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Economia

Sociedade

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Anadarko anuncia contrato para Área 1

Explosão de granadas fere sargentos da ESAPOL

Desporto Pag. 32

Dominguez ganha Taça NedBank

REVISTA

IMPERDÍVEL Onde Mora a Chama da Esperança

Periodicidade Semanal Director Editorial: Gervásio de Jesus Ano II Edição nº 76 Sexta - feira, 22 de Fevereiro 2019 Av. Vladimir Lenine nº 530 – R/C Contactos +258 84 57 45 041; +258 84 55 27 437 Email revistaidolo@idolo.co.mz www.idolo.co.mz

FUTURO ESPERANÇA JÁ É REALIDADE

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ar d r a u g a lv a s a r ORAM luta pa munidades co os direitos das

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Sexta-feira, 22 de Fevereiro de 2019

BIOGRAFIA

Biografia de Calane da Silva

aúl Alves Calane da Silva, moçambicano, nasceu em Lourenço Marques (actual Maputo) em 1945. Trabalhou mais de 20 anos como jornalista profissional, tendo chefiado as redacções dos principais órgãos de informação nacionais. É Mestre e também Doutorado em Linguística Portuguesa pela Universidade do Porto, Portugal, sendo actualmente docente de Literaturas Africanas e de Didáctica de Literatura na Universidade Pedagógica de Maputo. É membro fundador da Associação dos Escritores Moçambicanos (AEMO), da Associação Moçambicana da Língua Portuguesa (AMOLP), da Organização Nacional dos Jornalistas (actual Sindicado dos Jornalistas) e do Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP). É ainda membro da Comissão Nacional da Língua Portuguesa, da Comissão Nacional da Bioética, da Comissão Nacional da Etnobotânica e Presidente Executivo do “Grupo Arco-Íris – Fitoterapia, Ciência e Espiritualidade”. É declamador de poesia com CD já editado, assim como artista de teatro, actor e guionista de cinema. A sua bibliografia publicada é vasta e inclui obras académicas e de investigação linguístico-literária, ensaios, narrativas de ficção (contos e romance), poesia e literatura infantil. É cronista e colaborador

de muitos jornais e revistas de Moçambique e do estrangeiro.

OBRAS PUBLICADAS Dos meninos da Malanga. Maputo: Cadernos Tempo, 1982. Poesia Xicandarinha na lenha do mundo. Maputo: Associação dos Escritores Moçambicanos, 1988. Colecção Karingana. Contos. Capa de Chichorro. Olhar Moçambique. Maputo: Centro de Formação Fotográfica, 1994 Gotas de Sol. Maputo: Associação dos Escritores Moçambicanos, 2006. Vencedor do concurso literário «Prémio 10 de Novembro», organizado conjuntamente pelo Conselho Municipal da Cidade deMaputo e pela Associação dos Escritores Moçambicanos quando do aniversário da capital de Moçambique. A Pedagogia do Léxico. O Estiloso Craveirinha. As escolhas leixicais bantus, os neologismos luso -rongas e a sua função estilística e estético-nacionalista nas obras Xigubo e Karingana wa Karingana. Maputo: Imprensa Universitária, 2002.

FICHA TÉCNICA Sexta-feira: 09 de Fevereiro de 2018

Onde Mora a Chama da Esperança

IMPERDÍVEL Director Editorial Gervásio de Jesus

gervasiodejesus@yahoo.com.br

Redacção Gervásio de Jesus, Mustafá Leonardo, Júlio Saul e Dalton Sitoe Colaboradores Samuel Sambo e João Chicote Fotografia Salvador Sigaúque Layout e Paginação Cláudio Nhacutone Revisão Linguística Gervásio de Jesus

Web master Paulino Maineque Marketing Maria Dlamini e Samuel Sambo Endereço

Av. Vladimir Lenine nº 530 – R/C

Contactos +258 84 57 45 041; +258 84 55 27 437 Email: idolorevista@gmail.com revistaidolo@idolo.co.mz www.idolo.co.mz

MAPUTO - MOÇAMBIQUE

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Publicação da tese de mestrado. Prefácio de Mário Vilela. Gil Vicente: folgazão racista? (O riso e o preconceito racial no retrato de algumas minorias na obra vicentina). Maputo: Imprensa Universitária, 2002 Tão bem palavra: estudos de linguística sobre o português em Moçambique com ênfase na interferência das línguas banto no português e do português no banto. Maputo: Imprensa Universitária, 2003 Lírica do Imponderável e outros poemas do ser e do estar. Maputo: Imprensa Universitária, 2004 Ao matabicho: Textos publicados no semanário “O Brado Africano”. Lisboa: Texto Editores, 2006 Nyembêtu ou as Cores da Lágrima. Romance. Lisboa: Texto Editores. 2008.[5] Pomar e Machamba ou Palavras. Maputo: Imprensa Universitária, 2009. O João à procura da palavra poesia. Maputo: Imprensa Universitária, 2009

s a c n a b s a n a Já a vend


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Músi Gervásio de Jesus

(Jornalista e Psicólogo Educacional)

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OPINIÃO

Por: Yassin Amuji

Moçambique não é Maputo

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ensar que se pode falar e respirar a Unidade Nacional num contexto em que se centraliza tudo, até o que não existe em Maputo, é utopia. É uma ilusão quando propalamos a unidade enquanto construímos ponte de Mil milhões de dólares para beneficiar 200 mil habitantes e não temos dinheiro para reabilitar 200 km da EN1 e beneficiar 28 milhões. Um Pai com 11 filhos, não pode sempre dar a um e justificar sempre aos outros. Hoje se fala de 200 milhões de dólares para apoiar e transformar Maputo na Capital do Turismo, mas não conseguimos meter 5 milhões de dólares para Vilankulo, Mossuril, Ilha de Moçambique, Pebane, Ibo, etc. Hoje é uma ginástica pensar em distribuir poderes e sectores económicos pelo país, opções erradas foram tomadas no passado e queremos continuar a tomar. Impossível e insustentável Maputo ser capital de tudo e transformar os outros em capitais da justificação. Construímos o Estádio Nacional do Zimpeto com

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dinheiro suficiente para fazer pequenos estádios em todo país. Ficámos com um património que só gera despesas e daqui a 20 anos poderá ser outra ruína nossa. Vale mais dar um filho bife e deixar todos outros a fome ou dar todos couve? Conseguimos fazer tanto por cá, mas ainda não te-

mos estrada que nos liga até Niassa. Há coisas que me deixam confuso, peço encarecidamente a visão e o nosso projecto de unidade nacional. Está na hora de despertar, está na hora de transformar Moçambique para os Moçambicanos; e penso que podemos aprender

com muitos outros países. Porque não podemos ter Maputo como a Capital Econômica, ter Zambézia como a Capital Parlamentar, Cabo Delgado como a Capital Cultural, Inhambane como a Capital Turística, Gaza como a Capital Política, e por aí em diante. É impossível? Olhemos para a vizinha África do Sul, que tem Pretória como Capital Política, Johannesburg como Capital Económica, Cape Town como Capital Cultural e Parlamentar, tens o Kruger para o turismo, etc. Porque promover eventos sobre agricultura em hotéis da capital do País quando se pode ir ao campo de produção, para discutir a problemática agrícola com os camponeses, agricultores e cientistas. Uma das formas de fazermos a economia girar dentro do próprio País é a diversificação dos serviços dentro do País, fazendo com que os próprios Moçambicanos tenham a vontade e o gosto de viajar pelo próprio País. Se não sermos nós a dividir a riqueza pelo País, alguém irá vir e dividir o nosso País


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POLÍTICA

Frelimo movimenta chefes das brigadas centrais As brigadas centrais da Frelimo que prestam assistência às províncias contam com novos chefes desde quartafeira desta semana.

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lguns chefes das brigadas centrais foram movimentados de uma província para outra e outros foram nomeados pela primeira vez. Com a decisão da Comissão Política, as brigadas centrais passam a ser dirigidas pelas seguintes figuras: Cidade de Maputo – Esperança Bias e Bruno Morgado; Província de Maputo – Carmelita Namashulua; Gaza – Conceita Sortane e Arlindo Chilundo;

Inhambane – Alcinda de Abreu e Chakil Abubacar; Sofala – Sérgio Pantie e Celmira da Silva; Manica – Filipe Paúnde e Leonor das Neves; Tete – Luísa Diogo e Eduardo Mariano Abdula; Zambézia – Basílio Monteiro; Nampula – Margarida Talapa e Carlos Mesquita; Cabo Delgado – Eduardo Mu-

lémbuè e Cidália Chaúque; Niassa – Aires Ali e Atanásio M´Tumuke. Da nova lista dos chefes das brigadas centrais, Carmelita Namashulua e Luísa Diogo são os únicos nomes que não fazem parte da Comissão Política da Frelimo. Alberto Chipande, Eneas Comiche, Verónica Macamo, Raimundo Pachinuapa, Manuel

Tomé, Tomás Salomão, Ana Rita Sithole, Carlos Agostinho do Rosário e Nyeleti Mondlane são os membros da Comissão Política que já não constam da lista dos chefes das brigadas centrais. Ainda na reunião de quartafeira, a Comissão Política da Frelimo criou o gabinete central de preparação das eleições, dirigido pelo secretário-geral do partido, Roque Silva. Já Celso Correia, membro do comité central e ministro da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural, foi indicado director da campanha da Frelimo para as eleições presidenciais, legislativas e províncias de 15 de Outubro. Manuel Tomé, que liderava a brigada central da Zambézia, passa a chefiar a Mobilização e Comunicação, tendo como adjunto Caifadine Manasse, portavoz do partido

Homenageado Monsenhor Domingos Gonçalo Ferrão A cerimónia teve lugar no Pavilhão do Conselho Municipal, na Cidade de Tete. Contou com a presença do Presidente da República, Filipe Nyusi, quadros do Governo Central, Deputados da Assembleia da República, Personalidades da Província, Comunidade cristã entre outras individualidades.

