Jornalesas abril 2022

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Pelo Direito de estudar em Paz

Publicação trimestral l abril 2022 l LXII (62) Publicação trimestral l abril 2022 l LXII (62)


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ESCOLA SECUNDÁRIA/3 AURÉLIA DE SOUSA Rua Aurélia de Sousa - 4000-099 Porto Telf. 225021773 novojornalesas@gmail.com


VI SEMANA DAS HUMANIDADES 22 NÓS E OS OUTROS tros meios audiovisuais”, dinamizada pelo professor Hugo Barreira que, de uma forma brilhante, evidenciou as diferenças entre multiculturalidade e interculturalidade, a riqueza cultural decorrente da interseção entre as diferentes sensações e culturas, e, mais importante, a colocação da tónica sobre o respeito pelo outro, num apelo a um mundo diversificado, mas tolerante. Às atividades citadas puderam assistir, on line, diversas turmas, o que permitiu uma maior envolvência por parte da comunidade escolar.

Maria Pina - 11ºJ

Friso com algumas das capas do Jornalesas

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e 25 a 27 de janeiro, teve lugar mais uma Semana das Humanidades, dinamizada pelo Departamento de Ciências Sociais e Humanas (com particular destaque para o trabalho dos professores Carmo Pires, e José Soares), pela Coordenadora da Biblioteca da ESAS, professora Helena Sampaio, e pelo Jornalesas e AGil, com um programa diversificado e enriquecido por valiosas intervenções de ilustres convidados e pelo inestimável contributo de alunos e docentes do nosso Agrupamento. Assim, no dia 25, foi possível assistir aos documentários “Os lisboetas”, de Sérgio Tréfaut, e “Vozes de Augusto Gil”, de Ana Castro Silva, professora da escola Augusto Gil, que, de uma forma excelente, recolheu depoimentos de alunos daquele estabelecimento de ensino, oriundos de diversas nacionalidades. Seguiu-se uma Mesa Redonda subordinada ao tema “Nós e os outros – Interculturalidade”, com a notável moderação do professor Luís Cravo e com a relevante participação do professor Ernesto Morais e dos alunos da Escola Secundária Aurélia de Sousa: Carmo Macedo, 12ºF; Liz Ferreira, 11ºI; Eliandra Xavier, 11ºI; María Pina, Jorge Ilie e Wesley Flôr, 11ºJ. Durante o período da tarde, às 15h e 30m, Emílio Remelhe dinamizou uma oficina de escrita, a partir do seu livro “Lobobullying”, onde os alunos de 9º e 11º anos puderam “criar” palavras, dando origem a neologismos, que escreveram, verbalizaram e gravaram em áudio. Às 17h e 30m, ocorreu o Clube de Leitura sobre o conto “As cicatrizes do amor”, de Paulina Chiziane. No dia 26, às 10h e 30m, teve lugar a conferência “Us and them – A interculturalidade no cinema e em ou


VI SEMANA DAS HUMANIDADES 22 NÓS E OS OUTROS MESA REDONDA

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stivemos à conversa com duas participantes da Mesa Redonda, Eliandra Xavier e Liz Ferreira, do 11ºI. As alunas são, respetivamente, de nacionalidade angolana e brasileira. “– Foram convidadas pela escola a participar na atividade Mesa Redonda, no auditório, ao lado de outros colegas oriundos de diferentes países. Colocaram-vos algumas perguntas relativas à vossa experiência noutro país, à discriminação que sentiram e ao processo de adaptação. Começando pelo ambiente da Mesa, como é que o descreveriam?” Eliandra: “– Foi agradável, mas, ao mesmo tempo, desconfortável, por ser a primeira vez a participar numa atividade como a Mesa Redonda, à frente de tanta gente.” Liz: “Era um ambiente interessante porque eram alunos de sítios diferentes. Senti-me bem em partilhar com essas pessoas as minhas experiências.”

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entimos um imenso vazio dentro de nós quando aquilo em que acreditamos se desmorona, mas sobretudo quando falhamos no propósito fundamental que levou à criação das Nações Unidas: Salvar as futuras gerações do flagelo da guerra… Nesta, como noutras guerras antigas que parecem nunca se resolver, as consequências humanitárias para as populações civis são devastadoras. As Nações Unidas estimam que sejam já mais de 10 milhões de Ucranianos que fugiram de su-

E como se sentiram ao abordar questões tão pessoais e delicadas, como a discriminação? Eliandra: “– Receei que os outros não me entendessem ou não se relacionassem com a situação.” Liz: “Eu não me senti desconfortável nem envergonhada, por já estar habituada a falar sobre essas questões abertamente. Simplesmente, foi num contexto diferente.” Se escolhessem uma palavra para descrever a vossa experiência em Portugal sendo de outro país, qual seria? Eliandra: “– Ansiedade, por estar entre pessoas com culturas e hábitos diferentes.” Liz: “– Inicialmente: insegurança; incapacidade de me encaixar nos lugares, nos ambientes. Cinco anos depois, sinto-me mais enquadrada.” Inês Cardoso, Joana Cardoso, Xavier Cardoso—11ºI

as casas, engrossando assim um número de refugiados que, no mundo, não para de crescer. António Damásio defende que “os sentimentos servem de sentinelas (...) e incentivam a mente a reagir em conformidade” (Sentir & Saber, 2020). Vamos encher o VAZIO com mensagens de esperança pela Paz e ações de solidariedade com o povo ucraniano. Envolve-te! Catarina Cachapuz Profª Coordenadora do Clube Europeu/Unesco


À descoberta do vazio As pessoas podem ser cativadas pelo silêncio e pelo despojamento

Caixa para guardar o vazio

cando a queda do bailarino, que consegue “derrubar” o muro, abrindo uma porta e fazendo um novo convite a que o público o acompanhe. No cimo do “edifício”, veem-se as mãos e o rosto da figura até então escondida. Os movimentos são constantes: mesmo deitada, movimenta os pés e as mãos; apoia-se numa tábua lateral como se andasse no ar; desce e é visível a sua face. A aproximação do bailarino é maior, mas os movimentos dela são intensos e constantes, num espaço exíguo e de transição para o exterior, simulando a permanência no espaço fechado e nunca saindo, numa clara tentativa de se manter na sua zona de conforto. De seguida, deita-se no espaço interior e é erguida pelo bailarino que lhe estende a mão, ajudando-a a levantar. Numa dança a dois (ela coloca os pés sobre os ombros dele), a bailarina começa a observar-se e a “confirmar” a dimensão dos olhos, numa atitude idêntica à que ele tivera inicialmente, tornando o “discurso” circular. É o autoconhecimento. E agora, juntos, abrem duas paredes ligadas por um ângulo e convidam todos a segui-los. Saem desse espaço, chamam uma pessoa do público a quem enclausuram dentro da caixa; correm para o exterior; mostram-se e revelam-se ao público. A ausência de espaços verdes, aliada à sensação de despojamento, pode não ser aliciante para todos. Contudo, é um cenário que atinge o objetivo inicial da peça: sentir o vazio. Turma do 10ºI

