IMPERDIVEL - 98

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Desporto

Gilberto Mendes animado com projectos do Ferroviário de Maputo

IMPERDÍVEL REVISTA

Onde Mora a Chama da Esperança

Periodicidade Semanal Director Editorial: Gervásio de Jesus Ano IlI Edição nº 98 Sexta-Feira, 05 de Junho de 2020 Av. Karl Marx nº 1975 – RC Contactos +258 84 57 45 041; +258 84 55 27 437 Email revistaidolo@idolo.co.mz www.idolo.co.mz

IVETE MAIBAZE APELA SOCIEDADE A PÔR MÃO NA CONSCIÊNCIA

Economia

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Gapi faz parcerias Cabo Delgado para reduzir é prioridade importação de arroz do Governo

Política


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Sexta-Feira, 05 de Junho de 2020

Já a venda nas bancas

FICHA TÉCNICA

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Onde Mora a Chama da Esperança

Av. Karl Marx nº 1975 – RC Contactos +258 84 57 45 041; +258 84 55 27 437 Email revistaidolo@idolo.co.mz www.idolo.co.mz

MAPUTO - MOÇAMBIQUE

Director Editor Gervásio de Jesus gervasiodejesus@yahoo.com.br Redacção Gervásio de Jesus, Filomena de Jesus e Dalton Sitoe Colaboradores Samuel Sambo e João Chicote Paginação Cláudio Nhacutone

Web master Paulino Maineque Marketing Hélia Panguiwa e Nestor Arcanjo Endereço Av. Karl Marx nº 1975 – R/C Contactos +258 87 552 7444; +258 84 574 504 1; +258 84 55 27 437 Email: idolorevista@gmail.com revistaidolo@idolo.co.mz www.idolo.co.mz

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Poesia

Mães do Encanto dos Encantos! Unidade e diversidade exultam União de tantas gerações se tornam Encantos pelos cantos exaltam À Nação saúde e paz retornam Com actos maternais alertam Que mil barreiras dia-a-dia contornam! Seus encantos, abertas ofertas Por todos sempre esperando Experiências levam de almas abertas O mundo correm atenção prendando Pluralistas, tiram iras quão encobertas Poderosas mulheres no país liderando

(Rose Moreira, Maputo, 18/05/2020)

Defensora da Lei e Ordem! Zelo, dedicação e alegria Encantos atados ao uniforme Olhar fixo na nobre função Linda na postura conforme Hábil, n’alma tem noção Defensora da lei no país enorme! Firmeza de um olhar vigilante Lei e ordem pelo país mantendo Moçambique tranquilo avante Espaços antes negados sustendo Esposa e Mãe aplicada incessante Harmonia e bem-estar erguendo!

(Rose Moreira, Maputo, 17/05/2020)


Poesia

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Mulheres Base de Família! Sorrisos lindo-irmanados lançam Estilos destilados e refinados batem Olhares-furacões pelos cantos atiçam Ares de mães ausentes combatem Bases da família alargada içam Cultura e saber autóctone rebatem Presentes em partes certas Ausentes em negociatas ocultas De infinda doçura maternal cobertas Suas proles servem com medidas cultas Erudita, mulher partilha suas descobertas Forte base de famílias nada incultas!

(Rose Moreira, Maputo, 16/05/2020)

Luz, Harmonia e Beleza! Linda na cadência de cores Na luz de olhares meigos Harmonia de puros saberes Sabores, gostosura de figos Formosura ímpar discorres A todos apartas de perigos! Conflitos, pandemias vences Tua beleza ameniza mentes Sorridente, afável convences Mundo de ódio desmentes Nas profusões lírico-vistosas De mulheres lindo-virtuosas!

(Rose Moreira, Maputo, 30/04/2020)

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Flach 9 anos de Conservação da Biodiversidade


Flach

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9 anos de Conservação da Biodiversidade

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Dia Mundial do Ambiente

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“Uma educação que não escuta, não é educação” - adverte Papa Francisco O Papa Francisco dirigiu uma videoconferência por ocasião do Dia Mundial do Meio Ambiente. O Padre comunicou à milhares de jovens de 170 cidades de diferentes partes do mundo, num encontro que contou com a participação de líderes sociais e representantes de várias instituições parceiras da Scholas Occurrentes, espalhadas pelo mundo, entre elas as primeiras-damas da América Latina e do Caribe e o Reitor da Universidade Pedagógica de Maputo, Jorge Ferrão.

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articiparam, igualmente, diversas figuras do desporto, da arte e das ciências. Na ocasião, o Papa mostrou enorme preocupação com o meio ambiente, tendo destacado que “as feridas causadas à nossa mãe natureza são feridas que também sangram em nós, sendo

que o cuidado dos ecossistemas precisa de olhar para o futuro e não pode tratar apenas do imediato”. Segundo o Papa, a humanidade não pode ficar calada diante do clamor da natureza, numa altura em que testemunhamos os custos muito elevados causados pela destruição e exploração dos ecos-

sistemas. “Não é hora de continuar a desviar o olhar para o outro lado, indiferentes aos sinais de um planeta que está a ser saqueado e violado, pela avidez da ganância e em nome, muitas vezes, do progresso”, declarou Papa Francisco. Durante uma emissão que durou mais de uma hora, partilhada em plataformas digitais, o Papa Francisco também destacou os grandes feitos da Scholas Occurrentes, organização ligada a Igreja Católica e por ele criada, em Buenos Aires, há 20 anos, da qual a Universidade Pedagógica de Maputo é parceira, no apoio a crianças e adolescentes desfavorecidos, por meio de uma rede global de escolas pelo encontro, valorizando a arte, o desporto e a tecnologia nas propostas educativas.

Nas palavras do Bispo católico, “uma educação que não escuta, não é educação. A educação tem de escutar, criar cultura, e ensinar a celebrar”. Actualmente, a Scholas Occurrentes conta com 15 sedes regionais para 190 países, sendo as mais recentes as de Moçambique, Haiti, Estados Unidos, Japão e Chile. Assim, a Scholas Occurrentes vai criando pontes e abrindo portas em toda a geografia mundial. De realçar que o Dia Mundial do Meio Ambiente foi estabelecido pela Organização das Nações Unidas, em 1972, e é celebrado ao redor do mundo, por meio de iniciativas individuais e colectivas em defesa do meio ambiente, como forma de causar impactos positivos no planeta.


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Dia Mundial do Ambiente

Protecção ambiental

Nacala Logistics manifesta comprometimento A empresa logística de transporte de carvão das minas no oeste de Moçambique, Nacala Logistics, plantou, no âmbito da conservação da biodiversidade, cerca de 40 500 árvores nativas e exóticas, abrangendo uma área de 4.83 hectares ao longo de todo o Corredor de Nacala.

