O Jornaleiro 004

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Ano II * Edição 4 * Março de 2014

Polêmica na cidade Projeto de Lei 571, aprovado pela Câmara dos Vereadores, aumenta o número de cargos comissionados e seus salários em até 124%, causando revolta na população. Entenda. Página 7

FACCAMP

Para ajudar a comunidade, Núcleo Jurídico da Faccamp trabalha em conjunto com alunos do curso de Direito. Página 5

ESPORTE

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Skatistas da região sofrem com falta de incentivo e vivem do improviso para praticarem seu esporte favorito. Página 6

Faccamp 4

Depois de ser proibido, comércio ambulante volta a dar opção de alimentação para os alunos.

Política 7

Após um ano interditado, o Teatro Municipal recebe verba do Estado para ser reformado.

Entrevista 3

A repórter da Rede Record, Lívia Zuccaro, conversa com O Jornaleiro e conta sobre os desafios de ser jornalista em uma grande emissora de TV.

COTIDIANO

População de Campo Limpo Paulista aponta vários problemas e questiona: Nossa cidade está abandonada? Página 8

CULTURA

Em 2014, o maior artista de nossa região completaria 100 anos. Conheça a vida e a obra de Tao Sigulda. Página 2

IMAGEM: THALLES MATHEUS, TERCEIRO SEMESTRE - JORNALISMO

IMAGEM: THALLES MATHEUS, TERCEIRO SEMESTRE - JORNALISMO

Campo Limpo Paulista


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Ano II * Edição 4 * Março de 2014

Cultura

100 anos de Tao Sigulda Tama Sigulda, esposa de Tao, fala detalhes da vida e obra do artista PAULO DU’SANTUS, TERCEIRO SEMESTRE - JORNALISMO

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de simbolismos e críticas, dizia que a “Fantasia é melhor que a sabedoria, porque a sabedoria tem limite, a fantasia não”. Atrelando técnica à fantasia, Tao explorava várias possibilidades. Um Mês antes de sua morte, declara para sua esposa: “Se eu fosse fazer tudo o que está na minha mente, eu precisaria viver mais cem anos”. Serviço: Para quem quiser conhecer mais sobre a obra de Tao, o Centro Cultural fica na Estrada do Mirante, Campo Limpo. O local abre aos sábados, domingos e feriados, das 11h às 18h. Mais informações pelo telefone (11) 4038-7658 IMAGENS: CENTRO CULTURAL TAO SIGULDA/ARQUIVO

