IDOLO edicao 63

Page 1

Onde Mora a Chama da Esperança

100,00 MT

Periodicidade Bimestral Ano 13 Fundada em 2007 Edição nº 63 Março/Abril 2021

Tuaha Chabane É Novo Director-Geral do INCM

Salim Valá PCA DA BOLSA DE VALORES DE MOÇAMBIQUE

Paulo Oliveira

Promove marca Moçambique

BVM ESTÁ MAIS

APETECÍVEL

PUBLICIDADE

A CAÇA FURTIVA ROUBA

DE TODOS NÓS JOAQUIM CHISSANO (embaixador da campanha)

denuncie as autoridades grÁtis

Edição nº63 | Março/Abril 2021 | www.idolo.co.mz | 843220837| 874583870

ADMISTRAÇÃO NACIONAL DAS ÁREAS DE CONSERVAÇÃO

1


ECONOMIA

Um apelo 2

| Edição nº63 | Março/Abril 2021 | www.idolo.co.mz

Instituto Nacional das Comunicações de Moçambique

Autoridade Reguladora das Comunicações


Editorial

Júlio Saul

Saber Acreditar!

H

á um provérbio que diz: “nada cai do céu”. O que significa que é pelas lutas diárias que conseguimos alcançar o que almejamos. As escrituras sagradas dizem: pela fé o homem pode mover montanhas, pode mudar o curso do vento, do mar e até parar o sol. É apenas acreditar que tudo é possível. Nada é impossível para aqueles que acreditam no seu potencial. Foi por acreditar que países colonizados conseguiram vencer o colonizador mesmo com seu poderio militar e financeiro. Foi por isso que o falecido Julius Nyerere, antigo Presidente da Tanzania, levou o seu país a independência. Nelson Mandela, da África do Sul, acreditou que seria possível vencer o regime do Apartheid instalado no seu país, mesmo que isso lhe custasse a própria vida. Depois de 27 anos de prisão, acreditou que seria possível dirigir os destinos do seu povo! Conseguiu e hoje, mesmo não

estando entre nós, o seu legado continua a ser recordado em todo o mundo. Moçambique foi por muitos anos dominado pelo sistema colonial português, mas alguns homens acreditaram que seria possível expulsar um inimigo poderoso. Insurgiram-se Gungunhane, Maguiguane, Mataka e Molidy Volay, só para citar alguns. Depois deles, muitos outros se levantaram pela mesma causa e a sina foi sempre a mesma, “ACREDITAR”. Eduardo Mondlane, Samora Machel, Marcelino dos Santos, Urias Simango, apenas alguns exemplos, acreditaram, lutaram e libertaram a terra e o povo. Hoje, todos acreditam ver um Moçambique cada vez mais próspero, dinâmico e sem qualquer tipo de conflito. Mesmo aqueles que protagonizam ataques em diferentes pontos do país, acreditam em viver num mundo melhor. Acreditar é um grande começo para o desenvolvimento, “ACREDITE!”

FICHA TÉCNICA IDOLO EI: Directora Executiva Ondina Pereira ondinadejesuspereira@gmail.com Editor Gervásio de Jesus gervasiodejesus@yahoo.com.br Redacção Gervásio de Jesus e Júlio Saúl Colaboradores Samuel Sambo e João Chicote Fotografia Ídolo Arte & Desenho Gráfico Paginação Cláudio Nhacutone Revisão Linguística Ídolo Web master Paulino Maineque Marketing Erika de Jesus Distribuição e Expansão Ídolo Registo Nº 010/GABINFO-DEC-2011 Tiragem 4000 Exemplares Impressão Minerva Print Endereço Av. Karl Marx nº 1975 – R/C Contactos +258 87 552 744 4; +258 84 574 504 1; +258 84 552 743 7 Email: idolorevista@gmail.com/revistaidolo@idolo.co.mz _ www.idolo.co.mz MAPUTO - MOÇAMBIQUE

Edição nº63 | Março/Abril 2021 | www.idolo.co.mz |

3


ECONOMIA

Mercado obrigacionista atinge níveis satisfatórios - refere Salim Valá, PCA da Bolsa de Valores de Moçambique

A

Bolsa de Valores de Moçambique (BVM), tem vindo a registar um crescimento visível desde a sua criação, com destaque para o apoio que tem prestado as empresas moçambicanas cotadas na Bolsa e o contributo no sistema financeiro nacional, pese embora às adversidades colocadas pelo novo coronavírus que afectou o sistema económi-