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acala Logistics procedeu ainda ao repovoamento de mangal em Nacala, numa extensão de 6.23 hectares. A iniciativa tem como objectivo a recuperação de áreas degradadas, de forma a manter o equilíbrio ecológico e de mitigar o impacto das operações no meio ambiente. A campanha de plantio envolve trabalhadores, escolas e comunidades locais. Aliás, no dia 5 de Junho último, celebrou o dia mundial do ambiente, realizando uma palestra online sob o tema “Mineração, logística e conservação da biodiversidade”. A sessão contou com a participação de todos os colaboradores da Nacala Logistics ao longo do Corredor Nacala. Por meio de um comunica-

do, aquela empresa fez saber os cuidados que têm observado para que a sua actividade não prejudique o meio ambiente. “Realizamos estudos, o controlo, e a monitorização da biodiversidade marinha de grande porte na baía de Nacala, de forma a poder perceber se existem even-

tuais impactos resultantes das operações no Porto de Nacala. Nos últimos tempos têm sido avistados mais animais marinhos de grande porte na baía (148 golfinhos e 10 baleias), um sinal bastante positivo de que a cadeia de logística está em harmonia com o meio ambiente”, destacou a empresa.

Sobre a logística de carvão, desde a mina de Moatize, em Tete, até ao Complexo portuário, em Nacala-à-Velha, Nacala Logistics afirmou que todos os vagões são aplicados o polímero para evitar a emissão de partículas durante o referido percurso. E no porto, o processo de descarga, armazenamento e embarque do carvão está sujeito ao processo de aspersão para evitar, também, a emissão de partículas para o meio ambiente.


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Conservação da biodiversidade

Ivete Maibaze apela sociedade a pôr mão na consciência A ministra da Terra e Ambiente, Ivete Maibaze, apelou aos moçambicanos a colocar a mão na consciência e a envolver-se nas acções concretas para reverter a perda acelerada de espécies de flora e fauna e a degradação do ambiente natural.

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egundo Ivete Maibaze, há cerca de um milhão de espécies de plantas e animais em risco de extinção como consequência da actividade humana em todo o mundo, sendo por isso necessário reavaliar a forma de produção, consumo e o modo de lidar com biodiversidade. “Cada espécie desempe-

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nha um papel importante para a manutenção de um ecossistema equilibrado e saudável. Os alimentos que comemos, o ar que respiramos e a água que bebemos vêm da natureza. Os medicamentos que usamos para o tratamento de enfermidades diversas têm a sua origem na biodiversidade. Todos nós temos um papel para reverter a perda da

biodiversidade e na preservação da natureza para o bem-estar de todos”, exortou a governante. A dirigente falava no âmbito do Dia Mundial do Ambiente, evento assinalado anualmente a cada dia 5 de Junho, com o intuito de impulsionar a realização de acções que contribuam para a protecção e preservação do ambiente.

Contudo, foi naquela ocasião destacado que os crimes contra a biodiversidade reduziram, em Moçambique, numa ordem de 24,9 por cento e pelo segundo ano consecutivo, nenhum elefante foi abatido na Reserva Especial de Niassa, e as comunidades que vivem nas redondezas nas áreas de conservação viram os seus rendimentos quadruplicar. Outro facto que mereceu destaque por parte da ministra foi o crescimento registado das receitas das áreas de conservação, que passaram de 26.9 milhões de meticais em 2012, para 181 milhões no ano passado, traduzindo-se no aumento do valor atribuído as comunidades que passou de 2.2 milhões, para 8.7 em 2019, no âmbito da política de partilha dos 20% das receitas do turismo baseado na natureza nas áreas de conservação.


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BIOGRAFIA

Biografia de António Costa

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hegou a Moçambique em 1986 como gerente da TELECOM, onde mais tarde passou a ser sócio e gerente daquela empresa até 2000. Chama-se António Manuel Nunes da Costa. É PCA da tvSD, uma empresa em que os agentes de segurança convivem sempre com ela, pois é distribuidora das Rádios de Comunicação que ora está na mão, ora fixado ao cinto. António Costa nasceu em Angola, em 1951. O relacionamento entre António Costa e a tecnologia iniciou em 1975, primeiro como funcionário na TELEMAR em Angola, onde foi um dos responsáveis pela implementação das comunicações aeronáuticas nos Aeroportos de Angola, depois como sócio da empresa TELESCAN em Portugal. Depois da experiência como gerente e sócio da TELECOM em Moçambique, durante 14 anos, fundou, em 2000, a tvSD,Lda. Trata-se de uma sociedade criada com Samira Chicalia, detentora de 50% do capital. A tvSD nasceu com o objectivo de trabalhar a franquia da Multichoise, mais precisamente gerir o seu produto, a DStv (Digital Satelite Television). Aliás, o nome da firma resulta da tradução daquele produto para a língua portuguesa – tvSD (Televisão Satélite Digital). Nos primeiros anos da sua existência foi responsável pela gestão da franquia Multichoise e mais tarde mudou de área de actuação, abraçando as telecomunicações. Mas por um tempo explorou as duas áreas, até por volta de 2013, altura em que a Multichoise instalou-se em Moçambique. Como PCA, António Costa iniciou a empresa com seis colaboradores, incluindo os sócios, e sem instalações próprias. Volvidos cerca de 20 anos, a firma emprega mais de 90 pessoas. Para além de ser distribuidora oficial das marcas Motorola Solutions, Itelbras, Inosat e Barret em Moçambique, sob sua direcção a empresa tornou-se responsável pelos sistemas meteorológicos que permitem os aviões levantarem o voo no território nacional; e emissão dos cartões NUIT (Número Único de Identificação Tributária). Costa teve, em 2018, uma passagem marcante como sócio maioritário na empresa Serenus, uma empresa de segurança na altura. Já foi, também, accionista fundador da Delta Segurança, onde depois de ocupar o cargo de vice-presidente da Assembleia-Geral, esteve como PCA e maior accionista. A preocupação pelo próximo é uma das suas maiores virtudes e um dos segredos do crescimento dos seus projectos. Para além de ser timoneiro da tvSD, é presidente da Mesa da Assembleia-Geral da Associação Casa do Gaiato de Maputo;

está ligado à Academia do Bacalhau (como presidente honorário); assim como presidente da Mesa da Assembleia-Geral da Associação Portuguesa de Moçambique. Em tempos idos, António Costa praticou atletismo e andebol. A fim de apoiar e promover a actividade futebolística em Moçambique, envolveu-se com o Núcleo do Sporting Clube de Portugal em Maputo como Presidente e sócio-fundador; e durante cinco anos consecutivos como vice-presidente do Clube de Desportos da Maxaquene. O moçambicano de “M Grande”, como identifica-se, é viúvo e pai de dois filhos, dos quais muito se orgulha.