IMAGEM: THALLES MATHEUS, TERCEIRO SEMESTRE - JORNALISMO

ascido em Riga na Letônia ta. Filmar era para ele um hobby até enem 4 de Abril de 1914, Harijs tão, e assim pode registrar as cenas que Tao Steinbrecher, estudou Ar- testemunhou durante o período bélico. quitetura, Artes e testemunhou a se- Durante seu trabalho na guerra, o carro gunda Grande Guerra com uma câmera que dividia com outros dois jornalistas em mãos exercendo a função de jorna- passou sobre uma mina e explodiu, Tao lista. Chegou no Brasil em 1960, morou fraturou as costelas, perfurou a costas e no Figueira Branca (divisa entre Cam- teve traumatismo craniano. Só no Póspo Limpo Pta e Jarinu) até sua morte Guerra pôde voltar a se dedicar às artes. em 2006. Em Abril comemora-se o Após uma exposição em Nápolis, onde centenário de nascimento do artista, o artista vendera todas as obras exarquiteto, jornalista e filósofo. postas, Tao e sua esposa, Tama, resolAinda menino, Tao veram viajar por vários Tao Sigulda adorava passar os fins países e escolheriam o completaria um mais bonito para morar. de semana na casa de campo da família, na século de vida Quando o navio atrapequena cidade de Sicou em Salvador para em 2014 gulda. Então, em hoescala, Tama nos relata menagem à cidade de que tanto gostava com brilho nos olhos. “Era lindo”. O adotou o nome artístico de Tao Sigulda. jovem casal desembarcou em Santos e As habilidades artísticas o fizeram ser foram para a cidade de São Paulo. Nem bolsista na Escola de Artes em Mu- chegaram a viajar para os outros países, nique, na Alemanha, onde estudou to- escolheram o Brasil. E foi no bairro do das as técnicas possíveis. Ele acreditava Figueira Branca, lugar indicado por um na necessidade de aprender técnicas, amigo médico, que se instalaram, ali, pois quanto mais técnicas, maiores são Tao construiu o Centro Cultural que as possibilidades de criação. Tao chegou leva seu nome para expor suas obras. ser amigo de classe de Pablo Picasso. Os jovens artistas começaram então a Durante a segunda Guerra Mundial, foi procurá-lo e Tao tornou-se mestre de recrutado pelo Governo de Hitler e se desenho, pintura e escultura e usou seu alistou, como sua filosofia era contra a espaço para mostrar as artes de seus alumatança, Tao pediu para ser cinegrafis- nos ao lado de renomados artistas. Conta-nos, Tama Sigulda, que as mostras de artes do espaço possibilitaram a ascensão da carreira de vários jovens artistas. Tao deixou um grande legado, entre as suas obras mais importantes está o afresco, as luminárias e os vitrais da Igreja do Preciosissímo Sangue de Cristo no Rio de Janeiro, para a ocasião, vários artistas foram indicados pelo Vaticano, entre eles Salvador Dali e Chagal, mas o COMPANHEIRA naturalizado brasileiro foi o eleito. Tama relata a vida e obra de Tao Sigulda Suas obras são enigmáticas, cheias

HOMENAGEM: Há dez anos atrás, a Faccamp eternizou Tao Sigulda em uma série de homenagens pelos seus 90 anos de vida. Na ocasião, o próprio artista participou das homenagens feitas pelos alunos com exposições de suas obras pela faculdade

EXPEDIENTE:

Órgão Laboratorial do curso de Comunicação Social da Faculdade Campo Limpo Paulista (Faccamp), produzido pelos alunos de Comunicação Social de 2014.

Editor Chefe: Prof. Felipe Schadt - MTB 64231 Diagramação: Gabriel Patez, TERCEIRO SEMESTRE - JORNALISMO Produção: Equipe do O Jornaleiro

Diretora: Profª. Patrícia Gentil Passos Vice-Diretor: Prof. Nelson Gentil Coordenadora do curso: Profª Leni Pontinha

Março de 2014 Tiragem: 1.500 exemplares

Rua Guatemala, 167 - Jardim América - Campo Limpo Paulista-SP - CEP: 13231-230 - www.faccamp.br - www.comuniquetres.com.br - www.facebook.com/ojornaleiro


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entrevista

Musa da televisão? Não. Jorna lista! “A dificuldade no interior é trabalhar muito e ganhar pouco.” (Lívia Zuccaro) DANIEL SÉRGIO, QUINTO SEMESTRE - JORNALISMO

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Televisão brasileira sempre criou verdadeiros ícones, principalmente no jornalismo. Mas, nos últimos anos, a beleza plástica, sobretudo das mulheres começou a ser destacada nas bancadas telejornalísticas. Nomes como Patrícia Poeta, Fátima Bernardes, Márcia Peltier, Ana Paula Padrão, sempre serão lembradas e citadas como referência (e competência) no jornalismo da televisão no Brasil, porém, na região, ou melhor no telejornalismo regional, também temos as nossas “musas”, entre elas, para orgulho dos jundiaienses, e em particular da comunidade Faculdade Campo Limpo Paulista, Lívia Zuccaro, atualmente apresentadora e repórter da Record/Campinas. Confira a entrevista especial que realizamos com ela, que também teve rápida passagem como professora da área de comunicação da faculdade.