4

co internacional em meados de 2020 e 2021. Porém, apesar das dificuldades enfrentadas neste período, a BVM conseguiu ultrapassar e, por isso, o Presidente do Conselho da Administração da BVM, Salim Valá, defende que pelos resultados alcançados no período em alusão, a instituição que dirige está sendo um efectivo factor propulsor do mercado de capitais e um activo dinamizador

| Edição nº63 | Março/Abril 2021 | www.idolo.co.mz

do sistema financeiro moçambicano. Entretanto, o fraco empenho da economia moçambicana nos últimos quatro anos, originada pela crise económica internacional, congelamento do apoio dos parceiros de cooperação, prejuízos causados por eventos climáticos extremos, focos de instabilidade na zona centro do país e


ECONOMIA

parcerias com outras Bolsas de Valores e com diversas instituições do panorama económico e financeiro nacional.

Marcos notáveis

O grande destaque no mercado de financiamento interno vai para as obrigações do tesouro

acções terroristas em Cabo Delgado e as repercussões da pandemia da Covid-19 em 2020, não afectou o desempenho da Bolsa. Segundo Salim Valá, as dificuldades e contrariedades ocorridas durante o período em referência não impediram que a instituição pudesse realizar as acções de relevo constantes no Plano Estratégico da BVM 2017 – 2021. Dentre estas actividades, de acordo com Valá, destacam –

se, a dinamização do mercado secundário, com admissão à cotação de mais sete empresas; a introdução de novos produtos, serviços e instrumentos financeiros; o lançamento do Índice de Bolsa (IBVM); a criação de um novo mercado bolsista, o terceiro mercado; a promoção da educação e literacia financeira; o dimensionamento tecnológico e o aprimoramento do quadro regulamentar e a cristalização de

Como resultado do empenho e trabalho empreendido, o PCA da BVM esclareceu que no quatriénio, assistiu-se ao incremento dos principais indicadores bolsistas, a saber: a capitalização bolsista cresceu em 84,0 porcento; o rácio de capitalização bolsista aumentou 25 porcento; o volume de negociação aumentou 99,2 porcento; a liquidez do mercado cresceu 8,3 porcento; o número de títulos cotados na BVM subiu 55,0 porcento; as empresas cotadas no mercado accionista subiram 175 porcento; o nível de financiamento à economia através da BVM aumentou 491, 6 porcento e o número de títulos e de titulares registados na central de valores mobiliários foi incrementado em 348,8 e 258,7 porcento, respectivamente. No mesmo período, foi registado igualmente, uma evolução significativa do mercado obrigacionista (obrigações do tesouro, corporativas e papel comercial), com um crescimento de 41,7 porcento no número de emissões e de 100,5 porcento no valor das emissões. “O grande destaque no mercado de financiamento interno vai para as obrigações do tesouro, com um número de emissões entre 2017 e 2020 a observar uma taxa de crescimento de 66,7 porcento, mas com um enorme incremento no valor das respectivas emissões, que durante este período tiveram uma taxa de crescimento de 349,5 porcento”, disse

Edição nº63 | Março/Abril 2021 | www.idolo.co.mz |

5


ECONOMIA

Operações de grande vulto

O

PCA da BVM revelou, num outro desenvolvimento, que durante o ano de 2019, duas grandes operações de bolsa foram executadas, com destaque para a Oferta Pública de Venda (OPV) de 4 porcento das Acções da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), marcada pelo sucesso em termos de inclusão financeira, em que mais de 19 mil investidores representando mais de 16 mil novos accionistas subscreveram 1.099 milhões de acções, no valor de 3.300 milhões de meticais em todas às províncias do país. “Mais de 90 porcento dos distritos, os cidadãos moçambicanos tomaram 35 porcento das acções, onde se utilizaram novos canais de

6

subscrição de acções – telemóveis e “apps” digitais através dos quais foram transmitidas 36 porcento das ordens à BVM. Pelo seu carácter inovador, uso de canais remotos, alcance de cidadãos não bancarizados e por ser um importante contributo para inclusão e empoderamento económico e financeiro dos moçambicanos, essa operação foi por duas vezes permitida internacionalmente, em Marco de 2020 pela “DealMakers Africa” (Special Recognition Award) e em Maio de 2020 pela revista “The Banker” (Deal of the year 2020 – Equity Winner Africa) ”, frisou Valá. Outra operação bolsista de reconhecimento impacto, segundo Salim Valá, foi a Oferta Pública de Subscrição (OPS) de novas acções

| Edição nº63 | Março/Abril 2021 | www.idolo.co.mz

representativas de 30,19 porcento da Cervejas de Moçambique (CDM), exclusivamente reservada para os accionistas da CDM, tendo constituído a maior operação de financiamento de uma empresa privada através do mercado bolsista, no valor de MT 7.793 milhões (USD 124,5 milhões). “De realçar que a CDM já havia recorrido ao financiamento via Bolsa em 2012, num montante de MT 1.100 milhões (USD 37.1 milhões), tendo sido a primeira empresa a ser cotada na BVM, em 2001 por via de uma OPV de 28 porcento do seu capital social no valor de 280 milhões de meticais e até recentemente era a empresa com o maior contributo para a capitalização bolsista do mercado”, frisou


ECONOMIA

Empresas usam serviços da BVM

M

esmo tendo em conta o ambiente económico adverso, de acordo com Salim Valá, as empresas moçambicanas e os investidores estão a conhecer melhor a BVM e a usar os seus serviços e instrumentos financeiros de forma crescente, expressando assim uma mudança de paradigma no sistema financeiro em que os agentes económicos entendem que a Bolsa é um instrumento alternativo de poupança, financiamento e investimento acessível. “Vamos continuar a envidar esforços para que mais empresas de grande dimensão (operacionalizando a Lei n 15/2011), as que fazem parte do sector empresa-

rial do Estado e às PME’s possam abrir o seu capital em Bolsa, não apenas para se financiar, mas também ampliar a sua visibilidade e transmitir ao mercado a mensagem que pretendem promover a democratização do capital e boa governação corporativa”, explicou. No entanto, para as empresas localizadas em diversas áreas geográficas, segundo Valá, tem usado “estratégia de proximidade” no sentido de estarem incluídas no sistema financeiro independentemente da sua dimensão. “Durante o ano de 2020, a BVM teve de se redescobrir para contrariar o impacto negativo da Covid-19, apostando como nunca

nos canais digitais para o contacto, interacção, diálogo, capacitação e consciencialização dos seus grupo-alvos prioritários, tendo aberto novas linhas de trabalho para ter Sociedades Anónimas Desportivas (SAD’s) e empresas do sector mineiro na Bolsa, abrindo novas janelas de oportunidades para o financiamento de projectos de infraestruturas e a viabilização do uso de Certificado de Depósito emitido pela Bolsa de Mercadorias de Moçambique como instrumento de financiamento à produção e comercialização agrícolas. Essas foram novas iniciativas desenhadas durante o ano de 2020, e que serão potenciadas nos próximos anos”, concluiu

Edição nº63 | Março/Abril 2021 | www.idolo.co.mz |

7


ECONOMIA

AT já dispõe de postos móveis Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário, lançou a iniciativa inovadora na cidade da Beira

M

oçambique já conta com postos móveis de cobrança fiscal, um projecto inovador lançado em Março passado, na cidade da Beira, pelo Primeiro-Ministro Carlos Agostinho do Rosário. A iniciativa, que tem como objectivo mobilizar mais receitas e encorajar o cumprimento das obrigações fiscais, serviu para celebrar o Dia Nacional do Contribuinte, que se assinala a cada 22 de Março. O acto foi testemunhado por diferentes personalidades e quadros da Autoridade Tributária de Moçambique. Com efeito, os postos móveis vão servir para reduzir os custos de deslocação, que podem estar

8

a inibir a adesão ao sistema tributário por parte dos operadores dos mercados e feiras, terminais e vias públicas e, por outro, garantir maior comodidade aos contribuintes no cumprimento das obrigações fiscais. Ao intervir no acto, Carlos Agostinho do Rosário, disse ser necessário adoptar medidas apropriadas visando alargar a base tributária e implementar as acções que visam uma maior abrangência do cadastro fiscal, bem como maior aproximação aos contribuintes. “É neste âmbito que acabamos de proceder ao lançamento dos postos de cobrança móveis,

| Edição nº63 | Março/Abril 2021 | www.idolo.co.mz

uma experiência inovadora que irá contribuir, significativamente, para o alargamento da base tributária em todo território nacional. Com esta iniciativa, o Governo espera abranger cerca de duzentos e quarenta mil contribuintes”, explicou Carlos Agostinho de Rosário. Entraram em funcionamento no dia do lançamento da iniciativa 15 postos de cobranças móveis e a AT está, neste momento, a mobilizar os recursos para a aquisição de outras 150 viaturas do mesmo género que deverão ser alocados em todos os distritos do país. “Desafiamos a AT e toda sua


ECONOMIA

briosa equipa de colaboradores a continuarem a implementar medidas tendentes a alargar a base tributária e a promoção de maior comodidade dos contribuintes no cumprimento das suas obrigações fiscais. É importante que a AT prossiga com o desenvolvimento de acções visando modernizar os sistemas de cobrança e gestão dos contribuintes, explorando, no máximo, as janelas de oportunidades que as novas tecnologias proporcionam, consolidar a unidade de tributação da indústria extractiva, de Auditória e de Fiscalização, para responder aos desafios im-

postos pela dinâmica económica a nível nacional e internacional e reforçar as acções de combate a evasão e fraude fiscais”, disse o Primeiro-Ministro. Afirmou, por outro lado, ser imperioso que, para a materialização destas acções, a Autoridade Tributária aposte continuamente na gestão focalizada no funcionário, em tanto que pilar da execução da política tributária, o que pressupõe a implementação de programas de formação contínua, progressão nas carreiras e rotatividade. “Acreditamos que a materialização destas e de outras acções

irá contribuir para que o nosso país continue a aumentar as receitas internas que actualmente cobrem 60% do Orçamento do Estado”, referiu o governante. Cerca de 240 mil contribuintes deverão ser atingidos pela iniciativa e é por esta via que o Governo obtém recursos financeiros para construção de infraestruturas públicas. “Com esta iniciativa temos em vista aumentar a eficácia na arrecadação de receitas para o Estado, abrangendo todos os potenciais contribuintes”, sublinhou Do Rosário. Os postos de cobranças móveis (viaturas alegóricas móveis), colocarão à disposição os serviços como atribuição de NUIT, registo de início de actividade, cobrança de imposto, entre outros, uma iniciativa que alegra os contribuintes. Moçambique perdeu na soma dos últimos cinco anos receitas tributárias da ordem de 10 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), que em finais de 2019 rondavam 13 milhões de euros. Na ocasião, foram premiados os cinco melhores contribuintes que mais se destacaram no ano 2020 na sua relação com o fisco, entre eles a empresa Cervejas de Moçambique

Edição nº63 | Março/Abril 2021 | www.idolo.co.mz |

9


ECONOMIA

Sirvam ao Estado com humildade - apelo de Américo Muchanga, PCA do INCM, aos novos quadros da instituição

“Consideramos-vos quadros adequados para exercer as funções que lhes foram incumbidas, levando avante a missão de regular com excelência os sectores portal e de telecomunicações. Exorto-vos que sirvam ao Estado e à instituição, com humildade, não se esquecendo de que o objectivo principal não é o que vão ganhar com as funções, mas sim, tornar forte o INCM e que o povo beneficie dos serviços das comunicações”, declarou o Presidente do Conselho de Administração do INCM, Américo Muchanga, ao conferir posse, no passado dia 17 de Março de 2021, a novos quadros de chefia e liderança.

10

Trata-se de Luís Cumaio (Chefe de Departamento de Gestão de Frequências); Joaquim Simão Zindoga (Chefe do Departamento de Telecomunicações); Edgar João Machava (Delegado Provincial de Inhambane); António Alfabeto (Delegado Provincial de Nampula e supervisor de Cabo Delgado); Ruquia Alfredo Rajabo Abdula (Delegada Provincial de Niassa); Edmundo Carlos Semedo Alberto, (Chefe do Departamento de Comprovação Técnica e Homologação); e José Gojobo (Chefe de Repartição de Radiocomunicações). Sublinhe-se que Mércia Ana Macamo e Moisés Ngomane cessaram as funções de Chefe do

| Edição nº63 | Março/Abril 2021 | www.idolo.co.mz

Departamento de Telecomunicações e de Chefe de Repartição de Radiocomunicações, respectivamente. Os referidos quadros foram nomeados em Março corrente, à excepção de Luís Cumaio, que teve a indicação no mês de Fevereiro. Alguns deles assumem cargos de chefia pela primeira vez, como é o caso de Ruquia Abdula, Luís Cumaio, Joaquim Zindoga e Edmundo Alberto. Discursando no acto de tomada de posse, o PCA, Américo Muchanga, disse que os novos responsáveis das áreas devem imprimir uma nova dinâmica para que a instituição se torne regulador de referência. “Criamos delegações para aproximar serviços ao cidadão, evitando que este tenha que se deslocar a Maputo”, frisou. Muchanga reconheceu o mérito e empenho dos líderes que recentemente cessaram funções e agradeceu os longos anos que estiveram na missão. Apelou aos recém-empossados para que transmitam suas experiências e, dessa forma, garantam o desenvolvimento contínuo da instituição. “Dirigiram o INCM num contexto diferente que este actual. Cessaram funções, mas continuam quadros da instituição. Por isso, devem continuar a se sentirem orgulhosos de fazerem parte dela e terem ajudado a construir o INCM que temos hoje”, concluiu


ECONOMIA

É preciso apoio de todos - Américo Muchanga, PCA do INCM

O

Presidente do Conselho de Administração (PCA) do INCM, Américo Muchanga, realçou a necessidade de cada interveniente dar o seu apoio ao novo Chefe do Executivo, para que a instituição atinja um patamar elevado.

Muchanga disse que Tuaha Mote é um quadro interno e conhece bem o sector das Comunicações. “Ele tem o potencial para dirigir o INCM com sucesso. Contudo, se não houver colaboração de todos não terá sucesso”, afirmou. O PCA fez lembrar que “quem vai dirigir a execução

do Plano Anual da instituição é o novo Director-Geral” e destacou a necessidade de se envidar todo o esforço possível para a sua concretização, “independentemente de todas as adversidades que existam, assim como barreiras colocadas pela Covid-19, entre outras”

Edição nº63 | Março/Abril 2021 | www.idolo.co.mz |

11


ECONOMIA

Tuaha Chabane é novo Director-Geral do INCM

O

engenheiro Tuaha Ossifo Chabane Mote foi nomeado, através de um despacho de 15 de Janeiro de 2021 do Ministro dos Transportes e Comunicações, como Director-Geral substituto do Instituto Nacional das Comunicações de Moçambique – INCM, segundo refere o Comunicado do Conselho de Administração da Instituição. No mesmo comunicado, o Conselho de Administração do regulador do sector das comunicações felicitou o nomeado, de-

12

sejando êxitos na condução da Direcção Geral e na implementação dos Planos de Actividades e Orçamento da instituição para o corrente ano. Exortou ainda a todos quadros da direcção, chefia e de confiança, e a todos funcionários do INCM a colaborarem e darem seu contributo para a realização das qualitativas das actividades. Formado em Engenharia Informática e de Telecomunicações, Tuaha Mote é quadro do INCM desde 2014. Recorde-se que antes da actual nomeação,

| Edição nº63 | Março/Abril 2021 | www.idolo.co.mz

a Direcção Geral era liderada pelo Eng. Massingue Apala, desde Julho de 2019, e cessou funções por despacho de 7 de Janeiro corrente. Na comunicação da sua cessação, o Conselho de Administração enalteceu o reconhecimento da dinâmica, empenho e profissionalismo demonstrados por Massingue Apala na condução da Direcção Geral, na implementação do Plano de Actividade 2020 e elaboração do Plano de Actividade e Orçamento 2021


ECONOMIA

Valorizar, motivar e incluir todo funcionário

E

ntretanto, o recém-nomeado Director Geral do INCM, Tuaha Mote, definiu como meta da sua liderança “fazer com que cada funcionário, independentemente da sua função, nível salarial ou regalias que goza, se sinta motivado, valorizado e incluído”. Tuaha Mote realçou que “só com um capital humano motivado e com esperança teremos às condições objectivas e matérias para enfrentar os desafios impostos à nossa instituição”. O Director Geral prometeu

pautar por uma direcção receptiva a novas ideias, acreditando que só assim a qualidade do debate de ideias e dos seus resultados e impactos serão elevados. Referiu ainda que o lema deste ano na sua liderança será “Humildade, modéstia, simplicidade e transparência em todos os nossos actos”, mas sem descurar o rigor e a integridade. Ele afirmou que a cooperação e colaboração com os órgãos superiores será também um elemento importante, tanto para com o Conselho de Admi-

nistração (CA), assim como para com o Conselho de Direcção Geral Alargado (CDGA). A nível externo serão fortalecidas as relações com Governo a vários níveis, bem como com a indústria, consumidores e a sociedade, em geral. Tuaha Mote defende, outrossim, o incentivo ao desenvolvimento de competências individuais e o estímulo à autoconfiança dos quadros, delegando-os tarefas de grande complexidade onde for aplicável

Edição nº63 | Março/Abril 2021 | www.idolo.co.mz |

13


ECONOMIA

É quadro de reconhecido mérito - destaca Secretária Permanente do MTC, Dina Ribeiro

A

Secretária Permanente (SP) do Ministério dos Transportes e Comunicações (MTC), Dina Ribeiro, disse, no acto de apresentação do novo Director-Geral (DG) do Instituto Nacional das Comunicações de Moçambique (INCM), Eng.º Tuaha Mote, que “a nova nomeação acontece dentro de procedimentos administrativos legais, que estabelecem o prazo de apenas um ano para o exercício de função de liderança em regime de substituição”. Segundo a SP, o novo Director-Geral “é nomeado num momento em que a instituição está num profundo processo de reestruturação que vai culminar com a implementação de novos instrumentos de gestão, baseados nos novos Estatutos, regulamento e órgãos sociais”. “O Director-Geral substituto que hoje temos o privilégio de apresentar é um quadro de reconhecido mérito e capacidade técnica a nível do INCM, sendo sua missão, prosseguir com a implementação dos planos e programas em curso. Exortamos o Eng.º Tuaha Mote para privilegiar uma gestão inclusiva, aglutinando todos os Recursos Humanos de que o INCM dispõe”, recomendou a SP e exortou ainda a todos órgãos dirigentes da instituição a garantirem uma rápida inserção do novo Director-Geral

14

| Edição nº63 | Março/Abril 2021 | www.idolo.co.mz


ECONOMIA

Martins Simião nomeado director de radiocomunicação

O

Ministro dos Transportes e Comunicações, Janfar Abdulai, nomeou Martins Simião Langa como novo director de radiocomunicações e tecnologia no Instituto Nacional das Comunicações de Moçambique (INCM), através do Despacho datado de 2 de Fevereiro do corrente. Langa substitui Hilário Tamele, que vinha exercendo as funções desde Outubro de 2004. Martins Langa é quadro da instituição desde 2002; até à sua ascensão ao novo cargo exercia, desde 2005, funções de Chefe do Departamento de Gestão de Frequências. Graduado em Engenharia Informática, possui

também pós-graduação e mestrado em Engenharia de Redes e Sistemas de Comunicações. Antes de chefiar o Departamento de Gestão de Frequências, liderou a repartição de Gestão de Frequências e Licenciamento de redes de radiocomunicações. A Direcção de Radiocomunicações e Tecnologia (DRT) é a unidade administrativa do INCM responsável pela atribuição, modificação e cancelamento de licenças para a instalação e utilização de redes e estacões de radiocomunicações. A DRT assegura a gestão do espectro radioeléctrico, bem como o Plano Nacional de Frequências (PNF). Esta mesma também assegura

a normalização e homologação de equipamentos, coordena e atribui frequências, decide sobre aspectos técnicos de monitorização e de fiscalização do espectro radioeléctrico, instauração de processos de contravenção no âmbito do regime aplicável ao licenciamento de redes e estacões de radiocomunicações. Compete ainda à DRT preparar pareceres sobre projectos de radiocomunicações, proceder à certificação de radioamadores e atribuir indicativos de chamadas; inscreve projectistas, instaladores e regista as entidades certificadoras da instalação de infraestruturas em edifícios. Igualmente, a DRT propõe acções relativas à fiscalização da compatibilidade electromagnética, aprova a aplicação de multas e sanções acessórias pela prática de infracções ao regulamento das radiocomunicações, aprova as condições técnicas para o licenciamento de estacões de radiodifusão e, ainda, elabora e controla os planos de monitorização de espectro radioeléctrico ao nível nacional. O Ministro dos Transporte e Comunicações disse que Moçambique caminha a passos largos rumo a uma migração digital efectiva. Janfar Abdulai falava em Nampula, depois de presidir a cerimónia de inauguração do estúdio digital da TVM, delegação de Nampula, acto inserido nas comemorações dos 40 anos da Televisão de Moçambique

