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Economia

MIC vai dinamizar a industrialização de Moçambique

REVISTA Onde Mora a Chama da Esperança

Periodicidade Semanal Director Editorial: Gervásio de Jesus Ano IlI Edição nº 125 Segunda, 07 de Junho de 2021 Av. Karl Marx nº 1975 – RC/ Esquerdo Contactos +258 84 57 45 041; +258 84 55 27 437 Email revistaidolo@idolo.co.mz www.idolo.co.mz Maputo - Mocambique

BNI REGISTA LUCROS Economia

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Access Bank compra Grobank na África do Sul

Pag. 40

Cultura

Minha música toca corações das pessoas -revela Hard Boy Jr


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Segunda, 07 de Junho de 2021

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Um apelo

Instituto Nacional das Comunicações de Moçambique

Autoridade Reguladora das Comunicações


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Já a venda nas bancas

FICHA TÉCNICA REVISTA Onde Mora a Chama da Esperança

Av. Karl Marx nº 1975 – RC Contactos +258 84 57 45 041; +258 84 55 27 437 Email revistaidolo@idolo.co.mz www.idolo.co.mz

MAPUTO - MOÇAMBIQUE

Editor Gervásio de Jesus gervasiodejesus@yahoo.com.br Redacção Gervásio de Jesus, Júlio Saúl Colaboradores Samuel Sambo e João Chicote Paginação Cláudio Nhacutone claudio.nhacutone@gmail.com

Fotografia Salvador Sigaúque

Web master Paulino Maineque Marketing Erika de Jesus Endereço Av. Karl Marx nº 1975 – R/C Contactos +258 87 552 7444; +258 84 574 504 1; +258 84 55 27 437 Email: idolorevista@gmail.com revistaidolo@idolo.co.mz www.idolo.co.mz

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BIOGRAFIA

Biografia Cidália Chaúque

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idália Manuel Chaúque Oliveira nasceu a 22 de Outubro de 1972, na cidade de Maputo. É filha de Manuel Eugénio Chaúque e de Catarina António Macamo. É casada e mãe de dois filhos. Professa a religião cristã, na Igreja Presbiteriana (Missão Suíça). Fala Gitonga, Cicopi, Xichangana e Português. Iniciou os seus estudos primários na província de Inhambane, tendo concluído o ensino primário na Escola Primária 3.º Congresso, em 1982, e o ensino secundário na Escola Emília Daússe, em 1990, na cidade de Inhambane. De seguida, continuou os estudos na cidade de Maputo, no Centro de Formação da Direcção Nacional de Águas, concluindo o curso em 1993. Fez o curso de Contabilidade e Auditoria na Universidade Politécnica de Maputo, em 2004. No campo profissional, Cidália Chaúque exerceu diversas funções e actividades ao longo da sua carreira, destacando-se o desempenho na empresa Electricidade de Moçambique, delegação de Inhambane, entre 1992 e 1995; no Banco Comercial de Moçambique, entre 1995 e 1996. Depois passou a trabalhar nas Águas de Moçambique, entre 1997 e 2009. Mais tarde, passou para a Direcção Provincial de Finanças em Inhambane, entre 2009 e 2012, quando foi indicada para Governadora da Província de Nampula, onde ficou até 2015. Fruto do seu brilhante desempenho, foi nomeada Ministra do Género, Criança e Acção Social em

Janeiro 2015, tendo cumprido o primeiro mandato do Presidente Filipe Jacinto Nyusi. Anteriormente, foi deputada da Assembleia da República de 1999 a 2012, tendo sido membro da Comissão da Defesa e mais tarde da Comissão Permanente do Conselho Consultivo naquele órgão de soberania. Cidália Chaúque foi Secretária Nacional de Administração e Finanças da Organização da Juventude Moçambicana (OJM). Fez parte do Conselho Provincial da Organização da Mulher Moçambicana (OMM). Foi membro do Comité Central do Partido FRELIMO, entre 2003 e 2008. É membro da Ordem dos Contabilistas e Auditores de Moçambique, desde 2012. (In MMO)


EDITORIAL

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Gervásio de Jesus Director Editorial

Violência contra a rapariga

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gravidez precoce e a desistência escolar são realidades indesmentíveis em Moçambique, principalmente nas zonas rurais, muito por culpa do fenómeno de uniões prematuras. Esta situação demonstra que protecção infantil continua a ser uma miragem no nosso país. Quase todos os dias testemunhamos várias miúdas a tornarem-se em esposas. Fica-se sempre com a sensação de que às acções em curso levadas a cabo por diferentes grupos da sociedade civil e não só estão ainda aquém do desejável. É caso para questionar: o que estará a falhar, estrategicamente, no controlo do fenómeno? No mapa mundial, ocupamos uma posição medíocre 15º com maior prevalência de uniões prematuras; 14 por cento das raparigas unem-se antes dos 15 anos e 48 por cento abaixo dos 18 anos de idade. Elas (as raparigas) continuam privadas de grande parte dos seus direitos e o seu futuro percorre um tra-

çado nublado. A Lei para penalizar os actores deste crime foi aprovada pela Assembleia da República, mas a sua aplicabilidade ainda não produziu os resultados pretendidos, visto que há uma tendência de agravamento da situação, sobretudo nas províncias de Manica, Zambézia e Nampula. O conteúdo da Lei precisa de chegar à base, ou seja às comunidades, porque é lá onde se assiste o recrudescimento do problema, que muito se ouve falar apenas no período das efeméridas das crianças e raparigas. Basta o evento terminar para a mensagem “esbarrar-se” e a força do movimento cair no vazio. É necessário multiplicar o trabalho com os lideres comunitários no atinente a massificação da Lei e outras formas de desencorajamento dessas práticas que são perniciosas à saúde e crescimento das crianças e raparigas. Os rapazes não podem ser colocados à margem do processo, visto que são o segmento que mais estimulam para expansão do fenómeno

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DESTAQUE

Moçambicano Bernardino vai trabalhar na ONU

bal das Nações Unidas.”

O moçambicano Mariano Júnior acaba de ser nomeado Chefe de Tecnologia de Informação e Comunicações das Nações Unidas e vai trabalhará na sede da organização, em Nova Iorque, nos Estados Unidos da América. Na entrevista concedida à ONU News, de Genebra, Bernardino Júnior agradeceu ao secretário-geral António Guterres. “Estou muito feliz pela nomeação pelo secretário-geral das Nações Unidas ao posto de assistente secretário-geral para o Escritório da Tecnologia de Informação e Comunicações. Carrego comigo nesta nomeação não só a minha pessoa, mas também a bandeira do meu país: Moçambique. Não só

a bandeira de Moçambique, mas também a bandeira de todos os países falantes da língua portuguesa. Darei o meu melhor para deixar uma marca de um moçambicano, um falante da língua portuguesa, competente e capaz de trazer uma qualidade de serviços para o progresso da agenda glo-

Experiência Bernardino Mariano Júnior vai substituir Atefeh Riazi, dos Estados Unidos, e o actual chefe interino, Patrick Carey, da Irlanda. O engenheiro moçambicano tem 28 anos de experiência no sistema da ONU e em organizações internacionais. Ele trabalha actualmente na Organização Mundial da Saúde, OMS, como director para Saúde Digital e Inovação e chefe de Informação. Parte de sua plataforma é utilizar as inovações e tecnologias digitais para acelerar o cumprimento da agenda da OMS e de seus objectivos estratégicos. Antes mesmo da pandemia da Covid-19, o engenheiro moçambicano estava apostando no cres-

cimento da telemedicina ou de consultas pela internet como uma das evoluções na área da medicina. Para Bernardino Mariano Júnior o que se conhece por saúde digital hoje, num futuro próximo será chamado somente de saúde. O novo chefe de Tecnologia da Informação da ONU começou a carreira em 1993 na Organização para Migrações em Moçambique de onde seguiu para Haiti, Mali, Angola, Quênia, África do Sul e Kosovo. Em 2018, ele se juntou à OMS em Genebra. Bernardino Mariano Júnior tem mestrado em Gestão Global pela Salford University, do Reino Unido, e é bacharel em Engenharia Elétrica pela Universidade Eduardo Mondlane em Moçambique


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LINHA VERDE

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ECONOMIA

HCB distribui dividendos

EDM renova contrato com LEC A Electricidade de Moçambique (EDM) e a Lesotho Electricity Company (LEC) renovaram, recentemente, um contrato de fornecimento de energia eléctrica ao Lesotho, um acordo válido por mais um ano.

A A gravidez precoce e a desistência escolar são realidades indesmentíveis em Moçambique, principalmente nas zonas rurais, muito por culpa do fenómeno de uniões prematuras. Esta situação demonstra que protecção infantil continua a ser uma miragem no nosso país.