o texto. Isso demorou um pouco para se encaixar na minha cabeça. Li muitos livros sobre isso, inclusive da Vera Paternostro, para entender como eu podia valorizar as imagens. Até que aprendi, na “marra”, porque já estava no ar e não podia errar”. Qual foi o jornalista (repórter ou apresentador) que serviu de base e inspiração, para seu início de carreira? “Sempre gostei da Renata Vasconcelos. Mas na Record, pensava sempre na Adriana Reid. Costumava olhar repórteres que me prendiam a atenção para formar uma figura. Lorena Coutinho, da Record, é muito boa. Hoje, consigo ser eu mesma, mas me moldei olhando as outras. Isso na figura, já no texto adoro Carlos Dornelles, que também trabalha aqui”. IMAGENS: LÍVIA ZUCCARO/ARQUIVO PESSOAL

EM AÇÃO

Lívia Zuccaro encarando as câmeras para gravação de uma matéria para Record O Jornaleiro: Como foi o seu início no jornalismo? Lívia Zucaro: “Foi aos 15 anos, quando comecei uma oficina de jornalismo no Divino Salvador, colégio onde estudava. Aos 18 comecei a trabalhar na Rádio Difusora e fazia a ronda. Fui sendo promovida até que gostaram da minha voz e a partir daí tudo começou”. Qual foi a principal dificuldade que você enfrentou quando começou como repórter? “No caso da TV, foi entender como casar as palavras com

O que é mais difícil: Trabalhar em Jundiaí, Campinas ou nas grandes capitais? “Nas grandes capitais, com certeza. O crime é muito pior, assim como a cobrança. Sabemos que os veículos locais fazem o funcionário trabalhar mais do que deve e não pagam. Mas a pressão sobre o funcionário não se iguala a uma emissora na capital. Aqui, a matéria não é matéria se não tiver os números extremamente corretos e não ter a audiência que precisa. Outra coisa: aqui, as fontes mentem muito mais e as pessoas têm mais medo. Os crimes

são mais brutos e temos que nos preparar psicologicamente pra tudo isso”. Qual as principais dificuldades do trabalho dos jornalistas na região de Jundiaí nos dias de hoje? “Acho que falta estrutura, mas também falta por um motivo: os empresários de Jundiaí não estão acostumados a investir em propaganda nos canais locais de comunicação”. E quando investem, as diretorias não repassam. “A dificuldade do interior é trabalhar muito e ganhar pouco. Sapatear pra conseguir algo. Uma grande parcela dos jornalistas se desespera nessa hora e decide parar. Vai trabalhar como bancário ou vai para outra área. No começo da carreira, quem não tem pai que ajuda financeiramente (o meu me ajudou, mas é bem pão duro, então sofri bastante) não consegui sobreviver. Se estiver no começo da carreira e quiser seguir em frente no interior, tem que ter mais de um emprego. E colar na tia rica (risos) quando quiser sair no final de semana”. Com esta onda de manifestações e protestos (às vezes violentos). Como fica, em sua opinião, o trabalho dos jornalistas? Você acha que a liberdade de imprensa está sendo desrespeitada? “Claro! Eu odeio manifestações! E quando digo isso tenho certeza que alguém vai ler e querer me bater, de novo. Em Campinas quase fui atingida por uma bomba, sai com o microfone sem a canopla e mesmo assim, adolescentes que em sua maioria não sabiam o que estavam protestando me ameaçavam de morte. Em outra cidade, acertaram uma pedra na minha cabeça porque eu filmei um mercado que tinha sido saqueado. Eles queriam falar dos 20 centavos e eu queria mostrar a verdade do que estava acontecendo (além dos 20 centavos). Mas não conseguia. Tive que sair de cabeça baixa com uma multidão me ofendendo. E a polícia não fez nada. Fiz minha matéria e falei tudo o

Lívia Zuccaro é jorna-

lista, formada pelo Mackenzie São Paulo e especializada pela PUC Campinas. Começou no rádio em 2005, apresentando o Jornal Difusora e depois foi convidada para trabalhar na televisão. Apresentou programas de entretenimento e saúde nas afiliadas na TV Bandeirantes e Cultura. Paralelamente desenvolveu trabalhos com locuções comerciais e foi repórter da TV Honda do Brasil. Também fez parte do corpo docente da Faculdade de Jornalismo de Campo Limpo Paulista, Faccamp. Desde 2011 dedica-se a TVB Record Campinas como repórter e apresentadora. (fonte: site pessoal da jornalista)

