7a mostra UP

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QUEM SOMOS NÓS? Somos estudantes do 3º ano do curso de Design de Comunicação da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. No âmbito da cadeira de Design Gráfico foi-nos proposto a participação na Mostra da Up com um projecto que permitisse a elucidação e demonstração do que consiste o nosso curso, sendo o público alvo os jovens do ensino básico e secundário que estejam a ponderar a sua futura área de estudo ou curso mas também mas ao cidadão interessado pelo conhecimento (seja este científico, humanístico, artístico) ou pela forma como a acção da Universidade se reflecte no desenvolvimento.

POR QUE CRIÁMOS ESTE LIVRO? Este livro surge como forma de dossier onde o principal objectivo é documentar as várias fases do nosso trabalho inclusivé partes relevantes de toda a acção que englobou a nossa participação na mostra. Este diário de registos informa os leitores de todo o processo para a realização do projecto. Este processo vai desde o lançamento da proposta por parte do professor até a própria execução deste livro.

EM QUE CONSISTE A MOSTRA? “A Mostra da U.Porto é o espaço ideal para se perceber a diversidade da oferta formativa da Universidade do Porto, mas também para a exploração, de forma interactiva, de variados aspectos do conhecimento científico. Estudantes, docentes e investigadores universitários estarão, durante estes quatro dias, disponíveis para esclarecer os visitantes sobre os variados aspectos do quotidiano académico, sobre a especificidade dos mais de 50 cursos de 1.º ciclo ou de 1.º + 2.º ciclo que a U.Porto oferece, ou sobre a formação pós-graduada, ou, ainda, sobre a actividade de investigação e a forma como esta contribui simultaneamente para a aventura do conhecimento humano e para aplicações práticas que se reflectem no quotidiano de todos. Pensada como um espaço informal de troca de impressões, em que é obrigatório interrogar, experimentar e participar, a Mostra da U.Porto dirige-se particularmente aos jovens do ensino básico e secundário que estejam a ponderar a sua futura área de estudo ou curso, mas também ao cidadão interessado pelo conhecimento – seja



este científico, humanístico, artístico… –, ou pela forma como a acção da Universidade se reflecte no desenvolvimento. Em paralelo com a 7.ª Mostra da U.Porto, decorrerá no auditório da Biblioteca Almeida Garrett o encontro de comunicadores de ciência e diversas conversas e debates sobre ciência sob a designação de “Science: what else?”. Veja, na secção Programa, detalhes sobre esta iniciativa.“





O PROJECTO Com este projecto a nossa principal preocupação foi mostrar/esclarecer os alunos sobre o que consiste o curso de design de comunicação. Assim, juntamos dois projectos: um que consistia na fotografia de um cenário com a interacção das pessoas e o outro que partia do conceito de estereografia, manipular as imagens tornando-as tridimensionais (3D). Todo este conceito aliou-se ao objectivo da mostra: “a exploração, de forma interactiva, de variados aspectos do conhecimento científico”, ou seja, encaminhar, informar e tornar mais conscientes os estudantes das suas ambições profissionais

através de fotografia foi desde início unânime e não questionável entre nós. Após sessões de brainstorming um conceito surgiu e, naturalmente, foi amadurecendo. Uma vez que o objectivo era transparecer um pouco da actividade passível de se realizar na faculdade de belas artes, nomeadamente no curso de Design de Comunicação (no nosso caso) num único projecto integrado na Mostra da UP, concordámos em elaborar um espaço cénico com o qual o público alvo pudesse interagir. O objectivo seria, portanto criar um cenário apelativo, recorrendo a objectos que se associassem desde logo às várias profissões possíveis dentro dos cursos na Universidade do Porto. Assim, os estudantes do ensino básico

em relação ao futuro. Neste nosso espaço cénico era obrigatório explorar, experimentar e participar. Pretendiamos, assim, dois tipos de abordagem: uma mais formal que dizia respeito a sua futura área de estudo ou curso e outro mais informal que permitia ao aluno dar azo à imaginação e experimentar um pouco do nosso curso, que se resume muitas das vezes a criatividade. A decisão de realizar o nosso projecto

e secundário que visitassem a Mostra e que quisessem participar no nosso projecto poderiam interagir directamente com os objectos consoante a profissão ou curso com que mais se identificassem. Contudo, passámos por várias fases de experimentação e tivemos ideias distintas. Inicialmente, pensámos o projecto como uma forma informar as pessoas sobre o design, para isso iriamos recorrer aos mandamentos de Bruce Mau, elaborando uma



