Revista ES Brasil 128

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TECNOLOGIA

POLO DE INOVAÇÃO PODE SE TORNAR CENTRO DE EXCELÊNCIA NACIONAL

A

pesar de ter sido inaugurado recentemente, o Polo de Inovação Vitória, do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), já está desenvolvendo seis projetos de pesquisa aplicada, dentre eles um que busca melhoria na qualidade do aço. O trabalho dos pesquisadores e dos alunos recebeu elogios da comissão técnica da Empresa Brasileira de Pesquisa em Inovação Industrial (Embrapii), que credenciou a unidade em outubro de 2015. “Estamos muito bem impressionados com a unidade aqui do Ifes, bem equipada, com profissionais muito qualificados, com experiência comprovada”, avaliou o diretor-presidente da Embrapii, Jorge Almeida Guimarães, durante visita realizada para apresentação do diagnóstico da maturidade dos processos e dos insumos da estrutura, a partir do resultado da consultoria executada em 2015. O dirigente destacou ainda que a atuação do polo de inovação no Espírito Santo está em uma área muito específica, o que favorece a atração de novos projetos. “Nas outras cinco unidades em funcionamento, temos pouca gente qualificada na área de metalurgia e materiais. Aqui estão seguramente explorando um nicho muito apropriado, com arranjos produtivos locais com forte ênfase nesse setor. E quando a empresa olha que é parceria com a Embrapii, isso é mais um fator muito positivo, porque há a certeza de que o risco e o custo serão diminuídos. Certamente muitos outros projetos virão”, afirma Guimarães. O segmento de siderurgia e materiais é fundamental no PIB (Produto Interno Bruto) capixaba e nacional, e o desenvolvimento de pesquisas de ponta, na análise do professor, deve fortalecer de forma significativa a importância do Espírito Santo na economia 30

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do país. “Essas pesquisas irão agregar muito mais valor ao produto. Em vez de a Vale, por exemplo, exportar aquela montoeira de minério ferro, vai poder desenvolver produtos nobres. O Instituto do Aço, que abriga todas as grandes siderúrgicas, certamente irá se interessar pelo polo do Ifes quanto souber da qualidade existente por aqui. Sinceramente, acho que o Polo Vitória pode se tornar um centro de excelência nacional e atrair até empresas estrangeiras”, aposta Guimarães. Ele citou o exemplo do Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel), mais renomado centro de pesquisa do país nessa área, instalado na cidade mineira de Santa Rita do Sapucaí, com pouco mais de 41 mil habitantes, segundo dados do IBGE de 2015. “O Inatel foi fundado em 1965, pela esposa de um diplomata que foi morar no Japão e ficou por lá durante cinco anos observando como os gestores estavam atuando para se recuperar da guerra. Ao voltar, ela criou uma escola técnica dentro do padrão japonês e entregou aos jesuítas. Hoje o Inatel é quem mais fornece estudantes e depois engenheiros para o ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica)”, detalhou. O diretor-presidente falou ainda sobre os impactos sociais e econômicos que os polos de pesquisas representam para as cidades. “Temos um polo de inovação tecnológica com proposta de produzir tecnologia de ponta para a indústria automotiva, na cidade de Formiga, interior de Minas Gerais, com pouco mais de 58 mil habitantes. Pense no impacto dessas pesquisas na cidade”, enfatizou. Em Formiga, a empresa já prospectada é o Grupo Fiat-Chrysler Automobiles, em um investimento de R$ 9 milhões, sendo R$ 3 milhões do Instituto Federal de Minas Gerais, R$ 3 milhões da Fiat e R$ 3 milhões da Embrapii.


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