A

distribuição de dividendos resulta da aplicação dos resultados obtidos pela empresa no montante de 9,8 mil milhões de meticais em que 40% foram destinados a reservas livres, 30% a reservas de lucros a realizar e 30% para dividendos. "Os accionistas da série B, designadamente cidadãos, empresas e instituições" terão direito a dividendos relativos ao exercício económico de 2020 no valor de 0,111 meticais por acção (cerca de 0,001 de euro), "o que representa um incremento de 73,6% em relação aos dividendos pagos em 2020", nota a HCB. A distribuição resulta da aplicação dos resultados obtidos pela empresa no montante de 9,8 mil milhões de meticais em que 40% foram destinados a reservas livres, 30% a reservas de lucros a realizar

e 30% para dividendos. Situada no rio Zambeze, na província de Tete, centro de Moçambique, a barragem de Cahora Bassa abastece a África do Sul e o sul de Moçambique com uma produção anual que em 2020 chegou a 15.350 gigawatt-hora (GWh), 4,7% superior a 2019. A empresa tem em curso um plano de modernização que prevê investimentos na barragem, central de geração, subestações do Songo e de Matambo e nas linhas de transporte de energia, visando aumentar a fiabilidade técnica e operacional. De acordo com o último boletim, o Estado moçambicano detém 85% das ações da HCB, 7,5% pertencem à Redes Energéticas Nacionais (REN) portuguesa e 4% são de investidores nacionais sendo os remanescentes 3,5% detidos pela HCB (acções próprias)

informação foi avançada nesta terça-feira, em comunicado de imprensa, pela empresa pública moçambicana, porém, sem avançar os valores envolvidos no contrato. De acordo com a nota, a EDM irá fornecer à LEC entre 5 e 35 MW, numa demanda sazonal, reforçando, assim, o fornecimento

de energia eléctrica àquele país da SADC (Comunidade de Desenvolvimento da África Austral). A EDM sublinha, no referido comunicado, ser um dos fornecedores de energia eléctrica ao Lesotho desde 2008. Realça ainda que a intensificação do comércio bilateral faz parte do Plano de Negócios (2020-2024) da empresa, apresentado em finais do ano passado


ECONOMIA

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BNI regista lucros O Banco Nacional de Investimento (BNI) apresentou um lucro líquido de 137,51 milhões de Meticais em 2020, correspondente a um crescimento de 113% relativamente ao montante de 64,45 milhões de Meticais registados em 2019. Durante a apresentação do Relatório e Contas do BNI referentes ao ano económico de 2020, o Presidente do Conselho executivo (PCE) do banco, Tomás Matola, explicou que o desempenho positivo foi acompanhado pela consolidação da robustez e saúde financeira do banco, evidenciada pela rendibilidade dos activos, robustez dos fundos próprios, nível de adequação dos fundos próprios e de liquidez.

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ados exibidos por Matola indicam que o rácio de solvabilidade do BNI registou 40,43%, acima dos 12% estabelecidos pelo regulador e o rácio de liquidez situou-se nos 54,52%, contra os 25% regulamentares. Há ainda a destacar a redução do rácio de crédito em incum-

primento para 2,5%, um nível muito abaixo da média do sector. Do conjunto de projectos financiados pelo banco, em 2020, nos mais diversos sectores, destacam-se alguns cujo impacto multiplicador na economia é maior no que tange à geração de emprego, aumento do Produto Interno Bruto (PIB), aumento da renda familiar e incremento da eficiência

operacional institucional. Trata-se dos sectores de infraestruturas e indústria, em que foram financiados projectos na área de combustíveis, aquisição de equipamento de processamento de recursos mineiras, indústria transformadora do ramo alimentar, nomeadamente, o processamento da castanha de caju, gergelim, soja e milho, incluindo para a produção de óleos

e sabões, entre outras. “Foi perseguindo estes objectivos estratégicos que, a Comissão Executiva, suportada pela sua equipa de gestores e técnicos, desenvolveu um conjunto de actividades estratégicas e operacionais, dentro duma abordagem de prudência na tomada e gestão de riscos, que se resumiram na expansão de negócios pela criação de novos produtos e serviços ajustados a conjuntura actual da economia, mobilização de recursos nos mercados doméstico e internacional para o financiamento da economia ao mesmo tempo que nos focamos na melhoria da qualidade dos activos, adequação dos níveis de liquidez e de solvabilidade, o que permitiu o BNI lograr resultados positivos e consolidar os seus indicadores de rendibilidade, solvência e eficiência”, disse o PCE do BNI. (In-Carta)


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ECONOMIA

Assinados acordos para expansão de energia Sasol, EDM e ENH mais consolidados Foram assinados os acordos de fornecimento de gás entre a Sasol, a EDM e a ENH, e de venda de GPL entre a Sasol e a ENH a partir do gás proveniente de Temane.

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investimento vai permitir, por um lado, a produção de 23 milhões de Gigajoules de gás natural por ano, que serão usados para a produção de 30.000 toneladas de gás de cozinha por ano naquela que será a primeira unidade do género no País. Por outro lado, irá permitir a geração de 450 MW de electricidade na Central Térmica de Ciclo Combinado de Temane que serão injectados na rede nacional para a electrificação do país e disponibilização de energia limpa e de baixo custo para o desenvolvimento regional da SADC. O projecto abrange ainda a produção de 4.000 barris de petróleo leve por dia para exportação. Assinatura decorreu em Maputo e contou com a presença de várias individualidades, dentre elas, o Presidente da República, Filipe Nyusi e o Presidente da Sasol, Fleetwood Grobler. Durante a cerimónia

o Presidente da República, descreveu este acordo como uma nova fase para a expansão de energia e gás no país e consequentemente a melhoria para a economia do país. “Hoje marcamos uma nova etapa, no quadro desta empreitada de iluminar Moçambique”, declarou Nyusi, referindo-se a este projecto como “um alicerce para a actividade agrícola, industrial, turismo e compensando melhor a sustentabilidade do nosso ecossistema e a substituição da lenha e do carvão vegetal”. Fleetwood Grobler, Presidente da Sasol, defendeu que “a pandemia serviu para reforçar a importância das parcerias público-privadas e do trabalho em conjunto, de mãos dadas’. Este evento é uma ilustração clara dos resultados positivos de uma parceria deste tipo”. Grobler fez ainda referência ainda às contribuições da Sasol para a economia de Moçambique e

a intenção de prosseguir colaborando para a evolução do país. “A Sasol é uma empresa proficuamente africana com uma grande presença na África do Sul e em Moçambique”. O presidente da Sasol comentou ainda que a empresa tem aspirações de crescer e continuar a contribuir para o desenvolvimento do país, como têm vindo a fazer nos últimos 17 anos. O Director da Sasol em Moçambique, Ovídio Rodolfo, frisou que “isto mostra claramente o quão a Sasol participa da-

quilo que eu chamarei de perfil energético do país”. Com a produção das 30 000 toneladas por ano de gás de cozinha (GPL), Moçambique deixa de importar cerca de 75% do volume actualmente importado. A produção local de GPL vai impulsionar a massificação do uso de gás de cozinha, contribuindo para a redução do desflorestamento. Estima-se que o projecto PSA irá criar mais de 3000 empregos locais durante a fase de construção


ECONOMIA

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Access Bank compra Grobank na África do Sul O Access Bankacaba de concluir o processo de aquisição do GrobankLimited, na África do Sul, que passa agora a chamar-se Access BankSouth Africa Limited. A operação foi finalizadadepois da conclusão de todos os procedimentos regulamentares e da aquisição pelo Access Bank das acções de controlo do antigo GrobankLimited.

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a mesma altura em que decorre em Moçambique o processo de aquisição do BancABC, o Access BankPlc avança também, no Botswana, com a aquisição do AfricanBankingCorporation (BancABC Botswana).O BancABC Botswana é o quinto maior banco daquele país e é uma instituição bancária muito bem capitalizada e preparada para o crescimento e sucesso no seu mercado local. Em Moçambique, o processo de aquisição do BancABC está também prestes a ficar concluído. O negócio representa um grande passo para o sector da banca no mercado moçambicano, consolidando a estratégia alargada do Access Bank que, em Moçam-

bique, ficará posicionado entre os 7 maiores bancos. Até ao final de 2021, o Access Bank pretende ainda expandir-se para outros países africanos como Angola, Camarões e Guiné-Conacri. Com estas operações criam-se novas oportunidades de crescimento a curto e a longo prazo, abrindo espaço para que o Access Bank se posicione de forma, cada vez mais, robusta ligando os principais mercados africanos com inúmeras vantagens para os seus clientes. O Banco tem como objectivo ser a mudança de que África necessita, alicerçado na visão de ser o banco africano mais respeitado do mundo. Como parte de um Grupo que abrange 3 continentes, 16 países e mais de 49 milhões de clientes, o Access Bank incorpora uma experiência acumulada em todos os segmentos. A expansão reforça a sua posição como o banco com maior base de clientes

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ECONOMIA

NA VALE

Autoridades e sociedade civil destacam implementação de soluções sustentáveis

Em Abril, a Vale recebeu nas suas instalações a visita de uma comissão de trabalho composta por representantes de várias entidades locais (públicas e privadas) com o intuito de conhecer todo o processo para a extracção de carvão mineral.

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urante a visita, as autoridades de Tete e membros da sociedade civil (líderes comunitários,

população e ONG) destacaram o empenho da mineradora Vale Moçambique na implementação de soluções tecnológicas modernas, com o objectivo de desenvolver uma actividade sustentável no que toca à extração de carvão, em Moatize. O ponto mais alto da visita foi a demonstração visual da detonação, com recurso a tecnologia de ponta para minimizar a vibração e a emissão de poeiras, direccionando as ondas para dentro da área de mineração. Na ocasião, o representante do Comando Distrital da PRM no Distrito de Moatize, Sebastião Ma-

riamo, considerou o sistema de detonação da Vale um grande ganho para as populações locais. “Foi quase imperceptível a detonação e isso é um grande ganho naquilo que têm sido as preocupações das comunidades que vivem ao redor da mina. O processo está a registar consideráveis melhorias e estamos num bom caminho na minimização destes impactos”, sublinhou. Por outro lado, representando as organizações da sociedade civil de Moatize, Pinho Pire, destacou a abertura da Vale em receber e mostrar as suas operações à comissão. “Esta abertura acaba

mostrando o que de facto a Vale é e o que está a fazer para uma mineração sustentável e nós vamos transmitir às comunidades o que de facto acontece nas operações. Esta abertura melhora bastante o relacionamento entre a Vale, a sociedade civil e a própria comunidade”, conclui. A Vale Moçambique trabalha em prol da sustentabilidade nos territórios onde actua. Desta forma, a empresa aproxima-se, cada vez mais, das comunidades que a rodeiam, permitindo a contínua preservação do meio ambiente e do bem-estar social


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Famílias de Cateme aprendem a produzir pesticidas e fertilizantes naturais Mais de 600 famílias de Cateme, em Moatize, foram recentemente formadas pela Vale Moçambique no fabrico de pesticidas e fertilizantes naturais para uma produção agrícola ambientalmente sustentável.