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a ocasião, Filipe Nyusi falou do contributo da Igreja e do papel desempenhado pelo Monsenhor Domingos Gonçalo

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Ferrão na luta pela independência e defesa da pátria moçambicana. O Presidente da República lembrou que o homenageado com mestria, astúcia e todas suas forças desafiou o regime colonial Português. Monsenhor Domingos Gonçalo Ferrão vulgarmente conhecido por Baba Ferrão pelas comunidades de Tete notabilizou-se pela luta do regime colonial Português, tendo denunciado a nível internacional os massacres de Wiriyamu, Joawu e Chawola


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POLÍTICA

Nyusi diz que Futuro Esperança é sinal verdadeiro de patriotismo

tável, porque em última análise estará a contribuir para melhorar a situação da aldeia beneficiária. A cerimónia iniciou com a apresentação de algumas actividades culturais tendo tido como

O Presidente do Conselho de Administração da FUNDASO, *Daniel David*, explicou na ocasião as linhas de força da iniciativa que se inspira nos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável e um outros protocolos internacionais de que Moçambique é signatário e tem por objectivo principal “trabalharmos para que todas as crianças desfavorecidas ou em situação de vulnerabilidade social tenham alguma coisa

Daniel David apresentou na ocasião os três embaixadores do Futuro Esperança, nomeadamente *Muktar Abdul Carimo, Benilde Mourana e Stewart Sukuma. Em nome dos três Abdul Carimo* foi chamado a tecer considerações e porque a emoção tomou conta de si, apenas disse. “Eu acho que é obrigação de todos nós fazermos o que estamos a fazer” e em lágrimas abandonou o pódio, amparado

um dos principais momentos a entoação do hino do projecto executado pelo conceituado músico Stewart Sukuma acompanhado pelo Grupo Coral Projecto Sonho do Paraíso. No final o músico explicou o espírito da letra da música. “Esta música fala de uma realidade que infelizmente ainda persiste no nosso lindo país, não obstante o esforço de alguns de nós de tentar mudar a situação. Nós de uma forma ou de outra somos cúmplices desta situação, uma vez porque ignoramos outras porque não nos damos conta do que acontece à nossa volta”.

diferente para o seu futuro” e por isso pede que demais cidadãos assumam o projecto porque “se cada um de nós fizer o seu papel, podemos fazer um Moçambique diferente. E este é um projecto de todos nós virado à criança e esta criança tem estado constantemente nas palavras e nos actos de governação de vossa excelência. Nós já mostramos no nosso grupo de mídia, quando o Presidente se senta na carteira, escreve no quadro, fala com as crianças sobre a matemática, quando abraça crianças com deficiência a mostrar claramente que o futuro de uma nação depende do papel que nós vamos dar às crianças de hoje” esclareceu.

pelos braços do PCA da FUNDASO. No evento ainda discursaram o representante do UNICEF em Moçambique enaltecendo o papel multiplicador que o Futuro Esperança está a dar ao trabalho que aquele organismo das Nações Unidas tem estado a fazer em quase todo o mundo. A Ministra do Género, Criança e Acção Social, Cidália Chaúque, disse que o projecto ora lançado enquadra-se perfeitamente no Plano Quinquenal do Governo e que vai contribuir significativamente para retirar muitas crianças moçambicanas da vulnerabilidade

Foi lançado o Projecto Futuro Esperança da Fundação SOICO (FUNDASO) nas novas instalações do Grupo denominado Arena 3D no distrito Municipal da Katembe.

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lançamento foi feito pelo Presidente da República, *Filipe Nyusi*, que justificou a sua presença pelo facto de ser “um projecto que me tocou no peito”. *Filipe Nyusi* mostrou o seu encanto com a iniciativa ressaltando que “nós temos que acreditar em coisas diferentes e não aquelas que decorramos e que acontecem de uma certa forma infinitamente. E as coisas diferentes fazem a diferença… eu queria pedir a todos para podermos acarinhar, encorajar e fazer parte do projecto. Este é sinal verdadeiro de patriotismo, as vezes perdemos o tempo a dedicarmo-nos sobre agendas que se calhar só fazem atrasar o crescimento de uma nação. Investir nestas crianças é investir no amanhã, tal como outros investiram em nós à sua maneira” disse. O Chefe de Estado usou ainda da ocasião para encorajar a FUNDASO.

“Quero sugerir ao grupo SOICO para continuar a marcar a diferença, não como forma de serem pessoas especiais mas se cada um faz uma coisa diferente do que o outro faz, significa que vamos ter muitas coisas diferentes e vamos conseguir resolver muitas preocupações” disse. Desafiou ainda outras fundações existentes no país a serem mais proactivas e a também desenvolverem projectos que ajudem a melhorar a situação das crianças, cintando por exemplo que podem investir na promoção do abastecimento de água po-

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Isaura Nyusi e às crianças Testemunhei o lançamento do projecto “Futuro Esperança” da Fundação Soico (FUNDASO) por Sua Excia Presidente da República.

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omo Gabinete da Esposa do Presidente da República vamos dar todo apoio e força para que as crianças moçambicanas beneficiem cada vez mais deste projecto. É para mim um regozijo prestigiante tomar parte em inicativas como esta que promovem os direitos da criança, dando-as oportunidade de gozar dos seus direitos na sua plenitude. No leque das intervenções do Gabinete da Esposa do Presidente da República previlegiamos a protecção da criança. Por essa razão daremos todo apoio necessário para que a criança moçambicana beneficie dos fundamentos do projecto da Fundação Soico

CNE divulga calendário eleitoral

Palavras de Ndambi Guebuza em pleno tribunal

Se o objectivo é sacrificar a família Guebuza por causa das eleições, que eu (Ndambi Guebuza) seja o último da família a ser sacrificado",

disse Chivale, citando as palavras de Ndambi.

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Comissão Nacional de Eleições apresentou o calendário completo do processo eleitoral. O recenseamento eleitoral terá lugar de 1 de Abril a 15 de Maio próximos. Trata-se de recenseamento de raiz nos distritos sem autarquias e de actualização nos 53 distritos com autarquias. A CNE vai ins-

talar 5300 brigadas em 7500 postos de recenseamento, com mais de 16 mil brigadistas. A campanha eleitoral decorre de 31 de Agosto a 12 de Outubro próximos. A votação está marcada para 15 de Outubro próximo. A CNE promete anunciar os resultados de apuramento geral até 17 de Outubro próximo, 4 dias após a votação

De acordo com Chivale, o filho mais velho de Armando Guebuza, contou que, ano passado, a sua família foi vítima de um atentado de morte, através de envenenamento de alimentos, também enquadrado nessa alegada perseguição. Chivale contou ainda que a família Guebuza respeita e vai continuar a respeitar as instituições de justiça

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POLÍTICA

Nomeados e empossados dirigentes das empresas municipais da Matola Foram empossados na quinta-feira passada, os Presidentes dos Conselhos de Administração de duas empresas municipais da Matola.

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m despachos separados, o edil da Matola, Calisto Cossa, nomeou Edson Ussaca para o cargo de Presidente do Conselho de Administração da Empresa Municipal de Transporte Público da Matola (ETM), e Bernardo Dramus, para o cargo de Presidente do Conselho de Administração da Empresa Municipal de Água e Saneamento (EMAS). Zacarias Chissico foi nomeado e empossado Administrador da ETM. Foi igualmente nomeado e empossado Joaquim Mundlovo para o cargo de Vereador de Actividades Económicas, ficando assim

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completa a composição do Conselho Municipal. Deolinda Moiane foi designada e empossada para o cargo de Secretária Municipal, enquanto Maria Luísa é a nova Chefe do Gabinete do Presidente do Conselho Municipal. Aos empossados, Calisto Cossa apelou-os à um trabalho árduo e de forma abnegada com vista à satisfação dos munícipes, para isso, Cossa, disse na o ocasião que as nomeações não significam que os empossados são perfeito, contudo “vamos transformar os defeitos em virtudes para servir bem aos munícipes”, vincou


POLÍTICA

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Renamo em restruturação A Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal força de oposição em Moçambique, anunciou esta semana a reestruturação do partido, uma medida cujo objetivo é “atribuir maior dinâmica” para as eleições gerais de 15 de outubro próximo. “O maior desafio no presente ano é vencer as eleições legislativas, presidenciais e províncias. Assim sendo, o partido deve imprimir mais dinâmica nas atividades político-partidárias de base”, disse o presidente da Renamo, Ossufo Momade, durante uma teleconferência a partir da serra da Gorongosa, centro de Moçambique. No total, foram exonerados 16 militantes de cargos internos e nomeados 12, alguns dos quais para um segundo mandato nas mesmas funções, além de terem sido indicados 13 assessores políticos junto do gabinete do presidente do partido para as eleições de outubro. “Neste momento, o essencial para a Renamo é estar focada na vitória do pleito eleitoral do dia 15 de outubro”, acrescentou Ossufo Momade, que não abriu espaço para perguntas da imprensa. Dando corpo ao foco que acima nos referimos, entendemos que é preciso fazer a alocação eficiente dos quadros do partido em posições e sectores partidários onde podem ser mais eficazes e eficientes. É nestes termos, que usando das prerrogativas estatutárias e ao abrigo do número 8, do artigo 23, do Estatutos do Partido, exonero os seguintes quadros: Manuel Zeca Bissopo, do cargo de Secretário Geral do Partido; Mateus Augusto, do cargo de Chefe do Gabinete do Presidente; Inácio João Reis, do cargo de Chefe de Departamento de Mobilização; Augusto Magaure Fernando, do cargo de Chefe de Departamento de Organização e Estatística; António Severino Timba, do cargo de Chefe de Departamento de Administração e Finanças; António Augusto Eduardo Namburete, do cargo de Chefe de

