theHemisphere ed2

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theHemisphere Lu x u r y a n d L i f e s t y l e a r o u n d t h e w o r l d

edição 2 • abril de 2012


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LEARJET 85


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8 the hemis phere Capa: Aparador Heritage Photo: Boca do Lobo Studio, by Sofia Silva De onde vem?

Celso Pinto Jr

Denilson Milan

CAROLINA ZANCO

Rosane Aubin

ELENA CORRÊA

MARCIO BLAUTH

ALLINE CURY

Delfim Fujiwara

NINA FRANCO

Para anunciar:

Office: + 55 11 3521.7329 www.fortunacom.com.br The Hemisphere é uma publicação trimestral da FortunA - Gestora em Comunicação de Luxo em parceria com a Sotheby’s International Realty Brasil - São Paulo Conselho Editorial: Celso Pinto Jr., Carolina Zanco, Denilson Milan, Rosane Aubin e Nina Franco Diretor Executivo/Comercial: Denilson Milan Events Manager: Carolina Zanco Publisher: Rosane Aubin

O que faz um garoto carioca, de uma família de militantes comunistas, transformar-se em um dos artistas mais respeitados da atualidade, com prêmios internacionais de primeira linha no currículo e exposições nos maiores museus do mundo? A entrevista da jornalista Elena Corrêa, uma curiosa e culta observadora do mundo das artes, revela memórias inéditas e motivações íntimas do artista Cildo Meireles. Ele, ainda um garotinho de 8 anos, conta que ficou comovido ao encontrar uma casinha feita de gravetos e fibras de cascas de árvores deixada por um andarilho que acampou perto da casa de sua avó, em Goiás. Estaria aí a faísca que o levou ao mundo das artes? Alice Rivero, nossa repórter poliglota, investiga outra personalidade de projeção internacional, o arquiteto David Adjaye, um tanzaniano naturalizado inglês homenageado na última edição do Design Miami e autor de importantes edifícios públicos ao redor do planeta, como o Nobel Peace Center. Fotógrafo diletante, ele conta que as edificações africanas inspiram a sua obra e diz que projeta para proporcionar bem-estar aos usuários, não para criar espetáculos arquitetônicos. Lucio Ribeiro, dono de conversa divertida e texto inspirado, entrevistou os designers responsáveis por duas novas empresas portuguesas que estão conquistando a Europa e o além-mar, a Boca do Lobo e a Delightfull. Delfim Fujiwara, o globetrotter gourmet que nos dá água na boca com o relato das delícias que degusta pelo mundo, fala dos restaurantes a portas fechadas que seduziram Buenos Aires. Alline Cury, brasileira radicada em Paris, criou um guia muito especial para quem pretende ir à Cidade Luz para ver os jogos de Roland Garros. Com a sabedoria que só uma moradora teria, lista restaurantes, casas de beleza, lojas e galerias de arte. Quer mais? Tem também um refúgio uruguaio, bebidas exclusivas e os veleiros luxuosos da marca Jeanneau. Boa leitura! Where from? What makes a boy from Rio de Janeiro, who comes from a family of communist militants, become one of the most respected artists of the present days? An interview conducted by journalist Elena Corrêa – a curious and cult observer of the world of arts – reveals new memories and deep motivations of this artist named Cildo Meireles, who has was awarded important international prizes and whose exhibitions were held in the greatest museums of the world. He tells her that when he was still a little boy at the age of eight he was touched as he found a little house made up by twigs and bark, which was left there by a wanderer who had camped near his grandmother’s house, in Goiás. Would it be the spark which led him to the world of arts? Alice Rivero, our polyglot reporter, writes about another international prominent figure, the Tanzanian-born British architect David Adjaye, recipient of Design Miami/ Designer of the Year Award in its latest edition, and author of important public buildings throughout the world, like the Nobel Peace Center.The photography lover says his work is inspired by African buildings and that the aim of his creations is the well being of the users, and not architectural spectacles. Lucio Ribeiro, a journalist gifted with a fun conversation and inspired writing, interviewed the designers who are in charge of two new Portuguese companies that are conquering Europe and overseas: Boca do Lobo and Delightfull. Delfim Fujiwara - a gourmet globetrotter whose accounts of the delicacies he tastes around the world make our mouths water - writes about closed-doors restaurants, a new dining trend in Buenos Aires. Alline Cury, a Brazilian who lives in Paris, has created a very special guide to those who are planning to visit the City of Light for the Roland Garros games. She lists restaurants, beauty salons, stores and art galleries as only a dweller could do. Do you want more? There is also a Uruguayan haven, exclusive drinks and luxurious Jeanneau sailboats. Enjoy the read! Projeto Gráfico e Direção de Arte: Nina Franco (inspiredesignlab.com.br) Marketing Sotheby’s Realty: Luiz Fernando Tranquillini Colaboradores: Alice Rivero, Alline Cury, Delfim Fujiwara, Elena Corrêa e Lucio Ribeiro (texto), Marcio Blauth (foto), Adriana Schwartz e Patricia N. Rocha (tradução) Parceiro digital para versão iPad: Trupi Interativa Impressão gráfica: IBEP Gráfica Os artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores e não representam a opinião da revista e das empresas FortunA – Gestora em Comunicação de Luxo e Sotheby’s International Realty Brasil - São Paulo. A reprodução das matérias e dos artigos somente será permitida se previamente autorizada por escrito pela Publisher.



10 sumรก rio

54 c o n c e pt

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sketches

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44 land scape

12 Sketches

Uísque festeja jubileu da Rainha Elizabeth; Vik Retreats une arte, hospitalidade uruguaia e natureza; e um bistrô especial Whisky celebrates Queen Elizabeth’s jubilee;Vik Retreats combines art, nature and Uruguayan hospitality; and a special bistro

18 Gallery

Cildo Meireles: de mensageiro a um dos artistas mais reconhecidos do mundo Cildo Meirelles: from courier to one of the most celebrated artists in the world

24 On the spot

Os próximos leilões da Sotheby’s Upcoming Sotheby’s auctions

26 At home

A arquitetura ética e estética de David Adjaye David Adjaye’s ethical and aesthetical architecture

34 FLAVOUR

Roteiro secreto de Buenos Aires Buenos Aires secret guide

40 Terroir

Rémy Martin lança edição limitada de conhaque Rémy Martin launches limite-edition cognac

44 Landscape

O melhor de Paris para os intervalos de Roland Garros Explore the best of Paris during the breaks from Roland Garros

54 Concept

Jovens portugueses conquistam fãs do design Young Portuguese designers fascinate design lovers

62 IDENTITY

Jeanneau: veleiros para deslizar sobre as águas Jeanneau: Sailboats to slide over waters

70 realty

82 Pinacotheca O Grito vai a leilão The scream to be auctioned

34 flavour

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Os imóveis mais desejados The most desirable properties


12 sketche s

Design com vista para o mar: o prédio central, chamado de Sculpture, foi projetado por Carlos Ott; o brasero ou poço de fogo para observar as noites estreladas; o pavilhão das casas, com sala de jogos, academia, SPA e churrasqueira; e por último a piscina de granito negro e sua constelação de luzes Design with a view of the ocean: the central building, called Sculpture, was designed by Carlos Ott; it features a brasero, or fire pit, for observing starry nights; a house pavilion with game room, gym, spa, and barbecue area; and, finally, a black granite swimming pool and its constellation of lights

h ot e l A rte e natureza em harmonia

C

om belas praias, fazendas à beira-mar e um horizonte sem fim, José Ignacio, a 50 quilômetros de Punta del Este, se consagra como o novo refúgio no Uruguai. Para conhecer esse destino repleto de galerias, cafés e pequenos restaurantes charmosos e descontraídos, uma das boas opções de hospedagem é o Vik Retreats – na verdade são dois, o Estância Vik, a 8 quilômetros da praia, e o Playa Vik, na Playa Mansa, conhecida por ter um dos mais belos pores do sol do mundo. O Estância Vik é uma fazenda em estilo colonial espanhol. A casa foi construída para receber os amigos do empresário escandinavo Alex Vik e sua mulher e acabou por se tornar um hotel. O casal, amante das artes, projetou o espaço como uma galeria e artistas uruguaios consagrados foram convidados para decorar os ambientes de uso comum e as 12 suítes. Em clima informal e amigável, os sorridentes recepcionistas da estância recebem os hóspedes oferecendo um poncho de lã de carneiro para cobrir os ombros caso faça frio, lareira acesa e comidas saborosas e frescas, com frutas e legumes cultivados na região. As obras de arte estão por todos os lados, mas foram cuidadosamente pensadas e distribuídas para manter a harmonia com a natureza ao redor. No salão principal, uma escultura de mármore do renomado artista uruguaio Pablo Atchugarry faz conjunto com a obra do artista Clever Lara no teto, inspirada

no Google Earth da região. E para não esquecermos da tradição uruguaia, um autêntico parrillero (churrasqueira) pintado pelo artista plástico Marcelo Legrand. O Playa Vik é um reduto de arte contemporânea formado por seis casas ao redor de um edifício central chamado Sculpture, projetado pelo arquiteto uruguaio Carlos Ott, que desenhou o aeroporto internacional de Punta e a Opéra Bastille, em Paris. O Playa recebeu o prêmio da revista Wallpaper em 2012, como melhor novo hotel. O prédio central, uma grande escultura de vidro e titânio, abriga as áreas de convivência, a sala de estar com o “iceberg” de Zaha Hadid, uma cozinha/bar projetada pela Strato Cuisine, a biblioteca com instalação de luzes de James Turrell e os 23 metros de piscina de granito “absolutamente nero”, que se debruça sobre o mar e forma um mapa celestial quando as luzes são acesas. Os dois refúgios foram concebidos com compromisso sustentável, tecnologia solar, água reciclada, sistema inteligente de uso de luz e arquitetura que privilegia a ventilação natural. Outra boa dica para aproveitar Jose Ignacio é visitar a Fundação Pablo Atchugarry, a poucos minutos do Playa Vik, um espaço das artes no meio da natureza, com exposições, um jardim de esculturas entre os lagos, concertos durante o verão e a possibilidade de encontrar o artista trabalhando em suas esculturas de mármore branco no ateliê. www.vikretreats.com (por nina franco)


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Cultura e natureza: a Estância Vik, rodeada de verde e lagos; obras de arte nos pátios; o parrillero pintado por Marcelo Legrand; e a escultura do Pablo Atchugarry ao fundo da sala de estar Culture and nature: Estância Vik is surrounded by green areas and lakes; works of art in the courtyard; a parrillero, or barbecue grill, painted by Marcelo Legrand; and a sculpture by Pablo Atchugarry in the back of the living room

Art and nature in harmony

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ith gorgeous beaches, seaside farms and endless horizon, Jose Ignacio, 50 km away from Punta del Este, is a new haven in Uruguay. If you want to visit this place full of charming and cool galleries, cafes and little restaurants, a good accommodation option is VIK Retreats – actually there are two properties: Estancia Vik, 8 kilometers away from the beach, and Playa Mansa, known for having one of the most beautiful sunsets in the world. Estancia Vik is a Spanish colonial-style farm.The house was built to host friends of Alex Vik (Scandinavian businessman) and his wife, and eventually became a hotel. The art lover couple designed the space as a gallery and renowned Uruguayan artists were invited to decorate the common areas and the twelve rooms. In an informal and friendly way, the smiling receptionists welcome the guests, offering them woolen ponchos to cover their shoulders if the weather is chilly, lit fireplace, tasty and fresh food, including fruit and vegetables grown locally. Works of art are everywhere, but they have been carefully displayed in order to keep the balance with surrounding nature.The central living room showcases a marble sculpture by the celebrated Uruguayan artist Pablo Atchugarry, in harmony with Clever Lara’s painting on the ceiling, a work inspired by the Google Earth of the

area. In keeping with Uruguayan tradition there is also an authentic parrillero (barbecue place), painted by Marcelo Legrand. Playa Vik, a redoubt of contemporary art, features six houses surrounding a central building called “Sculpture”, designed by Uruguayan artist Carlos Ott, who has also designed the International airport of Punta, and L’Opera Bastille, in Paris. Playa was awarded as best new hotel in 2012 by Wallpaper magazine. The central building, a large sculpture made up of glass and titanium, houses the common areas, the living room with Zaha Hadid’s “iceberg”, a bar/kitchen designed by Strato Cuisine, the library with a light display created by James Turrell and the 23-meter long “Absolute Nero” granite swimming pool, that overlooks the beach below and features a celestial map when the lights are on. Both retreats are committed to sustainability.The projects include the use of solar energy and recycled water, an intelligent use of light system and a design that allows good natural ventilation. Another good tip for those who want to explore Jose Ignacio is to visit Pablo Atchugarry Foundation, a few minutes away from Playa Vik, it is an arts space in the middle of nature, featuring exhibitions, a sculpture garden between lakes, concerts during the summer and you might even find the artist working on his white marble sculptures in the atelier. www.vikretreats.com (por nina franco)


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Especial por fora e por dentro: decanter com diamante e blend selecionado a partir dos melhores uísques produzidos em 1952 Special, inside and out: decanter with a diamond holding a blend selected from the best Scotch whiskies produced in 1952

b eb i das U m brinde à rainha

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destilaria de uísque escocês John Walker & Sons concretizou neste primeiro semestre uma tarefa especial: foi incumbida pela Rainha Elizabeth de fazer o Diamond Jubilee Blended Scotch Whisky que festeja os 60 anos de reinado de Sua Majestade. A garrafa, com um diamante de meio quilate, e a bebida, elaborada a partir de alguns dos mais refinados uísques produzidos em 1952, ano de coroação da rainha, formam um conjunto que está deixando colecionadores do mundo todo de olho. Serão apenas 60 unidades à venda — três para compradores brasileiros — pelo preço de 100 mil libras esterlinas (cerca de 289 mil reais) cada uma. A renda será toda revertida para a Queen Elizabeth Scholarship Trust (QEST), que distribui bolsas de estudos a artesãos para preservar habilidades raras e em risco de desaparecimento. O blend especial foi criado por Jim Beveridge e Matthew Crow, que vasculharam vastos estoques de uísque escocês para selecionar as bebidas que fariam parte da mistura, que depois repousou em dois barris confeccionados artesanalmente em carvalho inglês de Sandringham doado pela rainha. Depois da combinação gradual de sabores, o uísque foi engarrafado e é vendido com um decanter produzido pela marca de cristais de luxo Baccarat, com adornos de prata e um diamante. O conjunto inclui ainda dois copos desenvolvidos pela Cumbria Crystal e um livro feito a mão por Laura West, aluna da QEST. A obra narra a forma artesanal da produção da bebida e é personalizada com o nome

de cada destinatário pela calígrafa Sally Mangum. (por rosane aubin)

A Gift to the Queen In the first half of this year, John Walker & Sons, Scotch Whisky Distillers, performed a special task: they were entrusted by Queen Elizabeth to bottle the Diamond Jubilee Blended Scotch Whisky to celebrate the 60th anniversary of Her Majesty the Queen’s accession to the throne.The bottle, which features a half-carat diamond, and the whisky, a special blend of the most refined scotch whiskies distilled in 1952, the year she acceded to the throne, make up a set that has caught the eye of collectors around the world. Only 60 editions have been made available for sale — three to Brazilian buyers — for 100,000 Pounds Sterling (around R$ 289,000) each. The profits from sales will be donated to the Queen Elizabeth Scholarship Trust (QEST), which grants scholarships to artisans in an effort to secure the preservation of rare craft skills that are at a risk of disappearing.The special blend was created by Jim Beveridge and Matthew Crow, who combed through various Scotch whisky stocks to select the whiskies that would make up the mix, which were then housed in two chests, incorporating English oak from Sandringham and donated by the Queen. After gradually combining its flavors, the whisky was bottled and is sold with a decanter crafted by luxury crystal brand Baccarat, adorned with silver and a diamond. The set also includes a pair of Cumbria Crystal glasses and an artifact book, hand bound by Laura West, a student at QEST. The book tells the story of the artisanal production of the whisky and is personalized with the name of each owner by calligrapher Sally Mangum. (por rosane aubin)


photos: Tadeu

Brunelli

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restaurante Org â nico com glamour

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nstalado num disputado recanto gastronômico da Vila Nova Conceição, o Le Manjue Bistrot é o primeiro restaurante brasileiro a ganhar o selo do Instituto Biodinâmico de Desenvolvimento (IBD), referência nacional em certificação de entidades e produtos orgânicos. O ambiente charmoso e agradável está a anos-luz de distância do que se espera de um restaurante natural: mesas, quadros, guardanapos e serviço, tudo lembra os elegantes bistrôs franceses. A comida, assinada pelo competente Renato Caleffi, também não evoca a falta de sabor típica dessas casas. Pratos como o jambalaya, adaptação da iguaria de mesmo nome criada pela junção das cozinhas creole e cajun, do sul dos Estados Unidos, promovem uma explosão de sabores e texturas especiais. Parecido com uma paella ou risoto, uma das versões leva arroz cateto integral, banana, camarão e até uma pitada de cachaça, entre vários outros temperos e ingredientes. Caleffi, que é sócio de Bruno Fattori, um entusiasta da comida orgânica e da sustentabilidade, na casa, criou até um menu desintoxicante, com comidinhas que limpam o organismo e emagrecem sem deixar de lado sabores especiais. São temperadas com delícias como cardamomo, apenas uma entre as várias especiarias que a casa usa. Não esqueça também de provar os sucos, mais uma prova de que saúde e sabor podem

andar juntos e fazer muito sucesso no universo do paladar. www.lemanjuebistro.com.br (por rosane aubin)

Organic with Glamour Located in Vila Nova Conceição, a highly sought-after gastronomic nook, Le Manjue Bistrô is the first Brazilian restaurant to receive the seal of the Biodynamic Institute for Rural Development, the Brazilian reference for the certification of organic entities and products.The charmingly delightful ambiance is far from what is typically expected of a natural foods restaurant: the tables, paintings, napkins and service are reminiscent of an elegant French bistrot. The food, which bears the signature of expert chef Renato Caleffi, also eschews the typical lack of flavor associated with such establishments. Dishes such as jambalaya, an adaptation of the delicacy of the same name created from the blend of Creole and Cajun cuisines from the South of the United States, evoke an explosion of special tastes and textures. Similar to paella or risotto, one of the versions features short-grain white rice, banana, shrimp and a bit of cachaça, in addition to other spices and ingredients. Caleffi, Bruno Fattori’s business partner, is an enthusiast of organic food and sustainability, and has even created a detoxifying menu boasting dishes that clean your system and help you lose weight, without sacrificing appetizing flavors.They’re seasoned with spices such as cardamom, just one of the spices used by the restaurant. Don’t forget to try the juices, further proof that health and taste can go hand in hand and triumph in the world of flavor. www.lemanjuebistro.com.br (por rosane aubin)

Sabor, saúde e charme: os pratos incluem hambúrguer e sucos revigorantes e o ambiente lembra os bistrôs franceses Taste, health and charm: dishes include hamburgers and invigorating juices in an ambiance reminiscent of French bistrots


16 GA LLERY i CI LD O M E I RE LE S

Desvio para a poesia

De menino comovido com a casinha de cascas deixada por andarilho até a posição entre os maiores artistas da atualidade, a trajetória singular de Cildo Meireles Por Elena Corrêa fotos marcio blauth e rosane aubin


17 Universo em expansão: objetos os mais variados, de relógios quebrados a vidros cheios de pregos, servem de ponto de partida para as grandes obras tridimensionais do artista, como Desvio para o Vermelho, que faz parte do acervo de Inhotim Universe in expansion: a wide variety of objects, such as broken clocks and jars full nails, serve as a starting point for large-scale pieces, like Red Shift, which is part of the Inhotim collection

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m uma travessa tranquila de Botafogo, bairro da Zona Sul do Rio de Janeiro, fica o casarão antigo onde funciona o ateliê de Cildo Meireles, 64 anos, considerado um dos artistas plásticos brasileiros mais importantes de sua geração. Mas engana-se quem pensa que o multimídia mais respeitado da cena contemporânea trabalha em um ambiente requintado, bem decorado, cercado por obras de arte. O estúdio mais parece um grande depósito, entulhado por imensos pedaços de instalações embalados por plástico, centenas de caixas de papelão com suas obras, vidros cheios de pregos, caixas de ferramentas e uma infinidade de objetos, como relógios parados, fitas cassete. O artista que ali trabalha também está longe de ter a imagem de uma celebridade. De bermuda, camiseta, sandálias e boné, Cildo é a mais perfeita tradução da simplicidade. Seu olhar é triste e, ao mesmo tempo, irrequieto, parecendo buscar sempre algo novo, apesar de estar no próprio habitat. Inicialmente tímido, revela-se, no decorrer da entrevista, ávido por contar histórias de tudo que viveu, misturando fatos, indo e vindo no tempo. Carioca, aos 10 anos de idade Cildo mudou-se com a família para Brasília, onde, a partir de 1963, estudou com o artista peruano Barrenechea e acompanhou a produção artística internacional por livros e revistas. Em 1967, mudou-se para o Rio de Janeiro, deixou o desenho em segundo plano e voltou-se para obras tridimensionais. Sua primeira instalação foi Desvio Para o Vermelho, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, em 1967. Foi o segundo artista brasileiro a ter uma exposição retrospectiva de sua obra na Tate Modern, em Londres, em 2008, e o primeiro brasileiro a ganhar o Prêmio Velázquez, concedido pelo Ministério de Cultura da Espanha, um dos mais importantes do mundo. O caráter político esteve presente em suas criações nos anos 1970 e 1980. Hoje, Cildo diz preferir buscar um aspecto mais poético. Até porque os tempos são outros. E a tristeza do olhar dá lugar ao orgulho ao falar dos filhos, músicos, Pedro Ariel, de 26 anos, do primeiro casamento, com a escritora Lu Menezes, e Orson Joaquim, de 20 anos, com a atual mulher, a francesa e curadora Catherine Bompuis. “Essas coisas você só sabe no fim, o tempo peneira tudo”, resume Cildo, que vem trabalhando na preparação de suas próximas mostras, no Museu Serralves, em Portugal, e no Reina Sofia, em Madri, onde apresentará grandes instalações criadas num percurso que vai de 1967 aos dias atuais. >>


18 GA LLERY i CI LD O M E I RE LE S

“Na verdade queria continuar trabalhando de bicicleta como mensageiro, mas aqui no Brasil se fosse fazer isso, se eu sobrevivesse ao trânsito, no final do mês o salário é que iria me matar, né?” “I actually wanted to keep working as a bicycle messenger, but if I were to do that here in Brazil, even if I survived the traffic, at the end of the month my salary would kill me, right?”

