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Economia

Entrevista

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Desporto

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Dona fortificado é consumido nos distritos do país

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AT lança alívio fiscal para contribuintes

Costa do Sol não participará nas Afrotaças 2019-2020

REVISTA

IMPERDÍVEL Onde Mora a Chama da Esperança

N°81

Periodicidade Semanal Director Editorial: Gervásio de Jesus Ano II Edição nº 81 Sexta - feira, 26 de Julho 2019 Av. Karl Marx nº 1975 – R/C Contactos +258 84 57 45 041; +258 84 55 27 437 Email revistaidolo@idolo.co.mz www.idolo.co.mz

COMPROMETIDA COM AGRICULTURA – assume Barnabé Zandamela, director geral da empresa Pag. 14

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rvação

se Nas áreas de con

ade d i c a p a c a t n e Aum de fiscalização


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Meio ambiente vira marketing!

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m tempos criou-se uma consciência de que o Homem deve preservar o meio em que vive para garantir o seu futuro e de seus descendentes. Houve até alguns avanços nas acções de preservação e de sustentabilidade, em que se procurou cuidar dos espaços verdes e não

só. Muitas cidades chegaram a apresentar ambientes agradáveis e aprazíveis. Hoje, a realidade é bem diferente, porque deixaram-se dominar por imundície de quase toda a espécie, assistindo-se a uma degradação acentuada de infra-estruturas, com agravante de a população manifestar muita falta de civilização. O grande problema é que se faz necessário um novo ajuste na consciência ambiental e nos últimos tempos falar em preservação FICHA TÉCNICA é praticamente uma unanimidade de discurso. Porém, muito pouSexta-feira: 09 de Fevereiro de 2018

Onde Mora a Chama da Esperança

IMPERDÍVEL Director Editorial Gervásio de Jesus

gervasiodejesus@yahoo.com.br

Redacção Gervásio de Jesus, Mustafá Leonardo, Júlio Saul e Dalton Sitoe Colaboradores Samuel Sambo e João Chicote Fotografia Salvador Sigaúque Layout e Paginação Cláudio Nhacutone Revisão Linguística Gervásio de Jesus

Web master Paulino Maineque Marketing Maria Dlamini e Samuel Sambo Endereço

Av. Vladimir Lenine nº 530 – R/C

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MAPUTO - MOÇAMBIQUE

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co do que se fala é levado para à prática, o que é lamentável. Em termos práticos, Meio ambiente virou marketing e/ou Peça de propaganda. E como ninguém quer assumir a sua responsabilidade, a nível político e social, os principais problemas ambientes do país vão se acumulando, incidindo cada vez mais sobre Poluição Atmosférica; Poluição marinha (águas do mar, águas interiores-lagos, rios, lagoas); Desflorestamento; Erosão dos solos e Costeira; Desordenamento territorial; Deficiente gestão de resíduos sólidos urbanos; Destruição da Fauna Bravia e Subida do nível das águas do mar. Coabitamos sem disfarce com esta realidade, pondo permanentemente em risco a nossa sobrevivência. Como sair desse embrulhado problema que afecta à nossa saúde?

as

c n a b s a n a d n Já a ve


BIOGRAFIA

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Biografia de Beatriz Ferreira

Dra. Beatriz Ferreira é cardiologista e fundadora do Instituto do Coração, a única instituição que realiza cirurgias de coração aberto em Moçambique. Ao longo da sua carreira ela foi agraciada com a Ordem da Liberdade, atribuída pelo antigo Chefe de Estado Português, Dr. Aníbal Cavaco Silva, e com as insígnias de Cavaleiro da Ordem da Legião de Honra, do governo francês. Beatriz Ferreira formou-se na Universidade de Lourenço Marques, posteriormente Universidade Eduardo Mondlane, e seguiu a especialidade de cardiologia em Maputo e em Paris. Em 2001 fundou o Instituto do Coração “Icor” numa antiga enfermaria do Hos-

FICHA TÉCNICA Sexta-feira: 09 de Fevereiro de 2018

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a d n e v a Já ancas nas b

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pital Militar em Maputo, com os apoios da cooperação portuguesa, dos governos de Moçambique e da França. É importante lembrar que “Beatriz Ferreira e a sua equipa têm-se dedicado de forma abnegada e eficaz a salvar centenas de crianças moçambicanas com graves patologias cardiopáticas, oriundas dos meios mais desfavorecidos. Esta actuação vai para além da ajuda para salvar uma vida, já que são de certa forma serviços relevantes prestados em prol da dignificação da pessoa humana e por essa via da defesa dos valores da civilização”. A Dra. Beatriz Ferreira nasceu no dia 31 de Janeiro 1954. Comemorou os seus 65 anos de idade. (Com a devida vénia João de Sousa)

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MAPUTO - MOÇAMBIQUE

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ECONOMIA

ÓLEO DONA para todas famílias ...deliciosamente produzido pela Fasorel

Zelo ao pormenor é o nome que se pode dar ao processo de produção do óleo Dona, um produto da Olam Moçambique. A Fasorel, localizada na Avenida das Indústrias, na cidade da Matola, abriu às portas da sua fábrica e recebeu a equipa de reportagem da Ídolo para ver de perto como é feita a produção do óleo Dona que tem sido utilizado na preparação das refeições em muitas famílias moçambicanas.

I Por: Dalton Sitoe Fotos: Idolo

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á uma canalização feita que parte do local aonde atraca o navio até ao interior da fábrica. O navio chega com “óleo bruto” importado em toneladas da China, Singapura, Argentina, e este é transportado por meio de um tubo canalizado para a indústria. Após a chegada, são recolhidas as amostras para avaliar a qualidade do óleo ainda em bruto no laboratório da manufactura. Após aprovação da qualidade, o óleo bruto é submetido a refinaria. É na refinaria onde ocorre o processo de

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Samuel Chifunde, Supervisor da refinaria. Só para ter uma ideia, quando o óleo ainda está em bruto tem uma cor semelhante de um líquido em estado denso. Quando chega a refinaria, o óleo ganha uma nova tonalidade. Essa etapa da cor dá-se o nome de branqueamento.

“Colocando à disposição das famílias um óleo fortificado faz de nós uma empresa que contribui para combater os índices de desnutrição crónica no país” retirada de todas as impurezas e gorduras. De seis em seis horas são submetidas mais de 50 toneladas à refinaria. O processo de retirada das

impurezas e gorduras envolve a passagem do óleo em altas temperaturas como 250 graus, por exemplo. “Aqui na refinaria é onde cozinhamos o óleo praticamente”, disse

Contudo, há mais etapas para além do branqueamento, mas em todas elas, cumprida cada etapa, é enviada uma amostra para o labora-


ECONOMIA tório verificar a qualidade. Há que salientar que na refinaria existe uma refinação física feita ao óleo Dona palma e há, também, a refinação química feita ao óleo Dona soja. A diferença de tratamento entre aqueles dois óleos tem a ver com o nível de teor de acidez. O óleo soja chega com baixo teor de acidez, por isso a sua refinação é química, enquanto óleo palma chega com alto teor de acidez, por isso a sua refinação é física. Concluído o processo de refinação e aprovação pelo laboratório, passa por dosagens. Ali é onde é colocada a vitamina A e outros aditivos. Dosear o óleo com a vitamina A faz do óleo Dona um produto fortificado, o que é benéfico para saúde nutricional dos consumidores.