Departamento de Delações Exteriores; Jerónimo Malagueta Nalia, do cargo de Chefe de Departamento de Informação; Lúcia Xavier Afate, do cargo de Chefe de Departamento de Administração Rural e Poder Local; Albano Bulaunde José, do cargo de Chefe de Departamento de Assuntos Sociais e Desmobilizados; Domingos Manuel Joaquim, do cargo de Chefe Adjunto de Departamento de Mobilização; Mateus Muchanga Maptsuca, do cargo de Chefe Adjunto do Departamento de Administração e Finanças; Gilberto Pedro Jonathan Chirinza, do cargo de Chefe Adjunto de Departamento de Informação; Álvaro Faquir Caul, do cargo de Chefe Adjunto de Departamento de Administração Rural e Poder Local; Manuel João Simango, do cardo do Chefe Adjunto do Departamento de Assuntos Sociais e Desmobilizados, José Manteigas Gabriel, do cargo de Chefe Adjunto do Departamento das Relações Exteriores, Juliano Marcelino Reginaldo Cumbane, do cargo de Director do Departamento de Relações Exteriores. No quadro dessa restruturação e para preenchimento das vagas ora deixadas e, usando das mesmas prerrogativas estatutárias do Partido, nomeio os seguintes membros e quadros do partido: Viana da Silva Magalhães, Chefe do Gabinete do Presidente do Partido; Inácio João Reis, Chefe de Departamento de Mobilização;

Augusto Magaure Fernando, Chefe de Departamento de Organização e Estatística; António Severino Timba, Chefe de Departamento de Administração e Finanças; Manuel Massungue Moiane, Chefe de Departamento de Relações Exteriores; José Manteigas Gabriel, Chefe de Departamento de Informação e Porta-Voz do Partido; Álvaro Faquir Caul, Chefe de Departamento de Administração Rural e Poder Local; General Faustino Adriano, Chefe de Departamento de Assuntos Sociais e Desmobilizados; Domingos Manuel Joaquim, Chefe Adjunto de Departamento de Mobilização; Mateus Muchanga Maptsuca, Chefe Adjunto de Departamento de Administração e Finanças; Gilberto Pedro Jonathan Chirinza, Chefe Adjunto de Departamento de Informação; Joaquim Afonso Zegunde, Chefe Adjunto de Departamento de Assuntos Sociais e Desmobilizados. Caríssimos! Prezados membros e simpatizantes, minhas irmãs e meus

irmãos! O maior desafio no presente ano e vencer as eleições legislativas, presidenciais e provinciais. Assim sendo, o partido deve imprimir mais dinâmica nas actividades políticos-partidários de base. Nesse contexto, a luz do número 8 do artigo 23 dos Estatutos da partido Renamo, nomeio os quadros abaixo mencionados para exercerem as funções de assessores políticos junto ao gabinete do Presidente do Partido: Região Norte Províncias de Cabo Delgado e Niassa: Fernando Matoassanga Fernando Tomé. Província de Nampula Carlos Manuel Carvalho Pensado Região Centro Provincia da Zambezia Victor Mudivila Viandro Sebastião Temporário Províncias de Sofala, Manica e Tete Francisco Maingue Juliano Victoria Picardo. Região Sul Província de Inhambane José Gabriel Manteigas Domingos Manuel Joaquim. Províncias de Maputo e Gaza Domingos Manuel Joaquim António Pedro Muchanga. Maputo Cidade Rahil Samsser Khan

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POLÍTICA

Mensagem de Ossufo Momade

Ao iniciarmos a nossa intervenção nesta comunicação, queremos saudar a todos os moçambicanos que dia a pós dia trabalham e esforçam-se para a construção do nosso belo país. A nossa saudação estende-se aos membros e simpatizantes em todo o país e na diáspora e aos órgãos de comunicação social presentes. Permitam-me caros moçambicanos que use do momento para apresentar as minhas sentidas condolências e de pesar pelas mortes causadas pelo acidante no Cais da Maxixe em Inhambane ontem 17 de Fevereiro do corrente ano. Indigna e causa repulsa ouvir isto, mortes que podiam ser evitadas mas por irresponsabilidade de um regime, continuamos a morrer. Caros quadros do Partido e profissionais de comunicação social, pedimos a vossa presença hoje nesse local porque, como sabeis, desde a nossa eleição ainda não interagimos nesses termos. Por isso, queremos usar a ocasião para mais uma vez agradecer a comunicação social pelo trabalho colaborativo antes, durante e após o VI Congresso. Falando em congresso, é neste intuito que também vos convocamos para anunciar algumas decisões de caracter partidário mas que trazem uma nova dinâmica no partido e na sociedade no geral. O ano de 2019, e de muitos desafios para o efeito, o nosso partido tem vindo a tomar medidas com vista a tornar a nossa estrutura político-administrativa mais operativa e funcional. Queremos aumentar a eficácia das nossas actividades e estamos cientes de que os nomeados irão desempenhar as suas funções com zelo, responsabilidade, competência e no espírito de concórdia no seio da família Renamo, respeitando a hierarquia sem confundir a democracia interna com o liberalismo ou anarquia. Continuaremos a apostar na formação dos nossos quadros no que tange a maneira de estar, ser e proceder, conforme prometemos no nosso manifesto. É pois, nestes termos que criamos o Gabinete de Estudos Estratégicos e formação de Quadros. Em relação aos órgãos autárquicos recentemente empossados, a nossa postura e atitude não importa quem apoiou ou quem deixou

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de apoiar, no âmbito das eleições para as diferentes funções nas mesas das assembleias autárquicas. Fica a ilação. Neste momento, o essencial para a Renamo é estar focado na vitória do pleito eleitoral do dia de 15 de Outubro de 2019. Caríssimos membros e quadros do partido! Meus amigos! O trabalho que acabamos de anunciar, por si só não faz mudanças mágicas. Por isso, continuamos a apelar para união, dedicação e entrega pela causa nobre dos quadros e dos moçambicanos. O momento que o país vive é sombrio e, nós somos a esperança do povo. O terreno está fértil, chegou o momento da Renamo governar Moçambique. Apelamos a todos combatentes, quadros, membros, simpatizantes e anónimos da família Renamo, com destaque para os recém-nomeados para nos dedicarmos ao trabalho em serviço da Renamo e do povo moçambicano. Moçambicanas e moçambicanos! Caros compatriotas! Permitam-me que use esta ocasião, em que fizemos algumas nomeações vitais no nosso partido, para me dirigir a nação moçambicana. Compatriotas! Estamos todos atentos a situação actual do nosso país, onde se assiste nos últimos dias um festival de teatro de prisões e audições até aos sábados, onde a imprensa é proibida de exercer a sua actividade, um sinal grave de falta de credibilidade do sistema de justiça, que se encontra capturado pelo poder político do Regime. É entender e esperança da Renamo e dos moçambicanos que estas detenções não sejam decorativas só para enganar aos cerca de 28 milhões de moçambicanos, numa tentativa clara de branquear o já obsoleto regime. É preciso que os prevaricadores devem ser responsabilizados criminal e, por conseguinte, a devolução do dinheiro roubado, por um lado. Por outro lado, os moçambicanos exigem que a lista daqueles que planearam e executaram o

roubo ao Estado Moçambicano deve envolver os graúdos sem contemplações. Não basta prender o peixe miúdo. Não deve haver intocáveis neste processo, que todos os envolvidos sejam recolhidos a cadeia. Adiante, exigimos ainda que os julgamentos sejam abertos e transmitidos em directo a semelhança do “Caso Carlos Cardoso”. Uma mensagem ao Presidente da Frelimo, Filipe Nyusi, cujo seu partido está fortemente associados aos roubos ora havidos, para efeito de esclarecimento, apelamos que não interfiram nos órgãos da justiça e por conseguinte entregue todos os envolvidos. Compatriotas! A situação em Cabo Delgado preocupa a Renamo e logicamente, a todos os moçambicanos. O clima de instabilidade e terror que se vivem na Província de Cabo Delgado tem causado centenas de mortes e milhares de compatriotas refugiados e deslocados. Assiste-se um autêntico desespero no seio da população. Triste e lamentavelmente, as Forças de Defesa de Segurança mostram-se incapazes e desnorteados para travarem a onda de criminalidade. O que preocupa mais aos moçambicanos em particular a Renamo, é ouvir o governo, na pessoa do Ministro da Defesa Nacional a afirmar publicamente que a situação está controlada. A situação está controlada quando cidadãos são assassinados e cortados em pedaços a luz do dia? Perante este cenário tão triste a Renamo exige ao Governo da Frelimo para parar urgentemente

com os ataques que se registam em Cabo Delgado sob pena de ser cúmplice ou conivente. Que a corporação se concentre em estratégias e inteligência que estanque estes actos macabros que estão acontecendo em Cabo Delgado com a pujança com a qual agridem aos cidadãos indefesos. Moçambicanas! Moçambicanos! Está cada vez mais claro e evidente que o país merece uma governação comprometida com a satisfação das necessidades básicas de todos nós e, o caminho que escolhemos para a alternância são as eleições. Este ano realizam-se eleições, mas antes temos o recenseamento eleitoral, condição essencial para o exercício deste direito. Por isso, usamos esta oportunidade para apelar aos órgãos eleitorais para se prepararem para um recenseamento abrangente e de cobertura total em todos os cantos do Pais. Para o efeito, deve-se reduzir brigadas móveis, aumentar as brigadas fixas e agentes de educação cívica. Minhas senhoras e meus senhores! Caros quadros! Termino a minha intervenção convidando a todos a abraçar a causa de um Moçambique próspero para todos nós Viva a Renamo! RENAMO UNIDA, RUMO A VICTORIA!


POLÍTICA

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Toda a sociedade está ligada à corrupção -afirma Severino Ngoenha O que é a Justiça? Foi o tema da palestra dirigida a futuros juízes e procuradores e que teve como orador Severino Ngoenha. Como era de esperar, Ngoenha fez uma abordagem filosófica e no fim defendeu que só se pode falar da justiça se o Direito militar a favor dos fracos. Mas porque era necessário dar exemplos práticos, Ngoenha recorreu ao assunto na ordem do dia: as detenções dos indiciados de envolvimento no esquema das dívidas ocultas.