Criar e recriar: inaugurada em 1967, Desvio para o Vermelho sofre mudanças e ganha novos objetos conforme o tempo passa Creating and recreating: Red shift, created in 1967, has been modified and has acquired new objects as time goes by

the Hemisphere >> Você começou a estudar arte aos 15 anos, em Brasília, com o artista peruano Barrenechea. Qual foi a influência dele em sua obra? Cildo Meireles >> Sobretudo foi pessoal, porque ele começou como aprendiz de pirotécnico, nos Andes, e foi estudar Belas Artes na Argentina, formou-se com louvor, ganhou um prêmio e veio para o Brasil. Em 1963 nossos caminhos se cruzaram. Eu fui fazer um ateliê livre que foi fechado pelos militares. Aí o Barrenechea, que tinha um estúdio onde dava aulas particulares, me chamou para continuar estudando com ele, nunca me cobrou, dava material, cavalete, papel, era supergeneroso. Frequentei esse ateliê até sair de Brasília, em 1967, quando fui fazer minha primeira individual na Bahia a convite do Mário Cravo Jr.. De onde veio o caráter político inicial do seu trabalho? >> Minha família era basicamente de comunistas, com exceção do meu pai, que era um dissidente. Não era de direita, pelo contrário, ele era socialista, só não fez como os outros irmãos, que são fundadores do partido comunista e foram exilados. O irmão mais velho dele, tio Ivo, era um ideólogo estudioso, eu lembro que em Fernando de Noronha soltaram (Luís Carlos) Prestes, mas mantiveram meu tio preso. Já meu pai começou a trabalhar com 20 e poucos anos, depois de ter desertado do exército juntou-se à equipe original do (Marechal Cândido) Rondon, que criou o serviço de proteção aos índios, em que ficou praticamente a vida inteira. Durante os anos 1970 e 1980 você arquitetou uma série de trabalhos que faziam uma severa crítica à ditadura militar. Foi perseguido nessa época? >> Não. Eram trabalhos que tinham também, modéstia à parte, um grau de sofisticação que mesmo pessoas do meio não

entenderam direito. Não seria um militar que iria captar algum sentido ideológico, seria raro. Em que momento sentiu que a arte faria parte da sua vida? >> A gente nem pensa, vem mais tarde o aspecto profissional, sendo que em artes plásticas eu acho difícil esse conceito de profissão.Você nunca sabe se o que está fazendo é bom. E 90% dos casos não valem a pena. Se você tem um problema de vazamento de água em casa, vai chamar um bombeiro hidráulico e vai ter 99% de certeza de que o cara vai dar um jeito no caso. Em arte isso nunca acontece. Teoricamente o que interessa em arte é a singularidade, a colaboração pessoal àquele processo todo, uma coisa que só você poderia fazer. Que episódio foi marcante para você? >> Quando eu era muito novo, tinha 8 anos, estava passando uma temporada na casa da minha avó materna que morava em um bairro na periferia de Campinas, uma cidade goiana muito antiga. Era parada de burros que iam levar mantimentos para Goiás Velho, a capital do Estado à época, mas a casa dela era no meio do mato e não acontecia muita coisa. E acontecia muita coisa, em cada folhinha daquelas, cada bicho, cobra, lagartixa. No final da tarde passou um andarilho, eu o vi com um saco nas costas, aquilo ficou na minha cabeça, ele parou mais adiante numa clareira. Tomei banho, jantei e, à noite, antes de dormir, vi que ele tinha feito uma fogueira. No dia seguinte, muito cedo, fui lá e vi que ele tinha passado a noite fazendo uma casinha com gravetos e fibras de cascas, era uma casa perfeita, com porta, janela que abria, telhado. Isso por alguma razão me comoveu muito. De repente era um presente para mim de alguém que nunca havia visto, cujo nome nunca iria saber. Tinha passado por ali, feito uma coisa bonita e deixado. >>


19 Detour to poetry From a boy touched by a small house made of bark left by a drifter to one of today’s best artists, the unique path of Cildo Meireles

O

n a quiet side street in Botafogo, a neighborhood in the South Zone of Rio de Janeiro, an old mansion houses the studio of Cildo Meireles, 64, who is considered one of the greatest Brazilian visual artists of his generation. Assuming that the most respected multimedia artist in the contemporary scene works in a refined, well-decorated space surrounded by works of art would be a mistake. The studio looks like a huge warehouse, piled high with enormous pieces from installations wrapped in plastic, hundreds of cardboard boxes holding his works, jars full of nails, toolboxes, and an endless number of random objects, such as broken clocks and cassette tapes. The artist working there also evades the typical image of a celebrity. Wearing a pair of shorts, a t-shirt, flip flops and a cap, Cildo is the perfect interpretation of simplicity. His gaze is sad and, at the same time, restless, seemingly in a continuous search for something new, although he is in his own environment. At first shy, he proves to be fond of telling stories about what he went through, mixing events and coming jumping back and forth in time over the course of the interview. Cildo was born in Rio and at 10, moved with his family to Brasília where, from 1963 onwards, he studied with Peruvian artist Barrenechea and followed the international art world through books and magazines. When he moved to Rio de Janeiro in 1967, drawing became secondary for him and he turned to three-dimensional works. His first installation was Desvio Para o Vermelho (Red Shift), in the Museum of Modern Art of Rio de Janeiro in 1967. In 2008 he became the second Brazilian artist to have a retrospective exhibition at Tate Modern of London, and the first Brazilian to receive the Velázquez Award, presented by the Spanish Ministry of Culture and one of the most prestigious awards worldwide. A political nature could be seen in his creations through the 1970s and 1980s. Today, Cildo says he prefers to search for a more poetic aspect. After all, times have changed. And the sadness in his eyes is replaced with pride when talking about his children, musician Pedro Ariel, 26, from his first marriage with writer Lu Menezes, and Orson Joaquim, 20, with his current wife, French curator Catherine Bompuis. “These things you only know at the end, time filters everything,” summarizes Cildo, who has been preparing his next exhibitions in Museu Serralves, in Portugal, and Reina Sofia, in Madrid, which will feature the collection of his largescale installations spanning from 1967 to today.

Olhar triste, obras poéticas: Cildo alegrase ao falar dos filhos em seu ateliê, em Botafogo, e a obra Glove Trotter, exibida com destaque em Inhotim Sad eyes, poetic works: Cildo brightens up in his studio in Botafogo, and the piece Glove Trotter, specially featured in Inhotim gallery.

The Hemisphere >> You started studying art at age 15 in Brasília with Peruvian artist Barrenechea. How has he influenced your work? Cildo Meireles >> It was mainly personal because he started as a pyrotechnics apprentice in the Andes, and went on to study Fine Art in Argentina, graduated with honors, won an award and came to Brazil. Our paths crossed in 1963. I was studying at a free studio that was shut down by the military. Barrenechea, who had a studio where he gave private classes, then invited me to continue my studies with him, never charged me a penny, gave me materials, an easel, paper, he was extraordinarily generous. I studied at his studio until I left Brasilia in 1967, when I had my first solo exhibit in Bahia at the invitation of Mário Cravo Jr. Where did the initial political nature of your work come from? >> My family basically consists of communists, except for my father, who was a dissident. He was not a right-winger, on the contrary, he was a socialist; but he didn’t follow in the path of his brothers. His oldest brother, Uncle Ivo, was a studious ideologist and I remember that when (Luís Carlos) Prestes was released in Fernando de Noronha, my uncle stayed in jail. As for my father, he started working when he was 20 something, after deserting the army, and he joined the original team formed by (Marechal Cândido) Rondon, the creator of the Indian protection service, and he remained with that service for nearly his entire life. During the 1970s and 1980s you created a series of pieces that severely criticized the military dictatorship. Were you persecuted at that time? >> No. They were works that also had, in all modesty, a level of sophistication that even people in the art world didn’t understand properly.A member of the military regime couldn’t make any ideological sense of them, that would have been rare. At what point did you feel that art would be a part of your life? >> You don’t even think about it, the professional aspect >>


20 GA LLERY i CI LD O M E I RE LE S Para pagar as contas: o artista viveu de desenhos até os anos 1990 To pay the bills: the artist made a living by drawing until the 1990s

Você ainda desenha? >> Hoje desenho muito menos do que gostaria. Durante anos tinha duas mesas, uma para coisas técnicas, plantas, parafusos, e uma com material para desenhar. Nunca tive relação lúdica com o desenho, mas até os anos 1990 os desenhos pagavam as contas, vivia deles. E meu desenho é fundamentalmente figurativo, expressionista, inspirado em africanos, por causa de uma exposição do acervo da Universidade de Dacar, no Senegal, que aconteceu em Brasília, em 1973. Quando vi deu vontade e fui à papelaria comprar papel, nanquim e retomei uma coisa que tinha feito em 1963. Eu tinha ficado cinco anos sem desenhar, de 1968 a 1973. Como estava fazendo espaços virtuais, achei que não era justo continuar fazendo desenhos figurativos. Babaquice. Quando voltei, foi também porque estava duro. Na verdade eu queria continuar trabalhando de bicicleta como mensageiro, mas aqui no Brasil se eu fosse fazer isso, se eu sobrevivesse ao trânsito, no final do mês o salário é que iria me matar, né? Você trabalhou como mensageiro? >> Sim, quando morei em Nova York, durante dois anos, era mensageiro. Era legal, ao ar livre, pedalando, era ótimo. Mas aqui no Brasil não tem chance. Então fui desenhar. Seu processo criativo é planejado, tem um método? >> Não. Tudo fica muito claro nessas peças grandes, o que é impossível planejar. Para mim o que existe são pequenas biografias. Cada uma tem uma origem em alguma coisa, um fato, uma observação, mas não tem um método geral de formação. Você escreve a história da obra antes de executá-la?

>> Tem alguns trabalhos que têm um texto, coisas que foram nascendo aos poucos, Inserções é um que talvez tenha mais texto escrito. Até que em 1993 eu fiz um texto que considero o último, porque é problemático, é uma travessura da adolescência. Você já deu aula de arte. Por que parou? >> Eu não nasci para dar aula. Foi um ano e meio, de 1969 a 1970. Na época o Frederico Moraes, responsável pelo setor de cursos do Museu de Arte Moderna do Rio, me convenceu a dar aula de Novos Materiais, currículo que eu inventei. Era das 14h às 18h, às sextas-feiras. Acabava a aula, nós íamos para o bar do MAM, que era onde o pessoal se encontrava no final do dia. Na época não tinha celular, internet, para encontrar alguém era ali mesmo. Então eu chegava, pedia um “traçado” (cachaça com Cinzano). Pouco depois começava a me sentir bem, e, de repente, lembrava que sexta-feira que vem teria que dar outra aula de novo. Isso me infernizava a semana inteira. Quase peguei uma úlcera com essa brincadeira, aí desisti. Você vai levar As Brujas para Buenos Aires. Um jornal argentino publicou que será uma “versão portenha”. É isso? >> As Brujas é de 1978, eu expus em 1981. Mas você conhece jornalista, se ele quiser botar um adjetivo vai colocar. Acho que é pelo fato de que em cada lugar ela é um pouco diferente, não é exatamente a mesma o tempo todo. Tem uma rodovia federal no Brasil, que até poucos meses atrás ligava duas capitais e que não é asfaltada, que é a Cuiabá-Porto Velho, onde acontece de tudo. O ônibus só tinha um horário de saída, fora disso não tinham mais nada, não tinha infraestrutura. Uma vez eu estava num jantar em Cuiabá, na casa da Aline Figueiredo e do Humberto Espíndola, tinha uma equipe lá fazendo um documentário e um dos caras contou essa história dizendo que estava indo um ônibus para Porto Velho e num determinado momento alguém quis fazer xixi e pediu para o motorista parar. O cara encosta, desce um, desce o segundo, o terceiro, descem todos os passageiros. Daí a pouco o motorista sobe, dá a partida, as pessoas sobem, o ônibus começa a andar, quando todos sentam um deles nota que está faltando seu colega de banco. O motorista volta até onde tinham parado, estava escurecendo, sai todo mundo gritando, chamando o cara, finalmente acham no meio do mato ele sendo devorado por uma onça. Até aí, é a tragédia que pode acontecer com onça na Índia, no Brasil, sei lá. Mas entra o lado brasileiro. Como todo mundo tinha arma, Rondônia é o lugar mais doido que já fui até hoje, mataram a onça e levaram a pele para a viúva. Ela deve ter na sala dela, “essa é a onça que matou e comeu meu marido” (risos). Mas nem sei por que a gente estava falando tudo isso... Em que momento sua arte ganhou destaque no exterior? >> Quando aconteceu o Salão da Bússola, em 1969, eu tinha ido passar as festas de fim de ano com minha mãe e irmãos. Nesse período, passou por aqui o Evgeny Kissin, que era curador do The Museum of Modern Art (MoMA) de Nova York, e estava preparando uma exposição que acabou se tornando histórica. Foi uma das primeiras sobre arte conceitual, chamada Information, no verão de 1970. Essa foi a primeira que participei, com o trabalho Inserções — Círculos Ideológicos. Mostrei simultaneamente aqui, na Agnes Day, exposição coletiva, e em Nova York, nessa Quando as


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comes later and, in visual arts, I think the concept of profession is difficult.You never know if what you are doing is good.And 90% of the cases are not worthwhile. If you have a problem with leaky pipes at your house, you call a plumber and you can be 99% sure that the guy is going to handle it. In art, that never happens. Theoretically, what’s interesting about art is the originality, the personal collaboration with that entire process, a thing that only you can do. What is an incident from your life that proved remarkable for you? >> When I was very young, 8 years old, I spent a season at my maternal grandmother’s house, in the outskirts of Campinas, a very old city in Goiás. It was a stop for donkeys taking provisions to Goiás Velho, the capital of the State at that time, but her house was in the middle of the woods and nothing interesting happened there. But a lot of things happened with each of those small leaves, every bug, every snake, every lizard. At the end of one afternoon, a drifter passed by, and I noticed he carried a bag on his back, and this remained in the back of my mind, he stopped farther on in a clearing. I showered, had dinner and, that night, before going to bed, I saw that he had built a fire. The following day, very early, I went up there and realized he had spent the night building a small house out of sticks and fibers from bark. It was a perfect house, with a door, a window that you could open, a roof. This touched me somehow. Suddenly, it was a gift from someone I had never seen, whose name I would never know. He had passed through, made a beautiful house and left it there. Do you still draw? >> I draw less than I would like to. For years I had two tables, one for technical stuff, blueprints and screws, and another for drawing materials. I never had a fun relationship with drawing, but until the 1990s it paid my bills, I made a living from it.And my drawing is essentially figurative, expressionist, inspired by Africans because of an exhibition that featured a collection from the University of Dakar, Senegal, that took place in Brasília 1973.When I saw that I felt like drawing and went to the store to buy paper and India ink, and I went back to doing something I had done in 1963. I hadn’t drawn for five years, from 1968 to 1973. While I was designing virtual spaces, I didn’t think it was right to keep doing figurative drawing. Rubbish. When I started drawing again, it was also because I was broke. I actually wanted to keep working as a bicycle messenger, but if I were to do that here in Brazil, even if I survived the traffic, at the end of the month my salary would kill me, right? You used to work as a messenger? >> Yes, when I lived in New York, I was a messenger for two years. It was cool, being outdoors, pedaling, it was great. But here in Brazil, no way. So I ended up drawing. Your creative process is thought out, do you have a method? >> No.That’s very clear with those large pieces, that it’s impossible to plan. For me there are small biographies. Every one of them has its origin in something, a fact, an observation, but there is no general method of formation. Do you write the story of a piece before you start it? >> There are some that have texts, things that were born little by little, Inserções (Insertions) is perhaps one that has more written text. This was until 1993, when I wrote that text I considered it the last

one because it was problematic, like a teenager’s prank. You used to teach art. Why did you stop? >> I was not born to teach. That was for a year and a half, from 1969 to 1970.At the time, Frederico Moraes, who was in charge of the department at the Museum of Modern Art (MAM) of Rio, convinced me to teach New Materials, a course I created. Classes were from 2:00 to 6:00 pm on Fridays. The classes ended and we went to the bar in MAM, where people met at the end of the day. Back then, there were no cell phones, no internet, so to meet up with someone that was the place. I got there and ordered a “traçado” (cachaça, sugar cane rum, with Cinzano). Right after that I started feeling good and – bam! – I remembered that next Friday I had to teach again. This gave me hell the whole week. I almost got an ulcer from it, so I quit. You were going to take As Brujas (Witches) to Buenos Aires. An Argentine newspaper published that it would be a “Buenos Aires version.” Is that correct? >> As Brujas was made in 1978 and exhibited in 1981. But you know journalists, if they want to give something an adjective, they just do it. I think that’s because it’s a little different in each place, never exactly the same.There is an unpaved highway in Brazil where everything happens, Cuiabá-PortoVelho, that not long ago linked two capital cities. Buses had a single departure time a day, but aside from that there was nothing else, no infrastructure. One time I had dinner in Cuiabá, at Aline Figueiredo’s and Humberto Espínola’s place, and there was a crew filming a documentary and one of the guys told me a story about how he was traveling by bus to Porto Velho and one time someone needed to pee so he asked the driver to stop. He parked the bus, the first passenger got off, the second one, the third one, all of them got off. Right after that, the driver got back in the bus, started the engine, people got back in, and the vehicle left. When all of the passengers were back in their seats, one of them noticed that the guy who had been sitting next to him was missing.The driver went back to the place, it was getting dark, everybody got out shouting the guy’s name and they finally found that he had been attacked by a jaguar. So up to this point, this story is like a tragedy that could occur with a jaguar in India, in Brazil, anywhere. But then, the Brazilian side of the story emerges. Because everyone had a gun, Rondônia is the craziest place I’ve ever been to, they killed the jaguar and took its fur to the widow. It must be in her living room, “this is the jaguar that killed and ate my husband” (laughs). But I don’t even remember why we were talking about this… When did your art became prominent abroad? >> When Salão da Bússola (Compass Salon) was held in 1969, I went to spend the end of the year with my mother and brothers. During that period, Evgeny Kissin, curator of MoMA (The Museum of Modern Art) of New York was in Brazil and he was preparing an exhibition, which proved to be a historical event. It was one of the first on conceptual art, called Information, and was in the summer of 1970. This was the first one I took part in, with Inserções — Círculos Ideológicos (Insertions — Ideological Circles). It was featured simultaneously here, at Agnes


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Provocador: os rótulos de Coca-cola e o Cruzeiro Zero Provoking: Coca-Cola labels and Zero Cruzeiro

Atitudes Se Transformam Em Forma. Estava todo mundo da cena contemporânea lá. Em função disso deu para eu ficar mais tranquilo em relação ao que foi acontecendo depois. Você leva a sério, não está ali só de brincadeira, mas também dá para curtir bem, não ficar tão estressado. Porque depois de alguns anos, qualquer pessoa que trabalha com arte sabe o caminho das pedras. Se você quer ganhar um dinheirinho rápido, ou o máximo que puder, ou tenta fazer seu trabalho e esquece essa coisa. Uma coisa que sempre foi muito clara para mim é que cedo ou tarde, qualquer trabalho, não importa de que artista, sempre vai valer legal, e sempre alguém vai lucrar. O ideal era que o próprio artista lucrasse. Mas na maioria dos casos isso não acontece. Agora mesmo a gente testemunha, eu estava falando com a Beatriz Milhazes e ela me contou que tinham vendido um trabalho dela num leilão por mais de um milhão de reais; ela havia recebido 9 mil, anos atrás. Sempre achei que cada artista devia ser seu maior colecionador. É claro que isso não é possível, ao longo da vida temos de vender coisas que não queríamos, temos de pagar contas, comer, nos movimentar. Mas vender é meio doloroso. Mas acho que o artista tem que tentar manter seu controle econômico e a sua produção. Você já teve que vender uma obra a contragosto? >>Sabe o filme A Escolha de Sofia? É um pouco isso, vivemos a questão de qual delas não vai ser sacrificada. Porque às vezes trabalhos mais fracos provocam um afeto maior, como se você tivesse um filho com algum problema sério, e tivesse de dar mais atenção, ter mais cuidado, porque ele é mais frágil. E tem trabalhos que nascem e saem andando, nem dão tchau, vão embora. Destes filhos, qual o seu predileto? >>Não tem.Talvez alguns trabalhos reflitam mais minha maneira de pensar, Asas da Liberdade é um deles, essa grade que é atravessada por vidro, só para demonstrar que você pode atravessar uma coisa daquele tamanho em vários pontos. É uma falsa grade. A própria Inserções. É difícil. Uns entram na sua vida e acabam ocupando um lugar grande por razões inexplicáveis. Tinha um vendedor de rua que abria os livros na calçada e deixava ali, então eu pensei “e se todas as imagens fossem variações de água de mar?”, porque os livros já têm aquela configuração de onda. O Marulho nasceu assim. Às vezes um raio de luz pode funcionar como a sua Madeleine. Através, que está em Inhotim, surgiu quando eu estava fazendo um trabalho com um material que tinha comprado, em determinado momento tirei o papel celofane que o embrulhava, amassei, joguei na cesta de lixo e voltei a trabalhar. Daí a pouco comecei a escutar

um barulho, olhei no cesto e o papel estava se mexendo. Essa é a origem do Através, aquela bola de celofane no meio. E a partir daí associei a vidro vivo, uma espécie de vidro de memória, essa espécie da visão do vidro amassado, como oposição ao vidro que deixa o olhar passar. Todos nasceram de uma visão? >>Só tive um trabalho até hoje que já nasceu pronto, que é de 1966, meu primeiro nessa direção. Tive um sonho e acordei com aquele gosto ruim na boca. E na primeira exposição eu executei pela primeira vez. Eu sonhei que estava com fome e tinha um sanduíche, dei uma dentada, era pão francês e algodão de farmácia. Esse é o Sanduíche Branco, que nasceu pronto. Mas normalmente é uma ligação visual ou de sentido. O que representou ganhar, em 2008, o Prêmio Velázquez das Artes Plásticas, dada pelo Ministério da Cultura da Espanha? >>Acho que todo prêmio é um reconhecimento. Agora mesmo estou indo receber um em São Paulo. Vou com prazer. Evidentemente o Velázquez tem um alto teor de respeitabilidade. Foi inesperado, porque você não se inscreve, não concorre. É um júri que se reúne e cada um propõe um nome até chegarem a um consenso. Eu sempre fugi de coisas que tenham competição por prêmios. Na minha chegada aqui no Rio presenciei cenas que me fizeram decidir não participar disso, porque era deprimente. Caía para baixaria, era barra pesada. Qual a maior dificuldade que enfrentou na sua trajetória? >>Quando fiz minha primeira individual, a convite do Mário Cravo Júnior, escultor, que na época era diretor do Museu de Arte Moderna da Bahia, decidi não prestar vestibular na faculdade de Brasília, porque era na mesma época. Em 1968 entrei na faculdade da Escola Nacional de Belas Artes e, em março, a polícia assassinou um estudante durante um protesto e, no mesmo mês, havia conflitos diários entre estudantes e polícia. Começou assim o movimento de 1968, o centro dos confrontos era justamente a Escola Nacional de Belas Artes. Aquele foi um momento particularmente ingrato, porque lidava com cultura, com artes plásticas. Era um período em que a gente devia andar sempre com uma lamparina, não dava para ter uma lanterna para ver o que iria acontecer lá na frente. Já na questão política, você tem obras emblemáticas, como o rótulo da Coca-Cola, o Cruzeiro Zero.Ainda prepara algo nesse sentido visando o momento atual? >>Nessa exposição de Portugal tem peças grandes, Abajur é uma delas, e pequenas, mas que são complexas, mas a maioria lida mais com fatos poéticos do que com políticos. Um tipo de percepção que tem muito mais a ver com a sensibilidade do que com um grande discurso. O momento político não inspira mais? >>Não é que não inspire, eu acho que boa parte das coisas continua de fato não resolvida. Mas acho que a arte plástica sempre me interessou um pouco como um exercício experimental da liberdade. Se você sente que quer falar de rosas, tem que ir lá e falar de rosas, não pode se policiar, senão não está exercendo na plenitude a plástica artística. Cada um responde pelo que pensa, fala e faz. De preferência não tem que se impor limites ou restrições. S


23 Fluindo com a paisagem: Inmensa, ao ar livre também em Inhotim, forma um conjunto harmonioso com o paisagismo do local Flowing with the landscape: Inmensa, an outdoor piece also in Inhotim, forms a harmonious set with the location

Day, and in the collective exhibition When Attitudes Become Form, in New York. Everyone from the contemporary scene was there. Because of this, I was more relaxed towards what developed later on.You take it seriously, you are not there to have fun, but you can enjoy it without stressing out. After a few years, anyone working in art knows about the treasure map. If you want to make a quick buck, you either make as much as you can or you try to just do your work and then forget about it. Something that has always been clear to me is that sooner or later, any piece, it doesn’t matter who the artist is, any piece will always have a nice value and there will always be someone who will profit from it. It would be ideal if the artist himself profited from it. However in most cases, that does not happen.We are seeing this right now with Beatriz Milhazes, and she told me that one of her works was auctioned for over a million reais; she received 9 thousand for it, years ago. I always thought that every artist should be his or her biggest collector. Clearly this is not possible, because during our lives we have to sell things that we don’t want to, we have bills to pay, have to eat, and move. But selling is kind of painful. However, I think artists must try to maintain their financial control and production. Have you ever been reluctant to sell a particular piece? >> Have you seen the “Sophie’s Choice”? It’s a bit like that, we live the dilemma of which of them will not be sacrificed. Sometimes you feel more strongly for your weaker pieces, like you have a child with a serious problem and you have to be more careful because he or she is fragile. And there are others that are born and start walking, don’t even say goodbye, they just go. Out of all these children, which one is your favorite? >> None of them. Maybe some reflect my way of thinking more, Asas da Liberdade (Wings of Freedom) would be one of them, with the grid crossed by glass, just to demonstrate that you can cross through something of that size at several points. It is a false grid. Inserções (Insertions) itself. It’s difficult. Some of them come into your life and end up occupying a huge space for unexplained reasons. There was a street vendor who opened books on the sidewalk and left them there, and I thought “what if all the images were variations of the ocean’s water?” because the books were already set out in the shape of a wave. Marulho (The Surge of the Sea) was born that way. Sometimes, a ray of light may serve as your Madeleine. Através (Through), which is in Inhotim, came when I was working with a material I bought and I just unwrapped the cellophane package, crushed it and threw it in the trash can and went back to work. After a little while I started hearing a noise, and I looked in the trash can and the cellophane was moving. That was the origin of Através, that cellophane ball in the middle. And from there I associated a living glass, a kind of memory glass with this type of vision of crushed glass as opposed to the glass that lets you see through it. Were all of them born from a vision? >> So far, I have had just one work that was born ready, in 1966, my first like that. I had a dream and woke up with an awful taste in my mouth. And in its first exhibition I performed for the first time ever. I dreamt that I was hungry and had a sandwich, I bit into it, and it was French bread and pharmacy cotton. Sanduíche Branco (White Sandwich) was born readymade. But normally it is a visual or sensory connection.