OPINIÃO

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Primeiro Estado de Emergência:

Aderência taciturna com descréditos, incumprimentos e violações! Por: Roseiro Mário Moreira Comunicador de ciência, formado em Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e Relações Internacionais e Diplomacia, é também docente e escritor.

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aderência taciturna e prenhe de descréditos, incumprimentos e violações às medidas decretadas pelo Estado de Emergência para a prevenção à propagação do coronavírus é um facto observável a olho desbinoculado nas atitudes de cidadãos e de instituições públicas e privadas. Nem todos, mas uma boa parte dos actores nesta empreitada individual e colectiva de fazer face às investidas da pandemia da Covid-19 tem pautado por diferentes formas de secundarização das medidas decretadas. Tanta desobediência individual e institucional que se afigura mais vexatória quando associada a entidades do próprio Estado! Com efeito, uma observação isenta do que nos tem sido dado a assistir obsequia-nos com um quadro sorumbático mais do que roçagando e beliscando o Decreto Presidencial de Filipe Jacinto Nyusi, de 30 de Março, que instaura o Estado de Emergência, e impõe obrigações e restrições a pessoas e instituições vinculadas pelas leis da República de Moçambique, onde nada e ninguém deve estar acima da lei. Visto esse quadro taciturno pela Comissão Científica e pelo Conselho de Defesa e Segurança do Estado combinado com o evoluir da situação, o Presidente da República prorrogou o Estado de Emergência até 30 de Maio corrente. Na informação sobre a monitoria quinzenal do cumprimento das medidas do Estado de Emergência ficou patente que os acatamentos ainda precisam de ser mais assumidos pelos cidadãos, porquanto prevalecem as movimentações de pessoas pelas vias e locais públicos diversos sem que tal seja devido a acções imperiosas e inadiáveis. Na cidade de Maputo e nos seus arrabaldes não é acidental nem constitui insólito ver pessoas de todas as idades pululando pelas ruas no seu frenético deambular para os diversos, seja à luz do dia ou no intróito da noite. Crianças que estariam a usufruir do seu direito à educação nas escolas (ora por lei temporariamente encerradas sine die) multiplicam-se pelos mercados e negócios de esquina logo pela manhã, desafiando a bem intencionada medida restritiva da sua circulação. Jovens e adolescentes aparecem como aqueles que mais se fazem às ruas, principalmente no dealbar das noites, fazendo ginástica de manutenção física em aglomerados por passeios, praças e rotundas. Alguns simplesmente se fazem às ruas divertindo-se em grupinhos ladeando as suas viaturas em cujos interiores conservam os aditivos da cavaqueira sob um olho atento à possibilidade de serem surpreendidos pelas autoridades da lei e ordem. É-lhes difícil a obediência ao comando “Fica em Casa” embora se espalhem enquanto até se espelhem no som do “Fica em

Casa Djó” promovido pela Secretaria de Estado da Juventude e Emprego. Absurdo e absoluto contra-senso! Em instituições de atendimento público como Bancos e Repartições do Estado, enquanto no seu interior se cumpre o uso de máscaras e o distanciamento recomendado no Decreto (mínimo de 1.50 m), filas e aglomerações são observáveis do seu lado exterior com utentes a distâncias milimétricas uns dos outros, alguns sem máscaras usando-as apenas descaídas pela boca e o queixo abaixo sob a alegação de provocarem uma sensação de asfixia se usadas cobrindo meio rosto desde a raiz do nariz! Os sectores do Estado que mais questionamentos têm tido ao longo do Estado de Emergência são os de transportes e de educação. Nos Transportes, a principal iminência de foco de desacato foi corrigida logo de início reformulando a medida relativa à lotação a obedecer nos transportes públicos, bem como aos bici e moto-táxis. Mas prevaleceram incumprimentos atinentes à higienização e desinfecção dos veículos e dos utentes. Já na Educação, algumas medidas quase contraditórias ao Decreto Presidencial que declara o Estado de Emergência, levantaram problemas de interpretação e induziram a atropelos institucionais do próprio Estado pelas escolas que em algumas ocasiões ficam abarrotadas de alunos e encarregados de educação serem chamados a dirigir-se às legal e oficialmente encerradas escolas para o levantamento ou a entrega deste e daquele material de apoio ou teste de avaliação. A lei que encerra os estabelecimentos de ensino, como forma de reduzir a possibilidade de propagação do coronavírus a partir desses locais de aglomeração por natureza, refere que “decorrente do encerramento dos estabelecimentos de ensino, públicos e privados, em todos os níveis do Sistema Nacional de Educação, assim como os de Educação Profissional, as instituições de tutela emitirão instruções que assegurem o cumprimento dos programas de ensino e o ajustamento dos calendários escolares”. Não cremos que este pressuposto insira em si qualquer possibilidade de reaberturas livres dos estabelecimentos de ensino por iniciativa de seja qual for a entidade inferior àquela que decretou o Estado de Emergência. Por outro lado, as alternativas de ensino e aprendizagem não presencial com recurso às plataformas digitais e audiovisuais de informação e comunicação, embora demonstrem um esforço hércules de manter os alunos ocupados, não são medidas abrangentes e dão uma ilusão de que tudo possa estar a correr bem. O número de acessos aos campos da internet principalmente de famílias urbanizadas (Mo-

çambique é mais ruralizado que urbanizado) não legitima que mesmo essa ínfima parte do universo dos alunos esteja efectivamente a estudar nessas plataformas. Os encarregados de educação, encorajados a se fazerem passar por professores de matérias que não conhecem e sem tempo de as supervisionar pois devem estar nos seus afazeres são a outra face da moeda que indicia alguma infelicidade das aulas alternativas podendo levantar questões sérias sobre a unicidade e indivisibilidade não geopolítica do país, constituindo também uma poderosa forma moderna de exclusão social e afronta à unidade nacional. Ao nível local os Governos têm estado alinhados com as directrizes centrais. Chamamos aqui o exemplo do Governo do Distrito e do Conselho Autárquico de Mocuba, que na sua campanha afixaram um anúncio de exortatório e de proibições conjuntas datado de 19 de Maio de 2020, declarando que “sem máscara, não entra e não circula na cidade e no distrito; sem máscara não vende e não compra nada nos mercados, nas lojas e nas bancas; com ou sem máscara todas as crianças devem ficar em casa”. A acção dos dirigentes distritais e autárquicos de Mocuba harmoniza-se com o comando central porquanto se faz ali cumprir o Decreto n.º 26/2020, de 5 de Maio, do Conselho de Ministros, que estabelece as medidas de execução administrativa para a prevenção e contenção da Covid-19. Concretamente, o Artigo 7 atinente ao uso de máscaras é bastante peremptório: “1. É obrigatório o uso de máscaras em todos os locais de aglomeração de pessoas como nas vias públicas, nos mercados e áreas comuns; 2. É obrigatório o uso de máscaras nos transportes colectivos e semi-colectivos de passageiros.” Bem hajam Governos de Distrito e Conselhos Autárquicos como os de Mocuba, na Zambézia pelas suas acções concertadas neste caso de salvaguarda do interesse de saúde pública! Gostaríamos de dizer também, bem hajam todos os moçambicanos pelo acatamento das medidas que o Governo dirigido pelo Presidente Filipe Jacinto Nyusi tem sabido tomar na prevenção e contenção da propagação da Covid-19. A segunda prorrogação do Estado de Emergência é a opção mais provável com a concentração de todos em evitar facultar ao coronavírus a oportunidade de se propagar. Esse vírus não tem transporte próprio para sair sozinho de um lugar para o outro, de uma cidade ou vila para a outra. O seu transporte de um ponto para o outro, de uma pessoa para a outra poderá ser qualquer um dos moçambicanos, cabendo a cada um negar isso e colaborar com o Governo nas acções preventivas, com o “Ficar em Casa” como a tónica principal