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formação foi dada pela IDE Moçambique, uma organização não-governamental americana especializada em desenvolvimento rural e agronegócio, contratada pela Vale para implementar o Programa de Apoio àAgricultura de Cateme (PAAC), que visa restituir e restaurar os meios de vida e de subsistência de 759 famílias. Os produtores são ensinados a fabricar fertilizantes e pesticidas botânicos a partir de estrume, sementes, folhas e plantas remanescentes das épocas agrícolas anteriores, com o objectivo de melhorar a estrutura física e química do solo, aumentando a produção e a produtividade. Para a Vale Moçambique,

a capacitação dos produtores é uma alternativa de desenvolvimento sustentável que permite reduzir a dependência da utilização de fertilizantes e pesticidas de origem química que são caros e nocivos ao meio ambiente. "A Vale Moçambique privilegia o uso de fertilizantes e pesticidas orgânicos porque são economicamente e ambientalmente viáveis, garantindo assim a utilização eficiente e sustentável dos recursos naturais, pensando nas futuras gerações e criando um legado positivo nas comunidades onde a Vale opera", sublinhou o Supervisor de Relações com as Comunidades na Vale, Victor Zimba. As famílias que beneficiaram da formação já conseguem ver resultados com a implementação dos conhe-

cimentos adquiridos, uma vez que os campos de produção registaram um considerável avanço em temos de qualidade e quantidade. "Assim que recebemos o treino implementámos tudo o que aprendemos nas nossas machambas, onde semeámos tomate, cenoura, couve, alface, pepino e outras culturas”, adiantou Valéria Bechane, representante das famílias beneficiárias. A mesma responsável disse ainda queno fim da campanha foi colhida a produção, sendo que uma parte do produto foi para consumo próprio e outra para comercializar.“Com o dinheiro, comprámos roupa, óleo, milho e também material escolar para os nossos filhos. Estamos mui-

to satisfeitas com o projecto porque está a ajudar-nos a melhorar as nossas vidas", sustentou Valéria Bechane. A Vale contratou a IDE Moçambique, em 2019, para implementar o Programa de Apoio a agricultura de Cateme (PAAC), no âmbito da sua política de sustentabilidade. O programa apoia 759 famílias que possuem igual número de hectares de terra para a produção de culturas alimentares e de rendimento. Através do PAAC a Vale garante o provimento de insumos agrícolas, capacitação e serviços de assistência técnica e mecanização agrícola às 759 famílias de Cateme que foram impactadas pela implantação do projecto da mina de Carvão de Moatize


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Apoiados pela Nacala Logistics

Campos agrícolas atingem bons níveis de produção As entidades governamentais ligadas ao sector da agricultura, em Nampula, estão satisfeitas com os níveis de produção registados nos campos dos distritos de Meconta e Monapo, onde são produzidas diversas culturas alimentares e de rendimento, com o apoio da Nacala Logistics.

A

satisfação foi manifestada pelo Director Provincial de Agricultura e Pescas de Nampula, Ernesto Pacule, durante uma visita aos campos de produção naqueles distritos, realizada em Abril. De acordo com Ernesto Pacule, antes da intervenção da Nacala Logistics os níveis de produção estavam abaixo do desejado, entretanto, as comunidades tem estado a conhecer uma nova realidade. "Destes solos já conseguem ser extraídos pelo menos 600 quilos de produção por hectare e isso ajuda muito as famílias a satisfazerem as suas necessidades básicas. A produção agrícola é um factor básico para a garantia da segurança alimentar das famílias”, por isso, “o apoio da Nacala Logistics tem aqui um grande impacto", sublinhou o Di-

mos reforçar o rendimento das famílias, que moram ao longo do corredor, e que foram impactadas pelo projecto da Nacala Logistics", afirmou o mesmo responsável. Momade Juma, que beneficia do apoio da Nacala Logistics há 3 anos, afirma que a ajuda da empresa permitiu melhorar a sua qualidade de vida e a de todos os membros do seu rector provincial de Agricultura e Pescas de Nampula. Desde a introdução desta iniciativa, os dados indicam um crescimento assinalável da produção e da produtividade. Com a intervenção do Programa de Geração de Renda, da Nacala Logistics, a produtividade média do gergelim, aumentou de 300, para 750 quilos, representando um crescimento de cerca 250 por cento, em 3 anos. Por outro lado, a disponibilidade de milho para o consumo das famílias subiu de cinco, para 12 meses, o que significa o programa contribui para a segurança alimentar, nas zonas de intervenção. Segundo o Gerente de Relacionamento com as Comunidades da Nacala

Logistics, Celso Mutadiua, a empresa apoia os agricultores em todo o ciclo de produção, com assistência técnica e insumos agrícolas. “Para além de dar toda a assistência técnica aos produtores, nós garantimos insumos de qualidade. Estamos comprometidos com o desenvolvimento das comunidades e quere-

agregado familiar. "Até 2015 eu tinha apenas um filho a frequentar a escola e não tinha certeza se poderia continuar a custear a sua educação até o ensino secundário. Hoje, eu tenho dois filhos a frequentarem a escola. Tenho também dois trabalhadores e até já incrementei a minha área de produção", conta Momade Juma. Através do seu Programa de Geração de Renda, a Nacala Logistics apoia cerca de 15 mil famílias ao longo do corredor. Ciente do impacto que o projecto tem nas comunidades abrangidas, a empresa renova o compromisso de continuar a melhorar a vida destas famílias


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Cuamba recebe 50 electricistas formados pela Nacala Logistics O distrito de Cuamba, em Niassa, passa a contar com mais 50 técnicos de electricidade recém-graduados pela Tecnicol Moçambique, numa formação financiada pela Nacala Logistics.

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acção é levada a cabo no âmbito do Programa de Preparação para o Mercado de Trabalho, que tem por objectivo formar jovens que residem ao longo do Corredor de Nacala, para explorar as oportunidades de emprego e de auto-emprego que surgem na região. Durante a cerimónia de graduação, que teve lugar no dia 26 de Março, o representante da Nacala Logistics, José Piquitai, explicou as razões que levaram a empresa a apostar no curso de eletricidade. "Durante o processo de preparação destes cursos, lançámos uma pesquisa para identificar as necessidades de formação de cada local. Em Cuamba, a escolha recaiu sobre o curso de eletricidade. Podemos afirmar que o próprio distrito de Cuamba optou por este curso”, aclarouJosé Piquitai. Por sua vez, o Director da Tecnicol Moçambique, Rui Tembe, destacou o facto de os jovens recém-graduados terem-se beneficiado de disciplinas relevantes para esta actividade. "Esta formação foi

complementada por módulos de gestão de negócios e higiene e segurança no trabalho, para permitir que os graduados possam se auto-empregar”, acrescentou o responsável. Os jovens graduados, por seu turno, reforçaram o compromisso com o desenvolvimento local. "Nós graduados da Tecnicol, electricistas, sentimo-nos capacitados para responder aos desafios do mercado de trabalho através da promoção do auto-emprego, com zelo, profissionalismo, responsabilidade e qualidade, na certeza de saber fazer, ser e estar", sublinhou o representante dos graduados. Para estimular a jornada de auto-emprego, a Nacala Logistics ofereceu aos gra-

duados kits de eletricidade compostos por ferramentas comojogo de chaves,voltímetro, macacão, capacete, botas, óculos, luvas e máscaras. Iniciado em 2014,o Programa de Preparação para o Mercado de Trabalho tem estado a apoiar jovens das comunidades residentesao longo do Corredor de Na-

cala, tendo, até agora, garantido formação a mais de 600 jovens. A Nacala Logistics vai continuar a apostar na formação da juventude, por acreditar que, desta forma, contribui significativamente para o desenvolvimento das comunidades ao longo do corredor e de Moçambique no seu todo


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Nacala Logistics forma jovens de Monapo em Construção Civil A Nacala Logistics financiou a formação de 50 jovens em Construção Civil no distrito de Monapo, em Nampula. A formação ministrada pela Tecnicol, era dirigida exclusivamente aos jovens residentes em Monapo.

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curso teve a duração de seis meses e inclui os módulos sobre Saúde e Segurança, Língua Portuguesa, Matemática e Gestão de Negócios. Na cerimónia de graduação, que decorreu no dia 09 de Abril, todos os formandos receberam kits de auto-emprego. Cada kit é composto por colher de argamassa, carrinho de mão, pá, máquina para o fabrico de blocos, balde de pedreiro, marreta, nível de bolha e martelo. Falando durante a cerimónia de graduação, o Gerente de Relacionamento com as Comunidades da Nacala Logistics, Celso Mutadiua, afirmou que a iniciativa assegura aos recém-graduados um diferencial competitivo na procura de enquadramento nas empresas da região, e, ao mesmo tempo, garante uma fonte de auto-emprego. “Esta formação visa proporcionar aos jovens de Monapo, uma qualificação profissional de qualidade, para melhor acesso ao mercado de trabalho” -

sustentou Mutadiua. O Administrador de Monapo, Américo Assane Adamugi, sublinhou que o distrito precisa destes técnicos. “Nos últimos dias, temos notado o aumento de pedidos para a construção de infra-estruturas com recurso a material convencional. Por isso, recomendo-vos a aproveitarem estas oportunidades, aplicando o conhecimento adquirido”, advertiu. Por seu turno, o Director da Tecnicol Moçambique, Rui Tembe, sublinhou que “Os participantes do curso de Construção Civil foram criteriosamente selecionados”. Além de conceder uma formação consistente,

o curso vai abrir horizontes para o empreendedorismo, porque a natureza desta profissão permite que os graduados possam trabalhar por conta própria”, referiu. Talilo Essiaca, um dos recém-graduados, considerou que a formação vai permitir que sejam exce-

lentes pedreiros. “Sentimo-nos à altura de competir, com qualquer pedreiro. Agora queremos ganhar experiência”, destacou o representante dos formandos. Com esta graduação, a Nacala Logistics encerra o ciclo de formação dos 100 jovens de Nampula e Niassa, nas áreas de Construção Civil e Electricidade, iniciado em Fevereiro do ano passado, no âmbito do Programa de Preparação para o Mercado de Trabalho, cujo objectivo é formar jovens que residem ao longo do Corredor de Nacala. A empresa garante que vai continuar a apostar na formação da juventude, por acreditar que, desta forma, contribui para base de desenvolvimento do país


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Nacala Logistics impulsiona pesca sustentável em Nacala-à-Velha Pescadores de Nacala-à-Velha, na Província de Nampula, receberam, em Março, uma formação prática em técnicas de construção de redes de pesca sustentável. Com a duração de 2 semanas, a formação foi ministrada por uma empresa especializada, contratada localmente.