Os outros aditivos são doseados no óleo por diversas finalidades, uma delas é permitir a conservação do seu estado

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seado com a vitamina A e outros aditivos, ele passa para o tanque de armazenagem. É de salientar que a passagem do óleo de um ponto para outro é feita através de tubos canalizados. Os outros aditivos são doseados no óleo por diversas finalidades, uma delas é permitir a conservação do seu estado.

A passagem do óleo de um ponto para outro é feita através de tubos canalizados. Antes de o óleo partir para o enchimento em garrafas plásticas, é novamente submetido a uma avaliação de qualidade. “Esta avaliação é feita e é imprescindível para garantirmos que durante todo o processo não houve contaminação. É um alimen-

“Colocando à disposição das famílias um óleo fortificado faz de nós uma empresa que contribui para combater os índices de desnutrição crónica no país. É necessário que o cidadão consuma óleo fortificado, em detrimento de óleos sem selo de fortificação para proteger a sua saúde nutricional”, advertiu Cláudia Manjate, directora de Comunicação Corporativa da Olam. Depois de o óleo ser doedição 81 / IMPERDÍVEL


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to, então temos de garantir que esteja dentro do padrão de qualidade”, justificou Sheila Tivane, Oficial do controlo de qualidade.

ECONOMIA

xas, e a matéria-prima para produção de garrafas. Logo a seguir, há um bloco aonde são produzidas as garrafas. Todo este mecanismo produtivo é feito através de uso de máquinas automáticas.

Há presença de trabalhadores, uns 40 em todo aquele pavilhão, para introduzir a matéria-prima na máquina e organizar, após a saída do produto acabado. Os supervisores estimam

que produzem, por dia, 66 mil garrafas de um litro e 350 ml; 3 mil garrafas de dois litros; 15 mil garrafas de cinco litros; 3 mil garrafas de cinco litros para o óleo Dona palma; e mil garrafas de 20

A fabricação de garrafas plásticas acontece também na mesma fábrica. O pavilhão de fabricação de garrafas é o mesmo com o de embalagem e armazenagem O recinto da fábrica é extenso e há pavilhão para cada repartição de produção. Ou seja, armazenamento tem seu pavilhão; laboratório tem seu pavilhão; refinaria tem o seu pavilhão; e assim sucessivamente. A fabricação de garrafas plásticas acontece também na mesma fábrica. O pavilhão de fabricação de garrafas é o mesmo com o de embalagem e armazenagem. Naquele pavilhão até o chão brilha de tamanha limpeza e cada máquina tem a sua cor na sua tonalidade.

As garrafas após serem produzidas passam, através de uma máquina rolante, para a derradeira sala de enchimento Numa parte do pavilhão estão as embalagens ou cai-

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litros. É uma daquelas repartições da fábrica que funciona 24 horas, sendo que os trabalhadores entram em turnos.

No acto de enchimento, os trabalhadores não mexem no óleo. Eles apenas assistem às máquinas fazendo o enchimento das garrafas e o fecho das tampas. As garrafas após serem produzidas passam, através de uma máquina rolante, para a derradeira sala de enchimento, que se localiza no mesmo pavilhão. Naque-


ECONOMIA la sala, há três linhas de enchimentos, nomeadamente: linha de enchimento de 350 ml; linha de 2 l; e linha de 5 l. No acto de enchimento, os trabalhadores não mexem no óleo. Eles apenas assistem às máquinas fazendo o enchimento das garrafas e o fecho das tampas. A intervenção humana ocorre depois de a garrafa estar fechada e consiste em levar a garrafa e colocar na caixa. Isto ajuda a garantir a segurança no que tange a higiene do produto que depois irá à mesa das famílias. Para que tal fosse possível, foram colocados três enormes tanques na sala de enchimento e foram canalizados tubos com as linhas de enchimento. Em cada tanque entra um determinado

tipo de óleo, entre os quais o Dona soja, Dona palma, e outros também processados naquela fábrica (Sunseed). Após as garrafas estarem na caixa, são levadas para

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o armazém de onde depois camiões transportam para os mercados. Porém, nesta etapa, também, são levadas algumas amostras para avaliar se o produto que foi

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para o armazém está dentro dos padrões de qualidade da fábrica, depois de aprovado é que o óleo Dona é liberto para ser transportado para o mercado

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ECONOMIA

Dona fortificado é consumido nos distritos do país – revelou Cláudia Manjate A directora de Comunicação Corporativa da Olam Moçambique, Cláudia Manjate, revelou que o óleo Dona está em todos os distritos do país. Segundo a directora, há um esforço de fazer com que o produto esteja mais próximo do cidadão e contribuir para que as famílias consumam um óleo com o selo de fortificação.

I Por: Redacção

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ma das estratégias implementadas foi a oferta do óleo em uma garrafa de 350 ml. Cláudia Manjate explicou que é uma estratégia que ajuda a minimizar o número de pessoas que compram óleo em plastiquinhos por falta de dinheiro para adquirir uma garrafa de dois ou cinco litros. “Comprar óleo em plastiquinhos é uma prática comum em alguns pontos do país. E isso afecta a qualidade do produto final, pois faz o óleo estar vulnerável a contaminações. Entendemos que disponibilizando uma garrafa menor e com a mesma qualidade das outras maiores é ajudar às famílias

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a consumirem um produto selado”, justificou. A Olam tem duas bases de distribuição, sendo que uma está em Maputo e a outra na Beira, em Sofala, o que contribui para que o seu produto seja distribuído em todos distritos do país.

“Nas nossas campanhas procurámos mostrar as pessoas sobre a importância de consumirem produtos fortificados No que tange ao consumo de alimentos fortificados, Cláudia Manjate disse que é um trabalho que funciona em coordenação com o


ECONOMIA Governo, parceiros e indústrias. Acrescentou que como uma indústria, a Fasorel contribui através das suas campanhas de divulgação dos produtos. “Muitas vezes o cidadão repara no preço interessante e não repara no rótulo para saber o que está a consumir. Então, há uma necessidade de se consciencializar as pessoas sobre a importância de procurar entender o que está consumir”, introduziu. “Nas nossas campanhas procurámos mostrar as pessoas sobre a importância de consumirem produtos fortificados e como identifica-los na prateleira. Há um símbolo de fortificação em cada rótulo dos produtos fortificados. Mostramos ainda que o preço entre o fortificado e o não fortificado não é significativo, portanto vale mais comprar um produto fortificado e que tenha aditi-

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vos positivos para a saúde”, exortou. Crescer de forma responsável é um dos lemas da Fasorel, segundo a directora de Comunicação Corporativa. E como forma de fazer jus a essa ideia, há um aproveitamento das gorduras e/ ou de resíduos que surgem aquando das etapas de produção do óleo. Ao invés de deitar e poluir o ambiente, os restos são utilizados para fabricar sabões e brevemente passará a produzir sabonetes, estando em montagem a respectiva linha. A Olam, empresa existente em Moçambique há 20 anos, comprou a Fasorel há seis anos com o intuito de explorar a indústria alimentar no capítulo de óleos e sabões. Actualmente, a visão da Fasorel é a de diversificar a produção até chegar à produção do azeite, segundo revelou Cláudia Manjate

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ECONOMIA

Prémio OLAM-2019 já tem vencedores ...uma abordagem de mapeamento pioneira que está reimaginando a agricultura de subsistência

Uma abordagem de mapeamento de carácter único, que mostrará aos pequenos produtores a “melhor combinação” do que plantar, onde e como, foi a vencedora do Prémio Olam de 2019 para Inovação em Segurança Alimentar, pelo seu potencial de melhorar a produtividade em países onde há insegurança alimentar, refere uma nota de Imprensa da empresa Olam Moçambique.

