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REVISTA

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IMPERDÍVEL Onde Mora a Chama da Esperança

N°60

Periodicidade Semanal Director Editorial: Gervásio de Jesus Ano II Edição nº 60 Sexta - feira, 21 de Setembro 2018 Av. Vladimir Lenine nº 530 – R/C Contactos +258 84 57 45 041; +258 84 55 27 437 Email revistaidolo@idolo.co.mz www.idolo.co.mz

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Política

Fim da candidatura de Venâncio Mondlane

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STANDARD BANK ACONSELHA CLIENTES SOBRE MITIGAÇÃO DO RISCO CAMBIAL ra Nyeleti reinaugufil campo do Maha

Economia

CTA propõe ao BAD a fixar meta de volume de financiamento

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Desporto

Moçambique no Mundial de Cricket de Sub-19

s o t n e l a t e b i x e s e t r a s n a D o t u p a M m e Pag. 34


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ÍCONES DA TERRA

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Biografia de Calisto Cossa

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alisto Moisés Cossa nasceu no distrito de Manjacaze, na localidade de Macuácua, na província de Gaza, a 25 de Junho de 1975, dia da Independência Nacional, mas foi registado em Maputo. A sua infância deu-se no seio de uma família de camponeses e foi moldada pelos usos e costumes tradicionais interligados aos valores religiosos. Foi naquela conjuntura que ainda cedo conquistou simpatia de outros jovens da Igreja do Nazareno da cidade da Matola e liderou vários grupos. Antes, aos 10 anos de idade, filiou-se à Organização dos Continuadores da Revolução Moçambicana, de onde ingressou, em 1994, no partido Frelimo, na qualidade de membro. E, em 1999, integrou-se na Organização da Juventude Moçambicana (OJM), na cidade da Matola. Em 2005, foi eleito membro do conselho provincial da OJM, para em 2011 ser eleito membro do conselho de jurisdição nacional da OJM. Já em 2012, foi eleito membro do Comité Provincial do partido Frelimo, pelos membros do seu partido. A notabilidade de Calisto Cossa dentro da Frelimo há-de ter ganhado ímpeto em 2001, quando foi indicado para trabalhar na Bancada Parlamentar da Frelimo, na Assembleia da República, onde em 2002 foi nomeado Assistente Pessoal do Chefe da Bancada Parlamentar, funções que exerceu até 2005. Em 2004, foi indicado membro da brigada central da Frelimo para a província de Gaza. E como corolário do trabalho realizado, a Frelimo e o seu candidato, Armando Guebuza, venceram as eleições ao nível daquela parcela do país. Calisto Cossa foi indicado, de 2008 a 2013, para membro da brigada central pela província de Maputo, local da sua residência (cidade da Matola), tendo participado activamente nas eleições Autárquicas e Gerais de 2008 e 2009, respectivamente. Ao nível académico, Cossa tem duas licenciaturas: uma em Ciências Sociais – En-

sino de História e Geografia pela Universidade Pedagógica; e outra em Direito, pela Universidade Eduardo Mondlane. Calisto frequentou o curso de Analista Programador de Aplicações do CPD e foi docente nas escolas secundárias Josina Machel; Francisco Manyanga; Liceu Polana; e Escola de Amparo da Matola. Calisto foi, ainda, responsável do sector de obras e Chefe-adjunto de marketing na Kanes Alfaias Agrícolas; e Chefe do Departamento de Relações Públicas no Ministério das Finanças, de onde depois foi nomeado Assistente Pessoal do Ministro das Finanças, Manuel Chang, o que equivale a assessoria, sendo um cargo de confiança. A 28 de Agosto de 2013, o Comité do partido Frelimo, na cidade da Matola, elegeu Calisto Cossa para ser candidato da Frelimo no município da Matola, para as eleições autárquicas agendadas para 20 de Novembro daquele ano. Cossa arrecadou um total de 47 votos contra 17 de Alberto Banze e 11 de Jorge Uane.

No dia 23 de Novembro de 2013, a Comissão Nacional de Eleições, ao nível da província de Maputo, anunciou a vitória de Cossa, com 79.975 votos, contra 59.679 votos do seu rival Silvério Ronguane, que concorreu pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM). Em Fevereiro do ano seguinte, sob uma chuva torrencial, Calisto Cossa tomou posse e prometeu, até 2018, altura em que termina o mandato, tornar a Matola uma cidade aprazível, desenvolvida, limpa e segura, onde todos os cidadãos participam na definição do que deve ser realizado em cada bairro daquela autarquia. O presidente do Conselho Municipal da Matola é casado com Alice Manjate Cossa, e é pai de duas filhas


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EDITORIAL

Saber dar mérito! Gervásio de Jesus

(Jornalista e Psicólogo Educacional)

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ada obsta que em ambiente eleitoralista os políticos se acotovelem civilizadamente e/ou lancem farpas uns contra outros em busca da inegável aceitação popular. Mas nessa atitude, torna-se imperativo saber ser honesto e desencadear uma campanha metódica e pedagógica. O demagogismo em nada ajudará para convencer mentes abertas, letradas e com intervenções puramente centradas no reordenamento de estratégias sociais, tudo em prol do bem-estar. A consciência do moçambicano é hoje viva e artística, porque sabe com inteligência separar o trigo do joio. Até o simples cidadão, menos informado, já sabe o que pretende do seu futuro, como valorizar o espaço que ocupa e que tenciona explorar. Reconhece a qualidade de obras erguidas, visando a melhoria do seu bem-estar, como também sabe questionar as razões que fizeram com que determinadas acções previstas numa governação não fossem concretizadas. Por isso, caro político nada de estar a usar artifícios para seduzir o voto popular. É insensato e antipedagógico dizer publicamente que é errado apostar-se num projecto de continuidade. Entendemos não ser, no todo, razoável essa reprovação pela simples razão de que, em caso de vitória da oposição no sufrágio em perspectiva, ela não irá começar a governar o país do nada. Irá sim dar continuidade ao processo de construção, crescimento e desenvolvimento desta jovem Nação, ainda que venha a ser em matrizes, aparentemente, diferentes só para fazer valer a sua presença governativa. Não queremos acreditar que, se a oposição passar para o poder, irá desconstruir o que está bem implantado, apenas porque foi o governo anterior que fez. Cremos sim que irá procurar me-

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lhorar e expandir, com a sua visão, claro, obras com traçados reconhecidos. Não se deve ventilar a ideia de que é necessário partir o país para começar do zero, porque o outro nada fez. É preciso ser humilde, respeitoso e exibir postura clássica, reconhecendo o que de positivo o outro fez e que o negativo é para ser refeito, ainda que sejam adversários políticos. O jogo político não se resume apenas a farpadas indolentes e muito menos desconexas, pois exige arcaboiço, lucidez e, acima de tudo, verticalidade para assunção dos desígnios popular. É preciso que se olhe primeiro ao espelho para evitar construir talhos, antes do fim do mandato, por questão de egoísmo e orgulho desbarato. É preciso ser meticuloso sob risco de fazer coisas que desagradem o eleitorado. Por isso, o princípio de reconhecimento e atribuição de mérito a obras positivas feitas pelo adversário, revela o bom peso do carácter de um aspirante ao poder. É desaconselhável atacar levianamente os edificadores de instrumentos básicos de vida de uma sociedade pluralista. Saber dar continuidade, com melhor aperfeiçoamento, às obras úteis não constitui nenhum mal e tenha sempre presente, caro político, que estamos num mundo de imperfeições.

FICHA TÉCNICA

Sexta-feira: 09 de Fevereiro de 2018

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Onde Mora a Chama da Esperança

IMPERDÍVEL Director Editorial Gervásio de Jesus

gervasiodejesus@yahoo.com.br

Redacção Gervásio de Jesus, Mustafá Leonardo e Júlio Saul Colaboradores Samuel Sambo e João Chicote

Fotografia Salvador Sigaúque

Layout e Paginação Cláudio Nhacutone

R

TTE

SLE NEW

Revisão Linguística Gervásio de Jesus Web master Paulino Maineque Marketing Idolo

Endereço Rua da Concórdia nº 41– 2º Andar

Contactos +258 84 57 45 041; +258 84 55 27 437

Email: idolorevista@gmail.com/ revistaidolo@idolo.co.mz www.idolo.co.mz

MAPUTO - MOÇAMBIQUE

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OPINIÃO

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FADIGA - um PERIGO rodoviário - pouco controlado em ALTO RISCO !

Como avaliar e combater a fadiga, quando ao volante :

Saiba como prevenir a fadiga ao volante e de como agir para evitar geralmente GRAVES e ou fatais acidentes ! Sempre que se sentir cansado deve decidir por descansar antes de iniciar qualquer tipo de condução. Preste atenção especial às frequentes e repetitivas rotas e ou longos percursos. A sua segurança e a de quem viaja consigo dependem da forma como se prepara para lutar contra a fadiga ao volante. As principais causas de fadiga – Longas e excessivas horas de condução; – Monotonia provocada pelo traçado da estrada; – Posição desconfortável e desajustada ao volante; – Défice de horas de sono; – Exagerado esforço físico; – Trabalho intelectual intenso; – Ingestão de bebidas alcoólicas ou drogas; – Ingestão de certos medicamentos fora de controlo; – Estado de stress; – Estado de doença; – Estar sujeito a temperaturas extremas; – Deficiente arejamento do habitáculo ou interior da cabina do veículo; – Refeição pesada; – Frequência e excessos da Condução nocturna; – Deficiências visuais não corrigidas. Conselhos para lutar contra a fadiga ao volante A aptidão para a condução depende de diversos factores, entre eles o descanso e o alivio. Assegure-se de que somente inicia os actos de conduzir, se e quando reunidas plenas condições. É por isso que se deve DORMIR tranquilo aproximadamente as oito - 8 horas. Opte por Incluir no trajecto, PARAGENS estratégicas de alivio a fim de repor energias activas de compensação ao desgaste físico e mental. Evite conduzir durante períodos excessivamente longos, preveja uma paragem a cada 200 quilómetros, ou após aproximadamente a cada duas horas seguidas ao volante. Pare a viatura e caminhe um pouco. Lembrese que os últimos quilómetros são sempre os mais difíceis e mais propícios a agir desatento, desafiando o risco. Estima-se que, após 2 horas de condução contínua, o tempo de reacção do condutor duplica. Naturalmente a distância de reacção aumenta, necessitando de redobrado atento e aumentar a distancia de segurança !. Ajuste correctamente o Banco do Condutor de forma a sentir-se confortável, conseguindo