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sta formação tem por objectivo evitar o uso de redes mosquiteiras e outras práticas nocivas às espécies marinhas, capturando mariscos ainda em fase de crescimento. Para a Nacala Logistics, o investimento na pesca sustentável é de grande importância para as comunidades, uma vez que cerca de 70% das famílias que vivem na região costeira, vive da pesca. Segundo Celso Mutadiua, Gerente de Relacionamento com Comunidades, “a pesca artesanal é um dos principais meios de subsistência e de geração de renda para as comunidades de Nacala-à-Velha”. “Com esta formação, a empresa pretende que a comunidade tenha acesso à redes com maior durabilidade e com maior capacidade de captura de pescado, dentro dos padrões de sustentabilidade da pesca”, referiu o responsável. Além da preservação do ecossistema marinho, os pescadores vêem na formação outras vantagens que contribuem para a melhoria da pesca. “Com o passar do tempo, precisamos pescar em

regiões mais afastadas da costa e com esta formação conseguiremos produzir redes de melhor qualidade que nos permitam fazer isso. Agradecemos à Nacala Logistics

pela ajuda”, realçou um dos formandos. Esta formação junta-se à iniciativa levada a cabo pela empresa em Setembro do ano passado, na qual pescadores de Nacala-à-Velha, foram formados em construção de barcos de pesca. Com estas acções, a Nacala Logistics dá o seu contributo para a materialização dos objectivos definidos da Campanha Pesqueira 2020/21, que proíbe o uso de redes mosquiteiras


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Quando uma bicicleta significa maior inclusão

Projecto de mobilidade da Vale abrange cerca de 2 mil famílias no distrito de Moatize Uma simples bicicleta pode mudar a vida de uma família inteira ou de comunidades. Encurta distâncias, dá maior mobilidade e aproxima populações. Só este mês, a Vale Moçambique já entregou 763 bicicletas à comunidade de Cateme, algumas das quais destinadas aos beneficiários de oficinas designadas por ‘Bike Negócios’.

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este projecto, que teve início no final de 2020, a Vale tem como parceira a Mozambike - empresa que fabrica bicicletas em Moçambique e que está associada a vários projectos de responsabilidade social. Ao todo foram entregues mais de 1.800 bicicletas, beneficiando perto de 2 mil famíliasde sete comunidades, situadas no distrito de Moatize, província de Tete. A utilidade de uma bicicleta em populações distantes dos centros urbanos pode ser absolutamente transformadora e inclusiva. Tudo fica mais perto e tudo se faz mais depressa. Tumova Geraldo, 26 anos, é o socorrista da comunidade de Matambanhama e não tem dúvidas disso:“Uma bicicleta facilita muito, as pessoas chegam mais facilmente e mais rápido ao centro de saúde, à escola, ajuda para ir buscar água, ir à moagem, ir à machamba, ajuda em praticamente tudo”. Tumova foi um dos contemplados com a oferta da Vale, um presente que o deixou “muito feliz” e que faz toda a diferença no trabalho que desenvolve na aldeia. “A minha função é prestar primeiros socorros às pessoas da comunidade, quando alguém tem doenças como

diarreia ou malária desloco-me a casa das pessoas para dar alguns medicamentos. E quando tenho missão de serviço em Moatize agora também chego muito mais rápido, é menos cansativo e dá para transportar coisas”, explica. Farnicia Evaristo Almado, tem 38 anos e cinco filhos. Trabalho não lhe falta, mas a bicicleta veio dar uma ajuda preciosa a esta mulher que, para além das tarefas da

casa, tem também de cultivar a machamba, ir buscar água e lenha ou comprar carvão. “Ajuda muito, chego muito mais cedo a todo o lado”, garante. Américo Inácio, marido de Farnicia, adianta mesmo que passaram a ir a Moatize com mais frequência. “Vendemos

milho e pepino que agora conseguimos transportar na bicicleta e conseguimos chegar à cidade muito mais depressa para podermos vender”, conta. Neste projecto são contempladas as comunidades de Matambanhama, Ntchenga, Mphandue, Phonde, Catete, Calambo e Ca-

teme. Com as bicicletas, são também entregues kits de material suplente para garantir uma maior longevidade daquele meio de transporte. O projecto integra ainda uma componente de auto negócio que beneficia cerca de 15 jovens das referidas comunidades com a criação de oficinas de ‘Bike Negócio’. O objetivo passa por criar oportunidades de negócio na área da manutenção, reparação e venda de acessórios, como forma de ajudar a comunidade a manter as bicicletas em bom estado. Em simultâneo, representa uma fonte de rendimento para os jovens que fazem parte da iniciativa


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Vale assinala Dia da Mulher Moçambicana Na semana em que se comemora o Dia da Mulher Moçambicana, a Vale organizou uma palestra online para falar sobre os Desafios da Mulher a nível pessoal e profissional, no contexto da pandemia da Covid-19. Uma forma que reconhecer o papel e a importância cada vez maior da mulher moçambicana numa sociedade mais equitativa. A conferência decorreu em Abril, e destinou-se a todos os colaborares da empresa, homens e mulheres.

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arcela da Costa, 37 anos, Supervisora de Processos de Controle. Yolanda Tembe, 32 anos, Engenheira de Produção. Alita Vuma, 25 anos, Engenheira de Laboratório. Em comum estas três mulheres têm histórias de sucesso na Vale Moçambique. “Quando o meu marido foi transferido para Tete, já na altura era funcionário da Vale, candidatei-me a uma vaga na empresa e entrei, hoje somos um casal Vale”, conta Marcela que lidera uma equipa praticamente só de homens. O grupo de trabalho que gere na Vale Moçambique é constituído por 32 colaboradores, apenas três são mulheres. Apaixonada pelo que faz reconhece que ser mulher num mundo de homens “é um desafio diário”. “Para

além do desafio profissional é também um desafio de género. Temos que estar sempre a provar que somos capazes”. ‘O lugar da mulher é onde ela quiser’. Esta premissa apoiada numa política de diversidade e de inclusão tem levado a Vale Moçambique a contratar, cada vez mais, mulheres para posições geralmente ocupadas por homens. Yolanda Tembe é mais um desses exemplos. Formou-se em Engenharia de Minas e mal acabou a licenciatura começou a trabalhar na Mina da Vale, em Moatize. Quando entrou para a Vale as mulheres que trabalhavam na empresa eram, sobretudo, assistentes administrativas. “Só havia outra técnica como eu”. Hoje o cenário já é um pouco diferente. Reconhece que “o facto de sermos mulheres não nos diminui

em nada. Felizmente, a Vale dá-nos a oportunidade de mostrarmos o que realmente valemos”. No seu grupo de trabalho, Yolanda é a única mulher, mas diz sentir-se ao mesmo nível dos colegas, sem discriminações. Alita Vuma está na Vale há dois anos, concorreu a uma vaga seis meses depois de ter terminado o curso de Engenharia Química e foi admitida. Não foi uma adaptação fácil. Foi, no entanto, com o apoio dos seus directores (homens) que ganhou desenvoltura e cresceu profissionalmente. “Os meus superiores puxaram muito por mim, ajudaram-me bastante, a impor as minhas opiniões, as minhas

ideias. Ajudaram-me a crescer profissionalmente, mas também pessoalmente”. Hoje Alita sente-se em casa, alimentando a ambição de “crescer mais, de evoluir e desempenhar um papel de destaque na empresa”. Actualmente, 10% dos mais de 3600 colaboradores directos da Vale são mulheres, mas a empresa quer que esse número continue a aumentar, reforçando assim, o equilíbrio de género nas suas equipas. A mineradora mantém a mesma política para os funcionários das empresas subcontratadas. Ao todo, entre postos de trabalho directos e indirectos, a Vale dá emprego a cerca de 13 mil pessoas

Para adquirir participação na mina de Moatize e no Corredor Logístico

Vale assina contrato definitivo com Mitsui A Vale informa que assinou, no dia 19 de Abril, o contrato definitivo InvestmentAgreement com a Mitsui para a aquisição, pela Vale, da totalidade das participações da Mitsui na mina de carvão de Moatize e no Corredor Logístico de Nacala (CLN). A conclusão da saída da Mitsui é esperada durante 2021, sujeita às condições precedentes usuais neste tipo de transação, conforme informado no comunicado ao mercado de assinatura do HeadsofAgreement,a 20 de Janeiro de 2021.

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assinatura do contrato definitivo com a Mitsui, como etapa inicial para o desinvestimento do negócio de carvão, está em linha com a estratégia de

disciplina na alocação de capital e simplificação do portfólio da Vale, e reforça tanto a meta da Vale de se tornar líder na mineração de baixo carbono, como o seu compromisso com o Acordo de Paris


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Empresa foi a maior contribuinte em 2020

Vale Moçambique premiada pela Autoridade Tributária A mineradora Vale recebeu do Governo moçambicano, através da Autoridade Tributária, a distinção de maior contribuinte no exercício económico de 2020, na categoria de Direitos Aduaneiros. As contribuições da empresa, durante o ano passado, tiveram um considerável impacto para a redução do défice financeiro.