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uma altura em que muitos moçambicanos exultam com as detenções, Ngoenha alerta que o problema é mais grave do que a maioria imagina. Toda a sociedade moçambicana vive ligada à corrupção, pelo “Chang e companhia” representam apenas a parte mais visível de um problema muito profundo. “Se a gente perguntar hoje quem são os corruptos em Moçambique, a resposta seria Chang e companhia. Mas o professor que vende nota, o pai que aceita pagar nota, a menina que se prostitui, o polícia que cobra dinheiro ao chapeiro todos os dias, o homem das Alfândegas que recebe mordomias todos os dias, como chamamos a isso? Nas

universidades, se eu sou um bom militante da Frelimo e faço olhos bonitos ao chefe, vou ser promovido e logo recebo um carro zero quilómetro. Como é que você chama a isso? As nossas instituições estão todas ligadas a coisas ilegais. Se eu perguntou um por um, como comprou o seu carro, onde compra a sua gasolina, quanto ganha, como é que vive, vamos ver que esta promiscuidade, este changuinismo, está em todas as instituições”. Para Severino Ngoenha, o mais difícil para Moçambique não será condenar o antigo ministro das Finanças e todos os arguidos das dívidas ocultas, mas sim concertar a sociedade. E explica porquê: “Durante os últimos 25 anos deixamos

perceber para toda a geração dos nossos filhos que o malabarismo, o engano, a esperteza era mais importante que o trabalho, o estudo e o sacrifício. Como vamos mudar isto? Este é o grande problema. Temos toda malta a pensar que com esperteza e malandrice vai chegar longe”. Contrariando mais uma opinião generalizada na sociedade, Ngoenha diz que não é a justiça que está em descrédito, mas o sistema em que ela está inserida. “O cartão vermelho não é contra a justiça, não é contra o juiz. Não é contra o facto de que durante quatro anos não conseguimos dar resposta a este

caso e um tribunal da África do Sul está a trabalhar; o cartão vermelho não é contra o facto de uma sentença de Londres colocar um pouco de ordem nos campos de exploração de rubis em Cabo Delgado. O cartão vermelho está ligado ao facto de que quando fizemos os acordos de paz e a segunda Constituição dissemos que íamos pautar por um Estado de Direito e ele pressupõe a separação dos poderes, mas não estamos a conseguir. Portanto, o problema não está na justiça, mas no sistema”, disse. A palestra dirigida por Severino Ngoenha decorreu no Centro de Formação Jurídica e Judiciária

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ECONOMIA

CTA e AJAP juntos pelo agro-negócios A CTA e a AJAP – Associação dos Jovens Agricultores de Portugal assinaram um Memorando de Entendimento, no dia 15 de Fevereiro corrente, em Maputo, que tem como fim último a restauração do sector agrícola em Moçambique e promover a dinamização das zonas rurais. O acordo foi rubricado pelo Vice-presidente da CTA, Daniel Dima, e pelo Director-Geral da AJAP, Firmino Cordeiro.

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Memorando de Entendimento, com prazo indeterminado, formaliza as relações entre a CTA e a AJAP, com a finalidade de reconhecer e institucionalizar

em Moçambique o estatuto da figura do Jovem Agricultor (JA) e a do Jovem Empresário Rural (JER). Segundo dados oficiais, cerca de dois terços (2/3) da população moçambicana dedica-se a prática da agricultura, sendo

que no meio rural este número é de cerca de 90% do total, com predominância de mulheres e jovens. Para Moçambique atrair os jovens agricultura e o agro-negócio é necessário transformá -lo num sector mais moderno,

rentável e eficiente, capaz de proporcionar oportunidades de emprego decente e que concorra para o aumento da produção e produtividade. Neste sentido, a institucionalização destas duas importantes figuras, isto é, a figura do Jovem Agricultor (JA) e a do Jovem Empresário Rural (JER) em Moçambique irá contribuir para a criação de pacotes de incentivos e estímulos destinados aos jovens envolvidos na agricultura por forma a dinamizar o sector e estimular a fixação destes jovens empreendedores nas zonas rurais. Ainda no âmbito deste Memorando, as partes irão trabalhar na mobilização de financiamento para a agricultura, orientados pelo princípio de disponibilizar aos jovens condições adequadas de acesso a financiamento

Anadarko anuncia contrato para Área 1 A Anadarko Petroleum Corporation anunciou hoje a assinatura de um Contrato de Compra e Venda (CCV) de Gás Natural Liquefeito (GNL) a ser produzido na Área 1 da Bacia do Rovuma com a Pertamina, uma companhia da Indonésia.

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contrato prevê o fornecimento de 1 milhão de toneladas por ano (MTPA), por um período de 20 anos. Através de um comunicado enviado à nossa redacção, Mitch Ingram, Vice-Presidente Executivo da Anadarko para o pelouro Internacional, Águas Profundas e Pesquisa, diz que “espera-se que a Indonésia seja um dos mercados de gás natural que mais cresce na Ásia e a Pertamina, a companhia nacional de energia da Indoné-

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sia, terá um papel fundamental para responder às necessidades energéticas de longo prazo da Indonésia”. Até ao momento, a companhia já assinou contratos de venda de mais de 9,5 MTPA, o que segundo Ingram, são volumes satisfatórios para alavancar os projectos em Moçambique. “O Projecto Mozambique LNG, liderado pela Anadarko, está bem posicionado para tomar a Decisão Final de Investimento no primeiro semestre

deste ano, uma vez que continua no bom caminho para concluir o processo de financiamento do projecto, assegurar as

aprovações necessárias e por ter executado um volume suficiente de CCVs de longo prazo” frisou


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ORAM luta para salvaguardar os direitos das comunidades A Associação Rural para Ajuda Mútua (ORAM), é uma organização não-governamental, de natureza associativa, fundada em 1992, de carácter sociocultural e sem fins lucrativos que, sem prejuízo da legislação, se rege pelos seus estatutos e regulamento interno.

ORAM tem travado vão para além disso. Abel Sainda, Director Executivo da Associação, lamenta a usurpação de terras das comunidades rurais por grandes companhias de exploração de

A lei é pontapeada

I Texto: Júlio Saul

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seu surgimento coincidiu, curiosamente, com fim da guerra civil, em 1992, e tinha como objectivo principal de ajudar os deslocados da guerra a regressarem às suas zonas de origem e, consequentemente, criar condições para a sua sobrevivência através da prática de agricultura. Foi nesta ocasião que a ORAM começou a apoiar e a organizar as pessoas que regressavam às comunidades na matéria de associativismo e desenvolvimento comunitário. Hoje, a ORAM está comprometida e defende, com garras, os direitos e interesses dos camponeses e das comunidades rurais, contribuindo para o desenvolvimento associativo e comunitário com vista a assegurar a posse e o uso sustentável da terra e outros recursos naturais, numa altura em que o Governo moçambicano vem desenvolvendo projectos de desenvolvimento que tem usurpado milhares de hectares

para garantir que as comunidades rurais e os agricultores tenham segurança consoante a atribuição do Direito de Uso e Aproveitamento de Terras (DUATs).

das comunidades rurais. É nesta onda que Associação Rural para Ajuda Mútua tem a visão de transformar os direitos de acesso à terra em benefícios de promoção da prosperidade e bem-estar das comunidades rurais, tendo em conta a equidade de género, justiça social, económica, ambiental, democracia, imparcialidade política partidária, transparência, solidariedade, espírito de associativismo, participação e respeito. Entretanto, as lutas que

recursos minerais e naturais que deixam muitos agricultores à deriva, sem meios para a prática da agricultura que é a base de sobrevivência destas comunidades. “O curioso é que estas companhias fazem isso em conivência com às autoridades governamentais, que não respeitam a legislação vigente sobre o uso e aproveitamento da terra”, disse, para depois acrescentar que na base da lei a ORAM tem lutado

Apesar da própria lei reconhecer o direito costumeiro, que deriva do processo de ocupação familiar, segundo Sainda, o mesmo não é seguro porque sem a devida objectivação e sem DUATs, não há segurança para estas comunidades. Para ultrapassar isso, a ORAM está a capacitar e a organizar as comunidades em associações. “Agora começamos a organizar os comités de gestão de recursos, que poderão trabalhar com os Governos locais como forma de garantir que os interesses do Governo, das comunidades e do empresário estejam acautelados, porque no contexto actual de desenvolvimento existem vários riscos para às comunidades adquirirem o seu direito de uso da terra. “A nossa principal luta é que, como podemos garantir que as comunidades tenham este direito, em face do processo actual de atribuição de terras”, salientou

Governo extingue empresa Maputo Sul

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Conselho de Ministros decidiu acabar com a empresa Maputo Sul, alegadamente porque já terminaram os fins para que foi criada, nomeadamente, encabeçar a construção da Ponte Maputo-Catembe, estrada que vai dar a Bela Vista, assim como a estrada circular de Maputo.

De agora em diante, estas infraestruturas vão estar na gestão da Administração Nacional de Estradas e o Fundo Nacional de Estradas. O mesmo vai acontecer com os 107 trabalhadores, que deverão continuar nas portagens onde se encontram e alguns vão ser absorvidos pela ANE e FND edição 76 / IMPERDÍVEL


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Ministro da Agricultura congratula a nomeação de Agostinho Vuma O Ministro da Agricultura e Segurança Alimentar, *Higino de Marrule*, congratulou Agostinho Vuma, Presidente da CTA, pela sua nomeação a Champion/ Embaixador do SBNMOZ – Rede de Empresas para Expansão da Nutrição em Moçambique, uma plataforma de intervenientes múltiplos que actua como ponto focal para o envolvimento do sector privado na nutrição em Moçambique e para demonstrar o impacto que os negócios podem ter na melhoria da nutrição no país.