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OPINIÃO

Impacto da COVID-19 no Sector Agrário

Agricultura é um sector vital para o desenvolvimento do país. Mais do que nunca este sector é chamado a dar o seu contributo para fazer face a pandemia da Covid-19. A AgriMag, acredita que esta, é altura de todos nós arregaçarmos as mangas e trabalharmos com objectivo comum de tornar este potencial todo que Moçambique possui em oportunidades. Já foi feito todo tipo de estudo possível, sobre agricultura em Moçambique. Assim sendo esta pandemia que veio certamente mudar a nossa forma de estar neste período que tenderá a prolongar-se por mais um ano ou quem sabe mais. Agora precisamos de soluções energeticas e eficazes para produzir, armazenar, comercializar e garantir, a segurança alimentar assim como olhar para culturas de rendimento e sua transformação local, perspectivando o mercado exte-

rior também para que se possa equilibrar a balança de pagamentos. Como fazer crescer a agricultura? Sem deixar de lado a agricultura de subsistência/famíliar? Devemos apostar em educar a juventude a apostar na agricultura para mudar o paradigma actual onde se diz que agricultura é um “parente” pobre. Hoje em dia, com avanço tecnológico de metódos de produção

agrícola podemos falar sim de agricultura de rendimento e virada ao negócio (agronegócio). Uma aposta acertada para fazer face a crise/ colapso económico que se avizinha era uma aposta seria em programas de incubação de jovens com pacotes de incentivo para que possa daqui emergir uma classe de empreendedores no país. Estamos a testemunhar encerramento de fronteiras o que vai

exigir medidas arrojadas de produção para responder a demanda de produtos agrícolas para consumo assim como matéria-prima para indústria. Covid 19 – transformar para mudar, crescer, mudar de mentalidade. Cada nação focar-se no seu potencial, potenciar o seu povo. Esta pandemia veio para mostrar que, não são medidas administrativas apenas que mexem com uma sociedade. Agricultura pode transformar vidas. Está ao nosso alcance – mexendo com todos os factores de produção este sector pela sua transversabilidade move os outros sectores económicos. Tem que se caminhar na mesma direção institucionalmente, empresarialmente, sociedade civil e academia. É altura sim de dizer VIVA! Agricultura em Moçambique. Não haverá medidas mágicas para mudar o sector agrário no nosso país se não forem os actores a trabalhar lado a lado com o Governo


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Vale entrega material na vila de Cateme A Vale entregou à Escola Primária do 1º e 2º Grau de Maguiguana, na vila de Cateme, província de Tete, diverso material didáctico que vai beneficiar cerca de 2 mil crianças que frequentam aquele estabelecimento de ensino. A acção permite que os alunos que estão em casa por causa da Covid-19 continuem a ter acesso a material escolar, prosseguindo os estudos mesmo com as escolas fechadas.

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material oferecido pela Vale beneficia os estudantes da 1ª à 7ª classe da comunidade de Cateme e inclui cerca de 4 mil fichas escolares e estojos com afiador, lápis e borracha. Segundo Afonso Manejo, director da Escola Primária do

1º e 2º Grau de Maguiguana, a falta daquele material estava a comprometer o processo de ensino na vila de Cateme. “Ao ter conhecimento das dificuldades da Escola em disponibilizar fichas de exercícios para que os alunos continuassem a ter aulas a partir de casa, a Vale respondeu

prontamente com esta ajuda preciosa”, adiantou o mesmo Manejo. O líder do segundo escalão do bairro Chipanga, Afonso Colher, destacou, por seu lado, o alívio financeiro que esta oferta traz à comunidade. “Este material escolar vem facilitar o estudo dos alunos e diminuir os encargos para os encarregados de educação, estamos, por isso, muito gratos pela iniciativa”, sublinhou ainda aquele dirigente comunitário. O gerente de Planeamento, Projectos e Gestão Social da Vale, Simão Muhoro, adiantou que “a acção está ancorada na política de sustentabilidade da empresa enquanto catalisadora do desenvolvimento local, acreditando que investir no apoio à educação é investir na construção de um futuro melhor para a sociedade moçambicana”


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SOCIEDADE

COVID-19

FRELIMO junta-se ao movimento de solidariedade O Secretário-Geral da FRELIMO, Roque Silva, procedeu a entrega de 8 mil máscaras de protecção, 40 caixas de sabão, 40 caixas de sabão, 40 litros de javel, 40 litros de álcool gel e 34 baldes com torneiras ao Gabinete da Esposa do Presidente da República, Isaura Nyusi.

Protecção da criança em tempos da COVID-19

World Vision e TMCEL

promovem sensibilização pública

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entrega do donativo surge na sequência da orientação do Presidente da FRELIMO e Presidente da República, Filipe Nyusi, para o partido envolver-se activamente nos esforços de sensibilização para o cumprimento das medidas de prevenção como também para a mobilização de recursos para apoiar o Governo no combate ao mal que afecta Moçambique e o mundo. “Escolhemos o Gabinete da Primeira Dama como um dos destinos nossos no estabelecimento de parcerias que de certa maneira irão concorrer para o acelerar da prevenção da COVID-19, tomando em atenção o trabalho que o gabinete realiza

na assistência a grupos vulneráveis”, justificou Silva. Segundo o Secretário-Geral da FRELIMO, foi olhando para a experiência levada a cabo pelo Gabinete da Esposa do Presidente da República, na assistência e apoio a criança, mulher e na criação de condições mínimas para as populações, que decidiu juntar-se ao movimento “Juntos venceremos a COVID-19”, uma iniciativa liderada por este Gabinete. A Esposa do Presidente da República, Isaura Nyusi, que recebeu o donativo, enalteceu o gesto da FRELIMO, tendo referido que o gesto de solidariedade em muito vai contribuir para minimizar o sofrimento dos cidadãos carenciados

Cerca de 3 milhões de subscritores da Moçambique Telecom (Tmcel) recebem, desde 1 de Junho, Dia Internacional da Criança, mensagens de sensibilização pública em massa visando a promoção dos direitos da criança, no contexto da COVID-19 que assola o mundo.