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prémio foi entregue no dia 22 de Março, na cidade da Beira, em Sofala, durante uma cerimónia que juntou diversas organizações públicas e privadas. A atribuição deste prémio pela Autoridade Tributária pretende destacar as empresas que têm dado um contributo significativo para a receita fiscal, um instrumento útil para financiar o orçamento do Estado. Para a Vale Moçambique, o prémio representa um importante reconhecimento do seu compromisso com o desenvolvimento do país. "Este reconhecimento é de capital importância e está em consonância com o nosso propósito de melhorar a vida e transformar o futuro juntos, pois essas contribuições ajudam a catapultar a economia do país", garante a empresa. Num contexto de pande-

mia, a Vale mostra-se satisfeita por continuar a honrar com os seus compromissos fiscais, contribuindo para o desenvolvimento do país. "Saber que contribuímos de forma significativa para a redução do défice orçamental do Governo num contexto bastante difícil de pandemia da Covid-19 é bastante gratificante para nós. Como é sabido a contribuição fiscal que as entidades canalizam para o Estado é para o desenvolvimento do país e nós como Vale estamos comprometidos com esse desenvolvimento, através do cumprimento das obrigações fiscais e responsabilidade social". Não é a primeira vez que a Vale Moçambique é distinguida em função do impacto das suas contribuições fiscais. Em 2018, a empresa esteve entre os três maiores contribuintes globais do país


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Aviação civil precisa adaptar-se para novos desafios -defende João Carlos Pó Jorge No âmbito das celebrações do Dia Mundial de Saúde e Segurança no Trabalho, que se assinalou recentemente, a empresa Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), promoveu, em Maputo, um ciclo de palestras, com a duração de três dias, sob o lema: “Covid-19 e o mundo do trabalho”.

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director geral da LAM - Linhas Aéreas de Mozambique, João Carlos Pó Jorge, disse na cerimónia de abertura, que a efeméride assinalou-se num contexto em que a indústria da aviação civil precisa de se adaptar cada vez

mais, com vista a mitigar os desafios impostos pela pandemia da Covid-19 e a contínua observância dos protocolos de prevenção contra a contaminação da doença. “Estamos a trabalhar com as autoridades de saúde e de trabalho, para garantir que isto seja feito de uma maneira frequente. Estamos aqui para fazer cumprir as regras, tanto ao nível dos colaboradores, como nos passageiros que transportamos, incluindo outras pessoas a quem servimos, porque o sucesso de manter e assegurar o bom nível de higiene e segurança no trabalho, depende de todos”, explicou. A primeira palestra teve como oradores a inspectora do Trabalho, Maria Judite Mungoi, e o especialista em Medicina Ocupacional, Eduardo Munhequete. A inspectora do Trabalho da cidade de Maputo referiu que a Organização Internacional do Trabalho (OIT) ainda não dispõe de um

dispositivo legal referente à criação de uma convenção para o sector da aviação civil, deixando ao critério de cada estado membro definir a sua própria política com directrizes claras, diferentemente do sector de navegação marítima com aprovação da convenção sobre segurança e saúde no sector marítimo, em 2006. No entanto, está em vigor o decreto nº 24/2021, de 26 de Abril, que regula e implementa medidas de execução administrativas para a prevenção e contenção da propagação da pandemia Covid-19. “Falar da segurança e higiene no trabalho para as categorias específicas, consideradas de risco, implica também olhar para o que é o quadro legal da Saúde e Segurança no Trabalho, para os diferentes sectores bem como as directivas estabelecidas no dectreto nº24/2021, de 26 de Abril, que estabelece medidas de execução administrativas

para a prevenção e contenção da propagação da pandemia da Covid-19 que vigora no contexto da situação de calamidade pública devido às adversidades da pandemia”, explicou Maria Judite Mungoi. Por sua vez, Eduardo Munhequete o especialista em Medicina Ocupacional considerou que, para uma harmonização nos locais de trabalho, no que tange à Saúde e Segurança no Trabalho, a entidade patronal tem a obrigação de dispor de todas as condições de prevenção de acidentes ou contaminações. Porém, os colaboradores têm a obrigação de cumpri-las, para o bem da saúde e bem-estar na empresa: “O bom comportamento é a chave para que o trabalho tenha o sucesso desejado. O patronato deve estabelecer um sistema de controlo para a mitigação da propagação e a transmissibilidade da doença na empresa”, concluiu o especialista


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Lançada Linha de Crédito de 1 milhão de dólares para energias renováveis O BCI, a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO) e o Fundo de Energia (FUNAE) lançaram, em Maputo, a Linha de Crédito BCI Super, de apoio ao sector agrícola com soluções de energias renováveis.

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rçado em um milhão de Dólares, esta Linha de Crédito será, conforme referiu o administrador do BCI, Miguel Alves, na sua intervenção, “em forma de um fundo de garantia para a mitigação de risco, com a expectativa de um aligeiramento das garantias exigidas pelo Banco aos operadores do sector agrícola”. Alves afirmou que esta Linha “traduz-se num valioso e oportuno instrumento e numa aposta acertada de uma estratégia à qual o BCI está incondicionalmente alinhado, sendo de destacar neste fundo as condições atractivas que oferece para a aquisição de equipamentos de energias renováveis para uso produtivo no ramo dos agronegócios em Moçambique, seja na agricultura, seja no agro-processamento”. Já o representante da UNIDO em Moçambique, Jaime Comiche, considerou que nos últimos dois anos, “a UNIDO trabalhou incansavelmente com o BCI e com o FUNAE, para trazer ao mercado um mecanismo financeiro impulsionador da adopção de sistemas inte-

grados de energias renováveis, promovendo em particular: sistemas solares para a cadeia de valor da agricultura; sistemas solares para uso produtivo do sector comercial; e sistemas de transformação de resíduos orgânicos e em biogás”. Fez ainda referência às adversidades que se abateram sobre o país, nomeadamente os ciclones, apandemia da COVID-19 e os focos de insegurança, no Centro e Norte do país. “Perante tais adversidades, a pertinência deste mecanismo financeiro, tornou-se ainda mais reforçada. Tornou-se mais urgente suplementar a resiliência e capacidade de adaptação das comunidades locais e das PMEs a adversidades conjunturais, para protegerem meios de subsistência, segurança alimentar e empregos.A Linha

de Crédito BCI SUPER torna-se, assim, parte da resposta ao impacto socioeconómico da COVID-19, e da estratégia de ‘buildingbackbetter’ preconizada pelo Secretário-Geral da ONU” – disse. Por seu turno, o PCA do FUNAE, António Saíde, assegurou que o FUNAE está engajado na implementação da visão do governo que visa o acesso universal em 2030, um objectivo que se consubstancia “através de soluções dentro e fora da rede, no quadro do Programa Energia para todos” – afirmou, reconhecendo que “a intervenção fora da rede é bastante de cariz social”. Exortou: “urge a necessidade de transformar o meio da inclusão social em meio de inclusão económica, isto é buscar o uso produtivo”. Em representação do

governo, o Director Nacional de Energia, Pascoal Bacela, afirmou, no mesmo encontro, que o acto, ora testemunhado, “representa uma grande contribuição na construção da base de sustentabilidade para o serviço de fornecimento de energia a todos os consumidores à escala nacional”. Sublinhou que a promoção do uso produtivo de energia constitui um imperativo no processo de electrificação, salientando que o mesmo acontece a diferentes escalas. “Assistimos todos à produção do uso produtivo ao nível da indústria de larga escala, o que permite ao país cumprir com os índices macro-económicos de desenvolvimento. Porém, é ao nível de MPME que o uso produtivo representa um factor multiplicador, realizando dois objectivos fundamentais: a criação de emprego e a provisão de bens de consumo, especialmente nas zonas rurais” – afiançou,para mais adiante concluir que “através desta iniciativa, será possível alargar o conjunto de actores com intervenção directa e activa na provisão de serviços de fornecimento de energia virados para o uso produtivo. Vai também contribuir no aumento da disponibilidade de serviços energéticos modernos, que é essencial para satisfazer as necessidades humanas básicas nas áreas da saúde, educação, abastecimento de água, comunicação e desenvolvimento da capacidade e de género, pois a energia é a base de toda a actividade económica. E o progresso só pode ser feito, se estiverem disponíveis serviços energéticos fiáveis, acessíveis e sustentáveis para todos”


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BCI apresenta os resultados anuais de 2020 O ano de 2020 ficou marcado pelos efeitos da COVID-19. A despeito dos desafios e dos impactos desta pandemia, o Banco conseguiu atingir um desempenho favorável no ano de 2020 e um nível de robustez e solidez que ao longo dos últimos anos foram construídos com rigor e disciplina no seu modelo de gestão, mantendo a sua posição de liderança no sistema bancário nacional, nas três principais dimensões de quotas de mercado, nomeadamente: Crédito, Depósitos e Activos, tendo atingido no final do ano, 27,40%, 26,43% e 24,39%, respectivamente.

