IMPERDIVEL 54

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REVISTA

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IMPERDÍVEL Onde Mora a Chama da Esperança

N°54

Periodicidade Semanal Director Editorial: Gervásio de Jesus Ano II Edição nº 54 Sexta - feira, 10 de Agosto 2018 Av. Vladimir Lenine nº 530 – R/C Contactos +258 84 57 45 041; +258 84 55 27 437 Email revistaidolo@idolo.co.mz www.idolo.co.mz

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Política

TVM deve melhorar modelo de gestão financeira

GAPI INVESTE NA MULHER EMPREENDEDORA a em Nyeleti lanç jecto Maputo pro a 20” “Jovem Not

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Via aberta para novas pesquisas e prospecção de petróleo no país

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z u d e s a b m Dio merciais bancos co

Economia

Desporto

Mão dura contra actos de violência em recintos desportivos


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ÍCONES DA TERRA

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Biografia de

Esperança Mangaze António Bulande Cau e Melina Meque Macoa, um casal de camponeses, abandonaram o distrito de Chidenguele, em Gaza, e fixaram a sua residência em Ndlavela, um bairro periférico da então capital colonial de Lourenço Marques (actual cidade de Maputo). Na altura, tinham apenas uma filha, Palmira Massango. Em Lourenço Marques, geraram cinco filhos, entre os quais Esperança António Cau, a penúltima das seis, que veio ao mundo a 14 de Maio de 1965. Aos dois meses de vida, Esperança contraiu uma infecção no ouvido, a chamada otite crónica. A família Cau era economicamente pobre: para obter água, tinham de percorrer uma enorme distância; estavam a aproximadamente seis quilómetros da escola; de noite, a luz era garantida à base de instrumentos precários. Foi naquela humilde condição que a pequena Esperança cresceu e aprendeu. Aos seus seis, sete anos já sabia fazer alguns trabalhos domésticos, como pilar e cartar água. Apesar de não ter ido à escola, Melina Macoa era severa e jurou que os seus filhos tinham de ser diferentes dela e que tinham de formar-se. Assim, aos sete, oito anos de idade, Esperança teve de começar a percorrer cerca de seis quilómetros a pé para chegar à escola, durante todos dias úteis da semana. Na passagem da infância para a adolescência, Esperança começou a conhecer a cidade. Das poucas vezes que era levada para lá, viu uma realidade totalmente diferente da sua. Ela ficava fascinada com aquilo. O cenário do bairro do Infulene, onde está localizado o mítico Estádio da Machava, cultivou nela o desejo de querer sair da tortura da pobreza. E a mãe dizialhe que era possível, desde que ela e os seus irmãos estudassem bastante. Depois do ensino primário, Esperança deu continuidade aos estudos na Escola Secundária Estrela Vermelha (1978-80), na cidade de Maputo. Durante os dois anos,

viveu num internato por falta de condições financeiras para voltar todos dias para casa. Concluído o ensino geral com sucesso, a adolescente entrou para a Escola Industrial da Matola, onde entre 1981 e 1983, cursou Electricidade Industrial, e foi uma das melhores alunas na época. Foi seleccionada para ir fazer o ensino médio no Instituto Industrial Pedagógico, em Nampula. Aos 19 anos de idade, foi para província de Nampula. Na altura, Moçambique já tinha conquistado a Independência do regime colonial português, mas estava a atravessar uma guerra civil. O facto deixou a mãe preocupada, porque em Nampula, Esperança não tinha nenhum familiar. Entretanto, a jovem conseguiu convencer a mãe e, entre 1984 e 1986, fez com sucesso o curso de electrotecnia, na especialidade de correntes fortes, com boas notas. Esperança ainda queria estudar. Tomou conhecimento sobre a oportunidade de uma bolsa para o Brasil e/ou Índia. Com a intenção de obter a bolsa entra para a empresa Caminhos de Ferro de Nampula. No entanto, apaixonou-se pelo jovem Mário Fumo Bartolomeu Mangaze, que fê-la esquecer a bolsa de estudo. Em 1988, pouco tempo depois de o conhecer, Mário Mangaze foi nomeado Presidente do Tribunal Supremo, e juntamente com Esperança foram morar em Maputo, onde a 2 de Setembro de 1989, casaramse. E iniciou o mundo da jovem como Esperança Mangaze. Depois do casamento, passaram a morar numa casa espaçosa. Mas, eles não tinham dinheiro para mobilar a residência. Então, Esperança decidiu preencher os cantos da casa com o verde e assim ganhou o gosto por multiplicar plantas. Mais tarde a multiplicação de plantas começou a acontecer no quintal. E num belo dia, Mário Mangaze perguntou: “se tu tens jeito para tratar plantas, porque não transformas isso num negócio?” A esposa

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hesitou. Depois mudaram de residência para a actual. Vendo que a esposa continuava a hesitar, o marido pegou nela e foram juntos comprar uma bomba e um rolo de estufa para proteger as plantas. Assim, Esperança apercebeu-se que podia ir longe. Em 1990, conseguiram obter um terreno na Matola, actual “Folha Verde”, e assim tornou-se empresária. As plantas passaram a ser o seu mundo das maravilhas. E ela mesma encarregou-se de formar os seus funcionários. Dois anos mais tarde, a doença que lhe apoquentava desde os seus primeiros dois meses de vida passou. Actualmente, Esperança Mangaze é engenheira informática, mãe de um casal, e uma das empresárias de maior referência nacional e é, também, reconhecida internacionalmente. Para além de ser proprietária da “Folha Verde” - que se dedica à floricultura, organização e ornamentação de eventos –, abraçou em 2013, o negócio de restauração, abrindo o espaço Melina, e tem, ainda, a revista “Noivas e Eventos”. Os empreendimentos referidos já criaram cerca de 100 postos de trabalho Prémios World Quality Commitment – Diamante – Londres, Inglaterra (2015) World Quality Commitment – Platina – Paris, França (2014) Best Quality Leadership Award – Las Vegas, EUA (2014) Arch Of Europe Tecnology Quality Award – Alemanha, Frankfurt (2013) PMR Africa (Categoria de Diamante) 2014 PMR Africa (Categoria de Ouro) - 2013 PMR Africa (Categoria de Diamante) – 2008

Revista Biografia


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EDITORIAL

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Todos nós somos Governo! Gervásio de Jesus (Jornalista e Psicólogo Educacional)

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á dias assisti a uma mesa-redonda, realizada na Escola Superior de Gestão Corporativa e Social (CBS), em Maputo, sobre como é que a inclusão digital pode contribuir para melhoria de conhecimento que estimule a mudança de comportamento? Uma temática actual e que diz respeito aos hábitos, atitudes e comportamentos do ser humano. Achei uma abordagem interessante e que me levou a perceber rigorosamente que ser sustentável é algo que está bem próximo de cada um. Isso não envolve, necessariamente, mega-acções e grandes investimentos. O comportamento sustentável está no dia-a-dia de cada um. Na escolha do produto que compra e, especialmente, na quantidade de produtos que compra, na quantidade de embalagens que descarta: o lixo gerado é responsabilidade de cada um. Gerar o mínimo de lixo e descartá-lo de forma adequada, separando orgânico de seco e prestar atenção aos horários e formas de colecta de cada tipo é responsabilidade de cada um. Evitar o desperdício de comida, reduzir o consumo de saco plásticos, quem sabe

até ir um pouco além e manter compostagem orgânica doméstica, hortas em vaso e instalar painéis solares: são acções que estão ao alcance de todos. Os governos devem ter responsabilidades? Sim! As empresas devem assumir responsabilidades? Sim! É preciso, entretanto, lembrar que, enquanto cidadãos, enquanto profissionais, atendendo aos princípios da subsidiariedade e da solidariedade, todos nós somos o governo, nós somos as instituições públicas e privadas: nós somos a vida em sociedade e cada acção, boa ou má, afecta a vida no planeta. Tal consciência é o ponto de partida para a mudança. O comportamento colectivo é o que vai tornar as cidades mais limpas, reduzir o consumo de água, de energia e, até mesmo, induzir as acções de grande porte, que incluem a iniciativa de governos, instituições e empresas. É necessário despertar a consciência, incentivar a acção e contribuir para a mudança tanto na gestão empresarial quanto na área pública e também na vida em sociedade, em defesa da dignidade da pessoa humana, em prol do bem comum

FICHA TÉCNICA

Sexta-feira: 09 de Fevereiro de 2018

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Onde Mora a Chama da Esperança

IMPERDÍVEL Director Editorial Gervásio de Jesus

gervasiodejesus@yahoo.com.br

Redacção Gervásio de Jesus, Mustafá Leonardo e Júlio Saul Colaboradores Samuel Sambo e João Chicote

Fotografia Salvador Sigaúque

Layout e Paginação Cláudio Nhacutone

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TTE

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Revisão Linguística Gervásio de Jesus Web master Paulino Maineque Marketing Idolo

Endereço Rua da Concórdia nº 41– 2º Andar

Contactos +258 84 57 45 041; +258 84 55 27 437

Email: idolorevista@gmail.com/ revistaidolo@idolo.co.mz www.idolo.co.mz

MAPUTO - MOÇAMBIQUE

a d n e v a Já ancas nas b

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OPINIÃO

Que problemas causam escapes e catalisadores em mau estado?

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Por: carlos sousa*

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cidentes – Se partes do sistema de escape se soltam com o veículo em andamento podem provocar um efeito catapulta e elevar o veículo em directo a um GRAVE acidente ! Assim, podemos e devemos ter presente de que o ESCAPE pode aumentar o risco de acidente em 15% ! Algum componente, ao sair projectado do carro, leva consigo algumas partes da sua fixação, que ao serem lançados contra outros veículos ou utentes da via, provocam certamente, perigo ! Incêndios – tubos partidos, juntas deslocadas ou catalisadores entupidos, aumentam a temperatura na linha de escape, podendo mesmo alcançar os 900ºC. Valores como estes podem provocar incêndios nos para-choques, na fibra ou na tinta anti-corrosão que cobre as zonas inferiores do automóvel. As roturas de tubos na zona inferior do colector de escape, podem facilitar a saídas das chamas, podendo incendiar qualquer elemento inflamável que se encontre debaixo do carro, nomeadamente nesta época, cuidado pararmos temporariamente sobre áreas nos limites das vias de circulação, ou fora da estrada, zonas evidenciando capim seco! Consumos em Excesso – Os danos no interior de um silenciador bloqueiam a saída dos gases de escape e provocam de imediato redução de potência do motor, aumento de

consumo de combustível e ou ruídos provocados por vibrações, sérios compromissos em vários críticos domínios ! Poluição – Um catalisador em mau estado, aumenta os riscos de emissão de gases tóxicos para a atmosfera. Existe também algum risco de danificar o veículo. Se a saída do escape for obstruída por alguma razão, aumenta a pressão no escape podendo provocar danos no motor e reduzir a vida útil do próprio escape pelo facto de não conseguir depurar os fumos tóxicos que aumentam os níveis de óxidos, ocasionando corrosão prematura do escape. Perdas de combustível – Se negligenciar a manutenção do sistema de escape, a operação e importante função do CATALISADOR, parte do combustível que não foi queimado perde-se pelo escape e causa diversos impactos. Nessa descuidada condição, o consumo de combustível poderá aumentar entre 1 e 2 litros por cada 100 Km percorridos ! Podemos no mínimo admitir que em media, os Condutores moçambicanos desprezam acima de de 2000 MZN por cada veiculo em circulação naquela descuidada condição, por cada 30 dias de mobilidade motorizada. Atentamente, preferimos esclarecer os utentes interessados a reduzirmos a sinistralidade e sérios impactos ao meio ambiente, Obrigado


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OPINIÃO

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Três_Cem Por: Nuno Maia *

Como é que Inclusão Digital pode contribuir para a mudança de comportamento?