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espetáculo é um apelo intenso à reflexão, através do visionamento de gestos, feitos pelos bailarinos Hugo Mendes e Sofia Portugal, e de um cenário silencioso e minimalista, onde ressalta uma caixa cor de madeira. Inicialmente, um bailarino interage com o público num claro convite à adesão, dentro de um mundo em que a dança é uma constante e os movimentos do corpo se assemelham a ondas que avançam e recuam. O toque na cabeça e a medição de um dos olhos feita por uma fita imaginária, arrastada pelo chão e presa em círculos no punho, como que agarrando-o, constituem o preâmbulo para o aproximar do elemento central: a caixa de madeira, uma construção simples, mas majestosa, pelo seu destaque. A caixa merece uma observação cuidada, por parte do bailarino, que convida todos a segui-lo, despertando uma curiosidade notável nos que o observam, ávidos de conhecimento e descoberta. E assim começam a abrir-se e a fechar-se portas sobre outras portas, nada pondo a descoberto. A curiosidade aumenta, comparável ao movimento ascendente do bailarino que tenta subir uma porta inclinada, o que contribui para manter os espectadores despertos e focados. Uma parede sai da caixa e arrasta o bailarino: é um empurrão que permite vislumbrar alguém dentro da caixa, através da visualização dos calcanhares e dos pés que, ora simulam uma corrida, ora baloiçam para cima e para baixo. A necessidade de interação aumenta, bem como os movimentos do bailarino que, de cabeça para baixo, é tocado nos pés pela figura ainda “enclausurada”. Recorrendo a um espelho colado a uma tábua, o bailarino consegue visualizar a figura feminina que, desta feita, põe a descoberto uma perna até ao joelho, acariciada por ele. Através de uma nova abertura, a figura feminina expõe um braço e uma mão, num claro convite ao bailarino. A pressa em vê-la e tocá-la é maior do que a concretização desse desejo – apenas é vislumbrado um braço feminino. Pedindo silêncio ao público, no espaço já quieto, o bailarino coloca o rosto sobre a mão exposta que o acaricia e lhe aponta um caminho com o braço, cumprimentando-se ambos; logo de seguida, surgem gestos de agressividade, provo-

I 10º I 10ºdo Gil do Gil Madalena Madalena

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Fernanda Fragateiro, autora Aldara Bizarro, coreógrafa


Fundação Marques da Silva

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o dia 18 de novembro de 2021, das 9h30 até às 11h30, as turmas de Artes do 10º e do 11º anos, desta Escola, deslocaram-se à Fundação Marques da Silva, onde lhes foi proporcionada uma visita guiada pelas várias exposições lá patentes. Nessas exposições houve também oportunidade de ver maquetes, esboços, projetos de edifícios e de monumentos, concretamente, uns que são do Arquiteto Marques da Silva (a rotunda da Boavista, a Casa de Serralves, a Estação de S. Bento…). Também assistimos a dois pequenos documentários, sendo um deles uma entrevista ao arquiteto Bartolomeu Costa Cabral. Antes do fim da visita, os alunos, organizados em grupos, tiveram a oportunidade de fazer maquetes com material de isolamento térmico, o que deu gosto e despertou a criatividade.

Finalmente, e antes do regresso à Escola, ainda se pôde visitar o Edifício/atelier do Arquiteto Marques da Silva, onde havia muitas das suas maquetes e esboços, tendo os alunos podido ver vários desenhos seus. Como o tema da visita de estudo foi baseado na arquitetura e no desenho, esta foi bastante apelativa e atrativa para os alunos, até porque o arquiteto fez vários monumentos conhecidos. Tal facto captou a atenção dos alunos, porque muitos gostariam de, futuramente, trabalhar nessas áreas. Assim, para uns, foi uma experiência interessante; para outros, pode ter sido uma oportunidade decisiva em relação ao futuro. Jorge Ilie, 11ºJ

R. de Latino Coelho 5, 4000-315 Porto Telefone: 22 536 9301


Mafra e o Memorial do Convento convento de Mafra, também designado por Palácio de Mafra, foi construído por D. João V...ou assim dizem os livros de história. Muitos foram os que lá trabalharam e perderam a vida, mas o Rei não foi um deles. E assim escreveu Saramago na sua grande obra, O Memorial do Convento, repondo a verdade e dando voz aos que a não tiveram. Esta obra estudada no 12º ano foi o motivo da visita de estudo dos alunos e professores ao convento de Mafra no dia 28 de fevereiro de 2022, tendo os mesmos assistido a uma peça de teatro sobre o livro de Saramago e a uma visita guiada pelo monumento. Não pudemos visitar as 1200 divisões que o constituem, mas estivemos em várias, nomeadamente na famosa biblioteca, habitada por morcegos que comem insetos prejudiciais aos livros. Tanto as salas como a grandiosidade do edifício simbolizam o absolutismo: o nosso guia contou-nos que os sinos vieram dos Países Baixos, sendo que, inicialmente, estava encomendado apenas um conjunto; no entanto, tendo os Holandeses duvidado das nossas possibilidades económicas, o Rei, indignado, encomendou outro. No total, são 98 sinos que podemos escutar em Mafra, assim como 6 órgãos de tubos. Este é um edifício que simboliza o período barroco em Portugal, a forma como se vivia, a cultura, o amor da rea-

leza, sendo uma obra de arte. A peça de teatro foi, sem dúvida, bem pensada, inspirando-nos a ler ou a reler o livro em que se baseia, tendo sido realizada dentro do monumento. Mostrou-nos o contraste entre a relação superficial do rei e da rainha e o amor profundo, ainda que ficcional, de Blimunda e Baltasar. Este dia foi também memorável devido ao convívio entre colegas, amigos, fora do ambiente escolar. Almoçamos juntos, cantamos e passeamos. Com Mafra no retrovisor, voltamos a casa, cansados, mas felizes. Luísa Alves, 12ºA

Em Mafra, a turma A do 12ºano com a professora de Português, Zaida Braga

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Visita ao Românico

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Turma 10º I e as professoras Carmo Rola e Paula Cunha

Românico Português, estilo artístico medieval, retrata claramente a instabilidade do Reino de Portugal, nascido no século XI a partir do Condado Portucalense, confiado a D.Henrique de Borgonha, e das lutas pela independência que D. Afonso Henriques travou com Leão e Castela. Durante a Reconquista, os monges guerreiros da ordem beneditina ergueram mosteiros, igrejas, torres e castelos por todo o território conquistado, que se encontrava fragilizado devido aos ataques de mouros e castelhanos. Assim se desenvolveu esta corrente artística em Portugal que, sob a doutrina de Cristo e influência francesa (Ordens de Cluny e Cister), adotou um caráter rural e de simplicidade formal. A arquitetura românica, austera e sóbria foi-se implementando no território de um país recémnascido, dando resposta ao culto, mas também servindo de refúgio às populações. As suas principais características são: a robustez (dada pelas paredes grossas e pelas pedras aparelhadas apoiadas em contrafortes); o arco de volta perfeita, a nave única com cabeceira quadrangular ou em abside, os relevos que retratavam mensagens da doutrina cristã, tanto no interior como no exterior do edífício e a aplicação de cachorrada nas cornijas. Tudo isto e muito mais, pudemos comprovar na visita ao Mosteiro e Igreja de São Salvador de Travanca em Amarante, séculos XI-XIII, um dos mais notáveis edfícios do Românico português, e um dos primeiros da Ordem de S. Bento a ser fundado no território português. Scarlett Maurer, Matilde Seixas, 10º I Fotos de Sofia Azevedo

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O Centro de Interpretação do Românico, em Lousada


A Emancipadora Portuguesa Hoje em dia, o sufrágio universal é quase inquestionável.

