O Dibre – Edição I Junho/2015

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DIBRE DO MÊS

Neymar chama peruano para bailar e fatura “Dibre do mês”

A MAGIA DO TRIO MSN Confira o segredo do sucesso do trio de ataque poderoso do Barcelona.

É CAMPEÃO!

o texto sobre a grande decisão AQUI TEM COPA AMÉRICA! Confira da UEFA Champions League que coroou

Confira as curiosidades de todo o histórico doo quinto título do Barcelona torneio. JOIAS DA BASE

TRÍPLICE COROA

O SUCESSO DO DOURADO

Conheça as principais apostas do trio de ferro para o futuro. Eles podem ser os novos craques do seu time.

O tridente de ataque do Barcelona é decisivo mais uma vez e os catalães faturam a Champions League.

Com ex-paranista no comando, Cuiabá cresce e vira promessa para o futebol brasileiro.


O DIBRE

JOIAS DA BASE

O Dibre é produzido Com status de craques e candidatos a protagonistas no profissional, esses pelos estudantes de jornalismo do primeiro ano três jovens se destacam desde cedo com as camisas de Atlético, Coritiba e da Universidade Positivo. Paraná Clube. Conheça mais um pouquinho sobre cada um deles. Apaixonados por esportes, Adrian Wosniak, Guilherção. O Dibre – Assim como milhares Aposta do Caju me Coimbra e Rodrigo de crianças no Brasil que sonham O Dibre – Você chegou ao clube Zanotto decidiram criar o em ser jogador de futebol, você como volante, foi convocado na jornal. Inspirado na gíria deixou sua casa cedo para tentar posição e já num jogo-treino da futebolística dos jogadores a vida em outro estado, longe da primeira convocação fez o prifamília. Como foi para você essa meiro gol com a camisa da seleque tem por costume falar transição? ção brasileira. Neste jogo treino errado, e no meme protaJosé Marcos – Foi um período contra o Fluminense, te testaram gonizado por Ronaldinho difícil. Eu sentia muito a falta como zagueiro. Foi ali que você Gaúcho, o nome “O Dibre” da minha família ali perto, mas mudou de posição definitivaé justamente para brincar sempre procurei ocupar a cabeça mente? fazendo outras coisas para não com a paixão por esportes.

Colunistas Adrian Wosniak Guilherme Coimbra Rodrigo Zanotto

Prof: Felipe Harmata – Introdução ao Jornalismo e Legislação

ficar pensando neles. Falava e falo com meus pais até hoje ao telefone todos os dias.

O Dibre – Você chegou no Atlético em 2012 e já de cara, no mesmo ano foi convocado para a José Marcos com o troféu de campeão seleção brasileira de base. Como estadual. é lidar com essa pressão? (Foto: Reprodução/Instagram) José Marcos – Foi algo que eu não esperava, mas eu pensei: “Já que fui convocado, é porque José Marcos estou preparado e posso fazer o meu melhor lá para me manter”. Tive que mostrar a cada dia que O xerifão da zaga da Seleção eu merecia estar lá na seleção. Brasileira Sub-17 é do Atlético Paranaense. José Marcos Alves Luís O Dibre – Jogou em algum clube vem sendo nome repetido nas antes de chegar ao Atlético? convocações dos times da CBF José Marcos – Fiz teste no São desde 2012, logo depois de chePaulo e no Palmeiras. Passei em gar à equipe rubro-negro, vindo ambos, mas não pude ficar, pois de Americana, interior paulista. antes dos 14 anos os clubes não Mas ele nem sempre foi zagueiro. alojavam e meu pai não tinha Já atuou na meia-esquerda. Mas condições de me levar todos os depois que virou dono da camidias para treinar. sa 4 chegou a usar a braçadeira de capitão. José Marcos mostra O Dibre – Peneiradas e olheiros personalidade jogo a jogo e dá são as principais formas para provas que está preparado para descobrir um jogador. Como foi figurar entre os profissionais. com você? Confira a entrevista do zagueiro José Marcos – No meu caso foi para O Dibre. um olheiro do Atlético que me levou para um período de avalia-