A Inclusão digital e na Mudança de Comportamento

Vamos por partes! Não é de todo certo que o principal foco da inclusão digital seja meramente garantir o acesso à Internet. A lógica da inclusão digital passa por assegurar que as pessoas saibam fazer uso da Internet para melhorar a sua condição de vida, buscando novas oportunidades de emprego, colhendo conhecimento, obtendo informação e estabelecendo contactos. Mas para que isso aconteça, são necessários três pontos básicos: 1- um dispositivo para conexão, 2 - acesso à rede, 3- domínio das ferramentas digitais disponíveis, tais como: os browsers (motor de pesquisa), redes sociais de lazer ou de especialidade e app (aplicativos).

A Inclusão digital e a Inclusão social A Inclusão digital, para além de facilitar a democratização do acesso às tecnologias de informação – TIC, significa também dotar às comunidades de instrumentos que simplifiquem a sua rotina diária, maximizem o tempo e elevem as suas potencialidades. Este exercício estende-se ao ensinar as populações-alvo a utilizarem o computador e o telemóvel para redigirem documentos, transferirem dinheiro, consultar a meteorologia, etc. Desta forma, ao dotar as comunidades de habilidades e conhecimento que permitam aceder a bens e serviços, fortalecesse-se o desenvolvimento local e reduz-se o fosso de capacidades entre o rural e o urbano.

Factos sobre a Inclusão digital em Moçambique

#População %Penetração Internet 5,279,135 17.3 Facebook 1,800,000 5.9 Telemóveis 13,585,907 47.03 (2017) M-­‐pesa 2,908, 000 50.33

Fonte: 3-­‐100, Análise sobre Consumidor de Renda Baixa em Moçambique

A premissa para que a inclusão digital seja eficaz na mudança de comportamento esta na relevância do conteúdo. O conteúdo tem que ser útil, aplicável sem causar desperdício, demonstrar que melhora a condição de vida e se possível proporcionar uma recompensa tangível para o indivíduo. Existem exemplos de actividades digitais cuja promessa é atender as expectativas do público-alvo. No entanto e realisticamente analisando, o número de interacções constata-se que as transacções financeiras como por exemplo: compra de credelec, transferência de dinheiro; ou informação que contribuam para a tomada de decisões e que tenham impacto na geração de renda - meteorologia e agricultura; tem muitas mais solicitações do que os conteúdos sobre saúde. Em 2017, a plataforma 84321, registou solicitações de informação por SMS superiores a 100 mil interacções de meteorologia e agricultura em contraste com as 30 mil sobre nutrição infantil. Tomando também em conta que na nutrição infantil, os benefícios visíveis foram os tópicos mais procurados: receitas de papinhas. As plataformas digitais chat rooms e SMS, que estão focadas em saúde sexual, tem níveis de interacção muito elevados. O segredo reside, para além do tema Sexo, na execução da promessa de confidencialidade, reciprocidade, compromisso e coerência de quem disponibiliza os conteúdos para o beneficiário. Para o nosso contexto, a contribuição do digital na mudança de comportamento não deve somente passar pela inclusão, gerando acessibilidade. Deve sim, com urgência, inovar os conteúdos e desenha-los com objectivo em criar acção imediata. Deve mudar o tom, identificar e segmentar as audiências-alvo e gratificar a tomada de acção. O SMS quiz pode ser a solução

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POLÍTICA

TVM deve melhorar modelo de gestão financeira

- afirma Primeiro-Ministro, Agostinho do Rosário O Primeiro-ministro, Carlos Agostinho de Rosário, desafia a Televisão de Moçambique (TVM) a melhorar o modelo de gestão financeira para garantir a sustentabilidade económica e financeira da empresa.

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arlos Agostinho de Rosário orientou ainda a Televisão Pública para que continue a elaborar um plano de negócios, fazendo mais e melhor com os recursos disponíveis. O Primeiro-ministro falava esta segunda-feira, em Maputo, na cerimónia de tomada de posse dos presidentes dos Conselhos de Administração da Televisão de Moçambique, Faruco Sadique e da Agência Metropolitana de Transporte de Maputo, António Matos. “O desenvolvimento do capital humano irá assegurar que a TVM se reposicione no mercado cada vez mais competitivo, através da elevação contínua da qualidade dos conteúdos informativos e programas. Estamos cientes que o crescimento da TVM deverá também estar assente na harmonia entre a

entrega e dedicação de cada colaborador e na promoção do trabalho em equipa para alcançar os objectivos comuns do desenvolvimento da instituição “, disse. Relativamente a Agência Metropolitana de Transportes de Maputo, o Primeiro-ministro sublinhou que o governo ao criar aquela instituição, tinha como objectivo melhorar o serviço de transporte público urbano de passageiros nos municípios de Maputo, Matola e Boane, incluindo o distrito de Marracuene. “É nossa visão que a entrada em funcionamento da Agência irá reforçar as acções em curso no âmbito do Programa Quinquenal do

Governo 2015-2019 que prevê a aquisição de mil autocarros de passageiros. Estamos certos que, com a implementação destas e de outras medidas iremos melhorar a qualidade do serviço de transporte público urbano de passageiros, conferindo aos seus utentes maior disponibilidade, comodidade e segurança”, disse. Carlos Agostinho do Rosário sublinhou ser prioridade dos empossados, a promoção da boa imagem institucional e a mobilização de investimento por forma a garantir o bom funcionamento e sustentabilidade económica e financeira das duas instituições

EUA felicitam Governo e Renamo pelo acordo sobre desmilitarização O Governo dos Estados Unidos da América (EUA) felicita o Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, e o Coordenador da Comissão Política da Renamo, Ossufo Momade, pela assinatura do acordo abrangente sobre questões militares. “Este acordo é o resultado da determinação e do trabalho árduo de todos os líderes e negociadores que nele participaram, e representa um passo decisivo em direcção a uma paz duradoura para um futuro mais seguro e próspero”, lê-se na nota de imprensa enviada à nossa Redacção. Os Estados Unidos reafirmam o seu compromisso em apoiar a plena implementação do acordo abrangente de paz, e juntam-se a outros membros da comunidade internacional no compromisso de desempenhar um papel construtivo no cumprimento de todos os aspectos do acordo. O memorando é resultado do encontro mantido a 11 de Julho de 2018, entre o Presidente da República e o Coordenador da Comissão Política da Renamo, Ossufo Momade, na cidade da Beira. Foi anunciado, esta segunda-feira, em declaração à Nação, por Filipe Nyusi. O memorando consiste em entendimento com a Renamo sobre o Desarmamento, Desmobilização e Reintegração dos Homens Residuais que aquele partido detém


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POLÍTICA

Comissão Política da Frelimo saúda entendimento entre Governo e Renamo A Comissão Política da Frelimo saúda a assinatura do memorando de entendimento sobre a desmilitarização entre o Governo e a Renamo, anunciado esta segunda-feira pelo Chefe de Estado, Filipe Nyusi.

I Por: Redacção

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Comissão Política é do entendimento que o memorando demonstra a vontade de Filipe Nyusi, de tudo fazer para o resgate de uma paz efectiva e duradoura, almejada por todos moçambicanos para a concretização das suas mais nobres aspirações e exorta a todos os moçambicanos a guiarem-se pelo espírito de reconciliação sugerido no memorando, reafirmando o diálogo e a tolerância como caminhos para a harmonia social no país. Reunida em sua 17ª sessão ordinária, esta terça-feira em Maputo, a Comissão Política saudou igualmente o Chefe de Estado pelo

sucesso das visitas de trabalho às províncias de Niassa e Tete, que fecharam o ciclo de visitas presidenciais deste ano, visando um diálogo permanente com o povo, na busca das melhores soluções para os problemas do desenvolvimento, num modelo de governação cada vez mais participativo e inclusivo. Por outro lado, os camaradas saudaram o Presidente da República e o seu Governo pela direcção das cerimónias centrais de celebração dos 50 Anos do II Congresso da Frelimo,

Pela participação na X Cimeira dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia China e África do Sul) na vizinha África do Sul e pela realização da 10ª Edição do Festival Nacional da Cultura. Ainda de acordo com o documento a que tivemos acesso, a Comissão Política da Frelimo diz ter homologado as candidaturas do partido à cabeças-de-lista e a Membros das Assembleias Municipais por considerar que o processo decorreu em conformidade com seus estatutos

Frelimo já submeteu candidaturas à CNE e diz estar confiante na vitória Três dias após ter iniciado o processo, a Frelimo submeteu, esta quinta-feira, a Comissão Nacional de Eleições, candidaturas para as eleições autárquicas de Outubro nas 53 autarquias.

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meio da manhã, chegava ao Centro Internacional de Conferências Joaquim Chissano a mandatária da Frelimo, Verónica Macamo, que se mostrou confiante na vitória do seu partido. A Comissão Nacional de Eleições recebeu o expediente, analisou e prometeu dar seguimento nos termos da lei. O processo de candidaturas deverá terminar, na próxima segunda-feira, para em seguida a CNE afixar as listas aceites, com possibilidade de os partidos políticos, coligações ou grupos de cidadãos recorrerem em caso de necessidade


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POLÍTICA

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PR confere posse aos novos governadores das províncias de Sofala, Manica e Niassa O Presidente da República, Filipe Nyusi, conferiu posse, esta quinta-feira em Maputo, aos novos governadores das províncias de Sofala, Manica e Niassa. Para a província de Sofala foi nomeado Alberto Mondlane, Francisca Domingos Tomás para Niassa e Manuel Alberto para a província de Manica. Os novos dirigentes foram nomeados, esta quarta-feira, em despachos presidenciais separados. Ainda esta quarta-feira, o Presidente da República nomeou Júlio Pio ao cargo de Vice-ministro da Indústria e Comércio

Ossufo Momade diz que será criado organismo para entrega das armas O coordenador interino da Renamo, Ossufo Momade, explicou, esta quarta-feira, que será criado um organismo para a entrega de armas que estão na posse dos homens da Renamo.