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m Portugal, o sufrágio universal só foi conquistado após o 25 de abril de 1974. Porém, nas eleições da Assembleia Constituinte de 1911, a cirurgiã portuguesa Carolina Beatriz Ângelo tornouse na primeira mulher cirurgiã e a primeira mulher a votar em Portugal. Nascida a 16 de abril de 1878, formou-se em Medicina em 1902 e era a única mulher na sua turma. Beatriz, como era chamada pela família, sempre foi altamente participativa em movimentos feministas e progressistas. Além disso, era uma mulher bastante inteligente e viu no Código Eleitoral de 1911 uma oportunidade de reverter a lei a seu favor. A lei ditava que apenas podiam votar: “cidadãos portugueses com mais de 21 anos, que soubessem ler e escrever e fossem chefes de família”. Com uma filha menor de idade à sua responsabilidade, viúva, com mais de 21 anos e letrada, reunia assim todos os requisitos para poder exercer o seu direito de voto. O argumento de que a lei não excluía expressamente as mulheres, permitiu-lhe apresentar recurso em tribunal. No dia 28 de abril de 1911, o juiz

João Baptista de Castro proferiu a seguinte sentença histórica: “Excluir a mulher (…) só por ser mulher (…) é simplesmente absurdo e iníquo e em oposição com as próprias ideias da democracia e justiça proclamadas pelo Partido Republicano.” Assim sendo, no dia 28 de maio de 1911, nas eleições para a Assembleia Constituinte, Carolina Beatriz Ângelo tornou-se a primeira mulher portuguesa a exercer o direito de voto. O seu gesto gerou uma retificação no Código Eleitoral de 1913, devido à ampla notificação do seu caso, e foi até felicitada em países estrangeiros pelas associações feministas dos respetivos países. Infelizmente, acabou por falecer cinco meses após ter votado, no dia 3 de outubro de 1911, devido a um enfarte agudo do miocárdio. Escolhi o caso desta senhora, especificamente, porque a história da sua vida inspirou-me. Sempre foi uma mulher feminista, progressista, defensora da igualdade e agarrou uma oportunidade única de subverter a lei a seu favor, o que na minha opinião é genial. Outro dos fatores que me incitou a escrever sobre a primeira mulher portuguesa a votar, foi a importância do voto. Como dito pelo juiz João Baptista de Castro, algum tipo de exclusão no Código Eleitoral num país com um regime democrático em vigor é altamente contraditório. O voto é o símbolo máximo da democracia e eu prezo a democracia. Xavier Cardoso – 11ºI

Pelo Direito de estudar em Paz "Quando um país é atingido por um conflito ou desastre, as suas crianças e os seus adolescentes são vitimados duas vezes:

deliberadamente atacadas e eles se juntam aos milhões de jovens fora da escola que, à medida que os anos passam, raramente retornam às salas de aula. • a longo prazo, eles – e os países em que vivem – continuarão a enfrentar ciclos perpétuos de pobreza" in: Henrietta Fore, Um futuro roubado: jovem e fora da escola, relatório da UNICEF - 2018

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• a curto prazo, as suas escolas são danificadas, destruídas, ocupadas por forças militares ou mesmo


Ambição de uma Mulher Neste dia Internacional da Mulher (8 de março), pareceu-me adequado escrever sobre figuras femininas cujas conquistas são motivo de admiração. Amelia Earhart – foi a primeira mulher a pilotar um avião, sozinha, sobre o Oceano Atlântico (1932). Após esta conquista, acredito que a ambição de Amelia tenha “voado” ainda mais alto, pois o seu próximo objetivo era dar a volta ao mundo. Nesta tentativa, desapareceu sobre o Oceano Pacífico ocidental, e o seu corpo nunca foi encontrado. Pessoalmente, vejo o seu exemplo como uma inspiração, para não permitir que situações assustadoras ou inconvenientes me impeçam de concretizar aquilo que desejo.

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Amelia Earhart, em março de 1937, antes de partir na sua viagem final e desaparecer. Rosa Parks – mulher negra, ativista pelos direitos das pessoas negras; ficou conhecida por, num autocarro, recusar ceder o seu lugar a uma pessoa branca, que não tinha lugar disponível na secção destinada a pessoas brancas (1955). Desde que li sobre Rosa Parks, há uns anos já, não consegui esquecer a sua história. É inexplicável como ainda subestimamos o poder e a influência de uma pequena ação como a sua. A verdade é que este ato

de bravura pôs Rosa na prisão; mas, três dias depois, teve lugar o «Boicote aos autocarros de Montgomery», que marcou o início da luta anticongressista. No ano seguinte, em Montgomery, foi abolida a segregação racial em transportes públicos.

Rosa Parks, em 1955, com Martin Luther King Jr. no fundo. Para, brevemente, resumir aquilo que Amelia e Rosa me transmitem, darei uso à palavra «respeito». Respeito a sua coragem e determinação ao alcançarem objetivos e defenderem aquilo em que acreditam, reconhecendo o sofrimento como o mais provável desfecho da ambição de uma mulher. Joana Cardoso - 11ºI


Onde Andam as Mulheres? A palavra cinema faz-nos lembrar grandes nomes de realizadores como Tarkovsky, Godard, Kubrick, Tarantino, entre outros nomes masculinos que dominam o panorama da sétima arte. Ora então, onde andam as mulheres?

ão são recentes os debates relativos à representação de género na cinematografia. É uma área maioritariamente dominada por homens e na qual é difícil a afirmação e representação feminina – de acordo com dados do Observatório Europeu do Audiovisual, menos de um em cada quatro realizadores europeus é uma mulher. Não nos devemos esquecer da mulher negra e a acrescida dificuldade que esta enfrenta tanto na sua representação no cinema como na produção. A exclusão de mulheres negras, seja nesta ou em qualquer área, deve ser tema de discussão e preocupação. Recentemente vi “As Praias de Agnès”, documentário de uma cineasta pela qual tenho muita admiração e interesse e cujo percurso enquanto mulher e produtora independente, nos anos cinquenta, é fascinante. Destaco Greta Gerwig, jovem atriz e diretora conhecida pela expressão cinematográfica Mumblecore e que dirigiu a adaptação cinematográfica

Rua Santos Pousada , 1222 4000-483 Porto Tlf. 225029821

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2020, o prémio cinematográfico independente Queer Palm, no Festival de Cannes, atribuído ao filme “Retrato de uma Rapariga em Chamas”, e que se tornou o primeiro filme a ser dirigido por uma mulher a ganhar esta categoria. A sua produção contou maioritariamente com mulheres e visa retratar e afirmar não só a qualidade de mulheres na área mas igualmente a representação e visibilidade de mulheres, quer tanto dentro como fora da tela. Há, certamente, um longo caminho a do romance Mulherzinhas, do século percorrer para a igualdade e valorizaXIX, que acompanha quatro irmãs ção da mulher nas mais diversas que se vão encontrando e perceben- áreas. A indústria cinematográfica é do qual é o seu lugar no mundo. A apenas uma delas. É necessário, para obra explora o empoderamento fetal, dar a conhecer o nome de várias minino numa época em que as mumulheres para que seja possível comlheres tinham pouca ou nenhuma bater, efetivamente, esta desigualdaliberdade ou credibilidade, de uma de, justificada pelo complexo de suforma apaixonada e muito típica de periodade criativa do homem e pela Greta, que assegura a qualidade e falta de reconhecimento de mulheres criatividade feminina no cinema. e não pela falta de qualidade destas. Também Céline Sciamma ganhou grande destaque ao ganhar, em Inês Cardoso, 11ºI


Aberta a caça às Fake news Não podemos acreditar em tudo o que é publicado nas redes sociais