que aconteceu, inclusive que fui atingida por uma pedra. Critiquei o trabalho da polícia. Mas sabia que não tinha conseguido fazer o meu trabalho, porque fui impedida de mostrar o que estava acontecendo. Acho que com a morte do cinegrafista da Rede Bandeirantes, ficou claro o cenário das manifestações para os jornalistas. Ninguém mostrou isso até o cara morrer. Agora, todos sabem: Os manifestantes nos tratam como inimigos. Acham que somos comprados e pior, se alguém ganha dinheiro com essa “compra” não e o repórter que está na cobertura”


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faccamp

Volta do comércio às ruas da Faccamp Com alvará em mãos, comerciantes que haviam sido retirados no primeiro semestre de 2013 voltam para as portas da faculdade JHULLY BAPTISTA, TERCEIRO SEMESTRE - JORNALISMO

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uem não gosta de fazer um lanchinho no intervalo da faculdade? Um espetinho, um salgado, um hot dog, ou até mesmo um açaí bem incrementado nas noites de calor? Pois é. E é da venda desses alimentos que algumas pessoas tiram a maior parte de sua renda. No primeiro semestre de 2013 os comerciantes foram retirados das ruas próximas a Faccamp - fato ocorreu por conta de que muitos deles não tinham o alvará que permite a venda em locais públicos, sendo assim foram afastados até que regularizassem a situação. Segundo os comerciantes, a Prefeitura de Campo Limpo Paulista solicitou que eles tomassem as providencias necessárias para a emissão do alvará, que incluía pagamento de taxas para protocolo, exames médicos, avaliação da vigilância sanitária entre outros. Foram liberados sete carros, sendo de tipos de comida diferentes (nessa ordem sorteada anteriormente pela própria prefeitura): milho, hot dog, açaí, salgados, crepe, lanches e espetinhos, para que não haja concorrência direta entre eles. Todas essas opções de alimentação agradam aos alunos e a própria faculdade. Conversamos com a diretora da Faccamp, Patrícia Gentil Passos, que nos disse que, mesmo a faculdade não estando envolvida com o caso do afastamento e volta do comércio nas portas da instituição, ela é a favor, já que muitos comerciantes são pais de alunos que pagam as mensalidades dos filhos com a renda obtida por meio das vendas, sem falar do preço que faz com que consigamos pagar por algo gostoso sem ter que gastar muito e sem

se afastar das salas de aula. “Além de ajudar na renda de muitas famílias, é possível encontrar produtos de ótima qualidade”, disse Patrícia Gentil. Dos alunos entrevistados todos estão de acordo com o comércio próximo à faculdade, já que as cantinas, muitas vezes, não suportam a quantidade de alunos que querem uma alimentação rápida e barata. Ainda faltam algumas coisas para que tudo fique em seu devido lugar, mas por enquanto os alunos podem ficar tranquilos que o comércio continua aberto para eles

IMAGEM: THALLES MATHEUS, TERCEIRO SEMESTRE - JORNALISMO

LIBERADO

Após problemas com documentações, comerciantes voltam às ruas da Faccamp


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faccamp

Núcleo Jurídico da Faccamp O Escritório de Prática Jurídica da Faccamp tem a função de prestar serviços gratuitos à comunidade NATHALIA GOBI, TERCEIRO SEMESTRE - PUBLICIDADE E PROPAGANDA

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que antes a população não encontrava, a Faculdade Campo Limpo Paulista (Faccamp) disponibiliza: o suporte jurídico a todos os moradores carentes de Campo Limpo Paulista. Resolver seus problemas nunca se tornou tão fácil e prático, pois a solução está próxima de todos com a consultoria gratuita, em que profissionais acompanham os casos e ajudam pessoas de baixa renda a encontrar soluções judiciais. O Núcleo é um projeto diferenciado dos demais, suas regras

também são impostas pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). O Escritório de Assistência Jurídica (EAJUR) tem a finalidade de proporcionar aos alunos do curso de direito da faculdade a realização de atividades práticas ligadas à advocacia. A atuação dos profissionais mostra diversos casos que tiveram soluções e mudou muitos caminhos. “São histórias que ajudamos a resolver isso muda os valores de nossas vidas também”, disse a Dra. Lúcia Crivelaro, uma das professoras responsáveis pelo projeto.

