas. Uma planta com menos de 3 pares de folhas expandidos não consegue realizar de forma completa e correta a sua fotossíntese, causando, assim, a diminuição ou o atraso de seu pleno desenvolvimento.

• Padrão de haste: Deve-se evitar mudas bifurcadas ou com inclinação superior a 45°.

• Toalete: Muitos galhos numa muda ou galhos que já estão muito lignificados devem ser limpos.

• Manchas foliares: Todas as manchas foliares causadas por doenças devem ser recuperadas antes do envio.

• Rustificação: Pontas vermelhas, caule avermelhado e resistência mecânica ao dobramento.

• Sanidade e nutrição: Ausência de sintomas de doenças e de desequilíbrio nutricional.

Uma muda de alta qualidade torna-se uma floresta de alto padrão. Esses estudos, ao longo dos anos, vêm se repetindo, e os resultados sempre corroboram essa premissa. "

76
Q Índice
Franco Freitas Quevedo Coordenador de Pesquisa e Viveiro da CMPC

• Raiz: Sistema radicular com boa formação e bem distribuído, com raízes ativas e ausência de bolsões de ar.

Uma muda de alta qualidade torna-se uma floresta de alto padrão. Esses estudos, ao longo dos anos, vêm se repetindo, e os resultados sempre corroboram essa premissa.

Buscando alcançar o potencial máximo de desenvolvimento dos hortos, a CMPC realiza um controle de avaliação de qualidade das mudas em quatro níveis:

1: EPS de produção de mudas

2: EPS de inspeção de qualidade

3: Analista de viveiro CMPC

4: EPS de Silvicultura

As avaliações de qualidade de mudas para o plantio são realizadas no ato da expedição.

É selecionada uma amostragem de todas as caixas, analisando os principais parâmetros de qualidade. Após uma criteriosa análise, é gerado um certificado. Para serem classificadas, as mudas precisam atingir um indicador mínimo de 80 pontos. Caso contrário, não são expedidas.

Ao longo dos últimos anos, diferentes experimentos em campo foram realizados para determinar e validar os critérios de avaliação da qualidade de mudas em viveiro.

Em um dos experimentos, as mudas foram segregadas em três grupos com diferentes padrões de qualidade, sendo os grupos:

A: selecionadas as mudas de melhor qualidade;

B: mudas de qualidade intermediária; e o grupo

C: mudas de menor qualidade. A avaliação dos parâmetros e sua influência na qualidade da floresta foram observados. Em análise, as mudas do padrão A resultaram em uma floresta mais produtiva e com elevada sobrevivência, como demonstra o quadro a seguir.

Os resultados mostram os ganhos que se tem com uma expedição de alta qualidade, nos quais uma muda de padrão A, aos 24 meses, apresenta 7 pontos percentuais superiores em relação às mudas de padrão C. A qualidade das mudas associada ao manejo de implantação correto são os fatores de sucesso na produtividade florestal.

Atualmente, os controles de qualidade realizados são baseados em amostragem, pois são altos os volumes de mudas expedidas diariamente. Sendo assim, a busca por um sistema automático de avaliação de mudas que fundamentasse em dados já parametrizados otimizaria o processo de avaliação, resultando no aumento da quantidade de mudas analisadas e em uma avaliação mais realista de cada carga, tendo uma acurácia muito maior do que se tem hoje.

Um dos nossos propósitos na CMPC é a busca contínua por modernização, inovação e mecanização das atividades, sendo a análise de qualidade de mudas expedidas um dos focos do trabalho. Estamos evoluindo junto com empresas de tecnologia no desenvolvimento desse equipamento para o avanço tecnológico na inspeção de mudas.

Controle de qualidade de mudas deve ser tratado com investimento, tendo em vista que mensurar a qualidade de todas as operações, incluindo mudas, gera ganhos, aumenta a produtividade e produz florestas melhores.n

77 Opiniões
PADRÃO MESES/SOBREVIVÊNCIA 6 12 18 24 A 99% 96% 95% 94% B 95% 93% 92% 90% C 93% 90% 88% 87%

Edição Agrishow

Anunciar na Revista Opiniões da Agrishow 16 99773-2200

Opiniões Opiniões Opiniões a agricultura do sistema bioenergético www.RevistaOpinioes.com.br ISSN: 2177-6504 EdiçãoMultilíngue ano 20 • número 76 • Divisão C • Mai-Jul 2023 BIOENERGÉTICO: cana, milho, agave, açúcar, etanol, biogás, bioeletricidade e carbono

Edição Expoforest

Anunciar na Revista Opiniões próxima Florestal 16 99773-2200

o

Opiniões
Opiniões Opiniões
colheita florestal
transporte
madeira www.RevistaOpinioes.com.br ISSN: 2177-6504 EdiçãoMultilíngue ano 20 • número 72 • Divisão F • jun-ago-2023 FLORESTAL: celulose, papel, carvão, siderurgia, painéis e madeira
estado da arte da
e o
da

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