Por: Carlos Sousa *

alcançar sem esforço adicional, todos os comandos. Lembre-se que alguns medicamentos podem provocar sonolência, reacção alongada, entre outras interferências, leia a respectiva bula e ou consulte o farmacêutico, assistência paramédica ou o técnico de segurança no trabalho. Caso necessite de recuperar a energia, opte por uma refeição ligeira, antes e ou nas paragens durante a viagem. Mantenha o corpo BEM HIDRATADO, água é vida ! Faça os possíveis para que a temperatura dentro do veículo seja a adequada. Evite o frio ou o calor excessivo. De 30 em 30 minutos, reduza a velocidade, mantenha a cabina do veiculo bem arejada por uns 2 minutos e volte a fechar as janelas. A utilização de óculos de sol enquanto ao volante, tanto ao sol, bem assim durante o percurso nocturno, se intenso de chuva e transito, pois reduzirá notavelmente a sua fadiga visual. Sempre que seja necessário, deve usar adequadamente a PALA para reduzir o encandeamento pelo Sol. Nos momentos em que coincide apanhar de frente , o NASCER ou o POR do SOL , reduza a marcha e pare, para alivio, durante breves minutos ! Não e NUNCA tente resistir à fadiga, nem ao

sono !! A fadiga e o Sono com a condução, são absolutamente incompatíveis. Seja consciente das suas limitações. Aprenda a conhecer-se, a avaliar e Não ultrapasse nem desafie os seus limites ! Quando estamos a abusar das capacidades do nosso corpo, este demonstra uma série de sinais de exaustão e fadiga. Esta é uma lista dos sintomas que poderá sentir: • Bocejos frequentes; • Dificuldade de concentração; • Dificuldade em manter os olhos abertos e em focá-los;

• Sensação de picadas nos olhos ou de olhos pesados; • Sensação de entorpecimento e cãibras nas pernas; • Impaciência ; reduzida pré-disposição para as habilidades. • Mau Humor; • Dificuldade em manter a cabeça direita; • Sensação de reagir com mais lentidão; • Dificuldade em reter em memória acontecimentos imediatamente ocorridos ou anteriores; • Pensamentos desconexos; • Sensação de sonhar acordado; • Bruscas mudanças de velocidade; • Alterações no desempenho da Condução; • Sensação de que todos os outros condutores conduzem mal; Os principais efeitos da fadiga Conhecendo já as causas e os sintomas falta conhecer os efeitos da fadiga na capacidade de conduzir. Caso tenha a noção que está a sofrer dum destes efeitos, deverá parar imediatamente aliviar e descansar:

• Aumento do tempo de reacção ; • Perda de vigilância em relação ao meio envolvente; • Lentificação da resposta reflexa; • Diminuição da capacidade de decisão; • Perturbações na observação/ vista; • Períodos de 1 a 2 segundos com os olhos fechados; • Aumento da sensação de esforço ; • Menosprezo pela sinalização e dificuldades na sua descodificação; • Dificuldade em manter a trajectória do veículo Grato & Atentamente, ...Se conduz,.. opte SEMPRE pela melhor via,..a Preventiva !


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OPINIÃO

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esde praticamente quando comecei a apreender o mundo, lá vão mais de cinquenta primaveras, que oiço falar de Bambeni. Nasci na Maternidade da Missão Malehice, mas cresci em Chipadja, cerca de trinta quilómetros de Chibuto, em direcção a nordeste. Quer em Chipadja, quer em Muguñwane – mais a nordeste, perto da Aldeia das Laranjeiras, a caminho de Manjacaze, onde meu falecido pai foi ser o primeiro professor da Escola Primária de Muguñwane, criada pela Missão – e quer mesmo na cidade de Chibuto, Bambeni foi sempre nome recorrente. Mais na cidade de Chibuto do que nos primeiros dois locais (Chipadja e Mugunwane), muito provavelmente porque distantes. A razão da fama do nome Bambeni era, até agora, o seu principal produto: peixe! O “peixe de Bambeni”! Uma tilápia saborosa, com efeito! Em muitas partes do distrito de Chibuto, conhece-se (melhor dizer, conheceu-se, pois a partir de um certo momento baixou a circulação e chegou mesmo a parar com a guerra de destruição da Renamo) o ‘peixe de Bambeni’! “Swidliwani swa Bambeni haleno!… Swidliwani swa Bambeni haleno...”– gritavam os vendedores da saborosa tilápia de Bambeni pelos bairros de Chibuto, ou pelas várias aldeias, localidades ou postos administrativos do distrito. Uns andavam de bicicleta, outros levavam os molhos de espetos ou na cabeça, ou a tiracolo. Segundo o grande homem de cultura David Abílio, um dos raros coreógrafos africanos, havia até uma canção sobre o peixe de Bambeni que rezava assim: ‘Tihlampfi a Bambeni – A tihlampfi le Bambeni / Hiyo hiyo / A matxolovondzo / Ku ti kuma ni uswa / Hiyo hiyo / A matxolovondzo’. Em tradução livre, quer dizer: ‘Que abundância de peixe em Bambeni/ Ai ai / É indescritível / Se acompanhado de xima… / Ai ai / É indescritível…’ A pesca na Lagoa de Bambeni remonta efectivamente há várias décadas, incluindo mesmo a última da vigência do colonialismo. Os pescadores iam e acampavam nas redondezas o tempo necessário para capturarem a quantidade de peixe que achassem suficiente, punham-no a secar em espetos e, depois, galgavam grande parte do distrito de Chibuto à venda do produto. Quase, quase nunca saboreei o peixe de Bambeni fresco, senão já seco; claro, devido às condições de conservação! Só muito mais tarde, já em Chibuto, onde o velho fixara residência, é que uma ou outra vez circulava peixe fresco daquela lagoa. Digamos que parte considerável do Chibuto conhece o peixe de Bambeni. Ou melhor, o peixe de Bambeni fez, e voltou agora a fazer parte importante da dieta alimentar de parte

Bambeni! Por: Moisés Mabunda *

considerável dos chibutentes! Portanto, parte da economia de Chibuto e consequentemente da da província de Gaza. No entanto, grande parte dos chibutentes e dos gazenses não conhece Bambeni, senão de ouvir falar. Melhor, não conhecia Bambeni. Muito menos a Lagoa de Bambeni! Muitos a conheciam vagamente, de passagem para lá, Maqueze, Lhanganine...etc! Na ida a estas localidades, via Mohambi, Tlhatlhene, passase por este povoado e visualiza-se a lagoa, mas uma vista de esguelha só nos proporciona uma pequena parte daquela ocorrência. Não se capta a maior parte da grandeza, beleza e extraordinariedade da lagoa. Eu próprio, conheci Bambeni com esse conhecer de esguelha, de passagem a caminho de Maqueze ou Lhanganine!…nunca numa situação de... ir apreciar/contemplar este dote, ou dádiva, ou presente da natureza! Durante todos os anos da minha existência, até...agora 8 de Setembro de 2018... Paradoxalmente, para muitos dos...locais naturais, daquelas bandas, Maqueze, Lhanganine, etc., Bambeni é também símbolo de... drama de sofrimento! Quando chove, antes de a estrada que passa por perto ser arranjada, a via torna-se...intransitável! Lamacenta e perigosa! Vários carros foram parar lá embaixo, alguns tendo virado! Muitas vezes, não se passa, até a lama secar. E quando chove muito, as águas de Bambeni transbordam e causam inundações durante considerável período de tempo, impossibilitando a circulação de pessoas e bens durante dois a três meses! Este é o Bambeni que muitos de nós, chibutentes, gazenses, temos na cabeça. Bambeni com que crescemos e transportamos no nosso imaginário. Outras gerações antes de nós, morreram com este Bambeni no seu consciente! Nunca o conheceram fisicamente. Bambeni sinônimo de peixe...seco; e Bambeni cujas águas, quando chove abundantemente, cortam a comunicação com a outra parte... Aquela Lagoa de Bambeni que o mundo viu in loco (estatísticas falam de cerca de 20 mil pessoas que escalaram Bambeni nos dias 8 e 9 de Setembro corrente) ou através da televisão, vídeos amadores e fotografias a partir de vários e variados ângulos e planos era totalmente desconhecida para...todos! Chibutentes, Gazenses e Moçambicanos em geral! Menos para os...descobridores! Quem são os descobridores, ô Zequito Mondlane? O Conselho Empresarial de Chibuto? Diz-se!... Seja quem for que tenha...descoberto (palavra colonialista esta!), temos aqui uma verdadeira prenda da natureza. Como diria a Administradora, uma pérola, a Pérola de Chibuto! Uma paisagem maravilhosa, pró-

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pria, inigualável, incomparável! Uma beleza pura! Praia natural! Águas limpas, límpidas e apetecíveis para um mergulho e nado. Um local que não precisa de nada... Desmatação, abertura de vias, asfaltagem, todas aquelas coisas... NADA! Só precisa de energia e de estâncias turísticas! E, claro, de turistas! Caso para perguntar: Bambeni, onde andaste durante toda esta eternidade? Durante todos estes séculos? Com uma praia que não deve nada a tantas outras a escassos... 50, 60 quilómetros da sede distrital...ou a zero quilômetro para os locais, só fomos conhecer praia a 80 quilómetros... em Xai-Xai! Incrível é como durante todo este tempo andamos ignorantes deste presente da natureza! Muitos a extraírem peixe e a andarem por ali, mas distraídos ou completamente cegos para aquele monumento natural. Dados oficiais indicam que a Lagoa de Bambeni possui uma extensão de 35km². Localiza-se a norte do Distrito de Chibuto, no Posto Admnistrativo de Tchaimite, na Localidade de Tlhatlhene, 60 quilómetros da sede do Distrito de Chibuto. É uma lagoa bastante antiga, com um perfil e uma imagem excêntricas, próprias, inigualáveis. Produz peixe de qualidade e quantidade descomunal, bastante conhecido, apreciado e concorrido na região e redondezas. As suas águas, límpidas e frescas, despertam um grande interesse para o turismo, com destaque para a prática de natação, canoagem, pesca e outros desportos aquáticos. E dispõe de terra para grandes investimentos. Numa palavra: um diamante! Na conferência de imprensa de lançamento do I Festival de Bambeni, em Abril passado, a Administradora do Distrito do Chibuto terminava a sua intervenção com as seguintes palavras: “Dado que palavras podem ser insuficientes para descrever as maravilhas desta pérola de Chibuto, que se chama de Lagoa de Bambeni, - até porque os jornalistas costumam dizer que uma imagem substitui mil palavras -, em nome de todos os chibutenses, quero convidar-vos a juntarem-se a nós nos dias 8 e 9 de Setembro de corrente ano, para juntos festejarmos e convivermos ao som da brisa de Bambeni.” Como 8 e 9 de Setembro já passaram, convido-vos a apreciarem o vídeo amador da minha autoria, que completa este texto!