IMAGEM: THALLES MATHEUS, TERCEIRO SEMESTRE - JORNALISMO

PARA A COMUNIDADE

O Núcleo Jurídico da Faccamp atende famílias carentes de Campo Limpo Paulista

O atendimento semanal acontece do aluno mediante a realização de às terças e quintas-feiras, das 14h tarefas que desenvolvam o senso às 17h30, pavimento térreo, pré- crítico e a percepção social e que dio III da faculdade, localizada na permitam ampliar seu conheciRua Guatemala,167, bairro Jardim mento além da esfera acadêmica, América. O Núcleo tem sua atua- sendo este aluno avaliado ao final ção há aproximadamente 12 anos de cada semestre. Para a atuação com atendimento de cinco a oito na área é feita uma seleção entre os pessoas por dia, na área civil, cri- professores responsáveis pelo núminal e tributaria com parceria cleo, por meio do qual se avalia a do Conselho Tutelar. A assesso- nota do aluno na faculdade. Além avaliação, o aluria é feita somente O Núcleo tem dessa no presta uma prova para os moradores carentes da cidade. sua atuação há e uma entrevista com Para moradores das aproximadamente os professores orientadores. A vaga é ocudemais cidades são 12 anos pada por aqueles que fornecido orientações jurídicas necessárias, sem melhor se destacarem. Atualmente são dez estagiários, cinco, às terças prestação de uma ação judicial. As atividades são feitas por alunos e cinco, às quintas que exercem a estagiários com o auxílio de duas função aproximadamente por dois professoras orientadoras e advoga- anos, passando pela experiência. das responsáveis, Dra. Lúcia Sirlene Regularmente são alunos matriCrivelaro Fidelis e Dra. Renata culados a partir do 4º ano ou 6º Helana Paganoto Moura. Além de semestre do curso de Direito conprestar orientações preventivas e forme processo seletivo interno. extrajudiciais à população carente, O núcleo além de disponibilizar o aluno tem também a oportuni- para pessoas carentes da região dade, quando for o caso, de propor tem como função ensinar o aluno a ações judiciais juntamente com os atuar profissionalmente. “A demanprofessores orientadores. A visão é da só tem crescido!” afirma Dra. ampliar e aprofundar a formação Renata Helena Paganoto Moura


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Esporte

Skate na região pede por incentivo das Prefeituras

Skatistas utilizam das ruas e do improviso para praticarem seu esporte favorito CLAUDIA SANTOS, TERCEIRO SEMESTRE - JORNALISMO

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elocidade, equilíbrio e diversão: o skate é um estilo de vida, assim garante quem pratica o esporte. Porém, por não ser um esporte tão visado quanto o futebol, o skate acaba ficando diversas vezes em segundo plano nas cidades de Campo Limpo Paulista, Franco da Rocha, Jundiaí e Várzea Paulista, não tendo apoio da Prefeitura de cada cidade. Em Campo Limpo Paulista, a pista de skate é localizada no Centro Esportivo da cidade. A maioria dos esportistas utiliza a pista para praticar a modalidade Skate Street, o qual atrai muitas pessoas de outras cidades por conta do estilo praticado. “O skate aqui é muito forte, muitos vêm pra cá porque gostam do estilo e das pistas, mas aqui não tem apoio da Prefeitura”, disse Fernando Nascimento (23), que pratica o esporte há 10 anos. Nesse esporte existem várias modalidades, dentre elas Street, Freestyle e High Jump. Levando essas modalidades em conta, há falta de novos itens para que os skatistas possam praticar todas as modalidades. “O esporte evolui, logo as pistas deveriam evoluir também, porém, as melhorias na pista foram os skatistas que fizeram”. E afirma: “temos a pista há anos e nunca foi reformada”, relatou Fernando Nascimento. A mesma crítica faz Gabriel Bueno (19) quando perguntado sobre quais são as maiores dificuldades para praticar o esporte em Várzea Paulista. “Pistas? Nós skatistas de Várzea Paulista andamos na rua!”, disse. Gabriel Bueno ainda completou que muitos dos atletas poderiam ter futuro no esporte, mas a falta de manutenção nas pistas pode acabar por atrasar o sonho dos skatistas. “Muitos