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informação foi avançada através de uma conferência de imprensa da Renamo, na sua sede nacional na Cidade de Maputo, que decorreu via telefone, tal como nos habituou o partido nos últimos tempos, quando o assunto é o diálogo político. Mas desta vez não era a voz de Afonso Dhlakama que se ouvia a partir das matas de Gorongosa. Era sim de Ossufo Momade, coordenador interino da Renamo, homem agora encarregue de dar continuidade às negociações com o Presidente da República sobre a paz efectiva. E a comunicação era mesmo para confirmar que foi fechado, na segunda-feira, um memorando de entendimento sobre o desarmamento dos homens da Renamo e a sua integração nas Forças de Defesa e Segurança. “Na segunda-feira, dia seis de Agosto do presente ano, assinamos o memorando de entendimento com o Presi-

dente da República, cuja implementação pressupõe o enquadramento dos oficiais oriundos da Renamo nos locais de comando, de chefia nas Forças Armadas de Defesa de Moçambique, a integração da força residual da Renamo nas unidades da Polícia da República de Moçambique, que vai ocorrer depois do entendimento referente a sua colocação no Ministério do Interior”, explicou Ossufo Momade, numa comunicação que não teve direito a perguntas. Sobre a entrega de armas às autoridades moçambicanas, o coordenador interino da Renamo esclarece que “chegamos ao entendimento de que a outra parte da força residual vai proceder a entrega do armamento a um organismo

previamente instituído para o efeito”. Terminou a sua comunicação agradecendo pelo apoio dos moçambicanos e da comunidade internacional. “Congratulamos aos moçambicanos, ao grupo de contacto e a comunidade internacional que não têm poupado esforços para o alcance da paz efectiva e a verdadeira reconciliação nacional. Por outro lado, exortamos a todas as forças vivas da sociedade moçambicana para continuar a manter a serenidade”, disse. Tal como o Presidente da República, o coordenador interino da Renamo não avançou datas sobre o começo do processo do desarmamento e integração dos homens da Renamo nas Forças de Defesa e Segurança


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POLÍTICA

Queremos que os moçambicanos sejam maiores beneficiários dos projectos de gás O Presidente da República, Filipe Nyusi, ao dirigir-se aos participantes do seminário de oportunidades locais, realizado em Pemba, disse que o evento encerra um potencial para mudar o paradigma da relação entre os grandes investimentos, o Governo, as comunidades locais e o empresariado nacional. “O Governo continua a trabalhar para o incremento do desempenho da nossa economia, não precisamos de gritar que a nosso economia está em franca recuperação, precisamos de prova-lo”, disse Nyusi. O estadista afirmou ainda que os desafios pelos quais o país tem passado em todas as esferas, a partir das adversidades naturais até ao nível económico-financeiro, são uma lição quer para o empenho colectivo dos moçambicanos na procura da paz efectiva bem como na melhoria da exploração dos recursos minerais, transformando-os em riquezas que sirvam os moçambicanos. “Queremos que os moçambicanos sejam os maiores beneficiários dos projectos de gás”, acrescentou. Nyusi disse que a criação das oportunidades locais faz parte das estratégias para o sector de petróleo e gás onde a indústria deve contribuir com a criação de empregos, desenvolvimento tecnológico, aumento de renda nacional, individual, no crescimento económico e melhoria da vida de todos moçambicanos. “É visão do Governo que o conteúdo local em Moçambique facilite a participação do nosso empresariado no mercado internacional e oferta de bens e serviços de forma a tornar-se cada vez mais competitiva”, referiu Nyusi. O PR afirmou que o evento servirá para assegurar mais oportunidades locais de empregos e de qualificação de mão-de-obra nacional. E que, o seminário tem como objectivo tornar mais robusto o sector empresarial nacional que constitui mais-valia num Estado cada vez mais forte e facilitar as actividades dos investidores do petróleo e gás, com destaque para a empresa Anadarko. “Com a iniciativa do Governo e parceiros da área 1 pretende-se dar a conhecer a todos moçambicanos com a máxima transparência possível as oportunidades de negocio e os requisitos para se obter emprego na Anadarko”, afirmou o estadista.


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ECONOMIA

Visão alargada sobre exploração do gás natural

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O Governo e o sector privado estão reunidos em Pemba, na província de Cabo Delgado, num seminário onde a multinacional norte-americana Anadarko apresenta oportunidades de negócios do projecto de gás natural a desenvolver no país que poderá ter a sua decisão final de investimentos no próximo ano.

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a abertura do evento, Max Tonela, Ministro dos Recursos Minerais e Energia, disse que o evento é a materialização de um dos desafios do Presidente da República, Filipe Nyusi, a quando da sua tomada de posse em 2015. “Procuramos com este evento traduzir a visão de vossa excelência sobre o caminho a percorrer rumo ao desenvolvimento integrado e inclusivo e um aproveitamento ple-

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no e sustentável dos recursos da indústria extractiva”, referiu Max Tonela. O governante disse ainda, na ocasião, que o evento é o fruto de um trabalho que se vem desenvolvendo com a Anadarko desde que o Governo aprovou o plano de desenvolvimento do começo do projecto de exploração de gás natural. “Pretendemos com o evento fornecer

uma visão alargada e integrada sobre o projecto de exploração de gás natural e assegurar que todos moçambicanos possam expor de igual forma informações sobre as oportunidades a serem geradas”, disse Tonela, acrescentando que, o seminário juntou representantes de todos sectores interessados. Inscreveram-se para o evento, cerca de 1025 pessoas


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ECONOMIA

Millennium bim galardoado como melhor banco digital de Moçambique A revista financeira Global Finance galardoou o Millennium bim pelo seu desempenho no sector bancário moçambicano, com o prémio “Melhor banco digital de Moçambique 2018”.

I Por: Redacção

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banco conta actualmente com sete milhões de transações mensais feitas através das plataformas digitais do Internet Banking para particulares e empresas ou do Millennium Izi, lê-se no comunicado enviado à nossa redacção. Os critérios de selecção do prémio são a força da estratégia do banco para atrair e atender clientes digitais, o sucesso em levar os clientes a usar o digital, o crescimento de clientes digitais, a amplitude de ofertas de produtos e benefícios obtidos a partir de ini-

ciativas digitais e para dispositivos móveis. Para José Reino da Costa, Presidente da Comissão Executiva do Millennium bim, “O Banco olha para a inovação e as novas tecnologias como forma de estar mais próximo dos seus Clientes. Este prémio reconhece todo um trabalho de qualidade acompanha-

do pela inovação que o Banco coloca ao dispor dos seus clientes”, lê-se. O Banco lançou o Balcão Inovação onde todos os clientes têm contacto com todas as novidades digitais do Millennium bim e onde foi instalada a primeira máquina de emissão de cartões.

CDN regista crescimento de 5% nas operações ferro-portuárias O Corredor de Desenvolvimento Norte (CDN) registou, nas operações ferro-portuárias, um crescimento assinalável no primeiro semestre deste ano. De Janeiro a Junho a carga transportada atingiu 221 mil toneladas contra 212, em igual período do ano passado, o que corresponde a uma evolução de cinco por cento.

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gerente comercial da CDN, Dário Viegas, disse que a CDN vai continuar a melhorar seus processos e aumentar sua competitividade. “A evolução no transporte de carga geral que registamos devese ao aumento da oferta da carga por parte dos nossos clientes, melhorias na operação e nos processos internos de ges-

tão”, afirmou Viegas. No mesmo período em alusão, o volume da carga manuseada no porto de Nacala atingiu 941 mil toneladas métricas contra 841 mil, manuseadas no primeiro semestre de 2017, o que significa uma evolução de 8%, lê-se no comunicado enviado à nossa re-

dacção. A melhoria da economia moçambicana é um dos factores do crescimento no volume manuseado, tendo-se registado um incremento nas importações e início de exportação do Grafite da mina de Balama através do Porto de Nacala


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ECONOMIA

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Via aberta para novas pesquisas e prospecção de petróleo no país O Conselho de Ministros aprovou, esta terça-feira, os contratos de concessão para pesquisa e produção de petróleo em cinco áreas Offshore (alto mar) e uma de Onshore (terra firme) em quatro províncias do país.

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rata-se das áreas A5-A; A5-B; Z5D, localizadas na área Offshore de Angoche, província de Nampula; a área Z5 – C, localizada no Delta do Zambeze, região que compreende as províncias de Sofala e Zambézia, e as áreas PT5 – C (Offshore) e Mazenga (Onshore), localizadas na província de Inhambane. A Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), representante do Estado moçambicano, participa em todas as áreas concessionadas em parceria com multinacionais estrangeiras, com excepção da área de Mazenga, onde, segundo dados contidos no comunicado do Conselho de Ministros, emitido, esta terça-feira no final da 25ª sessão ordinária, participa sozinha. Das multinacionais que entram nas concessões, destaque vai A gigante petrolífera norte-americana sedeada no Estado do Texas, Exxon Mobile participa em quatro das seis novas áreas, o que subentende que será a que mais investimentos vai realizar.

Os contratos chancelados têm a duração de oito anos, podendo ser prorrogados por 30 anos, caso haja descobertas comerciais. Estimativas do governo fixam em 825 milhões de dólares de investimentos ao longo dos oito anos da fase inicial de pesquisa e prospecção, o que corresponde a um investimento mínimo anual de 100 milhões de dólares.