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POLÍTICA

Autarquia de Maputo

Fim da candidatura de Venâncio Mondlane Hermínio Morais entra em acção

A candidatura de Venâncio Mondlane à presidência do município de Maputo foi definitivamente removida. O Conselho Constitucional (CC) rejeitou – sem sequer apreciar o conteúdo - o segundo recurso da Renamo, apresentado em insistência para tentar salvar a candidatura de Venâncio Mondlane. Fica a dúvida de quem tem razão entre a CNE e a Renamo, no caso da exclusão da candidatura de Venâncio Mondlane.

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erante este cenário, a Renamo decidiu pôr um ponto final a candidatura de Venâncio Mondlane como cabeça-de-lista para as autárquicas de 10 de Outubro e avançar com o número dois da lista do partido, nomeadamente o General Hermínio Morais pela au-

tarquia de Maputo. Apesar de estar conformada, nada faz a Renamo pensar que o afastamento de Venâncio não seja perseguição política. Embora seja assumido relativamente tarde como cabeça-de-lista, Hermínio Morais mostrase confiante num bom resultado. E para o excluído Venâncio Mondlane, o CC

perdeu a oportunidade de fazer pedagogia na sua reacção ao recurso da Renamo, digase, o segundo a ser rejeitado. Para Venâncio Mondlane resta mesmo aguardar pelas futuras corridas eleitorais. Para já, a Renamo decidiu explorar a sua popularidade, indicando-o porta-voz da campanha na Cidade de Maputo

Assembleia da República reúne-se a 18 de Outubro A Assembleia da República reúnese de 18 de Outubro a 20 de Dezembro de 2018, na sua Oitava Sessão Ordinária, da presente legislatura, tendo como matéria central a apresentação do Informe Anual do Chefe do Estado e a Proposta do Orçamento do Estado para 2019. A Comissão Permanente da Assembleia da República esteve reunida nesta quarta-feira em sua vigésima sessão para apreciar os preparativos da oitava sessão da magna casa e definiu no total 31 pontos para abordagem na sessão em perspectiva. Contudo, os assuntos a serem debatidos em plenária poderão sofrer algumas mudanças caso tal se justifique. O Conselho de Ministros já aprovou a proposta do Orçamento do Estado para o ano de 2019 e com uma despesa estimada em trezentos e vinte e quatro mil milhões de meticais


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ECONOMIA

Nyusi nos 200 anos da Ilha de Moçambique O Presidente da República Filipe Nyusi, inaugurou, esta segunda-feira, 17 de Setembro, a Agência e a Mediateca do BCI na Ilha de Moçambique, por ocasião dos 200 anos da elevação da Ilha à categoria de cidade. Esta é umas manifestações que ao longo desta semana coloriram a Ilha de Moçambique, a bicentenária que desde 1991 ostenta o título de património mundial da humanidade, conferido pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).

I Por: Redacção

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onforme exortou o Chefe de Estado, este é o momento em que todos devem empenhar-se para que este património seja preservado, escrevendo, publicitando, filmando, cantando, documentando, celebrando a história, a cultura, a gastronomia da Ilha de Moçambique. Numa cerimónia que contou com a presença de diversas personalidades, destacando-se o ministro da Terra Ambiente e Desenvolvimento Rural, Celso Correia, o presidente da Comissão Executiva do BCI, Paulo Sousa, referiu que “é neste local carregado de história que o BCI se instala, não só com uma agência tradicional mas também com uma Mediateca, e uma galeria e espaço multiuso. Gostava de lembrar que a rede de Mediatecas do BCI, uma das nossas áreas de acção na Responsabilidade Social, tem beneficiado, desde 1997 até hoje, dezenas de milhares de utentes, acima de tudo estudantes, investigadores, professores e amantes da cultura que passam agora, na Ilha de Moçambique, a poder aceder a estes serviços”. Ainda no quadro do bicentenário, teve lugar, nesta terça-feira, a abertura da exposição fotográfica intitulada “Por uma vida com mais luz”, alusiva ao dia Internacional da Consciencialização do Albinismo e organizada numa parceria entre as associações Kanimambo e Albimoz, com o apoio do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua


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ECONOMIA

Governador do Banco de Moçambique recebe enviada britânica O Governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela, recebeu, em audiência, uma delegação do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, encabeçada pela Secretária do Estado para o Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais, Thérése Coffey.

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encontro que teve lugar na sexta-feira, dia 14 de Setembro, nas instalações do Banco de Moçambique, surgiu na sequência da presença, em território nacional, do membro do executivo britânico, no âmbito da preparação da conferência sobre financiamento ilícito a ter lugar de 11 a 12 de Outubro do corrente ano em Londres. Durante o encontro, Thérése Coffey reafirmou o interesse do seu país em manter os laços de cooperação com Moçambique e os restantes estados africanos, tendo reafirmado a intenção recentemente manifestada pela Primeira Ministra Britânica de se tornar num parceiro de excelência em África. O Governador do Banco de Moçambique abordou dois aspectos fundamentais e correntes no nosso país: a modernização do Banco de Moçambique e o actual estado sócio-económico pelo qual o país tem estado a atravessar. No que diz respeito à modernização do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela informou à visitante britânica sobre os esforços que estão a ser envidados, com apoio da Assistência Técnica dos parceiros, visando preparar a instituição para os grandes desafios do futuro, nomeadamente a fase de exploração de recursos minerais e a implementação da legislação sobre branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo. Na vertente socio-económica, Rogério Zandamela apresentou os indicadores macroeconómicos, com destaque para a redução da inflação e da recuperação do crescimento económico, tendo manifes-

tado a abertura do Banco de Moçambique para apoiar a melhoria do ambiente de negócios através das reformas em curso na legislação cambial. Ainda no domínio interno, a governante

britânica ficou informada sobre os últimos desenvolvimentos tendentes a uma paz definitiva, ao panorama fiscal difícil, bem assim aos processos eleitorais em preparação para este ano e 2019


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ECONOMIA

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Economia moçambicana retorna a normalidade O Governador do Banco de Moçambique (BM), Rogério Zandamela, afirmou que os principais indicadores económicos mostram sinais de retorno à normalidade da economia moçambicana, depois de um período conturbado, entre 2014 e 2016.

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andamela falava à luz da abertura oficial do V Encontro de Supervisão Bancária dos Bancos Centrais dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), um Fórum que decorreu, na cidade de Maputo, entre 19 e 21 do mês em curso. Apesar dos sinais, a situação económica ainda está abaixo do seu potencial. O Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos no país, registou uma taxa de crescimento de 3,7% em 2017 e 3,4% no primeiro semestre deste ano. Segundo o Governador do Banco Central, o aumento generalizado de preços de bens e serviços (inflação) recuou drasticamente, situando-se abaixo de cinco por cento nos últimos oito meses. E a taxa de câmbio do Metical em relação ao Dólar estabilizou em torno de 60 meticais, depois de ter atingido 80 meticais em 2016. Sobre o Fórum, Zandamela observou que o facto de 70,3% do capital social no sistema bancário moçambicano ser detido por grupos financeiros estrangeiros desponta o desafio de supervisão transfronteiriça. “A existência de grupos financeiros estrangeiros no nosso sistema bancário contribui para o aumento da concorrência, e diversidade, para além do desenvolvimento da indústria, e a integração na economia global. Entretanto, a forte presença destes grupos têm implicações na regulamentação e supervisão bancária”, advertiu o dirigente. Rogério Zandamela partilhou que no quadro legal moçambicano, a supervisão transfronteiriça é uma realidade que consiste no estabelecimento de memorandos de entendimento, participação nos colégios de supervisores, e realização de inspecções conjuntas com outros bancos centrais. Contudo, realçou que há necessidade de os supervisores dos bancos centrais da CPLP discutirem formas de aperfeiçoamento da cibersegurança e da supervisão transfronteiriça.

“A cibersegurança é um desafio que surge da rápida evolução tecnológica e da globalização da economia, registadas nas últimas décadas. Mostra-se, assim, pertinente o estabelecimento de uma estrutura de governação do risco cibernético, ao nível das autoridades de regulamentação e supervisão, com o propósito de garantir o estabelecimento de um ambiente de cibersegurança resiliente”, concluiu. Refira-se que o V Encontro de Supervisão Bancária dos Bancos Centrais dos Países

de Língua Portuguesa (CPLP) é um Fórum bianual de interacção entre os supervisores da CPLP que potencia o compromisso de cooperação entre as partes e contribui para a harmonização das metodologias de trabalho, bem como para a aferição dos riscos comuns a que os países membros estão expostos. O I Encontro de Supervisão Bancária dos Bancos Centrais da CPLP foi organizado por Portugal em 2011, seguido de Angola (2013), Brasil (2015) e Cabo Verde (2016)


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ECONOMIA

AFRICA INVESTIMENT FORUM

CTA propõe ao BAD a fixar meta de volume de financiamento

O Presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), propôs esta semana ao Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) a fixar uma meta de volume de financiamento que pretende atingir com o Africa Investment Forum.

