Revista Noize #52 - Abril de 2012

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[+3] Inicialmente uma rádio pirata criada por estudantes em 1969, a bFM hoje é a maior estação de rádio da Nova Zelândia quando o assunto é música alternativa.Vale ouvir! http://www.95bfm.co.nz/ [+4] São eventos e ações especiais que a Comissão de Música da NZ promove ao redor do país durante o mês de maio. Ocorre desde 2000, e já serviu pra lançar muito artista, assim como fortalecer o mercado fonográfico local. [+5] “The bittersweet between my teeth/ Trying to find the inbetweens/Fall back in love eventually/Yeah yeah yeah yeah”, diz o refrão. [+6]

dentro da Sound of 2011 – a famosa lista de apostas da BBC que, em outros anos, já teve Adele, MGMT, Florence + the Machine e Lady Gaga. Ou seja, definitivamente uma conquista a ser celebrada. “Nós somos a primeira banda da Nova Zelândia a fazer parte de algo assim, então só pode significar coisas boas”, comentou a vocalista Alisa Xayalith à época. E de fato significou. De lá pra cá, o Naked quebrou a barreira de fã ao dividir o palco com nomes do naipe de Nine Inch Nails e tem sido atração constante em festivais grandiosos como o inglês Glastonbury e o Lollapalooza, em Chicago, EUA. Há algumas semanas, o grupo ainda comemorou sua estreia em solo tupiniquim. E não soma mais de dois dias consecutivos de folga até o início de junho. Diante de uma temporada dessas, difícil até escolher um destaque. “Toda essa experiência tem sido incrivelmente única”, confessa David Beadle. “Agora, uma coisa em que todos nós concordamos é que o Fuji Rock festival, no Japão, foi um momento extraordinário. Porque não é todo dia que você tem a chance de se apresentar pra um público genuinamente animado, em um país que é culturalmente tão distante de nós. Foi realmente uma coisa inexplicável.” Críticos de todos os cantos já tentaram encontrar explicações pro sucesso internético do Naked and Famous, mesmo em países de culturas distintas, como carimba o baixista. Derek Sedam, por exemplo, da conceituada rádio californiana KROQ, diz que o quinteto faz música que reflete de forma direta o tempo em que vivemos. “Todas aquelas emoções que sentimos ao entrar em 2012 e além”, emenda ele. “Como quando ouvi pela primeira vez ‘Time To Pretend’, do MGMT.” O músico parece concordar. “’Young Blood tem uma letra e um tema musical que são fáceis de ser assimilados por um grande grupo de pessoas. É algo fantástico”, comemora. “Nós vemos muita integridade na música que fazemos, e vamos continuar batalhando por isso como artistas e como banda, onde quer que nos leve.” Poderia levá-los à televisão, David deveria acrescentar. Quem sabe ao mundo dos games? Desde o estouro de “Young Blood”, os kiwis já viram músicas

suas servirem de trilha sonora pra seriados badalados como Gossip Girl e The Vampire Diaries, além de jogos milionários tipo FIFA 12. Suas contas bancárias agradecem. “Porque não é apenas uma maneira muito legítima de fazer dinheiro com a música, mas também uma forma bastante inteligente de expor sua obra a um novo grupo de pessoas”, avalia.“Com o rádio, as pessoas escolhem sintonizar uma estação específica, e assim esperam ouvir um certo tipo de música. Com algo como trilha pra televisão, os artistas têm a oportunidade de ter sua música exposta a um público que, se não fosse assim, talvez não soubesse que tal banda ou gênero musical existissem.” Passados quase dois anos do lançamento de “Young Blood”, é inegável que as pessoas hoje “sabem” que o Naked and Famous existe. Mais do que isso, lotam shows quando o grupo cruza o planeta em direção a Rio de Janeiro e São Paulo. Na apresentação no Cine Jóia, por exemplo, não era difícil ver almas animadas cantando em coro as letras do vocalista Thom Powers. E não só das que compõem o hit maior dos caras, mas de tracks como “Girls Like You” – ambas do álbum de estreia da banda, o elogiado Passive Me, Aggressive You+6. “Da capa com um globo digital em cima de uma paisagem analógica, passando pelas letras e a dinâmica vocal feminina/masculina, um álbum que circula em meio a polaridades”, opina David sobre a obra que ajudou a criar. Opostos que não parecem atrair o quinteto apenas quando estão com instrumentos em mão. Afinal, ao mesmo tempo em que elogiam o cenário musical da “Terra da Grande Nuvem Branca” e dizem ser fãs de conterrâneos como os Mint Chicks, afirmam não se considerar verdadeiros kiwis. “A maioria das coisas que compõem um ‘verdadeiro kiwi’ são coisas para as quais nós não damos muita bola, como churrascos e rugby”, revela ele. Talvez por isso que a banda tenha resolvido trocar as ovelhas de sua terra natal pelos tabloides de Londres. E, quem sabe por esse mesmo motivo, a vocalista Alisa Xayalith tenha terminado o show em Sampa afirmando que, definitivamente, eles vão voltar. Ok, Alisa, no worries. Estaremos por aqui.


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