Preferência pelo nacional De acordo com os termos definidos pelo governo, as concessionárias devem privilegiar, nas suas actividades, sempre que possível, empresas e produtos nacionais. “Um dos aspectos previstos nestes con-

tractos é a obrigatoriedade de envolver empresas nacionais na prestação de serviços; a preferência de produtos nacionais quando comparáveis em termos de preço e qualidade”, explicou Ana Comoana, porta-voz do Conselho de Ministros. Outra obrigatoriedade imposta nos contractos é o “lançamento de concursos públicos para aquisição de bens e serviços, quando o montante é superior a 80 milhões de dólares”. Com os projectos nas novas áreas “espera-se que se possa conseguir mais emprego, mais formação técnica, mais envolvimento das empresas nacionais, sobretudo as Pequenas e Médias Empresas, mas também, o bónus de produção e receitas”, disse Comoana

Turismo arrecadou mais de USD 150 milhões resultante da visita de mais um milhão de turistas O sector do Turismo no país arrecadou mais de cento e cinquenta milhões de dólares americanos o ano passado resultante da visita de mais um milhão de turistas. A informação foi avançada, esta segunda-feira em Maputo, pelo ministro da Cultura e Turismo, Silva Dunduro, no Seminário de capacitação de técnicos de instituições públicas, em matéria de estatística. “Estamos a desenvolver um projectopiloto dos operadores turísticos para percebermos até que ponto o contributo do turismo nacional oferece para o peso na nossa economia. Quando dissemos que no ano passado o Turismo contribuiu com cento e cinquenta e um milhões de dólares, face a chegadas internacionais, mas se hoje formos aferir aquilo que, efectivamente, o Turismo doméstico traz, provavelmente o peso seja muito maior do que hoje estamos a falar do Turismo em Moçambique“


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ECONOMIA

Empreendedor deve identificar oportunidade de negócio

- afirma Agostinho Vuma, Presidente da CTA O Presidente da CTA, Agostinho Vuma, foi orador principal do primeiro dia da YALI - Young African Leaders Initiative (Iniciativa para Jovens Líderes Africanos), um programa lançado pelo Governo dos Estados Unidos visando investir na formação de líderes africanos do futuro em áreas como “Gestão de Negócios de Empreendedorismo, Liderança Cívica e Gestão Pública e Governação”. Para além de partilhar com os futuros líderes africanos os principais desafios que podem torná-los capazes de ser os patrões do futuro que poderão prover emprego para as suas famílias e comunidades, e ajudar outros a replicar o seu sucesso, o Presidente da CTA apontou os principais requisitos para um bom empreendedor, nomeadamente: uma grande ideia, uma grande visão, paixão, disciplina, conduta, optimismo e honestidade. Na ocasião, referiu que um empreendedor deve procurar identificar as oportunidades de negócios, e não usar o empreendedorismo apenas para identificar a oportunidade de fazer dinheiro e assegurar a fonte de rendimento. Para o Presidente da CTA, um empreendedor que se preocupa apenas em ganhar dinheiro, não estuda o negócio, nem tem preparo necessário para perceber como funciona a cadeia e,

daí, trazer uma ideia que possa fazê-lo ganhar dinheiro de forma competitiva e garantir a sua sustentabilidade. Entretanto, para se ter um empreendedorismo que identifica as oportunidades de negócios, é necessário um ambiente de negócios favorável que permita a inserção dos novos empresários no mercado. Para isso, é preciso que o Governo remova os obstáculos através de políticas públicas que incentivem a actividade empresarial. No fim da interacção, com os estudantes moçambicanos e angolanos que participam no YALI, o Presidente da CTA destacou o dever de cada um trazer uma mudança positiva, multigeracional e duradoira para as transformações sociais e económicas necessárias nos nossos países

AB InBev vai construir fábrica de cerveja em Moçambique O maior produtor mundial de cerveja, o grupo Anheuser-Bush InBev, vai iniciar este semestre a construção de uma fábrica de cerveja em Moçambique com uma capacidade de dois milhões de hectolitros. A informação foi avançada pelo presidente do grupo para zona África, Ricardo Tadeu. Tadeu disse que este investimento visa responder ao grupo rival Heineken, que deverá começar a produzir cerveja em Moçambique a partir do primeiro semestre de 2019, na fábrica que irá custar 100 milões de dólares. Tadeu disse que o grupo não pode de momento divulgar o valor a ser investido na fábrica. O grupo AB InBev pagou em 2016, 100 mil milhões de dólares para adquirir o grupo rival SABMiller, produtor das duas maiores marcas de cerveja em Moçambique a 2M e Laurentina, escreveu o Macauhub


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ECONOMIA

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BCI e M-Pesa registam feito tecnológico único no mundo O BCI tornou-se, na semana finda, a primeira instituição financeira, a nível nacional e mundial, a conceder acesso, na sua rede de POS aos Clientes de um operador de carteira móvel para que estes possam efectuar os seus pagamentos.

O

acto foi materializado pelo presidente da Comissão Executiva do BCI, Paulo Sousa e pelo director geral da Vodafone M-Pesa, Gulamo Nabi, no Mercado Fajardo, em Maputo, onde foi lançada a aceitação de pagamentos via M-PESA, nos POS BCI, no âmbito do projecto de partilha de plataformas tecnológicas (interoperabilidade) que permite a interacção entre as Contas à Ordem do BCI e as Contas M-pesa. Esta inovação tecnológica resulta do

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protocolo firmado em finais do ano passado, entre o BCI e o maior operador de serviços de Carteira Móvel de Moçambique, reforçando a colaboração entre as duas Instituições. Refira-se que este relacionamento interinstitucional remonta a 2012, quando foi disponibilizado o parque de ATM do

BCI aos utilizadores M-Pesa para realizarem levantamentos em dinheiro. A renovação da parceria em 2017 tornou possível a realização de transferências, nos dois sentidos, entre contas BCI e Contas M-Pesa, fortalecendo assim a Interoperabilidade de Serviços entre as duas Instituições

BVM disponibiliza-se para apoiar agronegócio

inco empresas privadas vão registarse na Bolsa de Valores de Moçambique (BVM) ainda este ano. O anúncio foi feito durante um encontro organizado pela revista AgriMag para mostrar as oportunidades de financiamento ao agronegócio através da Bolsa. São no total 20 empresas que deverão aderir à BVM em resultado do Acordo feito entre a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) e a Bolsa. Mas para este ano são cinco com os processos já avançados. Ainda no encontro, o Pre-

sidente do Conselho de Administração da Bolsa, Salim Valá, disse que o organismo está disposto a apoiar tecnicamente todas as empresas que queiram comprar ou vender acções através da BVM. A Agrimag, uma revista especializada em agricultura, entende que o país tem condições para que o sector prospere, mas falta o funcionamento da cadeia de valores. No presente ciclo de governação, a agricultura foi indicada pelo executivo de Filipe Nyusi como uma das quatro áreas prioritárias para o desenvolvimento económico de Moçambique.


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ECONOMIA

Diomba seduz bancos comerciais O Governador da Província de Maputo, Raimundo Diomba, convidou os bancos comerciais a acelerarem a sua presença em pontos estratégicos ao longo da circular, Machanguli, e intervalo entre Moamba e Magude.

I Por: Redacção

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egundo Diomba, para além do crescimento da população economicamente activa, aqueles pontos da província, sob sua direcção, está acolher investidores e investimentos fortes. “Os bancos comerciais não podem atrasar na expansão da sua rede de agências bancárias. É preciso aproveitar as oportunidades. Temos uma estrada nacional, a Circular, que seguiu e chegou a Ponta de Ouro e o movimento de pessoas é agora maior”, introduziu Diomba. “A fronteira da Ponta de Ouro exige a presença de agência. Temos a zona de Machanguli, que está crescer em acções, também precisa. O intervalo entre Moamba e Magude está registar a presença de empresas fortes, está, inclusive, em conclusão uma fábrica de açúcar, haverá muita gente trabalhando lá e vão precisar de agência bancária. Há empresas entrando lá, e o movimento de dinheiro naquela zona é maior, há muitos a andarem com dinheiro na mão, por falta de agência”, argumentou o dirigente. Diomba falava, na quinta-feira, durante a cerimónia de inauguração da agência do Standard Bank da Matola “D”, localizada junto a Estrada Nacional n.º 4 (Witbank), na cidade da Matola. Trata-se da primeira agência bancária construída de raiz no município da Matola. É um balcão equipado com tecnologia de ponta e que emprega 17 profissionais. Para além dos demais serviços oferecidos numa agência bancária, o centro oferece serviço de levantamento e depósito 24 horas, uma vez que dispõe

de ATM´s depósitos. Com aquela agência, a província de Maputo passa a contar com 80 agências bancárias, que representa uma porção de 12 por cento do total dos balcões de Moçambique. O representante do Banco Central, Henriques Matsinhe, afirmou que aquele número é fruto do programa de bancarização da economia projecta-

do em 2007, altura em que a província tinha 25 balcões. Entretanto, Matsinhe advertiu que a taxa de bancarização da economia até finais de 2016 era de 36 por cento e até finais deste ano tem de atingir 40 por cento, o que significa que há trabalho por ser feito na expansão da rede bancária pelo país


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ECONOMIA

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Gapi investe na Mulher Empreendedora A Gapi – Sociedade de Investimentos deu início à fase piloto de um Programa de Promoção e Empoderamento da Mulher Empreendedora, que consiste num pacote que integra assistência técnica e financeira a projectos de negócio pertencentes e geridos por mulheres. Esta fase de arranque envolve as cinco empresárias finalistas do programa “SanBio-FemBioBiz-2018”.

A

urora Psico, coordenadora desta iniciativa por parte da Gapi, referiu que o programa tem "por objectivo aumentar a participação da Mulher na esfera económica, mas sobretudo o benefício adveniente dessa participação. Envolve uma componente de assistência técnica, que compreende apoio na transposição da ideia de negócio em plano de negócio, assistência nas vertentes legal, fiscal, de contabilidade, marketing, entre outros aspectos que vierem a ser identificados como decisivos para o sucesso de cada negócio. A outra componente é a de financiamento aos projectos, a ser efectuada em função das necessidades e especificidades do negócio. Podendo ser feito através de créditos, garantias ou mesmo, a médio prazo, por via de participações financeiras”, concluiu. Os primeiros cinco projectos a serem assistidos são os de Iolanda Almeida que, através da empresa INMA Agronegócio, está a processar e comercializar o “café do Ibo”; o de Maria Sibia, da empresa Casa do Campo Lda., que produz ovos de cordonizes; o de Márcia Manjate, da empresa Elifruta, que produz sumos de frutas frescas, sem

corantes nem aditivos; o de Ancha Salvador com a empresa Ancha´s Gluten Free que produz pães e biscoitos para as pessoas com alergia ao glúten e o de Josina Muchanga que, com a sua empresa Xikhaba, está a produzir manteiga de amendoim. António Souto, administrador delegado da Gapi, informou que, para esta fase piloto, a instituição alocou para já um orçamento de cinco milhões de meticais, dos quais dez por cento são destinados a premiar os três melhores projectos. A Gapi está em negociações para alargar o orçamento a este Programa que espera poder expandir ainda este ano. Além disso, tal como já vem fazendo noutros programas, a Gapi está aberta a parcerias com a banca comercial, para que esta crie melhores condições de acesso ao financiamento. “A Gapi, ao longo dos 30 anos da sua existência, sempre manteve como missão a promoção do sector empresarial nacional. Para isso, combina serviços de assistência técnica, assessoria e capacitação, com serviços de financiamento, ajudando, igualmente, no surgimento de instituições”, afirmou. “A forma como cumprimos a nossa missão tem evoluído em função da

conjuntura e das nossas capacidades.” António Souto realçou que “na actualidade, onde muito se fala de “conteúdo local” há uma grande necessidade de se acarinhar iniciativas empreendedoras detidas e geridas pelas mulheres, por todo o País, pois embora elas sejam geradoras de mais de 60 por cento da riqueza, a percentagem de apropriação dessa riqueza pelas mulheres ainda é muito reduzida”, frisou. Numa reunião realizada no passado dia 10, entre as cinco empresárias e a Gapi, foram identificados alguns dos principais constrangimentos que diminuem a possibilidade de sucesso dos negócios de pequena escala, em particular os que dependem de mulheres. A direcção da Gapi iniciou esta auscultação directa junto das próprias empresárias para que o futuro programa responda com acções concretas e relevantes para o crescimento destas empresas. “O que a Gapi pretende com este programa é contribuir para a igualdade do género, o que implica capacitar a Mulher, dotando-a de condições necessárias para o seu empoderamento económico”, concluiu Aurora Psico (FDS)