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ara Agostinho Vuma, esta será uma forma transparente para se auto-avaliar, após a conferência de Novembro próximo em Joanesburgo. Nesta meta, a área prioritária devia ser infraestruturas e agro-indústria, devido ao seu papel na estruturação da economia, bem como o facto de se beneficiar menos que os outros sectores dos recursos internos. O Presidente da CTA falava no lançamento do Africa Investiment Forum, uma iniciativa do BAD que visa a mobilização de fundos para financiar projectos do sector privado. A iniciativa acontece num contexto dos últimos quatro (4) anos, caracterizado pela queda do crédito ao sector privado em Moçambique. Em média anual, o crédito à economia reduziu 8%, de 2016 a 2018, tornando as fontes de financiamento para o sector privado mais escassas. Assim, a CTA vê no African Investment Forum uma oportunidade para alargar as fontes de financiamento ao sector privado, bem como atrair mais investimento estrangeiro. “Com esta iniciativa, vamos finalmente, aumentar o volume de projectos do sector privado financiados pelo BAD em Moçambique e expor projectos estruturantes a diversos actores da praça financeira internacional”, ressalvou o Presidente da CTA


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ECONOMIA

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Banco Mundial financia reabilitação de regadios O Banco Mundial (BIRD) vai investir, a partir do próximo ano, mais de 50 milhões de dólares norte-americanos, na reabilitação de 31 regadios em quatro províncias do centro e norte de Moçambique. A reabilitação das referidas infra-estruturas visa explorar o potencial de quatro mil hectares de terra e, desta forma, incrementar a produção do arroz e complementar os esforços internos de produzir aquele cereal, reduzindo a dependência das importações. O anúncio da disponibilização do financiamento foi feito, há dias, pelo gestor do Programa de Agricultura do BIRD, em Moçambique, Aniceto Bila, escreve a AIM, explicando, que só na região centro do país, que compreende as províncias da Zambézia, Manica e Sofala, serão cobertos pelo projecto mais de três mil hectares. Nas províncias abrangidas pelo projecto de reabilitação dos sistemas de irrigação, de acordo com a fonte, os beneficiários chegam a 30 mil produtores. O BIRD desembolsou, em 2011, perto de 70

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milhões de dólares norte-americanos para desenvolver um programa de reabilitação de regadios nas províncias centrais da Zambézia, Sofala e Manica. Para além deste financiamento, o governo japonês disponibilizou 14 milhões de dólares norte-americanos para reforçar o programa de produção do arroz no Vale do Zambeze. O programa termina este ano e o financiador esteve, recentemente, a avaliar o impacto do investimento. O programa, para além de reabilitar os regadios, principalmente o perímetro de irrigação, compreendeu a formação dos pro-

dutores na transferência de tecnologias, extensão de linha de transporte de energia eléctrica, colocação de motobombas e melhoramento das vias de acesso nas três províncias da região centro do país. Na província da Zambézia, o programa foi desenvolvido nos distritos de Mopeia e Nicoadala. Da avaliação feita no primeiro distrito, os resultados são animadores e o mesmo já não acontece em relação ao de Nicoadala, uma vez que o primeiro empreiteiro abandonou as obras, tendo sido contratado um segundo que, neste momento, está no terreno


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Para prover internet grátis à população

Movitel e INCM assinam acordo

A Movitel SA e o Instituto Nacional de Comunicações de Moçambique (INCM), rubricaram um acordo para implementação do projecto de praças digitais em 6 (seis) municípios, nomeadamente, Beira, Quelimane, Gurué, Nampula, Pemba e Mueda O objectivo é prover internet Internet da Banda Larga (Wi-Fi) de uso gratiuito.

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estes municipios foram eleitas as praças: 3 de Fevereiro e Municipio de Quelimane – Praça do Jardim dos Namorados e Jardim da Piscina Minicipal; Municipio de Nampula: Praça do Jardim Parque e Praça Central na Avenida Eduardo Mondlane; Municipio de Pemba: Praça da Praia do Wimbe; Municipio de Gurué: Praça da Rotunda Municipal; Municipio da Ilha de Moçambique – Praça do Jardim Josina Machel, Praça do Jardim dos Comandates –Museu e Praça da Escola Secundaria da Ilha de Moçambique, nomeadamente. O projecto tem o suporte financeiro do Fundo do Serviço de Acesso Universal (FSAU), onde a MOVITEL co-participa com material tecnico a ser usado. “Este acto, enadra-se nas actividades de responsabilidade social que temos desenvolvido um pouco por todo pais e acreditamos que com os parceiros certos teremos mais gente a usar a internet e, assim, obtendo mais conhecimento do mundo” considerou Hélder Cassimo, director de comunicacao da empresa MOVITEL. Segundo a nossa fonte, o projecto encontra-se na fase de entrega e esta devera acontecer de forma gradual de modo a permitir que a populações possam fazer usufruto desde beneficio. A primeira Praça a ser inaugurada foi a da praça do Jardim Josina Machel na Ilha de Moçambique, no dia 17 de Setembro do corrente ano, que conscidiu com a comemoração dos 200 Anos da Ilha de Moçambique. Esta efemeride contou com a presença do Chefe do Estado Filipe Jacinto Nyusi. “E subsequentemente proceder-se-á inauguração das outras Praças em datas a ser comunicadas.”concluiu a fonte


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Standard Bank aconselha clientes sobre mitigação do risco cambial O Standard Bank orientou, nos dias 18 e 19 de Setembro, uma sessão de aconselhamento sobre gestão eficaz de tesouraria e mitigação do risco cambial nas operações de importação e exportação, dirigida aos seus clientes. Durante a sessão, denominada FOREX Forum e na qual participaram clientes que, no seu dia-a-dia, lidam com importações e exportações, foram abordados temas como o funcionamento do mercado cambial a nível mundial e o seu impacto nas operações dos importadores e exportadores. Foram, igualmente, apresentados diversos instrumentos financeiros usados nas operações cambiais que o Standard Bank coloca à disposição dos clientes para ajudá-los a mitigar o risco nas importações e exportações. Conforme explicou Jeu Zango, director da Sala de Mercados do Standard Bank, a sessão tinha como objectivo explicar aos clientes, através de ilustrações práticas com casos verídicos de transações que o banco vem executando, que, para além dos instrumentos que usam no seu dia-a-dia, existem outros que podem ser aplicados na gestão do risco cambial, tais como o FX Forward (contratos a prazo), e o SWAP. “Os nossos clientes estão expostos ao risco cambial, independentemente de ser um retalhista que importa o produto final para revender ou uma indústria que importa a matéria-prima para transformá-la”, disse Jeu Zango, que realçou a pertinência da sessão face às flutuações cambiais que se registam nos últimos 3 anos e à introdução de um novo Regulamento Cambial que alterou o comportamento dos operadores no mercado. Essencialmente, aos clientes foi demonstrado que “há uma forma de controlar ou mitigar o risco cambial, sem ter de ficar à mercê do mercado. Temos organizado sessões de educação financeira para os nossos clientes e isso tem resultado na poupança de custos relacionados com o risco cambial”. No final da sessão, os participantes fizeram uma simulação de funcionamento de uma sala de mercados para poderem me-

lhor compreender a volatilidade do mercado cambial e o seu impacto nos negócios. Germindo Ofice, representante da Barloworld Equipamentos Moçambique, lida com importações e louvou a iniciativa do Standard Bank, que, na sua opinião, serviu para dissipar muitas dúvidas que pairavam à volta da fixação das taxas de câmbio e dos preços de bens e produtos no mercado internacional. Através desta iniciativa, “passamos a ter noção da origem das taxas de câmbio que os bancos nos dão e isso é muito importante para nós que lidamos com as salas de mercado. Também pudemos ter uma ideia da tendência dos mercados em relação aos

nossos produtos”. Opinião semelhante teve Alexandra Panguene, da Companhia de Desenvolvimento do Porto de Maputo (MPDC, sigla em inglês), para quem a sessão serviu para esclarecer muitas questões ligadas ao comércio internacional. “Lidamos, no nosso dia-a-dia com o comércio internacional e quase todas as questões relacionadas com as operações bancárias que realizamos foram abordadas na sessão. Isso vai ajudar-nos a encurtar os prazos de pagamento, a sermos mais compreensivos quando interagimos com a Sala de Mercados, entre outras vantagens”, afirmou Alexandra Panguene


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Canudo é a ferramenta para enfrentar os desafios que o País oferece -diz Narciso Matos, Reitor da Universidade Politécnica A Universidade Politécnica, a maior instituição de ensino superior privado do País, realizou, no sábado, 15 de Setembro, na cidade de Maputo, a sua XX Cerimónia de Graduação, na qual foram colocados no mercado um total de 334 estudantes dos diversos níveis e cursos que lecciona. Trata-se de 306 licenciados em Administração e Gestão de Empresas, Administração Pública, Assessoria de Direcção, Ciências da Comunicação, Ciências da Educação, Ciências Jurídicas, Contabilidade e Auditoria, Economia, Educação de Infância, Engenharia Ambiental, Engenharia Civil, Engenharia Informática e Telecomunicações, Gestão de Empresas, Gestão Financeira e Bancária, Gestão de Recursos Humanos, Informática de Gestão, Psicologia e Turismo e Gestão de Empresas Turísticas. Os restantes 28 são mestrados em Direito Empresarial, Economia Agrária e Sociologia Rural, Formação de Formadores em Gestão e Administração em Saúde, Administração Pública, Contabilidade, Fiscalidade e Finanças Empresariais, Direito de Empresas, Gestão de Empresas, Gestão Estratégica de Negócios e Gestão Estratégica de Recursos Humanos. Dirigindo-se aos graduados, o reitor da Universidade Politécnica, Narciso Matos, instou-os a não olharem para o canudo como o fim de uma etapa, mas como uma ferramenta que lhes vai permitir enfrentar os desafios e tirar proveito das oportunidades que o País oferece. “Assumam os vossos graus como uma oportunidade e incentivo para se actualizarem e para estarem permanentemente na fronteira do conhecimento nas vossas áreas de saber”, apelou Narciso Matos. Por seu turno, os graduados, que se fizeram representar por Cláudio Mujovo e Laura Andrade, disseram estar cientes dos desafios que lhes esperam pela frente, num mercado cada vez mais exigente e competitivo. “Concluída esta etapa, continuaremos guerreiros, pois nos sentimos preparados e dotados de mais conhecimentos, capacidades, habilidades e competências não só científicas, mas também humanas para participar no grande desafio de contribuir

para que no nosso País e no mundo inteiro haja mais progresso”, sublinhou Cláudio Mujovo. A cerimónia contou com a presença da governadora da cidade de Maputo, Iolanda Cintura, que, na sua intervenção, disse esperar que os graduados sejam impulsionadores de mudanças qualitativas do processo de desenvolvimento do País em todas as frentes. Por isso, explicou a governadora, “a vossa tarefa deverá passar, principalmente, por transformar todo o conhecimento teórico em acções concretas. Ou seja, não devem esperar que alguém o faça por vocês, porque estão dotados de ferramentas para prosseguir com a vida de forma triunfal”. A XX cerimónia de graduação da Universidade Politécnica teve como convidado de

honra o presidente do Instituto Nacional de Estatística (INE), Rosário Fernandes, para quem o evento é sinónimo de reconhecimento da aptidão dos graduados para enfrentar os desafios da sociedade. “A cerimónia certifica-vos como academicamente aptos para os desafios da sociedade, da economia e dos valores da cidadania nacional. Os conhecimentos adquiridos devem, por isso, servir de fundamento recorrente de carácter, personalidade, integridade e afirmação profissional no mercado de trabalho”, referiu Rosário Fernandes. Importa realçar que, com esta cerimónia, a Universidade Politécnica encerra o ciclo de graduações do ano 2018, durante o qual colocou no mercado um total de 35 mestres e 719 licenciados em Nampula, Nacala, Zambézia, Tete e Maputo


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Standard Bank proporciona emissão às comunidades de cerca de 7.000 documentos de identidade O Governador da província de Maputo, Raimundo Diomba, enalteceu o projecto de cidadania promovido, recentemente, pelo Standard Bank, visando a emissão gratuita de documentos essenciais, permitindo o gozo efectivo da cidadania às populações mais carenciadas.