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or inerência, *Agostinho Vuma* é também Presidente da Rede guiada por três linhas de actividades: Envolver, Inspirar e Investir. “Queremos louvar a iniciativa de indicação do Engenheiro Agostinho Vuma para agente de mudança de nutrição para o Sector Privado, pois com a sua posição na sociedade, experiência e saber irá contribuir para a melhoria do ambiente dos níveis de nutrição em Moçambique_”, referiu Ministro da Agricultura e Segurança Alimentar, falando ontem, 20 de Fevereiro, no jantar alusivo ao lançamento do relatório da Comissão EAT – LANCET e apresentação de Agostinho Vuma, Presidente da CTA, como Champion da nutrição para o sector privado em Moçambique. O governante espera fundamentalmente que *Agostinho Vuma* estimule as empresas sobre como os negócios podem investir na nutrição sem contudo, saírem do foco das suas actividades e assim contribuírem para melhorar a qualidade, acesso e a disponibilidade de alimentos nutritivos e seguros para a população. O Presidente da CTA agradeceu a confiança a si depositada pelos implementadores da Rede. Referiu que a CTA, como organização aglutinadora e re-

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presentativa do Sector Privado, aceita este desafio considerando que a cadeia da nutrição constitui uma oportunidade de negócio para as empresas, o que vai de encontro com o foco da CTA de trabalhar para um sector privado produtivo, activo e distribuidor da riqueza nacional. O SBN tem a missão de se envolver com as empresas do sector privado, para que estas se comprometam a realizar pro-

gramas de nutrição para a força laboral, invistam na oferta de alimentos nutritivos e realizem outras acções que contribuam para a expansão e sustentabilidade da oferta e acesso a nutrição melhorada, com um impacto na saúde pública.

O SBN faz a advocacia para o envolvimento do sector privado na expansão da nutrição e advoga pela criação de um ambiente de negócios favorável e gere um fundo de investimento utilizado para a expansão do acesso a alimentos nutritivos a preços acessíveis.

O principal objectivo da Rede, é a redução da malnutrição, em todas as suas formas, através da mobilização do investimento e inovações pelo sector privado, com recurso a acções e operações desenvolvidas de maneira responsável e sustentada. A GAIN e o PMA são os cofacilitadores do SBN a nível global e a GAIN é o implementador local em Moçambique, sendo que o PMA é o parceiro estratégico. O SBN é parte integrante do Movimento SUN – Scaling Up Nutrition Movement, uma plataforma global liderada pelas Nações Unidas e criada em 2010. Esta é a única plataforma global dedicada aos negócios e à nutrição, com mais de 300 membros que incluem empresas multinacionais e nacionais que se comprometeram a melhorar a nutrição a nível mundial


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Moçambique e Eswatini unidos no domínio tecnológico O Ministro da Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e Técnico Profissional, Jorge Nhambiu, assinou um memorando de entendimento com a Princesa Shikanyiso Dlamini, Ministra da Informação, Comunicação e Tecnologia do Reino de Eswatini, com intuito de criar um ambiente frutífero no domínio tecnológico para alavancar o desenvolvimento dos dois países e da região austral.

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alando na ocasião, Jorge Nhambiu disse que os dois países sozinhos não podem alcançar os níveis de eficiência e eficácia desejados, daí que acreditar que o estabelecimento e formalização de relações de cooperação com outros Estados, pode constituir um mecanismo para complementaridade, troca de experiências e busca comum de soluções para os problemas que afectam os nossos povos. Para Nhambiu a assinatura do Memorando de Entendimento é testemunho de que os dois países pretendem levar avante um projecto comum rumo

ao desenvolvimento económico e social, através da cooperação nas áreas específicas identificadas no entendimento jurídico. “Entendemos que como sector, devemos melhorar contínua e substancialmente a coordenação das acções e, os papéis de todos os intervenientes, visando a criação de um ambiente cada vez mais favorável ao desenvolvimento tecnológico, inovação, geração e disseminação do conhecimento, incluindo o desenvolvimento de habilidades, factores que vão servir de alavanca para o crescimento e desenvolvimento do país e da região”, frisou o titular da pasta da Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e Técnico Profissional. Na sua intervenção, o ministro sublinhou que a materialização desse projecto comum carece de

definição clara, específica e detalhada das acções a serem desenvolvidos pelas partes, incluindo os Indicadores de resultados e o período de execução. Foi neste espírito que se mostrou imperiosa a elaboração de um Plano de Acção para a implementação do Memorando de Entendimento, pois, este servirá de instrumento de medição, avaliação e monitoria das nossas acções de cooperação, bem como permitirá as partes planificar recursos para a execução das referidas acções. Outrossim, o dirigente apelou para que o Governo moçambicano como o Governo do Reino de Eswatini, envidem os esforços necessários para que no mais breve período de tempo possível, constituam o Comité Técnico Bilateral, conforme o previsto no artigo 4, pois, este representa a

unidade promotora da implementação das acções de cooperação acordadas entre as partes. Igualmente, referiu que Governo moçambicano “acredita que a Ciência e Tecnologia, os Ensinos Superior e Técnico Profissional jogam um papel muito importante no crescimento da economia e melhoria da qualidade de vida dos cidadãos”, acrescentando que “várias acções têm vindo a ser desenvolvidas por vários intervenientes, gerando impactos dignos de realce, facto que nos faz crer que melhorias de relevo na qualidade de vida dos nossos cidadãos podem ser, efectivamente, alcançadas”. Por sua vez, a princesa Shikanyiso Dlamini enalteceu a parceria, tendo afirmado que a mesma irá trazer ganhos para ambos os países edição 76 / IMPERDÍVEL


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Por serem portadores de doença profissional ou crónica e degenerativa

Trabalhadores estão a ser postos na rua O Ministério do Trabalho, Emprego e Segurança Social (MITESS), em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e a Organização Internacional dos Trabalhadores (OIT) está a formar, desde a última quarta-feira, em Maputo, inspectores de trabalho e mediadores de conflitos laborais em matérias de saúde, higiene e segurança no trabalho, para além da promoção em legalidade laboral.

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formação, segundo Vitória Dias Diogo, a ministra do Trabalho, Emprego e Segurança Social, vai contribuir para consciencializar os empregadores e as organizações sócio-profissionais, trabalhadores, e a sociedade em geral, sobre a importância de se manter trabalhadores saudáveis. Dirigindo-se aos inspectores e mediadores de conflitos laborais, a governante disse que os desafios que lhes são colocados são o uso de novas tecnologias e a crescente precariedade das relações de trabalho. No decurso da sua intervenção, Vitória Dias Diogo afirmou que, durante o presente quinquénio, o Governo promoveu várias acções na componente educativa e preventiva, das quais, 8.593 palestras, abrangendo um total de 247.882 trabalhadores, onde, entre outras matérias, foram abordados aspectos relacionados com a prevenção e vida saudável e positiva. “Infelizmente, continuamos a notar com preocupação a existência de algumas empresas que despedem os seus trabalhadores por terem conhecimento da sua doença profissional ou crónica e degenerativa, pelo que os inspectores do trabalho e os mediadores de conflitos laborais, devem continuar a privilegiar o seu papel pedagógico e orientador, adoptando medidas enérgicas contra as empresas que infringem as normas laborais”, frisou Vitória Dias Diogo.

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Neste contexto, durante o presente quinquénio, foram realizadas 36.222 acções inspectivas que resultaram na detecção de 51.446 irregularidades, das quais 40.229 mereceram advertências e 11.227 autuações (multas). Aos inspectores do Trabalho e mediadores de conflitos laborais,

a ministra exortou-os a estarem permanentemente focados na prevenção dos conflitos laborais, das greves, ou através de interven-

ções de natureza pedagógica, ou inspectiva, visando a promoção do cumprimento voluntário da Lei. Em representação da OIT, Edmundo Werna, disse que a sua organização vai continuar a apoiar o Governo na capacitação e formação de quadros para combater o HIV-Sida e a discriminação no ambiente do trabalho. As Nações Unidas estão representadas neste projecto pela OIT, ONUSIDA e PNUD. “Nós estamos juntos como parte de um grupo do PNUD para prestar o nosso apoio e assistência técnica, e outros tipos de cooperação para que o treinamento possa desenvolver-se”, concluiu Edmundo Werna


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Explosão de granadas fere sargentos da ESAPOL

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ez estudantes e um instrutor da Escola de Sargentos da Polícia Osvaldo Tanzama, localizada no distrito de Nhamatanda, província de Sofala, Posto Administrativo de Metuchira, contraíram ferimentos semana passada, em consequência da explosão de duas granadas. A informação foi prestada pelo Comandante-Geral da Polícia, Bernardino Rafael, no decurso de uma cerimónia de patenteamento que decorre na Academia de Ciências Policiais (ACIPOL). O incidente registou-se às

22.30 horas, estando na sua origem o deficiente manuseamento durante o processo de patrulha, enquadrada no processo de formação, explicou a fonte. Conforme referiu, no decurso da marcha longa as granadas foram atiradas e caíram sobre uma pedra que libertou estilhaços que atingiram os estudantes, que foram prontamente socorridos para a unidade hospitalar local. Contudo, segundo Bernardino Rafael, os feridos encontram-se fora de perigo depois de transferidos e assistidos no Hospital Central da Beira, em Sofala

China apetrecha MINT

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outro. Este é o segundo pacote deste material doado pela china nos últimos meses. Basílio Monteiro agradeceu o gesto chinês e disse que contribuía para tornar a Polícia mais equipada para levar a cabo a sua missão de garantir a ordem e segurança pública. O equipamento doado pela china está orçado em cerca de dois milhões e quinhentos mil dólares

china ofereceu diverso material de uso policial ao ministério do interior. A oferta foi entregue em Maputo pelo embaixador daquele país em Moçambique, Su Jian ao Ministro do interior, Jaime Basílio Monteiro. O material doado pela China é constituído por tecidos para o uniforme policial e equipamento informático como computadores, impressoras, scanners, entre