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acção, que resulta da parceria com a organização não-governamental cristã, World Vision-Moçambique, encere-se no âmbito das celebrações da quinzena da criança que vão até ao próximo dia 16 de Junho. “Esta é uma demonstração clara de como é que o sector privado e organizações não-governamentais como a nossa se podem unir e agregar valor aos esforços

de prevenção e resposta à COVID-19 liderados pelo Governo. Assim deve ser para que as nossas flores jamais murchem”, disse Eleutério Fenita, director de advocacia e justiça para a criança. As mensagens em causa serão disseminadas ao longo do presente mês de Junho. Refira-se que neste ano as celebrações do Dia Internacional da Criança decorrem sob o lema: “Proteger a Criança é Proteger Moçambique”.


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SOCIEDADE

Reforçado combate à caça furtiva A Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC) recebeu, na Cidade de Maputo, uma viatura para reforçar o combate ao tráfico ilegal de produtos da fauna bravia.

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viatura foi oferecida pelo programa das Nações Unidas para Desenvolvimento (PNUD), através do pro-

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jecto proBio que no fortalecimento da conservação as espécies globalmente ameaçadas, por meio da melhoria na aplicação da Lei da biodiversidade e da expansão das áreas de conservação comunitárias na zona tampão no país. Segundo Francisco Roquette, representante da PNUD, a viatura de marca Toyota Land Cruzer é oferecida para fortalecer a capacidade da ANAC nas acções de protecção e fiscalização. O Director-Geral da ANAC, Mateus Mutemba, disse que a viatura vai ser alocada ao núcleo de coordenação de combate à caça furtiva e ao tráfico de produtos de vida selvagem que opera na zona Sul do país, concretamente nas províncias de Maputo e Gaza

REVISTA Onde Mora a Chama da Esperança

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SOCIEDADE

Académicos debatem direitos da criança Uma coligação de organizações não-governamentais, nomeadamente a World Vision-Moçambique (WV-Moç), a AMODEFA e o Grupo Moçambicano da Dívida, promovem, através das redes sociais, debates sobre os direitos da criança no contexto da COVID-19, no âmbito das celebrações da Quinzena da Criança.

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s sessões serão facilitadas por Eunice Andrade, conhecida apresentadora de televisão e também embaixadora para o bem-

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-estar da criança da WV-Moç, através de debates, intercâmbio de ideias e realidades diferentes vividas neste momento da COVID-19, e contará com a participação de académicos, especialistas e celebridades nacionais e

internacionais. A classe académica estará representada pela psicóloga Brígida Nhantumbo, a jurista Carla Mendonça, e a especialista em educação Zaida Cabral que, juntamente com aquelas celebrida-

des, vão abordar os seguintes temas: brincar com a criança e lidar com o stress em tempo da COVID-19; crianças no mercado informal: Direitos e Deveres do Estado; a COVID-19: Impacto, Riscos e Prevenção nas Crianças; o acesso à educação em tempos da COVID-19: Direitos e Deveres dos pais. O programa inclui ainda a divulgação dos Direitos da Criança no contexto da COVID-19 para reflexão sobre como esta pandemia está a ter impacto na vida das crianças e como os pais devem agir perante esta situação. As sessões decorrem no período das 09:00 às 20:00, desde o dia 5 de Junho. Segundo a Visão Mundial, espera-se que no final, pais, encarregados de educação e a sociedade, em geral, estejam mais engajados na salvaguarda do bem-estar das crianças neste momento da COVID-19 que assola quase todo o mundo, incluindo Moçambique.


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ECONOMIA

Face à COVID-19

BCI prorroga prazo dos seus cartões bancários O BCI alargou, por mais 3 meses, o prazo de utilização dos seus cartões de débito e pré-pagos tanto dos particulares como empresas. Os cartões que expirem a partir do mês de Maio serão, com efeito, automaticamente prolongados por um período de três meses a contar da data da sua expiração.

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sta medida que tem em vista reduzir a afluência de clientes às agências para a troca de cartões expirados ou levantamento dos novos, reforça o conjunto de medidas que o banco vem tomando perante os desenvolvimentos relativos à evolução do novo coronavírus, em conformidade com as recomendações das autoridades de saúde nacionais e inter-

nacionais. Refira-se que o BCI reforçou a sua capacidade para permitir uma utilização mais intensiva dos canais alternativos, potenciando a vasta rede de ATM, de POS e plataformas alternativas, como os Canais daki via Internet (eBanking) e APP BCI, o Whatsapp daki e o Celular daki (*124#), com vista a oferecer uma alternativa à deslocação à uma unidade de negócio.

BCI e a ONU Mulheres juntos na promoção da igualdade de género O Banco Comercial e de Investimentos (BCI) e a ONU Mulheres Moçambique assinaram, em Maputo, um memorando de entendimento que preconiza a promoção do género e o empoderamento das Mulheres em Moçambique. Os termos foram rubricados pelos representantes da ONU Mulheres Moçambique e do BCI, Marie Kayisire e Rogério Lam, respectivamente.

C

om base neste acordo, as duas instituições passam a cooperar para promover a eliminação da violência contra

as mulheres e raparigas; a implementação pelo sector financeiro dos princípios de empoderamento das Mulheres (WEPs); e o acesso das mulheres e jovens aos servi-

ços financeiros inovadores, entre as quais as linhas de crédito preferencial, seguro para agricultura, agro-processamento, pecuária e actividades não-agrícolas. O memorando vai contribuir para o Programa Nacional de Empoderamento Económico da Mulher (PROMULHER), lançado em Agosto do ano passado em conjunto com o Ministério do Género, Criança e Acção Social, com vista a promover e desenvolver o empreen-

dedorismo, trabalho formal, e auto-emprego para mulheres e raparigas. Concordaram, igualmente, em trabalhar conjuntamente na organização de eventos com relevância para a promoção da igualdade de género e liderança das mulheres e raparigas, assim como o acesso aos serviços financeiros, em linha com os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável da agenda 2030 e da União Africana 2063.


ECONOMIA

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Daniel Chapo reinaugura embarcação “Baía de Inhambane”

O Governador de Inhambane, Daniel Chapo, reinaugurou a embarcação “Baia de Inhambane”, que se encontrava em reabilitação desde o ano passado.