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urante os meses de Julho e Agosto, nos municípios da Matola, Xai-Xai e Alto Molócuè, nas províncias de Maputo, Gaza e Nampula, respectivamente, foram emitidos gratuitamente cerca de 7.000 documentos essenciais, nomeadamente Bilhetes de Identidade, Cédulas Pessoais e NUITs (Número Único de Identificação Tributária). Trata-se da continuidade do projecto de cidadania, iniciado em Agosto de 2011, que tem por objectivo promover o gozo efectivo da cidadania às populações mais carenciadas e insere-se na responsabilidade social corporativa desta instituição bancária. Nesta empreitada socialmente responsável, as brigadas móveis da Autoridade Tributária de Moçambique e do Registo e Notariado emitiram, em conjunto, 1.137 NUITs e 915 Cédulas Pessoais, respectivamente. Enquanto isso, as brigadas da Direcção Nacional de Identificação Civil processaram, igualmente, 4.523 Bilhetes de Identidade. Raimundo Diomba, que visitou o local onde decorreu este projecto no munícipio da Matola, considerou que a iniciativa do banco valoriza a cidadania moçambicana, fazendo com que as pessoas tenham acesso a documentos essênciais, que provam que são de facto moçambicanas. “Não é fácil, pois apesar de estarmos na cidade da Matola, podemos constatar que há muita gente a aderir ao projecto, o que significa que não tem documentos, situação que pode ser ainda pior no campo”, comentou o governador, realçando que o fluxo da população demonstra que se trata de uma actividade que vale a pena desenvolver. Uma das beneficiárias do projecto de cidadania no município da Matola foi Elisa Filimone Manungo. Com a sua filha de três anos no colo disse ter conseguido registar a criança, assim como tratar do seu Bilhete de Identidade, sem pagar nada. “Estou muito satisfeita. Cheguei logo

pela manhã, fiz a fila e consegui registar a criança e ainda tratar do meu Bilhete de Identidade pelo que agradeço ao banco pela oportunidade”, concluiu. Ainda no âmbito das celebrações dos 124 anos, o presidente do Conselho de Administração do Standard Bank, Tomaz Salomão

anunciou ainda que o projecto de cidadania vai abranger os distritos de Caia, em Sofala e Cuamba, em Niassa, proporcionando aos cidadãos com menos posse a oportunidade de ter acesso aos seus Bilhetes de Identidade a custo zero


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INSS:

Delegados distritais e chefes de departamento capacitam-se em matéria do SISSMO Chefes dos departamentos do Seguro Social e delegados distritais do INSS-Instituto Nacional de Segurança Social beneficiaram, esta segundafeira, 17 de Setembro, em Maputo, de uma capacitação em matéria do SISSMO-Sistema de Informações da Segurança Social de Moçambique.

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rata-se de uma formação inserida no âmbito do projecto de modernização e informatização do sistema, de modo a atender às reais necessidades da Segurança Social moçambicana. De acordo com Vitorina Tsutsumer, chefe substituta do Departamento de Informática do INSS, pretende-se com esta iniciativa consolidar o processo de informatização do sistema que se encontra na sua derradeira etapa. “Entendemos que é oportuno consolidar o processo de modernização e informatização do sistema, verificar onde se deve potenciar mais e apurar o que pode ser adicionalmente feito para tornar este projecto consolidado”, explicou Vitorina Tsutsumer. É intenção do INSS, segundo acrescentou a chefe substituta do Departamento de Informática, melhorar o domínio do sistema, potenciando a todos os actores em termos de utilização e avaliar se o pacote informático responde às necessidades do INSS. Anteriormente, quando do XXIX Conselho Coordenador do MITESS-Ministério do Trabalho, Emprego e Segurança Social, realizado, em Inhambane, o INSS promoveu a formação dos delegados provinciais. O objectivo é criar condições necessárias para que os delegados provinciais e distritais possam assumir mais protagonismo, sobretudo, no que diz respeito aos cálculos e processamento das prestações. “Queremos que haja, igualmente, mais dinâmica ao nível das delegações distritais, atribuindo-lhes alguma responsabilidade que lhes permita receber alguns processos para efeitos de análise”, frisou Vitorina

Tsutsumer. Importa realçar que, com a introdução de reformas tecnológicas no INSS, o tempo de provisão de serviços reduziu significativamente. Antes se levava 6 meses a um ano para se fixar uma pensão, hoje reduziu-se o tempo para 15 a 30 dias no máximo. Os outros tipos de benefícios reduziram para 7 dias, com excepção do subsídio de funeral que é atribuído no mesmo dia


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Cinco edifícios modernos inaugurados em Maputo O Presidente da República, Filipe Nyusi, inaugurou nesta quinta-feira em Maputo um conjunto de cinco prédios que compõem a JAT Centre. Os edifícios estão situados na Baixa da Cidade na zona do Aterro de Maxaquene, onde o Grupo JAT também tem outros edifícios de escritórios. O projecto custou ao grupo mais de 130 milhões de dólares americanos. O conjunto de edifícios comporta um centro de saúde e estética mais moderno e considerado como sendo um dos melhores de África, com ginásio com equipamentos da mais alta tecnologia, piscinas interiores com água aquecida para aulas de natação e acqua terapia, salas de massagens, ioga entre outras relacionadas com saúde e bem-estar. O edifício conta com um hotel de quatro estrelas com 178 quartos, um centro comercial com 56 lojas uma zona residencial com 84 apartamentos de várias tipologias e um

enorme parque de estacionamento com capacidade para mil e oitocentas viaturas de mais de três mil que o grupo construiu em todos os seus edifícios erguidos no aterro de Maxaquene. Durante a cerimónia, o Presidente da República saudou os accionistas por apostarem naquele projecto que vem impulsionar o desenvolvimento da cidade de Maputo dotando-a de edifícios modernos e que respondem à demanda do mercado cada vez mais exigente.

“Apelamos para um maior empenho na materialização do programa Bem Servir, como um dos instrumentos que devem assegurar a qualidade dos serviços prestados através de uma postura de maior responsabilidade, honestidade e cordialidade. Há ainda que manter um bom relacionamento com os trabalhadores a vários níveis e com a sociedade moçambicana onde estão inseridos pois são pressupostos fundamentais de sucesso de qualquer investimento”, recomendou o Chefe de Estado

Certidão de quitação automática:

Emitidas mais de 5 mil certidões para empresas quites com o INSS

A ministra do Trabalho, Emprego e Segurança Social reiterou, quinta-feira, 20 de Setembro, em Maputo, que só os empresários que estão quites nas contribuições e cumprem regularmente com as suas obrigações com o Sistema de Segurança Social podem obter a certidão de quitação. Vitória Diogo fez este pronunciamento ao proceder à abertura da Reunião Nacional do INSS-Instituto Nacional de Segurança Social que tem como propósito discutir os principais instrumentos de política e de gestão do instituto, nomeadamente a evolução do Sistema de Segurança Social Obrigatória, a situação contributiva e o actual estágio do processo de informatização, para melhor gestão de sinergias. Há sensivelmente três meses que os empresários podem, no conforto dos seus escritórios, declararem as suas contribuições, obterem as guias de pagamento, verificarem a situação contributiva e emitirem as certidões de quitação, que lhes permitem participar em concursos públicos e ainda demonstrarem a sua idoneidade junto dos potenciais parceiros.

“Desde que foi lançada a certidão de quitação automática já foram emitidas acima de cinco mil certidões”, indicou a governante, acrescentando que a informatização do sistema tinha, por um lado, em vista eliminar focos de irregularidades e assegurar que os empresários quites com o Sistema de Segurança Social, que salvaguardam os direitos fundamentais do trabalho, tenham as suas certidões emitidas para servirem de exemplo. Num outro desenvolvimento, Vitória Diogo anunciou que o INSS vai prosseguir com o processo de correcção dos dados, designado “Operação Limpeza”, com vista a sanar todas e possíveis inconsistências, decorrentes da informatização e modernização do Sistema de Segurança Social em Moçambique. Esta operação, a ser levada a cabo, até finais de Novembro próximo, em coordenação com as entidades empregadoras, representações sindicais e com os trabalhadores, visa esclarecer e sanar possíveis inconsistências detectadas no âmbito do processo de informatização. Ainda na ocasião, a ministra referiu-se

ao alargamento do âmbito pessoal e material da segurança social, consubstanciado pela cobertura dos Trabalhadores por Conta Própria e pela introdução do subsídio de maternidade, que tem implicações quer nas receitas captadas como também nas despesas do sistema. O conhecimento da magnitude desta situação, conforme salientou Vitória Diogo, possibilita a aferição do impacto das referidas reformas na sustentabilidade financeira do sistema: “Para o efeito, arrancou no presente mês o Estudo Actuarial da Segurança Social Obrigatória, cuja conclusão está prevista para o mês de Dezembro do corrente ano”, indicou. Deste modo, a ministra considerou ser de capital importância a integração de técnicos do INSS na equipa de trabalho liderada por peritos da Organização Internacional do Trabalho (OIT), tendo em vista a sua capacitação para assumir a dianteira na realização de futuras avaliações, tendo em conta o comando legal que estabelece a realização das referidas avaliações de três em três anos

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Nyeleti interage com jovens da IURD

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Ministra da Juventude e Desportos, Nyeleti Brooke Mondlane, manteve um encontro, esta semana, em Maputo, com cerca de 700 jovens da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), num dos Cenáculos da capital. O evento serviu de plataforma de interacção entre Governo e a juventude daquela igreja, no âmbito do Projecto "Jovem Nota 20".

Zambézia contra HIV

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ob o lema “Homem forte e corajoso faça o teste de HIV e cuida da família”, a Direcção Provincial de Saúde da Zambézia, Governo do distrito de Quelimane e FGH organizaram recentemente (15.09.18) uma passeata de bicicleta em Quelimane. Estiveram presentes na iniciativa milhares de populares e pelo menos 1800 taxistas fizeram testes de HIV, no âmbito do alcance zero de novos casos, zero óbitos e zero discriminação por HIV. Trata-se de uma iniciativa para continuar a ser desenvolvida noutros locais da província da Zambézia


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Inaugurado maior armazém de medicamentos em Nampula O Presidente da República, Filipe Nyusi, inaugurou este domingo o armazém regional de medicamentos que passa a abastecer as províncias de Nampula, Niassa, Cabo Delgado e Zambézia. Trata-se do maior armazém de medicamentos do país e o segundo construído de raiz.