What did winning the Velázquez Fine Arts Award in 2008, the award given by the Ministry of Culture of Spain, mean to you? >> I think every award is recognition. Right now I am going to São Paulo to receive one. It will be a pleasure. The Velázquez Award, of course, holds a very high degree of respectability. It was unexpected because there is no application, no competition. A jury is assembled and each member proposes a name until all of the members reach a consensus. I have always avoided things involving competitions for prizes. When I arrived in Rio, I saw things that convinced me not to take part in that because it was depressing. It ended up being very vulgar, it was rough. What has been the most difficult thing you have faced along your path? >> When I did my first individual exhibit, at the invitation of sculptor Mário Cravo Junior, who was the director of the Museum of Modern Art of Bahia back then, I decided not to take the entrance examination for a college in Brasília because it was right around the same time. In 1968, I was approved for the National School of Fine Arts and, in March, a student was killed by the police during a protest and then there were daily confrontations between the police and the students over the next month. That’s how the 1968 movement began and the epicenter of the conflict was the National School of Fine Arts itself. It was a troublesome time for dealing with culture, fine arts. It was a period when we had to carry an oil lamp at all times, there were no flashlights for seeing what lie ahead of us. Regarding the political issue, you have emblematic works of art, such as the Coca-Cola labels, Cruzeiro Zero (Brazilian unit of old currency). Do you still make anything like that, directed towards the current state of affairs? >> In an exhibition in Portugal, there are large-scale pieces,“Abajur” (Lamp) is one of them, and also smaller, more complex ones, but most of them are more linked to poetry than to politics. It is a type of perception that has more to do with sensitivity than with a big statement. The political movement doesn’t inspire you anymore? >> That’s not it. I think it’s that the majority of things actually remain unsolved. However, I think fine arts always interested me somewhat as an experimental exercise of freedom. If you feel like talking about roses, you have to go and do it. You can’t discipline yourself; otherwise you are not fully participating in art. Everyone is responsible for what he or she thinks, says and does. Preferably, there is no reason to impose limits or restrictions. S


24 ON T HE S P OT

may

Para saber mais/ For more information: www.sothebys.com/en/auctions/list.html

>>

09

próximos leilões/ Upcoming auctions

Contemporary Art Evening Auction ROY LICHTENSTEIN 1923 - 1997

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South East Asia

The David Parry collection of maps of Southeast Asia [15th-19th century] Estimate: 140,000 - 180,000 GBP

Sotheby’s london

may

Travel, Atlases, Maps & Natural History

Sotheby’s NEW YORK

24 may

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09

Sleeping Girl Estimate: 30,000,000 - 40,000,000 USD

Arte Moderna e Contemporanea LUCIO FONTANA

Concetto spaziale, Attese, Executed in 1963-64 Estimate: 300,000 - 400,000 EUR

Sotheby’s Milan


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10/11 M AY

>> Modern & Post-War British Art Laurence Stephen Lowry, R.A.

People Talking Estimate: 400,000 - 600,000 GBP

Sotheby’s LONDON

15 >> MAY

24 M AY

Livres et Manuscrits GUILLAUME APOLLINAIRE

46 Lettres autographes signées à André Level. 26 Juillet 1914 - 25 mars 1916 Et 2 avril 1918. Estimate: 150,000 - 250,000 eur

Sotheby’s PARIS

Sotheby’s TORONTO

>>

Important Canadian Art FRITZ BRANDTNER

1896 - 1969 Interior Estimate: 15,000 - 25,000 CAD


26 AT HOME i david adjaye

A v i da c o m o e la é As construções do premiado arquiteto David Adjaye são desenhadas para proporcionar bem-estar aos usuários e deixar a cidade mais humana Por Alice Rivero


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Em meus projetos sempre considero a finalidade do empreendimento e o tipo de pessoas que vão frequentá-lo para, baseado no propósito de sua existência, criar algo que faça sentido social, não apenas estético”, dispara David Adjaye, um dos maiores pop stars da arquitetura contemporânea. Ele já projetou casas para várias celebridades, do estilista Alexander McQueen ao ator Ewan McGregor (Peixe Grande e suas Histórias Maravilhosas, O Sonho de Cassandra, O Escritor Fantasma etc). Adjaye também trabalhou para Brad Pitt, construindo residências resistentes a enchentes em New Orleans, Estados Unidos, para a fundação do ator, chamada Make it Right. Em entrevista ao jornal britânico The Guardian, ele declarou: “A arquitetura está perdendo sua importância para a vida. Está mais focada em produzir espetáculos do que edifícios”. Premiado como o arquiteto do ano na última edição da Design Miami, a mais importante feira de design de vanguarda do mundo, realizada em dezembro, o tanzaniano naturalizado inglês consagrou sua coleção de troféus e seu reconhecimento internacional. Filho de um diplomata de Gana, quando garoto morou na Tanzânia, Egito, Iêmen e Líbano, até mudar-se para Londres. Lá, estudou na London South Bank University e se graduou, em 1993, pela Royal College of Art, de onde já saiu ganhando prêmios: conquistou medalha de bronze do concurso conhecido como Riba, do Royal Institute of British Architects, geralmente concedida a profissionais veteranos. Precoce, antes de ter seu próprio escritório, o arquiteto trabalhou com David Chipperfield (Londres) e Eduardo Souto de Moura (Porto), e, logo em 1994, abriu seu primeiro escritório com William Russell. Em 2000 montou o estúdio que hoje leva seu nome, sediado em Londres e com representações em Berlim e Nova York. Ao vencer o Design Miami, Adjaye entra para o hall de verdadeiros pop stars da arquitetura e do design, que conta, por exemplo, com a iraquiana Zaha Hadid e os brasileiros Irmãos Campana. Como prêmio, Adjaye ganhou também uma tarefa. Ficou encarregado de criar uma obra única e exclusiva para a porta de entrada da feira que exporia, então, as grandes revelações do design de 2011. Genesis, como foi batizada sua criação, foi concebido em formato triangular, com dez metros de altura, composto por centenas de tábuas de madeira verticais que formavam assentos, paredes, portas e janelas. Tudo muito orgânico e convidativo, para ser usado como sala de descanso pelos visitantes do evento. A obra também precisava traduzir os porquês de Adjaye ter sido o eleito — motivos que, nas palavras dos organizadores, se devem especialmente ao caráter conciliador da sua técnica de arquiteto com sua sensibilidade de artista, que chamam de “cruzamento de plataformas”. >>

Ética e estética: Genesis, na entrada da feira Design Miami, em que foi homenageado, alia beleza plástica e praticidade, com a madeira formando assentos, portas e janelas Ethics and aesthetics: Genesis, at the entrance of the Design Miami show where he was honored, uniting visual beauty and practicality with hardwood seats, doors and windows


“Não tenho pretensão de me tornar fotógrafo, mas gosto da possibilidade da fotografia digital. Saí clicando, mais preocupado em registrar a vida como ela é do que com o resultado estético”

photo: ed reeve

28 AT HOME i david adjaye

“I don’t intend to become a photographer, but I like the possibilities of digital photography. I started shooting, more concerned about recording life as it is than the aesthetical result.”

A preocupação com o aspecto social, quase antropológico de seu trabalho, levou Adjaye a uma temporada de dez anos viajando por 53 cidades da África para documentar o contexto urbano do continente e a disparidade dos povos africanos. O resultado do projeto é a mostra Urban Africa: David Adjaye’s Photographic Survey, com mais de 36 mil fotografias, das quais três mil foram exibidas no London’s Design Museum antes de partir em turnê pelo mundo (não há previsão de que venha para o Brasil). “Não tenho pretensão de me tornar fotógrafo, mas gosto da possibilidade da fotografia digital, que cabe no bolso. Saí clicando, tirei muitas fotos bem espontâneas, mais com uma preocupação de registrar a vida como ela é do que com o resultado estético”, diz o arquiteto. Outro resultado dessas viagens pelo seu continente natal são as influências da arquitetura local em seu trabalho, que explora conceitos observados nas cidades africanas. E o compromisso com as origens pauta ainda o projeto de 500 milhões de dólares a que está se dedicando no momento, para a construção do National Museum of African American Culture and History (NMAACH), em Washington, com previsão de ser inaugurado em 2015.

Adjaye diz que um dos pontos altos de sua carreira é ver as pessoas aproveitando os espaços do Idea Store, em Londres, um tipo contemporâneo de biblioteca e centro de estudos com alma jovial e acervo de livros, filmes e conteúdo digital. Outro motivo de orgulho é o Museum of Contemporary Art, em Denver, nos Estados Unidos, primeiro museu de arte contemporânea do mundo a receber certificação de sustentabilidade. Entre os prédios públicos famosos de Adjaye estão também o Moscow School of Management, em Skolkovo, Rússia, que recebeu prêmio no Architectural Institute in Prague (ARCHIP), e o Nobel Peace Center, em Oslo, Noruega, inaugurado em 2005 entre os muros de uma estação de trem bombardeada, para abrigar a história do Prêmio Nobel da Paz e sediar as premiações. The Hemisphere Na sua opinião, por que você foi escolhido como o vencedor do prêmio Design Miami em 2011? David Adjaye >> Acredito que eles reconheceram que meu trabalho representa uma prática multinodal, que abrange a dimensão espacial, política, cultural e social. Eu estou sempre interessado em colaborar e assumir um compromisso local de participação criativa em todos os níveis. Meu estúdio é uma entidade “porosa”, concentrado >>


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Life as it is The aim of the buildings designed by the awarded architect David Adjaye is to offer well being to their users and to make the city more humane. In my projects I always take into account the purpose of the building and the kind of people who will visit it, so based on the purpose of its existence I can create something that makes sense socially, not only for an aesthetic matter”, says David Adjaye, one of the most prominent figures of modern architecture. He has already projected houses for various famous people, ranging from the designer Alexander McQueen to the actor Ewan McGregor (Big Fish, Cassandra’s Dream, The Ghost Writer, etc). Adjaye has also worked for Brad Pitt, more specifically for the actor´s organization, named Make it Right, building flood proof residences in New Orleans. He declared in an interview to the British newspaper The Guardian: ‘Architecture is losing its relevance to life. It’s more about spectacle than buildings’. Antonio Pio Saracino, who is listed amongst the ten best Italian architects alive today, was chosen for a prestigious place in this year’s biennial in Venice, where he presented his most recent exhibition, with the theme “Italy in the World”. And he did justice to the title of his exhibition, and now has undertaken projects and received orders from different corners of the planet. The one that attracts the most attention is Diver’s House, a construction inspired by the forms of jelly fish and coral, created for the Australian athlete Matt Mitcham, the Olympics Diving Champion. Without mentioning Art Hotel, idealized by him to be built, without modesty, anywhere in the world. The conceptual project Cocoon House proposes a curious separation of public and private space: a net of flexible metal covering all of the façade of the building. He was won four awards for his furniture projects from the prestigious magazine Interior Design. In addition, he designed the trophy for the Formula 1 championship this year. Saracino gave an interview to The Hemisphere, during which he spoke about his most recent experiences and explains his projects. Awarded as Designer of the Year in the latest edition of Design Miami - the most important avant-garde design fair in the world, held in December – this Tanzanian-born British architech has been collecting prizes and has definitely earned international recognition. Son of a diplomat from Ghana, as a boy he lived in Tanzania, Egypt, Yemen and Lebanon, until moving to London. There, he studied at the London SouthBank University and graduated in 1993, from the Royal College of Art. And at that time he was already winning prizes: he got the RIBA bronze medal, awarded by the Royal Institute of British Architects, usually awarded to veteran professionals. Before having his own office, the prodigious architect worked with David Chipperfield (London) and Eduardo Souto de Moura (Porto), and in 1994 he started his own business together with William Russell. In 2000 he had his own studio, which nowadays takes his name and has its headquarters in London and representations in Berlin and New York. By winning the Design Miami award, Adjaye enters the hall of those who can be called the pop stars of architecture and design, including the Iraqi Zaha Hadid and the Brazilians Campana brothers. Together with the prize, Adjaye also got a task. He was to create a unique work to be at the entrance of the fair which would exhibit

the greatest design novelties in 2011. Genesis, as his work was called, has a triangular shape and is ten meters tall, made up by hundreds of vertical wooden planks that form seats, walls, doors and windows. It was very organic and inviting, and to be used as a resting place by the visitors of the event. The work must also translate the reasons why Adjaye was chosen – reasons that, in the fair managers’ words, are related to the conciliating features of his architect´s technique and his artist´s sensitivity, or “crossing platforms”. Adjaye’s concern with the social aspect of his work caused him to travel through 53 cities of Africa during ten years to document the continent’s urban context and the social gap among African peoples. The result of the project is the exhibition “Urban Africa: David Adjaye’s Photographic Survey”, with more than 36 thousand photos, from which three thousand were displayed in the London´s Design Museum, before the exhibition set out on a worldwide tour (it is not known whether it is coming to Brazil one day). “I am not interested in becoming a professional photographer, but I like what digital photography allows you to do, I like that it´s pocket-sized. I started shooting, I took lots of spontaneous pictures, my biggest concern was to register life as it is and not an aesthetic result” , says the architect. Another result from these trips through his home continent is the influence of the African architecture on his work, which explores concepts observed in the African cities. And the commitment to his origins is also related to the 500 million dollar project, to which he is devoted at the moment, to build the National Museum of African American Culture and History (NMAACH), in Washington, with opening scheduled to 2015. Adjaye says that one of the highlights in his career is to see people enjoying the areas of Idea Store, in London, a modern library and study centre with a collection of books, movies and digital media. He is also proud of the Museum of Contemporary Art, in Denver, USA, first museum of contemporary art in the world to receive a certification of sustainability. Among Adjaye’s famous >>

Intervenção urbana: Moscow School of Management (na página ao lado) e o centro de artes visuais Rivington Place, também em Londres

photo: lyndon douglas

Urban intervention: Moscow School of Management and the Rivington Place center for visual arts, also in London


photos: tim soar

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Forma e conteúdo: o Nobel Peace Center foi construído entre os muros de uma estação de trem bombardeada em Oslo e abriga as cerimônias e arquivos (página ao lado) do prêmio Form and content: the Nobel Peace Center was built inside the walls of a bombedout train station and safeguards the prize’s awards and files (opposite page)

tanto no processo como no produto final. Esta abordagem interdisciplinar tem a ver com o espírito do prêmio. Que tipo de questões sociais fazem parte dessa agenda? Como você aprendeu a incluir esse tipo de preocupação em sua vida profissional? >> Eu acho que se a arquitetura não for explorada em seu potencial social e político fica vazia. A arquitetura em si não é um ato político, mas pode formar ou concretizar as ideias que temos para a sociedade e a política. Nossos ideais sobre um mundo civilizado se manifestam por meio da arquitetura que fazemos. Então, quando eu estou projetando um edifício público, estou pensando sobre como as pessoas vão se relacionar naquele ambiente e o que isso significa para a sociedade em que vivemos. Todas as ideias sobre o tipo de acesso e as necessidades das pessoas que vão frequentar o local são incorporadas na construção. Quando foi a primeira vez que um projeto seu se tornou reconhecido internacionalmente? >> Houve uma série de marcos na minha carreira — e eu espero que haja mais. Se eu olhar para trás, pode ser a série de residências de artistas que eu projetei em Londres, uma prática à qual me dediquei nos anos 2000, e que me deu a oportunidade de interagir com as entranhas da cidade e colaborar com a sua identidade cultural. Isto proporcionou uma plataforma para o meu próximo grande avanço, que era ganhar uma série de importantes concorrências para edifícios urbanos — como a Idea Store, em Tower Hamlets, o Centro de Stephen Lawrence em Deptford, e o Bernie Grant Arts Centre, em Tottenham. Comecei a desenhar em uma escala diferente e, em vez de criar um retiro privado da cidade, como acontecia com as casas particulares, eu queria fazer edifícios que representassem o oposto. Eu era capaz de expressar pensamentos sobre um amplo discurso social, político e cultural e criar uma arquitetura que se comunica com a comunidade. Mais para a frente, a comissão do Denver Art Museum foi um importante avanço nos EUA, que abriu portas para outros projetos — em especial o museu de história e cultura africana em Washington — além da abertura de meu escritório de Nova York. Quais são as principais diferenças no trabalho com casas particulares, edifícios públicos, exposições? Quais são os desafios, os prazeres, a satisfação pessoal que você tem com cada um deles? >> A tensão entre o privado e o público é uma condição natural de qualquer cidade. E os ambientes urbanos colocam em foco essa relação curiosa. Em muitas cidades africanas, por exemplo, há um tipo de inversão do modelo que conhecemos. O universo privado é bastante público — quero dizer, uma casa é apenas um lugar para dormir, não um espaço privado, que guarda a intimidade de uma família. Todos os meus projetos envolvem-se com o tecido urbano, com a condição urbana no sentido mais amplo, de acordo com a particularidade de cada cultura. Para mim, há sempre uma responsabilidade mais ampla, não importa quão pessoal se torne um projeto. >>


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The Hemisphere >> Why do you think you were selected as the Design Miami/ Designer of the Year Award winner in 2011? David Adjaye >> I believe they perhaps recognized that my practice represents a multi-nodal inquiry encompassing the spatial, political, cultural, and social dimension. I am always interested in collaborative engagement, local engagement and creative engagement at all levels, and my studio is a porous entity, focusing as much on process as product.This inter-disciplinary approach ties in with their agenda. What kind of social agenda most matters to your work? How did you learn to include this kind of concern in your professional life? >> I think that if architecture is excavated of its social and political potential, it’s a bit empty. Architecture in itself is not an act of politics, but it can form — or make physical or real — the ideas that we have for society and politics. Our ideas about a civilized world are manifested through the architecture we make. So when I’m designing a market building, I’m thinking about how people relate to each other and what that means in the society that we live in. That informs how the building is made. Any ideas about access and personal freedoms are embedded in the building. The Hemisphere - When was the first time a project of yours became internationally recognized? >> There have been a number of milestones in my career – and I hope there will be more. If I look back, it might be the series of artists’ residences I designed in London soon after I set up the practice in 2000, which gave me an opportunity to engage with the fabric of the city and to collaborate with its cultural thinkers.This provided a platform for my next breakthrough, which was to win a number of important commissions for civic buildings – the

Idea Stores in Tower Hamlets, the Stephen Lawrence Centre in Deptford and the Bernie Grant Arts Centre in Tottenham. I began to design for a different scale and rather than creating a private retreat from the city, I wanted to make buildings that would do the opposite. I was able to express thoughts about a broad social, political and cultural discourse and to create architecture that communicates with community. Moving on, the commission for Denver Art Museum was a breakthrough in the USA. It led to a number of other projects – notably the Smithsonian National Museum for African American History and Culture in Washington – and the opening of my New York office. Which are the main differences in working with private houses, public buildings, exhibitions? What are the challenges, the pleasures, the personal satisfactions etc? >> The tension between private and public is a natural condition of the city. I think urban environments could be seen to bring into focus this relationship – by taking each quality to a more exaggerated level. Interestingly in many African cities, however, there is little formal public space. Instead, the private realm is quite public – a house is just a place to sleep in. It is a kind of inversion. Whether public or private, however, all of my buildings engage with the urban fabric and the urban condition in the widest sense. There is always a broader responsibility, no matter how personal a project becomes. photos: tim soar

public buildings are also the Moscow School of Management, in Skolkovo, Russia, which was awarded a prize by the Architectural Institute in Prague (ARCHIP), and the Nobel Peace Center, in Oslo, Norway, built within the walls of a bombed train station and open in 2005 to hold the history of the Nobel Peace Prize and host the awarding ceremonies.


photos: ed reeve

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Hoje em dia, que tipo de trabalho mais te anima? >> Tudo o que eu estou fazendo é emocionante! Em particular, os projetos que me permitem explorar novas tipologias, experimentar diferentes materiais e desenhar sobre uma trajetória rica de influências do passado, criando uma ligação significativa com a cultura contemporânea. Esse é o foco do meu trabalho. Por que é importante combinar arquitetura com outras áreas de criação, como design e artes plásticas? É possível isolá-los uns dos outros ou um projeto só é completo se essas disciplinas andarem juntas? >> Eu não estabeleço uma distinção entre arquitetura e contexto cultural ou criativo. Para mim, o design tem uma função prática, mas também emocional e intelectual. Eu sempre procuro cruzar plataformas criativas, contando com a colaboração de artistas e designers de diferentes disciplinas. É o diálogo — o cruzamento cultural — que me empolga. Você se considera um arquiteto 100%? Ou você se sente também designer, artista...? >> Ambos! Ser arquiteto, por definição, é combinar qualidades diferentes, habilidades variadas. Para mim, a arquitetura deve atuar em um campo expandido. Você passou dez anos viajando pela África. Quais foram as coisas mais surpreendentes que viu? Aqueles inesperadas, únicas, que abriram sua mente? >> A maior surpresa foi a descoberta de um mapa geográfico esquecido da África. Eu comecei a entender que se você olhar para os centros metropolitanos e capitais como apenas fenômenos individuais — considerando apenas densidade populacional e PIB — não tem como entender as nuances entre eles. Eu percebi que uma maneira de entender as diferenças entre os povos é compreender a geografia, que é um fator importantíssimo de interferência nas relações sociais. Temos uma tendência tão arraigada de nos apegar ao mapa político que nos esquecemos de quão dramáticos são os limites geográficos. E de onde veio a ideia do “ensaio” fotográfico que você fez lá? Você tem alguma pretensão de tornar a fotografia algo profissional, ou é mais um hobby de quem gosta de tirar fotos no dia a dia? >> O projeto na África foi uma experiência exclusivamente com fotografia digital, não é a fotografia no sentido tradicional. Eu não estava interessado em me tornar um fotógrafo. Comecei a usar a fotografia digital no final da década de 1990, sem nenhuma pretensão. De certa forma, a foto começou a substituir meu caderno de esboços. Eu fotografava como um estudante que faz anotações, com a finalidade de documentar e aprender, observar para refletir. Quando essa tecnologia digital virou um fenômeno que cabia no bolso, com câmeras tão compactas, percebi que eu poderia usar esse recurso com muito mais frequência para registrar o que antes eu gravava apenas na minha mente, que eu poderia realmente documentar e refletir pelas fotografias digitais. Foi então que decidi visitar os países onde cresci, com a câmera na mão. Eu não queria fazer fotos elaboradas, queria documentar sem afetar o espectador, sem interferir na cena, tanto quanto possível. Estava tentando capturar o que meus olhos estavam vendo, simplesmente. Eu queria fazer um tipo de “clique muito rápido”, quase como um agente de espionagem. Foi muito interessante: tinha uma espontaneidade, pude capturar coisas que chamaram minha atenção em um momento único. Eu amo o formato que obtive no final, porque a fotografia digital permite que você explore o descartável – eu podia fazer imagens de uma mesma coisa e depois escolher três que achei muito legal. Eu amo essa liberdade: sair clicando e selecionar o que houver de melhor mais tarde. S


