Ensino/Aprendizagem mediado por Novas Tecnologias

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colaborativamente... Não precisa ser um aluno só, podem ser dois, três, quatro... Esses tapetes também que reagem ao toque modificando o que acontece no computador... Tem um projeto com verba da FAPEMIG, agora, que é uma mesa multi-toque. Por exemplo, a gente pode fazer jogos colaborativos, eu vou passando coisas pra você, vou roubando coisas de você, e nós temos que cumprir um objetivo: montar palavras, montar frases, achar respostas, resolver charadas... Esses são os três grandes pedaços que a gente está olhando. A gente quer que seja jogo, que seja divertido, que não perca o ar divertido de jogo, mas que também não deixe de ser educativo... Que o menino aprenda com ele! ANDRÉA Essas três áreas trabalham concomitantemente? CARLA Bom, nós temos um encontro quinzenal, às vezes, semanal, em que trabalham pessoas da Educação, da Letras, da Computação, da Pedagogia, dos Jogos e das Artes... E cada um tem o seu papel, sua função, e a gente discute os jogos. A gente discute o que vai fazer e leva pra casa. Cada um desenvolve o que é de seu interesse. Todo mundo tem pesquisa relacionada com isso. Então, cada um puxa a sardinha para o seu lado! (risos) ANDRÉA Eu estava para mencionar isso... O projeto ALADIM envolve pesquisadores e alunos de diferentes áreas como Letras, Educação, Belas Artes e Computação. Quais os desafios e benefícios de se fazer uma pesquisa interdisciplinar na universidade? CARLA É bom porque essa é uma coisa que sozinha a gente não consegue fazer! Em compensação, é muito angustiante. Por exemplo, pra mim... Às vezes, eu quero fazer uma coisa... Eu queria que o jogo fosse assim, assim, assado, mas, eu não sei programar... Eu fico dependendo do programador pra fazer isso. A gente não tem muito suporte da computação. Então, muitas vezes, o projeto pára na hora da computação. A gente tem o jogo quase pronto... No papel ou na cabeça... Tudo discutido... Mas, na hora da realização, a gente tem problema porque a gente tem dois bolsistas que não são experts. Eles estão aprendendo ainda... A gente não pode exigir

deles um nível muito alto de programação porque eles, nem se quisessem, não têm... E, a gente não tem suporte de ninguém da Computação, com consistência. O Luiz Chaimowicz ajuda a gente, mas é uma ajuda quando dá. Tem uma aluna dele que, agora, está fazendo o trabalho final dela com a gente... Ela está desenvolvendo o ‘Pacman’, que, na verdade, se chama ‘Papa-letras’ – é uma versão do ‘Pacman’... Então, é complicado! Por outro lado, a gente aprende muito! Na hora de discutir o que tem que ser discutido, a gente tem visão de várias áreas que pensam coisas que a gente não pensaria... Eu, como linguista, tenho dificuldade de pensar como os meninos da Computação pensam. Às vezes, a gente separa em grupos porque os meninos estão falando uma linguagem que a gente não entende! E, muitas vezes, eles ficam olhando com cara estranha porque a gente está falando uma linguagem de teorias da Educação, teorias linguísticas, que eles não têm muita manha! A gente aprende muito! Além de discutir os jogos, a gente chama pessoas pra falar. Chris Sinha, Judith Green... Eles já estiveram aqui. Os próprios integrantes do grupo, às vezes, falam alguma coisa de educação, de design, de programação, apresentam jogos, interfaces... Então, a gente tem essa parte de discussão teórica do que existe em cada área pra todo mundo ter uma noção... Seria inconcebível, por exemplo, eu falar: “Eu sou da Letras, não entendo nada de jogos!” Então, eu tenho que entender de jogos. A gente lê muita coisa, livros sobre esses assuntos, pra todo mundo ter uma noção mínima de tudo. Apesar de não ser o especialista!

Sobre o uso dos games ANDRÉA Os games já estão sendo legitimados como linguagem a ser adotada nas escolas? CARLA Olha, desde o LOGO – que era uma tartaruguinha que andava numa tela verde... O jogo foi visto como uma possibilidade didática. Mas, a gente não tem bons jogos. Eu acho que o jogo ainda não entrou na escola direito, não só por resistência... Não entrou porque não existem bons jogos! Nós fizemos uma análise dos jogos para a alfabetização disponíveis na


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