I Por: Redacção

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ocalizado no posto administrativo de Natiquire, a 15 km do centro da cidade de Nampula, o armazém regional de medicamentos tem capacidade de seis mil e duzentas paletes, é o segundo construído de raiz no país e o único concebido para integrar na sua gestão, para além de medicamentos, material médico-cirúrgico e vacinas. É o principal armazém de abastecimento às províncias de Nampula, Niassa, Cabo Delgado e Zambézia. A sua entrada em fun-

cionamento vai melhor a capacidade de reposição atempada de “stock” nas unidades sanitária. Acompanhado pela ministra da Saúde, Nazira Abdula, o Presidente da República realizou uma visita guiada, enquanto ouvia a explicação do seu funcionamento. Para Filipe Nyusi, a construção deste armazém enquadra-se na implementação do Plano Estratégico de Logística Farmacêutica e vai aumentar a capacidade de gestão e abastecimento de medicamentos nos hospitais, evitando a ruptura de “stock”, e po-

derá diminuir o desvio de medicamentos ao longo do processo de transporte. As obras foram financiadas pelo Governo dos Estados Unidos da América, através da USAID, e custaram oito milhões de dólares. O Embaixador norte-americano em Moçambique entende que este é o resultado da cooperação existente entre os dois países. A localização estratégica na cidade de Nampula vai permitir que receba 50% do volume de medicamentos e artigos médicos a partir do porto de Nacala e do Aeroporto de Nampula

Inhassoro

Sul-africano investe na produção pecuária

Chama-se Eugene Pretourius, um investidor de nacionalidade sul -africana, que escolheu a província de Inhambane, distrito de Inhassoro, localidade de Cometela, para investir cerca de 16 milhões de meticais na produção pecuária, encontrando-se neste momento a explorar uma área de cerca de cinco mil hectares, com 650 cabeças de gado bovino de corte da raça Bos Mara, 300 poedeiras e 150 ovelhas.

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investidor disse ao governador da província que a sua pretensão é ver a sua produção crescer, nisto pediu ao governante o aumento da sua área para 10 mil hectares. O Governador da Província de Inhambane, Daniel Chapo, que escalou a farma no âmbito da visita que efectua ao distrito de Inhassoro para fazer acompanhamento das actividades do Executivo lo-

cal, mostrou-se satisfeito e garantiu que nos próximos dias irá enviar uma equipa técnica para apoiar o investidor. Ainda nesta segunda-feira, o governante realizou um comício popular no povoado de Macheco, na localidade de Cometela, onde apelou a população para se empenhar na produção cajuicola e criação de gado com vista a aumentar a produção e produtivida-

de. Nesta terça-feira, Daniel Chapo esteve em Mangumgumete onde procedeu a entrega de sete (7) furos de água construídos com fundos provenientes dos 2.7 por centos das receitas de exploração de gás pela SASOL em Pande, distrito de Inhassoro, e visitou uma associação de agricultores, assim como tanques piscícolas


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Nyusi oferece carteiras O Presidente da República, Filipe Nyusi, dirigiu, nesta segunda-feira em Nampula, as comemorações da passagem de 200 anos após a elevação da Ilha de Moçambique à categoria de cidade. Nyusi orientou diversas actividades em Nampula, entre as quais, a inauguração do Armazém Regional de Medicamentos e Artigos Médicos, a abertura da Conservatória do Registo Civil e Notarial local e a entrega de 90 mil carteiras escolares, ao distrito de Monapo. Ainda no âmbito dos festejos do bicentenário da Ilha de Moçambique, Nyusi enalteceu a cultura moçambicana. “Eu disse em Lichinga, durante o Festival, que o melhor bilhete de identidade que o moçambicano tem é a sua cultura e aqui ficou evidente. Quem quer conhecer Moçambique através das danças, dos cantos, de todo o país, aqui soaram. Ouvimos sons de Nampula, da Ilha a predominar, mas ouvimos os sons do Sul e do Centro do nosso país. Esta é que é a nossa identidade real; bastou só ver os movimentos das meninas da Ilha, aqueles saltos dos rapazes da Ilha e não só, gente de todas as gerações “, frisou o Presidente da República, Filipe Nyusi

AT dentro das metas A Autoridade Tributária de Moçambique (AT) projecta arrecadar cerca de 244,6 mil milhões de meticais (MT) em receitas, conforme proposta da Lei do Orçamento do Estado para 2019 formulada pelo Governo. A informação foi tornada pública nesta quartafeira, no distrito da Moamba, província de Maputo, pela presidente da AT, Amélia Nakhare, durante a abertura oficial da IV Reunião Nacional de Planificação daquela instituição tributária. “Espera-se que a partir de 2019 a AT passe a beneficiar de um por cento, estabelecido na Lei, como contribuição do Estado para a melhoria de eficiência produtiva, 25 por cento dos quais serão canalizados para o fortalecimento do fundo social dos funcionários, subsídios de desempenho e melhoria das condições logísticas dos funcionários nas unidades de cobrança e fronteiras”, disse. Segundo Amélia Nakhare, até ao final do primeiro semestre do ano em curso a receita arrecadada pela AT indicava o registo de 105.293,28 milhões de meticais, o correspondente a uma execução de 100,74 por cento em relação ao programa do período em apreço, estabelecido em 104.5015,34 milhões de meticais. “No período de Janeiro a Agosto foi cobrado o montante de 142.667,31 milhões de MT, o que corresponde a uma realização de 100,45 por cento, de

uma meta fixada em 142.025,32 milhões de MT, correspondendo a 64 por cento da meta anual, no valor de 222.859,69 milhões de MT, faltando por cobrar 80.192,38 milhões de MT”, explicou. A dirigente reconhece que o sector do turismo continua a ser “calcanhar de Aquiles” na cobrança de impostos, sobretudo nos casos de reservas efectuadas no exterior e na gestão das receitas de estâncias turísticas localizadas em ilhas, ao longo do país. “As auditorias a este sector de actividade desempenham um papel determinante, daí que em 2019 continuaremos a privilegiar as formações específicas e especializadas, com destaque para auditorias informáticas para fazer face a este grande desafio”, disse. Nakhare realçou que a tributação dos projec-

tos de exploração mineira e petrolífera constitui um desafio contínuo, desde a capacitação técnica, com destaque para aspectos legais, de análise de risco e de auditoria especializada, cujo desiderato é garantir maior eficiência e consequente aumento dos níveis de contribuição nas receitas do Estado. “Em 2017, este sector contribuiu com cerca de 10,3 mil milhões de meticais, excluindo as provenientes da tributação das mais-valias que foram de cerca de 252 milhões de dólares norte-americanos”, referiu. Para o presente ano, de acordo com Amélia Nakhare, a AT espera cobrar cerca de 13,1 mil milhões de meticais norte-americanos, que representa um aumento de 21 por cento em relação ao ano passado


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MCTESTP enaltece o trabalho do ISUTC O ministro da Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e Técnico Profissional, Jorge Nhambiu, enalteceu o trabalho desenvolvido pelo Instituto Superior de Transportes e Comunicações (ISUTC) por estar virado desde a sua criação para as áreas tecnológicas ligadas aos transportes e comunicações, uma área estratégica de actuação do Governo com vista à promoção do crescimento e desenvolvimento socioeconómico do país.

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orge Nhambiu falava durante a sétima cerimónia de graduação do ISUTC, onde fizeram parte 186 graduados, sendo 181 outorgados com o grau de licenciatura em Engenharia Civil e de Transportes, Engenharia Mecânica e de Transportes, Contabilidade e Auditoria, Gestão e Finanças. Para o grau de mestrado fizeram parte cinco graduados nas áreas de Engenharia de redes e sistemas de comunicação e Avaliação do Impacto ambiental. Para Nhambiu é necessário reconhecer, que leccionar cursos na área das Engenharias constitui sempre um desafio enorme, pois, requer apetrechamento em laboratórios, em oficinas e noutros meios didácticos de Ensino-Aprendizagem com um grau de sofisticação superior ao que é necessário em muitas outras áreas de ensino, exige também investimentos muito elevados na aquisição e manutenção desses mesmos meios. Num outro desenvolvimento, o dirigente disse haver dificuldade de obtenção de Docentes altamente qualificados e em quantidade para leccionarem nestas áreas de ensino, associado à reduzida procura por parte dos estudantes de cursos ligados às Ciências, Tecnologias, Matemáticas e Engenharias, comparativamente aos cursos de Ciências Sociais e Humanidades. Contudo, o ministro encoraja e saúda os esforços e os resultados que o ISUTC tem empreendido no estabelecimento de parcerias com sectores públicos e privados ligados à indústria, aos serviços e ao Ensino Superior, tanto em Moçambique, como no estrangeiro

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Premiados os melhores contribuintes O Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, disse, na quarta-feira, 19 de Setembro, em Maputo, que o sonho do Governo é ver Moçambique dispor de um Sistema de Segurança Social sustentável e moderno, que responda às exigências dos contribuintes e dos pensionistas, acompanhando a dinâmica do desenvolvimento tecnológico.

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estadista, que presidiu a gala alusiva aos 30 anos do INSS-Instituto Nacional de Segurança Social, manifestou satisfação pela expansão dos serviços de segurança social para mais cidadãos nacionais, incluindo as reformas tecnológicas implementadas pelo instituto. “Por isso, hoje os utentes do sistema não precisam de percorrer longas distâncias para tratar de assuntos relativos à segurança social, pois é possível em tempo real, através de um simples telefone ou computador ter acesso a toda situação contributiva e remeter a declaração de remunerações”, frisou. Ainda neste contexto, o Chefe do Estado enalteceu a introdução da plataforma “Minha Contribuição - Meu Benefício”, que possibilita ao trabalhador consultar a sua situação contributiva, tornando-se assim no primeiro fiscal da sua situação: “Desde Maio de 2017 já acessaram a esta plataforma mais de 62.300 beneficiários”, sublinhou. Num outro desenvolvimento, Filipe Nyusi considerou que os empresários, foram igualmente, beneficiados com a onda de reformas que têm sido introduzidas no INSS, pois, o sistema tornou possível a emissão automática da certidão de quitação: “Sentado, a partir do conforto de um gabinete já é possível entrar no sistema e emitir a certidão de quitação, desde que não tenha qualquer tipo de irregularidades com o INSS”, referiu o Presidente da República, destacando o facto de a inovação habilitar ao empresário de participar em tempo oportuno nos concursos públicos abertos pelo Estado. A gala de celebração dos 30 anos do INSS

contou com a participação de perto de 950 convidados entre titulares de órgãos de soberania, membros do Governo, parceiros sociais do INSS, representantes de partidos políticos, membros do corpo diplomático, representantes da sociedade civil, sector privado, entre outros. A ministra do Trabalho, Emprego e Segurança Social, Vitória Diogo, disse, na ocasião, que a organização do evento contou com a generosidade do sector privado, que cobriu

70 por cento dos custos. No decurso da cerimónia foram anunciados os melhores contribuintes apurados através de um sorteio, em quatro categorias, nomeadamente Grandes Empresas, Médias Empresas, Pequenas Empresas e Trabalhadores por Conta Própria. Por ordem, as distinções foram atribuídas ao Millennium Bim (delegação de Nampula), Empresa Moderna, Summa Lda, da província de Gaza, e Miguel Zefanias


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SOCIEDADE

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PME moçambicana

Software para saúde infantil coloca Ologa no 'top 3' mundial A Ologa Sistemas Informáticos, empresa participada pela Gapi-SI, é uma das três PME Global com maior potencial de expansão ao nível mundial, juntamente com as empresas Talamus Health dos EUA (vencedor da categoria) e a empresa Dropque da Nigéria, de acordo com a União Internacional da Telecomunicação (ITU, na sua sigla em inglês) e a agência da ONU responsável por questões relacionadas às Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs).

