REVIPACK 204

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Cartão sob pressão A indústria europeia das embalagens de cartão continua sob pressão. Depois dos sinais de recuperação do segundo semestre de 2009, o clima de optimismo foi temperado pela evolução do mercado das matérias-primas e pela regulamentação em matéria de segurança alimentar. A análise foi feita pela ECMA, a Associação Europeia dos Fabricantes de Cartão. Os preços da pasta de papel aumentaram mais de 50% nos últimos 12 meses e os preços dos papéis velhos aumentaram 10 a 15 vezes, comparativamente ao primeiro trimestre de 2009. Num mercado com as conhecidas dificuldades, os fabricantes de embalagens de cartão não conseguiram repercutir estes aumentos. A ECMA queixa-se ainda do impacte económico da regulamentação de segurança alimentar, que obriga à utilização de tintas de baixa migração, mais caras. A ECMA tem cerca de 500 empresas associadas que representam cerca de 70% das embalagens de cartão produzidas na Europa, com um total de cerca de 50 000 empregados.

Filmes BOPP O mercado mundial de filmes biorientados de polipropileno (BOPP) estima-se em 5,4 milhões de toneladas. No ano de 2009, retomou o crescimento de 6% e recuperou da travagem registada em 2008. Segundo o mais recente estudo da AMI Consulting, o crescimento médio anual deverá manter-se nos 6 ou 7% nos próximos três ou quatro anos, devido, sobretudo ao mercado asiático. Na Europa Ocidental, o crescimento será menor e as margens mais apertadas. A indústria produtora de filmes de BOPP conta com uma base de clientes fragmentada, mas o mercado é cada vez mais permeável aos filmes importados. A AMI refere o sobre-investimento e a consequente erosão das margens. A China é o maior produtor e consumidor de filmes de BOPP. Por enquanto, a indústria chinesa ocupa-se praticamente do mercado local mas poderá continuar a aumentar as capacidades e dotar-se de organização comercial para exportar para a Europa. O mesmo poderá suceder com produtores da Índia e do Médio Oriente.

Alumínio recupera Em 2009, a produção europeia de folha de alumínio foi de 768,6 mil toneladas e baixou 5% comparativamente ao ano anterior. No último trimestre de 2009, registou-se a 6

recuperação, com uma subida de 11,3% comparativamente ao período homólogo de 2008. As estatísticas elaboradas pela EAFA, a associação europeia do sector, dão conta de que o segmento das folhas mais finas desceu 16,6% em todo o ano, mas subiu 4% no último trimestre.

Aerossóis: o reequilíbrio mundial A procura mundial de aerossóis de alumínio baixou 4,4% em 2009, situando-se ao nível dos 5, 45 mil milhões de embalagens - refere a associação AEROBAL. A descida foi maior (-6%) na Europa, onde o consumo per capita é mais elevado (11 embalagens/ano). Mercados como a China e o Brasil, com consumos per capita de 1 e 2 emb/ano, respectivamente, registaram crescimentos de dois dígitos. Até mesmo o Japão registou uma subida de 10%, depois de vários anos de estagnação.

Klöckner reestrutura capacidade O grupo Klöckner Pentaplast vai investir 40 milhões de euros em equipamentos para produzir rótulos retrácteis, folhas para embalagens termoformadas, fitas adesivas e folhas decorativas. As fábricas de Kempten e Graben-Neudorf (Alemanha) não serão encerradas enquanto os novos equipamentos não estiverem operacionais e os filmes aprovados pelos clientes. Entretanto, a fábrica de Muri (Suiça) poderá fechar. Actualmente, o grupo tem 19 fábricas em 11 países, incluindo Portugal. Emprega mais de 3200 pessoas e factura 1,6 mil milhões de euros.

Flint reforça tintas O Flint Group completou a aquisição da Torda, produtor de tintas para impressão de embalagens com um valor de negócios de 23 milhões de euros em 2009, maioritariamente realizado no norte da Europa, nos Balcãs e no Médio Oriente. Com sede no Luxemburgo, o Flint Group tem presença global no mercado das tintas de impressão. Facturou 2,1 mil milhões de euros em 2009 e emprega 7300 pessoas.

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Preços da pasta de papel afectam etiquetas O aumento dos preços da pasta de papel e do papel está a dificultar a recuperação da indústria europeia das etiquetas auto-adesivas - reporta a FINAT, a associação do sector. Depois de uma queda a dois dígitos registada no primeiro semestre de 2009, esta indústria iniciou um ciclo de recuperação. No segundo semestre do ano passado, a descida foi de 5,3% e no primeiro trimestre de 2010, a procura de auto-adesivos aumentou 12,5% comprativamente ao período homólogo do ano anterior. Entretanto, os preços da pasta de papel registaram aumentos, derivados do reajuste de capacidades da indústria papeleira e, sobretudo, da redução da oferta de pasta de papel em consequência dos sismos no Chile e das greves na Finlândia e na Suécia. Os preços da pasta aumentaram 40% comparativamente a 2009 e atingiram o nível recorde de 1995. Em consequência, os preços do papel aumentaram 8 a 10%. Também os filmes plásticos para produção de rótulo aumentaram 5 a 10 %. Os preços dos transportes e da energia estão também sob pressão. Como dado positivo, a FINAT refere que as vendas de etiquetas auto-adesivas estão em recuperação. No entanto, o aumento dos custos e a pressão sobre as margens mantêm esta indústria numa situação frágil.

Tubos flexíveis A indústria europeia produziu 9,65 mil milhões de tubos flexíveis em 2009, menos 5,3% que em 2008, o maior ano de sempre, segundo as estatísticas da ETMA, a associação europeia do sector. O segmento da cosmética, que pesa cerca de 40% na produção de tubos flexíveis, sofreu uma queda de 8,5%, enquanto os segmento dos produtos industriais e domésticos desceu 7,4% e o segmento farmacêutico desceu 6,2%. O segmento dos dentífricos manteve-se estável e o segmento dos produtos alimentares cresceu 0,5%. Em termos de materiais, registaram-se diminuições nos tubos de alumínio (-4,8%) e de plástico (-11,8%) e subida nos tubos laminados (1%).

Nº 204 Jan/Fev/Mar 2010


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