IMAGENS: THALLES MATHEUS, TERCEIRO SEMESTRE - JORNALISMO

Imagem IMPROVISO

Pistas de skate da região não estão devidamente apropriadas para a prática do esporte. atletas têm futuro no esporte e não têm lugar para praticar e evoluir”. Em Jundiaí, o problema se repete: pistas mal feitas e sem manutenção. A pista localizada na Vila Rami está abandonada. Nem mesmo os skatistas querem utilizar a pista por conta de estar em mal estado e facilitar quedas aos atletas. “Outra pista que temos na cidade (se é que podemos chamar de pista), são os restos de um parquinho reaproveitado pra fazer uns obstáculos impossíveis de andar”, relatou Paulo Gomes Júnior (26). No Centro Esportivo José Brenna, mais conhecido como Sororoca, há mais uma pista de skate, sendo essa que passou por uma reforma e teve sua estética totalmente modificada, dificultando a pratica do esporte para iniciantes. “Na minha visão, há um descaso e um despreparo por parte dos diversos governantes e dos secretários que passaram e dos que ainda estão na administração municipal. Falta vontade, coragem e ouvir os skatistas”, disse Paulo Gomes Júnior.

Por outro lado, Silmara Ciampone, Secretária Adjunta de Esportes do Município de Franco da Rocha diz que esteve recentemente no departamento de obras analisando a possibilidade de construção de uma pista de skate na cidade, como um projeto do Prefeito Kiko para o skate nos próximos anos. Silmara ainda classifica o skate como um importante esporte.

“Importante esporte que por anos ficou sem apoio” afirmou. As demais prefeituras não responderam até o fechamento desta matéria. Cada vez mais, o skate no Brasil é valorizado, porém, há muito ainda o quê melhorar. “O Brasil está mudando quanto ao skate, mas não tanto. Até dá para viver de skate se você fizer suas ‘correrias’ direito, mas é difícil”, falou Weslley Silva (25), praticante do esporte há 8 anos. Um skatista Chileno que preferiu não se identificar, estava praticando o esporte nas pistas de Campo Limpo Paulista e afirmou: “Aqui no Brasil é mais organizado”. O skate perde seu espaço em muitos locais, mas mesmo assim, o número de praticantes desse esporte só cresce. Esse pequeno instrumento traz momentos únicos aos atletas que voam em quatro pequenas rodas, mas ao ver de outras pessoas, são apenas pessoas perdendo seu tempo. E você, concorda que o skate é dispensável, ou apoia os skatistas?

Cada vez mais, o skate no Brasil é valorizado

Mesmo com a falta de incentivo, skatistas não desistem do esporte


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POLÍTICA

Projeto 571 gera polêmica

Na terceira tentativa, com seis votos a favor, projeto que previa aumento de cargos comissionados e de seus salários é aprovado OBERDAN MENDONÇA, TERCEIRO SEMESTRE - JORNALISMO

N

o dia 30 de Janeiro deste ano, o Prefeito de Campo Limpo Paulista, Sr. José Roberto de Assis, criou o Projeto de Lei Complementar Nº 571, o que gerou diversos comentários. Este projeto altera três leis criadas em administrações anteriores, dando a elas outras providências. Algumas providências são o aumento de salários de alguns funcionários próximos ao prefeito e a criação de novos cargos comissionados, que são cargos ocupados por indicações, ou seja, cargos para os quais aqueles que ocupam as vagas não precisam prestar concurso público. Segundo o próprio site da Prefeitura, a lei foi aprovada com seis votos a favor,

e apenas três contra, sendo criados quatro novos cargos: Diretor de Convênios; Assessor Jurídico; Diretor de Recursos Humanos; Diretor de Contabilidades e Orçamentos. Na própria lei 571 consta que são 13 vagas para Assessor Jurídico. Segundo informações internas da Prefeitura, estas vagas foram preenchidas com pessoas que trabalham e outras que já trabalhavam na administração pública. No site também consta duas vezes “em compensação, são cortados 303 cargos em comissão (67 deles imediatamente).”