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ste reconhecimento foi alcançado durante a realização da 4ª edição do ITU - Telecom World Awards, que decorreu de 10 a 13 de Setembro corrente, em Durban, na África do do Sul, prémio para o qual concorreram cerca de 250 empresas de todo o mundo. A ITU Telecom World é uma plataforma global para a aceleração de inovações em TIC, com vista a proporcionar um desenvolvimento económico e bem-estar social de forma rápida, por meio da exposição às soluções digitais num fórum de partilha e conexão entre países, organizações e indivíduos. Moçambique participou com 14 "start ups", cuja presença foi apoiada pelo Instituto Nacional de Comunicações de Moçambique (INCM). Neste evento, a Ologa, representada pelo seu director, Mulweli Rebelo, apresentou como uma das suas soluções digitais o SureTrack - um software de monitoria & avaliação e de gestão de casos para projectos relacionados com a saúde e impacto social. Esta solução é virada para crianças órfãs e vulneráveis com principal enfoque para as vítimas do HIV.

“Espero, sinceramente, que o reconhecimento global de receber um ITU Telecom World Award, de um painel internacional de especialistas, ajude esses talentosos proprietários de empresas a ampliar e levar os seus negócios para um cenário global” – disse Houlin Zhao, Secretário-Geral da ITU. Mulweli Rebelo considera que “esta posição representa o reconhecimento por parte de especialistas, do grande trabalho que temos vindo a desenvolver, no sentido de usar as TICs para contribuir para facilitar e melhorar as vidas das pessoas, neste caso particular das crianças vulneráveis”, considerou, acrescentando que “é uma grande responsabilidade, porque significa que temos um produto susceptível de ser expandido à escala global". A Ologa está no mercado moçambicano

há sete anos e desde o início tem merecido a confiança de grandes empresas que procuram soluções tecnológicas desenvolvidas por esta empresa participada pela Gapi-SI. No caso do SureTrack, já são parceiros o Governo de Moçambique, através do Ministério do Género, Criança e Acção Social e outros multilaterais como FHI360, USAID, Care, World Vision e instituições privadas como a Gapi, dentre outros. De salientar que a Ologa já venceu o prémio empresa mais inovadora de Moçambique, no concurso "100 Melhores Pequenas e Médias Empresas de Moçambique", co-organizado pelo grupo SOICO e o Ministério da Indústria e Comércio. A empresa, foi igualmente finalista no African Entrepreneurship Award, através de uma solução relacionada à saúde


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CULTURA

A lixeira, a mesa de Paulino e Marito (2)

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I Por Fijamo Sadeia

uxando a senhora pela sua bolsa que estava no banco traseiro do carro donde retirara uma quantia que, segurando pela mão esquerda, de longe, como se estivesse a evitar algum contacto com aquele maltrapilho, soltara-a, caindo nas mãos negras do menino. De soslaio, o viajante vira que se tratava de cinco escudos, quantia bastante para dois ou três dias sem que lhes faltasse refeição, pois até os décimos de centavos tinham valor, naqueles tempos em que se espremia o sangue para se conseguir dinheiro. Inflectindo aquele seu corpinho ainda macio, Paulino de nome figurado em protecção da sua dignidade, como se confirmasse a máxima de que “ o pepino se torce em pequeno”, aprendera, nas ruas de amargura, o gesto mais eloquente de agradecimento de um servo: à senhora bem como à moça vénias fizeram os dois meninos, completando com o riscar do chão pela ponta dos seus pés nus, sinal de humildade de um servo diante de seu amo. Com as mãos abarrotadas de adquires, grosso modo bebidas, saindo da loja pelo que parecera, mãe e filha, arrumaram tudo na bagageira do automóvel. Accionara-se o Chevrollet que, luzidio, retomara o seu rumo, cuspindo água pelo escape, como um alambique. O restaurante, todo embasbacado quanto imobilizado, escutava o seu roncar sereno, num silêncio tal que um dos presentes exigira ao outro, ao lado, que respirasse mais baixo para que o permitisse acompanhar o trabalhar da máquina. O barman, lá atrás do balcão não se aguentara, juntando-se aos clientes na varanda do restaurante para aliviar a curiosidade, contemplava a novidade na proporção igual a dos seus clientes. O automóvel perdera-se ao alcance da vista, entretanto, aqui atrás, deixara falatório com os comentários por conta do homem de motores na cabeça que descrevia o chevrollet melhor do que o próprio fabricante. Chevrollet ali não era o único, mas aquele trazia uma inovação, o rádio-cassete, diferentemente dos outros. Contribuíra para a sua sumptuosidade, também, o relógio, o volante mais largo e estofado em veludo e os espelhos retrovisores exteriores montados nos guarda-lamas dianteiros, embora não fossem novidade, lhe proporcionavam uma maior presença, porque eram em metal cromado que imitia um brilho que não havia escuridão que o abafasse. Os reflectores dianteiros e traseiros eram naturais, contrariamente aos da geração anterior, montados ex-factory ( fora da fabrica. Ah, mais um pormenor: o tablier trazia um veludo cuja cor rimava com a do volante. Era a última geração da marca e na África havia apenas dois automóveis, segundo notícias veiculadas pelo Viana que, falando de carros, era um palestrante diante da sua audiência; vieram os dois carros na última viagem do Santa Maria, um vapor que percorria todas as colónias ultramarinas distribuindo encomendas e, quando retornasse, já tinha feito 365 dias. Nenhum daqueles homens alguma vez havia ouvido falar do tal paquete Santa

Maria que largava o porto de origem em Janeiro e voltar em Dezembro e, por isso, ninguém poderia contrariá-lo. O único que sabia que o homem estava ai a pregar patranhas era o Barrito, mas este não poderia desmenti-lo dada a afinidade entre os dois, pois, eram compadres. O outro automóvel ficara em Lourenço Marques, com o gerente geral do Banco Ultramarino, outra individualidade, dizia Viana. O Chevrollet desta banda ficara com o senhor Beijy como presente de natal pela sua dedicação aos interesses da companhia Stucky. Os dois rapazes, aquelas crianças, nos seus andrajos que mal lhes cobriam a nudez, permaneciam, na sua sala, ali na varanda do restaurante, sentados; uma vez e outra, levantavam-se, voluntariamente e quando julgassem necessário prestar apoio, mas sem exigir qualquer contrapartida, diferentemente do que muitos rapazes faziam. A propósito de apoio, chegara, junto deles, um sujeito de motociclo, trazendo uma caixa de vasilhame de cerveja. Marito, igualmente de nome dissimulado, na tentativa de levantar a caixa com as suas forças ainda ténues, tropeçara e quando ia caindo, sob o risco de receber um tabefe do dono da caixa com aquele seu aspecto tosco, o mais velhinho atirara-se em socorro, como quem, por gesto, quisesse dizer que era criancinha que, naquele momento, deveria estar na companhia das outras crianças, brincando lá na aldeia em que nascera e onde deixara os seus amigos e a escola que o tornaria um homem mais útil para a sociedade. Mário e Paulino tornaram-se meninos da rua, em consequência da morte dos seus progenitores que, levando consigo a fonte de sustento familiar que era a sua própria força braçal, o lume se extinguira em casa, sendo o único abrigo a rua, a casa de ninguém, que os acolhera, engrossando a caterva de crianças mendigas que, não poucas vezes, eram vexadas pela sociedade à margem da qual viviam, por mendigar um pedaço de pão


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CULTURA

Casa de Cultura não é um lugar de lamentações de artistas Esta opinião foi transmitida aquando da visita ao Anísio Páscoa e Rui Xavier, artista plástico e músico respectivamente, que teve lugar no último domingo, nas suas residências, pelo Governo Provincial, através da Direcção Provincial da Cultura e Turismo de Sofala.

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egundo Amostra Sobrinho, director do pelouro, os artistas decanos precisam de ser valorizados e capitalizadas as suas experiências, visto que são verdadeiros guardiões vivos das artes e cultura. Durante a conversa, Anísio Pascoa, artista plástico, falou da necessidade de mudança de paradigma em relação a arte, opinando que "a Casa da Cultura deve ser vista como um espaço de produção de ideias e exposição de arte e não um lugar de lamentações. Na altura, usávamos a arte como um vector didáctico, ensinávamos as pessoas as melhores formas de convivência através da arte". Devido o significado que tem as artes na sua vida, Anísio, que também é docente universitário, promete voltar a pintar num futuro breve, visto que neste momento está preparar o seu atelier. Rui Xavier, músico da velha guarda, recordou os bons e maus tempos da sua carreira: "Sempre que fossemos a Casa de Cultura era para trabalhar e não ficar a falar disto e daquilo...Durante este período, tivemos altos e baixos e agora as coisas não andam como antes. Como também reconhecemos as dificuldades que encaramos. Os novos talentos têm mais espaços, porque têm mais energia. Mas como cantar é nossa arte, as vezes cantamos nas casas de pasto a custo simbólico". Por sua vez, Amostra Sobrinho apelou ao Anísio Páscoa e Rui Xavier para a necessidade de transmissão contínua dos conhecimentos a nova geração de artistas Fonte: *Dpcultur- Sofala*

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CULTURA

Dansartes exibe talentos em Maputo O Teatro Gilberto acolhe, na quinta-feira dia 27 de Setembro de 2018, a partir das 18H30, o espectáculo “Os Dons que o Universo nos Deu”, da Dans’Artes Escola de Artes.