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abordagem, chamada Mapeamento Inovador para Segurança Alimentar (IM4FS), está a ser desenvolvida por uma equipa, coordenada pelo Dr. Tomaso Ceccarelli, do Centro de Pesquisa

Ambiental de Wageningen, na Holanda, e pelo Dr. Eyasu Elias Fantahun, da Universidade de Addis Abeba, na Etiópia. Os vencedores receberam US$75.000 em numerário para continuarem a aprimorar a ferramenta IM4FS. Um

aspecto crucial é que o IM4FS aproveita os pontos fortes de um projecto conduzido em estreita cooperação com o Programa de Crescimento da Agricultura (AGP) do governo da Etiópia. Denominado CASCAPE, o projecto implementou combinações de cultivos, solos e práticas agrícolas específicas para cada local, que permitiram a cerca de 200 mil produtores rurais elevar o rendimento de suas colheitas acima da média da Etiópia (rendimentos três vezes maiores no trigo e duas vezes maiores no tefe e na fava), e promoveu a autossuficiência aplicando essas boas práticas de intervenção. Os dados são depois in-


ECONOMIA seridos na ferramenta vencedora do nosso prémio e, baseada no sistema GIS3, que faz corresponder as melhores práticas agrícolas com as condições biofísicas e socioeconómicas numa determinada área. A ferramenta cria depois “mapas de recomendações” que destacam as áreas mais adequadas a inovações específicas que são depois verificadas pelos intervenientes locais, tendo em conta os seus conhecimentos especializados e as suas expectativas. O IM4FS leva essas aprendizagens ainda mais longe através da capacidade única de oferecer uma função de planeamento de cenário que informa as decisões para terras aráveis e áreas com insegurança alimentar. Isso torna a ferramenta mais dinâmica e interactiva para oferecer simulações e promover o envolvimento dos intervenientes. Para Sunny Verghese, cofundador e CEO do Grupo

Olam, “como empresa global do ramo alimentar e do agronegócio, que investe nos produtores rurais e em plantações próprias em todo o mundo, estamos sempre monitorando e avaliando as melhores áreas para cada lavoura. Mas com o ritmo das alterações climáticas e as graves advertências so-

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bre perda de biodiversidade, poluição do ar e degradação do solo, é cada vez maior o risco de que as lavouras de hoje não sejam adequadas às mesmas áreas de cultivo no futuro. O IM4FS irá ajudar a informar sobre esse risco, permitindo um melhor entendimento das interações entre recursos da terra, de-

Sobre Prémio Olam

O Prémio Olam para Inovação em Segurança Alimentar foi lançado em 2014, em parceria com a Fundação Agropolis. O vencedor recebe uma

verba sem restrição de US$75.000 para aplicação em escala de resultados de pesquisa comprovados. Desde a concessão do prémio pela primeira vez,

em 2015, produtores rurais do mundo inteiro já se beneficiaram com as inovações vencedoras, reconhecidas pelo seu potencial de impacto na dis-

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mografia, alterações climáticas e tecnologia agrícola, e definindo as condições ideais para aumentar a produção de alimentos. Será uma ferramenta para produtores rurais e outros interessados locais e regionais, que fornecerá as informações necessárias para resolver a questão da segurança alimentar.”

ponibilidade, viabilidade de custo, acessibilidade ou adequação de alimentos. Os vencedores do prémio anterior foram o Dr. Filippo Bassi do ICARDA e o Professor Rodomiro Ortiz (SLU, Alnarp) que, com recursos do Conselho de Pesquisa da Suécia, usaram técnicas moleculares de cultivo não-GM para desenvolver um conjunto de variedades de trigo durum capazes de suportar temperaturas constantes de 35 a 40 graus na área de savana da bacia do rio Senegal. Na sua primeira edição, o prémio foi concedido a uma equipa de pesquisa edição 81 / IMPERDÍVEL


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da Universidade Cornell, pelo trabalho com cultivo intensificado de arroz (SRI), um sistema que requer 80-90% menos sementes de arroz, até 50% menos água e, em muitos casos, nenhum fertilizante. O rendimento das lavouras cresceu 20-50% (com frequência, bem mais que isso) e os custos para os produtores caíram 1020%. Outros pesquisadores da Universidade e Centro de Pesquisa de Wageningen, que contribuíram para o IM4FS e das Universidades

ECONOMIA

de Mekelle e Addis Abeba, foram Remko Vonk, que inspirou o conceito IRM desde o começo, em conjunto com Irene Koomen, e Nina de Roo. Dennis Walvoort, que contribuiu para o desenvolvimento do modelo e da ferramenta. Andrew Farrow foi essencial para o desenvolvimento do modelo e da ferramenta, com os dois Centros de Excelência na Etiópia (Universidades de Mekelle e Addis Ababa, representadas pelo Dr. Amanuel Zenebe e pelo Dr. Ermias Teferi), bem como

para o desenvolvimento de capacidades. Herman Agrícola na qualidade de facilitador e formador. Desalegn Haileyesus e o Dr. Eyasu Elias, que coordenaram as actividades de IRM na Etiópia com os gestores do Cluster CASCAPE, e especialistas em escalonamento a actuar em diferentes regiões da Etiópia. Herman Snel e Tomaso Ceccarelli, que estão a coordenar o conceito IRM e formaram a proposta premiada. “Também gostaríamos de reconhecer o apoio de

Eric Smaling (coordenador do projecto CASCAPE em Wageningen) que sempre reconheceu e promoveu o valor desta abordagem e o Dr. Tewodros Amade, líder de projecto da REALISE, com quem será desenvolvida a abordagem no futuro. Dirigimos um agradecimento especial a Saskia Visser, pelo seu apoio às ideias de “mapeamento de recomendações”. 3 GIS = sigla em inglês do Sistema de Informação Geográfica Sobre a Olam International Limited”, lê-se no comunicado de Imprensa

OLAM em 60 países A Olam International é uma empresa líder em alimentos e agronegócio, que fornece alimentos, ingredientes, ração animal e fibras a mais de 19.800 clientes do mundo todo. Nossa

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cadeia de valor abrange mais de 60 países e inclui operações agrícolas, de processamento e distribuição, bem como uma rede de abastecimento de cerca de 4,8 milhões de produ-

tores. Por meio do nosso propósito de “Reimaginar a Agricultura Global e os Sistemas Alimentares, a Olam pretende oferecer soluções para os muitos desafios do atendimento às necessida-

des da população mundial em crescimento, produzindo, ao mesmo tempo, um impacto positivo nas comunidades agrícolas, no planeta e em todos as partes interessadas


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ENTREVISTA

“Queremos acelerar empresas” – declara Barnabé Zandamela, director-geral da AgriMag criar um ecossistema de empresas, onde elas trabalhando connosco vão beneficiar de soluções desde a produção até ao mercado. Esta é que é a visão geral da iniciativa do Moz Innovation Lab e da AgriMag, pelo menos a curto e médio prazo, estamos a falar de dois a três anos. Queremos também olhar para segurança alimentar. Tudo começa na boa nutrição. Se a gente não está nutrida não existe emprego possível, antes seremos moçambicanos sem capacidade de ser produtivos.

As inscrições para a III edição do Future Agro Challenge (FAC) já arrancaram e a 30 de Julho, próximo, terminam. Os organizadores esperam a inscrição de 250 agroempreendedores. Trata-se de um evento que promove uma competição entre empresas do sector do agro-negócio com objectivo final de expô-las.

