Relatório Geral - ABN - Junho de 2008

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4.1.10. Trabalhadora J, 31 anos, atualmente afastada A entrevistada ocupava o cargo Analista de Crédito, que demandava constante trabalho de digitação. A trabalhadora sentiu as primeiras dores em 2003 e tomava remédios para contê-las e continuou trabalhando. Foi diagnosticado tendinite nos braços, bursite nos ombros e protusão na coluna. Em 2004, ficou grávida e seu ginecologista a afastou por cinco meses para ficar em repouso porque a sua gravidez foi de risco. Ela não podia tomar mais nenhum medicamento para as dores nos braços, ombros e coluna. Ao término do afastamento maternidade, o médico ortopedista solicitou o afastamento para o tratamento das lesões nos membros superiores. O seu superior no banco sugeriu fazer uma negociação para que ela se demitisse. Este comportamento do banco a fez entender que os trabalhadores com problemas de saúde não tinham muito futuro no banco. Há períodos em que as crises e dores aumentam muito. Os movimentos para acender lâmpada ou levantar uma caneca, por exemplo, são muito difíceis de executar, até mesmo para amamentar o filho, a trabalhadora tinha dificuldade. Começou a se sentir incapaz, mas sua dedicação para melhorar seu quadro clínico foi muito importante para o tratamento. Ela entrou em contato com o sindicato para intermediar o processo de reversão de auxílio-doença para auxílio-acidente. Continua afastada e tem uma perícia médica agendada com os peritos do INSS. Ela desconhece qualquer programa formal de reintegração dos trabalhadores lesionados A trabalhadora não entrou mais em contato com banco, porque sempre se frustra com o atendimento; considera que seu caso é tratado com descaso. Ela acredita que será demitida assim que acabar o seu prazo de estabilidade, mas não tem intenção de parar de trabalhar e atualmente faz um curso à distância de pedagogia. 45


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