33 O passado enriquece o presente: o showroom da marca dinamarquesa Kvadrat foi projetado em uma antiga fábrica vitoriana, em Londres The past enriches the present: showroom of the Danish brand Kvadrat was designed in an old Victorian plant in London

Nowadays, what kind of work excites you the most? >> Everything I am doing is exciting! In particular, projects which allow me to explore new typologies, experiment with different materials and draw on a rich trajectory of influences from the past while establishing a meaningful connection to contemporary culture, are most elevating. This is at the core of my practice. Why do think is important to combine architecture with other skills like design and arts? Is it possible to isolate them from each other or a project is only complete if they come together? >> I do not draw a distinction between architecture and the cultural or creative context. For me, design has to work practically but also emotionally and intellectually. I have always sought to cross creative platforms, collaborating with artists and designers from different disciplines and focusing on the creative discourse surrounding the act of making things. It is the dialogue – the cultural intersection – which excites me. Do you consider yourself as an architect at 100%? Or do you feel like you have a mix of different qualities? >> Both! Architects, by definition, combine a mix of different qualities.Architecture operates in an expanded field. You have spent ten years travelling in Africa. What are the most surprising things you have seen? Those unexpected, unique, that opened your mind? >> The greatest surprise has been the discovery of a forgotten geographical map of Africa. I started to understand that if you look at the metropolitan centres and capitals as just individual phenomena – what I call population density and GDP – you miss how to understand the nuances between them. I realized the way to understand the differences was to understand the geography a little more precisely.We’ve become so ingrained with the notion of the political map that we have forgotten how significant and dramatic the geological layerings are. Where did the idea of start taking pictures come from? Do you intend to turn photography into something professional or is it more like a hobby, of someone who likes to take pictures in ordinary days? >> In reference to the project in Africa, it is specifically digital photography because it is not photography in the traditional sense. I was at no point interested in becoming a seminal photographer of content. I started to use digital photography at the end of the 1990s. In a way it started to supersede the way I used my sketchbook as a student, which was documentation, learning – the thinking eye. With the advent and shrinking of digital technology into a pocket-sized phenomenon, I realized that I could be much more fluid about the things that I was looking at, which I was recording in my mind experientially and reflecting on when I worked; I could actually document and reflect literally through digital photography. In the late 1990s I was taking a lot of photographs of what I do generally, and it was around this point that I decided to visit the countries I grew up in. I didn’t want to make emphatic shots; I wanted to document without affecting the viewer or the thing I was viewing as much as possible. I was trying to capture what my eye was feeling and seeing. I wanted to do what I call snapped - really fast photography – almost like an espionage agent. That for me became very interesting: it had a spontaneity about it, which captured the things that struck my eye as I travelled around cities and towns. That became the format. In my own work, I love the format, because digital photography allows you to be very disposable – I could take ten images of the same thing, I’ve different zoom points, and then choose three that I thought were really nice. I love that freedom: I’ll shoot it now and check it out later. S


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Atr รก s da p o rta

Os restaurantes secretos que estรฃo movimentando a gastronomia de Buenos Aires


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Merluza negra / Black hake

Por Delfim Fujiwara fotos Delfim Fujiwara e ARAMBURU

Sobremesa de abacaxi com cardamomo, sorvete e algod達o-doce Dessert made with pineapple, cardamom, ice cream and cotton candy


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lém da Buenos Aires dos tangos, milongas, cafés, Boca Juniors, Casa Rosada, Feira de San Telmo, artigos de couros, grandes parques e avenidas, Palermo Viejo, Museu Malba, El Caminito e o contraste moderno da Fundación Proa existe a veia gastronômica da cidade, que para a grande maioria resume-se às parrilladas ou aos restaurantes luxuosos e mais estrelados. Existem, porém, quase que secretamente, chefs de cozinha, sommeliers e pequenos grupos na capital portenha – a cidade mais europeia do Hemisfério Sul – que fazem o movimento inverso e abrem pequenos restaurantes sem projetos grandiosos, door woman e fachadas exuberantes. Alguns até funcionam na própria residência. E, para viver essa experiência fomos jantar no minúsculo restaurante Aramburu, do chef de cozinha Gonzalo Aramburu. Pegamos um táxi em Palermo Viejo e seguimos para o endereço do Aramburu, na rua Salta, 1050, entre o bairro de San Telmo e o centro da cidade, fora do circuito gastronômico da cidade. Após aproximadamente 25 minutos, depois de cruzarmos o bairro de San Telmo, entramos em uma rua estreita, escura e quase deserta, pensei: “Estranho... ”. O taxista estacionou em frente ao número 1050, estranhei mais ainda e pensei: “Estamos no lugar errado, aqui não é o restaurante que, com três semanas de antecedência e vários e-mails, eu havia reservado mesa na expectativa de uma noite gastronômica”. Fachada preta e pichada, sem placa de identificação, porta fechada, tudo escuro. Eis que noto uma suave claridade através do vidro e antes que eu reagisse, uma simpática e solícita recepcionista abre a portinha: Hola! Bienvenidos! Entramos no salão, aliás, salinha, com ambiente na penumbra e decoração minimalista, parecido a um palco com luzes direcionadas apenas às protagonistas, as mesas. E, através do vidro retangular emoldurado em preto e instalado na parede também preta, pode-se

menu 1 Gaspacho de melão e menta, waffle com cream cheese

e tomate seco, empanada de azeitona recheado com gorgonzola, cone recehado com purê de batatas e espuma de vitela, grissini de queijo e sorbet. / Melon and mint gazpacho, waffle filled with cream cheese, deep fried olive filled with gorgonzola, sorbet. 2 Salada de verduras da estação e queijo de cabra com molho de figo e beterraba. / Fresh seasonal vegetable salad with goat cheese, figs and beetroot dressing 3 Vieiras com creme de cogumelos e defumado de espinafre / Scallops with mushrooms cream and smoke spinach 4 Lagostin envolto em massa “kadaif” com creme de vegetais Shrimps rool with “kadaif ” with vegetable cream

avistar, ao fundo, a cozinha iluminada. Essa imagem lembra uma pintura, e torna-se o principal elemento decorativo do Aramburu. A garçonete que nos atende desliza por entre as mesas quase que invisível, numa atmosfera suave e silenciosa. São servidos apenas 16 a 18 clientes por noite. Tudo muito simples, diferente dos restaurantes com excesso de iluminação, pouco cuidado com a acústica e formalidade artificial dos atendentes. Sobre a mesa, uma escultura de arame e pedras brancas espalhadas displicentemente sobre a toalha. O primeiro prato, para atiçar o nosso paladar, são mínimas “amostras” de diferentes sabores, texturas e temperaturas: gaspacho de melão e menta em cálice de vinho do porto; waffle com cream cheese e tomate seco; azeitona com recheio de gorgonzola; cone com purê de batatas e espuma de vitela, grissini de queijo e sorbet. Prontamente serviram a salada de verduras da estação, queijo de cabra com molho de figo e beterraba. Em seguida, sobre uma fatia rústica de madeira, coberta por uma campânula esfumaçada, serviram as vieiras com creme de champignon e defumado de espinafre. A estética é essencialmente florestal, mas ao abrir a campânula o aroma da vieira, mesclado ao leve defumado vegetal, desprendeu-se, preparando-nos para apreciar o perfeito equilíbrio do fruto do mar com sabores da terra do defumado vegetal e do cogumelo. Já me sinto recompensado. Mais surpresas: lagostin envolto em “kadaif” — massa em formato de fios finíssimos da culinária dos países árabes utilizada nas sobremesas — com creme de vegetais. Interessante composição e contraste da massa crocante em relação à textura do crustáceo. A orgia gastronômica continuou em forma de salmão com alga marinha, berinjela defumada e espuma de azeitonas. Interessante, porém, com muitos sabores “brigando” entre si. Agora, o ovo pochê, espuma de croissant, amêndoas tostadas e panceta. Essa versão robusta do tradicional ovo pochê serviu como mestre-de-cerimônias para os pratos de carnes que vieram a seguir. Primeiro a picanha de leitãozinho no leito de creme de limão e algodão-doce com baunilha. Equilíbrio perfeito de doce e azedo com o sabor acentuado da carne de porco. Em seguida, filé mignon com batatas em diferentes texturas. Eram apenas batatas... Mas nas mãos do chefe Gonzalo Aramburu transformaram-se em uma viagem por paladares e consistências diversas. Estávamos mais que satisfeitos, e ainda degustamos lascas de gelados tailandeses — lima, gengibre, capim-limão, leite de coco —, e creme de iogurte com merengue crocante. Branco sobre branco para limpar as papilas gustativas. E, para finalizar, sorvete de beterraba com calda de frutas vermelhas e chocolate. Não é o ponto forte do Aramburu. Quase como regra, a boa sobremesa pede outro chef e outra instalação na cozinha. Fui embora feliz, gostei da cozinha de autor do chefe Gonzalo Aramburu e do atendimento discreto e intimista da equipe. E convencido de que em Buenos Aires há muitos sabores para se descobrir, atrás das portas fechadas. >>

5 Filé de salmão com algas marinhas, berinjela defumada e espuma de azeitona / Salmon with smoked eggplant cream, fried seaweeds and olive foam 6 Ovo pochê, espuma de croissant, amêndoas tostadas e panceta. / Poached egg with croissant foam, toasted almonds and bacon 7 Picanha de leitãozinho, creme de limão, algodão-doce com baunilha / Baby pork with lemon cream, sugar candy and vanilla 8 Filé mignon com texturas de batatas / Filet mignon with potatos textures 9 Lascas de gelados tailandeses – limão, gengibre, capim-limão, leite de coco, creme de iogurte e merengue crocante. / Thai ice cream – lime, ginger, lemon grass and coconut milk, yoghurt cream and crunchy merengue 10 Sorvete de beterraba com caldas de frutas vermelhas e chocolate / Beetroot ice cream with berries sauce and chocolate.


37 Behind the Door Secret restaurants that are changing gastronomy in Buenos Aires

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n addition to the Buenos Aires of tangos, milongas, coffee shops, Boca Juniors, Casa Rosada, the San Telmo Fair, leather goods, giant parks and avenues, Palermo Viejo, Malba Museum, El Caminito, and the modern contrast of Fundación Proa, there is the city’s gastronomic realm, which for most people is limited to parrilladas or the luxurious, five-star restaurants. There are, however, almost clandestinely, chefs, sommeliers and small groups in the Argentine capital of Buenos Aires – the most European city in the Southern hemisphere – that go against the grain and open small restaurants with no grandiose, door men or exuberant facades. Some of them are even located inside their owners’ homes. And to get a taste of this experience, we had dinner at the tiny restaurant Aramburu, prepared by chef Gonzalo Aramburu. We hailed a taxi in Palermo Viejo and headed to Aramburu, located at Salta 1050, between the San Telmo district and downtown, and outside the city’s normal gastronomic circuit. About 25 minutes later, after crossing through San Telmo, we reached a narrow, dark, nearly deserted street, and I thought: “This is odd…” The driver parked in front of house number 1050 and I thought: “We must be at the wrong place, the restaurant where I booked a table three weeks in advance by email, at the time expecting a gastronomic night out, cannot be here...” There was a black facade covered in graffiti, no signs, and a closed door, all sitting in the darkness. Then I noticed a faint glow through a window and, before I could react, a pleasant and helpful hostess opened a small door: “Hola! Bienvenidos!” We walked into the lobby, which was actually a small, dimly lit hall with minimalist décor, like a stage with lights directing only the actors to the tables. Through a black-framed, rectangular window mounted in a black wall, I could make out an illuminated kitchen in the back. The image reminded me of a portrait and it becomes the main decorative element at Aramburu. Our waitress slid between tables almost invisibly, in a smooth, silent atmosphere. Only 16 to 18 clients are served each night. Everything is simple, in stark contrast from restaurants with too much light, sloppy acoustics and the artificial formality of the staff. On the table lay a sculpture made of wire, with white stones spread casually over a towel. The first course, to wake up our taste buds, consisted of minimal “samples” of different flavors, textures and temperatures: melon-and-mint gazpacho in a port wineglass; waffle with cream cheese and dried tomato; gorgonzola-stuffed olives; a pastry shell stuffed with potato puree and veal foam, cheese grissini and sorbet. A vegetable salad with goat cheese and a fig and beet sauce was served promptly. Next, atop a rustic piece of wood covered by a smoky bell jar, scallops with mushroom cream and smoked spinach were served. The aesthetics was essentially >>


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Quatro perguntas a Gonzalo Aramburu the Hemisphere >> Como você define a cozinha do Aramburu? Gonzalo Aramburu >> É uma cozinha de autor, contemporânea e de raízes argentinas, de contínua busca e experimentação. Estamos atentos à produção dos ingredientes e à sua qualidade, desde a semeadura até a venda no mercado. É uma gastronomia intuitiva, lúdica, em contínua pulsação e com características muito próprias e surpreendentes. Como é a cozinha argentina moderna? >> Acho que há um grupo de cozinheiros jovens que voltaram ao país depois de uma excelente formação em grandes restaurantes internacionais e prometem enriquecer o mercado local, cada um com seu talento e personalidade próprios. Na minha opinião, eles vão definir as novas diretrizes. Não pelo uso da alta tecnologia, mas sim pelo fato de estarem atualizados com novas técnicas e adaptados aos nossos ingredientes e ambiente gastronômico. Quais chefs você admira? >> Gosto de muitos, é difícil enumerar todos, mas tive o privilégio de passar pelas cozinhas de Charlie Trotter, Martín Berasategui, Daniel Boulud e Rodrigo Castilla. Você tem algum novo projeto? >> A 20 metros do meu restaurante abriremos daqui a dois meses o Aramburu Bis, com um novo conceito, mesmos produtos, preparos diferentes e uma única mesa. Mais cotidiano e informal, mas com a mesma essência.

Menores e melhores Chamados de “puertas cerradas” pelos argentinos, vários espaços de Buenos Aires oferecem boa comida em atmosfera íntima, com serviço informal e ambiente ideal para conhecer novas pessoas. Alguns chefs atendem na própria residência, e os endereços só são fornecidos após a confirmação da reserva. Levem dinheiro (dólares ou pesos), porque raramente eles aceitam car tão de crédito. É conveniente checar eventuais alterações e detalhes nos sites. Conheça algumas opções.

>> LA COCINA DISCRETA O chef de cozinha Alejandro Langer faz uma culinária de fusões de estilos e origens e não se restringe apenas à gastronomia. O projeto da La Cocina Discreta envolve artes visuais e música. A ajudante de cozinha Ana Maria Pizarro é fotógrafa e desenhista e Mercedes Berastegui, que recebe os convidados, é ilustradora e artista plástica. Serve apenas jantares para 16 convidados por noite com menu a preço fixo, às quintas-feiras, sextas-feiras e sábados. O projeto do trio é expandir a experiência em outras cidades de diferentes países. A abertura de uma casa no Alto de Pinheiros, em São Paulo, está prevista para este ano. Onde: bairro Villa Crespo, endereço após confirmação da reserva Quando: quinta, sexta e sábado à noite www.lacocinadiscreta.com >> COCINA SUNAE Christina Sunae, chef de descendência asiática e experiências profissionais em alguns restaurantes de Nova York, exercita a autêntica cozinha caseira do sudeste asiático. Menu degustação de quatro pratos a preço fixo. Onde: na residência, em Colegiales – endereço após confirmação da reserva Quando: jantares às quintas, sextas e sábados www.cocinasunae.com

>> CASA MUN Japão, Coréia, China e Califórnia inspiram o chef Mun. A casa foi aberta em março de 2011. O menu degustação é renovado todos os meses. Onde: bairro Palermo Soho Quando: sexta e sábado à noite www.casamun.com >> TREINTA SILLAS No “Trinta Cadeiras” couberam apenas 24: as seis que faltam para fazer jus ao nome estão pintadas na parede. É com essa descontração que Ezequiel Gallardo prepara o menu degustação de cinco pratos da culinária mediterrânea, renovado semanalmente. O limite são 24 jantares por noite. Onde: bairro Colegiales, na Rua Freire. Endereço completo após confirmação da reserva Quando: quinta, sexta e sábado à noite www.treintasillas.com >> CASA SALTSHAKER Salão para comer e conversar é a definição para a Casa Saltshaker, do chef de cozinha e sommelier Dan Perlman e de Henry Tapia, que atende o salão. A culinária é caseira sofisticada, o menu varia semanalmente e é servido em uma única mesa para dez pessoas e, eventualmente, em outra para quatro. Onde: Bairro Norte, endereço após confirmação da reserva via e-mail Quando: confirmar datas de funcionamento semanalmente www.casasaltshaker.com >> CASA COUPAGE A dupla Santiago Mymicopulo e Pablo Bolzán, sommelier e chef, propõem jantares harmonizados com vinhos argentinos com a culinária que denominam cozinha de autor e produto. Servem menu degustação de seis pratos ou à la carte. São servidos 18 a 22 jantares por noite. Onde: Soler, 5518, Palermo Quando: Quarta a sábado www.casacoupage.com S


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Café da manhã americano / American breakfast

forest-like, but lifting the bell jar, the scent of scallops with lightly smoked vegetables emerged and prepared us to savor the perfect balance of seafood and the earthy flavor of smoked vegetables and mushrooms. I already felt rewarded. More surprises: crawfish wrapped in kadaif – a thin, thread-shaped pastry used for desserts in Arabian cuisine – with vegetable cream. It was an interesting composition and contrast of the crunchy pastry and the texture of the crustacean. This gastronomic orgy proceeded in the form of salmon with seaweed, smoked eggplant and olive foam. Interesting to say the least, with the many flavors “fighting” with one another. Now, the poached egg, croissant foam, toasted almonds and pancetta. This robust version of the traditional poached egg was the master of ceremonies for the following courses. First, suckling pig sirloin on a bed of lime cream and cotton candy with vanilla. The perfect balance between sweet and sour with the accentuated flavor of pork. Next, tenderloin with potatoes with different textures. They were just potatoes… but in the hands of chef Gonzalo Aramburu they became a journey through different tastes and consistencies. We were more than satisfied, and still savoring slivers of Thai ice cream – lemon, ginger, coconut milk -, and yogurt cream with crunchy meringue. White on white to clear the taste buds. And, to finish, beet ice cream with a red berry and chocolate sauce. This is not Aramburu’s strong point. Practically as a rule, a good dessert requires another chef and other kitchen facilities. I left happy, having enjoyed the signature cuisine of chef Gonzalo Aramburu and the discrete, intimate service of the staff. I was convinced that Buenos Aires has many flavors to be discovered, behind closed doors.

Four questions for Gonzalo Aramburu theHemisphere >> How do you define Aramburu’s cuisine? Gonzalo Aramburu >> It’s a signature, contemporary cuisine with Argentine roots, in continuous exploration and experimentation. We look at the production of ingredients and their quality, from when they’re sowed to their sale at the market. It’s an intuitive, recreational gastronomy pulsing with very unique, surprising features. How would you describe modern Argentine cuisine? >> I think there is a group of young chefs that have returned to Argentina after receiving excellent training in great international restaurants and they are bound to enrich the local market, each with his or her own talent and personality. In my opinion, they will set the new guidelines. Not by using the latest technology, but through their knowledge of the latest techniques, adapted to our ingredients and gastronomic environment. What chefs do you admire? >> I like a number of chefs, it’s difficult to list them all, but I had the privilege of working in the kitchen with Charlie Trotter, Martín Berasategui, Daniel Bouloud and Rodrigo Castilla. Do have any new projects? >> Not more than 20 meters from my restaurant, I will open Aramburu Bis in two months, with a new concept, the same products prepared differently and a single table. More every day and informal, but with the same essence.

Fewer and better Called puertas cerradas (closed doors) by Argentines, several places in Buenos Aires

offer good food in an intimate environment with informal service, making them an ideal place for meeting new people. Some chefs work from their own homes, and the addresses are disclosed only after the reservation has been confirmed.Take cash (dollars or pesos) because they rarely accept credit cards. It’s also a good idea to verify possible changes and details on their websites. Here are some options in Buenos Aires. LA COCINA DISCRETA Chef Alejandro Langer develops a culinary fusion of styles that is not restricted to just gastronomy. The La Cocina Discreta project involves visual arts and music as well.Ana Maria Pizarro, the kitchen assistant, is a photographer and painter, and Mercedes Berastegui, the hostess, is an illustrator and artist. It is open only for dinner Thursdays, Fridays and Saturdays, with a limit of 16 guests a night and a fixed price menu. This trio’s project looks to expand the experience in other cities in different countries. A restaurant opening in Alto de Pinheiros, in São Paulo, is planned for May or June of this year.Where: Villa Crespo district, address upon confirmation of reservation When: Thursday, Friday and Saturday nights www. lacocinadiscreta.com COCINA SUNAE Cristina Sunae, a chef of Asian descent with professional experience in several NewYork restaurants, practices authentic, homemade Southeast Asian cuisine.The menu includes four courses for a set price.Where: Residence in Colegiales – address upon confirmation of reservation When: Dinner on Thursdays, Fridays and Saturdays www.cocinasunae.com CASA MUN Japan, Korea, China, and California are the inspiration for chef Mun. The restaurant opened in March 2011. A new menu is offered every month. Where: Palermo Soho district When: Friday and Saturday nights.www.casamun.com TREINTA SILLAS “Thirty Chairs” only accommodates 24: the six chairs missing from the restaurant’s name are painted on the wall. With this casualness, Ezequiel Gallardo prepares his five-course Mediterranean cuisine menus, updated weekly.The limit is 24 diners each night. Where: Colegiales district, Freire street. Full address upon confirmation of reservation When: Thursday, Friday and Saturday nights.www. treintasillas.com CASA SALTSHAKER One room for eating and talking is the definition of Casa Saltshaker, run by chef and sommelier Dan Perlman and dining room server Henry Tapia.The culinary is sophisticated homemade food, the menu varies weekly and is served on a single table for ten people and, sometimes, on another table for four. Where: Barrio Norte, address upon confirmation of reservation via email When: days open posted each week. www.casasaltshaker.com CASA COUPAGE Santiago Mymicopulo and Pablo Bolzán, sommelier and chef, suggest dinners paired with Argentine wines with a culinary style they call signature product cuisine. Their menu includes six courses or orders à la carte. Eighteen to 22 diners are served each night. Where: Soler, 5518, Palermo When: from Wednesday to Saturday. www.casacoupage.com S


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O uro l í q u i do em dose e x clus i va Casa Rémy Martin lança edição limitada do conhaque Louis XIII em garrafa de três litros esculpida em ouro e cristal Baccarat por rosane aubin

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odos os dias, a cellar master — profissional responsável por zelar pela qualidade e pela manutenção das características das marcas — Pierrette Trichet prova eauxde-vie (aguardente francesa) de amostras enviadas por produtores e as misturas que repousam em barris centenários na Maison Rémy Martin. Ela é a primeira mulher a ocupar esse cargo em grandes casas que produzem conhaques na França, e está nessa função desde 2003. “Meu cargo exige muito do olfato, desde a seleção das eaux-de-vie até a degustação, e também no monitoramento do envelhecimento e nas combinações. Tenho sorte em ter uma sensibilidade incrível para todos os tipos de aromas”, diz Pierrette. O cuidadoso trabalho que realiza com sua equipe de 10 degustadores garante que o conhaque Louis XIII seja considerado uma espécie de tesouro líquido e aguce o olfato e o paladar dos consumidores mais exigentes do mundo. Ano passado, Pierrette e seus auxiliares criaram uma nova edição limitada da bebida, chamada Le Jeroboam, que vem em uma garrafa de três litros esculpida em cristal Baccarat e ouro. >>


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Tradição: as misturas repousam entre 40 e 100 anos em barris centenários criados especialmente para o conhaque da maison Tradition: blends are aged from 40 to 100 years in hundred year old barrels specially made for the cognac maison

Produzida em série limitada e numerada, a novidade traz uma silhueta mais marcante e nada menos que quatro vezes maior que a garrafa tradicional. Cada exemplar levou cinco quilos de cristal em fusão, manuseados por nove artesãos liderados pela Sèvres Cristallerie, e ouro 24 quilates no gargalo. O decanter vem em uma caixa de madeira, com uma pipeta e quatro taças de cristal criadas com exclusividade por Christophe Pillet. No Brasil, o conhaque deverá chegar no final deste ano ou no começo de 2013, com distribuição pela Brown Forman, que importa o Louis XIII com exclusividade. Mistura complexa O Louis XIII tem aroma apimentado, com sabor sutil de figos, gengibre e sândalo. Quem bebe continua a sentir o gosto por horas, o que valoriza tanto a experiência de degustação quanto a cuidadosa e delicada forma de produção, que começa no cultivo das uvas em apropriados terrenos de calcário e termina no controle dos processos de envelhecimento. Fabricar um bom conhaque, que o escritor Victor Hugo batizou de “néctar dos deuses”, é um processo que requer décadas, muitos investimentos e cuidados extremos. Pierrette que o diga. “Uma de minhas primeiras funções é selecionar as eaux-de-vie apresentadas por nossos parceiros nas áreas de vinicultura e destilação das uvas”, conta a cellar master. Detalhe: o Louis XIII usa apenas insumos produzidos na região da Grande Champagne, a mais fértil das seis áreas de cultivo de uvas de Cognac na França e detentora do selo Appélation d’Origine Contrôlée (AOC).