Desta forma, subentende-se que já existiam funcionários ocupando estes cargos. Porém, de acordo com o Vereador Leandro Bizetto, um dos que votaram contra a lei 571, os 303 cargos realmente existiam, porém, não eram ocupados, não gerando, desse jeito, nenhum tipo de economia para os cofres públicos. Com esta lei os comissionados receberam um aumento que varia entre 40% e 124%, enquanto os professores receberam apenas 5% de reajuste salarial. A equipe do O Jornaleiro buscou contato com o vereador Geada e a vereadora Maria Paranhos sobre seus posicionamentos a respeito do assunto, já que foram favoráveis ao projeto. Até o final desta edição, não houve respostas por parte dos vereadores. Conversamos com o contador David DeLira, (46) um dos ativistas contra a corrupção em Campo Limpo Paulista, que nos relatou sua visão sobre o projeto. “A ânsia do prefeito em aprovar o Projeto 571, convocando duas sessões extraordinárias, conota logo de início, algo errado”, disse o ativista.

Os comissionados receberam um aumento que varia entre 40% e 124%

IMAGEM: THALLES MATHEUS, TERCEIRO SEMESTRE - JORNALISMO

PROTESTO

Manifestantes cobram por transparência por parte da Prefeitura em frente ao Paço

Mais médicos Esse mesmo projeto (571) também pautava pela contratação de mais

médicos e o aumento de salário dos mesmos em 171%, passando de R$2000, para R$5.437,80 somando adicionais de assiduidade e insalubridade, com dezesseis horas por semana. Rogério Borges (Borjão), Adalberto Joventino da Silva (Betinho) e Leandro Bizetto, vereadores que votaram contra o projeto, pediram em emenda de “número 1” que a situação dos médicos fosse votada separadamente do aumento de cargos comissionados. Em um vídeo publicado na página oficial do vereador Borjão no facebook, ele diz que “Sou a favor do aumento do número de médicos e dos seus salários” e completa “Colocar o problema dos médicos junto com os cargos comissionados vira um pacote para ele [Prefeito] resolver um problema político dele”. Manifestações A aprovação do projeto foi o estopim para que grupos de oposição ao governo e ativistas políticos agendassem uma manifestação em frente a prefeitura no dia 18 de fevereiro, onde o foco foi, além de revindicar o projeto 571, melhorias na saúde, transparência com a população, melhorias no transporte entre outros motivos. O ato reuniu cerca de 120 pessoas que aproveitaram para participar da sessão ordinária na Câmara dos Vereadores

Prefeitura recebe verba Estadual de R$270 mil para reforma do Teatro Ayrton Senna TIAGO PINHEIRO, TERCEIRO SEMESTRE - PUBLICIDADE E PROPAGANDA

I

nterditado desde fevereiro de 2013, o Teatro Ayrton Senna em Campo Limpo Paulista, após um ano de espera e processos burocráticos, recebeu do Governo Estadual o valor de 270 mil reais que será destinado à sua reforma. Conhecido na cidade por sediar eventos culturais promovidos por escolas e demais instituições, o teatro foi vistoriado no mês de fevereiro de 2013, no período de comoção nacional pelo incêndio da boate Kiss em Santa Maria. A tragédia no Rio Grande do Sul alertou a Adminis-

tração Publicada de Campo Limpo Paulista e fez com que a Defesa Civil impedisse o funcionamento do teatro, sob as alegações dos laudos os quais revelam a precariedade do espaço. Rachaduras na estrutura, poltronas quebradas, encanamentos vazando e falhas na rede elétrica são pontos destacados nestes documentos. Neste ano, a prefeitura recebeu a notícia de que a verba para o investimento será disponibilizada. O acontecimento se dá pelo projeto levado e apresentando ao Palácio dos Bandeirantes no Morumbi, em