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espectáculo será protagonizado por mais de 50 crianças, adolescentes e jovens (com idades compreendidas entre os três e 18 anos) de Maputo e Matola, dos quais parte são alunos bolseiros da Vila Artística Dans’Artes. Este programa insere-se nos planos de formação visualizados aquando da criação do projecto Dans’Artes, que compreende um leque de disciplinas infanto-juvenis nas áreas de dança, com técnicas de danças moçambicanas, ballet moderna, contemporânea, afro-house, afro-beat...; no domínio da música, com canto e aprendizagem de instrumentos musicais; na área das artes circenses formando em acrobacia, equilibrismo, malabarismo e magia; as artes plás-

ticas, artesanato, teatro e poesia. No espectáculo, “Os Dons que o Universo nos Deu”, realizar-se-á igualmente um desfile de moda composto por uma linha criativa de vestuário de Ballet para crianças, com a participação de cerca de 21 alunas da Escola. Mas ainda, irá apresentar-se parte das composições musicais - que irão constar do primeiro álbum de música infantil da Dans´artes, a ser divulgado no corrente ano.

Lembramos que alguns dos textos destas composições musicais, foram premiados no âmbito do concurso de poesia realizado pela Dans artes O Dans’Artes é o culminar de um sonho de uma Vila Artística pensada primeiro para o Artista e os actores culturais. Para além do desenvolvimento artístico, o Dans’Artes visualiza-se como um pólo de desenvolvimento de turismo cultural, bem como comunitário e socioeconómico

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DESPORTO

Desporto é Saúde em Vilankulo

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patrono do Vilankulo FC e activista social, Yassin Amuji, defendeu a promoção e prática desportiva, como um dos factores para a ocupação saudável dos cidadãos. O jovem dirigente desportivo fez estas declarações, na última quartafeira, 19 de Setembro de 2018, em Vilankulo, no arranque do campeonato Municipal de futebol de veteranos. Yassin, que na ocasião ofereceu material desportivo, para a viabilização do certame disputado por oito equipas, encorajou à comissão organizadora pela iniciativa e comprometeu-se continuar a organizar o Torneio Marlins do Futuro que abrange aproximadamente 500 crianças do distrito de Vilankulo. Segundo Yassin, este tipo de iniciativas visa tirar muitas crianças e jovens das adegas e de outras práticas desviantes

Jogos tradicionais

Delegação provincial de Inhambane aplaudida

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Governo da província de Inhambane, reunido na sua XVIII Sessão Ordinária, recebeu na nesta quinta-feira a delegação que representou está parcela do país na V edição dos jogos tradicionais na Ilha de Moçambique. O Governador da Província de Inhambane, Daniel Chapo, encorajou os participantes que garantiram a terceira posição na classificação final, e apelou para que continuem a se preparem melhor para fazer face a VI edição dos jogos tradicionais de 2020 que terá lugar nesta Província. “Acompanhamos o vosso desempenho, vimos que estiveram muito bem nas modalidades de Ntxuva, onde ficamos em segundo lugar e revalidamos o título de campeão nacional em Muravara, facto que nos alegra bastante. Aos que trouxeram os títulos de jovem criativo e empreendedor respectivamente desejamos os nossos parabéns e gostaríamos de apelar que continuem a nos colocar em grandes patamares ao nível do país e do mundo, em geral, e que contem sempre com o apoio do Governo Provincial", finalizou Daniel Chapo

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DESPORTO

Moçambique no Mundial de Cricket de Sub-19 A Selecção Nacional Masculina de Cricket, na categoria de Sub-19, carimbou o passaporte para o Campeonato de Mundo da modalidade, com local e data ainda por indicar. O feito foi alcançado graça ao terceiro lugar, no Campeonato Africano, realizado na vizinha África do Sul, e que contou com a participação de onze países.

I Por: Samuel Sambo

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oçambique não partia como um dos favoritos no campeonato, uma vez que levou atletas com idade inferior a 18 anos. Mas para a surpresa de todos, a turma moçambicana comportou-se da melhor forma vencendo algumas formações de renome na modalidade, como é o caso de Gana, um dos países acima do ranking africano comparativamente ao nosso País. A turma Moçambicana esteve inserida no Grupo B juntamente com as selecções da Nigéria, Lesotho e Gana

Nem tudo foi um mar-de-rosa! - diz Carlos Manjate, Presidente da Comissão Nacional de Cricket

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o “Africano” da modalidade, Moçambique apresentou um protesto contra a Nigéria por suspeitar que a sua selecção era composta por atletas com idade acima da média, segundo revelou Carlos Manjate, presidente da Comissão Nacional de Cricket. "Apresentamos um protesto junto das estruturas competentes, porque a selecção nigeriana apresentava jogadores com idades de seniores. Esta situação acabou por manchar a competição. Veja só que um dos nossos atletas acabou por sair lesionado devido à força exercida pelo nigeriano no acto do lançamento da bola que atingiu o nosso jogador moçambicano na zona cabeça, o que lhe forçou a uma observação médica numa clínica daquele país. Assim, vimo-nos obrigados a apresentar um protesto com testes magnético para apurar a veracidade das idades dos jogadores da turma nigeriana. Até Outubro próximo teremos os resultados", disse Manjate. O cricket faz parte das novas modalidades que tem vindo a conquistar o seu espaço ao nível internacional mais pouco valorizado no território nacional


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DESPORTO

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Nyeleti reinaugura campo do Mahafil Ministra da Juventude e Desportos, Nyeleti Brooke Mondlane, procedeu a reinauguração, no dia 15 de Setembro corrente, das remodeladas infra-estruturas do clube de futebol Mahafil, um dos clubes mais antigos e tradicionais da cidade Maputo e de Moçambique. A ministra disse, na ocasião, estar satisfeita com o novo recinto e espera que o mesmo abarque jovens que no futuro possam servir as selecções nacionais e ajudar nos programas sociais, criando mais desportistas e homens do futuro, e eliminando igualmente os males que afectam a nossa sociedade como, por exemplo, o alcoolismo. O Mahafil tem como projecto formar jovens jogadores e um desenvolvimento sustentável faseado que lhe levará ao Moçambola nos próximos anos. As novas instalações contam com novos balneários um relvado natural de excelente categoria e diversas remodelações a nível de infra estruturas pra adeptos dirigentes e atletas

UD Songo espreita renovação do título nacional de futebol A União Desportiva do Songo não abdica da renovação do título nacional e nesta quarta-feira, dia 19 de Setembro de 2018, reassumiu o comando do Moçambola-2018, após derrotar o Ferroviário de Maputo, seu mais directo concorrente, por 2-0, em jogo de acerto da 25.ª jornada.

Mário Sinamunda e Amadou foram os autores dos golos dos hidroeléctricos, que sobem ao pódio com 50 pontos, mostrando-se firme na luta pela revalidação do título. Apesar de muitos jogos nos pés e longas viagens, derivadas da sua participação nas “Afrotaças”, a União Desportiva do Songo tem emprestado uma melhor qualidade aos seus jogos e está cada vez mais confiante na concretização do seu objectivo, sobretudo no atinente a prova interna. No confronto diante do Ferroviário de Maputo, seu principal rival, a turma orientada

por Nacir Armando revelou pormenores bastantes interessantes, nomeadamente frescura física, autoconfiança e, acima de tudo, auto-estima. A direcção decidiu abrir os portões e o público correspondeu, fazendo jus a sua presença através de um apoio incondicional que levou a “máquina” a gerar energia “exterminante” no relvado perante um adversário resistente. A cinco rondas do fim da competição, a União Desportiva do Songo colecciona 50

pontos, contra 47 dos “locomotivas”, tendo ainda um jogo em atraso por realizar, em Maputo, diante da Liga Desportiva. Nas cinco jornadas que ainda há por jogar, a UD Songo joga com Textáfrica (casa), Ferroviário da Beira (fora), ENH (casa), 1.º de Maio de Quelimane (fora) e Maxaquene (casa). O Ferroviário terá pela frente o seu homónimo de Nampula (casa), Ferroviário de Nacala (fora), Textáfrica (casa), Ferroviário da Beira (fora) e ENH (casa)


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CULINÁRIA

Lourdes Meque Rajani

Polvo à Lagareiro Ingredientes:

1 polvo grande 8 batatas pequenas para assar 1 cebola 3 dentes de alho Salsa q.b Azeite q.b Sal q.b Pimenta q.b

Preparação

Começe por preparar o polvo. Depois, coloque ao lume uma panela com água suficiente para cozê-lo. Vá verificando. No entanto, o tempo de cozedura poderá ser de cera de 1 hora.

Lave bem as batatas e coloque no forno cobertas com sal a 200ºC durante cerca de 45 minutos. Quando estiverem prontas, dá-se um murro em cada batata, ao estalarem ao dar o murro estão no ponto. Numa assadeira coloca-se o polvo bem escorrido, as batatas e regar tudo com o azeite de alho e Salsa e os alhos bem distrinuidos. Polvilha-se com pimenta e um pouco de sal. Leve ao forno durante 20 minutos a 220ºC. Aos 15 minutos virar as batatas e regar com um fio de azeite. Retirar e servir de imediato

Cozido à Portuguesa Ingredientes: 500g de Carne de Vaca para cozer 1 Chispe 1 Orelha de Porco 300g de Entremeada 1 Chouriço Corrente 1 Chouriço de Carne 1 Chouriço de Sangue 2 Farinheiras 1 Morcela de Arroz 1800g de Couve Lombarda 800g de Couve Portuguesa 2 Nabos 4 Batatas 4 Cenouras 300g de Arroz 1 Cubo de Caldo de Carne 1 Cubo de Caldo de Galinha 1 Cubo de Caldo de Legumes Sal Grosso q.b. Cravinho q.b. 1 Lata de Feijão Branco Cozido

Preparação 1. Numa panela grande com água, coloque os cubos de caldos, sal, cravinhos e o chouriço corrente. Deixe ferver.

2. Lave as carnes. Junte na panela, a carne de vaca, a entremeada, o chispe, a orelha e o chouriço de carne. Deixe cozer. 3. Lave os legumes. Depois de cozidas, retire as carne para uma travessa. Junte as couves no caldo e deixe ferver 5 minutos. Junte a morcela de arroz, os nabos e as cenouras cortados em quartos. Deixe ferver 5 minutos. 4. Entretanto num tacho coloque o arroz, junte o caldo de cozer as carnes e as couves. Leve a cozer. Junte na panela as batatas cortadas ao meio. Espete as farinheiras e o chouriço com um palito e junte na panela. Passado 4 minutos retire o chouriço de sangue. 5. Tire um pouco de caldo para um tacho e junte o feijão. Deixe ferver 2 minutos para aquecer bem. Quando tudo estiver cozido corte as carnes e sirva tudo em travessas Bom apetite!


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