José Marcos – O único zagueiro canhoto que tinha se machucado e acabaram me colocando no lugar dele. O treinador da seleção avisou o do Atlético que eu tinha ido bem e, depois disso, passei a treinar como zagueiro. Confesso que não gostei nenhum pouco da ideia no começo (risos). O Dibre – Você é zagueiro, mas sobe ao ataque e costuma fazer gols. Você já foi atacante antes de migrar para a defesa ou sempre foi defensor? José Marcos – Antes de ir para o Atlético, eu jogava como meia -esquerda. O Dibre –Você vem se firmando como titular e peça importante com a camisa do Brasil. Como é lidar com essa pressão de vestir a camisa da seleção brasileira desde cedo e qual o peso disso para você? José Marcos – A pressão sentida é de que a seleção brasileira sempre está nas finais da maioria dos campeonatos, e só de pensar que muitos garotos queriam estar no meu lugar, me dá motivação para dar o meu melhor para não dar espaços para outros.


O Dibre – Entre Atlético Paranaense e seleção brasileira você é um colecionador de títulos. Qual deles foi o mais importante para você? José Marcos – Com certeza o Sulamericano sub-17 conquistado pela seleção é o mais importante para mim até agora O Dibre – Todos sabem que tudo que acontece aqui, principalmente nas divisões de base, é observado lá fora. Jovens jogadores, ainda mais os de ponta, costumam ser seduzidos pelo futebol europeu. Você já recebeu alguma sondagem? José Marcos – Já saíram alguns boatos que algumas equipes da Europa estão de olho em mim, sim. Mas até agora não passam de boatos. O Dibre – Titular absoluto na defesa da seleção brasileira, já começa uma expectativa para estrear entre os profissionais. Você acha que já estaria preparado para encarar o desafio? José Marcos – Se esta oportunidade viesse agora, acho que estaria preparado sim, pelo menos para aos poucos ir vendo como é o profissional O Dibre – Para fechar, gostaria de deixar algum recado à nação rubro-negra? José Marcos – O recado que eu queria deixar é que acho a nossa torcida atleticana espetacular e não vejo a hora de estar fazendo o caldeirão explodir de alegria.

Ficha Técnica:

José Marcos Alves Luís Data de Nascimento: 01/02/1998 Local: Americana-SP Posição: Zagueiro Pé: Esquerdo Categoria: Sub-19 Clubes: Atlético Paranaense

de Gradisca, na Itália, e a Dallas Cão de guarda da GraciosaCup, nos Estados Unidos. No meio desta caminhada, o volante coxa-branca fez parte da seleção da Copa do Brasil Sub-17, em 2014. Reconhecimento fora de campo que compensa e muito o que vem sendo feito dentro dele. Confira a entrevista de Julio para o jornal O Dibre:

Julio posa com a taça da Dallas Cup, uma de suas conquistas pelo Coritiba. (Foto: Reprodução/Facebook)

Julio Rusch Com história recente, fundada há apenas 89 anos, a pacata cidade de Candelária, no Rio Grande do Sul, conta com cerca de 31 mil habitantes. Distante 180 km da capital Porto Alegre, a pequena cidade que encontra-se na bacia do Rio Pardo tem como sua principal fonte de renda a atividade agrícola. Porém, é de outro tipo de campo que o povo candelariense tira seus motivos para se orgulhar. O jovem Julio Cezar Rusch, de apenas 17 anos, deixou a cidade ainda criança para tentar a sua carreira profissional. O destino? Curitiba, no Paraná, distante cerca de 913 km de sua terra natal. E olha que ele vem dando motivos para o povo de lá se orgulhar. Vestindo a camisa do maior e mais tradicional clube do estado do Paraná, o Coritiba, o jovem canhoto já conquistou sete títulos – e olha que ele ainda nem chegou ao profissional. Entre eles, campeonatos importantes no exterior como o torneio