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Degradação do Grande Hotel ameaça vida das pessoas A degradação acentuada do Grande Hotel, na cidade da Beira, em Sofala, coloca em risco a vida de cerca de quatro mil pessoas que vivem no edifício. Algumas partes da infraestrutura têm vindo a desabar e a qualquer momento pode ocorrer uma tragédia. Este ano, três pessoas morreram depois de uma placa colapsar. Os moradores sabem do perigo a que estão expostos, mas afirmam não ter para onde ir. Além da degradação, o edifício do Grande Hotel tem problema de imundície e iluminação. “Já fizemos pedido ao Conselho municipal, já fizemos por cinco vezes o levantamento de quantas famílias estão aqui. Até

reconhecemos os nossos documentos no notário, mas até hoje não temos resposta. Crianças estão a brincar e caiem de qualquer maneira, isto é uma situação muito grave para nós. Estamos a viver mal aqui. Não temos sítio para ir ”, disseram algumas das moradoras do antigo edifício. O vereador de Construção no Conselho Municipal da Beira, Albano Cariche, disse que a edilidade tem em carteira um projecto para a transferência dos antigos moradores do antigo Grande Hotel, mas falta dinheiro

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Empossados membros do Conselho de Administração da Tmcel O IGEPE- Instituto de Gestão de Participações do Estado conferiu posse aos membros do Conselho de Administração da nova empresa, recentemente constituída, a TmcelMoçambique Telecom, SA., entidade que resultou da fusão das empresas Moçambique Celular (mcel) e Telecomunicações de Moçambique (TDM). A cerimónia decorreu, na cidade de Maputo, na última terça-feira, 19 de Fevereiro.

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rata-se de Mahomed Rafique Jusob Mahomed, Mário Luís Albino e Binda Celestino Jocker que passam a ocupar, respectivamente, os cargos de presidente do Conselho de Administração, administrador para a Área de Administração e Finanças e administrador para a Área Operacional, respectivamente. Os três membros, com funções executivas, cujo mandato é de quatro anos, fizeram parte do Conselho de Administração que conduziu, durante 18 meses, o processo de fusão das empresas TDM e mcel. De acordo com Ana Coanai, presidente do Conselho de Administração do IGEPE, sócio maioritário da Tmcel, uma vez empossado, o Conselho de Administração vai assinar, brevemente, um contrato de gestão, um instrumento que deverá nortear a sua actuação na implementação do plano de negócios da empresa. “Durante o processo de fusão, elaborámos o plano de negócios que, com os devidos ajustamentos, vai culminar com a assinatura do contrato de gestão”, afirmou Ana Coanai. Num outro desenvolvimento, a PCA do IGEPE garantiu estarem salvaguardados os interesses de

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todos os intervenientes, em particular os trabalhadores, “que devem merecer a nossa atenção, pois são o nosso activo mais forte da empresa”. “Quando levámos a cabo o processo de fusão, tomámos algumas medidas, e uma delas foi dar atenção especial aos trabalhadores. Por isso, assumimos, aqui, o compromisso de concluir

todos os processos que, porventura, estejam pendentes”, acrescentou. Na ocasião, Mahomed Rafique Jusob Mahomed, assumiu, em nome do Conselho de Administração, como principais desafios a consolidação da fusão e a criação de uma nova mentalidade na nova empresa, com vista à sua modernização, bem como à criação e à oferta de dados e serviços

com recurso à tecnologia de ponta. “Reiteramos o compromisso de transformar, nos próximos quatro anos, a Tmcel na maior e melhor empresa de telecomunicações, bem como o de cumprir os desígnios da agenda nacional de desenvolvimento e de salvaguardar os interesses do País, da empresa e dos trabalhadores”, realçou Mahomed Rafique Jusob Mahomed.

Para além dos directores da nova empresa, representantes sindicais e de vários outros quadros, estiveram presentes, na qualidade de convidados, a PCA da Autoridade Reguladora das Comunicações (ARECOM ex INCM), Ema Chicoco, o presidente do Conselho de Administração da Vodacom, Salimo Abdula e ainda representantes do Ministério dos Transportes e Comunicações


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Ministra da Educação entrega carteiras

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Ministra da Educação e Desenvolvimento Humano, afirma que o Governo continua a investir para que, em breve, todas as crianças não estudem sentadas no chão. Conceita Sortane disse que para o efeito, o executivo moçambicano conta com apoio dos empresários nacionais e estrangeiros no fabrico de carteiras escolares. A governante falava, esta segundafeira, no município da Matola, província de Maputo, na cerimónia de entrega de seiscentas e cinquenta carteiras escolares

Centro de Saúde Wiriyamo

Na ponte-cais da Maxixe

Comissão de inquérito para averiguar causas do naufrágio

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governo da província de Inhambane vai criar uma comissão de inquérito para averiguar as causas do naufrágio ocorrido, este domingo, na ponte-cais da cidade da Maxixe, causando a morte de nove pessoas. O acidente levou a evacuação de 18 pessoas que se encontravam na embarcação, para o Hospital Rural de Chicuque, na Maxixe. O Secretário permanente do Governo de Inhambane, Ricardo Nhacuongue disse que estão em curso diligências para se apurar as causas da tragédia. “Conforme ouvimos dos pró-

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o prosseguimento da minha visita de trabalho a província de Tete, procedi a entrega à comunidade do posto Administrativo de Chioco, distrito de Changara, do Centro de Saúde de Wiriyamo. Esta é parte de um trabalho

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que o meu governo tem feito, de aproximar os serviços de saúde junto às populações. Acredito que com este centro de saúde, está facilitada assistência de uma grande parte da população deste posto Administrativo

prios passageiros, o barco, ao se pôr o motor a funcionar começou a tirar faíscas, cenário de incêndio. Daí os passageiros ficaram em pânico, começaram a saltar do barco e é daí que essas pessoas, não sabendo nadar, acabaram perdendo a vida no local”, disse. Na altura do naufrágio, a embarcação que fazia o trajecto MaxixeCidade de Inhambane, transportava mais de 70 passageiros. Autoridades marítimas e do corpo de salvação pública prosseguem com acções de buscas na baía de Inhambane, para localização de possíveis desaparecidos


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AdeM lança campanha para o uso racional da água Uma campanha de sensibilização para o uso racional da água e promoção da adesão às boas práticas, que podem ajudar a gerir este precioso recurso, foi lançada, na segunda-feira, 18 de Fevereiro, em Maputo, pela empresa Águas da Região de Maputo (AdeM), no âmbito das suas acções de responsabilidade social corporativa.

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o âmbito desta iniciativa, a AdeM vai desenvolver acções de sensibilização na região onde opera, designadamente, nos municípios de Maputo e Matola, bem como na Vila de Boane. Trata-se de uma medida que visa mitigar a falta de água, derivada da escassez da chuva, que afecta, especificamente, a região sul do País nos últimos anos, o que tem levado a empresa Águas da Região de Maputo a apelar para uma melhor gestão no fornecimento e consumo da água a todos os níveis. Ao proceder ao lançamento formal da iniciativa, o administrador para a Área Comercial e Desenvolvimento de Negócio da AdeM, Estaline Machohe,

explicou que, com a incerteza e imprevisibilidade do melhoramento da situação, a empresa vê-se na necessidade de reforçar as medidas que assegurem um consumo responsável da água, através da disseminação de informação, com a realização

da sensibilização denominada “Campanha para o uso racional de água”. Esta campanha, conforme sublinhou Estaline Machohe, vai disseminar, através de diversas actividades, informações que vi-

sam incutir uma nova atitude na utilização e poupança de água com a divulgação, através dos órgãos de comunicação social, com o propósito de alcançar o maior número de pessoas, dos mais diversos estratos sociais.

“Pretendemos, deste modo, sensibilizar para o uso racional da água e promover a adesão às boas práticas que podem ajudar a gerir este precioso recurso, em especial na situação de escassez que se vive actualmente”, frisou. Para melhor efectivação desta campanha, o administrador para a Área Comercial e Desenvolvimento de Negócio da AdeM apelou para a denúncia de actos de roubo e vandalização, ligações clandestinas e todos actos que concorrem para a danificação dos materiais, cuja reposição tem custado à empresa somas elevadas de dinheiro, impossibilitando assim a concretização de outros projectos pré-definidos para o provimento de água para o abastecimento à população. Importa realçar que, nos últimos anos, a região sul do País tem estado a registar escassez de chuvas, devido à ocorrência do fenómeno El Niño, situação que se reflecte no baixo caudal do rio Umbelúzi, onde se localiza a Barragem dos Pequenos Libombos

Panda mais perto de Homoine

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om as obras de asfaltagem da estrada Homoine a Panda concluídas, na província de Inhambane, será possível, em trinta minutos, chegar ao destino, referem os automobilistas.

As obras de asfaltagem desta infraestrutura decorrem num ritmo normal, e os responsáveis apontam para o mês de Setembro a sua conclusão. Os trabalhos de assentamento dos solos já se encontram no dis-

trito de Panda, faltando um troço de cerca de 19km num total de 48km para a colocação do asfalto para se alcançar a sede daquele distrito. Com esta obra concluída, vai melhorar significativamente a

transitabilidade dos utentes que se mostram satisfeitos, porque outrora era difícil transitar de Homoine a Panda, levando-se, segundo os automobilistas, cerca de duas ou três horas para chegar ao destino

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Energia chega a 360 mil famílias O Ministério dos Recursos Minerais e Energia e a IGNITE Moçambique assinaram um acordo que visa levar energia a 1,8 milhões de pessoas que vivem nas zonas remotas do país, nos próximos três anos, através da instalação de sistemas individuais de energia solar em 300 mil casas em todas as províncias de Moçambique.