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stivemos à conversa com a jornalista Cláudia Monteiro do JN sobre “fake news” numa conferência dinamizada pelo Jornalesas, com o apoio do PCE (Projeto Cultural de Escola). Partilharam o auditório as turmas de 10ºH e 10ºG, alguns alunos do Clube Europeu e outros da equipa Jornalesas. Todos os presentes são utilizadores assíduos das redes sociais e reconheceram que o Facebook, o Instagram, o WhatsApp, o Twitter (...) são terreno fértil para a propagação de notícias falsas. De acordo com estudos realizados, apenas 1% da população concebe “fake news”, mas todos contribuímos para que se difundam (99%), e há muita gente a lucrar com isso. O negócio é rentável. A audiência dos sites de desinformação permite um retorno de milhares de euros pagos pela publicidade do Google. Neste período de pandemia, houve a partilha de

muitas notícias falsas, e essa situação afetou o comportamento da população, tendo sido, em muitos casos, responsável pela propagação do vírus (COVID -19), com prejuízo para a saúde pública. Se não queremos viver num mundo de mentiras, devemos combater a desinformação. Podemos menorizar o problema se não compartilharmos as notícias que suspeitamos serem falsas. Assim, evitamos que a opinião das pessoas seja manipulada. Na base da produção destas notícias falsas estão muitos interesses, nomeadamente vantagens políticas, militares, económicas ou sociais. Vamos contribuir para que a internet seja um lugar seguro. Dicas para detetar fake news 1º Suspeitar de títulos demasiado “sensacionalistas”. 2º Colocação de pontos finais em títulos. 3º Verificar se contém erros ortográficos. 4º Considerar as fotos. 5º Confirmar as notícias, recorrendo a sites de referência (fact-checking). 6ª Ter em atenção o endereço. 7º Examinar as datas. 8º Pesquisar as fontes. As informações transmitidas nesta conferência foram fundamentais para alertar sobre a gravidade deste problema. Conferência com a jornalista Cláudia Monteiro do JN Turmas G e H do 10ºano Não há democracia sem respeito pela imprensa Adaptado Mary Gabrilli, 20 março 2020

Quando a matemática os inspira… a partir de polígonos regulares inscritos numa circunferência a obtenção de polígonos estrelados é uma consequência.

Sofia Agostinho - 9ºB

Guilherme Magalhães - 9ºB


Connection is evolving and so are we. empresa de Zuckerberg, como a conhecemos, tem vindo a sofrer mais e mais mudanças, com o decorrer do tempo. De Facebook a Meta, e desde uma empresa conhecida como a detentora das mais diversas redes sociais a uma empresa que nos promete agora dar vida a uma nova realidade que irá mudar, para sempre, a maneira como socializamos, o Metaverso. Em pleno 2022, todos nós já teremos (mais ou menos) uma noção básica de alguns conceitos tecnológicos, nomeadamente realidade virtual, teletrabalho, redes sociais, e por aí fora. Pois bem, para todas aquelas pessoas que não estão familiarizadas com aquilo que será o Metaverso, imaginem- no como uma mistura de todos esses conceitos; uma realidade que nos permitirá imergir por completo no mundo online ou até optar por uma espécie de realidade mista. Reuniões online não voltarão a ser as mesmas, podendo as pessoas fazerem-se representar, por exemplo, por um avatar seu, num ambiente completamente digital. Imagine, se ao invés de viajar

para um outro país num retiro espiritual, pudesse economizar todas essas despesas e ter o seu próprio spa em casa, com direito às músicas e às paisagens que bem desejasse. Lembra-se ainda daquele stress que tem de passar quando procura uma nova residência para viver, e tem de agendar as visitas presencialmente, consoante a disponibilidade das agências imobiliárias? Esses dias acabarão quando lhe for possível visitar virtualmente qualquer espaço que deseje. O Metaverso será a próxima evolução das conexões sociais semelhantes às que nos são próximas nos dias de hoje, tendo por isso a companhia Facebook mudado o seu nome para Meta, de maneira a refletir o seu comprometimento e visões de futuro. Com a chegada do Metaverso, tudo será diferente: entretenimento, jogos, atividade física, produtividade no mundo do trabalho, a educação e o comércio. Por enquanto, resta confiar na Meta, e esperar que a mesma decida criar toda uma realidade que nos seja acessível, inovadora e segura. Henrique Lage - 12º A

Foto de Sofia Azevedo (profª Estagiária do grupo 600)

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o âmbito do Programa de Recuperação e Resiliência, foi estabelecido um contrato de financiamento entre a EMRP – Estrutura de Missão Recuperar Portugal - e a Ciência Viva Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica, com vista ao alargamento da Rede de Clubes Ciência Viva na Escola (CCVnE), constante do Programa Impulso Jovens STEAM. A Rede de Clubes Ciência Viva na Escola é um projeto conjunto da Ciência Viva – Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica e da DireçãoGeral da Educação, conforme protoloco celebrado a 7 de março de 2018, com vista à implementação da iniciativa nos Agrupamento de Escolas / Escolas não Agrupadas, Escolas Profissionais e Estabelecimentos de ensino particular e cooperativo.

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As candidaturas à rede de CCVnE decorreram no 1º período e o Lugar da Ciência (LdC), em nome do Agrupamento de Escolas Aurélia de Sousa, desenvolveu um plano de intervenção que submeteu com sucesso, tendo sido elegível com a classificação final de 10,0. Para esta classificação, contribuíram a pontuação máxima de 10 pontos obtida nos três critérios de avaliação: a) Existência de um Clube Ciência Viva na Escola; b) Mérito do programa proposto; c) Adequação do esforço de financiamento ao impacto esperado. Esta classificação permite obter o máximo de financiamento para as atividades propostas. Assim, a partir de 2022/2023 e durante três anos letivos, o LdC vai desenvolver atividades de promoção da literacia científica e tecnológica, em todo o agrupamento, desde o pré-escolar ao 12ºano, com a colaboração das seguintes entidades parceiras: CENTRO DE INVESTIGAÇÃO EM ASTRONOMIA/ ASTROFÍSICA DA UNIVERSIDADE DO PORTO

GALERIA DA BIODIVERSIDADE CENTRO DE CIÊNCIA VIVA (unidade do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto)

CIIMAR CENTRO INTERDISCIPLINAR DE INVESTIGAÇÃO MARINHA E AMBIENTAL

QUERCUS—ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE CONSERVAÇÃO DA NATUREZA (ONGA)

Segundo o plano de intervenção, estão previstas, entre outras, visitas de estudo, atividades práticas, atividades de promoção da educação ambiental e atividades de exploração científica do aquário da escola Aurélia de Sousa. O CCVnE do Agrupamento constitui um reconhecimento de todo trabalho desenvolvido pelo LdC, desde 2008, e vai continuar a representar um espaço de conhecimento aberto e dirigido a toda a comunidade educativa, incluindo famílias e restante comunidade local, no sentido da promoção do acesso a práticas científicas inovadoras.

Marina Gonçalves profª Coordenadora Lugar da Ciência


Atividades a decorrer: ,

Robótica: Construção e Programação de robôs, a funcionar desde o 1º período com um grupo de 5 alunos do 7ºD, orientado pelo Professor Victor Sarmento.

AquAurélia: no âmbito do Desenvolvimento e Cidadania do 11ºI, a diretora da turma, Carmo Pires, desafiou o Lugar da Ciência a desenvolver uma atividade com dois alunos da Turma sobre sustentabilidade. Nesse sentido, o Cláudio e a Leonor estão a investigar a possibilidade de crescimento de lentilhas em aquaponia, utilizando como suporte o aquário da escola.

Comemoração do Dia da Biologia: o grupo disciplinar de Biologia e Geologia e o LdC comemoraram o Dia da Biologia, 3 de março, com atividades de microscopia orientadas pelos alunos do 11ºano, dirigidas aos alunos do 4ºano das EB de Fernão de Magalhães, Florinhas e Fontinha. Os alunos do 1ºciclo visitaram os laboratórios de Bio-

logia da Escola Aurélia de Sousa e “meteram as mãos na massa”, quer dizer, realizaram e observaram preparações temporárias da epiderme de cebola roxa. Esquematizaram os resultados obtidos que foram afixados nos expositores da escola.

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SEI - Sociedade, Escola e Investigação, projeto de investigação científica, promovido pela Câmara Municipal do Porto e em parceria com o Laboratório Aberto do Ipatimup i3S. O tema é “OGM/ transgénicos na comunidade local”, que está a ser desenvolvido pela turma A do 10ºano de escolaridade, na disciplina de Biologia e Geologia, sob orientação da Professora Marina Gonçalves.


Na rota da comunicação em Ciência CLUBE DE ILUSTRAÇÃO CIENTÍFICA

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ilustração científica consiste na produção de imagens para a comunicação e divulgação em Ciência. Exige rigor, clareza, boa leitura, qualidades estéticas e pode ser adaptada a diversos públicos. Ferramenta de aprendizagem, a ilustração científica é indispensável na transmissão de informação visual no domínio das Ciências Naturais, estendendo-se com critérios similares a outras áreas do conhecimento, nomeadamente, a arqueologia e a medicina.O rigor dos conteúdos sobrepõe-se às preocupações estéticas, embora estas não sejam descuradas na construção de uma imagem atrativa e com boa leitura.

Independentemente da forma como uma ilustração científica possa ser apreciada, importa referir os objetivos que guiam a sua conceção: atrair, informar, descrever, explicar, sensibilizar, transmitir um facto ou conceito científico, com honestidade. A comunicação e divulgação das Ciências Naturais depende cada vez mais do recurso a imagens, ilustrações científicas e desenho de natureza, desde a imagem tradicional ao potencial da imagem em movimento. Pedro Salgado (ilustrador científico)

O Ilustração de Rodrigo Dourado, 8ºB

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o Clube de Ilustração Científica da Escola Secundária Aurélia de Sousa, pretende valorizar-se esta forma de comunicação que pode, inclusivamente, constituir uma via futura de realização profissional. Numa primeira fase do trabalho a realizar, aprende-se a observar pormenores e a enquadrá-los numa imagem que será posteriormente enriquecida do ponto de vista estético. Desenhar com a preocupação de obedecer ao rigor científico desenvolve não só capacidades de “saber ver” mas também de espírito crítico, orientando para uma curiosidade favorável à descoberta.

mar é, por definição, o sistema interconectado de águas dos oceanos, considerado uma massa de água global que modera o clima da Terra e desempenha importante papel nos ciclos da água, do carbono e do azoto. O ser humano esquece, por vezes, que as riquezas biológicas que o mar abriga são infinitas mas não imortais… ameaçadas por derrames petrolíferos, por plásticos que perduram e por tudo o que ninguém quer. A vida procura a sustentabilidade que frequentemente não encontra… O Dia Nacional do Mar vem lembrar-nos a sua importância e o seu valor para a vida. No workshop realizado, os alunos centraram-se na biodiversidade marinha e, através da ilustração científica, descobriram pormenores que elegem cada ser vivo a estatuto de “obra-prima” da Natureza.

Afinal, uma boa ilustração vale por mil palavras!

16 l Jornalesas l abril 2022 L X l l

Manuela Lopes , profª Coordenadora Clube de Ilustração Científica da ESAS

Guerra é a pior coisa que poderia ter acontecido, eu nunca pensei que a minha família iria encontrá-la duas vezes. Não vou esquecer o telefonema do meu pai – “Façam as malas, guerra!” Mas não desesperem, o principal é acreditar em nós mesmos. Mais

cedo ou mais tarde a guerra terminará, as cidades voltarão ao normal, mas não esqueceremos os heróis que estarão para sempre nos nossos corações. Eu acredito que o bem vencerá. Anna, uma rapariga ucraniana


O nosso agrupamento e a Multiculturalidade 2021/22 Total de alunos do agrupamento (valores absolutos)

Alunos estrangeiros por nacionalidade sem o Brasil (valores absolutos)

Fonte : INOVAR

17 I Jornalesas

Alunos estrangeiros - valor absoluto e % - brasileiros e outras nacionalidades


O ambiente geológico de Lavadores

Alunos do 11ºA com a profª Lucinda Motta

C

onhecer o ambiente geológico de Lavadores é enriquecedor e permite compreender muitos dos fenómenos que estão na origem de paisagens naturais. Numa área litoral relativamente pouco extensa, é possível observar rochas sedimentares, rochas magmáticas e rochas metamórficas, numa transição entre as zonas geológicas Centro Ibérica e Ossa Morena. Com curiosidade científica e espírito crítico, o 11ºA e o 11ºD analisaram rochas ao longo de um percurso pedestre que permitiu testar e desenvolver conhecimento e compreender a importância da Geologia para a origem e evolução das paisagens terrestres.

Alunos do 11ºD

Turmas A e D do 11ºano

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Dia do Estudante - 24 março 2022 - ESAS


A sustentabilidade da agricultura no Douro José Luís Moreira da Silva, enólogo de profissão, veio falar-nos da região do Douro, dos vinhedos e do vinho, mas desta vez levou-nos a olhar para a belíssima paisagem, que é Património da Humanidade, numa perspetiva diferente - “A sustentabilidade da agricultura no Douro”, esta que é a Região vitivinícola Demarcada mais antiga do Mundo.

ara compreender as paisagens durienses, é necessário conhecer a sua morfologia, o seu clima, a natureza do seu solo e as suas gentes. Tudo se conjuga numa harmonia perfeita. Mas a busca da sustentabilidade deste território passa por reconhecer um futuro de alterações climáticas, em que a água é um recurso cada vez mais escasso e o solo, para se defender, deve ser poupado aos exageros dos químicos, tais como herbicidas e pesticidas. As mudanças estão a acontecer com muita rapidez e é importante adaptar as culturas às condições que temos. Cada ser vivo tem uma função no ecossistema e, quando lhe retiramos uma espécie, animal ou vegetal, esse ecossistema entra em desequilíbrio, o que vem, mais tarde ou mais cedo, a causar problemas. O desafio é perceber qual é o papel de cada espécie e de que forma a podemos potenciar. Daí a defesa da Biodiversidade. Na quinta dos Murças/Covelinhas, já há dez anos que não são usados químicos. Essa mudança teve impacto no aparecimento de minhocas, de morcegos e até de raposas. Curiosamente, os morcegos alimentam-se de insetos e tornam-se fundamentais

Diretor/Enólogo empresa Esporão (Produção Douro, Verdes e Sovina)

Grupo de Geografia . 11ºF e 11º H

O que é ser sustentável?

É usar de forma racional os recursos sem comprometer as gerações futuras, considerando as vertentes ambiental, económica e social.

19 l Jornalesas

P

nestas práticas agrícolas sustentáveis. Contudo, com boas práticas, não se consegue ter a mesma rentabilidade, a produção é menor e os preços são mais altos. Por outro lado, é necessário considerar a vertente social da produção. As equipas que temos para trabalhar escasseiam e a agricultura sustentável, a que respeita o meio ambiente, exige mais mão-de-obra e, hoje, só se opta pela agricultura quando não há emprego em mais nenhum setor, pois é um trabalho duro e mal pago, onde se aguenta o frio, a chuva e o calor. Em breve, estes trabalhos não qualificados serão substituídos por robôs, a mão-se-obra terá de ser altamente escolarizada e o trabalho bem pago, mas para já são soluções mais caras. No futuro próximo, os consumidores vão reconhecer a qualidade e pagar o real valor destes produtos. José Luís Moreira da Silva. Enólogo


Inspiring Future – fim do secundário, e agora? Este é um projeto que decorre desde o ano letivo de 2013/2014 e realiza -se a nível nacional em mais de 200 escolas secundárias. Em colaboração com o SPO, com atividades dinâmicas e complementares ao trabalho de orientação, o projeto tem a intenção de facilitar a vida dos alunos após o secundário, dando-lhes o total conhecimento do que é o ensino superior e de como aqueles devem fazer as suas escolhas no futuro.