As empresas que inovam são as que têm maior probabilidade de singrar

I Por: Dalton Sitoe Fotos: Idolo

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FAC era antes organizado pela Moz Innovation Lab e a partir desta edição passou a acontecer sob um modelo de parceria entre a Moz Innovation Lab e a AgriMag. Imperdível entrevistou o director-geral da AgriMag, Barnabé Zandamela, para inteirarse mais sobre o evento. As partes relevantes do diálogo são partilhadas nas linhas a seguir.

Estamos aqui a criar um ecossistema de empresas, onde elas trabalhando connosco vão beneficiar de soluções Imperdível (I) – Em que consiste o Future Agro Challenge? Barnabé Zandamela (BZ) – Vamos fornecer uma competição para empresas do sector do agronegócio. Teremos uma fase de apuramento a decorrer

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um pouco por todo país, em que daremos uma formação de três dias aos agro-empreendedores que se inscreverem para participar. Depois da formação, serão apuradas empresas que irão participar de um evento nacional a ter lugar em Maputo, no dia 7 de Novembro, do ano em curso. E a empresa que vencer no evento nacional irá participar no FAC 2020, a ter lugar na

Grécia, em Setembro de 2020. As outras empresas, que fizerem parte do ecossistema que estamos a criar, beneficiarão de soluções através dos nossos parceiros. Temos parceiros na área bancária, assistência técnica, e capacitação. O programa é robusto pela qualidade de parceiros que temos, pois eles oferecem soluções para os agro -empreendedores. Por outra, estamos aqui a

I – Quando se fala de agro -empreendedores, de forma concreta, está a se falar de quem? BZ – Estamos a falar de empresas oficializadas que estão a operar no sector do agro-negócio. Estamos a falar daquele que produz e vende; daquele que está na cadeia de transporte; daquele que tem um armazém, enfim cada interveniente


ENTREVISTA com empresas informais. E outro requisito é estar a operar. I – Onde irá decorrer a formação de três dias na fase de apuramento? BZ – Vamos fazer em Nampula, Cabo Delgado, Zambézia, Sofala, e Maputo Província.

Iremos fazer a selecção das empresas que preenchem os requisitos mínimos

que esteja ligado ao agro-negócio. I – Haverá três dias de formação na fase de apuramento. Dentro desses dias o que se aprende? BZ – Aprende-se técnicas de convencer para um projecto ser financiado; técnicas de como organizar a empresa; e técnicas de como posicionar a empresa de modo a torna-la apetecível ao mercado. Estas são ferramentas úteis para todo empreendedor que quer atrair financiamento ou parcerias para sua empresa. I – Como se encaixa a componente de inovação no evento? BZ – As empresas que inovam são as que têm maior probabilidade de singrar. Se a empresa tiver em conta a inovação, naturalmente, suscitará mais interesse. O nosso objectivo é acelerar as empresas expondo-as o máximo possível. Quem quer tirar melhor proveito da exposição não pode apresentar-se como as outras, tem de criar uma inovação. I – Que tipo de requisitos são exigidos para participar? BZ – A empresa tem de estar legalizada. Uma empresa que não está legalizada não é elegível para trabalhar connosco, porque os nossos parceiros não podem trabalhar

I – Como vão se juntar as empresas localizadas em outras províncias diferentes dessas? BZ – Todas se inscrevem pela internet, através do link bit.ly/FACInscrição. Portanto, a partir de qualquer ponto do país é possível inscrever a sua empresa. Depois do dia 30 de Julho, encerra-se a inscrição e durante uma semana iremos fazer a selecção das empresas que preenchem os requisitos mínimos e iremos entrar em contacto com as empresas. E depois damos seguimento com a fase de apuramento, que consistirá na formação e selecção da empresa para o evento nacional.

O facto de não ir ao evento nacional não é o fim I – Quantos serão seleccionados para o evento nacional? BZ – Um por província. I –

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Como vai ser seleccionado? BZ – Através da competição. Após a formação, haverá uma competição aonde um júri vai decidir. O corpo de jurados é constituído por parceiros. Aquele que o júri decidir que posicionou-se melhor que as outras empresas, esse é que irá participar do evento nacional. As empresas que não forem seleccionadas, porque não podem vir todas, irão entrar para o nosso ecossistema aonde vão continuar a beneficiar da ajuda de nossos parceiros. O facto de não ir ao evento nacional não é o fim, porque a coisa mais importante é o ecossistema que vamos criar.

A ideia com a entrada da AgriMag na organização do evento é alavancar I – O vencedor final vai à Grécia. O que significa ir participar do FAC 2020 na Grécia? BZ – É a exposição global que a empresa vai alcançar. São empresas de vários países que lá estarão e as empresas que lá participam têm a oportunidade de interagir com várias empresas. Poderá estabelecer parcerias ou entrar para novos mercados. I – É a terceira edição, mas a primeira vez que acontece no modelo de parceria en-

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tre a Moz Inovation Lab e AgriMag. Qual é a expectativa? BZ – É abranger o máximo das empresas possíveis do agro-negócio. Pretendemos atingir no mínimo 250 empresas a nível nacional e pelo menos 100 empresas elegíveis para o ecossistema. A outra expectativa é assegurar a continuidade do projecto a médio prazo. I – Qual é o balanço que faz das últimas três edições? BZ – É positivo. Antes, nós AgriMag, não participávamos como organizadores, mas sim dávamos apoio. As edições passadas foram boas, tanto mais que a empresa vencedora da edição transacta vai à Grécia este ano. A ideia com a entrada da AgriMag na organização do evento é alavancar a plataforma e torna-la muito mais visível e estender a sua abrangência para o nível nacional.


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ENTREVISTA

Quem é

é b a n Bar mela a d n Za

Barnabé Zandamela é um empreendedor apaixonado pelo agronegócio. Acredita que só os moçambicanos podem fazer a viragem da economia nacional e enquanto não tomarem as rédeas da economia o país não sairá da dependência económica. Isso faz-lhe sonhar ser um grande empresário. Como forma de dar passos para alcançar o seu sonho tem criado projectos e coloca-os no mercado. A ideia ao colocar os projectos no mercado é fazer com que tenham injecção de capital para outras indústrias dentro do agro-negócio. Zandamela tem investido todos seus recursos para promover a agricultura. Tem uma revista, a AgriMag, que apenas fala da agricultura e actualmente faz parte de uma plataforma que visa impulsionar o sector do agro-negócio, a Future Agro Challenge. Nas plataformas em que está envolvido, como a CTA, tem advogado a causa do agro-negócio. Ele é da era do Moçambique independente. Nasceu em Maputo, a 24 de Março de 1978. É filho de Carlos Zandamela e Celestina Cuna. Teve uma infância tranquila. Os seus pais proporcionaram-lhe condições básicas para que pudesse se formar. É licenciado em gestão e administração de empresas, pela Universidade da África do Sul. A inclinação pela agricultura surgiu quando envolveuse num projecto com o seu pai em 2010, em Moamba, na província de Maputo. Era um projecto de multiplicação de milho de alta qualidade de proteína. Depois esteve envolvido com parceiros sul-africanos na transformação da copra para extrair o óleo para exportação e o bagaço ia para a indústria animal. Fez parte do projecto de soja no Gurué, na Zambézia, durante quatro anos aonde conheceu o valor do agro-negócio. Depois esteve na CTA como presidente do pelouro do agro-negócio e coordenou a área do agro-negócio no BCI. A sua caminhada incentivou-lhe a criar um veículo dentro do agro-negócio. Preferiu criar algo que podia sustentar com fundos próprios, que é a revista AgriMag, e depois expandiu para uma plataforma para poder trabalhar com parceiros. Em termos familiares, Barnabé Zandamela é casado, desde 2008, e tem duas filhas

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Aumenta capacidade de fiscalização A equipa responsável pela monitorização da fauna e combate a caça furtiva na Reserva Nacional do Niassa (RNN) já dispõe de condições de ponta para proteger a fauna bravia naquela reserva do país. Foi apresentado, na Cidade de Maputo, o centro de vigilância e protecção de fauna bravia instalado em Niassa.