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ignifica que, em média, mais 600 mil pessoas (120 mil agregados familiares) irão receber energia, por ano, à partir da altura da implementação do projecto a ser desenvolvido pela IGNITE em parceria com o Ministério dos Recursos Minerais e Energia. No âmbito do programa entre o Ministério dos Recursos Minerais e Energia e a IGNITE espera-se que n 1.2 milhões de crianças passem a ter acesso a electricidade segura, sustentável e mais económica, substituindo energia pouco confiável como o petróleo de iluminação ou carvão natural. A IGNITE Power, uma plataforma com vasta experiência na distribui-

ção e financiamento de sistemas solares rurais, apresenta um dos mais rápidos crescimentos em África com o sistema de pagamento móvel Pay -As-You-Go, sendo que a empresa está presente no Ruanda e na Serra Leoa. De acordo com Max Tonela, Ministro dos Recursos Naturais e Energia, “este acordo é mais um avanço decisivo no cumprimento dos nossos objectivos de promoção de ENERGIA PARA TODOS que o Presidente da República lançou em Novembro do ano passado, o qual prevê que em 2030 todos os moçambicanos tenham acesso à energia eléctrica ”. “A IGNITE Moçambique foi escolhida como parceira após um longo

e trabalhoso processo de avaliação com as nossas equipas do Ministério e do Fundo Nacional de Energia, o FUNAE, e pela sua capacidade financeira, soluções solares avançadas e experiência a implementar projectos de eletrificação em larga escala”, referiu o titular da pasta dos Recursos Minerais e Energia. A Comissão Nacional de Eleições apresentou o calendário completo do processo eleitoral. O recenseamento eleitoral terá lugar de 1 de

Abril a 15 de Maio. Trata-se de recenseamento de raiz nos distritos sem autarquias e de actualização nos 53 distritos com autarquias. A CNE vai instalar 5300 brigadas em 7500 postos de recenseamento, com mais de 16 mil brigadistas. A campanha eleitoral decorre de 31 de Agosto a 12 de Outubro. A votação está marcada para 15 de Outubro. A CNE promete anunciar os resultados de apuramento geral até 17 de Outubro, 4 dias após a votação

Chissinguane iluminada A Localidade de Chissinguane, no Posto Administrativo de Estaquinha, distrito do Búzi, na Província de Sofala, testemunhou esta semana a inauguração da primeira aldeia solar, um acto orientado por Alberto Ricardo Mondlane, Governador desta parcela do país.

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projecto tem por objectivo, a instalação de sistemas solares fotovoltaicos e o acesso a energia elétrica em comunidades das províncias de Cabo Delgado, Manica e Sofala e permitirá as populações beneficiárias a melhoria da qualidade de serviços essenciais ao seu desenvolvimento social e económico, educação e saúde. Por outro lado, este projecto irá beneficiar um total de cerca de 6mil famílias, pessoas e entidades, assegurando electricidade a Escolas, Unidades de Saúde e Lares domésticos. Falando na ocasião, o Governador

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da Província de Sofala, sublinhou sobre a necessidade da população estar vigilante para que pessoas de comportamento desviante não vandalizem e nem roubem painéis solares e baterias que garantem o funcionamento do sistema, porque segundo suas palavras, isso poderá retardar o desenvolvimento da Província de Sofala e do nosso país em geral minimizando os esforços do Governo e dos parceiros. " É preciso que as populações sejam vigilantes para que aqueles

que não gostam do desenvolvimento não tenham espaço para roubar, não queira dizer que vocês são ladrões, mas tenho conhecimento por exemplo na Beira, que existem pessoas que roubam cabos eléctricos e retiram postes de energia deixando bairros sem iluminação pública. E isso a acontecer aqui a carga vai baixar, temos que ir em frente, queremos fazer mais coisas para o bem do povo moçambicano. Este sistema foi instalado pelos nossos filhos moçambicanos e temos que

valorizar os esforços como sinal da nossa conquista da liberdade e paz ", disse. Num outro desenvolvimento, o governante acrescentou que é preciso que a pequena Central eléctrica ali instalada não seja vandalizada de modo que a comunidade tenha Escola Secundária que possa permitir que os alunos estudem de dia e noite, a fábrica de processamento de ananás que a população pediu seja instalada e funcione em pleno, entre outras coisas que possam permitir o avanço do nosso país. Refira-se que o sistema ora instalado tem a capacidade de 30 quilowatts e até então pelo menos 60 ligações foram efectuadas. Este projecto que acaba de ser concretizado em Chissinguane conta com o financiamento da Galp implementado através do FUNAE. O evento contou com a presença de várias personalidades nacionais e estrangeiras, tal como demostram as imagens. Lembre-se que a iniciativa foi do Presidente da República Filipe Jacinto Nyusi aquando do lançamento no passado recente do " Programa Nacional Energia para Todos Até 2030 "


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SOCIEDADE

Edifício restaurado na Ilha de Moçambique Foi efectuada no sábado, dia 9 de Fevereiro, a entrega do edifício da Paróquia de Nossa Senhora da Purificação, na Ilha de Moçambique, Diocese de Nacala. A obra de restauro foi efectuada pelo Banco Comercial e de Investimentos (BCI), numa parceria com a empresa MOZAGO Construção. As obras duraram cerca de três meses e consistiram na pintura da fachada do edifício, incluindo reparação em áreas danificadas.

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um acto marcado por cânticos e muita emoção, a cerimónia de entrega foi dirigida pelo presidente da Comissão Executiva do BCI, Paulo Sousa, e contou com a presença do padre Diocesano de Nacala e pároco residente, Patrício Simão, dos fiéis da paróquia, de colaboradores do BCI, de convidados e munícipes locais.

Inserida no quadro da responsabilidade social do Banco, esta acção tem em vista assegurar a conservação e preservação de um dos edifícios históricos da Ilha. Recorde-se que a história, o folclore, a singularidade da Ilha de Moçambique fazem dela um sítio único no mundo, razão pela qual é reconhecida pela UNESCO como Património da Humanidade

Standard Bank tira mais de 5.000 alunos do chão O Standard Bank ofereceu, na segunda-feira, 18 de Fevereiro, carteiras escolares a cinco escolas da autarquia da Matola, província do Maputo. Através deste gesto, que vai beneficiar mais de cinco mil alunos, o banco pretende minimizar a carência deste tipo de material e, por via disso, contribuir para a melhoria das condições de ensino e aprendizagem no País. As carteiras, de dois lugares, serão alocadas às escolas secundárias de Matlemele e Boquisso, bem como às escolas primárias completas da Machava, Unidade H e Ngolhosa, cujos alunos deixarão de estudar sentados no chão. Na ocasião, o presidente do Conselho de Administração do Standard Bank, Tomaz Salomão, afirmou que a oferta destas carteiras visa proporcionar um início de ano lectivo tranquilo aos alunos das escolas beneficiárias.

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“No Standard Bank não trabalhamos só para os nossos clientes, mas também para as nossas comunidades, pois a nossa verdadeira missão é ajudar a desenvolver Moçambique. E é por acreditarmos que só uma educação de qualidade é que impulsiona o desenvolvimento e progresso das nações que estamos aqui a efectuar a entrega destas carteiras”, referiu Tomaz Salomão. Por seu turno, o administrador delegado do Standard Bank, Chuma Nwokocha, explicou que o banco tomou a iniciativa de oferecer este material por acreditar que, para uma aprendizagem condigna e obtenção de um bom aproveitamento, os alunos devem sentir-se cómodos na sala de aula, ou seja, devem estar sentados em carteiras. “Este gesto é bastante simples para as necessidades do País

mas, para nós, é enorme, tendo em conta que vamos tirar mais de cinco mil alunos do chão”, considerou Chuma Nwokocha, que explicou que, para o Standard Bank, a educação é um direito, e não um privilégio, o que justifica os investimentos que o banco tem direccionado a esta área, que é um dos pilares da sua responsabilidade social corporativa. A cerimónia de entrega das carteiras, que teve lugar na Escola Secundária de Matlemele, contou com a presença da ministra da Educação e Desenvolvimento Humano, Conceita Sortane, que, na sua intervenção, congratulou o Standard Bank por se juntar aos esforços do Governo na criação de condições favoráveis para a aquisição de conhecimentos, habilidades, capacidades e atitudes por parte das crianças e dos jovens.

“A oferta destas carteiras é um gesto exemplar e de confirmação de que só unindo os esforços é que podemos oferecer uma educação de qualidade para as nossas crianças”, disse a governante, para quem a educação é um instrumento para a afirmação e integração do indivíduo na vida social, económica e política, indispensável para o desenvolvimento do País. Já os alunos, representados, na ocasião, por Neima Elias, louvaram o gesto do Standard Bank e comprometeram-se a conservar as carteiras de modo a que possam servir às futuras gerações. “Esperamos que continuem com esta iniciativa (de oferta de carteiras escolares) e abranjam outras crianças do País, que neste momento necessitam deste tipo de apoio”, apelaram os alunos


SOCIEDADE

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Para a zona metropolitana de Maputo

Carlos Mesquita faz a entrega de mais 26 novos autocarros O Ministério dos Transportes e Comunicações (MTC) procedeu, na sexta-feira, 15 de Fevereiro, em Maputo, à entrega de 26 novos autocarros aos operadores privados do sector da zona metropolitana de Maputo.

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entrega destes autocarros enquadra-se na implementação do “Plano 1000” que prevê a aquisição de mil autocarros até ao final do quinquénio (2015-2019), altura em que se projecta transportar, só na região metropolitana de Maputo, cerca de 550 mil passageiros, por dia, contra a capacidade de resposta de 10 por cento, o equivalente a 60 mil passageiros, por dia, que se registava em 2015. O ministro dos Transportes e Comunicações, Carlos Mesquita, que presidiu a cerimónia de entrega dos autocarros, referiu, na ocasião, que o Governo tem clareza sobre a complexidade do problema de transporte público urbano, cuja solução não será encontrada apenas com o reforço da frota. “A alocação de autocarros aos operadores públicos e privados é parte de um pacote de medidas estruturais em implementação desde 2015 sendo que, para a sustentabilidade do sector, prossegue a implementação de várias outras medidas, que incluem a melhoria das vias de acesso, manutenção dos autocarros, intermodalidade, melhoria da gestão, bilhética, entre

outras”, realçou o governante. Por outro lado, Carlos Mesquita chamou à atenção para a necessidade de se redobrar esforços, visando a promoção da segurança rodoviária, evitando-se, deste modo, o derramamento de sangue nas estradas do País. Para o efeito, o titular da pasta dos Transportes e Comunicações exortou aos automobilistas para uma condução responsável e segura.

