Vinho & Poder

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Introdução 2

Questões Gerais da Historiografia

Ponto Primeiro Na historiografia da Capitania de S. Vicente são raríssimas as povoações construídas fora dos aldeamentos nativos tomados pelos colonos portugueses. Uma dessas povoações é São Roque, que vem a surgir no território da fazenda de uma das mais importantes famílias luso-paulistas: a Família Barros. Em meados do Século 17, no ano 1657, o colono Pedro Vaz de Barros [filho, ou ´o moço´] luso-paulista e dono de vastas terras entre Cutaúna/Quitaúna, Acutia, Araçariguama [Sítio dos Arassarys] e Sorocaba [no mapa das primeiras ´entradas´ minerárias: Rio Brígida], amplia o seu poder mercantil e cria uma povoação entre os ribeirões Carambaí e Araçaí, região de ótimo clima para a agricultura. Ele batiza a povoação de “São Roque”, por ser devoto do religioso católico. Obedecendo à tradição que espelha o Oeste paulista como berço das expedições sertanistas que fazem do Brasil um território continental, o capitão Barros dá início ao povoado ordenando a ´fábrica´ de uma Capela, que fica conhecida como Capela de São Roque de Carumbebi. A 12 léguas [66,6 km] a oeste da São Paulo dos Campos de Piratininga, São Roque cria fronteiras com Sorocaba [a 6 léguas = 33,3 km], Itu [a 8 léguas = 44.4 km], Cotia [a 5 léguas = 27,7 km], Una [a 3 léguas = 16,6 km], Araçariguama [a 2,5 léguas = 13,8 km] e Piedade [a 5 léguas = 27,7 km], mas fica isolada e atua como polo abastecedor do eixo Araçariguama-Sorocaba-Porto Feliz. A principal atividade, entre os Séculos 17 e 19, é a cultura de Algodão, de Cereais, e a Pecuária. Ainda no período seiscentista, chegam à povoação emigrantes de Portugal e da Itália, que aproveitam o microclima montanhoso e ampliam a vinicultura, que já é o produto ´nativo´ mais conhecido – e logo São Roque torna-se conhecida como Terra do Vinho.


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