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centro irá ajudar a vigiar melhor e a evitar a caça furtiva naquele que é o lugar com maior número de elefantes em Moçambique. Estima-se que a RNN tenha mais de três mil elefantes. Para além de elefantes, aquela reserva tem leões, leopardos, cães selvagens, zebras e outras espécies emblemáticas que precisam de ser conservadas. Aquela infra-estrutura, munida de equipamento de ponta, foi financiada pelo Governo do Japão num investimento de cerca de 6,7 milhões de meticais. O apoio foi providenciado através do programa de Monitoria de Abate Ilegal de Elefantes (MIKE), que é implementado no quadro da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espé-

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cies Ameaçadas de Extinção (CITES). Antes havia um centro naquela reserva, mas não oferecia condições de trabalho à altura para monitoria da fauna e combate a caça furtiva, por isso foi elaborado o projecto de ampliação do centro. A unidade ampliada, apresentada esta semana, tem armazém, casa forte para material bélico, sala de controlo e operações, e ou-

tros compartimentos. O Director-Geral da Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC), Mateus Muthemba, reconheceu os esforços que o Governo do Japão tem realizado para combater o comércio ilegal de produtos de fauna bravia. Muthemba destacou a mudança na legislação para regular o comércio do marfim no Japão, apoio as ini-

ciativas para o combate ao tráfico de produtos de flora e fauna bravia através da cooperação com países africanos, casos de Moçambique, Zâmbia e Uganda. Para além do reconhecimento, Muthemba expressou que o Governo moçambicano espera poder continuar a contar com o apoio do Japão na materialização de projectos como a expansão de infra-estruturas da sede da RNN; construção de novos blocos operativos para o corpo de fiscalização; e intensificação do sistema de vigilância aérea. Na ocasião, o Director-Geral da ANAC lembrou que, pelo trabalho que tem sido feito, o país registou um ano (Maio de 2018 a Maio de 2019) sem morte de elefante devido à caça furtiva na Reserva Nacional do Niassa. O Embaixador do Japão, Toshio Ikeda, manifestou gratidão do povo japonês por poder contribuir para melhorar a capacidade de monitoramento e prevenção de caça furtiva de elefantes em Moçambique. Ikeda lembrou que o apoio é na sequência do compromisso que o Governo do Japão assumiu em relação ao combate ao comércio ilegal de marfins. O diplomata assegurou que para além da doação de recursos, o Japão fortalecerá a cooperação com a comunidade internacional para estancar o comércio ilegal de vida selvagem


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Cornelder promove na região austral potencialidades do Corredor da Beira

A Cornelder de Moçambique S.A. (CdM), concessionária dos Terminais de Contentores e de Carga Geral no Porto da Beira, bem como demais entidades públicas e privadas congregados na iniciativa “Beira Corridor” vão organizar nos próximos dias 2 e 3 de Agosto em Harare, Zimbabwe, uma Conferência e Torneio de Golfe, visando promover os serviços do porto, as potencialidades do Corredor da Beira e, sobretudo, a fidelização dos seus clientes.

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evento corporativo que se avizinha é parte de uma estratégia liderada pela CdM, mas que congrega os vários actores da cadeia logística do Corredor da Beira, como sejam os Caminhos de Ferro de Moçambique, Transportadores Rodoviários, Agentes Transitários, Linhas de Navegação e Empresas de Logistica. Ainda no decurso deste ano, esta iniciativa vai

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escalar a Zâmbia e a República Democrática do Congo, outros dois importantes mercados regionais. Espera-se que, no total, cerca 400 homens de negócios, entre representantes de instituições e entidades públicas das áreas tributária, transportes de diversas linhas de navegação, agentes transitários e transportadores, participem nestas realizações nestes países vizinhos.

Recorde-se que a iniciativa Beira Corridor já escalou no ano transacto países como Zâmbia, Zimbabwe e Malawi, onde até então reuniu, num mesmo espaço, mais de 700 delegados. Volvidos 4 meses após a passagem do ciclone IDAI que fustigou, de forma particular, a Cidade da Beira, causando avultadas perdas humanas e materiais, os promotores desta iniciativa acreditam que esta seja

uma oportunidade ímpar para demonstrar aos vários utentes do Corredor que as operações anteriormente afectadas decorrem, actualmente, a bom ritmo. “O Corredor da Beira está a funcionar em pleno. Os estragos foram enormes, mas nada impede o funcionamento normal do nosso Corredor. É importante ir a esses países e transmitir esta mensagem para que continuem a usar esta rota, mesmo depois de tudo quanto aconteceu”, assegurou Jan Laurens de Vries, Administrador Delegado da Cornelder de Moçambique. Importa realçar que o Porto da Beira, apesar do impacto do IDAI, prevê manusear, até ao fim do presente ano, 290 mil contentores e cerca de 2.5 milhões de toneladas de carga geral


ECONOMIA

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Para reprogramar a sua dívida

Mesquita orienta Aeroportos a prosseguir com negociações A empresa Aeroportos de Moçambique (ADM, E. P.) deve prosseguir com as negociações junto dos seus parceiros para a reprogramação da sua dívida, para o cumprimento integral dos compromissos assumidos, segundo orientou o titular do Ministério dos Transportes e Comunicações, organismo governamental que tutela aquela empresa.

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ara Carlos Mesquita, a tendência do endividamento da ADM é preocupante, devendo os gestores encararem este assunto com a necessária serenidade e responsabilidade: “Preocupa-nos a tendência do elevado endividamento que as contas da empresa apresentam. Como Governo estamos atentos a esta situação, estando a ser dispensada toda a atenção que a situação requer”, disse. Mesquita assegurou que a ADM continua a ser uma empresa viável e sustentável para o cumprimento do seu papel no desenvolvimento da Aviação Civil em Moçambique. Num outro desenvolvimento, o ministro dos Transportes e Comunicações enalteceu o trabalho em curso, no quadro da liberalização do espaço aéreo moçambicano, certificação dos aeroportos de Maputo e Nacala e outras reformas em curso, que estão a permitir a redução do custo das passagens aéreas,

entre outras melhorias significativas. Carlos Mesquita fez este pronunciamento durante a reunião de balanço do primeiro semestre da ADM, tendo referido ainda que, não obstante os avanços alcançados, o país precisa de prosseguir com a reforma legal em curso no sector do transporte aéreo e completar a certificação dos outros aeroportos, com prioridade para Beira e Nampula.