O Dibre – Você veio de Candelária, interior do Rio Grande do Sul, para tentar a vida de jogador profissional em Curitiba. Como foi o início desse distanciamento de sua terra natal, família, amigos? E como está sendo atualmente, já se acostumou? Julio Rusch – No começo foi difícil. Não é fácil deixar a família, pois sentimos saudades. Sempre ouvi os conselhos do meu pai, como nunca desistir e estar sempre com os pés no chão, encarando tudo com humildade. Agora já me acostumei. O Dibre – A rotina da maioria dos garotos que vão tentar a vida no futebol em outras cidades é morar em CT’s. Foi assim com você? Se sim, como é morar dentro do centro de treinamento? Julio Rusch – É uma experiência muito boa, faz amizade com pessoas de outras cidades, não tem gastos, alimentação boa, não tenho o que reclamar. E temos também pedagogas e nutricionista que estão sempre nos auxiliando e nos dando suporte no que a gente precisar. O Dibre – O Coritiba é seu primeiro clube de base ou você já teve passagens por outros clubes antes de chegar à capital paranaense? Julio Rusch – Tive uma pequena passagem pelo CAPA e Palmeiras antes de chegar no Coritiba. O Dibre – Na sua terra natal, você chegou a atuar por algum clube? Julio Rusch – Comecei a jogar pelo Juventude, onde fiquei pouco tempo. Depois fui para o Atlé-

tico Candeláriense, onde comecei a me destacar na disputa do Campeonato Regional. No futsal, também atuei pela escolinha da Pró-Gol e o ultimo foi Associação Atlética Passa Sete, onde comecei a aparecer mais no futebol. O Dibre – Você faz parte de uma geração vencedora das categorias de base do Coritiba, já venceu ao todo sete títulos e teve destaques importantes nessas campanhas. No ano passado você foi citado na seleção da Copa do Brasil Sub-17. Como é para você, ainda jovem, lidar com a grandeza desse reconhecimento? Levando em conta que seus companheiros de equipes e adversários são junto de você, o futuro do futebol brasileiro. Julio Rusch – Fiquei feliz, isso é uma motivação a mais, ser lembrado em uma competição com tantos jogadores de qualidade. O Dibre – Embora jovem, você já ganhou bastante títulos na carreira, incluindo Copa do Brasil de Votorantim, Dallas Cup e Torneio de Gradisca, na Itália, que são campeonatos importantes nas categorias de base. Para você, qual foi a conquista mais importante? Julio Rusch – Todos foram importantes para mim, mas o que me deixou mais emocionado foi Gradisca, pelo fato de ser tudo novo, primeira viagem internacional. E ser campeão sempre tem uma emoção a mais. O Dibre – Nesse caminho em busca do sonho de se tornar jogador de futebol, todos sabemos que envolve muita politicagem, muito jogo sujo. Você já foi vítima alguma vez de algumas dessas “trairagens” do futebol? Julio Rusch – Não O Dibre – Embora você não tenha sido vítima, todos nós sabemos que existem esse tipo de coisa, principalmente com atletas


que estão sonhando em chegar lá um dia. Qual conselho você daria para os mais novos que estão tentando iniciar a carreira agora para que não caiam nesse tipo de cilada? Julio Rusch – Para não desistir do seu sonho. Batalhar e persistir sempre. Vai ter obstáculos pela frente. Acreditar em Deus, ler a bíblia, frequentar a Igreja, pois Deus sabe o que ele faz e que tem algo guardado para você no futuro. Sempre ouvir os conselhos dos seus pais, que a família é a base de tudo. Não ir atrás de amigos, que acabam derrubando o seu sonho. É estar sempre focado no objetivo, seguir as regras com disciplina e lutar sempre, sem desistir jamais. O Dibre – Na sua idade já começa aquela expectativa e friozinho na barriga para a estreia no profissional. Se por um acaso surgisse uma chance agora, você acha que já estaria preparado? Julio Rusch – No meu ponto de vista sim, estou preparado para atuar no profissional, mas não cabe só a mim falar isso. Meu principal objetivo é se tornar um grande jogador, mas ao me aproximar de cada meta faço isso passo a passo. E quando a oportunidade de estreia no profissional vier, vou dar o meu máximo como sempre dei. O Dibre – Professor Marquinhos Santos pode acabar lendo esta matéria, gostaria de deixar algum recado para ele? Julio Rusch – Professor, o treinamento das categorias de base do Coritiba reflete num trabalho árduo diariamente visando formar um atleta profissional, cabe a você avaliar quando estarei pronto, minha batalha é continua e quando for necessário estarei a disposição. O Dibre – Para finalizar, deixe uma mensagem para a nação coxa-branca e o que eles podem

esperar do seu trabalho futuramente com a camisa do Coritiba. Julio Rusch – Nação alviverde, podem acreditar que estarei representando essa camisa vitoriosa, com muita dedicação e vontade em todos os jogos e lances. Coritiba faz parte da minha vida e farei o máximo pra trazer mais alegrias pra essa torcida. Ficha Técnica: Julio Cezar Rusch Data de Nascimento: 22/06/1997 Local: Candelária-RS Posição: Volante Perna: Esquerda Categoria: Sub-19 Clubes: Associação Atlética Passa Sete, CAPA, Palmeiras e Coritiba.