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N

o dia 2 de março, foi a vez desta escola receber o Inspiring Future. O programa começou com uma palestra para as turmas do 12ºano - tendo sido a mais frequentada -, em que lhes foram dadas a conhecer as opções depois do Ensino Secundário, como a licenciatura. Houve ainda esclarecimentos sobre os CTeSPs (Cursos de Especialização Tecnológica) que têm a duração de quatro semestres, sendo que integram um estágio garantido e assegurado pela instituição de ensino, numa empresa de área de formação. Outra opção avançada foi o Gap Year, que é uma pausa nos estudos para que possam refletir sobre o que realmente querem seguir. Por último, os alunos podem ingressar diretamente no mercado de trabalho. Não obstante a relevância das informações anteriores, o principal intuito desta sessão foi dar a conhecer tudo aquilo que os alunos precisam de saber para ingressar no mundo académico. Nesse sentido, foram divulgados 10 passos de como fazer uma candidatura brilhante ao ensino superior. Assim, o 1º passo é “Pesquisar sobre os cursos”, o que pode ser feito através do site da DGES ou, de forma mais simplificada, no site do Inspiring Future. O 2º passo é a “Inscrição na 1ª fase de exames”, para a qual devem ter bem definido o curso, pois precisam de saber quais os exames que são necessários e se é preciso ter em atenção a inscrição nos prérequisitos, como é o caso do curso de Desporto. Nesta fase, também vão necessitar de fazer o “pedido de senha”, por exemplo, através do site da DGES. Esta senha vai ser necessária para a candidatura ao ensino superior

público. O 3º passo é a “1ª fase de exames”, que vão servir para os alunos se inscreverem em qualquer fase de candidatura. O 4º passo são os “resultados na 1ª fase dos exames”, que podem servir de prova de ingresso ao ensino supe

rior ou então terão de fazer a “inscrição na 2ª fase de exames”. Há ainda que fazer o “pedido da ficha ENES”, que vai ser necessária no momento da candidatura. Caso repitam o exame na 2ª fase, terão de voltar a fazer um novo pedido da ficha ENES, para atualizar os resultados. O 5º passo é a “2ª fase de exames” cujos resultados só podem ser utilizados como prova de ingresso a partir da 2ª fase de candidaturas, deixando assim os alunos de se poderem inscrever na 1ª fase. O 6º passo são as “candidaturas à 1ª fase”, aquele momento em que os alunos já têm de ter bem definidas as 6 opções a colocar no site da DGES e fazer a sua candidatura. Em caso de dúvida, os alunos também vão poder assistir a uma live que o Inspiring Future vai fazer no seu Instagram, com um aluno que se voluntariou para que fosse feita a sua candidatura ao vivo, de modo a que todos os que tenham dúvidas consigam acompanhar e fazer tudo com êxito. Ao contrário do Ensino Público, em que a candidatura é feita online, no Ensino Privado a candidatura é paga e tem de ser feita presencialmente, sendo que, se a resposta for negativa por parte da instituição, o dinheiro não é reembolsado. Esta fase coincide com o momento da afixação dos “resultados da 2ª fase de exames”. O 7º passo são as “candidaturas às bolsas”. Para além da bolsa da ação social da DGES, foi dito aos alunos que havia outros recursos, mediante consulta da lista no site. Na foto Marina, 10º I Foto tirada por Sofia Azevedo Profª estagiária do Grupo 600


O 8º passo são as “colocações da 1ª fase”: os estudantes vão receber um email com o resultado da colocação da 1ª fase, momento em que percebem se estão totalmente satisfeitos com a sua colocação. Posteriormente, devem matricular-se para salvaguardarem a sua vaga, mesmo que decidam candidatar-se na 2ª fase. Caso o estudante não esteja suficientemente satisfeito com a colocação da 1ª fase, deve candidatar-se à 2ª fase, colocando apenas opções preferenciais, relativamente àquela em que ficou colocado na 1ª fase. É de extrema importância realçar que, se o estudante ficar colocado na 2ª fase, vai perder a vaga da fase anterior. O 9º passo são as “colocações da 2ª fase”. É um passo idêntico ao 8º, onde o estudante recebe um email com o resultado da colocação e aí percebe se ficou ou não satisfeito. Mesmo que o estudante já tenha feito matrícula na 1ª fase, tem mesmo de realizar a matrícula no curso

PAZ/PEACE

em que ficou colocado nesta 2ª fase. Caso contrário, perde a matrícula. O estudante tem ainda uma última oportunidade para se candidatar àquele curso que tanto deseja, fazendo assim a candidatura à 3ª fase. Como acontece nas outras fases, se o estudante ficar colocado nesta fase perde a vaga da fase anterior. Por fim, o último passo são as “colocações da 3ª fase”, onde os estudantes recebem no seu email os resultados, e procedem à sua matrícula. Depois desta palestra, que a nosso ver foi muito interessante e pertinente, de modo a ajudar os estudantes que vão ingressar, ainda este ano, no ensino superior, ou então recorrer a outras opções, foram todos convidados a ir ao corredor do ginásio onde estavam presentes várias instituições do ensino superior com o objetivo de divulgar todas as informações sobre ofertas de cursos, de bolsas de estudo ou apoio financeiro, cenário mais

comum nas faculdades privadas, com um custo mais elevado, o que origina a que os alunos, por vezes, descartem logo essa possibilidade. Este projeto teve também a intenção de mostrar que há sempre uma solução para todas as situações e que todos podem ingressar no ensino superior. De seguida, tiveram a oportunidade de frequentar um dos seguintes workshops: “A vida é bué cenas”, “Amigos, amigos… Decisões à parte” e “Como sobreviver de salto alto e gravata?”. Estes Workshops tiveram como objetivo ajudar os estudantes a tomar melhores decisões e prepará-los para o mundo do trabalho de maneira a construírem uma carreira com satisfação e sucesso, sucesso este que só será alcançado com esforço e proatividade. Inês Fontes e Mariana Moreira Licenciatura em Educação Social- Escola Sup Educação do Porto- ISP

- Fotogramas - desenhado com líquido de revelação - Impressão fotográfica em Positivo e Negativo - Clube de Fotografia

Princípio 7 A criança tem direito a receber educação, que será gratuita e obrigatória, pelo menos nos graus elementares. Ser-lhe-á dada uma educação que promova a sua cultura geral e lhe permita, em igualdade de oportunidades, desenvolver as suas capacidades, o seu juízo individual, o seu sentido de responsabilidade moral e social e tornar-se um membro útil da sociedade. [...] Princípio 10 A criança deve ser protegida de práticas que possam fomentar a discriminação racial, religiosa e qualquer outra forma de discriminação. Ele deve ser educado em um espírito de compreensão, tolerância, amizade entre os povos, paz e fraternidade universal, e em plena consciência de que sua energia e talentos devem ser dedicados ao serviço de seus semelhantes.

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Direitos (Proclamado pela Assembléia Geral, resolução 1386 (XIV), A/RES/14/1386, 20 de novembro de 1959)


As listas para a associação de estudantes Uma das votações mais importantes na dinâmica escolar realizou-se no dia 16 de dezembro de 2021: a votação para a associação de estudantes. A lista E ganhou com a maioria dos votos; no entanto, quisemos conhecer as duas listas que se candidataram a este cargo e falamos com os seus representantes.