O solo, macio por causa da concentração do calcário, permite que as raízes das videiras atinjam o coração da terra, fazendo com que os nutrientes, aliados ao clima ideal, deem origem a uvas diferenciadas. A Rémy Martin recebe, a cada ano, cerca de 800 amostras, das quais a equipe de Pierrette tem a tarefa de selecionar as 12 melhores. “Também faço a degustação das eaux-de-vie que envelhecem em nossas adegas para monitorar o progresso delas. Isso me permite saber o status exato de nossos armazenamentos. Por fim, provo diversas combinações que estou produzindo, que também é uma das principais atividades do meu dia”, afirma Pierrette, que é a responsável pela criação de novos produtos e pelas sugestões de harmonizações e combinações. Para se ter uma ideia, o Louis XIII, que foi criado em 1874, por Paul-Émile Rémy-Martin, reúne mais de 1.200 aguardentes que envelhecem entre 40 e 100 anos. Cabe a Pierrette manter as qualidades que fizeram o conhaque famoso. “Apenas desejo o que esperam de mim, continuar a história”, diz ela, afirmando que tem a missão de passar o bastão, que recebeu de Georges Clot, seu antecessor, nas melhores condições possíveis. Nascida na região de Gers, filha de um vinicultor e de uma professora, a cellar master estudou bioquímica e análise biológica na Universidade de Toulouse e já aos 20 anos começou a trabalhar com os conhaques da Maison Rémy Martin. Em 2004, completou 30 anos na casa e seu primeiro ano como responsável pelo Louis XIII, que é reconhecido por especialistas como o “conhaque dos deuses”. S


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Liquid Gold, in an Exclusive Amount The House of Rémy Martin launches a limited edition Louis XIII Cognac in a three-liter decanter sculpted from gold and Baccarat crystal

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very day, cellar master Pierrette Trichet - the professional responsible for overseeing the quality and preservation of the brand’s traits tastes sample of eaux-de-vie (French brandy) submitted by producers and from the mixtures stored in hundred year old barrels at Maison Rémy Martin. The first woman ever to hold the title of cellar master in one of France’s large cognac houses, she has held the position since 2003. “My job demands a lot from my sense of smell, in everything from the selection of eaux-de-vie to the tasting, as well as monitoring aging and combinations. I am fortunate to have a great sensitivity for all kinds of smells,” says Pierrette. Thanks to her careful work with her team of 10 tasters, Cognac Louis XIII is considered to be something of a liquid treasure and sharpens the senses of taste and smell of the world’s most demanding consumers. Last year, Pierrette and her assistants created a new limited edition decanter called Le Jeroboam, which is a three-liter decanter engraved in Baccarat crystal and gold. Produced in a limited and numbered series, the innovation comes with a more striking silhouette, no less than four times the size of the traditional bottle. Each decanter required five kilos of melted crystal and 24 karat gold around the neck, all sculpted by nine artisans at Cristallerie Sèvres. The decanter comes in a wooden chest with a pipette and four crystal glasses exclusively designed by Christophe Pillet. In Brazil, the cognac will arrive late this year or early 2013, and will be distributed by Brown Forman, the exclusive importer of Louis XIII. Complex Mixture

Louis XIII has a spicy aroma, with a subtle flavor of fig, ginger and sandalwood. After sampling, one can still feel the taste hours later, which evidences the values of both the tasting experience and the careful and delicate method of production, which starts with growing the grapes in suitable chalk-flecked land, and ends with the careful control of the aging processes. To make good cognac, dubbed the “nectar of the gods” by writer Victor Hugo, one must embark on a process that requires decades, many investments and the utmost care. Pierrette agrees. “One of my first tasks is to select the eaux-devie provided by our partners in the areas of winemaking and grape distillation,” says the cellar master. Detail: Louis XIII uses only ingredients produced in the Grande Champagne region, which features six of the most fertile areas for growing Cognac grapes in France and holds the Appélation d’Origine Contrôlée (AOC) seal. The soil, soft because of its lime content, allows vine roots to reach the heart of the earth and makes the nutrients, combined with the ideal climate, produce different grapes. Each year, Rémy Martin receives about 800 samples, from which Pierrette’s team selects the top 12. “I also taste the eaux-de-vie that is aged here in our cellars in order to monitor their progress. This lets me know the exact status of our stocks. Finally, I taste the different combinations I am producing, which is another main part of my day,” said Pierrette, who is also responsible for developing new products and ideas for compositions and blends. To paint a clearer picture of this, Louis XIII, which was

created in 1874 by Paul-Emile Rémy-Martin, brings together more than 1,200 spirits aged between 40 and 100 years. Pierrette is entrusted with maintaining the qualities that made cognac famous.“I want only what is expected of me: to continue the story,” she says, stating that she has a mission to carry the baton she received from Georges Clot, her predecessor, under the best conditions possible. Born in the Gers region as the daughter of a winemaker and a teacher, the cellar master studied biochemical and biological analysis at the University of Toulouse, and at the age of 20, she had already begun working with Maison Rémy Martin cognacs. In 2004, she celebrated her thirtieth year at the house and her first year as the head of Louis XIII, which is recognized by experts as the “Cognac of the Gods.” S

À altura do conteúdo: a garrafa criada especialmente para o Jeroboam é confeccionada em cristais e tem ouro 24 quilates no gargalo At the level of its content: a crystal bottle specially designed by Jeroboam, with a 24k gold neck


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Bonjour Paris O melhor da Cidade Luz para aproveitar as pausas entre os jogos de Roland Garros Por Alline Cury

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ntre os dias 17 de maio e 5 de junho, Paris é transformada na capital mundial de tênis. Porém, não é apenas de jogos e eventos esportivos que se faz uma boa temporada de Roland Garros. Uma vez na Cidade Luz é obrigatório fazer uma pausa gourmet para conhecer os novos e bons restaurantes franceses. Para um upgrade cultural, é preciso visitar as exposições do momento. E, como ninguém é de ferro, uma tarde no spa, outra fazendo compras também são indispensáveis. Anote os bons planos e desfrute das novidades.


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Novidades da Costes: o restaurante Thoumieux, duas estrelas Michelin, faz parte de um complexo com hotel / New at Costes: restaurant Thoumieux, a two-star Michelin restaurant, is part of a hotel complex

Bon apétit Novo hotspot do império Costes, o Thoumieux faz o mix descolado de brasserie tradicional, com restaurante duas estrelas Michelin – ambos comandados por JeanFrançois Piège (ex-Les Ambassadeurs, no Hotel Crillon, e ex-Alain Ducasse no Plaza Athénée) – e um hotel butique decorado pela designer de interiores India Mahdavi. O complexo tem tudo para agradar clientes cool e exigentes, habitués ou não da maison Costes. Outra opção gourmet está no caçula do grupo Mandarin Oriental. O recém-inaugurado hotel instalado em um edifício contemporâneo é uma espécie de templo dos prazeres. A começar pelo restaurante Sur Mesure, comandado pelo chef Thierry Marx, duas estrelas no Guia Michelin e apresentador do programa francês Master Chef. O menu degustação de nove pratos (180 euros) é um verdadeiro deleite. Destaque para o risoto de soja com ostras e trufas negras. Na contramão de toda pompa da alta gastronomia francesa, o chef de cozinha Iñaki Aizpitarte é destaque da nova geração de gourmets curiosos e abertos a experimentações, cansados de preços exorbitantes e esnobismo. À frente do Le Chateaubriand e Le Dauphin, o chef autodidata apresenta uma cozinha criativa, com muita paixão e sem formalidades. Como resultado, um menu surpreendente e inovador, que rendeu ao restaurante a nona posição na lista dos 50 melhores do mundo. O autor do polêmico livro Cozinha Confidencial escolheu o Le Chateaubriand para gravar a centésima edição de seu programa, No Reservations. Ao degustar o prato principal do dia, apenas com ingredientes brancos — queijo mascarpone, aspargos e peixe branco —, Anthony Bourdain descreveu a criação como “genial”, “maravilhosa”, “saborosa e fresca”. Se quiser deixar a estada em Paris ainda mais doce, vale a pena saborear as delícias de Pierre Hermé. A cada cinco semanas o pâtissier, eleito O Picasso dos doces pela Vogue

Americana, cria um novo fetiche. Durante a temporada de Roland Garros, o chef francês aposta nos perfumes miraflores, releitura de um doce peruano, e rose-jasmin para suas tortas em edição limitada. Localizado em mais de dez endereços na capital francesa, vai ser difícil resistir à tentação.

Beauté

Inaugurado há menos de um ano, o spa My Blend reúne os melhores tratamentos de beleza da tradicional Clarins e academia high tech, em pleno Hotel Royal Monceau. Com decoração assinada por Philippe Starck, o spa consegue ser contemporâneo e atemporal ao mesmo tempo. Imagine poltronas brancas Louis XV mescladas a móveis e espelhos hipermodernos à la Starck. Com 1.500 metros quadrados e uma piscina de 28 metros de comprimento de tirar o fôlego, estão à disposição desde cuidados de beleza exclusivos — como o tratamento facial My Blend, que diagnostica e proporciona o cuidado específico que cada tipo de pele requer — até rituais básicos de um espaço de beleza. Outra boa nova para os habitués da capital francesa que não abrem mão de um domingo no bairro do Marais, o mais badalado da Rive Droite, a australiana Aésop inaugurou recentemente uma nova butique na Rue Vieille du Temple. O espaço minimalista, luminoso e aconchegante, foi projetado pela agência Cigüe — também responsável por projetos bacanas e descolados como o corner da própria marca na multimarcas Merci e o showroom da badalada Céline. Por lá, estão disponíveis todas as linhas de tratamentos faciais, corporais e capilares feitas principalmente a partir de ingredientes naturais, ricos em vitaminas e antioxidantes. Indispensável no roteiro de compras de beleza, a Sephora reúne as marcas mais famosas além de produtos exclusivos. Esqueça a disputada loja da Champs Élysées e experimente o novo endereço do paraíso da beleza na icônica Place de la Madeleine. >>

A cada cinco semanas o pâtissier Pierre Hermé, eleito O Picasso dos doces pela Vogue Americana, cria um novo fetiche Every five weeks pâtissier Pierre Hermé, named The Picasso of pastry cuisine by American Vogue, creates a new craze

Sabores e mimos: o Sur Mesure, piscina do SPA My Blend by Clarins e a butique Aésop do Marais Flavors and pampering: the Sur Mesure, swimming pool at the Spa My Blend by Clarins and the Aésop boutique in Marais


47 Bonjour Paris The best in the city of Light to enjoy the breaks between Roland Garros games

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etween May 15th and June 5th, Paris becomes the tennis capital of world. However, not only games and sport events make a good season of Roland Garros. A “gourmet break” to get to know the new and great French restaurants is a must once you are in the city of light. For a cultural upgrade it´s necessary to visit the ongoing exhibitions. And as an afternoon shopping and another at a spa are way too hard to resist to, let´s include these in our to do list. Write down these good plans and enjoy the novelties.

Bon apétit New hotspot of Costes Empire, Thoumieux combines a traditional brasserie with a two Michelin star restaurant – both commanded by Jean-François Piège (former Les Ambassadeurs chef, at Crillon hotel, and former Alain Ducasse chef, at Plaza Athénée) and also a boutique hotel decorated by the interior designer India Mahdavi. The complex has everything to please cool and demanding costumers, whether they are habitués of the Maison Costes or not. The newest venture of Mandarin Oriental Group is another gourmet option. The newly opened hotel, located in a contemporary building, is a sort of temple of delight, beginning with the two Michelin star Sur Mesure restaurant by Thierry Marx, who presents the French show MasterChef. The nine-course tasting menu (€180) is a real treat, specially the soy risotto with oysters and black truffle. Contrary to all the pomp of French haute cuisine, the self-taught chef Iñaki Aizpitarte is part of a new generation of curious gourmets who are open to experimentation and fed up with exorbitant prices and haughty behavior. Head chef of Le Chateaubriand and Le Dauphin, Aizpitarte’s cooking is creative and carries a lot of passion and no formalities. As a result we have a surprising and innovative menu, that led Le Chateaubriand to be ranked ninth in the S. Pellegrino World’s 50 Best Restaurant list. Anthony Bourdain, author of the

controversial book Kitchen Confidential, chose Le Chateaubriand to shoot the hundredth episode of his show “No Reservations”. When he tasted the main course of the day, prepared only with white ingredients – mascarpone cheese, asparagus and white fish – he described the creation as “brilliant”, “superb”, “tasty and fresh.” If you want to make your stay in Paris even sweeter it’s worth savoring the treats of Pierre Hermé. Every five weeks the pastry chef, who was called by American Vogue the “Picasso of Pastry”, creates a new treat. During Roland Garros the French chef’s bet is on miraflores (version of a Peruvian sweet) and rose-jasmine scents for his limited edition pies. With shops in more than ten different locations in the French capital, it will be really hard to resist this temptation.

Beauté Opened less than a year ago, My Blend spa gathers the best beauty treatments by the traditional brand Clarins and a high tech gym, right at the Royal Monceau Hotel. The spa, with décor designed by Philippe Starck, is both contemporaneous and timeless. Picture white Louis XV armchairs mixed with super modern furniture and mirrors, in the best Starck style. It spreads out over 1500 square meters and includes a breathtaking 28-meter long swimming pool and it offers from exclusive beauty care rituals – such as My Blend facial treatment, which offers customized skin-care based on a diagnosis – to basic salon beauty rituals. Another great novelty for the habitués of the French capital who like to spend a Sunday in Marais district - the trendiest of the Rive Droite: Aésop has just opened a new store in Rue Vieille du Temple. The light, minimalist and cozy room was designed by agency Ciguë – also responsible for cool and fashionable projects such as the corner for Aésop at concept store Merci and the showroom for fashionable Céline. There you can find all skincare, bodycare and haircare products made mostly from natural ingredients, rich in vitamins and antioxidants. If you are shopping for cosmetics Sephora is a must. It gathers the most famous brands, in addition to its own private label. Forget about the packed Champs Élysées store and try the new address of the beauty paradise, in the iconic Place de la Madeleine.

À la mode When it comes to concept stores, there is no match for the couple Armand and Martine Hadida. The newest boutique – the sixth in Paris – is very well located at the Royal Monceau hotel, next to the >>


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À la mode Pioneiros quando o assunto é loja conceito, o casal Armand e Martine Hadida são hors concours. O mais novo endereço — a sexta butique em Paris — está muito bem localizado no hotel Royal Monceau, ao lado do Arco do Triunfo. Com mais de 30 anos de experiência na bagagem, a loja conceito L’Eclaireur continua exercitando o que melhor sabe fazer: descobrir e revelar novos talentos no mundo da moda e design. O espaço, que agrada tanto a homens quanto mulheres, conta com uma apurada seleção de grifes como Matthew Williamson, Christian Dior, Haider Ackermann, Lanvin e outros exclusivos. Já no design, a butique propõe peças de Zaha Hadid, Philippe Starck (que também assina o projeto da loja), Hermès… Em direção à Place de la Concorde, vale a pena visitar a nova flagship da Prada. Após muita reforma, a grife italiana retorna em grande estilo ao coração do faubourg Saint-Honoré. O espaço de 760 metros quadrados imaginado pelo arquiteto italiano Roberto Baciocchi conta com três departamentos específicos: masculino, feminino e acessórios.

Arts Para completar o quesito cultural, três exposições imperdíveis. Consagrada a dois ícones da moda e luxo mundial, a mostra Louis Vuitton — Marc Jacobs no Musée des Arts Décoratifs traça um pararelo entre a carreira do diretor artístico e a maison francesa. Por lá, dezenas de looks icônicos, vídeos de desfiles e baús vintage Louis Vuitton são apresentados nos dois andares do museu com cenografia de Samantha Gainsbury e Joseph Bennett. Para quem não tiver tempo de visitar a exposição, vale a pena adquirir o livro editado pelo Arts Décoratifs. No Grand Palais, uma retrospectiva em homenagem a um dos maiores fotógrafos da história da moda, Helmut Newton. A exposição inédita propõe ao público mais de 200 imagens, a maioria exclusiva, vinda de tiragens originais ou vintages. Ela ainda é enriquecida com arquivos de jornais e um filme realizado por sua mulher, June Newton, Helmut by June. O percurso retrospectivo é dividido pelos temas: moda, nus, retratos, sexo e humor, deixando evidente que o artista vai muito além da fotografia de moda. Já no Centre Pompidou, a exposição do momento é Matisse, Paires et Séries. Após uma temporada ao lado de Cézanne e Picasso no Grand Palais, Henri Matisse é o personagem principal da mostra que reúne

mais de sessenta obras, que exploram a repetição de séries e pares — entre elas Luxe, Calme et Volupté (1904) e Nu Bleu (1952). Após a temporada parisiense, a mostra será apresentada em Copenhague, no Statens Museum for Kunst, e no Metropolitan Museum of Art, em Nova York.

Nuit Não se trata de uma novidade, mas ao saber que o hotel Ritz fechará suas portas para uma reforma geral, durante 27 longos meses, um coquetel no histórico Bar Hemingway é mais do que indispensável… É obrigatório. Desde a sua criação, em 1898, grandes pensadores — como Marcel Proust, Oscar Wilde, F. Scott Fitzgerald, Truman Capote, Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir — frequentaram o espaço para buscar inspiração mergulhados na decoração mágica do hotel. Tesouro cultural, eleito pela revista Forbes como o melhor bar do mundo, o Hemingway propõe uma grande seleção de uísques puro malte, vinhos do porto millésimés e drinques clássicos. Dentre eles, o Side Car, criado em 1923 pelo barman Franck Meier, era servido na época por apenas cinco dólares. Atualmente, o mix de suco de limão com um excepcional Cognac Fine Champagne (produzido entre 1830 e 1870) sai por 1.250 euros. Não esqueça do traje casual chic! Para os mais descolados, a boa nova na noite parisiense é o Club Silencio. Cenário do filme Cidade dos Sonhos (2001) de David Lynch, o club tornou-se realidade e é um dos principais hotspots em Paris. Com 700 metros quadrados, o complexo conta com uma biblioteca, bar, minicinema, restaurante, espaço para shows, fumódromo e pista de dança, bien sûr! O ambiente é sombrio, com móveis exclusivos desenhados pelo diretor, proporcionando uma viagem aos clubes privês dos anos 1920. Importante: até meia-noite, o Silencio é fechado apenas para sócios. No Chez Rasputine o clima é bem mais irreverente. O cabaré russo, localizado no triângulo de ouro, formado pela interesecção entre as avenidas Montaigne, Georges V e Champs Élysées, oferece uma cozinha oriental e shows especiais, como dança burlesca e atiradores de facas. O público fashionista comparece em peso durante as semanas de moda parisiense. Não à toa, o local foi escolhido na última fashion week por Carine Roitfeld (ex-diretora da Vogue Paris) para comemorar o lançamento de seu livro, Irreverent. S


49 Arc de Triomphe. With over 30 years of experience under its belt, the concept store L’Eclaireur keeps doing what is does best: hunting and revealing new talented artists in the world of fashion and design. It pleases both men and women and has a refined selection of designers, such as Matthew Williamson, Christian Dior, Haider Ackermann, Lanvin and other exclusive ones. You can also find pieces by Zaha Hadid, Philippe Starck (who also designed the project of the store), Hermès… Heading to Place de la Concord it is worth paying a visit to the new Prada Flagship store. After an extensive renovation it reopens in great style at the heart of faubourg Saint-Honoré. The 760 square meter store, designed by the Italian architect Roberto Baciocchi, has three specific departments: men, women and accessories’.

Arts

To top up the cultural part there are three unmissable exhibitions. Devoted to two icons of world fashion and luxury, the exhibition “Louis Vuitton — Marc Jacobs”, designed by Samantha Gainsbury and Joseph Bennet at the Musée des Arts Décoratifs (Museum of Decorative Arts) draws a parallel between the artistic director’s career and the French maison. Dozens of iconic looks, videos of parades and Louis Vuitton vintage trunks are displayed over the two-story museum. For those who do not have the time to visit the exhibition it is worth purchasing the book edited by the Arts Décoratifs. At the Grand Palais, a tribute to one Helmut Newton, of the greatest photographers of the history of fashion. The unprecedented retrospective exhibition features more than 200 images, mostly original or vintage prints. It also features newspaper articles and the film “Helmut by June” made by his wife, June Newton. It takes a retrospective thematic angle through the themes: fashion, nudes, portraits, sex and humor, making it clear that the artist goes far beyond the fashion photography. And at Centre Pompidou the ongoing exhibition is “Matisse, Paires et Séries”. After a while next to Cézanne and Picasso at the Grand Palais, Henri Matisse is the main figure of the exhibition which gathers more than sixty works, which explore the repetition of pairs and series – including Luxe, Calme et Volupté (1904) and Nu Bleu (1952). Following its presentation in Paris, the exhibition will then travel to the Statens Museum for Kunst, in Copenhagen, and then to the Metropolitan Museum of Art, in New York.