Promessa do Ninho da Gralha

Paulinho em ação pelo Tricolor. O meia é uma das grandes apostas da base paranista. (Foto: Reprodução/Facebook)

Time busca soluções nas categorias de base para compor o elenco principal  Nos últimos anos, com todos os problemas financeiros do Paraná Clube, uma das soluções para melhorar o elenco principal foi buscar jogadores nas categorias iniciais. A decisão da diretoria aumentou o sonho dos meninos da base de virarem jogadores profissionais.

O meia-atacante Paulinho, de 19 anos, já está no Paraná há 2 anos e espera ter uma chance no time principal. “Meu contrato vai até o final do ano. Tenho uma grande expectativa de subir para o profissional e tenho o meio do ano para que isso aconteça”, comenta. Umas das formas para os jogadores da base se destacarem, tanto no Paraná como em qualquer outro clube, é a oportunidade de jogar a Copa São Paulo de Futebol Junior, competição que já revelou grandes nomes, como Ronaldinho Gaúcho, Robinho e Neymar. Na última edição do torneio, Paulinho teve que assistir, do lado de fora das quatro linhas, seus companheiros. Estava com uma lesão no ombro. Ficar de fora da Copinha não o fez desistir de buscar uma chance no elenco principal. “Fiquei bem triste e desanimado, mas sabia que se eu não continuasse treinando forte, eu é que sairia prejudicado.”  O jogador afirma que os problemas econômicos e políticos do clube, que inclusive teve a renúncia do último presidente, não afeta os atletas. “A situação financeira atual do clube não nos interfere em campo. Com a chegada de um grupo de empresários aqui no Paraná as coisas estão bem tranquilas ultimamente”, conta.    Paulinho, assim como qualquer outro menino da base que sonha em ser profissional, treina forte diariamente para que consiga alcançar seu objetivo. Com tantos times passando por crises financeiras, as categorias iniciais estão entre as melhores soluções para que os caixas desses clubes não ultrapassem os limites. Mas principalmente, é assim que surgirão os futuros craques do nosso futebol.

Entrevistas:

José Marcos – Guilherme Coimbra Julio Rusch – Guilherme Coimbra Paulinho – Adrian Wosniak

DIBRE DO MÊS

Neymar aplicou dois chapéus em Advíncula, do Peru, pela Copa América. (Foto: UOL Esporte)

N

a estreia do Brasil pela Copa América, a estrela de Neymar brilhou novamente. O camisa 10 da seleção marcou um gol, deu passe para outro e desfilou todo seu talento nos gramados criando belos lances e dribles. Num desses, o atacante do Barcelona de 22 anos aplicou dois chapéus no lateral-direito peruano Advíncula, aos 22 minutos de partida, quando a partida se encontrava empatada em 1 a 1. O adversário, desmoralizado, respondeu com agressão, é lógico. O árbitro da partida, o mexicano Roberto Garcia, apenas marcou a falta, não punindo o atleta do Peru pela infração. A jogada rendeu ao astro brasileiro o “Dibre do mês”, pela beleza do drible. O pai do Dibre, o mito, a lenda R10 curtiu isso!


Em final inédita, Barcelona vence a Juventus e conquista a UEFA Champions League pela quinta vez na história. Na temporada 2014/2015 da UEFA Champions League, os fãs da competição foram presenteados com uma final inédita entre Juventus e Barcelona.

