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Economia Pag. 16

Há empresas com forte potencial para agronegócios

Sociedade

Desporto

Universidade Pedagógica faz expedição científica marinha

"Corrida Azul" poderá sobir a fasquia para 3.000 participantes

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IMPERDÍVEL REVISTA

Onde Mora a Chama da Esperança

Periodicidade Semanal Director Editorial: Gervásio de Jesus Ano II Edição nº 85 Terça - feira, 24 de Setembro 2019 Av. Karl Marx nº 1975 – R/C Contactos +258 84 57 45 041; +258 84 55 27 437 Email revistaidolo@idolo.co.mz www.idolo.co.mz

JAHYR ABDULA É EMBAIXADOR DA VOLKSWAGEN EM MOÇAMBIQUE


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Meio ambiente vira marketing!

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m tempos criou-se uma consciência de que o Homem deve preservar o meio em que vive para garantir o seu futuro e de seus descendentes. Houve até alguns avanços nas acções de preservação e de sustentabilidade, em que se procurou cuidar dos espaços verdes e não

só. Muitas cidades chegaram a apresentar ambientes agradáveis e aprazíveis. Hoje, a realidade é bem diferente, porque deixaram-se dominar por imundície de quase toda a espécie, assistindo-se a uma degradação acentuada de infra-estruturas, com agravante de a população manifestar muita falta de civilização. O grande problema é que se faz necessário um novo ajuste na consciência ambiental e nos últimos tempos falar em preservação FICHA TÉCNICA é praticamente uma unanimidade de discurso. Porém, muito pouSexta-feira: 09 de Fevereiro de 2018

Onde Mora a Chama da Esperança

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Redacção Gervásio de Jesus, Mustafá Leonardo, Júlio Saul e Dalton Sitoe Colaboradores Samuel Sambo e João Chicote Fotografia Salvador Sigaúque Layout e Paginação Cláudio Nhacutone Revisão Linguística Gervásio de Jesus

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co do que se fala é levado para à prática, o que é lamentável. Em termos práticos, Meio ambiente virou marketing e/ou Peça de propaganda. E como ninguém quer assumir a sua responsabilidade, a nível político e social, os principais problemas ambientes do país vão se acumulando, incidindo cada vez mais sobre Poluição Atmosférica; Poluição marinha (águas do mar, águas interiores-lagos, rios, lagoas); Desflorestamento; Erosão dos solos e Costeira; Desordenamento territorial; Deficiente gestão de resíduos sólidos urbanos; Destruição da Fauna Bravia e Subida do nível das águas do mar. Coabitamos sem disfarce com esta realidade, pondo permanentemente em risco a nossa sobrevivência. Como sair desse embrulhado problema que afecta à nossa saúde?

as

c n a b s a n a d n Já a ve


BIOGRAFIA

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Biografia de Mário Machungo

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ário Fernandes da Graça Machungo é uma personalidade relevante da história de Moçambique. Nasceu a 1 de Dezembro de 1940, na província de Inhambane. Foi docente e posteriormente Director da Faculdade de Economia da Universidade de Lourenço Marques. Em 1970 foi economista no Banco de Fomento Nacional. Aquando da posse do Governo de Transição de Moçambique, no dia 20 de Setembro de 1974, foi-lhe atribuída a pasta da Coordenação Económica, cargo que exerceu até 25 de Junho de 1975. Entre 1975 e 1986 ocupou vários cargos ministeriais, nomeadamente na Indústria e Comércio, na Agricultura e na Planificação Económica. Foi Ministro Residente na província da Zambézia de

1983 a 1986 e Primeiro-Ministro de 1986 a 1994. Posteriormente, envolveu-se activamente no sector privado, tendo exercido funções de Presidente do Conselho de Administração de diversas instituições financeiras, com especial destaque para o Millennium BIM. Foi ainda Presidente da Seguradora Internacional de Moçambique, e integrou o Conselho Superior do Banco Comercial Português S.A. e do Millennium BCP. Mário Machungo exerceu altos cargos no Partido Frelimo. Foi Deputado da Assembleia Popular e Deputado da 1ª legislatura multipartidária. Foi membro do Conselho Consultivo do ISEG (Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa), do Conselho Universitário da Universidade Eduardo Mondlane e é membro de pleno direito da Associação Moçambicana de Economistas (AMECON)

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OPINIÃO

Por: Carlos Sousa

Extintores nos veículos!

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s extintores de combate a um possível fogo, não constituem presença obrigatória nos automóveis ligeiros de passageiros, no entanto, continuam a ser uma opção a considerarmos, tendo em conta a sua capacidade activa para enfrentar e, por vezes, se usados atempadamente, resolvem às necessidades em situações de emergência. Apesar de ser um fenómeno pouco habitual, um incêndio constitui um RISCO num automóvel que pode causar graves prejuízos materiais e pessoais, que podiam ser evitáveis caso a resposta ao fogo fosse rápida, instantânea e ou imediata! Os incêndios em viaturas ocorrem habitualmente como resultado de problemas mecânicos ou eléctricos, normalmente causados pornegligência do condutor, e descuido e distracção dos serviços da assistência técnica e ou adiamentos constantes para a adequada manutenção. O EXTINTOR de pouco ou nada serve, caso o veiculo esteja bem equi-

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pado, mas, seja guiado e mal assistido por curiosos do Volante, embora infelizmente muitos ainda continuam convencidos de condutores, por terem sido habilitados! Importa haver o cuidado da competente Formação aos Condutores, Mecânicos, Supervisores e Inspectores , pois todos devem zelar pela correcta operação e manutenção do equipamento. Os automóveis têm uma série de compostos altamente inflamáveis, como plásticos, têxteis, cablagens e ligações eléctricas, colas e resinas, etc.. Nos veículos mais recentes, a disponibilidade do EXTINTOR ainda mais se justifica, devido à complexidade da sua tecnologia, campos de electrónica, associado a centenas de materiais sintéticos, quando submetidos a desempenhos em ambientes inquinados de poeiras e temperaturas ligadas a fortes humidades, são mais passíveis de um acrescido RISCO em desafio do incêndio. Que extintor escolher e cuidados a observar? Os extintores são classifi-

cados em função do peso, do tamanho e dos agentes inibidores de fogo que contêm. Os extintores mais pequenos e com o agente em formato de pó químico seco são a melhor opção para um automóvel ligeiro. Um extintor deste tipo é indicado para combater incêndios na parte eléctrica. A classe deve permitir o combate a fogos de materiais da natureza A, B e C. Não se deve em caso algum deixar o extintor à solta no habitáculo! Tratando-se de um dispositivo próprio para agirmos em acto de emergência, o EXTINTOR deve ser instalado com um sistema de fixação, em local de conveniência no habitáculo que permita o fácil acesso directo ao Condutor e de instantânea libertação, no acto da emergência! Os veículos comerciais e de transporte profissional de passageiros têm regras próprias, função da lotação, risco, rotas, impactos e perigo das cargas, para selecção e localização do tipo adequado de extintores. Consulte as normas em vigor.

Regra geral, devemos também ter especial zelo com o estado e manutenção do extintor, inspeccionar e verificar se: É um produto de registo certificado Está dentro do prazo de validade, 6 meses para a recarga! O suporte para o extintor, a posição e o local dentro do habitáculo é o mais adequado, de acesso imediato ao condutor, sem ter necessidade de se ausentar do seu posto de condução! Tem garantia Tem carga no valor de pressão visível no manómetro e se é facilmente recarregável por uma empresa especializada Tem o gatilho durável e bico-espalhador apertado e fiável Verifique se os pinos e o retentor (cavilha segurança), se estão operacionais, no lugar próprio e intactos. É inspeccionado de 6 em 6 meses (obrigatório) e conferir se o indicador de pressão está indicando o correto na zona verde!


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EDITORIAL

Vamos votar pelo progresso! Gervásio de Jesus

(Jornalista e Psicólogo Educacional)

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Pérola do Índico elege no próximo dia 15 de Outubro corrente os seus novos dirigentes políticos para a gestão do país, num período conturbado da sua realidade económica e financeira. Todos os dias milhares de pessoas queixam-se da situação por que o país atravessa actualmente, mas a maioria não discute sobre como melhorar o cenário, limitando-se apenas a atirar pedras em políticos, que nós mesmos o colocamos no poder. Bem pensado, chegaremos a triste conclusão que tudo isso é consequência das nossas decisões mal pensadas e pesquisadas em relação ao (s) candidato(s) e/ou dirigente (s) mais apropriado (s) para colocarmos no poder, para cuidar do que é nosso. Nada é fácil controlar o que esses dirigentes fazem, mas é nossa responsabilidade lutar por

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melhorias, fiscalizar pelo que é nosso e tudo começa por uma escolha cuidada. É preciso votar em pessoas que conhecemos e confiamos. Pessoas confiáveis e que mostram que querem fazer melhor, que se esforçam pelo povo e por este maravilhoso país. É neste contexto que o voto consciente surge como crucial para todos. Votar conscientemente produz uma imensidão de benefícios tanto para nós, como para o nosso país. Os prejuízos de não votar tendo consciência do acto promove corrupção, injustiças, falta de direitos... Portanto, o futuro do país está em nossas mãos a partir do momento em que “ordenamos” o nosso voto. Tenhamos consciência e analise real, porque Moçambique depende de nós. É preciso votar pelo progresso!

da Já a venncas nas ba


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ENTREVISTA

É MEU DESEJO MANTER A COROA EM MOÇAMBIQUE - confessa Pelecida Isolada Fernando Mazanga, representante do nosso país no Concurso Miss University Africa

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aio de 2019 é, indubitavelmente, um mês inesquecível para a jovem Pelecida Isolda Fernando Mazanga. Ela tornou-se na Miss University Africa – Moçambique, após vencer um concurso de passarela realizado em Maputo. Conseguiu conquistar os jurados e levou a coroa para casa num concurso bastante renhido. A jovem sonhadora ganhou assim o direito de representar o país na final do concurso internacional projectado para Novembro próximo na Nigéria.

