Do ensino a aprendizagem Peixoto, M.A.P. & Silva, R.N.M.B. Extrato de: Aprendizagem: Estratégias e estilos. Rio de Janeiro, ABT, 2002
Como Paulo Freire afirma, ensinar e aprender devem ser vistas como duas entidades separadas, embora fortemente ligadas. Há atitudes e processos ligados ao ensinar, mas há também atitudes e processos ligados ao aprender. Hoje em dia este é um conceito cada vez mais aceito. No entanto, o entendimento da aprendizagem enquanto domínio separado, embora interdependente, é relativamente recente. Historicamente, o binômio ensino-aprendizagem inicia-se e mantem-se durante longo tempo com marcante preponderância do seu primeiro termo. Ë nova a idéia de que a aprendizagem não é um mero produto do processo de ensino. É possível encontrar no passado distante autores e idéias mais diretamente ligados ao papel do aprendiz. No entanto, em uma avaliação mais global; a ênfase tem sido mais dirigida à transmissão de valores pré-estabelecidos visando a formação de indivíduos harmônicos com um dado padrão. A preocupação primária com processos específicos do aprendiz e como este indivíduo coleta / recebe a informação não tem muito tempo de vida. Visões educacionais onde se valorizam ações ativas do aprendiz na coleta, seleção e crítica de conteúdos são predominantemente oriundas deste último século.
O mundo primitivo A educação primitiva tomava como centro as atividades diárias da aldeia. Era prática e plena de rituais de iniciação. Alem disto, era relativamente homogênea, todos sendo potenciais professores, e o "currículo" determinado pelas necessidades cotidianas. O aprendizado fazia-se pela real execução da tarefa a ser aprendida. Ainda mais era animista, tradicionalista, tendo o culto aos velhos grande importância O objetivo da educação nos povos primitivos era de promover "o ajustamento da criança ao seu ambiente físico e social por meio da aquisição da experiência de gerações passadas" (Monroe). Os rituais de iniciação tinham valor moral, social, político, religioso e prático.
O mundo oriental A educação formal surgiu diferenciando-se progressivamente da educação primitiva, na medida em que a sociedade tornava-se mais complexa. Passou-se a ter local específico para se aprender, os conteúdos especializaramse e os professores e alunos tiveram papéis mais definidos, isto é mais específicos. A prática educacional precedeu a formalização de qualquer pensamento pedagógico. Este surgiu na verdade, como uma tentativa de organizar e sistematizar uma prática preexistente, levando em conta a cultura onde esta prática se desenvolvia. No Oriente, caracterizava-se por ênfase na, na tradição e na meditação. A religião com suas doutrinas pedagógicas tinha papel de relevo como na China com o Budismo, o Taoísmo e o Confucionismo, na Babilônia com o Magicismo, na Índia o Hinduísmo e na Palestina e Egito com o Teocratismo, nas suas vertentes judaica e egípcia. A educação chinesa era o padrão da educação oriental e girava em torno do domínio da linguagem escrita e da literatura, com o ensino centrado no professor. O aluno decorava, não importando o significado. A educação era conservadora e tradicionalista, e considerava que o mundo é como é e assim deve continuar. O professor era o responsável pela manutenção do status quo. Encontramos em Confúcio: