Revista Noize #47 - Setembro de 2011

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fotos: 1|Marco Ninni 2| Marcel Nascimento

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MACACO BONG CONVIDA NEVILTON

CAIXA PRETA - ITAMAR ASSUMPÇÃO

Studio SP, São Paulo, 08/09_ 1 - Meia noite, Macaco Bong no palco. Como não destacar o início de show tímido? Os músicos se posicionam mesmo sem muita gente a sua volta. Ao primeiro acorde, todo o público (de umas 100 pessoas) se une pra dar uma força. E funciona. 2 - O primeiro solo enche de energia os desacreditados. É como mágica. Todos ficam hipnotizados por uma seqüência guitarra-bateria que faria qualquer sambista vibrar com o rock ‘n’ roll que ecoa pelo Studio SP. A banda parece em transe. 3 - Já é tradição, o Macaco sempre recebe convidados no palco. O microfone falha, mas na garganta mesmo o baixista Ney Hugo anuncia o paranaense Nevilton. Com mais uma guitarra, o trio se transforma em quarteto. Dá novo gás, faz a noite mais poderosa. 4 - Duas músicas depois e, como manda a tradição, o Macaco Bong deixa o palco livre. O Nevilton, que também é um trio, assume a noitada com seu rock grudento. Dancinhas e mais dancinhas. 5 - As duas bandas estão no palco de novo. O troca-troca de instrumentos é o termômetro pra pegar uma cerveja e não perder nenhum lance. São várias seqüências instrumentais. E que sequências. Quem havia dispensado está voltando. Como se estivéssemos em um salão com mais de mil pessoas, brotam aplausos, gritos e muitos brindes. Rafael Carvalho

Sesc Bom Retiro, São Paulo, 08/09_ O show era em homenagem ao cantor e compositor Itamar Assumpção, figura central na música paulista dos 80’s e 90’s. No comando do palco estava Karina Buhr, mas com convidados do naipe de Elke Maravilha. Será que Itamar gostou da festa? Com sua banda ao redor, Karina figura ao centro do palco como se estivesse prestes a conduzir uma prece. Inicia o show sentada. Respira fundo. Canta com amor, com dor. O ritual ganha intensidade com a entrada de Elke Maravilha, que aparece com lindas palavras do amigo Itamar: “o mais importante hoje é lembrar que estamos e servimos neste mundo para ensinar algo para as pessoas. Se eu parei de aprender ou servir como ensinamento para alguém, eu não mereço mais figurar neste planeta.” E fecha com, “O Itamar me chamou uma vez pra cantar a morte dele no hospital. Eu fui. Achava engraçado cantar a morte de alguém. Mas ele gostava.” Enquanto Elke canta em alemão, Karina completa o seu solitário ritual com uma espécie de maquiagem que abençoa e liberta. Elke sai de cena. Karina se engrandece no pequeno palco. Se joga no chão, se enrosca no fio do microfone e se joga nas cadeiras vazias. “Ai que saudades da Amélia” coroa o final. E os santos do samba lavam a alma da antes tímida platéia, que termina o show de pé, sambando, cantando e em coro de palmas que seriam infinitas, não fossem as luzes terem se acendido. Itamar com certeza gostou da festa. Rafael Carvalho

em 5 momentos

do banheiro do show


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