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Foi uma experiência brilhante e enfrentei adversárias com outro calibre

Pelecida está radiante com tudo o que de bom lhe aconteceu entre os meses de Abril e Maio passado. Licenciou-se em administração pública pela

Universidade Eduardo Mondlane e arrebatou orgulhosamente o concurso Miss University Africa – Moçambique. É caso para dizer que foi duplamente agraciada. “Não foi é fácil para uma pessoa de origem humilde e que mora fora do eixo da moda conseguir romper as barreiras que as dificuldades impõem, mas continuo firme. Muito mais que beleza física, uma candidata a Miss University Africa precisa ter qualidades como opinião, atitude e inteligência para lutar por causas sociais. Confesso que fiquei emo-


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cionada com o feito. Foi uma experiência brilhante e enfrentei adversárias com outro calibre, ou seja mais afirmadas na matéria. Esta vitória teve um sabor especial”. Com 23 anos de idade, Pelecida teve que se aplicar durante o evento para vencer as oponentes. Era a primeira vez que participava num evento desta dimensão diante de concorrentes experientes, bonitas e inteligentes. A intensidade do ensaio era diferente. “Não me preparei para as questões colocadas e foram difíceis. Foram colocados temas relacionados com cultura geral, mas saime bem” A vencedora do concurso conta que em 2012 quando frequentava o ensino secundário tentou participar num evento inter

-escolar, mas as coisas não correram bem, por falta essencialmente de altura. “Quis sempre desfilar em passarela. Porém, quando entrei para a faculdade decidi concentrar-me nos estudos e concluir a minha formação académica. Cumprida positivamente esta etapa, decidi agora participar num concurso do género”, explicou. Quando tomou conhe-

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cimento da realização do concurso Miss University África – Moçambique inscreveu-se por via online. Das dez concorrentes escolhidas para o evento, o júri tinha que seleccionar quatro. O concurso contemplava itens como beleza e elegância, inteligência. As concorrentes tinham que se apresentar com o corpo coberto e responderem também às questões de cultura geral. “Modéstia à parte, eu estive bem e sinto-me bastante radiante. Os meus familiares e amigos manifestaram-se emocionados e reagiram positivamente ao meu sucesso. Eles sempre acreditaram em mim, para além dos meus pais, os meus irmãos, toda família deu-me muita força”. Pelecida vai, deste modo, representar Moçambique na final do concurso na Nigéria. Ela está confiante, porque, segundo diz, tem talento e potencial. Ela destaca que, além do sonho de vencer um concurso desta importância, pretende ganhar visibilidade com a luta em prol da criança e da mulher: “Acredito que nós podemos utilizar desta influência para ter voz em projectos sociais. O empoderamento feminino é algo que precisa cada vez mais de força, para mostrar que a mulher é capaz de realizar tudo aquilo que ela almeja. E poder representar meu país está sendo um sonho realizado”. A filha do político e académico, Fernando Mazanga, tem um foco definido para a vida profissional, nomeadamente ser juíza, por isso não descarta, no plano académico, a possibilidade de se formar em direito. “Acabei de me licenciar em administração edição 85 / IMPERDÍVEL


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pública e pretendo fazer mestrado, mas o meu verdadeiro desejo é ser juíza. Gostava de fazer medicina, mas não sou boa a química”, confessou, acrescentando que “não só tinha o sonho de ser modelo, mas também apresentadora de TV”. Na vida artística, Pelecida inspira-se bastante na cubana Naomi Campbel e na americana Oprah Winfrey. Considera os pais como seus verdadeiros ídolos pelos ensinamentos, atenção e apoio incondicional que têm prestado a sua pessoa. Não deixou de falar da família que a tem apoiado carinhosamente nos seus projectos de vida. Nos tempos livres, a Miss University África – Moçambique ocupa-se em escutar música, navegar na internet, ler livros motiva-

cionais; ver programas de televisão, como telejornal e telenovelas. Questionada

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se se interessa pela política, Pelecida respondeu positivamente, deixando

claro que “todo o mundo é político, uma vez que temos de tomar decisões”


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ENTREVISTA

Farei de tudo para elevar a bandeira de Moçambique Paulo Oliveira, falando da participação no PanÁfrica, em representação de Moçambique

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o primeiro piloto do motociclismo a participar numa corrida do Campeonato do Mundo de Motorally (PanÁfrica), em representação de Moçambique. Paulo Oliveira, na esfera pública, é mais conhecido como empresário e gestor de empresas. Contudo, o seu lado empresarial sempre andou em paralelo com o motociclismo. Nesta entrevista, Oliveira fala da sua participação no PanÁfrica, a acontecer entre os dias 21 e 27 de Setembro, em curso. O piloto fala, ainda, da sua carreira desportiva, e a conciliação da sua vida empresarial com o desporto motorizado. Acompanha as próximas linhas, aonde transcrevemos as partes essenciais do diálogo. Ídolo (I) – Quando é que nasceu a paixão pelo motociclismo? Paulo Oliveira (PO) – Desde os meus 14 anos sou um apaixonado e praticante do desporto motorizado, principalmente na classe de todo-o-terreno. Durante vários anos participei no campeonato nacional em Portugal de Todo-o-Terreno. Cheguei a vencer algumas corridas e estive no pódio em 2008 [2.º lugar] e 2009 [3.º lugar] na classe onde estava a participar. Já a morar em Moçam-

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bique essa paixão não se perdeu. Facilmente encontrei amigos moçambicanos

com a mesma paixão e isso ajudou a continuar com a prática.

Foi ai também que tomei a decisão em começar a correr com a Licença desportiva Moçambicana, algo que faço com muito orgulho e prazer. Actualmente, tenho participado em algumas provas internacionais de corrida todo-o-terreno e pela primeira vez irei participar num Motorally, algo muito parecido com o Dakar. Estive no Europeu de Bajas no ano passado, em Portalegre, aonde terminei no quinto lugar da minha classe e em 36º numa competição com mais de 120 pilotos. Este ano conto fazer duas corridas internacionais.


ENTREVISTA

Estarei no PanÁfrica, uma corrida difícil e com muita navegação em Setembro a disputar em Marrocos e voltarei a participar no Europeu de Bajas, em Portalegre, nos finais de Outubro. I – O que esta modalidade tem de especial? PO – O motorally é uma modalidade dentro de todo-o-terreno feito de mota. Mas esta modalidade é complementada com o aspecto de navegação. No todo terreno, corremos numa pista marcada, portanto conhecemos facilmente o caminho. No motorally não conhecemos a pista e como muitas vezes a corrida acontece no deserto aonde não temos árvore ou algo de género para nos servir de sinal para o caminho, somos orientados por um roadbook que tem a função de um GPS Por outra, o piloto deve pilotar com velocidade e controlar a navegação para não se perder. É uma modalidade que no final o que conta é o fazer o mínimo tempo possível nas etapas. É uma disciplina que exige uma combinação da concentração, perspicácia e habilidade. I – Tinha dito que em Moçambique só pratica o todo-o-terreno… PO – Sim. Ainda não temos a modalidade do motorally cá. Praticamos todo-o-terreno. Semanalmente juntamos um grupo de amigos para fazer alguns treinos. O único campeonato que temos ao nível do motociclismo é o Motocross, que está já a decorrer e tem muita aderência. Mas ao nível de todo-o-terreno estamos numa fase embrionária. Quando queremos pro-

vas profissionais temos de sair para outras regiões, fazendo corridas que estejam incluídas no programa da FIM (Federação Internacional de Motociclismo). I – Em Moçambique onde acontecem os encontros para fazerem os vossos treinos de todo-o-terreno? PO – Os nossos encontros ocorrem no ATCM e os nossos treinos fazem-se com percursos de Maputo - Manhiça, Bilene, ou Namaacha. I – Há condições em Moçambique para um dia acolher uma prova profissional de motorally? PO – Temos pistas fantásticas e condições fantásticas para a realização deste tipo de provas. N o

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entanto, para isso acontecer é necessário um esforço muito grande por parte do Governo, Federação de Motociclismo e outras entidades. Só para ter uma ideia, a maior prova que existe no mundo nesta modalidade é o Dakar, é a sua realização é disputada por muitas Nações que querem acolher este tipo de eventos. É um evento que move milhões de Dólares e que claramente nos iria colocar no mapa com uma outra visibilidade, os números das audiências são incríveis e poderia ser uma boa forma de darmos a conhecer o n o s s o

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maravilhoso Pais. Evidentemente, estamos num estágio em que temos mais coisas urgentes para desenvolver no Pais nesta altura, porque trazer um projecto deste tipo envolve muito investimento. I – Fala-nos do PanÁfrica, o evento em que vai participar… PO – Existem várias provas de motorally espalhadas pelo mundo. A mais conhecida é o Dakar. Todas grandes equipas sonham ganhar o Dakar, é para isso que trabalham todo o ano, marcas como a Honda, KTM, Yamaha, etc, fazem investimentos avultados no desenvolvimento das suas máquinas e na contratação dos melhores pilotos para conseguirem atingir esse objectivo. Mas para chegar ao Dakar existe uma quantidade de provas que cada um pode fazer em regime de campeonato ou competições isoladas. Eu irei participar em uma dessas provas que antecedem o Dakar, que é o PanÁfrica, em Marrocos de dia 21 a 27 de Setembro corrente. Muitas das equipas que vão estar presentes no PanÁfrica serão as mesmas que iremos ver a participar no Dakar de 2020 este ano, a realizar-se na Arábia Saudita. O PanÁfrica é uma corrida com uma história em Marrocos. São mais de 1600 quilómetros feitos em cinco dias. I – Como está a preparar-se para este evento? PO – Tenho aproveitado os nossos treiedição 85 / IMPERDÍVEL


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nos de todo-o-terreno ao fim de semana. E intensifiquei a preparação física quer seja no ginásio, com treinos específicos, quer seja a corrida na rua. Tenho também recorrido à equipa na qual estou integrado, Mário Patrão Motorsport, liderada pelo experiente piloto Mário Patrão (piloto oficial da KTM), que além de muita competência comprovada, já ganhou a classe Maratona no Dakar e o Rally PanÁfrica, em 2017. I – Qual é a sua expectativa para este evento? PO – Vai ser a primeira vez a participar no Motorally, a minha experiência em corridas todo-o-terreno é grande, mas numa corrida de navegação será a primeira vez. Os primeiros Kms serão uma aprendizagem, depois logo se verá. O grande objectivo passa por conseguir chegar até ao final da prova e elevar a bandeira de Moçambique, adquirindo assim experiência para os próximos eventos. I – O que tem de ser feito para termos mais pilotos a participar em eventos do género? PO – Recentemente foi criada a Federação de Motociclismo e fica mais fácil congregar todos clubes, e apoiar novos talentos. Temos de convergir todos para o mesmo lado, nomeadamente organizar campeonatos para às várias modalidades para potenciarmos o motociclismo. Este não é um desporto de massas, pois ele tem custos. É necessário que o desporto e o tecido empresarial andem de mãos dadas para que seja uma realidade. I – É empresário e está

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ENTREVISTA antes de terminar a faculdade. Quando comecei a correr já com algum grau de profissionalismo foi com dinheiro ganho com o meu trabalho. A paixão pelo motociclismo caminhou sempre em paralelo, mas nunca foi minha primeira aposta. I – Como praticante de desporto e empresário, que conselho dá aos jovens? PO – A fase da juventude é um período de muitos sonhos, queremos correr atrás deles todos. É um erro, é preciso termos foco. É preciso termos um grande sonho e irmos atrás desse. Segundo conselho, disciplina. Nossa vida tem de ser organizada e pautada com rigor para conseguirmos chegar onde nos propomos. Terceiro conselho, seriedade e honestidade, não podemos enganar os outros nem, por vezes, a nós próprios

em frente de várias empresas, como faz para ter tempo para praticar o motociclismo? PO – Temos de apostar nas nossas equipas. O dia em que as nossas organizações não deem pela nossa falta é porque ela está a trabalhar bem. Sou mais um elemento em cada das minhas equipas, portanto é necessário as capacitar, formar e motivar para que possam desenvolver o seu trabalho com empenho e rigor. I – Como lidava com o motociclismo aos seus 17 anos? PO – Sempre tive este desporto como paixão, mas não como minha prioridade. A escola e o trabalho era minha prioridade. Abri a minha primeira empresa


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ECONOMIA

Há empresas com forte potencial para agronegócios – Barnabé Zandamela, director-geral da AgriMag

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rrancaram a 4 de Setembro corrente, nas províncias de Nampula, Sofala e Zambézia, as formações do Future Agro Challenge Moçambique (FAC). O périplo pelo país está abranger seis províncias, nomeadamente: Nampula (nos dias 4-6/9); Sofala (11-13/9); Zambézia (18-21/9); Tete (23-26/9); Manica (1-3/10); e Cabo Delgado (8-11/10). É nas “caravanas de formações” em curso aonde estão a ser encontradas empresas para a fase nacional, a ter lugar a 15 de Novembro, próximo, em Maputo. Depois da primeira formação, realizada em Nampula, a Ídolo conversou com o director-geral da AgriMag, Barnabé Zandamela. A AgriMag é a empresa que organiza o FAC, em parceria com Moz Innovation Lab. Acompanhe as partes relevantes da conversa nas próximas linhas.

Os empreendedores não têm conhecimento de que o Governo tem incentivos ou apoio para o sector Ídolo (I) – Da visita feita à Nampula, que ilações tirou? Barnabé Zandamela (BZ) – Os empreendedores e as empresas têm capacidade para produzir, mas estão

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desprovidos de conexões. Estão a precisar de formação e apoio. Pudemos notar que não estão a trabalhar sob orientação dos programas que existem por falta de conhecimento. Os empreendedores não têm conhecimento de que o Governo tem incentivos ou apoio para o sector. Não têm conhecimento de que as instituições financeiras têm produtos específicos para apoiar o sector do agro-negócio. Não sabem qual é a importância de ter uma assessoria de consultoria para melhorar os seus projectos para aceder a mercados, financiamentos, e interagir entre elas.

Temos de ter uma instituição muito forte em Moçambique, que lide com financiamento e apoio às empresas I – Que trabalho deve ser feito para fazer face a esses desafios? BZ – O sector privado tem uma grande responsabilidade de desempenhar um papel indutor e mobilizador para preparar essas empresas. Temos de ter uma instituição muito forte em Moçambique, que lide com financiamento e apoio às empresas. Já existem instituições nesse ramo, mas falta o elo intermédio para

interagir directamente e de uma maneira ousada e arriscada. E não pode ser só o Estado a fazer, tem de haver iniciativas privadas. Não precisam ser empresas, podem ser indivíduos que avançam para estabelecerem esses casamentos. O trabalho a ser desempenhado pelo elo intermédio deve-se basear na missão de identificar empresas e forma-las em cada província para que tenham capacidade para exportar.

vamos focar o projecto todo em poucas empresas I – Nesse âmbito, que


ECONOMIA exercício tem de ser feito ao nível da cadeia de valor? BZ – Moçambique precisa de focar-se na cadeia de valor, mas não vale a pena produzirmos 20, 15 produtos. É preferível seleccionamos dois, três, ou quatro produtos de bandeira e fecharmos a cadeia até podermos exportar. Temos de olhar para aqueles produtos que podem ser transformados, embalados, e certificados. I – Quantas empresas foram identificadas em Nampula? BZ – Foram 10. Na verdade, estamos com uma média de 10 empresas em cada província seleccionada para acolher a formação. I – Olhando para suas apresentações, qual é a avaliação que faz? BZ – Nestas 10 empre-

sas, diria que cinco são financiáveis e outras cinco têm viabilidade para poderem avançar. Se primarmos pela qualidade iremos en-

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contrar uma quantidade na produção. Se primarmos pela quantidade, talvez o resultado pode não ser benéfico. Em Nampula, en-

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contramos empresas com qualidade e isso fez-nos pensar que vamos focar o projecto todo em poucas empresas, mas com potencial. I – Estão todas na fase inicial do agro-negócio? BZ – Três estão estabelecidas, as outras são novas e uns são inovadores. As empresas estabelecidas estão a precisar de outro tipo de arranque para aumentar a sua capacidade de produção ou introduzir novas componentes de produção. Por exemplo, uma quer introduzir uma nova raça de frangos; outra precisa de aumentar sua capacidade de produção para alimentar o seu mercado; outra só precisa de investimento para aumentar o seu equipamento para serem mais abrangentes. As outras empresas estão em fase de arranque

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ECONOMIA

Touareg chega à Pérola do Índico

A Caetano Drive, representante oficial da marca Volkswagen em Moçambique, fez o lançamento do novo Volkswagen Touareg, na Cidade de Maputo. Trata-se de um veículo que promete poupança de combustível; uso de tecnologias modernas de forma simples e cómodas e conforto. IMPERDÍVEL / edição 85

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oupar combustível por meio do Touareg é possível graças a função roda livre, que já pode ser utilizada todos dias. A função roda livre utiliza a energia cinética do carro, poupando assim até meio litro de combustível aos 100 km. E a agilidade do automóvel não é sacrificada, por conta da tecnologia “BlueMotion” usada no Touareg e integrada em todos os motores V6 TDI. O Touareg promete, também, o domínio de qualquer tipo de terreno, pois tem uma tracção permanente às quatro rodas


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“4MOTION” e um motor com uma potência de 245 cv. A viatura dispõe, ainda, de um sistema de suspensão pneumática, por meio do qual são anulados os efeitos das lombas e dos buracos da estrada. A parte interior foi concebida com cores elegantes e materiais cuidadosamente seleccionados, propiciando um ambiente luxuoso ao condutor e aos ocupantes. O lançamento oficial do Volkswagen Touareg ocorreu nas instalações do Girassol Hotel – Montebelo, numa cerimónia ímpar e que contou com a presença de várias personalidades nacionais e estrangeiras. Na ocasião, foi assinado um memorando de entendimento entre a Caetano Drive e o First National Bank para efeitos de comercialização do veiculo automóvel via leasing. edição 85 / IMPERDÍVEL


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ECONOMIA

Jahyr Abdula é novo Embaixador da Volkswagen em Moçambique O vice-presidente da União de Jovens Empreendedores e Empresários da CPLP, Jahyr Abdula, é o novo embaixador da Volkswagen em Moçambique. O jovem moçambicano foi apresentado durante a cerimónia de lançamento do Touareg.

Volkswagen ao nível nacional e disse estar motivado a cumprir a missão com prazer. “Irei mobilizar as pessoas a entrarem para a marca. E fazer as pessoas entenderem e sentirem que a Volkswagen Moçambique, para além de colocar viaturas no mercado, oferece assistência técnica”, acrescentou

N

a ocasião, Jahyr Abdula manifestou gratidão pelo facto da Caetano Drive ter confiado nele para representar a marca

Salimo Abdula é primeiro cliente Fica para a história. O primeiro a comprar o Volkswagen Touareg em Moçambique foi o empresário moçambicano Salimo Abdula. Foi uma notícia que lhe colheu de surpresa. “Ser primeiro cliente foi uma surpresa. De facto já tinha colocado a ordem há um tempo, porque já tinha visto esta viatura publicitada em várias partes da Europa. Fui informar-me e achei ser uma viatura adequada ao nosso mercado”, introduziu Salimo Abdula. “Considero esta viatura dois em um. É um carro com uma

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tecnologia moderna, robusto, e próprio para o mercado moçambicano. Sinto-me lisonjeado sendo o primeiro cliente e espero que haja mais clientes que me sigam. A Salvador Caetano tem um serviço muito bom e com assistência pósvenda, o que falta em muitas outras agências que acabamnos obrigando a ir à África do Sul para fazer assistência”, testemunhou o empresário. Sobre a expectativa advinda da aquisição da viatura, Salimo Abdula disse sentir-se pronto para palmilhar as zonas mais recônditas de Moçambique


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Clientes do Touareg têm tratamento especial no FNB

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banco FNB não apenas esteve envolvido na vinda do Touareg em Moçambique, como também quer ser parceiros dos potenciais clientes da marca. Para o efeito, o FNB irá oferecer a oportunidade de aquisição da viatura a leasing, ou seja, o banco adquiri o veículo e entrega ao cliente, que passa a pagar em parcelas ao banco e após concluir todo processo de pagamento a viatura passa para o seu nome. “Toda pessoa pode adquirir o Touareg junto da Salvador Caetano. E lá podem fazer o pedido de leasing. Se forem já

clientes do FNB, nós já vamos estar em contacto com eles. Mas acontece que ao adquirir uma viatura Volkswagen já se podem tornar nossos clientes. Tornam-se clientes especiais do banco. Tornamse clientes private”, explicou o representante do FNB. A associação do FNB ao grupo Salvador Caetano, segundo explicou a fonte, tem a ver com o facto de o banco estar num processo de reposicionamento no mercado. O FNB quer continuar a ser uma instituição financeira universal, mas dando mais atenção para empresas e ao espaço corporativo

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ENGIE Fenix Moçambique inaugura em Nampula FUNAE e a DStv juntam-se a instituição A título de subsidiária da ENGIE, as operações da Fenix cresceram rapidamente, o que permitiu expandir a energia fora da rede e serviços financeiros para novos mercados A ENGIE Fenix Moçambique Lda. inaugurou nesta sexta-feira, dia 20 de Setembro de 2019, a sua sucursal de Nampula, em colaboração com o FUNAE, responsável pela electrificação rural, e a DStv, líder de mercado na provisão de televisão digital e por satélite. A presente decisão de lançar a sucursal de Nampula é motivada pelo compromisso da FENIX de facultar a sua solução às famílias mais necessitadas, situadas nas zonas rurais mais difíceis de alcançar em Moçambique. Recentemente, a empresa iniciou as suas actividades nas províncias de Maputo e Gaza e, em menos de três meses, já electrificou mais de 1000 residências. A Fenix também anunciou, há pouco, uma parceria de promoção de marca e distribuição com a Vodacom e a Vodafone M-Pesa SA.

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ENGIE Fenix Moçambique Lda. inaugurou nesta sexta-feira, dia 20 de Setembro de 2019, a sua sucursal de Nampula, em colaboração com o FUNAE, responsável pela electrificação rural, e a DStv, líder de mercado na provisão de televisão digital e por satélite. A presente decisão de lançar a sucursal de Nampula é motivada pelo compromisso da FENIX de facultar a sua solução às famílias mais necessitadas, situadas nas zonas rurais mais difíceis de alcançar em Moçambique. Recentemente, a empre-

sa iniciou as suas actividades nas províncias de Maputo e Gaza e, em menos de três meses, já electrificou mais de 1000 residências. A Fenix também anunciou, há pouco, uma parceria de promoção de marca e distribuição com a Vodacom e a Vodafone M-Pesa SA. A Fenix International (https:// www.FenixIntl.com/), com a sua empresa-mãe sediada em Kampala, já facultou energia solar à 500 000 clientes em Uganda, Zâmbia, Costa do Marfim, Benim e Nigéria. A título de subsidiária da ENGIE (ENGIE - Acteur mondial de l’énergie), as operações da Fenix cresceram rapidamen-

te, o que permitiu expandir a energia fora da rede e serviços financeiros para novos mercados, sendo Moçambique o quarto novo mercado aberto nos últimos 12 meses.

O lançamento também marca o início de uma parceria estratégica entre a Fenix Moçambique e a DStv, "Estamos muito felizes por trabalhar com o DIPREME e o FU-


ECONOMIA NAE em prol de trazer produtos solares inovadores para a província de Nampula. Só em Nampula, há mais de 1,5 milhões de moçambicanos sem acesso à energia. Com a solução de qualidade da Fenix, disponível em prestações acessíveis, nossos clientes podem agora iluminar as suas casas, carregar os seus telefones e ligar os seus rádios e televisões com energia limpa e renovável.”, comentou Luke Hodgkinson, Director Geral. Macário Comboio, Chefe do Departamento Mineiro da Direcção Provincial dos Recursos Minerais e Energia de Nampula (DIPREME) comentou, "A DIPREME enaltecem a decisão da Fenix de expandir para a Província de Nampula, como parte do programa "Energia Para Todos", lançado por Filipe Jacinto Nyusi, Presidente da República de Moçambique, o qual visa facultar energia eléctrica a todos os Moçambicanos até 2030. Nampula tem mais de 5,75 milhões de habitantes, a maioria dos quais não têm acesso à electricidade, portanto a DIPREME e irão prestar o apoio necessário para garantir o êxito desta iniciativa. Iremos, juntos, causar um grande impacto nas comunidades rurais e urbanas, ao proporcionar energia barata, limpa e de qualidade.” O lançamento também marca o início de uma parceria estratégica entre a Fenix Moçambique e a DStv, um serviço de televisão digital por satélite da MultiChoice Moçambique, através da qual a Fenix irá facultar painéis, baterias, televisões e equipamento da DStv aos moçambicanos fora da rede, pagáveis através de prestações acessíveis. Os clientes poderão, então, subscrever aos acessíveis pacotes da DStv, como o, recentemente lançado, DStv Família, o qual permitirá aceder a vários conteúdos a partir de qualquer ponto de Moçambique. Luke Hodgkinson acrescenta: "para a Fenix, o acesso rural à televisão não representa apenas entretenimento, representa,

além disso, um direito humano à informação e à educação nas zonas rurais. A missão da MultiChoice é tornar o melhor do entretenimento mais acessível, pelo que a DStv foi o parceiro óbvio para a Fenix”. A Fenix e a DStv irão, juntos, facultar energia e televisão, com conteúdos internacionais, às famílias nas zonas mais rurais de Nampula e de todo Moçambique. Estas famílias terão agora

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acesso à notícias internacionais, programação infantil para o reforço de competências linguísticas e, certamente, entretenimento de qualidade para toda a família desfrutar. Com mais de 20 anos de experiência em Moçambique, a MultiChoice, pioneira da televisão digital, prioriza a proximidade com os clientes e envida constantemente esforços em prol de satisfazer as necessidades dos seus

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actuais e potenciais clientes. “A MultiChoice está firmemente comprometida com o objectivo de enriquecer a vida de milhares concidadãos, levando o melhor conteúdo televisivo para os seus lares. A parceria firmada com a Fenix e FUNAE representa uma oportunidade ímpar para expandir o acesso a energia à população actualmente desprovida, ao mesmo tempo em que propiciamos também o acesso aos melhores conteúdos televisivos de informação e entretenimento, que constituem condições necessárias para o desenvolvimento e formação do capital humano nacional,” comentou Agnelo Laice, Director Geral da MultiChoice Moçambique. A Fenix está sediada em Maputo, mas irá, nos próximos três anos, operar em todas as províncias de Moçambique e espera facultar a mais de 200 000 agregados familiares energia limpa e serviços financeiros inclusivos. A fim de servir aos seus clientes em todo o país, a Fenix Moçambique vai formar e empregar, a tempo inteiro, mais de 150 profissionais de vendas e marketing, atendimento ao cliente, diagnóstico de produtos e logística

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Telecomunicações nacionais com 85% de cobertura nacional O Governo expandiu a rede de telecomunicações, incrementando a cobertura populacional de cerca de 65%, em 2014, para cerca de 85%, até ao primeiro semestre deste ano, disse ontem, em Maputo, o Secretário Permanente do Ministério dos Transportes e Comunicações, Pedro Inglês.

Pedro Inglês, secretário permanente do Ministério dos Transportes e Comunicações

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edro Inglês acrescentou que, durante este quinquénio (2015-2019), cuja meta era cobrir 100% dos postos administrativos e 50% das localidades, o Sector registou progressos assinaláveis, tendo até finais do primeiro semestre deste ano, coberto 86% dos postos administrativos e cerca de 60% das localidades, superando a meta fixada no PQG (Plano Quinquenal do Governo). Para além da expansão da rede de telecomunicações, o País implementou, nos últimos quatro anos, projectos estratégicos de massificação do uso das Tecnologias de Informação e Comunicação, como são os casos do processo de Migração de Radiodifusão Analógica para Digital, Projecto de televisão via satélite para 500 aldeias moçambicanas, o Projecto de Praças Digitais, construção de Centros Multimédia Comunitários, entre outras iniciativas. Pedro Inglês falava na quintafeira, 29 de Agosto, na cidade de Maputo, na cerimónia de abertura da terceira Conferência Nacional de Telecomunicações, que

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John Omo, secretário-geral da União Africana das Telecomunicações

Américo Muchanga, PCA da Autoridade Reguladora das Comunicações

as telecomunicações o cidadão não vai conseguir, por exemplo, comprar energia ou pagar uma factura de água”, enfatizou o PCA da ARECOM. A propósito, Américo Muchanga apontou a instalação de (mais) infraestruturas de acesso, o aumento da capacidade e a adesão por parte das empresas (através da criação e introdução de novos serviços no mercado) como factores fundamentais para assegurar que o País tire proveito dos benefícios do uso das telecomunicações. “As empresas, sobretudo, devem ter a preocupação de integrar os serviços que prestam aos cidadãos numa plataforma tecnológica para que estes (os cidadãos) tenham a sua vida simplificada”, sublinhou. Importa realçar que a terceira Conferência Nacional de Telecomunicações contou com a presença do secretário-geral da União Africana das Telecomunicações (ATU, sigla em inglês), John Omo, que, na sua intervenção, defendeu a inclusão dos jo-

Participantes teve como lema “Telecomunicações em Moçambique: Prontidão Para a IV Revolução Industrial”. Na ocasião, o presidente do Conselho de Administração (PCA) da Autoridade Reguladora das Comunicações (ARECOM), Américo Muchanga, defendeu a necessidade de os cidadãos, as empresas, o Governo e o Estado apostarem nas telecomunica-

ções pois isso vai “contribuir para o aumento da produtividade, eficiência, bem como para a criação de novos serviços”. “As telecomunicações já não servem apenas para nos comunicarmos. Elas são parte da infraestrutura de que as empresas e as pessoas precisam para funcionar e para aceder a diversos serviços, respectivamente. Sem

vens, mulheres e estudantes em discussões relevantes para o progresso das telecomunicações. “Eles devem fazer parte destes encontros para que possam conhecer os aspectos práticos do trabalho do Governo e do regulador. Há frutos que podemos colher ao assegurar a sua participação nos esforços em curso”, afirmou John Omo


PUBLICIDADE No âmbito dos acordos de cooperação institucional entre a GAPI-SI e o FARE, a contratação dos financiamentos do FEREN para apoiar a recuperação do tecido empresarial afectado por aquelas calamidades é efectuada pelo FARE – Fundo de Apoio à Reabilitação da Economia. No início desta semana, o director geral do FARE, Augusto Isabel, deslocou-se à região centro do País onde procedeu à entrega dos cheques correspondentes às primeiras quatro candidaturas aprovadas de um total de 24 que já foram consideradas elegíveis. Em Sofala, os dois primeiros financiamentos foram para as empresas Unipesca, sediada na cidade da Beira, que se dedica à pesca, processamento e comercialização de produtos marinhos e a Agro-Ana, que desenvolve as suas actividades nos distritos de Nhamatanda e Búzì, produzindo e comercializando cana-de -açucar à açucareira de Mafambisse. “Este acto é o reflexo do esforço de instituições nacionais, em conjunto com parceiros estratégicos multinacionais, com vista a cumprirem a sua missão de apoiarem o surgimento, fortalecimento e desenvolvimento do empresariado nacional,

de forma sustentável e responsável”, o director geral do FARE, no acto de entrega dos dois primeiros cheques na província de Sofala e que simbolizam a operacionalização do FEREN. “Queremos apelar ao uso racional destes recursos, de forma a garantir o retorno desses valores para abranger mais empresas”, asseverou, enfatizando “que o FEREN prioriza actividades que garantam inclusão, empregos, criação de renda e sustentabilidade.

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“Este financiamento vai permitir reabilitar uma das quatro embarcações paralizadas, de modo a nos submetermos às inspecções exigidas para exportarmos para a União Europeia. Uma vez aprovada, vamos voltar a operar e garantir a manutenção dos 80 postos de trabalho que se encontram em risco”, regozijouse Mamade Sulemane, da Unipesca. “Embora este valor seja uma boa contribuição para a reabilitação das nossas instalações e de, pelo menos,

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mais dois barcos, continuamos afectados pela obrigação de pagar a licença que custa 1.400.000 meticais.” António Passane, director geral da Agro Ana diz, por seu turno, que “vamos investir o valor no reforço da adubação, para recuperarmos a fertilidade dos solos que estiveram totalmente inundados, de modo a não comprometermos a produtividade das culturas que estamos a lançar. Paralelamente, vamos adquirir ou recuperar alguns equipamentos destruídos, como são as motobombas e atomizadores". Na província de Manica, a primeira servida pelo FEREN foi a empresa avícola Soaves, sedeada no distrito de Gondola. Com o ciclone, grande parte dos seus pavilhões, incluindo os que operavam nos arredores da Beira, foram destruídos. Estão em processo de contratação e desembolso mais dez financiamentos, incluindo algumas empresas de Cabo Delgado afectadas pelo Kenneth. A Linha de Recuperação cobre um montante máximo por operação de 1.500.000 meticais, tem uma taxa de juro anual que varia entre 8% e 10%, um período de diferimento máximo de capital até 180 dias e um período

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ECONOMIA

Benefícios mútuos

Tmcel e ACIS assinam memorando de entendimento

A Moçambique Telecom (Tmcel) e a Associação de Comércio, Indústria e Serviços (ACIS) estabeleceram, recentemente, em Maputo, uma parceria para a promoção de acções que visam a melhoria do ambiente de negócios e o crescimento de oportunidades empresariais, em Moçambique.

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rata-se de um memorando de entendimento que vai permitir à Tmcel interagir com os associados da ACIS, provendo soluções de telecomunicações a preços bonificados. Intervindo na ocasião, o director executivo da Tmcel, Augusto Fé, referiu que o acto insere-se também no âmbito da responsabilidade social corporativa da empresa, que decidiu abraçar o propósito do desenvolvimento empresarial, através do apoio às associações económicas, gerando sinergias e benefícios mútuos. Ao abrigo desta parceria, conforme indicou Augusto Fé, a Tmcel coloca à disposição da ACIS o seu negócio e equipamentos de voz e dados, para melhorar o

ambiente de trabalho dos membros da organização. “A nossa aposta no melhoramento dos serviços em termos de qualidade e a introdução de tecnologias avançadas de telecomunicações, coloca-nos cada vez mais firmes nos passos que damos para melhor servir as nossas comunidades e com elas continuarmos a nossa histórica caminhada”, frisou Augusto Fé. O presidente do Conselho de Gerência da ACIS, Luís Magaço, considerou que o memorando de entendimento assinado com a Tmcel constitui uma troca de serviços e benefícios entre ambas as instituições. “Nós teremos acesso privilegiado à área das telecomunicações, particularmente na transmissão de dados e de voz e a Tmcel terá, igualmente, acesso

privilegiado aos membros, ferramentas, eventos da ACIS, entre outros aspectos a serem desenvolvidos pela organização”, enfatizou. Importa realçar que a ACIS é uma entidade autónoma e privada que tem contribuído para a promoção e desenvolvimento dos sectores comercial, industrial e de serviços, representando cerca de 400 pequenas, médias e grandes empresas nacionais e internacionais, que operam em Moçambique. Focaliza as suas acções na prestação de informações úteis aos membros, no que tange ao exercício da actividade económica em Moçambique, na capacitação institucional, no lobby e advocacia, com vista à remoção de barreiras que enfermam o ambiente de negócios


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Cimeira Financial Times

Standard Bank defende capacitação das PMEs A capital do País acolheu, na quartafeira, 11 de Setembro, a quarta edição da Cimeira Financial Times em Moçambique, durante a qual o administrador delegado do Standard Bank, Chuma Nwokocha, defendeu a necessidade de o País se focar na capacitação das suas Pequenas e Médias Empresas (PME) para que tirem, efectivamente, vantagem das oportunidades que se abrem com a implantação dos projectos associados à exploração do gás natural na bacia do Rovuma, na província de Cabo Delgado.

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ste apelo surge do facto de existir um défice de participação deste segmento de empresas no processo de desenvolvimento sustentável do País, bem como na prestação de serviços e fornecimento de bens aos grandes projectos. É neste sentido que Chuma Nwokocha aponta como prioridade a capacitação das PME para que estas tenham acesso às oportunidades existentes, não só nos grandes projectos, mas também nos mercados regional, continental e mundial. “O financiamento é a parte menos relevante, neste momento. O mais importante é ajudar as empresas moçambicanas, em particular as pequenas e médias a adquirirem capacidades

e conhecimentos, pois só assim é que terão acesso às oportunidades criadas pelos projectos da bacia do Rovuma”, disse o administrador delegado do Standard Bank. Chuma Nwokocha defendeu, ainda, a contínua aposta na agricultura, apesar do enorme potencial que o País detém no sector energético: “A agricultura contribui com 24 por cento para o nosso Produto Interno Bruto e é o maior empregador da população moçambicana. Ou seja, é um sector a ter sempre em conta. Não podemos abandoná-los, só porque descobrimos o gás”. Chuma Nwokocha falava na abertura da quarta edição da Cimeira Financial Times em Moçambique, que, na sua opinião, se afigura como uma excelente plataforma de debate e de troca de experiências sobre as melhores soluções para o futuro do País. “O Standard Bank sempre investiu no futuro de Moçambique, onde está implantado há mais de 125 anos. Por isso, apoia a realização desta cimeira desde o primeiro momento. Estamos felizes com a qualidade dos debates, que vão, certamente, contribuir para um crescimento

sustentável e inclusivo do País”, sublinhou. A cerimónia de abertura foi dirigida pelo ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleiane, para quem o evento serve de montra para as oportunidades que o País possui em diversas áreas, pois “a partir daqui é mais fácil fazer saber que existimos e que Moçambique é um bom País para se investir”. “Esta cimeira é uma plataforma que nos permite trocar informações sobre as nossas po-

tencialidades. A Financial Times é uma publicação especializada em assuntos económicos, com inserção mundial, e é sempre bom termos um evento desta natureza aqui. Temos e fazemos muitas coisas boas, mas não temos tido a capacidade de as fazer chegar ao mundo, e as pessoas que não conhecem Moçambique começam, pelo menos, a ter informações a partir daqui”, disse Adriano Maleiane. Importa realçar que a quarta edição desta cimeira teve como tema “Construindo Resiliência para um Crescimento a Longo Prazo”, dada a necessidade e pertinência do debate sobre reformas e soluções que possam permitir um crescimento sustentável da economia, transformando os actuais desafios em oportunidades. A tónica das apresentações e dos debates esteve centrada na diversificação da economia do País e a introdução de reformas com vista ao seu crescimento sustentável, numa altura em que o País se prepara para receber grandes volumes de investimento associados à exploração do gás na bacia do Rovuma, em Cabo Delgado

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Na costa de Inhambane

Universidade Pedagógica faz expedição científica marinha A operação está a ser um sucesso A segunda expedição cientifica marinha está a decorrer ao largo da costa moçambicana, concretamente entre a região de Pomene e o Farol de São Sebastião, na província de Inhambane, numa iniciativa da Universidade Pedagógica de Maputo (UP).

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rata-se de um projecto arrojado, que teve inicio no passado dia 16 de Setembro corrente e com o término previsto para 12 de Outubro próximo, envolvendo mergulhadores e cientistas nacionais e brasileiros. Pretende-se com a iniciativa aferir do estado dos recifes de corais da costa de Inhambane, nomeadamente entre o sul de Pomene e o Farol do

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cabo de São Sebastião. Em declarações à IDOLO, Fenias Muhate, pesquisador nacional, disse que a expedição está a decorrer sem sobressaltos, visto que o tempo tem estado a contribuir, até ao momento, para o sucesso da operação. Revelou também que até agora foi possível identificar um pouco mais de 80 espécies de peixes, 25 de macro invertebrados e 21 de corais. ”A expedição de mergulho começou no


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dia 16 de Setembro corrente e estender-se-á até ao dia 12 de Outubro próximo. Começamos a mergulhar desde o sul da Ponta do Pomene, no baixo Silva, e prosseguimos, com a operação, até ao baixo Zâmbia em frente à Malamba, sete milhas náuticas, a norte da Ponta do Pomene”, disse Fenias Muhate, acrescentando que “o tempo tem-nos acompanhado, com boa visibilidade no geral, a temperatura das águas do mar é agradável, com 24 graus em média, e já haviam sido realizados, até ao passado dia 21 de Setembro corrente, 11 mergulhos”. O nosso interlocutor disse que o estado dos corais, de uma forma geral, é bom, mas deixou edição 85 / IMPERDÍVEL


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claro que, em alguns lugares, se verifica à acção do homem, por um lado e, por outro, os ciclones de 2007 e 2017, que devastaram o país, podem ter contribuído para o acentuar dos danos causados nos locais observados até ao momento. Tal como referimos, a expedição constitui uma iniciativa inovadora da Universidade Pedagógica de Maputo e conta com a parceria da Universidade Federal Fluminense do Brasil e das organizações – NATURA Moçambique, Wiori e AVM – Consultores Lda. “Essas organizações financiam às operações. As expedições custam um mínimo de 250 mil dólares americanos, mas permitem que tenhamos uma base de dados vital para entender o bioma e os ecossistemas marinhos. Próximo passo será fazer cursos de mergulho e colocar os estudantes fazendo pesquisa marinha, que ainda parece ser um “handicap” na UP”, explicou Jorge Ferrão, Magnifico Reitor da UP. Entretanto, no final da expedição, após discussões técnicas ao nível da equipa científica, será elaborado um relatório circunstanciado, com comentários, sugestões e recomendações

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Fundos da DANIDA reabilitam PME destruídas pelo Idai e Kenneth O FEREN – Fundo de Emergência para a Reabilitação e Expansão de Negócios, uma facilidade financeira organizada pela Gapi com o apoio inicial da DANIDA, já iniciou as suas operações de financiamento a algumas empresas, cujas actividades foram total ou parcialmente destruídas pelos ciclones Idai e Kenneth. No âmbito dos acordos de cooperação institucional entre a GAPI-SI e o FARE, a contratação dos financiamentos do FEREN para apoiar a recuperação do tecido empresarial afectado por aquelas calamidades é efectuada pelo FARE – Fundo de Apoio à Reabilitação da Economia. No início desta semana, o director geral do FARE, Augusto Isabel, deslocou-se à região centro do País onde procedeu à entrega dos cheques correspondentes às primeiras quatro candidaturas aprovadas de um total de 24 que já foram consideradas elegíveis. Em Sofala, os dois primeiros financiamentos foram para as empresas Unipesca, sediada na cidade da Beira, que se dedica à pesca, processamento e comercialização de produtos marinhos e a Agro-Ana, que desenvolve as suas actividades nos distritos de Nhamatanda e Búzì, produzindo e comercializando cana-de -açucar à açucareira de Mafambisse. “Este acto é o reflexo do esforço de instituições nacionais, em conjunto com parceiros estratégicos multinacionais, com vista a cumprirem a sua missão de apoiarem o surgimento, fortalecimento e desenvolvimento do empresariado nacional, de forma sustentável e responsável”, o director geral do FARE, no acto de entrega dos dois primeiros cheques na província de Sofala e que simbolizam a operacionalização do FEREN. “Queremos apelar ao uso racional destes recursos, de forma a garantir o retorno desses valores para abranger mais empresas”, asseverou,

enfatizando “que o FEREN prioriza actividades que garantam inclusão, empregos, criação de renda e sustentabilidade. “Este financiamento vai permitir reabilitar uma das quatro embarcações paralizadas, de modo a nos submetermos às inspecções exigidas para exportarmos para a União Europeia. Uma vez aprovada, vamos voltar a operar e garantir a manutenção dos 80 postos de trabalho que se encontram em risco”, regozijouse Mamade Sulemane, da Unipesca. “Embora este valor seja uma boa contribuição para a reabilitação das nossas instalações e de, pelo menos,

mais dois barcos, continuamos afectados pela obrigação de pagar a licença que custa 1.400.000 meticais.” António Passane, director geral da Agro Ana diz, por seu turno, que “vamos investir o valor no reforço da adubação, para recuperarmos a fertilidade dos solos que estiveram totalmente inundados, de modo a não comprometermos a produtividade das culturas que estamos a lançar. Paralelamente, vamos adquirir ou recuperar alguns equipamentos destruídos, como são as motobombas e atomizadores". Na província de Manica, a primeira servida pelo FEREN foi a empresa

avícola Soaves, sedeada no distrito de Gondola. Com o ciclone, grande parte dos seus pavilhões, incluindo os que operavam nos arredores da Beira, foram destruídos. Estão em processo de contratação e desembolso mais dez financiamentos, incluindo algumas empresas de Cabo Delgado afectadas pelo Kenneth. A Linha de Recuperação cobre um montante máximo por operação de 1.500.000 meticais, tem uma taxa de juro anual que varia entre 8% e 10%, um período de diferimento máximo de capital até 180 dias e um período máximo de reembolso até 36 meses. Esta linha tem a particularidade de ter um incentivo que consiste em reembolsar 20% do capital pago aos mutuários que tenham cumprido integralmente o pagamento das suas obrigações e operacionalizado o seu negócio e assegurado empregos. Já a Linha de Expansão tem como montante máximo por operação de 5.000.000 meticais, a taxa de juro está indexada à MIMO (publicada pelo Banco de Moçambique) que estiver em vigor à data do contrato de financiamento, tem um período de diferimento máximo de capital até 120 dias, sendo o período máximo de reembolso extensivo até 60 meses. Com base em acordos com vários doadores, a Gapi tem mobilizado recursos para financiar projectos de desenvolvimento do empresariado nacional, assumindo a responsabilidade de gerir esses recursos em conformidade com padrões internacionais nos processos de prestação de contas. Para a implementação do FEREN, esta instituição financeira de desenvolvimento estabeleceu acordos de parceria com a CTA e a Fundação para a Melhoria do Ambiente de Negócios (FAN). A Unidade de Gestão do FEREN informou os seus parceiros que a primeira contribuição feita pela DANIDA é de um montante de pouco mais de 52 milhões de meticais, o que é insuficiente para as necessidades de reabilitação e relançamento das empresas já identificadas como elegíveis. Além destas empresas, o FEREN está aberto a novas contribuições de mais parceiros, tendo, entretanto, iniciado a organização de um programa específico focado em empreendimentos de jovens nas regiões afectadas pelas calamidades

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Cornelder investe 20 milhões MT na construção do mercado de Marínguè O distrito de Marínguè, na província de Sofala, conta desde o dia 30 de Agosto com um novo mercado de referência, construído de raíz pela concessionária dos Terminais de Contentores e de Carga Geral no Porto da Beira, Cornelder de Moçambique.

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infra-estrutura, com uma área coberta de 1.064 metros quadrados, é constituída por 200 bancas para venda de produtos diversos, duas lojas, um talho, um escritório para a administração do mercado, um posto de

primeiros socorros, dois balneários (feminino e masculino), para além de um parque de estacionamento, posto policial e um armazém frigorífico para a conservação de produtos frescos. O mercado possui ainda um sistema de abastecimento regular e inin-

terrupto de água, composto por três tanques com capacidade para 5.000 litros cada, e corrente eléctrica. Para a construção desta importante infraestrutura, a Cornelder de Moçambique investiu um total de 20 milhões de meticais, segundo indicou o director executivo adjunto

da empresa, António Libombo que, durante a cerimónia de inauguração, agradeceu ao Governo provincial e à Administração do distrito de Marínguè pela colaboração prestada no decorrer das obras. "A sua colaboração foi fundamental para o sucesso deste importante projecto. A população de Marínguè, as estruturas locais, assim como a Cornelder de Moçambique aguardavam por este momento com muita expectativa”, disse António Libombo, que apelou à comunidade a cuidar e valorizar o mercado, que vai contribuir para a geração de renda e para o desenvolvimento do distrito de Marínguè e da província de Sofala. Na ocasião, o governador da província de Sofala, Alberto Mondlane, que dirigiu a cerimónia de inauguração, apelou, também, ao uso adequado da infraestrutura, pois “vai impulsionar o comércio e, por via disso, alavancar o desenvolvimento económico do distrito”, afirmou

Dow Jones Sustainability Indices

Galp é a empresa mais sustentável da Europa

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• Empresa lidera Europa no sector Oil & Gas Upstream & Integrated • Pontuação máxima na dimensão Ambiental • Melhor classificação dos oito anos consecutivos de presença nos índices

Galp é a empresa mais sustentável da Europa no seu sector e a terceira melhor a nível mundial, de acordo com os critérios do Dow Jones Sustainability Indices (DJSI) de 2019, atingindo a melhor pontuação dos oito anos de presença nos índices e liderando na dimensão Ambiente. A empresa classificou-se em primeiro lugar no DJSI Europe entre as suas pares do setor Oil & Gas Upstream & Integrated. No DJSI World, a empresa foi a terceira melhor entre as 52 companhias avaliadas pela RobecoSAM, consultora que ajuda a alinhar os índices. “Este reconhecimento reflec-

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te o compromisso da Empresa em criar valor partilhado para todos os seus stakeholders, implementando as melhores práticas nas dimensões ambiental, social e de governo corporativo”, referiu o CEO Carlos Gomes

da Silva. A Galp atingiu os melhores resultados do sector a nível global na dimensão Ambiente, destacando-se nos critérios dos Riscos Relacionados com a Água e Estratégia Climática.

A empresa atingiu igualmente classificações de topo na dimensão Económica, liderando na Gestão de Risco e de Crise. Na dimensão Social, a Galp lidera o sector no Desenvolvimento do Capital Humano e também na Cidadania Corporativa e Filantropia. O índice DJSI foi criado em 1999 como o primeiro indicador da performance financeira das empresas líderes em sustentabilidade a nível global. Os membros deste Índice são classificados como as empresas mais capazes de criar valor para os accionistas a longo prazo, através de uma gestão eficaz dos riscos associados a factores económicos, ambientais e sociais


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Com apoio do Standard Bank:

UEM conta com mais 400 plantas no seu campus principal O administrador delegado do Standard Bank, Chuma Nwokocha, defende o envolvimento dos estudantes e das instituições académicas nas acções de preservação e conservação do meio ambiente, como é o caso do projecto “Plantio de Árvores”, promovido pelo banco, no âmbito da celebração dos 125 anos da sua implantação do País, e que escalou na terçafeira, 3 de Setembro, o Campus Principal da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), na cidade de Maputo, onde foram plantadas 400 árvores.

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ara Chuma Nwokocha, os jovens e as universidades podem desempenhar um papel fundamental no combate à desertificação e às alterações climáticas que estão por detrás dos desastres naturais, dada a sua capacidade de influenciar as comunidades, bem como de replicar as boas práticas. “Com o plantio de árvores aqui na UEM, o Standard Bank pretende convidar cada estudante a reflectir sobre como pode contribuir, aqui na universidade e na sua comunidade, para que tenhamos um mundo mais verde. Pretendemos, também, ajudar a proteger a camada de ozono e, por via disso,

reduzir o aquecimento global”, explicou o administrador delegado do Standard Bank. Na ocasião, o reitor da Universidade Eduardo Mondlane, Orlando Quilambo, sublinhou que a importância desta iniciativa não reside somente na conservação e preservação do meio ambiente, por via da arborização, mas também na melhoria do processo de ensino e aprendizagem, através da realização

de estudos sobre as plantas. “A arborização não deve ser apenas para ter um campus mais verde, mas tê-lo como um espaço onde se pode fazer estudos sobre a taxa de crescimento e de sobrevivência das plantas, capacidade de resposta ao stress ambiental, entre outras pesquisas. Não almejamos somente o verde. Queremos ser um exemplo de sustentabilidade ambiental”, realçou Orlando

Quilambo, que apelou à entrega de todos os intervenientes, dentre os quais alunos, professores e corpo técnico-administrativo da universidade, com vista ao alcance deste desiderato. Importa realçar que, ainda no âmbito desta iniciativa, as escolas primárias completas de Guaxene, Wiriyamu, Triunfo, Chiango, na cidade de Maputo, 4 de Outubro, na cidade da Matola e 1° e 2° Grau de Guava, no distrito de Marracuene, província de Maputo, receberam, recentemente, um total de 60 árvores cada. A iniciativa irá abranger, igualmente, a cidade da Beira. O projecto “Plantio de Árvores” foi lançado em Julho último e tem como objectivo contribuir para a consciencialização das comunidades sobre a importância da preservação do meio ambiente. O mesmo prevê o plantio de mais de 3.000 árvores de diferentes espécies, com destaque para acácias, palmeiras, casuarinas e fruteiras nalgumas rodovias, universidades e escolas primárias e secundárias das três urbes

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SOCIEDADE

Cidades de Maputo, Matola e vila de Boane:

Laboratório de análises físico-químicas garante a qualidade de água potável Um moderno laboratório de análises físico-químicas e microbiológicas tem estado a garantir o abastecimento de água potável às cidades de Maputo, Matola e a vila de Boane pela empresa Águas da Região de Maputo (AdeM), obedecendo a padrões de potabilidade recomendáveis para o consumo humano.

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ma amostra deste laboratório constitui o principal foco da presença da AdeM, na 55ª edição da Feira Agro-pecuária, Comercial e Industrial de Moçambique (FACIM), 2019, que decorre, entre os dias 26 de Agosto e um de Setembro, sob o lema “Moçambique e o Mundo: Alargando o Mercado, Promovendo Investimento e Potenciando Parcerias”. Neste evento, conforme referiu o presidente do Conselho de Administração da AdeM, Elias Machava, a empresa focaliza a questão da qualidade da água que se consome na cidade e província de Maputo, daí que se trouxe uma amos-

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tra do laboratório, que é a entidade interna que tem a responsabilidade de garantir a fiabilidade da água. “Mas, ao mesmo tempo, trazemos aquilo que é a nossa inovação tecnológica, que é para permitir uma melhor prestação de serviços ao cliente, no que diz respeito à mobilidade dos nossos agentes à casa do cliente”, indicou Elias Machava. Ainda sobre a garantia do fornecimento contínuo de água potável com o padrão de qualidade recomendado pelo Ministério da Saúde (MISAU) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o pre-

sidente do Conselho de Administração da AdeM explicou que a unidade tem centrado as suas actividades na colheita de amostras nos decantadores e cisternas na Estação de Tratamento do Umbelúzi (ETA), bem como dos reservatórios nos centros distribuidores, com a finalidade de verificar a potabilidade da água e proceder à sua correcção, caso seja necessário. Este laboratório possui métodos para análise de parâmetros como cloro, turvação no campo, bem como o método de ensaio de Colliret, para a análise microbiológica, cujos resultados podem

ser obtidos em 24 horas, contrariamente aos métodos clássicos que os disponibilizam em 72 horas. O método de Colliret é utilizado para ensaios microbiológicos e incide sobre os parâmetros de coliformes fecais, escherichia coli e microrganismos eterotríficos e é altamente eficiente. Acreditado, em 2016, pelo Instituto Português de Acreditação (IPAC), na norma ISO/IEC 17025:2005, o referido laboratório constitui um instrumento essencial para a garantia da protecção à saúde dos consumidores


SOCIEDADE

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Ao longo dos últimos 24 anos

Mais de 9.500 estudantes graduados pela Universidade Politécnica Ao longo dos 24 anos da sua existência, a Universidade Politécnica já graduou um total de 9.567 estudantes, dos quais 3.473 bacharéis, 5.367 licenciados, 225 mestres e 502 estudantes completaram cursos de pós-graduação.

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ara o próximo ano, o maior estabelecimento privado de ensino superior do País, espera atingir e ultrapassar a marca de 10 mil graduados, conforme referiu o reitor, Narciso Matos, no decurso da XXI cerimónia de graduação, ocorrida no sábado, 14 de Setembro, em Maputo. Na ocasião, foram graduados 439 estudantes, sendo 407 licenciados e 32 mestres. Do conjunto de estudantes licenciados de 23 cursos, 252 são mulheres, o que corresponde à maioria dos graduados. “Estamos decididos a ser e permanecer como uma das melhores universidades de Moçambique”, disse Narciso Matos, assegurando aos presentes na cerimónia que a instituição está a trabalhar para ser ainda uma universidade melhor em 2020, do que em 2019. Para o efeito, segundo explicou, a Universidade Politécnica submeteu todos os seus cursos a um processo completo de auto -avaliação externa realizada pelo Conselho Nacional de Avaliação de Qualidade do Ensino Superior (CNAQ): “A preparação, as conclusões e recomendações deste processo estão já a promover, com certeza, a melhoria dos nossos cursos”, frisou. Num outro desenvolvimento, Narciso Matos indicou que foi

iniciado um processo de revisão curricular, através do qual todos os cursos serão actualizados num processo de consulta com professores, estudantes, graduados, empregadores e ordens profissionais, nomeadamente a Ordem dos Engenheiros de Moçambique, a Ordem dos Advogados, Ordem dos Médicos, Ordem dos Contabilistas e Auditores,

Ordem dos Enfermeiros, entre outras agremiações. Desde modo, espera-se que, em 2021, os cursos sejam actuais e melhor organizados do que agora, razão pela qual todos os professores estão a ser submetidos à formação em comunicação oral e escrita em metodologia de investigação científica, em pedagogia e psicologia da educação e

em informática aplicada à educação superior. “Celebrem este dia e esta meta. É fruto da vossa determinação. Lembrem-se de que o conhecimento avança todos os dias. Muito do que aprenderam no primeiro ano dos vossos cursos, hoje já precisa de ser actualizado. Muito do que o vosso certificado representa está ainda por ser, porque o certificado significa, acima de tudo, que vocês estão habilitados a continuar a aprender de modo independente”, realçou Narciso Matos. Falando em representação dos graduandos, Ludmila Rangel, referiu que a graduação impulsiona outras buscas e, acima de tudo, abre novos horizontes visando um futuro brilhante. “Sempre acreditamos que este dia chegaria, pois esforçamo-nos e buscamos, dia-após-dia, condições para a concretização do nosso sonho. Mas não foi um percurso apenas de glórias, uma vez que houve momentos em que fomos colocados à prova. Passamos por momentos de aflição, desespero e noites em claro, ausência no seio familiar, mas foi por um bom motivo”, disse

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SOCIEDADE

Tráfico de pessoas

Uma realidade (in)visível em Moçambique Para formular consensos na perspectiva de desenhar projectos concretos, com vista a despertar a atenção da sociedade sobre a ocorrência de casos de tráfico de pessoas, para a exploração sexual e laboral e suas manifestações em Moçambique, diversos actores sociais, entre personalidades e instituições, reuniram-se, na quarta-feira, 18 de Setembro, em Maputo.

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encontro, promovido sob o tema “Tráfico de Pessoas, uma Realidade (in)visível”, resulta da parceria entre a Associação de Amizade Moçambique-Estados Unidos da América (MUSAA) e a Associação Moçambicana de Juízes (AMJ), que decidiram desenvolver acções consentâneas na vertente do combate contra aquele fenómeno social. A propósito, Carlos Mondlane, presidente da AMJ, explicou que a protecção às vítimas deste crime cabe às instituições da Justiça mas, mais do que isso, há um papel que recai sobre a própria sociedade, no sentido de se precaver contra a ocorrência de casos ligados ao tráfico de pessoas, no nosso País. “O Departamento de Estado norte-americano, no seu Relatório de 2018, sobre a matéria de tráfico, conclui que, nos últimos

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cinco anos, Moçambique se afirma como lugar de recrutamento, transporte, trânsito de homens, mulheres e crianças a sujeitar a trabalho forçado e exploração sexual para a África do Sul e outros países vizinhos”, referiu Carlos Mondlane, ajuntando que esta situação reporta-se, igualmente, ao nível interno, onde se registam situações de crianças e mulheres que são exploradas, devido à sua condição de vulnerabilidade. Muitas crianças, conforme enfatizou, são deslocadas das suas zonas de origem, atraídas pela perspectiva de uma boa vida nas

grande cidades, sendo utilizadas em actividades domésticas, quando não têm idade para trabalhar, ou mesmo na exploração sexual, o que inibe o seu desenvolvimento integral. A procuradora geral adjunta, Amabélia Chuquela, destacou o papel do Ministério Público no combate ao tráfico de pessoas, sobretudo da mulher e criança em situação de vulnerabilidade, evidenciando, através de dados estatísticos, que muito tem estado a ser feito, tanto na vertente preventiva como na repressiva. Por sua vez, a presidente da MUSAA, Glédisse Dan Manjate,

explicou que o seminário visou dar a conhecer às pessoas, sobretudo, vulneráveis, sobre o que está a acontecer em Moçambique: “Após os ciclones Idai e Kenneth muitas pessoas afectadas por estas intempéries ficaram vulneráveis, podendo ser facilmente vítimas desta prática criminosa, razão pela qual pretendemos buscar consensos para começar desde já a desenhar projectos concretos para combater este crime”, disse. Sobre a MUSAA, Glédisse Dan Manjate, que assumiu durante o seminário a presidência da organização, indicou que se propõe a trabalhar na materialização dos desígnios da associação, que consistem na manutenção de uma boa interação entre os povos de Moçambique e Estados Unidos, assim como intervir nas áreas cultural, social e económica. Trata-se, basicamente, de implementar em Moçambique toda a experiência que os moçambicanos colheram nos Estados Unidos, através de programas de intercâmbio oferecidos pela embaixada deste país. “Temos mais de 600 moçambicanos formados nos Estados Unidos, através de programas de curta e longa duração, tendo chegado a hora de aplicar em Moçambique a experiência adquirida. Foi um investimento realizado e é preciso desenvolver acções para tirar proveito dessa experiência, de modo a contribuir para o desenvolvimento do nosso País”, concluiu. Acorreram ao evento, para além dos "alumnis", académicos, juízes, procuradores, advogados, parceiros de cooperação, estudantes, para além de representantes de instituições estatais, civis e religiosas


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CULTURA

Em Moçambique

Comunidade da Escola Portuguesa limpa praia da marginal de Maputo No “World Cleanup Day”,assinalado mundialmente no passado sábado (dia 21 de Setembro de 2019), a comunidade educativa da Escola Portuguesa de Moçambique – Centro de Ensino e Língua Portuguesa (EPM-CELP), reuniu-se para limpar a praia da marginal de Maputo, localizada entre o Clube Marítimo de Desportos e o Centro Comercial Baía Mall. O ponto de encontro e o início da jornada foi no parque de estacionamento em frente ao condomínio Praia Mar.

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EPM-CELP reeditou, assim, a sua participação na maior ação mundial de limpeza pois em 2018 reuniu cerca de 150 elementos da comunidade escolar que coletou 83 sacos de 50 quilos cada, cheios de lixo de toda a espécie, desde mantas, garrafas

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“pet” e sacos plásticos, entre outros resíduos. O projecto Escola Verde da EPM-CELP, promotora da iniciativa, convidou alunos, professores, encarregados de educação, funcionários, amigos e colaboradores que participaram na iniciativa que, na companhia de milhões de voluntários em todo

o mundo, demonstraram sua disponibilidade e preocupação de luta pela preservação do meio ambiente, procurando sensibilizar todas as pessoas para uma melhor gestão e redução dos resíduos sólidos em Moçambique”, refere a mensagem, emitida em comunicado de Imprensa. O “World Clean Up Day” é um movimento mundial de acção social que visa combater o problema global de resíduos sólidos, do qual Moçambique faz parte desde 2018. Na EPM-CELP o projecto é organizado pela Direcção, Associação de Estudantes, Associação de Pais e Encarregados de Educação e pelo movimento estudantil Unidos Pelo Ambiente (UPA), sob o impulso do projeto Escola Verde

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DESPORTO

"Corrida Azul" em 2020

Organização pondera subir a fasquia para 3.000 participantes A “Corrida Azul” registou, na sua terceira edição, ocorrida recentemente em Maputo, um recorde de participação, com perto de dois mil atletas, entre nacionais e estrangeiros.

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oucas semanas após o início das inscrições, já haviam aderido cerca de duas mil pessoas, cifra que chegou a atingir 2.600 na véspera da realização. Deste universo, participaram, efectivamente, na Corrida Azul perto de duas mil pessoas, nas categorias de federados, populares, veteranos e portadores de deficiência física. De acordo com o director da prova, Azarias Samuel, concorreu para esta poeza, a introdução, pela primeira vez em Moçambique, do re-

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gisto de participantes através de um aplicativo para telemóveis, disponibilizado no Play Store e Apple Store. “Este aplicativo facilitou e flexibilizou o processo de inscrição de participantes nacionais e estrangeiros, pois podiam fazê-lo em qualquer lugar e a qualquer hora”, sustentou Azarias Samuel, acrescentando que se trata de uma inovação que colocou a "Corrida Azul" nos patamares organizacionais das corridas realizadas noutros cantos do mundo. Em termos técnicos, segundo indicou o director da prova, tudo decorreu conforme tinha sido programa-

do: “Não houve registo de acidentes, cumprimos com o horário e, sobretudo, tivemos maior participação de atletas, daí que vamos propor ao promotor da iniciativa um aumento no número de participantes, para três mil pessoas, na próxima edição”, frisou. Num outro desenvolvimento, Azarias Samuel considerou a Corrida Azul, promovida pelo Standard Bank, em parceria com a Associação Moçambicana de Atletismo”, como sendo a maior corrida da cidade nos últimos anos. O nosso interlocutor enalteceu, por um lado, o facto de

o primeiro classificado ter feito o percurso de 21 quilómetros com a marca de uma hora e três minutos, o que se deveu, em parte, à boa temperatura que se fez sentir na altura. “Apesar de residir na África do Sul, o vencedor da corrida em masculinos é moçambicano, sinal de que existem bons atletas entre nós nesta categoria. O maior problema em Moçambique é que não se têm realizado frequentemente provas desta distância no País”, referiu. Jacinto Muthombene, vencedor na categoria de veteranos masculinos, comentou que a prova foi muito competitiva e requereu esforço e coragem: “Corri contra adversários muito bem preparados e consegui ocupar um lugar no pódio”, disse. A terceira edição da Corrida Azul, segundo indicou, introduziu um percurso de 21 quilómetros, contra 15 da segunda edição, “daí que me preparei afincadamente para superar essa distância”. “Parabéns ao Standard Bank pela competição, sobretudo pela inovação tecnológica adoptada para a inscrição de atletas, pois sai a ganhar o banco e particularmente o atletismo nacional”, concluiu


CULINÁRIA

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Lourdes Meque Rajani

Perna de Perú no Forno a Maneira da Milou Ingredientes:

1. Exemplo

1 Perna de perú 1 Pimento verde, pequeno 1 pimento vermelho ou amarelo, pequeno 1 Cebola bem grande ou 2 médias 1 Colher de massa de alho feita na hora 1 ½ Colher de massa de pimentão 1 Colherinha de café de picante, intensidade a gosto 1 ½ Cálice de vinho tinto 2 folhas partidas de louro 1 Colherinha de café de ervas aromáticas 3 nozes de manteiga Azeite q.b. 4 Batatas descascada e cortadas em gomos

Preparação:

Começa-se por fazer o tempero. Numa tigela junte a massa de alho, a massa de pimentão, as folhas de louro partidas, a ervas aromáticas, o picante (facultativo) e o vinho tinho. Feito o preparado, tempere a perna de perú e deixe a marinar da noite para o dia. No dia seguinte, num refractário (se puder, use um recipiente de barro), espalhe a cebola cortada em gomos e as tiras de pimento. Coloque a perna por cima dessa camada (veja imagem exemplo). Reserve a mistura do marinado que será aonde colocará as batatas cortadas em gomos. Deite por cima da perna de perú, azeite suficiente e as nozes de manteiga, e tape com papel de alumínio. Leve ao forno durante o tempo necessário para cozer a carne. No entanto, não deixe cozer totalmente. Tem de estar meio crú. Retire do forno, arrume as batatas e regue com o tempero que serviu para marinar, e leve, novamente, ao forno tapado com o mesmo papel de alumínio. Quando a batata estiver cozida, retire o papel de alumínio para deixar alourar a carne e a batata. Durante este processo todo, não se esqueças de ir pincelando a carne e até a batata com o azeite que já está no recipiente a ajudar na cozedura deste prato

2. Prato final

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