Nuit

The Ritz hotel will close its doors for an extensive renovation, and it will be closed for long 27 months. Once you are aware of that fact, it becomes more than necessary to have a cocktail at the historic Hemingway Bar. It is mandatory. Since its creation in 1898, great thinkers – such as Marcel Proust, Oscar Wilde, F. Scott Fitzgerald, Truman Capote, Jean-Paul Sartre and Simone de Beauvoir – have visited the place seeking for inspiration, steeped in the magic decoration of the hotel. A cultural treasure, elected by Forbes Magazine the best bar in the world, Hemingway offers a wide selection of pure malt whiskies, millésimé port wines and classic drinks, including the Side Car, created in 1923 by the barman Franck Meier, which was sold at the time for only five dollars. Nowadays, this drink – a mix of Cognac Fine Champagne (produced between 1830 and 1870) and lemon juice – costs € 1,250. Do not forget to dress casual chic! For those who are casual and cool, the new nightlife novelty in Paris is Club Silencio. Inspireb by Club Silencio in Mulholland Drive (2001) by David Lynch, the club became a reality and it is one of the hotspots in Paris. The 700 square meter complex houses a library, a bar, a screening room, a restaurant, a concert hall, a smoking area, a dance floor, bien sûr! It has a shadowy atmosphere, and the furniture is designed by Lynch himself, evoking the 1920s-like Parisian salons. Notice: until midnight Silencio is reserved for members only. At Chez Rasputine the atmosphere is a lot more irreverent. The Russian cabaret located at the golden triangle, made up by the intersection of Montaigne, Georges V and Champs Elysées avenues, offers oriental cuisine and special performances, such as burlesque dance and knife throwers. Those into fashion are habitués during the Paris fashion weeks. No wonder the place was chosen by Carine Roitfeld (former director of Vogue Paris) to celebrate the launch of her new book, “Irreverent.” S Para gente fashion, clássica ou descolada: flagship da Prada, enfermeiras com bolsas Louis Vuitton no Musée des Arts Décoratifs, cliques de Helmut Newton no Grand Palais e os bares Hemingway, para literatos, e Silêncio, para quem gosta de novidades For fashionable, classic or casual people: Prada flagship, nurses with Louis Vuitton bags in the Musée des Arts Décoratifs, snapshots by Helmut Newton in Grand Palais and Hemingway bar for intellectuals, and Silence, for those who like the latest trends


50 publieditorial i P RA I A D O F O RT E

Um Paraíso esculpido pela Natureza Encante-se com o Tivoli Ecoresort Praia do Forte e aproveite todos os momentos para deleitar-se ao sol

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m pedaço de paraíso localizado no meio da exuberante paisagem do litoral norte da Bahia. Um coqueiral a perder de vista, emoldurado por um mar verde esmeralda com águas mornas o ano inteiro. Doze quilômetros de praia de areias brancas, protegidas por recifes de coral que formam dezenas de piscinas naturais. Isso é Praia do Forte. Agora imagine vivenciar de forma plena a integração à esta natureza com muito conforto, requinte e sofisticação. Este é o cenário de sonho proporcionado aos hóspedes do Tivoli Ecoresort Praia do Forte. O Tivoli Ecoresort Praia do Forte está localizado a menos de uma hora do Aeroporto Internacional Luís Eduardo Magalhães, de Salvador. O projeto arquitetônico faz com que os prédios se integrem aos jardins, sem agredir a paisagem. A sensação é que o hotel surge naturalmente por entre a vegetação. A decoração dos apartamentos, todos de frente para o mar, privilegia o uso de materiais naturais e a disposição dos móveis foi pensada para destacar a vista espetacular de cada um dos quartos e suítes. Para todos os lados que se olha, a natureza é protagonista.

Gastronomia A gastronomia é um dos destaques do Tivoli Ecoresort Praia do Forte. O hotel tem três restaurantes e quatro bares. As opções de cardápio são diversas. Para o café da manhã e jantar uma ótima pedida é o Goa. Famoso por sua ampla variedade de opções, o restaurante oferece buffet com mais de 130 itens da culinária baiana e internacional. O cardápio tem temas diferentes a cada dia da semana, com a tradicional comida baiana, pratos portugueses e italianos, entre outras deliciosas culinárias. Não deixe de provar o sorvete de coco queimado. O Tabaréu oferece o melhor da gastronomia baiana e frutos do mar em um ambiente mais descontraído, à beira da praia. Os pratos deliciosos são preparados na hora, além de guarnições e sobremesas dispostas em buffets para servir à vontade. Entre as sugestões de pratos está o famoso Camarão à Sapiranga, uma deliciosa moqueca que não leva azeite de dendê na receita e já tornou-se um verdadeiro clássico da cozinha contemporânea baiana. Também vale conferir a feijoada aos sábados, ao som da apresentação ao vivo de chorinho feita por artistas locais. O restaurante À Sombra do Coqueiral combina alta gastronomia com um cenário espetacular. De um lado a piscina com borda infinita, cuja vista se confunde com o mar. Do outro lado, os lindos lagos do hotel. O cardápio, à la carte, tem inspiração na culinária internacional e mediterrânea. >>


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A Paradise sculptured by Nature The Tivoli Praia do Forte Eco Resort will amaze as you enjoy every sunfilled moment.

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slice of paradise located in the middle of the lush northern coast landscape of Bahia. Coconut trees as far as the eye can see, framed by a green emerald sea with warm waters all year round. Twelve kilometers of white sandy beaches protected by coral reefs that form dozens of natural pools. This is Praia do Forte. Now imagine experiencing full immersion of such nature with comfort, elegance and sophistication. This dream scenario awaits guests at the Tivoli Ecoresort Praia do Forte. The Tivoli Ecoresort Praia do Forte is located less than an hour from the Luis Eduardo Magalhães International Airport, Salvador. The hotels architectural design makes the buildings be a part of the gardens, without harming the landscape. The feeling one has is that the hotel ascends naturally through the vegetation. The decoration of the apartments, all facing the sea, favors the use of natural materials and the arrangement of furniture was designed to highlight the spectacular views from each of the rooms and suites. Everywhere you look, nature is the protagonist of this scenario. The program is comprehensive and starts every day at 9 am. The “Careta Careta” club is a special and exclusive place for kids; with a water park and where there are environmental educational activities, art workshops and various activities accompanied by monitors. For children under 4 years of age, the hotel offers a babysitting service, as well as a unique area, with a special soft floor and a kitchen, which is open 24 hours. The hotel offers complimentary stroller, crib and baby bath. Adults will not know what to do first. The hotel has eight swimming pools, whirlpool bath, lit soccer field, four lighted tennis courts, beach volleyball court, theater, spa, and fitness center. There are still more options for water sports, diving, fishing, yoga classes, dance and hiking.

Tivoli Ecoresort Praia do Forte

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Lazer O Tivoli Ecoresort Praia do Forte é o lugar ideal para férias com a família. O resort tem uma estrutura exclusiva para as crianças. A programação é intensa e começa todos os dias às 9 horas. O clube Careta Careta é espaço especial e exclusivo da garotada, com parque aquático e onde são realizadas atividades de educação ambiental, oficina de artes e diversas atividades acompanhadas pelos monitores. Para os menores de 4 anos, o hotel dispõe de serviço de baby sitter, além de espaço diferenciado, com piso macio especial e a baby copa, que fica aberta 24 horas. O hotel oferece, gratuitamente, carrinho, berço e banheirinha. Os adultos também vão ficar em dúvida na hora de escolher o que fazer. O hotel tem oito piscinas, hidromassagem, campo de futebol iluminado, quatro quadras de tênis iluminadas, quadra de vôlei de areia, anfiteatro, spa e fitness center. Ainda há opções de esportes náuticos, mergulho, pesca, aulas de ioga, dança e caminhadas esportivas. Para quem quer relaxar, uma excelente opção é o Thalasso SPA, um espaço de 4 mil metros quadrados totalmente voltado para o bem-estar. O spa tem salão de beleza, fitness center e área de relaxamento, com uma grande piscina climatizada com hidromassagem, três saunas, circuito bitérmico, tanque de água gelada e caminho das pedras. O espaço tem 25 salas privativas para dezenas de tratamentos, como massagens, tratamentos estéticos e sessões de talassoterapia, entre outros. O Thalasso Spa ainda tem um espaço à beira da praia, o Beach Spa, montado nos jardins do hotel, no qual são oferecidos diversos tipos de massagem.

Desenvolvimento sustentável Com o objetivo de melhorar a qualidade de vida da população local, o Tivoli Ecoresort Praia do Forte desenvolve projetos socioambientais. Desde o início das atividades, o resort adotou uma política de responsabilidade socioambiental que inspira e permeia todas as atividades da empresa. “Ao se hospedar no Tivoli Ecoresort Praia do Forte, os nossos clientes sabem que fazem parte de um empreendimento que foi o fio condutor do desenvolvimento social e econômico de toda a região”, ressalta Alexandre Solleiro. No Tivoli Ecoresort Praia do Forte são promovidas trilhas, visitas ao Projeto Tamar e observação de baleias. Além das ações educacionais, valores como preservação ambiental também são prioridade entre os projetos do hotel. S

Tivoli Ecoresidences Praia do Forte ARQUITETURA SUSTENTÁVEL O Tivoli Ecoresidences Praia do Forte nasceu embalado pela brisa marítima e rodeado pela mata nativa preservada que dimensiona o terreno. Esse condomínio horizontal encontra-se totalmente integrado ao Tivoli Ecoresort Praia do Forte, ocupando um terreno de mais de 150 mil metros quadrados, sendo que a extensão total edificada e de uso comum é de pouco mais de 10% da superfície total, os demais hectares pertencem a uma área de preservação ambiental. O empreendimento é composto por 42 ecoresidences que têm entre 320 e 650 metros quadrados de área particular, possuem três ou quatro quartos e piscina privativa no piso superior. Pensadas para os clientes que desejam ter um refugio de férias, as casas podem ser uma ótima alternativa tanto como segunda moradia na praia ou para serem utilizadas em oportunidade de negócio ou para serem alugadas por temporada. O condomínio Tivoli Ecoresidences Praia do Forte foi projetado por Bernardes & Jacobsen Arquitetura, escritório originário do Rio de Janeiro e um dos maiores do Brasil, com mais de 1.000 projetos realizados em áreas residenciais, escritórios, design de móveis, além de empreendimentos, entretenimento e lazer. Reputado por sua linguagem própria, compartilhada pelos sócios Thiago Bernardes, Paulo Jacobsen (por 25 anos sócio de Claudio Bernardes, que faleceu há dois anos) e Bernardo Jacobsen, o escritório foi buscar na arquitetura sustentável o equilíbrio e a harmonia que compõem todos os detalhes desse projeto. Se valendo do uso de materiais naturais e conjugando os espaços interiores e exteriores com seu estilo inconfundível, os arquitetos transformaram as Ecoresidences em mais um símbolo da criatividade brasileira com grande valor agregado. Com uma proposta inovadora, onde a área social - sala, bar e deck - estão localizadas no piso superior e as suítes no térreo, Bernardes & Jacobsen Arquitetura deu uma dimensão ampla e visual ao projeto das Ecoresidences. “Este modelo permite que a ventilação local seja aproveitada, além de proporcionar uma vista panorâmica de toda a área verde do empreendimento”, constata o arquiteto Paulo Jacobsen. Para mais informações acesse: www.tivoliecoresidencespraiadoforte.com


53 Tivoli Ecoresidences Praia do Forte

For those who want to relax, a great option is the “Thalasso SPA”, a 4 thousand square meter area totally dedicated to the well-being. The spa features a beauty parlor, gym and relaxation area with a large heated whirlpool, three saunas, bithermic circuit, ice water tank and rock trail. The area has 25 private rooms for dozens of treatments such as massages, beauty treatments and thalassotherapy sessions, among others. The Thalasso Spa also has an area on the beach, the Beach Spa, in the hotel gardens, which various types of massage are offered.

Sustainable development In order to improve the quality of life of local people, the Tivoli Ecoresort Praia do Forte develops environmental projects. Since the beginning of its activities, the resort has adopted a policy of environmental responsibility that inspires and permeates all activities of the company.“While staying at the Tivoli Ecoresort Praia do Forte, our customers know they are part of an enterprise that was the foundation of the social and economic development of the region”, says Alexandre Solleiro. At the Tivoli Ecoresort Praia do Forte there are trails, visits to the Tamar Project and whale watching. Along with educational activities, values such as environmental conservation are also among the priority projects of the hotel.

TIVOLI ECORESIDENCES PRAIA DO FORTE Sustainable Architectural: The Tivoli Ecoresidences Praia

do Forte was born embraced by the sea breeze and surrounded by the preserved native forest that scales the land. This horizontal condominium is fully integrated with the Tivoli Ecoresort Praia do Forte, in the northern shoreline of Bahia, occupying a land larger than 150 thousand square meters, with the total built and common use area extension making up slightly more than 10% of the total surface, with the remaining hectares belonging to an environmental preservation area. The development is made up of 42 ecoresidences, which have a private area of between 320 and 650 square meters, three or four rooms and a private upper floor pool. Planned for clients who wish to have a luxurious option to enjoy a vacation getaway, with the houses being a great alternative for a second home on the beach or used for business purposes or even leased throughout the year. The Tivoli Ecoresidences Praia do Forte condominium was designed by Bernardes & Jacobsen Arquitetura, a studio from Rio de Janeiro and one of the greatest in Brazil, with more than 1,000 executed projects in residential areas, offices, furniture designs, as well as developments and entertainment ventures. The studio is known as having an own language, shared by the partners, Thiago Bernardes, Paulo Jacobsen (Claudio Bernardes’s partner for 25 years, who passed away two years ago) and Bernardo Jacobsen. Having searched through sustainable architecture the equilibrium and harmony that make up the details of this project, and taking advantage of the use of natural materials and combining the internal and external spaces with their unmistakable style, the architects transformed the ecoresidences into a symbol of Brazilian creativity. With an innovative proposal, in which a social area – living room, bar, deck, pool – is located on the upper level and the suites in the ground level, Bernardes & Jacobsen Arquitetura gave a wide and visual dimension to the Ecoresidences project. “This model allows us to take advantage of the local ventilation, as well as providing a panoramic view of all of the development green area”, architect Paulo Jacobsen said. For more information visit: www.tivoliecoresidencespraiadoforte.com S


54 concept i M E N I N A D E SI GN G RO U P

OS NOVOS conquistadores

Harmonia: a luminária Evans, inspirada no pianista Bill Evans, feita de latão com banho de ouro e cúpula em alumínio negro Harmony: gold-plated Evans lamp, inspired by piano player Bill Evans, made of brass with a black aluminum lampshade

As marcas Boca do Lobo e Delightfull despontam no mercado português e levam para além-mar a nova cara do design lusitano Por Lucio Oliveira fotos Boca do Lobo Studio, e delightfull studio by Sofia Silva

Português, com certeza: o premiado aparador Heritage faz uma homenagem a um dos ícones do país, a pintura em azulejo Portuguese, for sure: the award-winning Heritage cabinet is a tribute to painted tiles, an icon in Portugal.


55 Chique em retalhos: a cômoda Queens, da coleção Colors, da Boca do Lobo, é composta por folhas de madeiras exóticas Bits of refinement: the Queens bureau from the Colors collection by Boca do Lobo is made from the leaves of exotic woods Personalidade: a recém-lançada Amy Lamp, inspirada em Amy Winehouse, também leva banho de ouro em sua base Personality: recently launched Amy Lamp, inspired by Amy Winehouse, also has a gold-plated base

Reflexos: Apollo une 13 espelhos emoldurados por madeira folheada a ouro ou prata Reflections: Apollo combines 13 mirrors framed with a hardwood finish and gold or silver leafing


56 concept i M E N I N A D E SI GN G RO U P O SUCESSO DAS MARCAS É TÃO JOVEM QUANTOS OS PROFISSIONAIS QUE NELAS TRABALHAM: A MAIORIA NEM CHEGOU AOS 30 A BRAND’S SUCCESS IS AS YOUNG AS ITS PROFESSIONALS: MOST OF THEM ARE NOT EVEN 30

Quilates Projetado para ser uma verdadeira joia, Diamond, da coleção Soho, é um aparador em madeira, revestido com folhas de prata e um luxuoso verniz translúcido ametista, e com interior folheado a ouro. Os pés da peça, em forma de cabeça de leão, são feitos de mogno com folhas de ouro. Karats The Diamond sideboard table from the Soho collection was designed to be a real jewel and is made of wood covered in silver leaf finish with a luxurious translucent amethyst varnish and gold leaf interior. Its lion-shaped feet are made of mahogany with gold leaf finishing.

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mália Rodrigues imortalizou o estilo de moradia lusitano. Na canção Casa Portuguesa, a fadista exalta a beleza das humildes habitações de sua terra, com paredes brancas pintadas de cal, cachos de uvas “doiradas”, duas rosas num jardim e um São José de azulejo. Os versos da cantora ainda emocionam, mas a simplicidade ficou no passado. Há anos, Portugal mostra uma faceta mais moderna e contemporânea. Tanto arquitetos quanto designers daquele país se destacam e, assim como os grandes navegadores gajos, saem da terrinha para atracar em outros portos. A bola da vez nesse cenário são as empresas Boca do Lobo e Delightfull, pertencentes a um mesmo grupo que reúne outras marcas de desenho portuguesas, a Menina Design. Originárias da pequena cidade de Rio Tinto, no norte do país, as grifes criam móveis e luminárias que são verdadeiras obras de arte. Ambas vêm abocanhando prêmios mundo afora, além de atrair o olhar criterioso da imprensa especializada em eventos como a Maison et Object, de Paris, Architectural Digest, de Nova York, Light and Building, na Alemanha, e o Salão do Móvel de Milão, considerado a maior feira de design do mundo. Sob o lema “design, personalidade, excelência, inovação e paixão”, a Boca do Lobo conta com o trabalho de experientes artesãos, que dominam técnicas manuais tão variadas como a ourivesaria, a talha, o metal, a pintura de azulejo e o trabalho em vidro e vernizes de alto brilho. Junta-se a essa tradição a tecnologia de ponta e o moderno traço de jovens designers. O resultado é muita sofisticação, elegância e um delicioso atrevimento em peças como o aparador Heritage, constituído por um painel de azulejos pintados a mão, o cofre de ouro Millionaire, o bar Pixel e seus 1088 triângulos em diversos materiais, os aparadores Diamond e Soho, primeira peça da marca, e os espelhos Venice e Marie Antoinette, esse último inspirado na polêmica rainha francesa.

Aliás, inspiração em grandes personagens é o fio condutor da outra marca, a Delightfull. Mas em vez de personagens monarcas, quem serve de ponto de partida para as já famosas luminárias é a realeza da música internacional. Nomes como Frank Sinatra, Aretha Franklin, Louis Armstrong, Astor Piazzolla e até Michael Jackson literalmente dão luz própria às criações da grife. Recentemente, quem foi homenageada pela empresa foi Amy Winehouse. Batizada de Amy Lamp, a peça em ouro cromado chama a atenção por sua cúpula negra envolta em uma faixa dourada e uma argola na lateral, que remetem ao penteado e brinco, marcas registradas da cantora inglesa. A chegada da luminária ao mercado causou um certo frisson na internet e conquistou os fãs da artista, morta em julho de 2011.“Pode-se dizer que seu design é arrojado, feminino, uma verdadeira homenagem. Impossível olhar para esse objeto e não se lembrar da cantora”, descreveu a designer gráfica Marisa Ota, curadora e organizadora da feira Paralela Gift e articulista no canal de decoração do portal IG. E o sucesso dessas marcas nascidas há pouco menos de uma década é tão jovem quanto a idade dos profissionais que nelas trabalham (a maioria nem chegou à casa dos 30). Amandio Pereira criou a Boca do Lobo em 2005, junto com os amigos de faculdade Ricardo Magalhães e Pedro Sousa, e hoje comanda dos Estados Unidos a Menina Design. Já Diogo Carvalho, de apenas 25 anos, mora na cidade do Porto e é a mente por trás do último lançamento da Delightfull. O diretor criativo da Boca do Lobo, também de 25 anos, é Marco Costa, que explica a origem do nome.“Quando o Amândio estudava design em Milão, conheceu a expressão ‘in bocca al lupo’, que que significa boa sorte”, conta ele, que já expôs nos principais salões e ganhou importantes prêmios. >>


57 Tecnologia Pixel é composta por 1088 triângulos folheados com materiais como ouro e prata, madeira e acabamento em laca. A parte de dentro da peça, que pode ser utilizada como armário ou bar, possui gavetas espelhadas, com acabamento bisotado e puxadores em bronze. Technology Pixels is made up of 1088 triangles finished with gold, silver, wood leafing and lacquer. Its interior can be used as a cabinet or bar, with beveled mirror drawers and brass handles.

The New conquerors The brands Boca do Lobo and Delightfull rise in the Portuguese market and take the new face of Portuguese design overseas

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deliciously audacious pieces like the Heritage sideboard, made up by layers of hand painted tiles, the golden Millionaire safe, the Pixel bar and its 1088 triangles with a diversity of finishes, the Diamond and Soho sideboards, and the Venice and Marie Antoinette mirrors, this last one inspired by the controversy French queen. By the way, seeking inspiration in great figures is the thrust of the other brand, Delightfull. But instead of monarchy figures, music stars inspire the famous lamps. Names like Frank Sinatra, Aretha Franklin, Louis Armstrong, Astor Piazzolla and even Michael Jackson literally lighten the creations. Recently a lamp was named after Amy Winehouse. Amy Lamp, as it was called, draws the attention because of its black dome surrounded by a golden ribbon and a hoop at its side, which reminds us of the British singer’s hairdo and earring. When the lamp got to the market there was a bit of a frisson on the net and it immediately won the fans of the singer who died in July 2011. “We might say it has an audacious and feminine design, a real tribute. When you look at it, it´s impossible not to think of the singer”, said the graphic designer Marisa Ota, curator and manager of Paralela Gift Fair and writer of articles for the Portal IG´s decoration section. The success of these brands is great, yet it´s recent, since they were created less than a decade ago. And if they are young, so are those in charge of them. Most of the people who work there haven´t reached their 30s yet. Amandio Pereira started Boca do Lobo in 2005, together with his college friends Ricardo Magalhães and Pedro Souza, and today he commands it from the U.S.A. And Diogo Carvalho, who is only 25 years old, lives in Porto and is the creative mind behind Delightfull´s latest novelty. Marco Costa, Creative Director at Boca do Lobo, also 25, explains the origins of the name. “When Amândio was studying in Milan, he learned the expression ‘in bocca al lupo’, which means good luck”, says Marco, whose pieces have already been featured in the leading design shows and won distinguished awards.

malia Rodrigues made famous the Portuguese style of houses. In the song“Casa Portuguesa”, which means “Portuguese House”, the fado singer praises the beauty of the humble houses of her land, with their whitewashed walls, golden bunches of grapes, two roses in a garden and an image of St. Joseph made up of tiles. The verses are still touching, but this simplicity belongs to the past. For many years, Portugal has been showing a more modern and contemporary facet. Outstanding architects and designers, just like the great Portuguese sailors, are setting out to find new harbors. Boca do Lobo and Delightfull - which belong to Menina Design Group, that gathers other brands of Portuguese design - are the “in” companies at the moment. The companies come from a small town in the north of the country, called Rio Tinto, and create furniture and lamps that can be considered real works of art. Besides that, both of them have been collecting prizes throughout the world and have also been drawing the attention of the critical press, specialized in events like the Maison et Object, Architectural Digest (New York), Light and Building (Germany), and Milan Furniture Fair, considered the biggest design fair in the world. “Design, personality, excellence, innovation and passion” – that´s the motto of Boca do Lobo, which counts on the work of experienced craftsmen who master a variety of manual techniques such as goldsmithery, carving, metal, tile painting, glass and varnishing. And on the top of all this tradition are the cutting-edge technology and the modern drawings of young designers. As a result we have sophisticated, elegant and >>

Ecos venezianos Resultado de cinco anos de pesquisas, o espelho Venice é uma das criações premiadas da Boca do Lobo. O objeto foi inspirado nos antigos palácios venezianos e faz parte de uma edição limitada da marca portuguesa. Venetian echoes The product of five years of research, the Venice mirror is one of the award-winning creations by Boca do Lobo. The piece was inspired by old Venetian palaces and belongs to a limited edition set from the Portuguese brand.