“As tripulações destes autocarros precisam de ser bem preparadas e certificadas para a prestação de um serviço de qualidade aos passageiros, observando o rigor e ética no atendimento ao público”, frisou o ministro. Intervindo, igualmente, na ocasião, o presidente do Conselho Municipal de Maputo, Eneas Comiche, anunciou o lançamento, no quinquénio 2019-2023,

do projecto “Tsutsuma Maputo”, cujo objectivo principal é tornar cada vez mais eficiente o sistema de transportes, mobilidade e acessibilidade, com vista a melhorar a gestão estratégica e operacional dos transportes público e privado na área metropolitana de Maputo. O projecto, a ser implementado em diversas fases, pretende ainda, conforme acrescentou o edil, promover a utilização de meios de transporte de massas, e introduzir melhorias no funcionamento do sistema de transportes urbanos público e privado. “Pretendemos, igualmente, prosseguir com a organização dos transportadores semi-colectivos de passageiros, eliminar o encurtamento de rotas e implementar a central de controlo de tráfego, através de um sistema inteligente de gestão de trânsito e parqueamento, para prevenir o congestionamento na cidade”, concluiu

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CULTURA

Júlio Carrilho problematiza relação entre a arte e a arquitectura Teve lugar na sexta-feira última, no auditório do BCI, em Maputo, o encerramento da exposição de arte dos artistas Sónia Sultuane e Jorge Dias, intitulada ‘Pancho: Outras Formas e Olhares’. Nesta cerimónia, para além de ter sido anunciada a oferta do quadro “7 Vidas”, de Sónia Sultuane, à oncologia do Hospital Central de Maputo, o arquitecto moçambicano Júlio Carrilho proferiu uma palestra sobre a relação entre a arquitectura e a arte.

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começar, Carrilho confessou que teve inicialmente algumas dificuldades para distinguir a arte da arquitectura, porque “era como se estivesse a falar da relação entre uma coisa e a mesma coisa” – disse e prosseguiu: “a arte, na contemporaneidade, já não possui mais a necessidade de estabelecer uma conexão com o mundo real, ou seja, já não é mais fundamental representar algo da natureza, da vida quotidiana. Hoje estabeleceu-se que existe uma possibilidade de transcendência do real. A arte não representa, mas, principalmente apresenta uma questão. Já não se retrata. Também se apresenta um

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problema”. E problematizou: “podemos perguntar: uma obra de arte pode ser um edifício? Para alguns sim. Para este senhor Federico Babina, sim. Um edifício pode ser uma obra de arte sobretudo se estiver relacionado com formas de ver, de fazer o edifício deste ou daquele estilo ou pessoa ou artista. Outros consideram

que a arquitectura é a síntese das artes. Acho que é uma afirmação um pouco presunçosa. Mas existe gente que diz isto”. Voltando ao foco da sua apresentação, Júlio Carrilho enfatizou que “a visão da arquitectura como obra de arte é uma das razões que tornam mais complexa a relação entre arquitectura e arte – digamos da relação entre a arquitectura consigo própria”. E explicou: “uma obra de arquitectura não é feita para ser uma obra de arte. É principalmente para servir uma pessoa, uma família, uma comunidade, um bairro. No caso das obras de arte, o elemento principal é transmitir uma mensagem de forma que, de algum modo, possa criar empatia no observador. Uma obra de arte que não toque o observador é estéril”. Mais adiante colocou a pergunta que não quer calar: será que a arquitectura faz parte

das grandes artes? “Dizem que sim, que as três grandes artes são pintura, escultura e arquitectura” – disse e relativizou: “Mas a arquitectura era. Libertou-se. A arquitectura era todas as técncas de construção misturadas: engenharia, construção projectação, desenho, etc. e foi se libertando ao longo dos tempos desde a Grécia até agora. A última libertação deu-se no século XIX, em que se separa da engenharia. Mas a arquitectura englobava tudo isto. E qualquer dia eu acho que esta arquitectura que nós temos na escola vai desaparecer. Vai aparecer o desenho de objectos e outros. Vai aparecer especializadamente e vai deixar de haver esta coisa de pensar os edifícios como sendo coisas globais. São coisas com muitas coisinhas dentro”. E rematou: “É muito provável que seja uma das áreas de conhecimento ou de cursos em via de extinção, não sei”


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DESPORTO

Miquissone confiante Luís Miquissone diz que pretende relançar a sua carreira na União Desportiva de Songo após uma passagem discreta pelo futebol sul-africano.

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rilhou na temporada 2016, marcando golos para todos os gostos e feitios. Maravilhou os adeptos do futebol moçambicano, com exibições de grande nível e despertou a atenção do Mamelodi Sundonws da África do Sul, clube para o qual viria a transferir-se. Nos “brasileiros”, não teve espaço para mostrar o seu real valor. Porque não era opção, havia que encontrar uma solução para poder jogar. Foi então que o Mamelodi Sundonws emprestou-o ao Chippa United da Premier Soccer League (PSL) e, depois, ao Royal Eagles da segunda divisão, mas não conseguiu convencer o técnico desta formação que é um jogador com muita qualidade.

“É algo que sempre acontece no futebol. Eu sei que sempre trabalhei. Estava à altura de jogar, mas não era opção. Decidi voltar para o clube onde eu nasci e cresci como futebolista para tentar ajudar a equipa. Podem esperar o mesmo Luís Miquissone de sempre. Eu já me enquadrei na equipa”, prometeu.

CMB apoia Têxtil do Púnguè

O futuro é agora. A pérola da União Desportiva do Songo aponta para exibições de grande nível para relançar a sua carreira. “Posso voltar a sair porque estou aqui por empréstimo. Não estou aqui definitivamente. Ainda tenho contrato. Estou aqui para rodar mais. Como sabem, eu não estava a jogar.

Dominguez ganha Taça NedBank

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m jogo “dramático” da Taça NedBank, disputado, no domingo, no Estádio Thohoyandou, o Bidvest Wits de Dominguês venceu o Black Leopards por 2-3, nos penaltes, após igualidade a um golo no tempo regulamentar e no extra, qualificando-se para os quartos-de-final da competição.

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Presidente do Conselho Autárquico da Beira, Daviz Simango, garantiu que o seu Executivo vai continuar a apoiar a turma fabril em salários para jogadores e equipa técnica no Moçambola-2019. “Queremos que a nossa cidade produza campeões, jogadores que possam representar a nossa seleção, para tal temos que investir muito na nossa rapaziada”, desafiou o edil. “In-Facebook do CMB

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Regressei, praticamente, para jogar e tentar ver se posso voltar a sair”, frisou. Com enorme potencial, Miquissone refere ainda que, com a qualidade que a equipa do Songo tem e a exposição nas competições africanas, pode relançar a sua carreira ao nível internacional. “A União Desportiva do Songo é um grande clube. Eu acredito que muitos acompanham a evolução deste clube. É bicampeão nacional e disputa as competições africanas. Posso voltar a disputar uma competição africana na qual outros clubes podem ver o meu potencial”, indicou. Os Mambas são também objectivo de Miquissone que espera ser chamado por Abel Xavier para o compromisso importante diante da Guiné-Bissau, a 22 de Março. É um jogo em que somente a vitória interessa aos Mambas que pretendem voltar a disputar o Campeonato Africano das Nações nove anos depois de terem marcado presença em Angola, em 2010

O “veterano” jogador Moçambicano como é tratado, o capitão dos Mambas, foi eleito “homem do jogo”. É deste Dominguez que a selecção nacional vai precisar em Março,quando defrontar a Guiné-Bissau, em jogo do Grupo K, que encerra as qualificações para o CAN do Egipto, a ter lugar este ano


CULINÁRIA

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Lourdes Meque Rajani

Bacalhau a Brás Ingredientes: 500g de bacalhau 500g de batata palha 2 cebolas cortadas em rodelas meia lua 3 dentes de alho picados 3 folhas de louro 1dl de azeite 10 ovos Azeitonas pretas q.b. Salsa picada q.b. Sal refinado q.b. Pimenta q.b

Preparação: 1. Numa panela com água a ferver, coloque o bacalhau a cozer durante 10 minutos. Depois de cozido, coloque o bacalhau num prato e deixe arrefecer. Limpe o bacalhau de espinhas e peles e desfie-o. 2. Num tacho largo, leve ao lume o azeite e as cebolas. Deixe refogar bem sem queimar. A meio do refogado junte os alhos picados e as folhas de louro. Deixe refogar. 3. Entretanto, parta os ovos e tempere com sal e pimenta. Bata-os um pouco. 4. Depois da cebola refogada, junte o bacalhau e deixe fritar um pouco. Junte a batata e envolva bem. Deixe aquecer um pouco e junte os ovos Bom apetite!

Torta de amendoin com recheio de caramelo Ingredientes: 6 gemas 6 claras 1 chavena de acucar 1 colher de baunilha 5 colheres de oleo 6 de leite ou agua 1 colher sobremesa de royal forno 2 colheres de amendoin picado 1 lata de leite condensado cozido com sabor a caramelo

Preparação Bata gemas com açúcar e de-

pois junte o resto dos ingredientes. Por último o fermento e vai ao forno durante 15/20 min num tabuleiro forrado de papel vegetal e untado de manteiga, a 180graus. Humedeça um pano e espalhe açúcar. Vire a torta para o pano e recheie logo. Enrole imediatamente e deixa enrolado durante cerca de 3 min e coloque num recipiente a gosto. Decore se quiser, cobrindo com o mesmo recheio polvilhe com amendoin

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