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SOCIEDADE

SERNIC deve criar medidas eficazes que desencorajem actos de corrupção - defende Basílio Monteiro

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Ministro do Interior, Basílio Monteiro, defende que o Serviço Nacional de Investigação Criminal deve criar medidas eficazes, que desencorajem actos de corrupção. Basílio Monteiro falava, esta quinta-feira em Nampula, no arranque do primeiro Conselho Coordenador do Serviço Nacional de Investigação Criminal- SERNIC. O Ministro do Interior espera que, no final do encontro, o SERNIC saia fortalecido e capaz de responder aos desafios de prevenção e investigação criminal

UNICEF recomenda medidas alternativas à detenção de crianças O Fundo das Nações Unidas para a Infância-UNICEF defende medidas alternativas à detenção de crianças em conflito com a Lei. Trata-se de uma das recomendações do Estudo sobre Crianças em Conflito com a Lei em Moçambique, lançado esta sexta-feira, em Maputo.

I Por: Redacção

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especialista da área da protecção da criança do UNICEF, Carla Mendonça, disse que o ideal seria que os menores tivessem uma oportunidade de reinserção dentro da própria comunidade e poder continuar a ir à escola. O estudo, financiado pelo UNICEF, apresenta algumas recomendações ao Ministério Público, principalmente nas áreas da acusação pública, representação de menores e da fiscalização da legalidade.

O estudo refere que até 2015, mais de mil e trezentas moçambicanas cumpriam penas de prisão. O Procurador-Geral Adjunto, Januário

Necas, diz que a situação de menores em conflito com a Lei é alarmante e, na sua maioria, são casos que deriva de problemas socioeconómicos


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SOCIEDADE

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MITESS exige cumprimento da lei de contratação de mão-de-obra O Vice-Ministro de Trabalho, Emprego e Segurança Social, Oswaldo Petersburgo, insta as empresas a cumprirem com a Lei do Trabalho, principalmente na contratação de mão-de -obra estrangeira.

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swaldo Petersburgo falava esta sexta-feira, em Maputo, num encontro com a Associação Moçambicana dos Bancos, no âmbito da divulgação da legislação laboral. Petersburgo disse que a criação de empregos para os moçambicanos é um dos desafios do governo, daí a necessidade de implementar medidas de promoção de recursos humanos nacionais. O Presidente da Associação Moçambicana de Bancos, Teotónio Comiche, defende mais divulgação da Lei Laboral, principalmente o regime jurídico aplicável ao sector bancário

Deficiente saneamento do meio contribui para o aumento de doenças O deficiente saneamento do meio na cidade de Maputo constitui um dos factores que contribuem no aumento de doenças. Trata-se de uma constatação feita, esta sexta-feira, durante a reunião de saúde pública da cidade de Maputo.

A

directora da saúde da cidade de Maputo, Alice Abreu, considera que para uma melhor prevenção de doenças é preciso o envolvimento de toda a sociedade. O Presidente do Conselho Municipal de Maputo, David Simango, que presidiu a reunião, disse que para o combate a doenças no seio da população é preciso ter em conta factores sociais e culturais. O encontro, de um dia, decorre sob o lema: fortalecendo os cuidados de saúde pública

primários para mais e melhores serviços. A reunião tinha como principal objectivo es-

tudar formas para expandir o acesso e melhorar a qualidade dos serviços de saúde


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Coutadas de Marromeu recebem 24 leões Duas coutadas do distrito de Marromeu, província de Sofala, receberam 24 leões da África do Sul, no âmbito do programa de repovoamento animal da região, anunciou, esta segunda-feira, a Zambeze Delta Safaris (ZDS), concessionária das coutadas.

O

s animais, colocados nas coutadas 11 e 12, foram transportados em cinco voos fretados, no que a ZDS considera “a maior operação de translocação de leões alguma vez realizada em Áfri-

ca”. “Trata-se de 18 fêmeas e seis machos oferecidos por diferentes províncias da África do Sul, entre parques e reservas privadas e públicas”, refere a nota. Dos 24 leões, 15 animais têm colar-satélite para a sua monitorização, acrescenta o comunicado. A operação custou um milhão de dólares doados por dois filantropos norte-americanos.

“Os animais passaram a ser pertença da Administração Nacional das Áreas de Conservação e sobre eles existe o compromisso voluntário dos operadores de não incluírem estes animais nos safaris de caça", lê-se no comunicado. Além de coutadas, Marromeu acolhe igualmente a Reserva Nacional de Búfalos,

que conta com 20 mil unidades desta espécie e é visitado por um terço dos turistas caçadores que visitam anualmente Moçambique. A área é habitat de 18 espécies de mamíferos e além de búfalo aloja o elefante, piva, chango, a pala-pala, gondonga, zebra e o facocero

Três crianças morrem afogadas na Zambézia Três crianças morreram afogadas, semana passada, nos distritos de Pebane, Morrumbala e Quelimane, na Zambézia. O substituto do porta–voz do Comando Provincial da Polícia da República de Moçambique na Zambézia, Sidner Condjo, disse à comunicação social, esta segunda–feira, que no caso de Pebane, a mãe terá afogado voluntariamente o bebé de um ano, no rio Mutabize. A Polícia admite a possibilidade de a mulher estar a sofrer de perturbação mental. Com as últimas três mortes, eleva-se para cinco, o número de menores que no mês passado perderam a vida afogadas na Zambézia. O comando Provincial da Polícia da República de Moçambique, na Zambézia, renova o apelo aos pais e encarregados de educação para prestarem mais atenção às crianças


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Disponível catálogo normativo da Inspecção das Actividades Económicas Os empresários moçambicanos contam, desde esta segunda-feira, com um catálogo normativo da Inspecção Nacional das Actividades Económicas -INAE.

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guião da INAE indica os princípios que os agentes económicos devem seguir, para que não sejam surpreendidos e sancionados no acto da inspecção. O Director Nacional de Apoio ao Sector Privado, Nicolau Sululo, disse, em representação do governo que, com aquele instrumento, os agentes económicos não podem queixar-se de desconhecimento da Lei, em caso de inspecção. Os financiadores da iniciativa dizem-se satisfeitos pela abertura do

governo em promover o desenvolvimento do sector privado no país. Segundo a Directora do Programa de Desenvolvimento Económico da Alemanha, em Moçambique, Doris Becker, através do catálogo,

os agentes económicos passam, igualmente, a conhecer a legislação comercial, bem como as directivas de actuação. O guião da INAE é oferecido gratuitamente aos agentes económicos

90 condutores inibidos de conduzir na província da Zambézia

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província da Zambézia continua a registar casos de condutores que teimam em conduzir sob efeito de álcool. Só este ano, noventa condutores foram inibidos de conduzir, durante o período de um ano, por ter sido flagrados a conduzir embriagados. Igualmente, 72 cartas foram apreendidas por falta de pagamentos de multas. Só este ano o INATTER na Zambézia enviou aos tribunais da Zambézia 6.525 autos de contravenções rodoviárias não pagas para efeito de cobranças coercivas. “Quando os condutores são autuados têm um período de 15 dias para efectuar o pagamento voluntário ou para reclamar”, disse Alcides Macucule, delegado do INATTER. As autoridades estão preocupadas com casos de jovens que ao longo da noite sentam nas bermas das estradas a consumir bebidas alcoólicas


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Governo investe nove milhões USD para criação de emprego O governo acaba de investir nove milhões de dólares para a implementação do programa Moz Trabalha. A iniciativa enquadra-se no reforço institucional ao sector de Trabalho, Emprego e Segurança Social visando responder a demanda e procura de emprego.

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informação foi revelada pelo vice-ministro de Trabalho, Emprego e Segurança Social, Osvaldo Petersburgo, durante a abertura da capacitação que durará uma semana, em Chimoio, de técnicos do Instituto Nacional de Emprego. Petersburgo disse, por outro lado, que esta iniciativa deverá criar nos próximos cinco anos, um milhão e qui-

nhentos mil empregos. “Estamos quase a atingir a meta do quinquénio, acreditamos que este e o próximo ano vamos atingir a meta. Continuamos a trabalhar para outras componentes como o estágio pré-profissional e

o auto-emprego”, disse Petersburgo. À margem da capacitação dos técnicos do Instituto Nacional de Emprego, foram entregues kits de auto-emprego e assinados acordos de estágios com algumas empresas baseadas em Manica

Combatentes recebem meios circulantes em Nampula

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ez motorizadas, de transporte de carga e pessoas, foram entregues a igual número de membros da Associação de Combatentes da Luta de Libertação Nacional na província de Nampula. Os meios circulantes, que funcionam a base de um sistema de baterias, fazem parte de um total de quarenta motorizadas que deverão ser entregues ainda este ano aos combatentes. A entrega foi feita pelo governador da província de Nampula, Victor Borges. Intervindo, Borges disse ser expectativa do Governo que os veículos que são concedidos aos combatentes a título de crédito possam gerar renda. Os beneficiários acreditam que os meios circulantes poderão minimizar o sofrimento por que passavam e dizemse conscientes das suas obrigações. Ainda esta terça-feira, o governador da província despediu-se dum grupo de muçulmanos que desloca-se a Meca em missão de peregrinação.


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Desconhecidos assaltam residência do administrador de Chimoio Indivíduos desconhecidos e munidos de armas de fogo assaltaram, na madrugada desta terça-feira, a residência protocolar do administrador da cidade de Chimoio, em Manica, e apoderaram-se de dinheiro estimado em cerca de 100 mil meticais e telemóveis.