imagem fotográfica que transmitisse cada um deles em forma de postais que seriam dados ao visitantes da Mostra. Infelizmente, este projecto não se concretizou devido à escassez de meios. Depois partimos para uma ideia que consistia em fazer fotografias aéreas dos participantes que estariam no chão encenando uma determinada profissão. Este método permitia-nos simular movimento por parte dos personagens mas, infelizmente, esta técnica tornou-se impossível de realizar pois não tinhamos material nem permissão para fotografar das bancadas do pavilhão Rosa Mota. Finalmente, optámos pela ideia que acabámos por concretizar na Mostra, com o único pormenor de que inicialmente os objectos a utilizar seriam todos bidimensionais e apareceriam no fundo branco. Após todo este processo surgiu-nos a proposta de nos aliarmos a outro grupo. Este outro grupo pretendia fazer imagens tridimensionais da mostra, por isso criamos um espaço cénico com vários planos e desistimos dos objectos tridimensionais para optar pelos tridimensionais. Para este efeito 3D funcionar era necessário a utilização de vários planos.

Após o projecto consolidado iniciamos uma nova fase de experimentação recorrendo ao estúdio de fotografia da Faculdade para verificar os níveis de luz, assim como da organização espacial do cenário que pretendiamos montar. Com estas experiências foi-nos possível compreender e aperfeiçoar os nossos conhecimentos acerca de fotografia manual, a disposição dos objectos integrantes do estúdio (tripé, focos de luz, flashmeter, máquina, guarda-chuvas, etc). Esta pré-produção permitiu-nos ter tudo mais controlado nos dias da Mostra de forma a não termos problemas e usufruirmos totalmente desta experiência.












O feedback e o proveito pessoal que retirámos desta experiência foram extremamente consideráveis. Pessoalmente, consideramos o nosso trabalho como positivo, tendo todas as expectativas correspondido ao que esperámos e previmos antes do evento. Após o grande esforço que concentrámos na angariação de material e infra-estruturas para a concepção da ideia prévia, foi realmente proveitoso receber o resultado como ele se apresentou no final. Tecnicamente, grande parte do trabalho fotográfico pode ser considerado como positivo, tendo apenas havido problemas em cerca de 10% das fotografias, devido a alterações nas condições lumínicas do local, facto que tinhamos previsto. O

positiva. Sendo um trabalho de interacção, este factor era indispensável à realização do projecto. A parte humana do projecto fora, então, a par da parte técnica, o outro factor de extremo enriquecimento em todo o processo. É extremamente gratificante poder, primeiramente, observar agrado e contentamento por parte do público em geral, em relação aos resultados e ideia de um projecto pessoal, inteiramente do nosso agrado, tal como, naturalmente numa fase posterior, poder, com um projecto tão pessoal e rico para a nossa experiência enquanto alunas de design, influenciar outros jovens a escolher estudar o que estudamos.

objectivo comum de desenvolvimento das competências individuais em fotografia de estúdio foi, portanto, conseguido. Além disso, as diferentes condições físicas e lumínicas presentes no espaço da mostra, mostraram-se como um desafio interessante, que consideramos ter sido igualmente cumprido. Outro aspecto claramente positivo desta nossa participação foi o feedback ao nível do público alvo, que correspondeu de forma

das mais previsíveis às mais surpeendentes. Diversificado era também o público. Desde adolescentes que vinham em grupo de amigos ou acompanhados pelo professor, aos pais que acompanhavam os filhos, a meros interessados em conhecer o que se faz no meio artístico universitário, vasto foi o interesse demonstrado. Cativados pelo cenário colorido, interrogavam “Que giro..o que é?”, “ De que curso são vocês?”, seguindo-se as reacções de ânimo

As reacções eram variadas; e houve de tudo,



e muitos “ Podemos tirar uma fotografia?”. Se o feedback a esta primeira parte do projecto, sem o efeito 3D, era positivo, este acrescia quando o efeito era aplicado e as fotografias eram mostradas no monitor. Muitas explicações referentes ao processo de criação da imagem 3D foram procuradas, e por nós dadas, com a maior clareza possível.