“A liberalização do espaço aéreo trouxe como vantagens a maior oferta do serviço, melhores alternativas e opções para os passageiros. Exortamos a todas as instituições intervenientes nessa matéria para melhorarem a coordenação dos esforços em curso”, referiu Carlos Mesquita. Comparando o desempenho do tráfego aéreo, durante o primeiro semestre do ano passado e igual período do

presente ano, o ministro destacou o crescimento do tráfego doméstico de passageiros em 17%, um indicador que sinaliza a evolução do mercado nacional do transporte aéreo. “Em 2014, operava no mercado doméstico uma única companhia aérea, transportando somente cerca de 750 mil passageiros. A liberalização do espaço aéreo permitiu a entrada de novos operadores no mercado doméstico e o número de passageiros transportados em 2018, ascendeu para mais de um milhão de passageiros. Contrariamente ao que se pensava, a entrada de novos operadores aéreos está a mostrar que existe espaço para todos”, referiu o ministro Carlos Mesquita. Importa referir que a reunião nacional de balanço da ADM ocorreu após a realização da Conferência Internacional do Transporte Aéreo, Turismo e Carga Aérea, durante a qual o Governo reafirmou a sua determinação em priorizar o desenvolvimento do transporte aéreo, como factor de dinamização da economia nacional e regional

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Governo investe nos serviços ferroviários O Governo, através do Ministério dos Transportes e Comunicações, vai adquirir, até finais de Maio do próximo ano, cinco novas locomotivas, noventa carruagens, 300 vagões e cinco automotoras, avaliados em cerca de 95 milhões de dólares norte-americanos.

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investimento, a ser realizado em parceria com o Governo da Índia, foi anunciado pelo ministro dos Transportes e Comunicações, Carlos Mesquita, quando procedia à entrega de autocarros à empresa de transporte público do município da Namaacha. “Até finais de Maio próximo, teremos os equipamentos disponíveis em Moçambique, devendo ser distribuídos pelas zonas Sul e Centro do País. As locomotivas e vagões trarão uma capacidade adicional para o transporte de minérios do ferro e outros que circulam entre a fronteira de Ressano Garcia e o Porto de Maputo, na perspectiva de transferir mais carga da rodovia para a ferrovia de modo a evitar-se congestionamentos e acidentes

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de viação nas estradas”, referiu o governante. A compra do referido equipamento será efectuada através de uma linha de crédito do governo indiano.

Trata-se de cinco locomotivas, 90 carruagens, para o transporte de passageiros, 300 vagões e cinco automotoras. As carruagens, conforme

indicou Carlos Mesquita, serão distribuídas equitativamente pelas zonas Sul e Centro, sendo que no Sul os beneficiários serão os corredores de Goba, Ressano Garcia e Chicualacuala, enquanto no Centro serão Beira-Marromeu e BeiraMoatize. “A região Norte do País não foi esquecida. Acontece que o corredor logístico do Norte tem uma operação privada, cujo acordo de concessão também contempla o transporte de passageiros, pelo que sempre que houver necessidade o operador incrementa a capacidade nos troços Nampula-Cuamba, Cuamba -Lichinga e Cuamba-Interlagos”, disse. Importa destacar que o processo de aquisição e gestão dos novos equipamentos, carruagens, vagões e automotoras ficará a cago da empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique


SOCIEDADE

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MITESS materializa programa “Uma empresa e pelo menos 1 kit” O Ministério do Trabalho, Emprego e Segurança Social (MITESS) recebeu da Sasol, na quarta-feira, 17 de Julho, em Maputo, 40 kits de ferramentas para o auto emprego, destinados aos melhores formandos do Instituto de Formação Profissional e Estudos Laborais Alberto Cassimo (IFPELAC). A ministra do Trabalho, Emprego e Segurança Social, Vitória Diogo, disse tratar-se do cumprimento do programa “Uma Empresa e pelo menos 1 kit”, lançado em 2015, que visa a alocação de quatro mil kits, proporcionando a criação de 13.200 oportunidades de trabalho. Neste contexto, a Sasol, juntou-se à iniciativa ao disponibilizar o segundo lote, totalizando 80 kits de ferramentas de diversas especialidades, sendo mais uma alavanca na promoção do empreendedorismo e da cultura do trabalho, estimulando os jovens a iniciar a sua actividade económica geradora de renda. “É aos melhores que estimulamos com estes kits para que sirvam de referência na auto-superação. À Sasol, que hoje nos brinda com os 40 kits, reiteramos o nosso apelo, exortação e desafio para que recrute os melhores formandos que estagiaram na empresa, pois ainda não contratou nenhum”, frisou a ministra. Por sua vez, a vice-presidente sénior da Sasol, para o pelouro dos Recursos Humanos, Charlotte Mokoena, reafirmou o compromisso assumido com o Governo, que visa estimular o crescimento económico e trans-

formar as comunidades, ajudando a criar oportunidades de emprego e de carreira. “A Sasol, como um dos grandes actores da indústria, está desejosa e capaz de contribuir para o crescimento da economia de Moçambique, ajudando a responder às necessidades do seu povo. Nós valorizamos Moçambique e o seu povo e têmo -lo como central na estratégia da Sasol para a África Austral”, enalteceu Charlotte Mokoena. Visivelmente emocionada, Vitória Benzane, que recebeu um kit de corte e costura, agradeceu pelo apoio: “Estou emocionada, muito obrigada. Eu vou criar uma sociedade de auto emprego. Vou trabalhar com outros jovens que fizeram costura, na minha zona residencial”, disse Vitória Benzane. Já Arsénio Ernesto, a quem coube um kit de mecânica auto, referiu que o kit vai-lhe permitir dar continuidade à reparação de viaturas: “Vou continuar a trabalhar com automóveis e, deste modo, criar mais postos de trabalho na minha oficina”, frisou. Importa realçar que a entrega destes kits enquadra-se nas acções de promoção do emprego, com vista a estimular a cultura do empreendedorismo e auto emprego, especialmente em jovens e mulheres

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AT lança alívio fiscal para contribuintes I

Por: Dalton Sitoe Fotos: Idolo

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Autoridade Tributária de Moçambique (AT) diz que está a preparar se para realizar, a partir deste mês de Junho, um processo de alívio fiscal para contribuintes em situação irregular, no âmbito da aprovação do Regime Excepcional de Regularização de Dívidas Tributárias recentemente aprovado pela Assembleia da República. Arlindo da Costa Rosário, Director do Contencioso Tributário na AT, disse que a decisão da aprovação do regime fiscal foi tomada pelo Governo sob proposta da Autoridade Tributária e surge pelo facto de se ter registado o crescimento de número de contribuintes em situação de conflito com a lei. Sobre as razões que levaram muitos contribuintes a não honrarem com os seus compromissos junto ao Estado, a fonte explicou que um dos factores pode estar relacionado com a actual situação económica desfavorável que o país atravessa de há algum tempo a esta parte.

AT pretende que os contribuintes possam continuar a operar e a manter os seus postos de trabalho “Então, tendo em consideração estes aspectos de incumprimentos

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pelos contribuintes, houve uma iniciativa por parte da AT junto do Governo no sentido de conceder oportunidade aos contribuintes para a regularização da sua situação fiscal, atribuindo-lhes, de certa forma, um alívio da sua situação fiscal dos encargos que derivam do pagamento do imposto ”, disse. Com esta ideia, disse a fonte, a AT pretende que os contribuintes possam continuar a operar e a manter os seus postos de trabalho, ao mesmo tempo que honram com os seus compromissos tributários, porquanto esta medida também vai permitir um alívio dos contribuintes e continuação do desenvolvimento económico do país.