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inda não se sabe quantos malfeitores eram, mas o assalto ocorreu por meio de arrombamento da janela da sala. Segundo o administrador, que não conseguiu gravar entrevista devido ao estado de choque em que se encontrava, os meliantes munidos de armas de fogo, molestaram a si e sua família, tendo de seguida roubado dinheiro e telefones celulares, para depois dispararem vários tiros enquanto encetavam fuga.

Sobre este assalto que ocorreu numa zona urbana, num dos bairros nobres de Chimoio, em residência com guarnição policial e a cerca de dez metros do comando de Unidade de Protecção de Altas Individualidades, questionamos a Polícia através da chefe das relações públicas, Elsídia Filipe o que terá fa-

lhado em matérias de segurança. “A investigação vai trazer a resposta desta questão”, respondeu a chefe das relações públicas. A Polícia apela, no entanto, aos cidadãos a não guardarem elevadas somas monetárias em casa sob risco de facilitar a concretização dos planos de meliantes

Prevenção aos casamentos prematuros:

Embaixadores de Boa Vontade da World Vision satisfeitos com o que viram em Tete Os Embaixadores escalaram a comunidade de Chiritse, localidade de Ndaula, distrito de Angónia e Changara, onde sensibilizaram os pais das vítimas de casamento prematuro, comunidade e outras crianças a investirem mais na formação das suas filhas.

“O que passou passou. Temos de procurar, todos, sobretudo os pais, contribuir para que as nossas filhas regressem a escola e recuperem o tempo perdido. É sempre difícil para os pais receberem e entenderem esta mensagem, mas saímos satisfeitos por aqueles que se comprometeram a envidar esforços para as suas filhas voltarem à escola", Embaixador Atul Laxmissancar. Por sua vez, a embaixadora Lurdes Patrício aconselhou as meninas a apostarem na escola. “A melhor comida é aquela que ensinamos a pessoa a fazer, por isso estas

crianças devem voltar à escola para adquirirem conhecimento. Também é importante denunciar uniões forçadas, promovidas pelos pais e encarregados de educação que afastam as raparigas da escola e as colocam numa situação miserável", disse a Embaixadora Lurdes Patrício.

Os embaixadores de Boa Vontade continuam o trabalho de sensibilização para o bem-estar da criança, escalando outros pontos, onde irão transmitir aos pais das vítimas de casamento prematuro, comunidades e outras crianças a importância de investirem mais na formação


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PRM desmantela quadrilhas de assaltantes A Polícia da República de Moçambique desmantelou, esta quinta-feira, uma quadrilha que se dedicava a venda e consumo de drogas em alguns bairros da cidade de Maputo. A Polícia mostrou um outro grupo de jovens indiciados de roubo de bolsas e telemóveis.

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PRM cercou e isolou a zona militar, mais conhecida por Colômbia, na cidade de Maputo, tendo detido alguns supostos consumidores e vendedores de drogas. Entretanto, os indiciados assumem ser consumidores de droga e afirmam que, no momento da detenção, não tinham con-

sumido drogas e muito menos portavamna. Um jovem na imagem apontado como vendedor diz estar ciente dos riscos do seu negócio, mas alega que está no negócio por falta de emprego.

A polícia não conseguiu ainda deter o suposto fornecedor e diz que as autoridades já andavam no encalço dos detidos. A PRM apela à colaboração dos cidadãos na denúncia de todos que perturbam a ordem e tranquilidade pública

Treze cidadãos da Somália retidos em Marínguè Treze cidadãos de nacionalidade Somali encontram-se retidos desde domingo passado no distrito de Marínguè, em Sofala.

O

s indivíduos em causa foram interpelados pelas autoridades migratórias em Nhamapadza quando seguiam num autocarro de transporte de passageiros com destino a Maputo. O grupo é proveniente do Centro de Refugiados de Maratane, na província de Nampula, e não terá apresentado motivo claro da sua viagem. As autoridades não descartam motivações criminais na deslocação do grupo que poderá ser devolvido ao Centro de Refugiados de Maratane, nos próximos dias. O porta-voz da Direcção provincial da Migração, em Sofala, Mangaze Singano, precisou que os indivíduos, com idades compreendidas ente 13 e 38 anos de idade, estão

no país há mais de 3 anos e têm documentos de identificação de refugiados. “ A movimentação é permitida por lei, mas para residir numa outra região carece de autorização. O que nos faz suspeitar é pelo facto de o grupo ser maior, suspeitar para onde é que vai e o que eu vai fazer. Actualmente o

tráfico de pessoas é maior e pode-se presumir que seja mais um cenário de tráfico, mas por uma questão de não corrermos esse risco, porque eles também não dizem para onde vão e o que vão fazer, preferimos retorná-los à proveniência, neste caso ao Centro de Refugiados, em Nampula “, disse


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SOCIEDADE

Mais de 100 funcionários expulsos do aparelho do Estado

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Um total de 104 funcionários foi expulso do aparelho do Estado durante o ano passado por terem cometido várias irregularidades. Entre as irregularidades cometidas, o destaque vai para desvio de bens do Estado, abandono do posto de trabalho e falsificação de documentos.

S

egundo a Ministra da Administração Estatal e Função Pública, Carmelita Namashulua, deste número faz parte de um total de 2255 processos disciplinares que foram instaurados em 2017 contra funcionários e agentes do Estado, sendo que 205 culminaram em demissões.

Carmelita Namashulua garantiu que existem acções concretas no sentido de erradicar este mal que enferma a administração pública e prejudica o cidadão. Estas declarações foram feitas durante a abertura oficial do quarto conselho coor-

denador do Ministério da Administração Estatal e Função Pública, que iniciou esta quarta-feira e com término previsto para sexta-feira. O evento decorre sob lema “Por uma Administração Pública Centrada na melhoria de Qualidade de Serviços”

Mais de 500 alunos de Malaiça-Nhanala deixam de estudar em salas precárias Mais de 500 alunos da Escola Primária do 1º e 2º grau de Malaiça-Nhanala, no distrito de Jangamo, na província de Inhambane, deixam de receber aulas em condições precárias com a entrada em funcionamento de cinco salas de aula.

I Por: Redacção

A

s cinco salas de aula e um bloco administrativo foram entregues na última quarta-feira pelo Governador da Província de Inhambane, Daniel Chapo, no âmbito da visita que efectuou ao distrito de Jangamo.

Segundo o Governador, as salas entregues fazem parte de um lote de 10 salas construídas pelo seu executivo naquela região, com vista a dar melhores condições para o ensino e aprendizagem porque, no entender do

governante, as crianças estavam sujeitas a vários problemas, tais como chuva, frio e ventania. As salas estão equipadas com carteiras, o que irá incentivar as crianças à frequentar as aulas num ambiente favorável. Ainda no distrito de Jangamo, o chefe do executivo de Inhambane visitou as obras de construção do hospital distrital local, um campo de produção de diferentes culturas alimentares, na baixa de Massalela em

Cumbana, onde dialogou com os produtores, e orientou um comício popular em Nhancoja, onde a população queixou-se da existência de malfeitores que vandalizam painéis solares de iluminação pública. Em resposta, o Governador disse a população que o seu Governo já alocou um agente da polícia que vai trabalhar permanentemente na resolução dos problemas criminais que afectam a população daquela região


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Moçambique é um dos países da SADC que menos aposta na investigação científica

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oçambique é um dos países da SADC que menos investe na investigação científica e desenvolvimento experimental. O ministro da Ciência e Tecnologia, Jorge Nhambiu, disse que o país investe apenas um terço do que é recomendado pela na África Austral. Apesar da despesa bruta na investigação científica e desenvolvimento experimental em Moçambique ter crescido de 0,34 por cento para 0,36 por cento de 2015 a 2016, o mesmo ainda não atingiu o estipulado na Comunidade de Países para o Desenvolvimento da África Austral - SADC. Para atingir a meta de um por cento, recomendado pela SADC e União Africana, Jorge Nhambiu propõe maior mobilização de recursos financeiros destinados à investigação científica. Jorge Nhambiu falava, esta quinta-feira, no Simpósio sobre investigação da Universidade Técnica de Moçambique

Ambulância e motorizadas para sector da Saúde na KaTembe

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distrito municipal KaTembe conta, desde esta quarta-feira, com novos meios de transporte para o sector da saúde. Trata-se de uma ambulância e duas motorizadas, avaliadas em cerca de três milhões e quatrocentos mil meticais, disponibilizados pela cooperação britânica e as Nações Unidas. A cerimónia de entrega foi testemunhada pelo Presidente do Conselho Municipal de Maputo, David Simango. Na ocasião, David Simango anunciou o projecto de construção de uma estrada, na Katembe, com o apoio da empresa Maputo-Sul, no âmbito da sua responsabilidade social. No encontro com o Conselho Consultivo, o Edil de Maputo procedeu à entrega de sementes de hortícolas, para apoiar quatro associações agrícolas, cujos campos foram assolados por chuva intensa


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Nyeleti lança em Maputo projecto “Jovem Nota 20”

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A Ministra da Juventude e Desporto, Nyeleti Mondlane, procedeu esta semana (Quarta-feira 08.08.18), ao lançamento do Projecto "Jovem Nota 20", na Escola Secundária Francisco Manyanga, na cidade de Maputo, um dos maiores estabelecimentos de ensino pré-universitário públicos do país, que ostenta o nome de um dos Heróis da Luta Armada de Moçambique.

I Por: Samuel Sambo

O Projecto “Jovem Nota 20” tem como objectivo estimular a mudança de comportamento de adolescentes e jovens, através de campanhas de sensibilização contra os males que enfermam esta camada social, nomeadamente os casamentos prematuros, violência doméstica, gravidez precoce, a falta de civismo . Este projecto visa também o empoderamento dos adolescentes e jovens, em particular a rapariga, para o uso dos serviços de saúde (Serviços Amigos dos Adolescentes e Jovens, com vista a travar os crescentes índices de infecção pelo HIV, usando o desporto como um dos recursos para maior envolvimento da rapariga através do Futebol Menina Biz,”. Este projecto já beneficiou mais de 200 mil adolescentes e jovens no primeiro semestre do presente ano.