58 concept i M E N I N A D E SI GN G RO U P Mistura de estilos: o aparador Soho é o primeiro lançamento da Boca do Lobo e simboliza o DNA da marca, com referências variadas Mix of styles: Soho is the first collection to be launched by Boca do Lobo and symbolizes the brand’s DNA with its varied references

Marco Costa

Amandio Pereira

Clientes incluem princesas europeias Amandio Pereira conta sobre o atrevimento que faz parte do DNA das marcas. the Hemisphere >> Como surgiram a Boca de Lobo e Delightfull? Amandio Pereira >> A Boca do Lobo e a Delightfull surgiram dentro do grupo Menina Design, criado em 2003. Naquela época, queríamos elevar o design português à escala mundial e meu sócio Ricardo Magalhães e eu percebemos que nosso país tinha muitas cartas para dar nessa área. Com muito esforço e pouca experiência, nos lançamos nessa aventura. A primeira marca a surgir foi a Boca do Lobo, em 2005. Nossa intenção era chocar e, ao mesmo tempo, trazer sentimentos de nostalgia. Já em 2008, o mercado português sentia falta de algo único no que diz respeito à iluminação. Foi aí que criamos a Delightfull e suas peças vintage. Qual foi a primeira peça? >> A primeira coleção foi Soho e uma das primeiras peças foi o aparador que deu nome à linha. Essa peça rapidamente foi reconhecida como algo diferente no design português e graças a ela demos nosso primeiro grande passo. Como as marcas ficaram conhecidas em Portugal? >> As peças que criamos são muito marcantes, com design controverso. Além disso, o uso de materiais nobres e técnicas manuais portuguesas fizeram com que a Boca do Lobo fosse ganhando notoriedade em Portugal. Mas como nosso foco foi sempre o mercado internacional, isso fez com que Portugal nos visse como um caso de sucesso. As marcas são um reflexo de um novo design português? Qual o principal destaque desse novo desenho lusitano? >> A Boca do Lobo foi atrevida e criou a sua própria linguagem, tornando-se única e com uma personalidade que facilmente se distingue no mundo do design. Essa é também uma forma de comunicarmos ao mundo parte da cultura portuguesa. Podemos olhar para a Boca do Lobo e sentir o design português? Sim, mas nós não somos o espelho que reflete tudo de bom que se tem feito ultimamente no design em Portugal. Onde as marcas têm loja? >> Nossa sede é em Rio Tinto, mas estamos no Hotel Infante Sagres, um cinco estrelas decorado com peças da Boca do Lobo, na cidade do Porto. Também temos algumas lojas e representantes da marca nos Estados Unidos, Barcelona, Hong Kong, Reino Unido e vários outros lugares do mundo. As marcas possuem representantes no Brasil? Há interesse em nosso mercado? >> Estamos estudando como será nossa abordagem no Brasil, pois já temos alguns interessados no negócio e muitas pessoas que gostam da marca. Mas existem algumas dificuldades no que diz respeito à taxas alfandegárias e a distância do país. As marcas possuem compradores famosos? >> Sim. Em Portugal, uma de nossas clientes mais conhecidas é a fadista Mariza. Mas até um apresentador da BBC de Londres e princesas europeias já compraram conosco. >>


Robusto e extravagante: o cofre Millionaire tem estrutura em mogno, revestimento de bronze polido mergulhado em ouro, e custa 20 mil euros Robust and extravagant: the Millionaire safe has a mahogany structure, is coated in highly polished, gold-plated brass, and costs €20 thousand

Clássico renovado: a mesa York, da coleção Soho, tem gavetas laqueadas e puxadores feitos a mão Renewed classic: the York side table from the Soho collection features lacquered drawers and handcrafted handles

European Princesses as clients The Hemisphere >> How were Boca do Lobo and Delighfull created? Amandio Pereira >> They originated within Menina Design Group, created in 2003. At that time we wanted to take Portuguese design to a new level, worldwide, and my partner Ricardo Magalhães and I realized that our country had a lot to offer in this field. With a lot of will and little experience we set out on this venture. Boca do Lobo came first, in 2005. Our aim was to shock and at the same time to evoke feelings of nostalgia. In 2008 we noticed the Portuguese market lacked something unique concerning lighting. It was then we created Delightfull and its vintage pieces. Which was the first piece? >> The first collection was Soho, and it was named after a sideboard, which was one of the first pieces. Its outstanding features were immediately recognized by our public and it was due to this piece we gave our first major step. How did the brands grow known in Portugal? >> The pieces we create are outstanding, they have a controversial design. Besides that, the use of noble materials and traditional Portuguese handcraft techniques caused Boca do Lobo to gain notoriety in Portugal. But, the fact that our focus has always been the international market also made Portugal see as a success case. Do the brands reflect the new design in Portugal? What is the main feature of this new Portuguese drawing? >> Boca do Lobo had a daring attitude and created its own language, so it became unique and its characteristics can be easily identified in the world of design. That is also a way for us to show the world part of the Portuguese culture. Is it possible to look at Boca do Lobo and fell the Portuguese design? Yes, but we do not reflect all the good things that have been done in Portugal lately in terms of design. Where can we find Boca do Lobo and Delightfull stores? >> Our headquarters is in Rio Tinto, but we are in a five star hotel in Porto named Infant Sagres, which is decorated with Boca do Lobo pieces. We also have some stores and brand representatives in the United States, Barcelona, Hong Kong, United Kingdom and many other places in the world. Can we buy pieces of the brands in Brazil? Is there interest in our market? >> We´re analyzing our approach in Brazil, as we have some people interested in the business and lots of people who like the brands. But there are certain impediments related to custom taxes and the distance of the country. Are there famous buyers? >> Yes. In Portugal one of our most famous clients is the fado singer, Mariza. But even a London BBC presenter and European princesses have bought our pieces.

Digno de uma rainha: esculpido a mão, coberto com folha de prata e verniz translúcido de alto brilho, o espelho Marie Antoniette mede 2,20 metros Fit for a Queen: hand sculpted Marie Antoinette mirror finished with silver leafing and high-gloss translucent varnish, 2.2 meters tall


60 concept i M E N I N A D E SI GN G RO U P

Lady Gaga na lista da Delightfull Diogo Carvalho é jovem, mas reconhece o valor da experiência dos velhos artesãos. Conheça as ideias do designer que, de forma sutil e criativa, criou luminárias que logo remetem aos grandes artistas que as inspiraram.

Diogo Carvalho

A voz: Frank Sinatra é homenageado em luminária em bronze, feita a mão e com cúpulas em alumínio The voice: a tribute to Frank Sinatra through a handmade brass lamp with aluminum shades

The Hemisphere >> Como é o processo criativo da Delightfull? Diogo Carvalho >> É bastante complexo. Não tentamos ser ultramodernos. Queremos criar peças atemporais usando as mesmas técnicas e materiais nobres de 50 anos atrás. Temos uma pequena oficina com velhos artesãos que sabem aquilo que fazem. Eles trabalham a mão e são essenciais no processo criativo, tirando nossas dúvidas e dando sugestões técnicas. Além disso, no nosso ateliê temos uma equipe de jovens designers que estão a par das últimas tendências e gostam de arriscar. No entanto, o processo criativo acaba por ser um balanço entre todo o know how dos nossos artesãos, da ingenuidade e coragem da minha equipe, com um conhecimento do nosso público alvo e do melhor que se faz na área da iluminação decorativa. Como é feita a escolha de um artista para uma luminária? >> As ideias vão surgindo de acordo com as músicas que estamos ouvindo no ateliê. Recusamos propostas todos os dias, mas em primeiro lugar é preciso respeitar e fazer justiça ao artista em questão. A inspirações podem ser mais literais, como aproveitar traços físicos ou o instrumento que tocam, ou até tentar reproduzir a aura de momentos marcantes. Por exemplo, é como se Frank Sinatra estivesse cantando à beira de um piano de cauda, com uma luminária Sinatra ao lado marcando sua elegante presença. Por que uma peça inspirada em Amy Winehouse? >> Nesse mercado temos de ser extremamente criativos. Como sou um grande fã da Amy, foi uma ideia que surgiu de forma natural, porque sempre ouvíamos sua música em nosso ateliê. Criar a luminária foi uma forma de prestar um tributo a uma grande artista salientando e usando seus traços físicos mais fortes. Quanto tempo vocês levam para fabricar cada peça? >> Para você ter uma ideia, por mais simples que aparente ser, a Amy é bastante complexa. Seu trabalho é feito por somente um artesão e leva cerca de 25 horas para ser finalizado. Existe uma preocupação da Delightfull em trabalhar com materiais inovadores? >> Como nossas peças são quase artesanais, preferimos trabalhar com materiais clássicos, como latão, cobre, alumínio e até mármore de Carrara. Quem será o próximo homenageado pela Delightfull? Algum artista brasileiro? >> Nosso próximo projeto é uma luminária inspirada em Lady Gaga. Um artista brasileiro? Aguardamos sugestões! Quem sabe uma homenagem a Carmen Miranda e a Portugal e Brasil? S


61 Delicadeza: lustre em aço cromado com bocais laqueados em preto faz referência à cantora e pianista Norah Johnes Delicacy: chrome-plated hanging lamp with black lacquered lamp sockets, a tribute to singer and pianist Norah Jones

Lady Gaga on the list Diogo Carvalho is young but he knows how valuable the old craftsmen’s experience is. Get to know the ideas of this designer who, in a subtle and creative way, created lamps that refer to the great artists who inspired them. The Hemisphere – How is the creative process of Delightfull? Diogo Carvalho >> It´s quite complex.We don’t try to be extremely modern. We want to create timeless pieces using the same techniques and noble materials used 50 years ago. We have a little workshop where old craftsmen do what they do better. Work is essentially done by hand and they are absolutely necessary for the creative process, helping us with our doubts and suggesting techniques. Besides, in our atelier we have a team of young designers who are aware of the latest trends and like to take risks. In the end the creative process is a result of the balanced combination of all the knowhow of our craftsmen, the naivety and courage of our team, the awareness of our target and the best quality in what’s done in decorative lighting. How do you choose the artist who is going to inspire a creation? >> The ideas pop up to the sound of the music we listen to in the atelier.We refuse offers every day, but first of all it is necessary to respect the artist. The inspiration can be more literal, as for example when we use their physical characteristics or the instrument they play, or we can even try to reproduce the aura of remarkable moments. For example, it´s like Frank Sinatra is singing next to a grand piano, with a Sinatra lamp representing his elegant presence. Why Amy Winehouse as an inspiration? >> In this market we have to be extremely creative. As I am a big fan of Amy, the idea came up as something natural, because we were always listening to her music in our atelier. Creating this lamp was a way to pay a tribute to a great artist, by stressing her strongest physical traits. How long does it take you to manufacture each piece? >> For you to have an idea, as simple as this lamp may look,Amy is quite complex. It is done by only one craftsman and it takes around 25 hours until it’s concluded. Is there a concern with the use of innovative materials? As our pieces are nearly handmade, we prefer to work with classic materials such as brass, copper, aluminum, and even Carrara marble. Who will Delightfull pay a tribute to next? A Brazilian artist perhaps? >> Lady Gaga is the inspiration for our next project.A Brazilian artist? Suggestions are welcome! Who knows, maybe a tribute to Carmen Miranda and Brazil and Portugal at once? S

Sopros: inspirada na lenda viva do jazz Clark Terry, a luminária Clark faz referência aos trompetes do músico americano Breaths: inspired by living jazz legend Clark Terry, the Clark hanging lamp is a homage to the trumpets of this American musician


62 identity i J E A N N E AU


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A soberana dos mares

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Marca francesa de barcos que começou de uma paixão por velejar é hoje referência no mundo náutico e tem no portfólio a lancha premiada como o melhor design do ano

até o lago Tricherie, a cerca de oucas experiências são tão dez quilômetros de Les Herbiers. sedutoras quanto velejar, Ali, eles eram lançados, a toda ainda que somente na imavelocidade, sobre uma rampa ginação. E, para algumas de madeira para aterrissar em pessoas, o assunto pode virar um um campo, a fim de testar o verdadeiro caso de amor para a viimpacto. No comando do leme, da inteira. Apaixonado por carros o próprio Henri Jeannneau. e aviões, o francês Henri Jeanneau, Adquirida a confiança necessáproprietário de uma loja de ferraria para adotar a nova técnica gens, se encantou com a ideia de no lugar do método artesanal, mergulhar no mundo náutico “paPor Alice Rivero sua empresa começou a faquerando” os barcos que desfilavam zer barcos maiores. Em 1966, diante de sua janela durante uma viagem à costa da França. Em 1956, ele participou de uma tradicional Jeanneau ampliou o portfólio com seu primeiro iate, o Impérator e longa regata com seis horas de duração em Paris, tendo sido o 900, barco de 29 pés. E, na década de 1970, ajudou a massificar o primeiro a cruzar a linha de chegada. O que pode também ser visto prazer de velejar com o lançamento do veleiro Sangria, que teve como a linha de partida, porque a partir dali ele decidiu de uma vez 2.700 unidades vendidas no dia da estreia. Até hoje, o modelo tem espaço no mercado — um usado custa em torno de nove mil euros. por todas dedicar sua vida aos barcos. De lá para cá, o caráter artesanal da fabricação minguou, mas não Foi em Les Herbiers, cidade do interior da França, mais ou menos entre o litoral e o vale do rio Loire, onde vivem tradicionais a preocupação com os detalhes. Hoje, os designers trabalham com e talentosas famílias de artesãos, que Jeanneau começou a construir softwares que projetam suas ideias em três dimensões e máquinas sua primeira embarcação, algo mais parecido com um bote, com de corte a laser que garantem a perfeição do acabamento. O casco de madeira, em 1957. Sim, a paixonite foi tamanha que ele desenvolvimento tecnológico foi tão significativo que a companhia não se contentou em adquirir um barco, mas decidiu dedicar sua criou uma divisão especializada, a JAT (Jeanneau Advanced vida à confecção artesanal de veleiros e barcos a motor. Em 1959, Technologies), para projetos especiais. Entre eles, a criação do inaugurou a Nautical Hall of the West, empresa que logo viria a se trimaran navegado por Kevin Costner no filme Waterworld, de chamar, simplesmente, Jeanneau, uma das marcas náuticas mais 1995. Naquele mesmo ano, a Jeanneau foi incorporada pelo respeitadas atualmente, com 2500 funcionários e mais de 300 Beneteau, passando a fazer parte do maior grupo fabricante de barcos a vela do mundo. Hoje, os testes são feitos em travessias parceiros distribuidores no mundo todo. Na época, a França experimentava uma grande prosperidade oceânicas ou em circum-navegações, e o centro de Pesquisa econômica, e os franceses, assim como Henri Jeanneau, estavam & Desenvolvimento da empresa conta com 130 engenheiros se permitindo viver novos prazeres — entre eles, velejar. Além especializados, uma estrutura que iguala a companhia às grandes do momento propício, o sucesso do negócio foi garantido pela empresas aeronáuticas e automobilísticas. Em 2011, pela primeira vez a marca veio exibir seus produtos excelência na qualidade e inovação dos barcos produzidos por Jeanneau. Em 1961, por exemplo, ele projetou seu primeiro barco no Brasil. Durante a Boat Show, apresentou a lancha Prestige 500, a motor, batizado de Calanque, que misturava ao estilo esportivo representante da categoria de luxo da Jeanneau, com uma grande linhas robustas de uma fragata, tipo de navio de guerra. No ano suíte a meia-nau e dois camarotes, toda projetada para favorecer seguinte, lançou o primeiro barco com casco feito em fibra de a iluminação natural. Ela recebeu em Düsseldorf, Alemanha, o vidro — um material novo no mercado, novidade da indústria prêmio de lancha do ano de 2012. Criação encabeçada por Camillo petroquímica, que possibilitava que os cascos fossem premoldados, Garroni, em Cannes, França, já havia vencido o prêmio de melhor agilizando a produção, que passou a ser feita em escala, chegando design interior e foi eleita também a melhor do ano no Nautical a centenas de unidades finalizadas de uma só vez. Para testar a Design Awards, em Milão, Itália. Reconhecimento que consolida eficácia e avaliar o resultado, os barcos de Jeanneau eram rebocados a marca como soberana dos mares, no topo do mundo. >>


64 identity i J E A N N E AU

Lancha do ano: a Prestige 500 tem design premiado nos principais salões náuticos, suíte de luxo e dois camarotes Speedboat of the year: the design of the Prestige 500 has won awards at the leading nautical trade shows, and features deluxe suite and two cabins

TIME LINE

1956 Henri Jeanneau participa da regata “Six heures de Paris”. / Henri Jeanneau participates in the “Six heures de Paris” regatta. 1957 Fabricação do primeiro barco Jeanneau, um tipo de bote de madeira. / Jeanneau manufactures his first boat, a type of wooden skiff 1959 Lançado o primeiro veleiro da marca com casco feito em fibra de vidro. / The brand launches the first sailboat with a fiberglass hull. 1966 Lançamento do Impérator 900 inaugura linha de iates./ The Impérator 900 is launched, inaugurating the line of yachts. 1970 Popularização dos veleiros a preços mais acessíveis, com cascos premoldados feitos em fibra de vidro. / Sailboats at affordable prices become more popular, with preformed hulls made of fiberglass 1995 A marca é adquirida pelo Grupo Beneteau para criar a maior companhia de barcos do mundo. / The brand is acquired by the Beneteau Group, creating the largest boat company in the world 1995 -1997 Lançamento dos modelos Sun Fast 17 e Sun Odyssey 24.1 / Release of the SUN FAST 17 & Sun ODYSSEY 24.1 models. 2011 Jeanneau participa pela primeira vez da Boat Show em São Paulo, apresentando o modelo de luxo Prestige 500, premiado internacionalmente pelo seu design. / Jeanneau participates in the Boat Show in Sao Paulo for the first time, presenting the deluxe Prestige 500 model, internationally awarded for its design. S


65 The Queen of the Seas A French boat brand that was born from a passion for sailing is now a leader in the nautical world, with a speedboat in its portfolio having been awarded best design of the year

Few experiences are as seductive as sailing, even if it’s only in one’s imagination. And for some people, it could turn into a real, life-long love affair. With an affection for cars and airplanes, Henri Jeanneau, the French owner of a hardware store, became fascinated with the idea of diving into the marine world after “flirting” with the boats that paraded in front of his window during a trip to the coast of France. In 1956, he participated in the long, traditional six-hour regatta in Paris and was the first to cross the finish line. It could also be seen as the starting line because from that point on he decided once and for all to devote his life to boats. It was in 1957 in Les Herbiers, a town in the French countryside between the coast and the Loire River valley, and which was home to the traditional talented craftsmen families, where Jeanneau began building his first boat, which was more of a sort of wooden hulled skiff. Yes, his love was so great that buying a boat was not enough and he actually decided to devote his life to handcrafting sailboats and motorboats. In 1959, he inaugurated the Nautical Hall of the West, a company that would soon be called simply Jeanneau, which was to become one of today’s most reputable nautical brands, currently with 2,500 employees and more than 300 distribution partners worldwide. At the time, France was enjoying a period of great economic prosperity, and the French, like Henri Jeanneau, were indulging in new pleasures - including sailing. In addition to the perfect timing, the business’s success was guaranteed by the extraordinary quality and innovations in the boats produced by Jeanneau. In 1961 for example, he designed his first motorboat, called Calanque, which featured a sporty style with the rugged lines of a frigate, a type of battleship. The following year, he launched the first fiberglass hulled boat - fiberglass being a new material on the market and seen as a novelty from the petrochemical industry, which allowed for preshaping hulls and sped up production, which began to be carried out on a larger scale, with hundreds of units being constructed at once. To test their effectiveness and asses the results, Jeanneau boats were towed to Tricherie lake, about ten kilometers from Les Herbiers. There they were launched full speed up a wooden ramp where they landed in a field in order to test the impact. At the tiller, Henri Jeanneau himself. Once he was confident in replacing

the artisanal method with this new technique, his company began producing larger boats. In 1966, Jeanneau expanded his portfolio to include its first yacht, the Impérator 900, a 29-foot craft. And in the 1970s, he helped further popularize the pleasure of sailing with the launch of the sailboat Sangria, which sold 2,700 units at its release. To date, the model still holds a place in the market - a used one costs around nine thousand Euros. Since then, while the artisanal nature of the manufacturing has waned, the attention to detail has not. Today, designers use software to project their ideas in three dimensions and laser cutting machines to ensure perfect completion. Technological developments have been so momentous that the company created a special division, JAT (Jeanneau Advanced Technologies), just to handle special projects. One of these projects was the creation of the trimaran sailed by Kevin Costner in the 1995 movie Waterworld. That same year, Jeanneau was incorporated into the Beneteau Group and became part of the largest sailboat manufacturer in the world. Today, tests are performed during ocean crossings and circumnavigations, and the company’s R&D center has 130 specialized engineers, a framework that matches those of major aerospace and automobile companies. In 2011, the brand made its debut in Brazil. During the Boat Show, it presented the Prestige 500 speedboat, a representative of Jeanneau’s deluxe category, which features a large suite amidship and two cabins, all designed for natural lighting, and which won the award for 2012 speedboat of the year in Dusseldorf, Germany. The creation, led by Camillo Garroni in Cannes, France, had already won the award for best interior design and was also named best of the year in the Nautical Design Awards in Milan, Italy. This recognition consolidates the brand as the queen of the seas, at the top of the world. S

Dos botes de madeira à alta tecnologia: o primeiro ateliê da companhia e os barcos Love Love, Alize e Sangria, em sentido horário From wooden skiffs to high-tech: the company’s first workshop and the boats Love Love, Alize and Sangria, clockwise


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68 e vents i sotheby ’s

Lançamento theHemisphere Letras e sabores A festa de lançamento da revista The Hemisphere, dia 13 de dezembro, no Le Manjue Bistrot, na Vila Nova Conceição, reuniu executivos da Sotheby’s e da FortunA, responsáveis pela publicação, e muitos amigos. Os convidados degustaram delícias preparadas pelo chef Renato Caleffi e conheceram em primeira mão a revista, uma novidade editorial que retrata o mundo do luxo com sensibilidade e exclusividade.

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Letters and flavors The Hemisphere magazine launch party, held on December 13th at Le Manjue Bistrot, in the district of Vila Nova Conceição, São Paulo, gathered Sotheby’s and Fortuna executives, magazine collaborators and many friends.The guests relished delicacies prepared by chef Renato Caleffi and were the first ones to lay eyes (and hands!) on the magazine, a novelty which depicts the world of luxury in a sensitive and unique way. fotos por Juliana Devito

01. Jaime Monteiro, Celso Pinto, André Franco e Fátima Franco 02. Denilson Milan, Nina Franco e Carolina Zanco 03. Jefferson Zinneck

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04. Eloy Silva, Stephanie Skok, Marly Skok e Denilson Milan 05. Nina Franco e Rosane Aubin 06. Claudia Herszenhaut e Jaime Herszenhaut 07. Camila Amorim, Freddy Hermann e Denilson Milan 08. Cristina Cerny, Alexandre Almeida e Eduardo Kimura 09. Lili Tuneu, Denise Lavezzo e Denilson Milan

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70 la nça men to s i Sothe b y’ s I nt e r nat i o na l R e a lt y

( C r e ci 5 5 6 8 3 j )

Vila Madalena

SGV3107

Duplex com uma incrível vista das árvores vizinhas, localizado na Vila Madalena, um dos bairros mais descolados e luxuosos da cidade. Oferece uma união de classe e modernidade a seus moradores. Dependências de empregada, amplas salas de jantar e de estar, e varanda nos dois pavimentos. Duplex with an incredible view of neighboring trees, located in Vila Madalena, one of the city’s most fashionable and luxurious neighborhoods. It gives its residents both class and modernity. Maid’s room, large living and dining room, and a balcony on both floors.

Comercialização: Venda Valor: Sob consulta Área privativa: 230m² Suítes: 3 Vagas: 3

Alto de Pinheiros

SGV3111

Apartamento decorado por Esther Giobbi. Dispondo de localização excepcional no Alto de Pinheiros, este belíssimo projeto integra arquitetura e natureza em perfeita harmonia. O condomínio possui acesso exclusivo ao Shopping Villa-Lobos e conta com belíssimo paisagismo assinado por Isabel Duprat. Pronto para morar. Apartment decorated by Esther Giobbi. This beautiful design in the outstanding location of Alto de Pinheiros brings architecture and nature together in perfect harmony. The condominium has exclusive access to the Shopping Villa-Lobos mall and a beautiful landscape design signed by Isabel Duprat. Ready to move in to. Comercialização:Venda Valor: Sob consulta Área privativa: 364m² Suítes: 4 Vagas: 5

Fazenda SerrAzul

SGV3125

Possui aproximadamente 800.000 metros quadrados de área total e conta com uma infraestrutura completa, que inclui moderno sistema de cabeamento subterrâneo, oferecendo o máximo de comodidade a seus moradores e reforçando o valor paisagístico do empreendimento. O Fazenda SerrAzul Santa Maria oferece opções de lazer para todos os gostos.