AT garante que está a trabalhar na divulgação da lei para permitir que os contribuintes que sejam elegíveis Por outro lado, segundo Arlindo da Costa Rosário, é preciso notar que esta medida irá permitir que, num curto espaço de tempo, seja feita a recuperação da receita por parte da administração tributária que, por força da prescrição, poderia ver frustrada os seus créditos, “para além de que a recuperação desta


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das dívidas, Rosário diz que até Dezembro de 2018 a dívida tributária era de cerca de 46 mil milhões de meticais dos quais uma parte correspondente ao imposto, de cerca de 22.400 mil milhões, e o remanescente corresponde a multas, juros e outros encargos. “É preciso dizer que estamos a falar de saldo de até 31 de Dezembro de 2018 e hoje estamos a 13 de Junho e os juros contam-se diariamente e pode ser que o saldo da dívida também tenha aumentando, mas nós esperamos arrecadar cerca de 22.400 mil milhões de meticais contra um perdão de 23.614 mil milhões”, referiu receita será feita sem custos administrativos, porque haverá um pagamento voluntário por parte do contribuinte sem que a administração tributária possa lançar mão à sua máquina coerciva”.

Há situações de contribuintes que desconhecem a sua situação Presentemente, a AT garante que está a trabalhar na divulgação da lei para permitir que os contribuintes que sejam elegíveis possam planificar sob ponto de vista financeiro aquilo que são às suas actividades obrigacionais, para além de um trabalho interno de socialização do conteúdo da lei, de organização da estrutura humana para melhor acolher os contribuintes que se manifestarem disponíveis a realizar o pagamento. De acordo com o director, serão abrangidos com esta medida todos os contribuintes que são devedores dos

impostos cuja falta de pagamento tenha sido verificada até 2018, “quer seja pessoas colectivas, quer seja singulares desde que às dívidas tenham sido contraídas até 31 de Dezembro de 2018”. Para o nosso interlocutor, quem é devedor sabe de antemão daquilo que deve, portanto ao divulgar o conteúdo da lei estaremos a dizer aos devedores que se aproximem a AT para regularizar a sua situação fiscal. Contudo, há situações de contribuintes que desconhecem a sua situação, neste caso aconselhamos para que se aproximem aos seus domicílios fiscais para saberem sobre a sua situação, também para se apropriarem do conteúdo da lei e saberem como fazer o uso ou gozo deste benefício.

Os juros contam-se diariamente e pode ser que o saldo da dívida também tenha aumentando Em relação aos montantes edição 81 / IMPERDÍVEL


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ENTREVISTA

Eleita pela comunicação

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láudia Manjate é apaixonada pela Comunicação. Formada em Relações Internacionais e Diplomacia, ela contou à Ídolo como é que a Comunicação penetrou no seu sangue, como é trabalhar nessa área e como é importante para o ser humano se adequar às constantes evoluções do mundo de conhecimento. A jovem Cláudia Manjate, hoje directora de Comunicação Corporativa da Olam, revela potencial, capacidade e domínio para a área, e destaca-se pela assunção de conhecimentos contemporâneos. Leia a entrevista completa: Quem é Cláudia Manjate e há quanto tempo está ligada a Olam Moçambique? R: Cláudia Manjate é formada em Relações Internacionais e Diplomacia e tem um mestrado em Gestão de Projectos. Trabalha para a Olam há dois (2) anos exercendo a função de Directora de Comunicação Corporativa. Qual é o seu nível de formação? R: Mestrado. O que faz um profissional em Relações Públicas e Marketing Corporativo? R: Um profissional de Relações Públicas tem como missão assegurar que a empresa interage da melhor forma com o público e todas as partes interessadas, ao mesmo tempo que cria e mantém uma imagem sobre a empresa através da comunicação dos programas,

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resultados e pontos de vista da mesma. As suas responsabilidades incluem ainda monitorar o ambiente de negócios, informar e aconselhar a empresa sobre o mesmo.

o meu trabalho tem como enfoque principal promover vantagens competitivas para o país O que lhe levou a escolher essa profissão? R: Acho que a profissão me escolheu a mim... durante a minha formação como técnica de Relações Internacionais desenvolvi habilidades de comunicação; me interessei, particularmente, pela componente de desenvolvimento. Por isso, tive um percurso profissional que inclui muita actividade de Advocacia, Mobilização, Aconselhamento (se prestar atenção, tudo alicerçado em comunicação), mas sempre tendo em vista o bem-estar das comunidades, e o crescimento do nosso pais. Então, acho que é isso...o meu trabalho tem como enfoque principal promover vantagens competitivas para o país e para o público em relação aos


ENTREVISTA

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bens e serviços das empresas em que trabalho. E neste processo a comunicação me escolheu!

Fui co-autora de um pequeno livro sobre a Iniciativa de Transparência na Indústria Extractiva

Conte um pouco sobre a sua experiência profissional na área de Comunicação? A minha carreira profissional começou em organizações não-governamental (nacionais e internacionais), trabalhando em questões como igualdade de género, defesa dos direitos humanos nas suas diferentes componentes. Entro para o sector privado trabalhando para a Rio Tinto Coal Mining, desempenhando a função de Consultora de Partes Interessadas, com foco nas relações entre a empresa a sociedade civil. Seguiu-se a Sasol Petroleum, onde fui Gestora de Assuntos Comunitários e, agora, estou na Olam Moçambique na função de Gestora de Relações Públicas e Comunicação Corporativa. Alguns dos destaques da minha carreira incluem pesquisas sobre violência de género e promoção da educação infantil, a criação da coalizão da sociedade civil sobre recursos naturais, um movimento social com objectivo de facilitar o diálogo entre governo, indústria extractiva e sociedade civil. Fiz parte da equipa de assessoria do governo no desenvolvimento da política nacional de responsabilidade social corporativa para a indústria extractiva. Fui co-autora de um pequeno livro

sobre a Iniciativa de Transparência na Indústria Extractiva (EITI): Moçambicanização da EITI - que chamava atenção para às necessidades de transparência além da implementação básica da EITI, desafiando na altura que novos actores e tópicos fossem abrangidos pela transparência.

Estamos num período de revolução tecnológica onde a comunicação é desafiada constantemente a ser em tempo real Qual a tarefa mais difícil na sua profissão? E a mais prazerosa? A comunicação em tempo de crise é sempre o mais difícil pelo tipo de gestão que precisa ser feita... desmentidos, esclarecimentos são sempre bastante desagra-

dáveis principalmente pela incerteza de que quem teve acesso a primeira informação veiculada tem acesso ao desmentido. Por isso, é muito delicado trabalhar nesta área. Poder gerar certo nível de consensos e harmonização pelo tipo e forma de comunicação que fazemos é sempre prazeroso. Mas, mais do que isso, poder influenciar a transformação e um valor acrescentado. Que mercado um profissional de Comunicação vai encontrar? Vai encontrar um mercado bastante promissor e cheio de oportunidades. Estamos num período de revolução tecnológica onde a comunicação é desafiada constantemente a ser em tempo real. Um profissional nesta área tem espaço para se desenvolver e recriar, oferecendo às empresas e organizações a oportunidade de se apresentarem e interagirem de formas diferenciadas e cada

vez mais eficientes com o seu público e partes interessadas. E, principalmente, quando o mercado oferece a oportunidade para ser empreendedor nesta área – com trabalhos associados a consultoria e assessoria.