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ão obstante o ambiente mac ro e co n ó m i co desafiador impactado fortemente pelos efeitos da pandemia, o Banco redefiniu de forma rápida e ágil as suas prioridades e as suas operações, reforçando o seu apoio às famílias, negócios, empresas e sociedade em geral. Disponibilizou, igualmente, aos seus clientes, cujas actividades e rendimentos foram negativamente afectados pela pandemia, a possibilidade de contratarem moratórias

de capital e/ou juros. Deste modo, o BCI logrou um crescimento sustentável dos resultados operacionais, alicerçado num desempenho favorável da Margem Financeira que se manteve em níveis saudáveis face a 2019. As Comissões Líquidas reduziram em MT 245,85 milhões face a 2019 decorrente, reflexo das restrições impostas na mobilidade dos cidadãos e das medidas para mitigar os impactos da pandemia sobre os clientes. Com vista a salvaguardar a segurança dos seus clientes e colaboradores, o Banco promoveu de forma activa o uso das diversas soluções alternativas de serviços bancários digitais que tem ao dispor do público, como o Internet Banking e o Celular Daki, e ainda a possibilidade de, sem deslocação ao Balcão, poder fazer a adesão e/ou reactivação destes canais quer pelo site do Banco, quer através das linhas de apoio ao Cliente. A conjugação entre o crescimento do Produto

Bancário e a manutenção dos níveis dos Custos de Estrutura face ao ano passado resultou em um rácio de eficiência de 51,45% em 2020, o que reflecte uma ligeira degradação face ao ano anterior (+0,34 p.p). Em linha com a postura de prudência que sempre caracterizou o Banco na avaliação dos riscos do negócio, e tendo em vista acautelar adequadamente os possíveis impactos da pandemia da Covid-19, a rubrica Imparidades e Provisões teve um incremento de MT 1.065,01 milhões, contribuindo para a redução registada no Resultado Líquido face a 2019. O Resultado Líquido do BCI, fortemente impactado pelo reforço de imparidades e provisões referido no parágrafo anterior e influenciado pelos efeitos directos e indirectos da pandemia da Covid-19 sobre a economia e o Sistema Bancário, ascendeu a MT 2.671,69 milhões em Dezembro de 2020, o que corresponde a

uma redução face ao reportado em Dezembro de 2019. Relativamente ao Rácio de Solvabilidade, o mesmo manteve-se estável face ao período homólogo, atingindo 24,54% em Dez. 2020 (24,98% em Dez.2019), acima do mínimo regulamentar de 15% imposto pelo Banco de Moçambique para Instituições Financeiras classificadas como sistémicas. O Rácio de Rentabilidade dos Capitais Próprios (ROE) registou uma queda de 6,03 pp, ao situar-se em 13,18%, contra 19,21% do período homólogo, reflectindo o impacto da Covid-19 sobre o Resultado Líquido do ano. Em 2020, o BCI obteve um desempenho financeiro positivo, com um crescimento global do Activo de 17,27%, ao fixar-se em MT 191.436,46 milhões face a MT 163.242,76 milhões em 31 de Dezembro de 2019. O Crédito a Clientes bruto, excluindo o Crédito com Recursos Consignados, teve uma evolução positiva ao


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ECONOMIA cifrar-se em MT 68.102,65 milhões em 31 de Dezembro de 2020, que compara com MT 61.930,06 milhões apresentados no período homólogo, reflectindo essencialmente o crédito a particulares num cenário económico desafiador para o crédito à economia. Os Depósitos de Clientes atingiram MT 151.857,03 milhões, evidenciando um aumento de 21,12% relativamente ao valor registado em Dezembro de 2019 (MT 125.378,63 milhões). No que se refere aos Capitais Próprios, estes totalizaram MT 20.150,34 milhões em Dezembro de 2020, que compara com MT 18.906,32 milhões relevados no final do exercício de 2019, resultando num incremento de MT 1.244,03 milhões. Assim, a estrutura do

balanço evidenciou que o Banco manteve adequados níveis de liquidez, conjugados com elevados níveis de robustez, não obstante os desafios enfrentados pela economia e pelo Sistema Bancário no âmbito da incerteza e dos efeitos nega-

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tivos da Covid-19 durante o ano de 2020. Assim, apesar dos desafios enfrentados pelo Sistema Bancário no quadro macroeconómico marcado pela incerteza e pelos efeitos negativos da Covid-19, durante o ano de 2020 o

BCI viu a sua estrutura de balanço reforçada através de elevados níveis de liquidez, conjugados com o reforço da sua estrutura de capitais, colocando o banco numa posição ainda mais sólida para enfrentar novos desafios

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CIE N U N A QUI A


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MIC vai dinamizar a industrialização de Moçambique O Ministério da Indústria e Comércio (MIC) vai lançar, em breve, o “Programa Nacional Industrializar Moçambique” (PRONAIMO), que visa dinamizar o processo de industrialização à escala nacional, edificação e mobilização de investimentos, bem como a profissionalização e modernização integrada da capacidade produtiva.

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sta informação foi tornada pública, quinta-feira, 6 de Maio, pelo ministro da Indústria e Comércio (MIC), Carlos

Mesquita, durante a abertura da 5ª edição do Economic Briefing, promovida pela Confederação das Associações Económicas

de Moçambique (CTA), em formato híbrido, sob o lema “Desempenho empresarial e perspectivas económicas para 2021”.

O governante explicou que com a implementação do PRONAIMO, o Governo pretende impulsionar a industrialização do País,


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através de um processo assente em cadeias de valores locais de referência, nos nichos industriais, na substituição de importação e exportação competitiva, na edificação e mobilização de investimentos para as infraestruturas de apoio ao rápido crescimento e na profissionalização e modernização integrada da capacidade produtiva. “Encorajamos e esperamos que a 5ª edição do Economic Briefing logre

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alcançar de forma objectiva os indicadores propostos e que seja uma base contributiva para o acervo onde o Governo pode lançar mão na adopção e ajustamento de medidas de política”, referiu Carlos Mesquita. Por sua vez, o presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), Agostinho Vuma, disse que espera do Governo, a nível do ambiente de negócios,

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a introdução de alguns instrumentos normativos, relevantes para o sector empresarial, tais como o visto electrónico, o regulamento geral do acesso à energia fora da rede e o incremento da competitividade no sector. “Como a nossa vocação, e em sede do diálogo público-privado, continuaremos a trabalhar para a efectivação destas perspectivas. Saudamos a implementação das medidas

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do Banco de Moçambique, porém preocupa-nos que as mesmas não resultem em mudanças estruturais na economia, o que tornaria sustentável o seu resultado, referiu Agostinho Vuma. Importa salientar que a 5ª edição do Economic Briefing contou com a participação do representante do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) em Moçambique, Pietro Toigo, entre outros convidados


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MIC e UE lançam projecto “Promove Comércio" O Ministério da Indústria e Comércio (MIC) e a União Europeia lançaram, o projecto “Promove Comércio”, com o qual se pretende impulsionar o desenvolvimento estrutural das cadeias de valor prioritárias directas, voltadas para as exportações e o aumento qualitativo do investimento europeu em Moçambique.

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o conjunto dos objectivos a alcançar com este projecto constam ainda a modelação contextual e estrutural do selo Made in Mozambique, o potenciamento da melhoria da qualidade, certificação e imagem da produção nacional, bem como a consolidação do apoio estratégico à modernização das Micro, Pequenas e Médias Empresas, para que aumentem o seu nível de exportações e participação no mercado europeu e no conteúdo local. Na sua intervenção, num webinar de lançamento da iniciativa, a vice-ministra da Indústria e Comércio, Ludovina Bernardo, referiu-se à criação,

desenvolvimento e institucionalização do quadro e ecossistema integrado de medidas de salvaguardas para o estímulo da produção nacional, como sendo, igualmente, um dos objectivos essenciais do projecto. “Queremos promover o fortalecimento do sector privado nacional e local. Sabemos e acreditamos que este projecto pode ser um dos catalisadores para a nossa aspiração operacional de valorizar e consumir

a produção nacional, diversificar as exportações e impulsionar o investimento", frisou a governante. O projecto, operacionalizado em parceria com a UNIDO-Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial, é financiado pela União Europeia e visa, também apoiar a implementação do Acordo de Parceria Económica (APE) e do Acordo de Facilitação do Comércio (AFC) da Organização Mundial de

Comércio (OMC). Por sua vez, António Sánchez-Benedito Gaspar, o embaixador da União Europeia em Moçambique, disse, a propósito, que o bloco económico está ciente de que Moçambique está muito bem posicionado para tirar proveito das vantagens que a globalização oferece no sector do comércio. “Tem uma localização geográfica estratégica, uma população jovem, com enorme potencial,


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e recursos. Nós também queremos contribuir para o processo de crescimento económico deste país, criando emprego para a população, através do reforço da competitividade comercial”, disse o diplomata. Com este projecto, se-

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gundo destacou António Sánchez-Benedito Gaspar, “queremos ir longe, mas também ir rápido, porque o país não pode esperar, sendo importante avançar com urgência nas questões de qualidade e na diversificação da capacidade exportadora do país, e para

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isso temos a melhor equipa e parceiros”. Para Jaime Comiche, representante da UNIDO no país, disse ter a expectativa de que a implementação exitosa do projecto concorra para a materialização dos objectivos de transformação estrutural

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da economia, preconizados pelo programa do Governo 2020-24 e habilitar as empresas a tirar maior vantagem do mercado da SADC, do acordo de parceria económica SADC-União Europeia e também do acordo de comércio livre continental africano


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Dois anos depois do Idai e Kenneth

Beneficiários da assistência da Gapi relançam economias locais Poucas semanas após a passagem dos ciclones Idai e Kenneth que, em Março de 2019, fustigaram e causaram danos avultados nas províncias de Sofala, Manica, Zambézia, Cabo Delgado e Nampula, a Gapi desencadeou um programa de assistência a micro e pequenos negócios vítimas da tragédia: “Hoje, apesar dos limitados recursos de que dispúnhamos, os resultados da prontidão com que respondemos são visíveis e comprovam a eficácia do nosso modo de intervir” – recordou Adolfo Muholove, presidente da Comissão Executiva da Gapi, por ocasião da passagem do segundo aniversário daquela calamidade.