It has approximately 800,000 square meters of total area and full infrastructure, including an underground wiring system to provide maximum comfort to its residents and enhance the landscape value of the project. Fazenda SerrAzul - Santa Maria features entertainment options for all tastes. Comercialização:Venda Valor: Sob consulta Área dos terrenos: De 1000 até 5600m²


la nça m e n tos 71

Praia das Pitangueiras

SGV3144

A felicidade possui diversos caminhos. No boulevard mais sofisticado da Praia das Pitangueiras, ao lado do Shopping La Plage e a 50 metros da praia mais desejada do Guarujá. Todos os apartamentos com terraço gourmet. Segurança, sofisticação e lazer completo no melhor endereço. Boulevard La Plage. Happiness has several paths. Located on Pitangueiras beach’s most sophisticated boulevard, this site sits next to La Plage Mall, 50 meters from the most sought-after beach in Guaruja. All apartments feature a dining balcony. Total safety, sophistication and leisure at the best address. Boulevard La Plage. Comercialização:Venda Valor: Sob Consulta Área privativa: De 100 a 110m² Dormitórios: 3 Suítes: 1 Vagas: 2

Vila Madalena Privilégio reservado para apenas duas famílias. Coberturas duplex com vista permanente para o Alto de Pinheiros, ótimo aproveitamento da luz natural, que oferecem tanto ar livre como privacidade. Pronto para morar. A privilege for just two families. Duplex penthouse with a permanent view of Alto de Pinheiros, great use of natural light that provides both an outdoor feeling and privacy. Ready to move in to.

Comercialização:Venda Valor: Sob consulta Área privativa: 256 e 335m² Suítes: 2 e 3 Terraços: 3 Vagas: 3

Quinta da Baroneza

SGV3175

O mais importante empreendimento de campo do Brasil está na sua última fase de terrenos, Quinta da Baroneza é um empreendimento consolidado e em pleno funcionamento, com intensa atividade esportiva e social. A 90 quilômetros de São Paulo. The most important rural development in Brazil is in its final phase. Quinta da Baroness is a consolidated venture that is up and running, with numerous sports and social activities. 90km from Sao Paulo.

Comercialização:Venda Valor: Sob Consulta Área dos terrenos: De 3000 a 5084m² Prontos para construir.


72 la nça men to s

Jardins

SGV3211

O projeto conta com ótima infraestrutura além de ter uma arquitetura com design inovador. Uma oportunidade de ter um ponto comercial localizado na região mais nobre de São Paulo, a 100 metros do metrô e com fácil acesso às principais vias da cidade. The project has excellent infrastructure and an innovative architecture design. An opportunity to have a business location in the noblest region of São Paulo, 100 meters from the subway with easy access to the city’s major roads.

Comercialização:Venda Valor: Sob consulta Área do terreno: 1200m² i Área das salas: De 38 a 440m² Vagas: 88

Praia do Forte

SGV3215

Ilha do Mediterrâneo é mais um luxuoso lançamento do empreendimento Iberostate, localizado dentro do Resort 5 estrelas Iberostar, considerado um dos melhores do Brasil, na Praia do Forte, Bahia. Ilha do Mediterrâneo is another luxury launch by the venture Iberostate and is located in the 5-star Iberostar Resort, renowned as one of the best in Brazil at Praia do Forte, Bahia. Comercialização:Venda Valor: Sob Consulta Área privativa: De 80 a 135m²

Campinas

SGV3218

O Parque Empresarial Campinas foi concebido segundo as mais avançadas técnicas urbanísticas, arquitetônicas, funcionais e sustentáveis, buscando conciliar objetivos relativos à produtividade, economia e conforto de seus usuários, à identidade e personalidade das empresas que nele se instalarem e à conectividade e harmonia com a vizinhança e o ambiente em que está inserido. The Campinas Business Park was designed after having employed the most advanced techniques in urban planning, architecture, functionality and sustainability. It seeks to bring together its users’ goals for productivity, economy and comfort when identifying the personalities of the companies that will set up there, and it has been established in harmony and balance with the surrounding neighborhood and environment. Comercialização:Venda i Valor: Sob consulta Área terreno: Mais de 17000m² i Área construída: 22000m² Área dos conjuntos: 123 e 194m² Vagas: 550


P RONTO PARA MORAR i sã o paulo 73

Parque Villa Lobos

AP0504

Apartamento de 364 metros quadrados muito bem distribuídos, planta quadrada. Projetado pelo arquiteto Oscar Mikail, dispõe de quatro suítes com armários Ornare, parte social em mármore piguês branco, cozinha Kitchens e uma das melhores vistas de São Paulo, de frente para o Parque Villa-Lobos. Conta também com cinco vagas independentes e depósito na garagem. A well-laid out, 364 square meter apartment, square floor plan. Designed by architect Oscar Mikail, it has four suites with Ornare closets, a social area in Pighes white marble, kitchen by Kitchens and one of the best views of São Paulo: out over Villa Lobos Park. It also has 5 + independent parking spaces + garage storage. Comercialização:venda valor: R$ 5.000.000,00 i Área útil: 364m² Dormitórios 4 Suítes: 4

Vila Nova Conceição

AP0026

Maravilhoso apartamento de 570 metros quadrados, com finíssimo acabamento e vista para o Parque do Ibirapuera. Apresenta amplo e ensolarado living para três ambientes, home theater, sala íntima, lavabo e terraço. Quatro suítes sendo a master com closet e hidromassagem. Conta também com copa, cozinha, área de serviço e três dependências para empregadas. Cinco vagas. A beautiful 570 square meter apartment with a very fine finish and view of Ibirapuera Park. It features a large, sunny living room for 3 different areas, home theater, family room, wash area and terrace. 4 suites, the master bedroom with a walk-in closet and whirlpool. It also has a kitchenette, kitchen, laundry facilities and 3 maid’s rooms. 5 parking spaces. Comercialização:venda e locação: Valor de venda: R$ 11.700.000,00 valor de locação: R$ 50.000,00 Área útil: 570m² Dormitórios: 4 Suítes: 4

Higienópolis

AP0377

Apartamento de altíssimo padrão e excelente localização em Higienópolis. São 493 metros quadrados úteis, living com piso em mármore grego, amplo terraço, quatro suítes com armários sendo a master com hidro, cozinha com armários e cinco vagas. Edifício com segurança Haganá, suíte para motorista, garagem para visitantes e lazer com piscinas e fitness. With an excellent location in Higienopolis, an apartment with 493m² of usable area sits atop one of the top floors; it has a living room with Greek marble, a spacious balcony, 4 suites with closets, a master bedroom with Jacuzzi, a kitchen with cabinets and 5 parking spaces for vehicles. The building is protected by Haganá security and offers a suite for the chauffeur, parking spaces for guests, swimming pool and a fitness center. Comercialização:venda i valor: R$ 6.500.000,00 Área útil: 493m² Dormitórios: 4 Suítes: 4


74 são paulo i P RONTO PARA MORAR

Itaim

AP0428

Ensolarado apartamento com ótima localização no Itaim, próximo a Faria Lima. 198 metros quadrados úteis, reformado, conta com living para três ambientes, terraço, sala de TV com home theater, três suítes, despensa e cozinha Kitchens. Sunny apartment with a great location in Itaim, close to Faria Lima avenue, 198m² of usable area, recently renovated, spacious living room, balcony, family room with home theater, 3 suites, pantry and kitchen designed by Kitchens.

Comercialização: venda valor: R$ 1.800.000,00 Área Útil: 198m² Dormitórios: 3 i Suítes: 3

Alto de Pinheiros

AP0449

Exuberante apartamento, um por andar, com 237 metros quadrados no Alto de Pinheiros. Com charme e requinte no acabamento. Quatro suítes com piso em mármore Carrara e armários; três livings, home theater, sala com lareira, sala de jantar e varanda com belíssima e imperdível vista. Conta também com escritório, copa, cozinha planejada com comunicação interna e dependência para empregada. Condomínio com piscina e lindo salão de festas com pé-direito alto. Luxury apartment occupying an entire floor, 237m², located in Alto de Pinheiros. With a charming and sophisticated finish, 4 suites, Carrara marble floor, wardrobes, 3 living rooms, home theater, sitting room with fireplace, dining room and balcony with a breathtaking view. It also has an office, a pantry and a specially designed kitchen that connects to the inside area and to the maid’s quarters. This property also features a swimming pool and a beautiful party room with vaulted ceilings. Comercialização:venda valor: R$ 1.650.000,00 i Área útil: 237m² Dormitórios: 4 i Suítes: 4

Jardim Paulista

AP0502

Fantástico apartamento de 349 metros quadrados úteis em localização privilegiada no Jardim Paulista. Ar condicionado em todos os ambientes e repleto de armários, quatro dormitórios sendo três suítes, master com closet e hidro, sala ampliada com piso em madeira de demolição e integrada à espaçosa varanda. Fantastic apartment with 349m² of usable area located in a privileged area of Jardim Paulista, air conditioning in every room, numerous closets, 4 bedrooms, 3 of which are suites. The master bedroom has a closet and Jacuzzi. It has a spacious living room with rustic wooden floors leading to the large balcony.

Comercialização:venda valor: R$ 5.200.000,00 Área útil: 349m² Dormitórios: 4 i Suítes: 3


P RONTO PARA MORAR i sã o paulo 75

Jardim América

CA0090

Espetacular casa com projeto de Marcos Tomanik no melhor ponto do Jardim América.Totalmente reformada, térreo com quatro amplas salas voltadas para o jardim com piscina aquecida, cozinha equipada, sala de almoço e lavanderia. 2° piso com quatro dormitórios sendo duas suítes, master com closet Sr. e Sra., escritório integrado ao terraço e copa. Conta ainda com anexo com academia, Jacuzzi, sauna, home theater e adega. Spectacular house designed by Marcos Tomanik, located in the best part of Jardim America. Completely renovated, first floor has 4 spacious living rooms overlooking the heated swimming pool, a fully-equipped kitchen, dining room and laundry area. The second floor has 4 bedrooms, 2 of which are suites, master bedroom with his and her closets, an office with a balcony and pantry. It also has a separate area with a fitness center, Jacuzzi, sauna, home theater, wine cellar. Comercialização:Venda Valor: sob consulta i Área Construída: 894m² Dormitórios: 4 i Suítes: 2

Jardim Guedala

CA0177

Casa em rua fechada no Jardim Guedala com projeto de Ugo Di Pace. 1.050 metros quadrados construídos com arquitetura diferenciada, iluminada, aconchegante e distribuída em vários níveis. Living com pé-direito duplo, piscina integrada à área social e ao jardim. Lounge com bar, sala de jantar, quatro suítes sendo uma master com lareira e hidro, sala de almoço e ampla cozinha equipada com ilha. House located on a gated street in Jardim Guedala, a project by Ugo Di Pace, one of a kind architecture with an area of 1,050m², lots of light, cozy, extending throughout many different levels. Living room with a vaulted ceiling, swimming pool connected to the social area and the gardens. Lounge with bar and dining room, 4 suites and a master bedroom with fireplace and Jacuzzi, dining room and spacious kitchen with island. Comercialização:Venda i Valor: R$ 6.900.000,00 Área Construída: 755 m² i Área do Terreno: 1255 m² Dormitórios: 4 i Vagas: 6

Morumbi

CA0341

Casa com belo projeto localizada no Morumbi. 650 metros quadrados construídos e vista para local arborizado, quatro dormitórios e 2 suítes, amplo living em desníveis, terraço com vista para jardim com piscina aquecida. Sala com lareira, sala de jantar e sala de almoço com terraço e acesso ao espaço gourmet, com forno a lenha, churrasqueira e mesa. A beautiful project located in Morumbi, 650m² of constructed area and a view of wooded area, 4 bedrooms plus 2 suites, spacious living area with different levels overlooking the garden and heated swimming pool. Living room with fireplace, lunch area and dining room with a veranda and access to a gourmet area with a wood burning oven, grill and table. Comercialização:Venda Valor: R$ 17.920.000,00 Área Total: 640000 m²


76 são paulo i P RONTO PARA MORAR

Alto de Pinheiros

CA0308

Uma charmosa residência espaçosa nos seus 1.198 metros quadrados de terreno com cinco dormitórios e duas suítes, ambientes bem divididos (jantar, dois livings, leitura, home, ambiente para jogos e/ ou jovens externo) com edícula para hóspedes e duas dependências. Piscina aquecida, jardinagem com palmeiras imperiais, canil, garagem para oito vagas. Alto de Pinheiros, em rua arborizada. A charming, spacious house with a 1,198m² property, 5 bedrooms and 2 suites, well divided areas (a dining room, 2 living areas, a reading area and an outside game/kids area), a guest house and two living quarters, with heated swimming pool, decorated with imperial palm trees, a dog kennel, garage and 8 parking spaces. Very well located in the middle of Alto de Pinheiros on a tree-lined street. Comercialização:venda valor: R$ 5.000.000,00 Área construída: 498m² Dormitórios: 5 Suítes: 2

Morumbi

CA0454

Fantástica casa no Morumbi. 2.200 metros quadrados construídos, seis suítes, seis salas, incluindo lareira, piscina com raia de 25 metros aquecida, churrasqueira, forno a lenha, brinquedoteca, fitness, canil, sauna e sala de descanso, dependências completas de empregados com três quartos e lavanderia, adega, sala de administração, gerador de energia e moderno sistema de segurança. Fantastic house located in Morumbi with 2,200m² of constructed area, 6 suites, 6 living rooms, a fireplace, a 25-meter-plus heated swimming pool, a grill, wood burning oven, a playroom, a fitness center, a dog kennel, a sauna, lounge, full maids quarters with 3 bedrooms. It also has a laundry area, wine cellar, meeting area, generator and security system.

Comercialização:Venda Área Útil: 74059 m² Área Total: 327500 m²

Jardim América

CO0057

Cobertura duplex no melhor ponto do Jardim América. 636 metros quadrados úteis, acabamento em mármore, três dormitórios sendo uma ampla suíte master ligada a suíte americana, living para três ambientes integrado ao terraço, sala de jantar, sala de estar, home theater, sala de almoço, adega, lavabo, despensa. Piso superior com jacuzzi, espaço gourmet e linda vista. This 636 square meter Duplex penthouse is located in the Jardim América neighborhood and features 3 bedrooms and marble finishing; 1 spacious master suite connects to the American style suite, a three-area living room leading to the balcony, a family room, dining room, home theater, lunch room, wine cellar, washroom and storage room. The top floor features a Jacuzzi, gourmet area and an astonishing view. Comercialização:venda valor: R$ 9.800.000,00 Área útil: 636m² Dormitórios: 3 i Suítes: 1


P RONTO PARA MORAR i f o r a d e sã o paulo 77

Guarujá

AD0003

Duplex de 729 metros quadrados úteis na Astúrias, Guarujá. Dois apartamentos unidos por uma escada, vista 360 graus, oito suítes, duas salas de estar, duas salas de jantar, dois amplos terraços com piscina e garagem com oito vagas. Condomínio com lazer completo. This 729 square meter Duplex is located on Astúrias beach, in Guarujá. Its two apartments are connected by a stairway and have a 360° view, 8 suites, 2 living rooms, 2 dining rooms, 2 spacious balconies, a pool and 8 parking spaces. The building provides excellent recreational facilities. Comercialização:venda Valor: R$ 3.800.000,00 Área útil: 729m² Dormitórios: 8 Suítes: 8

Barra da Tijuca

CA0347

Casa de 950 metros quadrados construídos em condomínio fechado na Barra da Tijuca. Ecologicamente correta com apro-veitamento de água da chuva, painéis solares e consultoria profissional de feng shui aplicada por toda a casa. Lazer privativo com sala de cinema, jardim, piscina, sala de recreação e deck. This gated community home is 950 square meters and is located in the Barra da Tijuca neighborhood; its environmentally friendly design has a rainwater collection system, solar panels and professional Feng Shui applied throughout the property. The house also has private recreational facilities such as a home theatre, garden, swimming pool, rec room and deck. Comercialização:Venda Valor: R$ 5.850.000,00 Área Construída: 950 m² i Área do Terreno: 1023 m² Dormitórios: 5 i Suites: 5 Sala: 5 i Vagas: 3

Quinta da Baroneza

CA0219

Linda casa com projeto assinado por Simone Mantovani, com linhas retas e sobrepostas. Pé-direito com 7 metros e grandes painéis de vidro. Localizada no sofisticado condomínio Quinta da Baroneza em Bragança Paulista, são 915 metros quadrados construídos com sete suítes, cinco salas, home theater com banho, lareira de pedra do mato, piscina com deck em madeira e dez vagas. A beautiful house designed by Simone Mantovani, the project was conceived with straight and overlapping lines; it has a 7 meter high ceiling and huge glass panels. The property is located in a sophisticated gated community called Quinta da Baroneza, in Bragança Paulista. The house is 915 square meters and has 7 suites, 5 living rooms, a home theater, stone fireplace, deck with swimming pool and 10 parking spaces. Comercialização:venda Valor: R$ 7.500.000,00 Área construída: 915m² Dormitórios: 7 Suítes: i 7 Vagas: 5


78 f ora de s ão paulo i P RONTO PARA MORAR

Campos do Jordão

CA0440

Casa padrão AAA, estupenda decoração, nove suítes, aquecimento central na casa inteira, piso aquecido em todos os ambientes, piscina coberta aquecida, jacuzzi, quadra poliesportiva com iluminação, bosque com tirolesa e arborismo, gazebo, espaço gourmet completo, deck com vista para o Vale do Capivari, living de Inverno, adega, canil, horta, irrigação automatizada em todo jardim, casa de caseiro individual, heliponto.100% murada e segurança com câmeras e alarme. This spectacular high-end house has an amazing interior design, 9 suites, central heating system, heated floors in every room, a heated indoor swimming pool, a Jacuzzi, a lighted sports court, an outdoor area with zip-lines and a ropes course, a gazebo, full gourmet facilities, a wooden deck facing Vale do Capivari, a winter room, a wine cellar, a dog kennel, vegetable garden, automated watering system throughout the entire garden, a caretaker’s facility and a heliport. The property is surrounded by walls and has a security system with alarm and cameras.

Belo Horizonte

Comercialização:venda i valor: sob consulta área construída: 2.000m² Dormitórios: 9 i Suítes: 9

CO0032

Excepcional e elegante cobertura duplex de 916 metros quadrados úteis em prestigiado edificio no bairro Luxemburgo, Belo Horizonte, com perspectiva de 360 graus proporcionando maravilhosa vista da cidade e da serra. Amplos e sofisticados ambientes sociais, acabamento Premium, cinco dormitórios sendo três suítes, lazer privativo com piscina, amplo terraço, fitness e SPA. This elegant 916 square meter high end duplex penthouse is located in a prestigious building in the Luxemburgo neighborhood of Belo Horizonte. The property has a 360 degree view of the city and mountains. All of its rooms are spacious, sophisticated and constructed with the highest quality finishing. There are 5 bedrooms, 3 suites, and private recreational facilities such as a swimming pool, large balcony, fitness room and spa. Comercialização:venda valor: R$ 3.850.000,00 Área útil: 916m² Dormitórios: 5 i Suítes: 3

Quinta da Baroneza

FS60583

Casa em estilo inglês projetada pelo arquiteto Antônio Scarpa. Área construída de 1.250 metros quadrados em dois pavimentos. Conta com seis suítes (podendo ampliar para nove), grande living para diversos ambientes integrado a terraço com vista para os jardins e piscina. Salas de almoço e jantar, copa, cozinha, residência separada para empregados. An English-style house designed by the architect Antonio Scarpa, with a constructed area of 1,250m² on two floors. It has six suites (which can be extended to nine), a large living room with various ambients that is integrated with the terrace overlooking the gardens and pool. Lunch and dinner rooms, kitchen, separate residence for employees. Comercialização: Venda Valor: R$ 11.900.000,00 Área Construída: 1250 m² Área do Terreno: 7123 m² Sala: 6 i Suites: 6


D E S TAQ U E S i sã o paulo 79

Casa Morumbi

CA0358

Belíssima residência localizada em uma das regiões mais imponentes do Morumbi. 2.390 metros quadrados construídos, cinco suítes, living para dois ambientes com pé-direito alto integrado com ampla varanda e incrível jardim. Acabamentos impecáveis. Ambientes amplos e com ótima distribuição de espaços. Área de lazer com espaço gourmet associado ao home theater, moderna sala de ginástica e spa com sauna e Jacuzzi. Garagem para mais de 20 carros. This gorgeous house is located in the Morumbi neighborhood, which is recognized as one of the city’s most impressive areas. This 2,390 square meter property has 5 suites, and a two-in-one living room with vaulted ceilings that is connected to a spacious verandah and an incredible garden. The property features large rooms and an excellent layout. Its recreational facilities include a gourmet area that leads to the home theater, a modern fitness room and a spa with sauna and Jacuzzi. There are parking facilities for more than 20 vehicles.

Comercialização: venda e locação Valor: sob consulta Área Construída: 2.390m² Dormitórios: 5 Suítes: 5


80 são paulo i D E STAQUE S

Minas Gerais

SGV3221

O Grand Lider Olympus é o primeiro private condomínio de Minas Gerais. Reunindo luxo, sofisticação e privacidade, o Grand Lider Olympus surpreendeu o mercado e consolidou-se como o empreendimento mais luxuoso de Belo Horizonte e região. The Grand Lider Olympus is the first gated community complex in the state of Minas Gerais. The complex provides the combination of luxury, sophistication and privacy. The Grand Lider Olympus has had a very positive impact on the Real Estate market and is considered the most luxurious complex in Belo Horizonte.

Comercialização: Venda Valor: Sob consulta Área privativa: 617m² Área do terreno: 52.000m²


D E S TAQ U E S i sã o paulo 81

Ilha da Almada

IL0003

O paradisíaco cenário da Ilha da Almada é composto por cerca de 192 mil metros quadrados e vista panorâmica do litoral norte, com árvores centenárias e vegetação abundante, a Ilha possui cerca de 2.800 metros de trilha em meio à mata nativa (Atlântica) e gruta com fonte de água potável. Casa sede de alto padrão com nove suítes, gerador de energia, heliponto, brinquedoteca, piscina, churrasqueira, três casas para funcionários e píer para embarcações. Ilha Almada is a 192,000 square meter island paradise with a panoramic northern seashore view, centuries-old trees and rich vegetation. The island has more than 2,800 meters of walking trails surrounded by the tropical rainforest known as Atlantic Forest, and has a fresh water cave. This is a high end property with 9 suites, a generator, a heliport, play room, swimming pool, barbecue grill, 3 houses for property caretakers and a pier.

Comercialização: venda Valor: sob consullta Dormitórios: 9 Suítes: 9


82 P inacot he c a

Edvard Munch O quadro O Grito, uma das obras mais reconhecidas no mundo, ao lado de clássicos como a Monalisa, será leiloado pela Sotheby’s de Nova York no dia 2 de maio. Segundo estimativas, a pintura, que tem quatro versões originais, poderá ser arrematada por 80 milhões de dólares. A versão que será colocada à venda é a única em mãos de colecionadores privados — as outras três pertencem a museus — e pertence à família de Peter Olsen há mais de 70 anos.

The painting The Scream, one of the most famous works of art in the world and a classic like the Mona Lisa, will be auctioned by Sotheby’s of New York on May 2. According to estimates, the painting, which has four original versions, could fetch as much as $80 million. The version to be auctioned is the only one privately owned – the other three belong to museums – and has belonged to Peter Olsen for over 70 years.


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