Jogadores do Barcelona erguendo a taça da UEFA Champions League 2014/2015 (Foto: Reuters) Por si só a final da Liga dos Campeões já é um jogo muito aguardado, ainda quando se tem de um lado o Barcelona, campeão espanhol, com sistema de jogo respeitado por muitos especialistas de futebol, e com um trio ataque excelente que conta com Messi, Suárez e Neymar. Sem falar em jogadores mais experientes e que dão muito suporte, tanto na defesa quanto no ataque, como Iniesta, e Xavi que fez sua última final pelo Barça. E até mesmo jogadores que nem sempre são badalados, no caso do Mascherano que mesmo não sendo a estrela que mais brilha nessa constelação do time Catalão, é um jogador importantíssimo para o esquema tático do técnico Luis Enrique. Vale ressaltar também o croata Ivan Raktic, que comparado com a trajetória de outros craques ele ainda está no começo de sua história para tornar-se um ídolo do clube, mas encaixou corretamente no time, inclusive fazendo o primeiro gol da final. Do outro lado a Juventus, equipe muito tradicional,

com um sistema defensivo muito bom, e possui no meio-campo sua grande estrela, Andrea Pirlo, um jogador que dispensa comentários, com passe refinado, lançamentos incríveis, e cobranças de faltas impecáveis. Outra grande estrela do clube é goleiro Buffon, considerado por muitos, um dos melhores goleiros do mundo dos últimos anos, que apesar de já não ser um jovem atleta, compensa com experiência e ainda demonstra todo seu talento. Além de um dos jogadores mais procuradores para compra no mercado da bola, Paul Pogba, que é sim um jovem promissor, tem futuro no futebol, mas ainda resta saber se vale todas as cifras que estão sendo comentadas em torno do valor do passe do jogador. O Jogo Nos dois minutos iniciais da partida parecia que a Juventus iria dominar o primeiro tempo e encurralar o Barcelona, isso porque a Velha Senhora esboçou certa pressão nesses minutos, marcando em cima, fazendo com que a

defesa do Barça errasse na saída de bola. Porém, essa forte ritmo foi logo esfriado quando na casa dos 3 minutos de jogo, num bela jogada trabalhada do Barcelona envolvendo Messi, Jordi Alba, Neymar, Iniesta, até o camisa 8, achar Raktic na área, que mandou para o fundo das redes. Depois do gol, aquela pressão inicial da Juventus já não foi vista com tanta frequência no primeiro tempo. O que se viu foi o Barcelona mais organizado, e com as melhores chances de gol. Destaque ainda nesse primeiro tempo, para Iniesta, que esteve presente tanto na defesa, quanto no ataque. Do lado da Juve, Vidal parecia muito nervoso, cometendo faltas bobas, e com isso tomou logo cartão amarelo. Nesses momentos é possível perceber a diferença de experiência entre Iniesta que já foi campeão três vezes da Champions, e Vidal em sua primeira final da Liga. No início do segundo tempo o Barcelona seguiu com seu estilo de jogo, com toque de bola, esperando algum erro do adversário. A Juventus que terminou o primeiro tempo desorganizada, estava tentando se achar em campo, e em boa jogada da equipe italiana, o atacante Morata, campeão no ano passado com o Real Madrid, empatou o jogo. Parecia que o que a Juve iria engrossar e dificultar para o lado dos espanhóis, chegou até a ter bons momentos, mas o Barcelona que já conta com um elenco cheio de bons jogadores, tem também Lionel Messi, que em mais uma boa jogada individual, chuta para o gol, e na sobra Suárez faz o segundo do clube catalão. O Barcelona continua

com o domínio do jogo, e a Juve vai se perdendo aos poucos, tendo dificuldade para criar boas jogadas. E já nos acréscimos, Neymar, que havia feito um gol que foi bem anulado pela arbitragem, recebe passe de Pedro, e manda para o fundo das redes, dando fim a partida. Barcelona, merecidamente Campeão da Champions League 2014/2015. Um título de um clube que tem além do excelente elenco, uma ótima comissão técnica do. O treinador Luis Enrique foi muito criticado por alguns da imprensa, mas até agora vem conquistando títulos importantíssimos em sua carreira no Barcelona. Méritos a Juventus que lutou bravamente, tem um bom time, e vale ainda, Andrea Pirlo, um meio-campo experiente, 36 anos, e que derramou lágrimas ao fim do jogo. Um jogador que colabora e muito para o bem do futebol. Para os fãs, resta guardar que uma nova temporada comece e que muitas emoções estejam por vir.