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22 l Jornalesas l abril 2022 L I X l l

oão Neto tem 16 anos e é o representante da lista queremos que saibam que, se tiverem problemas, D. Este aluno do curso de ciências e tecnologias do podemos auxiliá-los. 11ºano frequenta a nossa escola desde o 7º ano, gosta Quais são os obstáculos à realização dos vossos de ouvir música e interessa-se pelo mundo à sua volta. objetivos? Como é que surgiu a lista D? Convencer os alunos a participarem nas atividades A lista é o resultado da união entre os elementos da propostas. Acho que estão cada vez menos interesminha turma e alguns elementos de outras turmas, sados na vida escolar, olham para a escola como sendo que muitos já se conhecem desde o 7º ano. Já uma obrigação e, por isso, o nosso trabalho será motínhamos vontade de formar uma lista desde o ano tivá-los. Talvez haja coisas que não poderemos mupassado, mas não foi uma ideia muito estudada e dar porque não estão ao nosso alcance nem ao alconseguimos realizá-la este ano, numa decisão cole- cance da direção, por estarem tuteladas a outras entidades, mas podemos demonstrar a nossa preotiva e devido ao incentivo da Direção. cupação aos órgãos da escola. O financiamento tamO que querem mudar ou implementar na escola? bém pode ser um dos problemas, mas havendo vonQueremos sobretudo alterar a forma como os alunos tade qualquer projeto pode ser realizado. olham para esta instituição e que queiram vir para a Tens alguma mensagem que queiras passar aos teus escola com mais motivação e interesse. Claro que colegas? isto não está totalmente nas nossas mãos, mas podemos melhorar o ambiente e ajudar as pessoas que A associação de estudantes não é apenas a campanha. Uma lista que se preocupa apenas com a camnão gostam de vir às aulas, através de atividades. panha não acrescenta muito à comunidade. PortanQue projetos têm em mente? to, o nosso foco serão as atividades do ano letivo e Competições desportivas, certos encontros e deba- não apenas aquilo que acontece durante a semana tes. Caso os alunos tenham interesse, ainda não te- da campanha; muitas vezes, as listas organizam um mos mais atividades em concreto. O nosso objetivo é torneiozinho e pouco mais do que aquilo que lhes é envolver os nossos colegas na dinâmica escolar e pedido.

Rua Alegria 961 - 4000-048 Porto 225 505 795 estreladolima@gmail.com


nês Nunes é do 12ºA do curso de ciências e tecnologias, e a dança é uma das suas paixões. Está na nossa escola há quatro anos e esta é a sua primeira vez como representante da lista E; no entanto, todo este projeto não é uma novidade para ela, já que fazia parte do núcleo desta lista desde o ano passado. Como surgiu a lista E? A nossa lista já existe há cerca de cinco anos, mas inicialmente era a lista W, mais recentemente a lista M e agora é a lista E. É constituída por alunos de anos anteriores como é o meu caso e, por isso, aceitei continuar este projeto. O que pretendem mudar/implementar na escola? Queremos criar um espaço dedicado a exposições de trabalhos dos alunos de artes, já que nos alertaram para o facto de que estes passam, muitas vezes, despercebidos. Já falamos com a direção, mas ainda não sabemos onde será. Outra ideia nossa consiste na colocação de produtos de higiene íntimos nas casas de banho femininas, com o objetivo de se tornar num sistema cíclico: quem retira, tenta repor. Assim, estes produtos seriam gratuitos. Estas são as nossas ideias mais concretas e ainda estamos a tentar perceber o que podemos fazer. Quanto à viagem de finalistas, nós estamos a trabalhar com uma agência e, como lista, podemos dar- -vos opções para poderem pagar menos e organizar recolhas de fundos. Claro que não nos andamos já a focar nos finalistas, porque não são os únicos alunos desta escola. Outro projeto em que andamos a pensar é a criação de um yearbook online, o que requer bastante planeamento prévio, onde estarão fotos de atividades ao longo do ano, tornando-se uma forma de captar momentos e recordá-los. Estamos também a falar sobre a cria-

ção de um podcast semanal sobre tópicos referentes ao ambiente fora e dentro da escola, em plataformas como o spotify ou outras. Claro que seria direcionado para os alunos desta escola, mas sendo algo público também poderia ser ouvido por outras pessoas. Quais são os maiores obstáculos à realização dos vossos objetivos? Neste momento, a pandemia é o nosso maior obstáculo e não podemos fazer eventos e festas com ajuntamentos. Tentamos repor os microondas na cantina, porque fazem muita falta e não conseguimos mesmo, são normas da Direção-Geral de Saúde. Não podemos realizar determinadas propostas. Por exemplo, ainda não sabemos se podemos realizar torneios interturmas no final de cada período ou o "Aurélia Got Talent”, que também foi proposto noutros anos e que, mesmo realizado no exterior, não foi aprovado pela direção. Claro que nós tentamos sempre arranjar soluções e proporcionar um bom ano a todos. Que mensagem queres transmitir aos teus colegas? Acho que a mensagem principal nesta situação que estamos a viver é que a união é muito importante. Nós queremos mostrar que não estão sozinhos, que podemos representar-vos e que têm uma voz que merece ser ouvida. As vossas necessidades são muito importantes no ambiente escolar e nós estaremos lá para tornar o vosso ano inesquecível.

Entrevistas de Luísa Alves, 12ºA 23 I Jornalesas

I


Guerra

H

da Ucrânia pelos olhos de uma criança

oje, o papá não veio ler-me uma história até eu adormecer. A mamã diz que ele ficou lá, do outro lado da fronteira, a lutar para que eu, um dia, possa ler histórias na nossa língua aos meus filhos. Eu ainda sou muito pequenina para saber ler, quan-

to mais ler histórias aos meus filhos… Por mais que tente, não consigo perceber o porquê de ele ter de se preocupar com algo que se encontra num futuro tão distante. A Yana tamborila os seus longos e finos dedos numa das caixas que chegou com alimentos em conserva, enquanto a mamã trauteia uma doce melodia que parece não se enquadrar naquele cenário. Elas tentam manterme animada, mas eu vejo nos seus olhos que algo não está certo. As suas faces, outrora cheias de vida, parecem abatidas. Eu não gosto de as ver assim. A única que conserva a sua alegria é a minha mótanka. Durmo bem agarradinha a ela todas as noites, já que não vejo a vovó há

muito tempo. Foi ela que fez a bonequinha mais bonita que eu tenho, a única que trouxe comigo. As delicadas flores na sua cabeça são cor-de-rosa, o meu tom preferido, e o vestido é colorido e radiante. Tenho tantas saudades de tudo o que tínhamos! Das refeições em família, dos passeios, das piadas, dos mimos… Só queria voltar no tempo duas semanas atrás. Estávamos tão felizes! Quem quer que seja que obrigou o papá a lutar ou a vovó a ficar resguardada na cave, quem quer que seja que nos fez abandonar a nossa casa, por favor, deixe--nos viver! E não vejo problema algum em ouvir mais uma história… Vera Carminé, 11.º F

24 l Jornalesas l abril 2022 L I X l l

Comemoração do dia nacional do mar

WORKSHOP DE ILUSTRAÇÃO CIENTÍFICA


Apurada para a final / maio 2022

Parabéns! A Vera, uma aluna de excelência, pensa seguir Gestão, mas no seu percurso académico a curiosidade pela Geografia tem encontrado um espaço especial. Sim, a Geografia importa muito! São os climas, a topografia, a natureza dos nossos solos que, aliados à inteligência humana, nos posicionam neste Mundo de diversidade e de contrastes . Para quem gosta de desafios, segue o link de acesso às Provas das Olimpíadas de Geografia já realizadas. https://apgolimpiadas.wixsite.com/geografia/1aeliminatoria

João Barão – 12ºC

Apurado para a final / abril 2022

O João passou as duas eliminatórias das Olimpíadas de Matemática e ficou apurado para a final a disputar em abril. Encontra-se já na reta final do ensino secundário e aspira ingressar no curso de Inteligência Artificial e Ciência de Dados, na Faculdade do Porto. Apesar de revelar, desde muito jovem, grande apetência para a matemática, não descura a dedicação e o trabalho para atingir os seus objetivos. Tem sido um brilhante aluno na disciplina, teve 20 valores, no 1º período, mas também se destaca nas restantes áreas curriculares. Grande exemplo!