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pronta intervenção da Gapi foi feita através de um programa de assistência técnica e financeira, no qual se incluiu um instrumento de crédito especial designado FEREN - Fundo de Emergência e

Reabilitação Económicaenvolvendo uma parceria da Gapi com a FAN e a CTA, com o apoio da Danida.No global o FEREN foi dotado de recursos na ordem de quase um milhão de dólares. “Desde o início, estávamos cientes que a dimensão dos recursos de que dispúnhamos era insuficiente para as necessidades criadas pela tragédia Idai & Kenneth. Mas não ficamos parados. Concebemos um conjunto de iniciativas, com vista a mostrar a outras instituições e potenciais parceiros os caminhos para intervir em situações como aquelas. Fomos pioneiros. Fizemos o nosso papel. Era esperado que outras entidades dessem seguimento” - acrescentou o PCE da

Gapi. As declarações de Adolfo Muholove foram feitas durante uma sessão de reflexão organizada por ocasião do 31º aniversário desta instituição que se assinala em Março. Ao longo dos próximos meses, os gestores da Gapi vão continuar a aus-

cultar os seus parceiros e clientes sobre o papel e a estratégia desta instituição financeira de desenvolvimento, face aos desafios que o País enfrenta para uma maior inclusão social e económica. Visitando os lugares afectados, nota-se que as


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cados, designadamente em Nhamatanda, Dondo, Búzi, Gorongosa, Caia, Gondola, Sussundenga e Nicoadala.

Reforço à resiliência de negócios face aos riscos ambientais

cerca de três dezenas de beneficiários da intervenção do FEREN, conseguiram recuperar e relançar os seus negócios. Infra-estruturas anteriormente destruídas, ressurgiram fruto da intervenção financeira, através de financiamento e também de assistência técnica aos beneficiários. No processo de implementação do FEREN, foi também estabelecida uma parceria com o FARE – Fundo de Apoio à Reabilitação Económica – o que possibilitou a aplicação dos créditos concedidos a taxas de juro na ordem dos 10 a 12,5 por cento.

Assistência humanitária e resgate da pequena economia local Aquando da ocorrência do ciclone Idai, a Gapi desdobrou-se em acções, com vários parceiros, para mitigar o sofrimento, apoiar a recuperação dos pequenos negócios e reconstruir outros. Primeiro com a Fundação Fernando Leite, identificou as prioridades

humanitárias. Do FEREN foram alocados três milhões de meticais, destinados à reconstrução de mercados e apoio ao relançamento dos micronegócios nas zonas afectadas. O primeiro dos mercados beneficiados foi o Maquinino na Beira, tendo na ocasião o Presidente do Município, Deviz Simango, descrito a iniciativa da Gapi e da Fundação Leite Couto como um “gesto de grande humanismo e compreensão pelo sofrimento dos afectados e sem meios próprios para recomeçarem as suas vidas” Foi também prestada assistência a municípios e

administrações locais para reabilitarem os seus mer-

Em parceria com a OIT – Organização Internacional de Trabalho - a Gapi iniciou um projecto focado na melhoria da resiliência das empresas e riscos de novos investimentos face aos principais desafios ligados às mudanças climáticas. A OIT e a Gapi capacitaram gestores de MPMEs e promotores de novos negócios em matérias sobre a resiliência das organizações empresariais e respectivos negócios. A primeira fase contemplou a formação de formadores em matérias que incluem (i) a identificação do quão resiliente é uma organização; (ii) identificação dos riscos que podem afectar uma organização; (iii) avaliação do nível de vulnerabilidade; (iv) compreensão das prioridades da organização; (v) elaboração de planos de continuidade de negócio após ocorrência de desastres naturais dentre outras


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ICM e Gapi dinamizam a cadeia de comercialização agrícola “O Governo vai continuar a reforçar o Fundo Rotativo de Comercialização Agrícola (FRCA) e a contar com a parceria de instituições financeiras”- declarou o primeiro-ministro, Carlos Agostinho do Rosário, durante as cerimónias centrais do lançamento da Campanha de Comercialização Agrícola 2021, realizada dia 16 de Abril, em Chongoene, Gaza. O acto foi enriquecido com a iniciativa dos gestores da Linha de Crédito à Comercialização Agrícola (LCCA) financiarem três comerciantes operando em Cabo Delgado, Tete e Gaza, num montante global de 11 milhões de Meticais. A LCCA é um instrumento do FRCA financiado e gerido pela Gapi e pelo Instituto de Cereais de Moçambique (ICM) que, até ao momento, concedeu créditos a 167 comerciantes rurais na ordem dos 230 milhões de meticais.

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importância da actuação desta parceria ICM-Gapi foi reconhecida pelo primeiro-ministro que exortou “a que mais intervenientes se beneficiem e a actividade de comercialização agrícola permita a compra de grande parte da produção nos campos”. A cerimónia realizou-se sob o lema "Comercialização agrícola dinamizadora do agro-negócio e industrialização" e contou ainda com a presença do ministro da Indústria e Comércio, Carlos Mesquita. Os três comerciantes financiados no acto representam a atenção que a LCCA presta a diferentes regiões do país, nomeadamente, Cornélio Seta de Balama, em Cabo Delgado, Jacob Paulo Benjamim, de Angónia, Tete, e Celina Manhique de Chibuto, Gaza. Adolfo Muholove, presi-

dente da Comissão Executiva (PCE) da Gapi, referiu que “estes beneficiários são parte de 167 que, ao longo de todo o país e desde que lançámos a LCCA, já receberam cerca de 230 milhões de meticais, que possibilitou a comercialização de cerca de 55.000 toneladas de produtos diversos, com destaque para milho, gergelim, feijões, soja, amendoim, arroz e,

recentemente, castanha de cajú”. Muholove destacou a necessidade do reforço desta linha para que a actividade de comercialização se torne mais abrangente e impactante: “Esta linha tem um sucesso visível e contribui para a inclusão financeira, económica e social dos intervenientes, sendo um dos principais indicadores do seu sucesso,


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a taxa de reembolso do crédito, que está na ordem dos 98%. Os números são ainda pequenos se considerarmos o universo das necessidades, mas o nível de eficiência e os resultados até aqui alcançados, nos dão certeza de que este é o caminho a seguir”. O ICM reconhece e enaltece o bom desempenho da LCCA e convida mais parceiros para que o reforcem. Para Mohamed Valá, director deste Instituto Público, “embora tenha ainda poucos recursos, é inegável o impacto significativo no meio rural, com o real acréscimo da renda familiar. Esperamos poder expandir o fundo, com a adesão de outros intervenientes para servir o objectivo principal que é dotar os comerciantes de capacidade técnica e financeira para comprarem os excedentes agrícolas e, consequentemente dinamizar esta actividade e, simultaneamente, alimentar a indústria”. No evento foi revelado que uma das razões para o bom desempenho da LCCA é a metodologia de intervenção integrada que a Gapi implementa, na qual combina Serviços Financeiros, com a capacitação e assistência técnica dos beneficiários, para melhorar as suas capacidades de gestão, porque - conforme destacou Adolfo Muholove- “Não basta dar crédito. É preciso reforçar a capacidade de gestão e actuação dos operadores e vincar o facto de que crédito é responsabilidade e deve ser reembolsado”

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Coca-Cola comprometida com causas sociais A Coca-Cola Moçambique em parceria com a empresa Nando's Machamba sedeada na comunidade Samora Machel, no distrito de Marracuene, província de Maputo estão a desenvolver várias iniciativas sociais que visam o empenderamento da população daquela parcela do país, principalmente as mulheres com vários instrumentos que visam o melhoramento de suas vidas. Estas actividades estão a ser empreendidas no âmbito da responsabilidade social das duas empresas.

ali se encontram”, frisou.

Comprometidos com causas sociais

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uma primeira fase, para além de abertura de furos de água foram formadas mais de 400 mulheres em matéria de técnicas agrárias e desenvolvimento económico com vista a poderem integrar - se no processo de produção para garantir a sua sustentabilidade. Segundo o Administrador do distrito de Marracuene, Shafi Sidat este projecto vai permitir que as mulheres estejam emponderadas para fazer face aos desafios de falta de emprego que nos últimos dias com a eclosão da pandemia do novo co-

ronavírus tem sido cada vez mais difícil para todos. “Com esta iniciativa, acredito eu que as mulheres estarão prontas para desenvolver os seus próprios projectos agrícolas e gerar emprego para si e para outras mulheres que se encontram na mesma situação”, disse. Quanto a abertura de furos de água potável, o Administrador disse ser um alívio para a população daquela

comunidade que era obrigada a percorrer quilómetros de distância para obter aquele precioso líquido e, que por vezes tinham que disputar a mesmo com os animais no rio Incomate. “Este acto é para nós um alívio, pois a nossa população vai deixar de consumir água imprópria, particularmente a água de Incomate que também constitui perigo devido aos animais que

Por seu turno, o Administrador Delegado da Coca-Cola Moçambique, Paulo Fernandes, a empresa que representa está ciente das dificuldades que as comunidades moçambicanas enfrentam, por isso, no âmbito da sua responsabilidade social desenvolvem actividades que visam minimizar os problemas que as aflige. “Faremos sempre o que podermos. Estamos comprometidos com as comunidades, pois se estas crescem, o negócio também cresce tomando em conta que a população é o motor do negócio”, realcou. Paulo Fernandes referiu sentir-se orgulhoso pelas acções que a empresa tem empreendido em prol do desenvolvimento e fazer parte das felicidades das comunidades é um enorme prazer. “Nos enchemos de orgulho em ser parte das comunidades e continuaremos a fazer a nossa parte para o bem comum”, concluiu


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Heineken entrega 100.000 pares de luvas cirúrgicas ao Governo de Marracuene O Administrador do Distrito de Marracuene, Shafee Sidat, recebeu ontem (06.05) no seu gabinete de trabalho o senhor Roelof Segers, Director Geral da Heineken Moçambique recentemente empossado.