Uma história de sucesso. A trajetória do Cuiabá Esporte Clube, de sua fundação ao título da Copa Verde 2015 Campeão da Copa Verde 2015 e hexacampeão mato-grossense, o Cuiabá Esporte Clube possui uma história curiosa no futebol. Um crescimento rápido que teve início com o trabalho de uma figura bem conhecida por aqui. Trata-se do técnico Ary Marques, que recentemente treinou o JMalucelli no Campeonato Paranaense 2015, e fez sua carreira como jogador no Colorado, atualmente Paraná Clube. Foi no Tricolor da Vila que iniciou também sua carreira como técnico, que carrega no currículo clubes como CSA-AL, Mixto-MT, categorias de base do Atlético-PR e Paraná, e a seleção do Líbano. O Cuiabá foi fundado em 2001, pelo ex-jogador de futebol Luís Carlos Toffoli, mais conhecido como Gaúcho. O fundador tinha como sonho e objetivo revolucionar o futebol do Mato Grosso e transformá-lo num futebol de ponta no futebol brasileiro. Vencedor desde o início, o Cuiabá já foi logo bicampeão matogrossense nos seus dois primeiros anos de fundação. Porém, o sucesso foi breve. Em 2006, com apenas 3 anos, a equipe encerrou suas atividades por problemas financeiros acarretados pela falta de patrocínio e descontentamento com a Federação Mato-grossense de Futebol. Após três anos de abandono, em 2009, as ações da equipe foram compradas pelos irmãos Dresch, empresários donos da Drebor Borrachas, patrocinadora máster do clube. Acreditando na continuidade de trabalho, os novos gestores trouxeram o técnico

Ary Marques para comandar o Dourado. O treinador estava no Urano, equipe amadora de Curitiba, onde havia conquistado o título da suburbana da capital paranaense pelo clube após 70 anos de jejum. Uma nova chance de recomeço ao clube e ao treinador, que estava desempregado desde 2007, quando havia deixado o Paraná Clube. Acreditando no trabalho de Ary, o presidente Aron Dresch atendeu aos pedidos de reforços do treinador e montou um planejamento vencedor. E assim foi. O Cuiabá, que recém havia perdido a Copa Governador no ano anterior, conquistou o torneio numa vitória em cima do Operário de Várzea Grande. Em 2011, enfim o terceiro título estadual veio para o Cuiabá, que levantou o caneco novamente no ano seguinte, se sagrando tetracampeão matogrossense. Após as conquistas, estava na hora de alçar vôos mais altos. O clube queria aparecer para o cenário nacional. Eis que então, numa bela campanha no Campeonato Brasileiro da Série D de 2011, o Cuiabá conseguiu o acesso para a Série C, após derrotar o Independente-PA por 2 a 0 fora de casa, e 4 a 2 no Dutrinha. O título não veio, a equipe acabou caindo para o Santa Cruz –PE nas semifinais, mas a missão já estava concluída. Festa no pantanal para o clube que enfim havia recolocado o estado no mapa do futebol brasileiro. A maior conquista da história do clube e o resultado de tudo que vem se moldando dentro do

Cuiabá veio neste ano. O clube chegou à decisão da Copa Verde, após passar pela sua a conterrânea Luverdense, e foi disputar o título com o Remo. Favorito, o adversário tratou de aplicar logo uma goleada por 4 a 1 na primeira partida da decisão, no Estádio do Mangueirão, em Belém. Em desvantagem, o Cuiabá foi para o jogo de volta na Arena Pantanal desacreditado. Todos davam a equipe como morta e acreditavam que os 90 minutos em Cuiabá seriam apenas para cumprir tabela e os paraenses levantarem a taça. Mas o que ninguém contava era que no ritmo do rasqueado cuiabano e dos gritos de “eu acredito” da torcida, o Dourado conseguiria uma surpreendente e histórica virada, aplicando um 5 a 1 no Remo e levantando o caneco da Copa Verde, garantido a vaga para a Copa Sulamericana de 2016. A meta agora é a vaga na Série B do futebol brasileiro, na qual o Cuiabá irá tentar novamente este ano. O jornal “O Dibre” entrevistou um dos responsáveis por todo esse sucesso da equipe cuiabana, o ex-técnico do Dourado, Ary Marques. Confira a entre