FOTOGRAFIA Não foi de forma aleatória que nos juntamos para fazer um projecto comum, todas tinhamos como prioridade realizar um projecto dentro da fotografia. Embora o design não esteja directamente ligado com a fotografia, esta pode ser conforme os gostos e motivações muito usada neste campo de comunicação. Não como fonte principal de comunicação mas como uma das. Nós, possuíamos um gosto em comum: a fotografia. Existem optativas e disciplinas na nossa faculdade que nos ajudam a desenvolver esta vertente artística, no entanto, para nós um projecto livre é sempre uma forma de o idealizarmos como uma oportunidade para fazer algo dentro deste campo. Possuimos este gosto em comum em conformidade com o curso de design de comunicação. Existem formas de fazer design, e a fotografia, a nosso ver é uma delas. Permite-nos comunicar, através de imagens que nos aliciam, o nosso ponto de vista e a nossa mensagem. Daí, surgir-nos primeiramente a ideia de passar os mandamentos de Bruce Mau

sobre o design através de montagens fotográficas. Mas, como foi referido, os meios de o realizar eram escassos e, por isso, decidimos fazer algo mais interactivo (cenário), aliciante (3D) e, acima de tudo, informativo (acerca do curso). Foi neste contexto que pensámos em criar um cenário e produzir fotografia de estúdio na própria mostra onde fosse permitido a interacção dos próprios visitantes e não só, tirar uma fotografia que os caracterizasse mas não saindo do tema da mostra, o futuro escolar e profissional de que poderão seguir usufruindo dos cursos fornecidos pela Universidade do Porto. Daí a frase “eu quero ser”.




CENÁRIO TRIDIMENSIONAL Como já referimos, além do interesse em respondermos de modo eficiente à proposta que nos fora dada, fora também objectivo nosso poder aliar esta eficiente resposta aos nossos interesses enquanto praticantes de design. Nesta perspectiva, aliámos a prática fotográfica à criação de um cenário tridimensional, um lugar em três dimensões onde pudéssemos criar a nossa experiência gráfica. E foi esta tendência tridimensional emergente no design gráfico, que aliámos à técnica fotográfica. Olhando em volta, é fácil notar que, muitos objectos, colagens, esculturas, instalações, são firmemente enraizadas no design gráfico. Libertos das páginas e dos ecrãs, os designers começam a criar grafismo no espaço tridimensional, criando uma simbiose entre o 2D e o 3D. Os objectos, em grande parte ajudados pela tecnologia digital, libertam-se da sua função primordial e vulgar, assumindo progressivamente um novo significado carregado de criatividade.

Esta tendência, de raízes na pop art nos anos 60, despertou o nosso interesse e decidimos assim aplicá-la ao nosso projecto. Decidimos então construir um cenário com objectos comuns, que pertencessem ao universo da nossa temática, o universo das diferentes áreas profissionais, visualmente cativante e esteticamente rico, de onde pudéssemos tirar boas imagens. Com isto, o objectivo não era apenas executarmos boas imagens para este projecto mas, eventualmente, produzir boas imagens que nos sirvam para trabalhos futuros. A interacção do público com estes objectos foi igualmente um objectivo: as características formais apelativas destes incitaram a imaginação do público, como se pode verificar nas fotografias.






DESIGN Em resposta às inúmeras vezes que fomos abordadas na mostra acerca do Design como conceito, e do nosso trabalho enquanto aspirantes a designers de comunicação, achámos relevante esclarecer e clarificar um pouco acerca desse tema que é a nossa área de trabalho. “Para o designer, é um processo interminável de exploração, aprendizagem e trabalho, que cria um veículo de comunicação. Para a comunidade, o design gráfico facilita a compreensão da informação. Tem um propósito e uma intenção. Também dá a possibilidade de ligar pessoas.” Deborah Adler, Milton Glaser Inc. Nova Iorque, E.U.A. O design está em todo o lado, rodeia-nos a toda a hora, em todos os aspectos da vida social. Mais concretamente, o design gráfico, actua fundamentalmente como forma de comunicação, e pode manifestar-se em diversas sub-categorias, tais como design de editorial, de jogos, de som, de informação, identidade, tipos, software, sinalização, publicidade, etc. Basicamente, para atingir o público alvo de forma apelativa qualquer objecto ou assunto

que queira ser divulgado e/ou “comunicado”, recorre ao design gráfico como meio, de modo que consiga responder às suas exigências. Nos dias que correm, graças ao excesso de produção e de informação a que temos acesso a todo o momento, recorrer a um bom e apelativo design é essencial para se sair destacado no meio de tanta concorrência. E é aí que actua o designer, enquanto profissional, responsável por comunicar de forma eficaz e por atingir o público que pretende, respondendo tanto às suas próprias necessidades como às dos clientes que os procurem. “O design gráfico é um factor determinante em como a mensagem é recebida. Pode torná-la mais transparente, pode dar ênfase ou estimular interpretações diferentes. Pode divertir ou entreter. Pode até fazer com que o objecto mais simples seja mais agradável de usar. Pode tornar o mundo num sítio mais bonito e funcionar melhor, também, e o maravilhoso é que é fundamentalmente igualitário – visto e usado por toda a gente.” Lucienne Roberts, sans+baum, Londres, R.U.







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