Vera Carminé – 11ºF

25 l Jornalesas

Parabéns!


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Melanie Martinez, a indie pop com causas

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atural de Baldwin (Nova Iorque), Melanie Adele Martinez tem 27 anos e, além de cantora e compositora, também é fotógrafa. Tornou- -se conhecida pelas canções que falam sobre temas polémicos, como o bullying e o assédio, e por ter um estilo excêntrico com o cabelo de duas cores. As suas letras combinam um lado superdoce com uma mensagem poderosa . A música "Play Date", originalmente lançada na edição deluxe do Cry Baby em 2015, tornou-se uma das 100 músicas mais tocadas no Spotify nos EUA,

depois de ganhar popularidade no aplicativo de vídeo, TikTok. O seu estilo musical tem como base géneros independentes como indie folk e pop alternativo. Tal como faz em todos os concertos da digressão, também em Lisboa (21-01-2020) parte da receita da bilheteira (um euro por cada bilhete vendido) reverteram a favor de uma organização de apoio à comunidade LGBTQ. Turma 10ºG


Elevador de transferência

Índice VI Semana das Humanidades

2

À descoberta do vazio

5

Fundação Marques da Silva

6

Mafra e o memorial

7

Visita ao Românico

8

Emancipação portuguesa Ambição de uma mulher Onde param às mulher?

10

Fakenews

12

Connection evolving

13

Lugar da Ciência

14

Clube de Ilustração

16

Multiculturalidade

17

Visita Lavadores

18

Sustentabilidade Douro

19

Inspiring Future

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Associação Estudantes

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Guerra

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Olimpíadas

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Melanie Martinez

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Elevador

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hegou há dias ao nosso agrupamento o elevador de transferência (até 180Kg) com cesta, oferecido pela empresa INVACARE. Este aparelho vai facilitar a vida aos meninos que mais precisam de cuidados e tornar bem mais leve a tarefa diária de quem os auxilia nas suas rotinas. O dispositivo permite deslocar/

elevar e baixar o utilizador da cadeira de rodas para o colocar numa marquesa ou num outro espaço, sem o desgaste e esforço físico que habitualmente se despendia. O nosso Agrupamento agradece, à empresa INVACARE, na pessoa de Paulo Silveira, a oferta do elevador de transferência.

9

11

27 l Jornalesas

Foi com manifesto agrado que a equipa de funcionários (D. Olinda, D. Agostinha, D. Matilde, Sr. Costa e Sr. Eduardo) ouviu as instruções do técnico da INVACARE, Miguel Mota, que pacientemente demonstrou como utilizar e rentabilizar o aparelho.


Pelo Direito de estudar em Paz FICHA TÉCNICA

Editorial

O

Coordenadores:

Carmo Rola (profª), Filomena Moreira (profª) e Julieta Viegas (profª) Revisão de textos: Filomena Moreira (profª)

dia 24 de março é o Dia Nacional do Estudante. A data, estabelecida pela Assembleia da República, tem como objetivo o estímulo à participação dos estudantes na vida escolar e da sociedade" e a "cooperação e convivência entre os estudantes". Não havia melhor dia para fazer esta concentração pela PAZ. O que nos parece uma realidade incontornável e por vezes até maçadora: sair de casa, todos os dias, para ir para a escola. Entrar num edifício, sentar numa sala de aula, aprender, estar no recreio a conversar, a brincar, a correr, a jogar futebol; conviver com colegas, professores e funcionários é algo que, inúmeras crianças por este mundo fora: da Síria, à Tchetchênia; da Palestina ao Afeganistão; do Iémen ao Sudão e, mais recentemente, na Ucrânia não podem fazer. Não podem fazer porque as suas escolas são destruídas, ocupadas por forças militares ou mesmo deliberadamente atacadas. É um Futuro roubado. A UNICEF estima que mais 1,5 milhões de meninos e meninas fugiram da guerra na Ucrânia nos últimos dias. Os nossos corações estão com cada um deles e por isso, hoje, reclamamos pelo Direito a Estudar em Paz. Estamos solidários com o sofrimento do povo Ucraniano e louvamos a sua resistência, mas também não esquecemos a repressão que o povo Russo está a sofrer, com fortes limitações da sua liberdade de expressão. Por isso, estamos, também, solidários com os que, na Rússia, arriscando penas de prisão cada dia mais severas, enfrentam a tirania. E porque não há Democracia sem jornalismo livre e independente e sem liberdade de expressão e de pensamento, evocamos aqui, também, um dia muito especial na nossa história contemporânea: hoje, 24 de março de 2022, é o dia em que, em Portugal, o tempo vivido em democracia supera o tempo vivido em Ditadura. Mas, é importante que percebamos que nem a Paz, nem a Democracia são factos consumados. Devem ser encaradas como obras inacabadas que nunca estão imunes a ameaças e precisam de ser construídas, diariamente, por todos. Vocês são o futuro! Juntos vamos contribuir para um mundo em que a Paz e a Democracia vençam a Guerra e a Tirania. E, desde a ESAS, fazemos um apelo ao mundo: GIVE PEACE A CHANCE! 24 de março de 2022 Concentração na ESAS pelo DIREITO A ESTUDAR EM PAZ ! Catarina Cachapuz Profª Coordenadora do Clube Europeu/Unesco

Capa: Composição Desenho Luana, 10ºI e Desenho de Diana , 11ºJ Paginação e Maquetagem: Julieta Viegas (profª) Equipa redatorial: Catarina Cachapuz, profº Coordenadora do Clube Europeu/Unesco; Fernanda Barros, profª de Matemática; Filomena Moreira, profª de Português; Guilherme Magalhães, 9ºB; Helena Sampaio, profª Coordenadora da BE/CRE; Henrique Lage, 12ºA; Inês Cardoso, 11ºI; Inês Fontes, estagiária Licenciatura em Educação Social; Joana Cardoso,11ºI; Jorge Ilie, 11ºJ; José Ribeiro, profº de português; Julieta Viegas, profª de Geografia; Lara Almeida, 11ºB; Luísa Alves, 12ºA; Luísa Moniz, profª de Geometria Descritiva; Manuela Lopes, profª Coordenadora do Clube de Ilustração Cientifica; Maria Carmo Pires, profº de H.C. Artes; Mariana Moreira; estagiária Licenciatura em Educação Social; Marina Gonçalves, profª Coordenadora do Lugar da Ciência; Matilde Seixas, 10ºI; Paula Cunha, profº de H. e C. das Artes/Projeto Cultural de Escola (PCE); Scarlett Maurer, 10ºI; Sofia Agostinho, 9ºB; Vera Carminé, 11ºF; Xavier Cardoso, 11ºI; Turma I , G e H do 10ºano; Turmas A e D do 11ºano - equipa Jornalesas. Entrevistas: Luísa Alves , 12ºA Ilustrações/desenhos: Carmo Rola profª de Desenho e Disciplina de Oficina de Artes. Fotografia: Sofia Azevedo, profª estagiária Grupo 600 Financiamento: Brun’s l Pão Quente; Café Onital; Estrela do Lima l Café Restaurante; Estrela Branca l Pão quente, pastelaria; Glam l Instituto de Beleza; Susana Abreu | cabeleireiros, estética e cosmética e Escola Secundária/3 Aurélia de Sousa.

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ESCOLA SECUNDÁRIA/3 AURÉLIA DE SOUSA Rua Aurélia de Sousa - 4000-099 Porto Telf. 225021773 novojornalesas@gmail.com

Abril . 2022 http:// www.issuu.com


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