T

rata-se de uma das embarcações pertencente a Transmarítima que se encontrava em reabilitação, o que de certa forma vai garantir a comodidade na travessia Inhambane a Maxixe e vice-versa. De acordo com o gover-

nante, com a entrada em funcionamento da embarcação totalmente reabilitada, responde-se assim a promessa que havia sido feita pelo Governo em Abril de 2019, aquando do lançamento da primeira pedra para a reabilitação das duas pontes de acostagem das duas cidades.

O dirigente lembrou dos momentos difíceis que os estudantes, trabalhadores e a população em geral passaram como consequência da interrupção da circulação nocturna nesta Baia, levando a estes a percorrerem longas distâncias e mais onerosas via terrestre, para cruzarem a baia. “Hoje levamos essas lembranças difíceis para o passado, com uma etapa já vencida”, lembrou Chapo. Para o PCA da Transmarítima, Jafar Robi, foi com a ajuda da multinacional SASOL que foi possível a reabilitação daquela embarcação, ao que financiou com um montante 17 milhões na sua

responsabilidade social com vista a garantir mobilidade dos passageiros beneficiários. Segundo Robi, as embarcações reabilitadas, transportam cerca de três mil passageiros por dia, mas por causa das medidas de prevenção da COVID-19, o número é de cerca de 1500 passageiros por dia e 2 toneladas de carga. Por seu turno, Ovidio Rodolfo, Director-Geral da SASOL em Moçambique disse que, a empresa que representa vai continuar a apoiar o Governo de Inhambane para o bem-estar da população desta província.


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ECONOMIA

Gapi faz parcerias para reduzir importação de arroz O contributo da Gapi e seus parceiros para reduzir a importação de arroz, com mais e melhor produção local, foi louvado pelo ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Celso Correia, ao visitar a fábrica de Nicoadala, na Zambézia.

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urante a visita, o gerente da fábrica informou ao governante que a reabilitação e relançamento daquela fábrica é uma das actividades da Gapi, no âmbito dos seus programas de reforço de negócios que contribuam para a segurança alimentar e melhoria dos rendimentos dos produtores. Desde 2013 que aquela fábrica, então pertencente à Empresa Orizícola da Zambézia (EOZ), a pedido dos financiadores daquela unidade fabril, designadamente a Embaixada da Holanda e a Delegação da União Europeia, ficou sob a gestão da Gapi, que salvou aqueles activos industriais de um processo de liquidação e desmantelamento por falência. Actualmente, a fábrica de Nicoadala é a única unidade industrial operacional no processamento de arroz na região. A Gapi interveio procedendo ao saneamento financeiro e à recuperação de equipamentos e criou a empresa "Impere" especializada na comercialização do arroz. Celso Correia constatou que a fábrica já começou a processar arroz da actual campanha de comercialização e que tem no seu plano absorver pelo menos 550 toneladas de arroz, produzido

localmente. O gerente da fábrica, Gervásio Mendonça, que é um técnico da Gapi, informou que os maiores problemas para assegurar a sustentabilidade comercial da fábrica são a qualidade da matéria-prima e o custo da energia cobrado pela EDM. O governante questionou o gerente sobre a capacidade de a fábrica poder absorver e processar quantidades de arroz, em casca, acima de 10 vezes das actuais, tendo sido esclarecido que a capacidade existe, mas que é preciso assegurar-se melhor qualidade e quantidade de matéria-prima, bem como capacidade financeira para comprar e comercializar esse arroz.

Mendonça esclareceu, ainda, que o saneamento, reabilitação e relançamento comercial da fábrica de Nicoadala têm estado inteiramente e apenas nas mãos do esforço técnico e financeiro da Gapi, embora no início tenha tido apoio da Embaixada da Holanda. “Agora, mesmo sem apoios, continuamos a comprar e a processar arroz dos pequenos produtores”, revelou Mendonça. O facto fez o ministro virar-se para a comitiva e dizer: “Não entendo como a fábrica de Namacurra, propriedade do Estado, não funciona”. Os resultados da intervenção da Gapi, no relançamento

da cadeia de valor do arroz e recuperação daquela unidade agroindustrial, atraíram a atenção de outras instituições como a AGRA, com a qual se iniciou em 2019 o programa Moz-Arroz, abrangendo cinco distritos da Zambézia. Também a Agência de Desenvolvimento do Vale do Zambeze associou-se recentemente à Gapi, para lançar uma linha de crédito de financiamento à cadeia de valor de arroz designada LIFINCA. No programa Moz-Arroz a Gapi, em parceria com o Governo, AGRA e AFAP estão a estruturar a cadeia de valor do arroz com foco no acesso ao mercado. No modelo adoptado neste programa, introduziu-se a figura de “agente baseado na aldeia” que assegura o fornecimento de insumos aos produtores e a colecta da produção, para centros de agregação e posterior fornecimento aos processadores. “Estas parcerias são o reconhecimento do nosso esforço, para reabilitar esta fábrica e a cadeia de valor do arroz em favor dos que produzem. Mas é triste, muito triste, que pessoas que nunca produziram nada e foram responsáveis pelos desvios de dinheiros e falência da anterior Empresa Orizícola da Zambézia tenham publicado anúncios nos jornais, caluniando o que a Gapi fez”, comentou Gervásio Mendonça à margem desta visita.


ECONOMIA

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ECONOMIA

Fidelidade nomeada para prémio Internacional A Fidelidade, a terceira seguradora mais antiga do mundo e presente no mercado moçambicano desde 2015, foi nomeada para os prémios internacionais – EFMA 2020 –, dedicados a destacar a inovação no sector dos seguros.

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rata-se da quinta edição anual do Prémio EFMA - Accenture Innovation in Insurance Awards 2020. Este ano vai decorrer virtualmente a 17

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de Junho. A Fidelidade está integrada na categoria “Global Inovator Company”, pela inovação no sector dos segu-

ros, e na categoria “Product & Service Innovation” pelo pioneirismo com a app “Just in Case”.

Disponível para smartphones ios e android, o aplicativo Fidelidade Just in Case ajuda os viajantes a preparar e a planear as suas viagens, disponibilizando o acesso a funcionalidades de assistência e seguro de viagem pela tecnologia on demand (programa disponível na hora desejada pelo usuário), nomeadamente: checklists personalizáveis e de grupo; dicas e sugestões sobre os destinos; apoio gratuito ao viajante 24/7; seguro de viagem on demand; consulta médica do viajante. A tecnologia ainda não está disponível em Moçambique, mas a Fidelidade fez saber que espera, num futuro próximo, dispor da aplicação


POLÍTICA

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Cabo Delgado é prioridade do Governo O Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário, afirmou que a reposição da ordem e tranquilidade públicas em Cabo Delgado, onde se registam acções terroristas, é uma das principais prioridades governamentais e que o Executivo vai continuar a investir recursos necessários para colocar as Forças de Defesa e Segurança (FDS) à altura de combater os terroristas.