São Paulo por representantes da cidade juntamente ao Prefeito José Roberto de Assis, que trata principalmente sobre as dificuldades de orçamento que a prefeitura enfrenta. A justificativa para a impossibilidade de a prefeitura realizar a reforma por sua própria conta é ligada ao fato de que houve grandes investimentos para a construção do Hospital de Clínicas. Durante o novo período de espera, o teatro continuará com o cartaz de “Estabelecimento Interditado”, enquanto materiais em desuso foram colocados no

IMAGEM: THALLES MATHEUS, TERCEIRO SEMESTRE - JORNALISMO

Teatro ficou mais de um ano fechado hall de entrada, conforme é possível enxergar pelas grades do portão principal. Memos com previsão de início das obras para o segundo semestre de 2014, reabertura não tem data


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Ano II * Edição 4 * Março de 2014

cotidiano

Nossa cidade está abandonada? Moradores de Campo Limpo Paulista apontam vários pontos falhos na cidade MIRELA MARAIA , TERCEIRO SEMESTRE - PUBLICIDADE E PROPAGANDA IMAGENS: THALLES MATHEUS, TERCEIRO SEMESTRE - JORNALISMO

ABANDONO?

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O acúmulo de lixo na cidade e o mato que não é cortado deixam população indignada.

Jornaleiro foi às ruas ouvir a população de Campo Limpo Paulista, dentre todos os ouvidos, os principais relatos de problemas enfrentados na cidade atualmente são: falta de manutenção e limpeza dos bairros, falta de médicos e remédios e o congestionamento que, no horário de pico, faz o trânsito tornar-se caótico. Falta de manutenção nos bairros Valdeir Furquim (36) mora em Campo Limpo Paulista há 15 anos e destaca. “Esse ano o caminhão de lixo não está passando regularmente.” Em resposta,

Mauricio Santos, assessor de imprensa da prefeitura, explica que a manutenção e limpeza dos bairros ficam prejudicados essa época do ano por causa da temporada de chuvas e que a atual administração está em negociações com a secretaria de relações do trabalho. “Os funcionários que atuavam nos serviços de manutenção exerciam “trabalho escravo”, explica Mauricio que ainda afirma, “o serviço de coleta de lixo está normalizado, e que alguns problemas pontuais ocorrem pelo fato de a mão de obra dessa categoria apresentar forte rotatividade na empresa concessionária”.

Falta de médicos e remédios

Congestionamento

O aposentado Emilio Lucio dos Santos (68) se queixa da falta de remédios no posto de saúde, enquanto uma moradora que vive há 9 anos na cidade e prefere não se identificar, completa, “a saúde está precária, não há médicos.” Quanto aos remédios, o assessor afirma que a farmácia municipal está funcionando normalmente. “A eventual falta de remédios ocorre por causa da logística para distribuição”, diz o mesmo que também comentou a delicada situação da saúde pública. “A Câmara Municipal aprovou projeto do Executivo criando 160 novas vagas para médicos”.

Quanto à questão do trânsito, a qual se encontra um tanto quanto caótica na cidade, Mauricio comenta alguns projetos de melhorias, como a criação do viaduto que ligará os dois lados da rodovia Edgard Maximo Zambotto, a implantação de semáforos e a duplicação da Avenida Alfried Krupp, obras cujos valores foram estimados em R$1,5 milhão, já liberados pelo governo do estado. Todavia, a população deve continuar em alerta, para que se cumpram os projetos e se façam valer todos os direitos de cada cidadão, para que assim se construa uma cidade cada vez melhor

Trânsito intenso na Rua Francisco Miguel - Centro da cidade

Charge do jornaleiro:

Tirinha

SILVIO ROMÃO, TERCEIRO SEMESTRE - RÁDIO E TV

SILVIO ROMÃO, TERCEIRO SEMESTRE - RÁDIO E TV

Enquanto os professores ganham 5% de aumento...

IMAGEM: Reprodução/poressaspaginas.com


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