O DIBRE – Quando você chegou ao Cuiabá, o clube estava se reestruturando e tinha apenas dois títulos na história. Como foi essa chegada? Houve muita pressão? Ary Marques – Não houve pressão. O clube havia recém perdido uma Copa Governador para o Vila Aurora, a derrota parece que pesou um pouco para cima da diretoria. Nesse ano que assumi, a meta dos gestores era ganhar a Copa, mas não houve pressão. No fim, nós ganhamos. O DIBRE – O Cuiabá antes de sua chegada tinha apenas dois títulos, o bicampeonato matogrossense em 2003 e 2004, e não tinha divisão no Brasileiro. Você deixou o clube com dois títulos estaduais, uma Copa Governador e na Série C do Brasileirão.Você acredita que o seu trabalho foi a mola propulsora para que o clube chegasse até onde chegou na conquista da Copa Verde? Podemos dizer que houve dois períodos na história do Cuiabá, o pré e pós Ary Marques? Afinal, hoje já são sete títulos.

(Foto: Robson Boamorte/UOL)


Ary Marques – Com certeza. Inclusive um amigo que mora lá contou que, após o título, estava tomando uma cerveja e conversando com o presidente e o mesmo disse que todo esse trabalho começou comigo, quando eu estava sob o comando da equipe. Ali naquele momento em que me contrataram, começava a arrancada do clube para chegar aonde chegou. Não chega a tanto. Com certeza, após a minha passagem o clube virou uma força. Antes era apenas a sexta ou sétima força do estado, mas com essas conquistas e o acesso, hoje sem dúvidas é o clube mais forte. Acredito que tive uma participação boa nesse processo, mas não que fui o principal responsável por tudo. O DIBRE – O carinho e o respeito que a torcida tem por você são imensos, afinal, vale o reconhecimento por conta de tudo que deu ao clube. Esse reconhecimento vem também por parte da diretoria? Você pensa em voltar algum dia ao Cuiabá ou acha que sua missão por lá já foi concluída? Ary Marques – Acredito que sim. Talvez teria que perguntar para eles (os diretores), mas depois da minha saída o clube vem mantendo, ganhou mais um campeonato e agora uma Copa Verde. Com certeza a diretoria tem um carinho pelo meu trabalho. Sobre a minha volta ao clube, o futebol dá muitas voltas, quem sabe um dia. No momento não sei, porque não? Deixei só amigos por lá, que sempre acreditaram no meu trabalho e o apoiaram. O DIBRE – Você acompanhou de perto esse crescimento, ajudou a pôr o clube na Série C. Quando o Cuiabá foi fundado, em 2001, a meta de seu idealizador, o ex-jo-

gador Gaúcho, era de colocar o futebol mato-grossense pelo menos na Série B do Brasileiro. Essa filosofia criada por ele é a mesma até hoje dentro do clube? Você como conhecedor de todo esse projeto, acredita que o Cuiabá alcançará esse feito? Ary Marques – O pensamento é o mesmo, embora os gestores tenham mudado. O foco deles segue sendo a Série B, sem dúvidas e eu acho que vai alcançar. É um time que está bem perto desse objetivo, está beliscando essa vaga, se não conseguir esse ano, com certeza vai chegar logo menos. O DIBRE – E na Série A, acredita que é possível chegar? Ary Marques – Da Série B, conforme eu disse acima, o clube está bem próximo. A nível de Série A tem um potencial e organização para alcançar. Com certeza, o objetivo principal é a Série B para depois, quem sabe, dar uma reestruturada e o golpe final que é chegar na elite. O Cuiabá tem cacife para isso. O DIBRE – Por último, gostaria de deixar algum recado à torcida do Dourado? Ary Marques – Eu estou contente pelo momento que o Cuiabá vem vivendo. Parabéns ao clube e à torcida que vem crescendo bastante. A mensagem é que mesmo de longe, todos nós aqui temos torcido pelo sucesso da equipe, diretoria e presidente que são meus amigos pessoais, são pessoas que estão de parabéns e merecem esse sucesso todo.



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