E

m paralelo, segundo Rosário, o Executivo vai continuar a levar a cabo intervenções de cariz multissectorial nos domínios sócio-económico, através da implementação de projectos de geração de emprego e renda, sobretudo para beneficiar mulheres e jovens. “Esta abordagem tem estado a permitir a defesa das populações, o restabelecimento do normal funcionamento das instituições públicas e privadas, assim como a recuperação gradual da actividade

económica nos distritos afectados pelos actos terroristas na província de Cabo Delgado”, explicou o Primeiro-Ministro. Rosário falava aos deputados na “Sessão de Perguntas ao Governo”, onde

ilustrou o resultado daquelas actividades apontando a retoma da circulação de embarcações que ligam o Porto de Mocímboa da Praia ao de Pemba; reabertura dos estabelecimentos comerciais e das

instituições financeiras; reatamento do financiamento ao processo de comercialização agrária; e retoma do abastecimento de combustíveis, para além de outros serviços de utilidade pública. “A par destas acções do domínio económico, continuamos a prestar assistência humanitária àquela parte da população que, devido aos ataques terroristas, ainda permanece deslocada das suas zonas de origem”, garantiu Agostinho do Rosário. O governante disse, ainda, que as FDS estarão também atentas ao cenário da região centro do país, onde ocorrem ataques de homens da autoproclamada Junta Militar da Renamo.


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CULTURA

Standard Bank aposta na cultura O Standard Bank está a usar a influência dos artistas e o poder persuasivo da música para veicular mensagens sobre a prevenção do novo coronavírus, através das redes sociais e da televisão.

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iniciativa, que tem sido desenvolvida através de espectáculos musicais transmitidos em directo pela Televisão de Moçambique (TVM) e pelas redes sociais do banco, já alcançou cerca de 30 mil pessoas. Como as pessoas têm de permanecer em casa, devido à implementação das medidas previstas no Estado de emergência, os artistas recorrem à transmissão em directo dos espectáculos como uma nova maneira de interagir com o público. Com efeito, o banco, em parceria com a TVM e a Escola de Comunicação e Artes da Universidade Eduardo Mondlane (UEM) realizou shows live com o guitarrista moçambicano Jimmy Dludlu e com a banda Ghorwane, durante os quais os artistas intercalaram as músicas com mensagens sobre a prevenção da covid-19. “Entendemos que o isolamento social deve ser respeitado. Não queremos que a pandemia do coronavírus

atinja níveis insustentáveis, no País, daí que desenvolvemos este projecto para incentivar as pessoas a ficarem em casa e prevenirem-se devidamente”, referiu, Alfredo Mucavela, director de Marketing e Comunicação do Standard Bank. Com a ajuda dos músicos, segundo explicou Mucavela, queremos educar as pessoas, através da disseminação das medidas de prevenção, nomeadamente a lavagem das mãos com sabão ou cinza, desinfecção

das mãos com álcool, uso de máscaras e observância do distanciamento social. Abordado momentos após o show live, Roberto Chitsondzo, músico da ban-

da Ghorwane, indicou que o facto de o Presidente da República, Filipe Nyusi, ter prorrogado por mais 30 dias o Estado de emergência, significa que as pessoas têm que ser muito mais responsáveis na luta contra a pandemia. “Durante a nossa actuação, tivemos a oportunidade de transmitir várias mensagens sobre a necessidade de reforçarmos os cuidados a ter em conta, com vista a evitar o contágio, sobretudo comunitário do novo coronavírus. Vamos usar as máscaras para nos protegermos e proteger também o próximo”, apelou o artista.

Show live de Ghorwane alcança 16 mil internautas Cerca de 16 mil internautas vivenciaram a nova experiência ao assistir, através das páginas do Facebook do Standard Bank e da Televi-

são de Moçambique (TVM), o show live do Ghorwane. A propósito desta reinvenção tecnológica dos artistas com vista a aproximarem-se


CULTURA

do público, em geral, os internautas elogiaram a iniciativa do banco e seus parceiros, por terem levado o entretenimento às pessoas confinadas. Um dos internautas, Anderson Machava, artista moçambicano, ligado às artes cénicas (teatro), disse após assistir ao show live, a partir da sua casa, ser importante que o banco continue a levar a cabo iniciativas semelhantes, porque desta forma apoia na luta contra a pandemia da covid-19, bem como contribui para a massificação da música moçambicana no geral. “Eu acho que é uma oportunidade, acima de tudo, para que os artistas percebam que existe um espaço para se sair daquilo que era a forma tradicional de estar, que se resumia em actuações no palco com o público. Esta é a diferença, no sentido de que agora têm um público não físico, mas virtual”, comentou Machava.

Por sua vez, Ray Rodrigues, músico moçambicano, que assistiu o espectáculo através do seu computador, em casa, referiu que a iniciativa do Standard Bank é louvável na medida em que está a conseguir levar a música às pessoas, através das redes sociais. “Agradeço o apoio do banco e apelo para que esta iniciativa não pare por aqui. Que traga mais artistas na-

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cionais nos próximos espectáculos ao vivo”, referiu Ray Rodrigues. A amante da música moçambicana, Albertina Zandamela, assistiu ao show live através do telemóvel, tendo considerado a ideia maravilhosa de transmitir ao show em directo através das redes sociais, porque cria a oportunidade aos internautas de continuarem a acompanhar os artistas,

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nesta fase de distanciamento social. “Uma das músicas do Ghorwane dizia que devemos agora ficar em casa, para podermo-nos abraçar depois. Precisamos de nos abraçar mais tarde. Esta música que eles compuseram especialmente para esta altura, nos fez reflectir sobre a importância de ficar em casa”, concluiu Albertina Zandamela.


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DESPORTO

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Pinto Barros regressa a casa para coordenar a formação O antigo lateral esquerdo do Ferroviário e da Selecção Nacional, Pinto Barros, transferido do clube em 1998 para os sul-africanos do AmaZulu, regressou à casa de partida para coordenar a formação.