Segundo a Ministra da Juventude e Desporto, o Projecto “Jovem Nota 20” demonstra a preocupação do Governo com os índices elevados de consumo do álcool e outras drogas, do aliciamento de jovens para o mundo do crime e da adopção de comportamentos desviantes, bem como o combate aos actuais níveis de desistência da rapariga na escola. Durante o evento, Mondlane ofereceu três bolas de futebol a um grupo da dança tradicional que abrilhantou o evento, mais trinta bolas da modalidade de futebol para a Escola Secundária Francisco Manyanga. Na ocasião convidou as turmas da escola a criarem um campeonato interno para mais tarde seleccionarem os melhores jogadores com o objectivo de desafiarem os jovens funcionários do Ministério da Juventude e Desporto

Vacina contra cólera para 180 mil pessoas em Cuamba Pelo menos cento e oitenta mil pessoas vão beneficiar da vacina contra cólera, no distrito de Cuamba, na província do Niassa. A campanha de vacinação lançada, nesta terça-feira, está orçada em sete (7) milhões de meticais do governo moçambicano e da Coreia do Sul. Duas semanas depois, vai decorrer a segunda fase, o que permitirá que os vacinados tenham imunidade contra a cólera durante cinco anos. Para efectivação da campanha, foram mobilizados 97 técnicos de saúde e 144 agentes. O distrito de Cuamba teve um período de surtos sucessivos de cólera, situação que ficou controlada nos últimos dois anos


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SOCIEDADE

Digitalização vai mudar comportamento dos cidadãos Teve lugar na terça-feira, dia 7 de Agosto de 2018, na Escola Superior de Gestão Corporativa e Social (ESGSC), na cidade de Maputo, um encontro de troca de experiências entre os órgãos de desenvolvimento humano para discutir os mecanismos da utilização das plataformas digitais para a mudança de comportamento.

S

egundo Nuno Maia, o organizador do encontro, a troca de experiências teve como ponto fundamental encontrar meios eficazes de como a informação digital pode alcançar às pessoas e, consequentemente, mudar comportamentos dos receptores. “O sector privado tem usado bastante essas plataformas para difundir informações sobre a saúde e estimular outras formas de dinâmicas, como jogos e outros tipos de lazer”, disse. Acrescentou que hoje à questão das transacções financeiras pode ser feita por via digital.

O encontro também centrou-se na análise de informação digital que pode ser disseminada para uma determinada comunidade que podem ser mensagens sobre uma determinada doença, a sua respectiva prevenção e difundir vários tipos de informação que promovam a mudança de comportamento. “Se formos a olhar para os cerca de 25 milhões de moçambicanos activos diariamente pelo telemóvel, podemos concluir

que, este meio pode alcançar maior número de pessoas e mudar comportamentos sobre uma determinada área de conhecimento que seja útil”, referiu. Maia concluiu que o encontro pretende encontrar modelos de comunicação eficazes usando plataformas digitais para que no futuro se possa replicar estes modelos no sentido de serem mais abrangente e efectivos para mudanças de comportamentos para a maioria das pessoas

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CULTURA


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CULTURA

O empreendedorismo da Alubina I Por Fijamo Sadeia

A

época de pesca, ao longo de ano, era somente de seis escassos meses. Contudo, o vício de bebedeira contraído pelos homens, requerendo a sua permanente satisfação, não obedecia às condições climatéricas impostas pela Natureza. Sendo a pesca e o paquete a fonte de sobrevivência, as duas áreas de actividade tinham épocas e a senhora Alubina, apercebendo-se disso, empreendera uma exploração do tempo durante o qual os estivadores e pescadores se encontravam inactivos. Assim, ela concebera um plano de trabalho, em silêncio absoluto, pois, os escrúpulos da prudência aconselhavamna a não apresentar a ninguém alguma proposta de trabalho, sob o risco de não ser bem acolhida. Alubina havia aberto uma machamba extensa e sobre a qual, mesmo juntando toda sua família que era numerosa, não tinha capacidade para desbastá-la. Trasladando o desafio da senhora para o campo de análise psicológica, poder-se-ia concluir que o que ela defendia era o seu ”eu interior”; isso não tinha, necessariamente, alguma relação com a abertura de grandes extensões de machamba para a obtenção de sustento familiar, pois, apenas a metade daquela área, que poderia cultivar sem precisar de apoio externo, como alias o fizera nos dois anos consecutivos após a sua chegada à aldeia, assegurar-lhe-ia comida suficiente para a sua família composta por doze membros, entre sobrinhos e netos; ou seja, se se visse obrigada a cultivar apenas aquela porção que, mesmo assim seria maior, comparando -a com a maioria das machambas da ilha, produziria comida bastante. Na verdade, o que estivera em causa fora vaidade, a vaidade de uma mulher que pretendia despertar a consciência das outras mulheres sobre hábitos e formas de pensar diferentes e contra as quais as pessoas resistentes a mudanças insinuavam aspectos negativos. Não lhe compreendiam. A não concretização do seu desafio resvalaria numa mofa, no seio das mulheres da aldeia, que ela não conseguiria gerir. Não se lhe vislumbrava qualquer solução para o contorno das dificuldades que cresciam à medida que o tempo urgia e por causa disso o sono se espantava, passando noites em branco a pensar em solução. Certo dia, por volta das 2h00 da tarde, regressava o Andraze da pesca, desconsolado, enquanto a dona Alubina, na sua machamba, descansava debaixo de um arbusto, meditando. Como se tratavam, entre si e por mera empatia, de cunhados, eles trocaram impressões sobre os tempos maus que já iam ao seu terceiro dia e, também, sobre a machamba, sugerin-

do-lhe o interlocutor para que reduzisse, sob o risco de não conseguir cultiva-la em toda a sua extensão. Embora ela ciente dessa verdade, a advertência do seu cunhado lhe perturbara sobremaneira. Contudo, agradecera. Porém, em jeito de prospecção e de forma aparentemente desinteressada, perguntara a ele se conhecia alguns homens que pudessem estar interessados em fazer ganho-ganho[1], sendo remunerados em aguardente.Oferta da Alubina fizera com que Andraze concluísse quão aflita estava diante daqueles dois campos de “futebol” numa única mão; como quem quisesse aferir a fiabilidade da oferta, o homem trocara, de imediato, o anzol pela enxada e, em pouco tempo, amanhara uma fracção que ela, mesmo com uma força adicional dos seus netos, levaria um par de horas para o fazer. Já tarde, os dois, entabulando conversa amistosa, regressavam das suas actividades, a dona Alubina da machamba e o Andraze da pesca que, mais um dia, havia sido cáustica, dado que o mar continuava tenebroso devido, de acordo com a polícia do mar que avisara na véspera, os ventos fortes com origem no estrangeiro para o nosso mar, explicava ele à cunhada; por efeito disso, não se conjecturava hipótese alguma de retoma, a breve trecho, da pesca, pois já havia sido avisado que seria confiscado todo o aparelho de pesca a quem fosse encontrado em actividade, dizia à cunhada que se regozijava com notícia porque lhe expiava, nessa interdição, uma oportunidade para que aqueles homens que pululavam pela comunidade, ociosos, aderissem ao seu convite. Chegados ao continente, despediram-se. Andraze ia lastimando com os seus botões, como quem pregasse no deserto, sobre a usura da dona Alubina ao não se dignar convidá-lo a um mwanamuko sequer, depois da ajuda que lhe prestara. Por isso, concluía ele, não acreditava, tão forreta que ela sempre fora, que trocasse a sua aguardente pelo trabalho na machamba.

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CULTURA

Há jazz na Matola Joaquim Alberto Dimande, mais conhecido por Zoco Dimande, um dos guitarristas mais destacados na música moçambicana, irá abrilhantar os residentes da Matola na província de Maputo, no domingo, dia 12 de Agosto do presente ano, às 16 horas, num concerto de jazz, na Quinta Jazz Club na Matola.

I Por: Samuel Sambo

O

autor do álbum My Life, intérprete da música África progresso, durante o espectáculo vai apresentar aos seus admiradores algumas músicas inéditas do álbum que está a ser gravado na capital moçambicana, que vai contar com mais de oito faixas. Zoco Dimande, um guitarrista por excelência do estilo Jazz no País, fez parte do extinto agrupamento Mabulo e actualmente tem actuado em várias "casas de pastos" na cidade e província de Maputo, com a sua guitarra, sempre ao seu estilo levando músicas que retratam

a vida dos moçambicanos, em particular, e de África, em geral, como faz no álbum my life com o tema kurhula, o que significa paz na língua Ronga e Changana, idiomas faladas nas províncias de Maputo e Gaza, na zona sul de Moçam-

bique. Para o espectáculo do domingo, o guitarrista far-se-á acompanhar pelos músicos já conhecido na praça, nomeadamente Nelton Miranda, na guitarra, Stélio Mondlane, na bateria e Lívio, no piano


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DESPORTO

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Fazer do jogo Moçambique vs Guiné-Bissau, a nossa “Marca da Vitória” Estamos a menos de um mês do jogo de futebol entre as selecções nacionais de Moçambique e da Guiné-Bissau, a contar para a segunda jornada do grupo K de qualificação para CAN Camarões- 2019.

I Por: Agostinho Mavota Partida a ter lugar no dia 8 de Setembro, no Estádio Nacional do Zimpeto, com inicio marcado para às 17:00 horas, e que vai deixar muito simbolismo, por se tratar do primeiro frente-a-frente entre estas duas nações lusófonas num confronto oficial de alta competição. É um dia histórico para Moçambique e GuinéBissau, e para nós moçambicanos, ainda mais histórico, porque estaremos a sair da comemoração do Dia da Vitória, que celebramos a 7 de Setembro, data que em 1974, assinou-se na capital zambiana, Lusaka, o acordo que terminou com o colonialismo português nesta pátria da Pérola do Índico e nos levou a conquista da Independência. Se foi na Zâmbia, onde alcançamos a vitória, quis o destino que fosse novamente na Zâmbia, em Ndola, que a campanha de qualificação para o CAN-2019 de Moçambique tivesse início a 10 de Junho de 2017. E dentro do contexto histórico, este é foi um jogo episódico, porque marcou o fim de um “jejum” de 42 anos em que Moçambique não vencia a Zâmbia, e foi o primeiro embate oficial que os Mambas ganhavam os Chipolopolos. O golo de Ratifo, mesmo ao apagar das luzes, deixou os moçambicanos esperançados na qualificação a sua quinta presença em fases finais de um campeonato africano das nações, o que a acontecer vai dar término a um deserto de nove anos em que o combinado moçambicano não toma parte na maior festa do futebol africano, sendo que a última vez que fizemos parte foi em Angola, no ano de 2010. Da actual selecção nacional, estiveram em Angola, Dominguez (o nosso capitão e de puto passou para o experiente maravilha), Mexer, Zainadine Júnior, e caso sejam convocados, Hélder Pelembe e Simão Mathe podem também fazer parte dos sobreviventes de Angola. Será que estão criadas as condições para que na noite do dia 8 de Setembro, a Nação moçambicana possa viver mais um momento de vibração? Fica um misto na resposta a essa pergunta, porque a vitória de Ndola, no dia 10 de Junho, anima-nos para ir ao Estádio Nacional do Zimpeto, mas também fica a interrogação da actual condição da selecção nacional, porque a última vez que esteve junta e em acção foi em Outubro de 2017, em Portugal, quando defrontou e ganhou Cabo Verde, em jogo amigável. A coesão da equipa, o ritmo competitivo dos atletas e sua forma física deixam-nos com algumas dúvidas. Mas jogando em casa, somos todos chamados a fazer desta inquietação uma força que nos une por esta causa, porque vencendo a Guiné-Bissau,