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a ocasião Shafee Sidat, deu boas-vindas ao visitante e sua equipe e apresentou a visão do Distrito para o desenvolvimento sócioeconómico, bem como os projectos em curso para o benefício das comunidades, tendo encorajado a Heineken para apoiar as iniciativas do Governo de Mar-

racuene. Roelof Segers mostrou-se satisfeito e impressionado pela dinâmica e projetos concretos apresentados pela equipe da administração de MARRACUENE, tendo na ocasião procedido a entrega ao Governo do Distrito, 100.000 pares de luvas cirúrgicas para apoiar acções de prevenção de COVID-19

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Lançada obra ‘Fiscalização Concreta da Constitucionalidade no Direito Moçambicano’ Foi lançado em Maputo, o livro “Fiscalização Concreta da Constitucionalidade no Direito Moçambicano”, da autoria de Lúcia Ribeiro, Juíza Presidente do Conselho Constitucional. Sob chancela da Escolar Editora e com patrocínio do BCI, a obra formula, entre outros, um estudo sobre o acesso dos cidadãos à jurisdição constitucional, bem como a relação que se estabelece entre o Conselho Constitucional e os demais tribunais.

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onforme referiu o Presidente da República, Filipe Nyusi, que testemunhou o

acto de lançamento, esta obra traz um debate em que “a própria classe com toda a transparência assume o livro como material de trabalho”. Segundo Nyusi “é preciso olharmos para a reforma à nossa legislação em Moçambique.E é mais uma razão de que há muita coisa que tem de ser feita

para a adequar à realidade. E ficou bonito citar casos concretos que provocam esse debate ou que alimentam a intenção desse debate trazido através deste livro”. Já a autora da obra confessou que “em momentos como estes o desassossego é maior na busca de melho-

res palavras porque estas se tornam insuficientes para exprimir o sentimento que me invade a alma. Tal limitação não obsta porém que eu deixe falar o meu coração” – disse, agradecendo aos presentes e a todos os que a estimularam a tornar possível o projecto de livro. Em representação do Banco, Maveja Mulima, director central da Direcção de Serviços Jurídicos do BCI, reiterou o compromisso do BCI de apoio ao livro, referindo, em particular, que “quando formalizámos o alto-patrocínio do BCI à edição desta obra, enunciámos de forma clara as razões subjacentes à decisão então tomada: concretizar os propósitos da obra”. E acrescentou: “estamos convictos de que nesta obra a comunidade académica, a classe parlamentar e os profissionais da justiça encontrarão uma grande fonte de conhecimento desta disciplina do Direito, essencial para o desenvolvimento de Moçambique”


CULTURA

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BCI patrocina produção de ‘Nhinguitimo’ Foi concretizado, o acordo de financiamento com vista à materialização do projecto de realização da curta-metragem de ficção “Nhinguitimo”, do conceituado realizador Licínio Azevedo, baseado no conto do escritor moçambicano Luís Bernardo Honwana.

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esta cerimónia, o BCI rubricou com a produtora Ébano Multimédia o memorando que formaliza o patrocínio que o Banco concede para a efectivação do projecto. De igual modo, foram firmados outros protocolos envolvendo, entre outras instituições, a Vodacom Moçambique, numa cerimónia que contou, ainda, com a presença do académico Jorge Ferrão, na qualidade de produtor; do escritor Luís Bernardo Honwana, do realizador do filme, de representantes de instituições parceiras e de profissionais de cinema. Falando na ocasião, o administrador do BCI, Rogério Lam, reiterou o compromisso do BCI no apoio à cultura, salientando que é com prazer e orgulho que o Banco patrocinaesta obra-prima moçambicana de enorme valor estético, informativo e educacional. Evidenciou ainda dois pormenores: o facto de a realização des-

obra “Nós Matámos o Cão Tinhoso”, cujo enredo recorda vivências do período anterior à independência de Moçambique

ta curta-metragem estar a ocorrer num cenário complexo de Covid-19, “o que é bastante significativo, considerando o impacto das restrições neste sector; e o ganho para as escolas de artes cinematográficas, tendo em conta as técnicas e os ensinamentos que vão advir da produção de filmes em circunstâncias adversas” – disse. Refira-se que Nhuinguitimo, que traduzido significa vento do sul, é título de um dos contos da emblemática


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Minha música toca corações das pessoas -revela Hard Boy Jr É um jovem promissor que nasceu na cidade de Chimoio, província de Manica há 22 anos. A sua paixão no mundo musical começou aos 14 por influência de amigos e desde lá a esta parte não parou. Procurou fazer o que mais gostava e graças a sua dedicação, hoje apesar de estar no anonimato é bem conhecido no bairro onde mora. Referimo-nos de Danilo Leonardo Real, mais conhecido por Hard Boy Jr, músico e produtor que busca inspiração no rapper moçambicano Hernani da Silva Mudanice.

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egundo conta, tem mais de 100 músicas gravadas. Dentre estas, a música intitulada “mamã”, é a mais popular, pois fala da história de um jovem pobre, porém com objectivos de vida bem traçados, onde perante as dificuldades da vida lembra-se dá advertência da mãe que diz, a vida não é fácil, nunca desista dos seus sonhos que tudo depende do

seu esforço e persistência Para cantar, Hard Boy Jr, busca inspiração nos eventos do dia-a-dia, nas dificuldades da vida e nos conselhos que os seus progenitores tem lhe transmi-

tido. “Inspiro-me nos eventos do dia-a-dia. Nas minhas músicas tenho transmitido a ideia de que a vida não é fácil e tudo depende na nossa entrega e dedicação”, disse.

O jovem, aspira singrar no mundo da música e atingir outros patamares. Ser conhecido e reconhecido pelo seu trabalho. “O problema é que neste momento não tenho apoio, pois se tivesse, acredito que teria avançado para muito longe porque tenho a certeza que a minha música toca nos corações das pessoas”, referiu. Numa outra abordagem, Hard Boy, fez uma avaliação positiva da música moçambicana. Para ele nota-se a nível do país, uma grande evolução no que toca a qualidade das músicas. “Se formos a observar, hoje em dia consumimos mais o produto nacional e isso quer dizer que já estamos a controlar o nosso mercado diferentemente de há alguns atrás”, concluiu o jovem


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Lourdes Meque Rajani

Carangado de camarão e arroz de cenoura Ingredientes: Para o camarão: 1 kg de camarão médio sumo de 1 limão pimenta em pó e/ou piri-piri a gosto 2 folhas de louro 2 tomates grandes maduros lavados e cortados a gosto 2 colheres de polpa de tomate 1 cebola média cortada em meia lua 1 pimento verde cortado em tiras Alho pilado com sal qb Óleo qb

Para o arroz:

2 chávenas de arroz 1 cenoura grande descascada e cortada em cubos 1 tomate grande bem maduro 1 folha de louro 1 cubo de caldo de galinha ou de carne Água qb Azeite qb

Preparação:

Começa-se por limpar o camarão retirando a tripa no dorso, faz-se uma abertura para que o camarão fique

com o dorso bem aberto, lava-se e tempera-se com alho pilado já com sal, pimenta ou piri-piri em pó, sumo de limão e reserva-se num período mínimo de 1 hora. Num tacho que vai ao lume, colocase o camarão marinado, por cima a cebola e o tomate cortado, a polpa de tomate, as folhas de louro, o pimento cortado e rega-se com óleo. Tape a panela e deixe ferver. Depois envolve-se tudo e deixa-se o camarão cozer e diminuir o molho até engrossar, mexendo de vez em quando e sempre em lume brando. Não use água pois o camarão liberta o suficiente para fazer tudo. Entretanto, rectifique o sal. Quando o camarão estiver cozido, o molho grosso e que sobre apenas um pouquinho, está pronto. Tem de ficar com o aspecto de quase frito mas com um ligeiro molho que pode ser comido até mesmo com pão. É delicioso.

O arroz:

Num tacho aloura-se ligeiramente a cebola cortada como quiser, junta-se

o tomate cortado a gosto, os cubos de cenoura e o caldo. Depois de tudo envolvido, mistura-se a quantidade suficiente para se fazer 2 chávenas de arroz (cerca de meio litro de água) e deixa-se ferver. Nessa altura acrescenta-se o arroz, mexe-se para envolver e deixa-se cozer em lume brando para não queimar. Você verá quando o arroz estiver pronto. Mas, mesmo já sem líquido, envolva o arroz para que não fiquem as cenouras e o arroz separados. Faça um salada verde para rematar. Bom apetite

Camarões Fritos a moda da Milou Ingredientes:

1 kg de camarão casaca 1 Limão grande 2 Colheres de massa de alho feita na hora 1 Colherinha de picante Pimenta branca q.b Azeite qb 1 Colher bem cheia de manteiga

Molho de manteiga: 1 Limão grande 3 Colheres de manteiga Um punhado de salsa picada

Preparação:

Começa-se por se abrir o dorso do camarão retirando-lhe as tripas. Depois de limpo, reserva-se. Entretanto, prepara-se o tempero. Numa tigela, junta-se a massa de alho, o picante, o sumo de um

limão e a pimenta. Depois de bem misturado, vira-se para o recipiente aonde vai marinar os camarões e deixei apurar o tempero dura te algumas horas. Para fritar, coloca-se quantidade suficiente de azeite numa frigideira, junta-se a manteiga e quando estiver derretida, fritam-se os camarões. Estando estes prontos, na mesma tigela em que marinou, espreme-se o sumo de um limão e mistura-se com o marinado que sobrou. Limpa-se a mesma frigideira com um guardanapo de papel, e, ao lume, junta-se a manteiga, deixa-se derreter e junta-se-lhe a mistura do sumo de limão do marinado e deixa-se ferver um pouco para apurar. Quando estiver no ponto, junta-se-lhe um punhado de

salsa bem picada, mexe-se um pouco e retira-se o lume. Deita-se o preparado para cima dos camarões já fritos e sirva de imediato. Acompanhe com batata frita e uma salada de alface, tomate e orégãos Bom apetite


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