A

assinatura do contrato que confirmou o regresso de Barros, deu-se nas instalações do clube entre o vice-presidente para alta competição, Osvaldo Bendzane e o próprio antigo jogador na presença do Director-executivo, Palma Pinto. Para Bendzane, a contratação de Pinto Barros visa dar valor e mais-valias ao futebol na Ferroviário. “Estávamos a procura de alguém que tivesse a mística Ferroviária para ajudar o trabalho que vem sendo desenvolvido no Departamento de Futebol. De entre vários nomes que tinham sido avançados, o de Pinto Barros foi o que reuniu mais requisitos para satisfazer a nossa pretensão para o futebol

profissional assim como para o projecto de formação”, justificou o vice-presidente para alta competição do Ferroviário de Maputo. Soube-se no acto, embora sem detalhes, que o clube vai assinar brevemente um contrato para formação desporti-

va com uma associação renomada e com larga experiência na área que ainda está acoplada a um grande clube internacional. “É nosso interesse que o Pinto Barros seja encaixado nesse projecto para coordenar toda estrutura do futebol de

formação, desenhando o modelo de jogos, perfil dos treinadores, perfil dos jogadores, evolução dos atletas e tudo mais, sempre pensando no futuro do clube. Enquanto não se conclui o estudo em curso pelo nosso parceiro, Pinto Barros vai ser coordenador do futebol Sénior coadjuvando o chefe do Departamento, Dinis dos Santos”, revelou Bendzane. O novo coordenador tem larga experiência na gestão desportiva sendo Licenciado e Mestrado em educação Física e Desporto, sendo igualmente qualificado pela CAF, para além de ter sido um conceituado atleta do Clube Ferroviário, da Selecção Nacional e com uma passagem fora de Moçambique.


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DESPORTO

Gilberto Mendes animado com projectos do Ferroviário de Maputo O Secretário de Estado do Desporto, Carlos Gilberto Mendes, visitou o Clube Ferroviário de Maputo, onde se inteirou do seu funcionamento e carteira de projectos de desenvolvimento daquela agremiação da capital do país.

A

sua presença no clube mais notável de M o ça m b i q u e começou na sede daquela colectividade desportiva, na baixa da Cidade de Maputo. O presidente do clube, Teodomiro Ângelo, apresentou ao Secretário de Estado do Desporto, o projecto de requalificação das instalações que estão na baixa da Cidade de Maputo, que tem como novidade a construção de um pavilhão multi-usos para às modalidades de salão, com maior destaque para o basquetebol. Entretanto, o passado dia 1 de Abril, o histórico recinto nacional foi ins-

peccionado pela CAF no âmbito das vistorias dos Estádios de Futebol no País. O histórico palco desportivo não possui o padrão recomendado para acolher jogos internacionais, daí que o clube está com um projecto de requalificação da infra-estrutura que acolheu a cerimónia da Independência Nacional e outros momentos marcantes sócio-políticos e religiosos no solo pátrio. O projecto de requalificação do Estádio da Machava está avaliado em cem milhões de meticais, que vai ter uma nova

configuração, começando pelo piso, que voltará a ser natural, será montado assentos nas bancadas, o que dará a uma redução na capacidade actual dos 45 mil para 32 mil espectadores. Os balneários serão transformados e estarão na zona do túnel de acesso ao campo, numa acção que também vai contemplar a parte exterior do Estádio, onde se pretende construir dois campos de relva sintética para a formação e um projecto imobiliário no vasto espaço do emblemático recinto desportivo do país, com

construção de um centro comercial, zona habitacional e outros serviços que se vão juntar às bombas e as lojas existentes no local. Refira-se que o Ferroviário de Maputo foi fundado a 13 de Outubro de 1924, tendo neste momento nove modalidades em actividades (Futebol, Basquetebol, boxe, atletismo, hóquei em patins, natação, ginástica e Karate) e com a pretensão de introduzir mais cinco disciplinas desportivas (ciclismo, voleibol, andebol, xadrez e futsal), mas tudo está dependente da evolução das suas infra-estruturas.


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CULINÁRIA

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Lourdes Meque Rajani

Bifes com cogumelos e batata a padeiro à moda da Milou Ingredientes: PARA OS BIFES: 6 a 8 bifes tenros e finos de tamanho médio 1 colher de massa de pimentão 1 colher de massa de alho Sumo de 1 limão Polpa de tomate q.b. Um punhado de coentros picados Louro em pó q.b. 2 latas de cogumelos laminados 1 cebola grande 1 folha de louro Azeite q.b. BATATA A PADEIRO: Batatas descascadas e cortadas em rodelas q.b. Ervas aromáticas para polvilhar a gosto Pão ralado q.b. Pimenta e sal q.b. Um fio de azeite.

Preparação:

Começa-se por temperar os bifes com todos os ingredientes seleccionados. Deixa-se a marinar durante 1 ou 2

horas, no entanto, se for de um dia para o outro, o sabor será ainda melhor. No dia seguinte, refoga-se no azeite a cebola, com uma folha de louro e deixa-se ficar translúcida. Juntam-se os bifes ao refogado, mistura-se e deixa-se a água da carne sair para cozê-la. Adiciona-se a polpa de tomate na quantidade que queira, misture e deixe cozer. Se for necessário, acrescente mais água (normalmente é sempre necessário, pois, só com a água da carne, poderá não ser suficiente) e deixe cozer. Quando chegar a vez de apurar o molho (fica grosso), juntam-se os cogumelos, mistura-se e deixa-se apurar mais um pouco. Quase a sair do lume, junta-se um punhado de coentros (abuse um pouco se gostar), envolva e tape a panela. Desligue o lume. Convém que f i q u e apurado tal como está na foto. ENQUANTO COZINHA A CARNE, VÁ TRATANDO DA BATATA: Descasque e corte as batatas em

Pudim de ovos MILOU Ingredientes:

6 ovos 1 lata de leite condensado Uma medida de leite fresco (da lata do leite condensado) Raspa muito fina de limão CALDA: 2 chávenas de açúcar

Preparação

Antes de mais, coloque uma panela com água ao lume para ferver e cozer o pudim em banho-maria. Ou se preferir, poderá fazer o banho-maria no forno. Depois, começa-se por fazer a calda numa forma de pudim em que vai levar a cozer o mesmo. Há quem junte água ao açúcar. Mas essa não tem sido a minha opção. Com o lume muito brando, o açúcar vai

derretendo e a medida que vai mexendo, ganha uma cor bonita tal como está na foto. Depois da calda já feita e a forma completamente forrada com a mesma, num recipiente, bata todos os ingredientes selecionados para o pudim durante 10 minutos. Ficará espumoso. Vira-se para a forma aonde preparou o caramelo, tape com uma tampa que não deixe entrar água (fundamental!) e leve a cozer em banho-maria durante cerca de 45 minutos. Findo esse tempo, com muito cuidado, abra a forma e pique com um palito fino para ver se está cozido. Retire do lume, deixe arrefecer um pouco e desenforme

rodelas. Tempere com um pouquinho de massa de alho, sal e pimenta. Coloque num refractário, polvilhe com pão ralado e ervas aromáticas (pode ser basílico ou orégãos - eu usei basílico), regue com azeite (e não óleo), e leve ao forno. Quando estiver como vê na foto, já está. Acompanha os bifes


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