Moçambique dará um grande passo rumo aos Camarões, até porque o regulamento agora favorece, uma vez que se qualificam os dois primeiros classificados de cada grupo e somando seis pontos, às portas ficam abertas para o sucesso. Mas este sucesso se prepara e organiza-se, e temos que fazer desta partida, o jogo da Marca da nossa vitória e aproveito para felicitar a Federação Moçambicana de Futebol, por estar a preparar e a organizar a vitória de forma atempada, e os bilhetes já estão a venda desde o passado dia 27 de Julho, e ao escrever quero de uma forma aberta dar o meu contributo, para que, realmente, a 8 de Setembro se assinale à vitória. De mãos dadas, todos os moçambicanos devem fazer parte deste jogo, primeiro para os que podem comprar bilhete, o façam cedo, publicitem para que o Estádio Nacional do Zimpeto esteja cheio. Todo Moçambique tem que parar no dia 8 de Setembro, e na semana que antecede a partida, a Bandeira Nacional tem que flutuar por todos os cantos e as cores nacionais estarem nas vestes dos moçambicanos. Em todas as capitais provinciais, distritos, localidades e postos administrativos devem ter pontos de concentração para o acompanhamento do jogo e a ONDA VERMELHA mostrar que a Nação está junta com a Vitória. Como presente tem a sua fonte histórica, vamos recordar o nosso passado glorioso, levando ao Estádio Nacional antigas estrelas que souberam orgulhar as cores nacionais. Nicolau de Sousa (Nico Danger German), Geraldo Conde, Sérgio Faife Matsolo, Emmanuel Matola (Nana), Manuel Bucuane (Tico-Tico), Dário Monteiro, recordam as tardes nostálgicas com golos que animaram um povo, porque foram tentos que levaram Moçambique a uma fase final do CAN e por que não aproveitar este momento para uma singela homenagem aos martires das qualificações aos anteriores CAN´s e aqui também não

esquecer Jerry e Adelino, que contribuíram com golos nos jogos decisivos dos Mambas e que já não estão entre nós que devem ser imortalizados. O capitão Joaquim João (que também já nos deixou), Chiquinho Conde, Rui Évora, devem ser lembrados neste jogo da Marca da Vitória. Aproveitar o momento para uma solidariedade nacional com o primeiro treinador a qualificar Moçambique para o CAN, Belmiro Manaca, que passa por dias difíceis, por motivos de saúde e à título póstumo, dizer um obrigado ao Miguel Chau, que foi adjunto da selecção nacional na fase de qualificação e no CAN de 2010. Ao falar do saudoso Miguel Chau e sendo o futebol a modalidade rainha, estaria a juntar o útil ao agradável, porque aproveitaria para homenagear a viúva Ramira Langa, que se notabilizou no basquetebol e andebol, e com conquistas africanas, abrindo espaço para que os moçambicanos saibam reconhecer os outros desportistas que nas suas modalidades soaram com as cores nacionais e estendo a ideia de convidar a nossa menina de ouro, Maria de Lurdes Mutola, Clarisse Machanguana, Esperança Sambo, Aurélia Manave, Laura Nhavene, que se sacrificaram no desporto para ver nossa bandeira bem levantada. Aproveitar o momento para saudar os meninos de voleibol de praia, que já dominam a África e incentivar o hóquei em patins, que em breve vai trazer o continente a Maputo, para a fase de qualificação para o mundial da modalidade e que no maior palco desportivo de Moçambique, possam sentir o calor do país. Esta é a minha singela contribuição, para que no dia 8 de Setembro, os moçambicanos unidos podem ter no desporto o epicentro de mais um momento da sua auto-estima, determinação e afirmar-se no continente e no mundo. O nosso envolvimento na causa, desde o Presidente da República, governo, empresários, agentes desportivos e todo o povo moçambicano será determinante para este objectivo. Certamente que nem tudo aqui dito, vai caber no dia 8 de Setembro, teremos ainda mais jogos em casa, contra a Namíbia e a Zâmbia e nestes jogos pode-se encaixar toda a vontade de uma manifestação desportiva, rumo ao CAN dos Camarões em Junho de 2019. Já que quebramos o “jejum” de não vencer a Zâmbia, vamos manter a veia ganhadora diante da Guiné-Bissau e bem preparados e organizados, DEUS será moçambicano, porque Vitória é sua marca, basta Crer e ter Fé no trabalho a ser feito Com todo Fair Play, escrevi e disse


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DESPORTO

A Embaixada do Japão em Maputo ofereceu esta semana material desportivo à Federação Moçambicana do Judo O acto ocorreu nesta sextafeira, nas instalações do Ministério da Juventude e Desporto, contou com a presença da Viceministra da Juventude e Desporto, Ana Flávia Azinheira, presidente da Federação Moçambicana do Judo Fernando Sumbana Júnior, Embaixador do Japão acreditado em Moçambique Toshio Ikeda, embaixador do Brasil Rodrigues Soares, um dos parceiros da FMJ, seleccionadores de vários escalões das selecções do Judo e funcionário do MJD.

I Por: Samuel Sambo

N

a ocasião, os judocas receberam das mãos do diplomata japonês mais de 400 tapes de judo e 400 fatos para à prática da modalidade em diferentes tamanhos. Este acto resulta da cooperação entre Moçambique e o Japão que dura há mais de 35 anos, bem como nos bons resultados alcançados pelos judocas em competições internacionais. Após a entrega do material, a Vice-Ministra da Juventude e Desporto, enalteceu o gesto do governo japonês, tendo assegurando que o irá garantir a massificação do desporto no País, bem como a descoberta de novos talentos, que irão elevar bem alto

a Bandeira Nacional em competições internacionais. Não deixou de apelar aos dirigentes da modalidade para a inclusão de maior número das raparigas para à prática do desporto. Por sua vez, Toshio Ikeda, Embaixador do Japão em Moçambique, disse que o acto tem como objectivo a expansão da modalidade no País, através da federação moçambicana com a finalidade de poder levar maior número de atletas para os próximos Jogos Olímpicos, a terem lugar no Japão, na cidade de Tóquio em 2020. Já o presidente da Federação Moçambicana do Judo, Fernando Sumbana Júnior, também enalteceu o gesto, tendo garanti-

do que este material representa um alívio para os praticantes do judo, uma vez que a federação internacional recomenda o uso de material modernizado, algo que fazia falta no território nacional. Prometeu que o mesmo irá servir para à expansão da modalidade em todo o país. Sumbana revelou ainda que quatro atletas moçambicanos estão no centro de rendimento no continente europeu, com objectivo de garantir a qualificação de maior número de atletas para os Jogos Olímpicos. A modalidade do judo tem representado o país, nos últimos anos, nos Jogos Olímpico, tendo participando em todas as edições com apenas um atleta

Mão dura contra actos de violência em recintos desportivos

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Procuradoria-Geral da República, em Cabo Delgado, promete mão dura contra os jogadores, dirigentes dos clubes e adeptos que se envolverem em actos de violência nos recintos desportivos da cidade de Pemba e noutros pontos da província. Este posicionamento foi assumido pelo Porta – Voz daquele órgão do Ministério Público, em Cabo Delgado, Armando Wilson, num encontro que juntou à mesma mesa, a PRM e a Associação Provincial de Futebol de Cabo Delgado, na sequência dos tumultos registados recentemente no jogo entre o Desportivo e Ferroviário, ambos da Cidade de Pemba


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CULINÁRIA

Lourdes Meque Rajani

Polvo à Lagareiro Ingredientes:

1 polvo grande 8 batatas pequenas para assar 1 cebola 3 dentes de alho Salsa q.b Azeite q.b Sal q.b Pimenta q.b

Preparação

Começe por preparar o polvo. Depois, coloque ao lume uma panela com água suficiente para cozê-lo. Vá verificando. No entanto, o tempo de cozedura po-

derá ser de cera de 1 hora. Lave bem as batatas e coloque no forno cobertas com sal a 200ºC durante cerca de 45 minutos. Quando estiverem prontas, dá-se um murro em cada batata, ao estalarem ao dar o murro estão no ponto. Numa assadeira coloca-se o polvo bem escorrido, as batatas e regar tudo com o azeite de alho e Salsa e os alhos bem distrinuidos. Polvilha-se com pimenta e um pouco de sal. Leve ao forno durante 20 minutos a 220ºC. Aos 15 minutos virar as batatas e regar com um fio de azeite. Retirar e servir de imediato

Cozido à Portuguesa Ingredientes: 500g de Carne de Vaca para cozer 1 Chispe 1 Orelha de Porco 300g de Entremeada 1 Chouriço Corrente 1 Chouriço de Carne 1 Chouriço de Sangue 2 Farinheiras 1 Morcela de Arroz 1800g de Couve Lombarda 800g de Couve Portuguesa 2 Nabos 4 Batatas 4 Cenouras 300g de Arroz 1 Cubo de Caldo de Carne 1 Cubo de Caldo de Galinha 1 Cubo de Caldo de Legumes Sal Grosso q.b. Cravinho q.b. 1 Lata de Feijão Branco Cozido

Preparação 1. Numa panela grande com água, coloque os cubos de caldos, sal, cravinhos e o chouriço corrente. Deixe ferver. 2. Lave as carnes.

Junte na panela, a carne de vaca, a entremeada, o chispe, a orelha e o chouriço de carne. Deixe cozer. 3. Lave os legumes. Depois de cozidas, retire as carne para uma travessa. Junte as couves no caldo e deixe ferver 5 minutos. Junte a morcela de arroz, os nabos e as cenouras cortados em quartos. Deixe ferver 5 minutos. 4. Entretanto num tacho coloque o arroz, junte o caldo de cozer as carnes e as couves. Leve a cozer. Junte na panela as batatas cortadas ao meio. Espete as farinheiras e o chouriço com um palito e junte na panela. Passado 4 minutos retire o chouriço de sangue. 5. Tire um pouco de caldo para um tacho e junte o feijão. Deixe ferver 2 minutos para aquecer bem. Quando tudo estiver cozido corte as carnes e sirva tudo em travessas.

Bom apetite!

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