O Jornalzão, edição 883

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O JOR NA LZÃ O - ED . 883 - 23/03/2013

CRÔNICA & CONTEXTO por João de Bem

O HÁBITO FAZ O MONGE! A imprensa vem informando sobre os resultados das provas para alunos do ensino médio proporcionadas pelo ENEM. A redação é um dos pontos de destaque. Por aí identificamos a quantas anda a transmissão de conhecimento pelos professores, a absorção desses conhecimentos pelos alunos e ainda o grau de entendimento dos estudantes sobre os temas enfocados. Pelos resultados a coisa não anda nada bem. Redações - das melhores colocadas - tiveram erros crassos de grafia, por exemplo, "trousse", "enchergar" e "rosoável" - embora a fonética seja a mesma das palavras corretas - trouxe, enxergar e razoável. O alarmante estatístico 48,4 % de alunos com notas em redação abaixo do razoável, indica que o nível de ensino também está bem abaixo do necessário a formação de indivíduos minimamente preparados para o exercício de funções em qualquer campo profissional e na política. O reflexo da baixa qualidade na formação educacional do cidadão está em todas as modalidades da balconista mascando chiclete ou conversando animadamente com o colega sem dar atenção ao cliente (e não é só balconista, caixa e recepcionista também) passando por deseducados motoristas que jogam vasilhames de bebidas em plena rua, como aconteceu bem na minha frente: - o cidadão simplesmente atirou a garrafa de plástico pela janela. Sinalizei com o farol várias vezes e ele parou. Desceu e de longe perguntou o que era. Mostrei a garrafa dizendo-lhe: - Vai entupir os bueiros, jogue-a no lixo. Ele, sem mais nenhum gesto virou as costas, entrou no carro e foi embora. A garrafa ficou lá e fui eu quem a colocou no lixo. Esse reflexo está na mais alta esfera legislativa do país - no congresso Nacional. Deputados e Senadores são os piores exemplos. Quem assiste a TV Senado ou a TV Camara desviando o olhar para as redondezas de quem está discursando - alguns discursam bem, outros se calassem seria melhor - irá notar que a maioria dos colegas do discursante não está nem aí para o discurso. Uns estão no maior bate-papo, de costas para a tribuna. Outros conversam ao celular. O presidente da mesa nem olha, folheia alguma coisa. É como se estivessem em um bar - vê-se claramente o desinteresse pelo trabalho parlamentar. Esse ainda é o Brasil sem educação legado pela ditadura militar - e sem chance para "freio de arrumação".

ECONOMIA

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Ibirá propõe renovação de contrato e anuncia safra para maio A direção da usina da Pedra (Irmãos Biagi) confirmou ao Jornalzão, na última quarta-feira, o interesse em continuar arrendando a usina Ibirá, e adiantou que espera retorno à proposta feita, na semana passada, para um novo contrato com a empresa proprietária da ex- usina Amália. O contrato atual foi firmado em 1998, e vence em 2015. Os Biagi revelaram ainda que o início da safra2013 está previsto para o dia 20 de maio. Fontes ligadas ao mercado canavieiro especulam, por outro lado, que Nelson Cury (dono da usina Santa Rita, de Santa Rita do Passa Quatro) es taria

interessado em retomar o controle da usina, assim que acabar o contrato com os atuais arrendatários. Ausina Amália foi fundada em 1900 por Henrique Santos Dumont, sucedido pela família Matarazzo a partir de 1920. Depois de auxiliar na realização da safra de 1991, Nelson Cury arrendou as instalações da Amália em 1992, por dez anos. Durante a vigência do contrato, a usina teve vários nomes antes de se chamar 'Diné' (apelido de Nelson Cury). A situação se agravou em 1997, com muitos problemas trabalhistas e de relacionamento com Maria Pia Matarazzo - herdeira da

Pedro Biagi na festa que comemorou arrendamento, em 1998 usina Amália -, e o contrato foi defeito - de forma amigável - em março de 1998, quando a empresa Vitercana - proprietária de direito retomou o controle da uni-

dade produtora de açúcar e álcool. No mesmo ano ela foi arrendada aos irmãos Pedro e Eduardo Biagi, que a batizaram de Ibirá ('árvore frondosa').

Primos Biagi disputaram o negócio Para sua primeira safra, que começou em junho de 1998, a Ibirá anunciou moagem de 1 milhão de toneladas de cana, com produção de 50 milhões de litros de álcool e 800 mil sacas de açúcar em 160 dias de trabalho. No começo, as negociações estavam em andamento com Maurílio Biagi primo de Pedro e Eduardo -, então presidente da Energética Santa Eliza e dono da Refrescos Ipiranga (Cocacola) que palestrou na Câmara local para 80 pessoas , no dia 1º de abril do mesmo ano. Acoordenação era feita pelo advogado santa-rosense André Rivalta de Barros, então com 53 anos, filho do ex-prefeito Elias

André e o então prefeito Decão, ladeiam Maurílio Biagi na palestra Baú Manoel de Barros. Foi ele quem sugeriu à Santa Eliza o arrendamento. - Plantei uma semen-

tinha dentro da Santa Eliza e vamos torcer para que ela germine - declarara o advogado no ano anterior, no

auge da crise da usina Diné. Um contrato chegou a ser assinado entre Vitercana e Energética Santa Eliza, mas o negócio acabou nas mãos dos donos da usina da Pedra. O arrendamento foi fechado no dia 7 de abril de 1998, com prazo de 17 anos. Maurílio Biagi voltou a Santa Rosa dois dias depois para anunciar o desfecho das negociações com a anulação do contrato que havia celebrado - e dizer que a Santa Eliza fizera o papel de indutor do negócio. - Amá lia es tá em boas mãos . Es tou feliz com a res olução do problema - dec larou o empresário na époc a.


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