Sou uma pessoa muito inquieta em relação a projectos de sustentabilidade dentro das empresas

Como é fazer Comunicação em Moçambique? Bem, eu sempre fiz comunicação integrada dentro de uma instituição, portanto, vou falar disso, uma comunicação pública mas dentro de fronteiras bem estabelecidas. E, como não sou muito do tipo acometida a fronteiras rígidas, então sempre foi um desafio interessante mostrar a estas instituições o que mais deveriam comunicar, o edição 81 / IMPERDÍVEL


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motivo de fazerem essa comunicação e a importância de partilhar determinado tipo de informação e/ou interagir de forma mais próxima com aqueles actores/partes interessadas, que às vezes são difíceis e por isso, naturalmente, se quer evitar. De forma similar, sou uma pessoa muito inquieta em relação a projectos de sustentabilidade dentro das empresas, pressionando (pelo menos nas empresas em que trabalhei) para que se faça mais do que a básica responsabilidade social e que se pense numa abordagem de sustentabilidade do negócio e, por isso, levar as empresas a actuarem de forma mais estratégica quando o tema é interagir com às comunidades. Lutar contra essas barreiras institucionais é uma adrenalina interessante... e a cereja no topo da comunicação que faço!

O profissional de comunicação precisa ter uma nova visão de mundo e da sociedade globalizada Que conselho daria para quem planeia seguir essa carreira? Aconselharia a entender que comunicação é mais do que jornalismo e muito mais do que repetir o eco do empregador. Que é preciso entender como comunicação é uma oportunidade para transformar pela forma como se comunica e assegurar sempre esta interação com o interlocutor – o que significa ouvi-lo e dar o retorno. O que você considera importante em um profissional desta área? O profissional de comunicação precisa ter uma nova

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ENTREVISTA e seus clientes. Esse imediatismo na exigência do público e a facilidade que o de acesso a informação permitida pelo mundo digital, agiliza os negócios e permite alcançar as partes interessadas de forma eficiente.

visão de mundo e da sociedade globalizada, conhecer bem a organização em que trabalha os concorrentes e a própria área. Sua comunicação não pode ser fragmentada e parcial, deve pensar a comunicação como um todo. Valores como ética, compromisso, responsabilidade são importantes nesta (e qualquer outra) profissão. Alicerçados nestes valores é que podemos desenvolver e garantir que o que é comunicado é real, granjeando o respeito para si e para a empresa/organização para quem comunica.

interactividade característica do Marketing Digital permite a uma maior agilidade na comunicação

O que pensa do Marketing Digital? A internet abriu portas para que os consumidores se reúnam para compartilhar seus desejos, suas dúvidas, suas opiniões e outros assuntos de seus interesses. Essa interactividade carac-

terística do Marketing Digital permite a uma maior agilidade na comunicação não só entre os consumidores, mas também entre a marca

Seu estado civil? Como ocupa os seus tempos livres? Bebe? Fuma? Gosta de música? Sua comida preferida? Quem é o seu ídolo? Eu sou casada. Nos tempos livres gosto de ler, escrever e fazer exercício físico. Não bebo, nem fumo. Gosto de música, nenhum género em particular sobressai quando penso em música...gosto de um pouco de tudo e de dar o gostinho ao pé com uns passos de dança, ainda que não seja boa dançarina. Meu ídolo


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DESPORTO

Costa do Sol não participará nas Afrotaças 2019-2020 A Direção do Clube de Desportos da Costa do Sol vem por este meio comunicar aos seus associados e adeptos e ao público em geral, que não tomará parte da Taça Nélson Mandela 2019-2020, para a qual se havia qualificado ao vencer a Taça de Moçambique da época passada. De entre várias razões, as que foram mais importantes para a tomada desta decisão foram: 1. O clube encontra-se a realizar investimentos de monta a nível infraestrutural, que dotarão as nossas equipas profissionais e de formação, de condições básicas para a prática do desporto, em especial dotarão o clube, com instalações que permitam a prática das modalidades existentes e outras que passarão a ser incorporadas no clube. Ademais, outros investimentos complementares a nível de segurança (muros, vedações ou sistemas de controle), escoamento de águas residuais ou de

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iluminação do nosso Campo entre muitas outras complementares foram ou estão a ser erguidos no clube neste momento devendo ser finalizadas até ao final do mes de Agosto. 2. Em face a estes investimentos e no ambito da racionalização e prioritização de recursos, os custos financeiros envolvidos na participação nas competições Africanas, seriam incomportáveis no ambito do orçamento do

Clube desta época,

principal objectivo.

3. É sabido que o clube procura conquistar o Moçambola, o que poderia ser colocado em causa, participando nas prova continental, uma vez que com os atrasos sucessivos que sucederam no Moçambola, bem como as datas disponíveis para jogos oficiais, escassas ou inexistentes, implicariam um esforço físico e perturbação na gestão do calendário que certamente prejudicaria o

4. Devido ao desfasamento entre a época desportiva em vigor na CAF e a época em vigor em Moçambique, ao se qualificar para a fase de grupos, o Clube de Desportos da Costa do Sol correria o risco de não ter um período de interregno entre duas épocas desportivas o que traria transtornos financeiros, de gestão geral e até de gestão de recursos humanos do clube


CULINÁRIA

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Lourdes Meque Rajani

Caril de caranguejo com coco Ingredientes: 8 caranguejos médios limpo e sem carapaça 1 cebola média 2 tomates bem maduros 1 folha de louro 1 lata de leite de coco ou leite de 1 coco ralado, natural 1 colherinha de massa de alho Garam massala q.b. (considere este como sendo um toque pessoal) Óleo q.b.

Preparação Num tacho, refogue a cebola e o alho, num pouco de óleo. Quando ficar translúcida, junta-se o tomate cortadinho, garam massala e o louro. Deixa-se refogar e depois acrescenta-se o caranguejo. Envolve-se tudo e acrescenta-se o leite de coco. O lume tem de ser brando e vai-se mexendo de vez em quando até apurar o molho. E pronto, já está. Acompanhe com arroz basmati e salada de alface com tomate ou xima. Bom apetite!! Nota: Se preferir, rala-se o coco natural, e com põe-se água quente, reserva-se por alguns instantes até podermos pegar directamente com as mãos sem nos queimarmos e espreme-se bem o primeiro leite que ficará grosso e reserva-se. O segundo leite que é feito da mesma maneira, é que vai logo para a cozedura do caranguejo. Apenas quando o molho diminui é que se acrescenta o leite grosso que reservou, para engrossar o molho e apurá-lo. Esta é a maneira tradicional e podendo, opte confeccionando desta forma para que o sabor seja mais original

Massa chinesa Ingredientes: 250grs de massa chinesa cozida 1/3 de chávena de óleo de soja 1 cebola cortada em tiras 2 dentes de alhos laminados ½ pimento verde, pequeno em tiras ½ pimento vermelho cortado em tiras 125 grs de bambú laminado 125 grs de rebentos de soja 125 grs de cogumelos cortados em tiras 500 grs de bife de frango cortados em tiras 1 colher de chá de gengibre em pó 5 colheres de óleo 4 colheres de molho de soja Sal e pimenta qb

Preparação Comece por temperar a carne com sal e pimenta e reserve. Numa frigideira para massa chinesa (Wok ou outra que disponha em casa), leve ao lume com óleo de soja, junte a cebola, os alhos e os pimentos. Deixe refogar um pouco. Junte os cogumelos e deixe refogar mais um pouco. Junte os rebentos de soja e o bambú salteie bem durante cerca de 3 minutos. Junte a massa cozida e envolva bem. Desligue o lume e reserve. Noutra frigideira, aqueça o óleo e junte a carne e deixe fritar o suficiente. Junte o gengibre em pó e metade do molho de soja. Junte este preparado ao anterior, regue com o restante molho de soja e envolva muito bem e sirva quente. Bom apetite!

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