Edição nº63 | Março/Abril 2021 | www.idolo.co.mz |

15


ECONOMIA

LAM regista decréscimo no transporte de passageiros

A

LAM, Linhas Aéreas de Moçambique, deu a conhecer ter transportado um total de 29.923 passageiros em Janeiro de 2021, contra 53.249 passageiros transportados no período homólogo de 2020, representando deste modo um decréscimo de 44%, devido à pandemia da COVID-19. As três maiores rotas em termos de tráfego de passageiros transportados foram Maputo-Nampula-Maputo com 6.438 passageiros, Maputo-Beira-Maputo com 4.793, Maputo-Te-

16

te-Maputo com 4.226 e Maputo-Pemba-Maputo com 3.706, passageiros transportados. A Direcção-Geral da LAM deu ainda a conhecer que a LAM registou, igualmente, no mês de Janeiro de 2021, um índice de pontualidade operacional de 91% num universo de 608 partidas, significando um acréscimo de três pontos percentuais em relação ao igual período de 2020, onde a pontualidade registada foi de 88% para um total de 1.088 partidas. De entre as escalas analisadas no período

| Edição nº63 | Março/Abril 2021 | www.idolo.co.mz

em referência, destacam-se as de Chimoio, Tete, e Joanesburgo com um registo de 100%, Maputo 93% e Nampula com 92% de pontualidade. Entretanto, e para responder à demanda do mercado, a companhia de bandeira aumentou a frequência de voos para Quelimane, tendo sido programados mais voos às quartas-feiras entre Quelimane-Beira e aos sábados entre Beira e Quelimane. De igual modo, decorrem voos entre Quelimane-Tete às sexta-feiras e Tete-Quelimane aos domingos


ECONOMIA

Emanuel Chaves preside ACI-África

O

Presidente do Conselho de Administração da empresa Aeroportos de Moçambique, E.P., Emanuel Chaves, foi nomeado por unanimidade para presidir a Associação Internacional dos Aeroportos de África (ACI-África) De acordo com o Artigo 20 dos Estatuto da ACI África, Emanuel Chaves foi designado para o cargo e função de Presidente da referida associação com efeito de 15 de Fevereiro de 2021 até o final do actual mandato da Presidência,

ou seja, 31 de Dezembro de 2022. Esta nomeação é fruto do reconhecimento do trabalho que a empresa Aeroportos de Moçambique tem estado a levar a cabo, como parte integrante daquela associação. Este constitui um marco importante para a empresa, em particular, e para o país, no geral, na medida em que vai enaltecer a presença e inclusão da língua portuguesa, na presidência e na associação, posição que vinha sendo dominada por falantes de Inglês e Francês.

Sobre a ACI - África A ACI - África foi estabelecida em 1991 e é constituída por 67 membros de 53 países africanos que operam em mais de 260 aeroportos e 44 parceiros. A associação é a voz dos Aeroportos e representa os interesses dos seus membros junto dos governos e organizações internacionais como a ICAO-Organização da Aviação Civil Internacional, e outras, e promove a excelência profissional na gestão e operação aeroportuária

Edição nº63 | Março/Abril 2021 | www.idolo.co.mz |

17


ECONOMIA

Standard Bank firma parceria com a Intercar

O

Standard Bank, em parceria com a Intercar, agente oficial KIA para Moçambique, lançou, recentemente, um leasing automóvel com umas das mais atractivas taxas de juro do mercado para aquisição do novo modelo KIA SONET 2021. Este novo SUV da KIA é compacto por fora, mas grande por dentro. O habitáculo conta com tecnologias de última geração, tais como o ecrã “touchscreen” de 8 polegadas, com câmara de marcha atrás, “Smart Key” com botão “Start”, carregador “wireless” e ainda o novo sistema de

18

pôr o carro a trabalhar à distância. A viatura é equipada com o novo motor 1.5 cc “smartstream” mais amigo do ambiente, acoplado a uma caixa de velocidades automática. As novas luzes LED trazem ao KIA SONET uma agressividade jovial típica da KIA. Estes detalhes podem ser conferidos na exposição da viatura junto às agências do banco, no Baía Mall e Novare Mall, nas cidades de Maputo e Matola, respectivamente. Através da parceria com a Intercar, o Standard Bank cimenta a sua posição de referência no mercado, no que respeita à oferta

| Edição nº63 | Março/Abril 2021 | www.idolo.co.mz

de melhores soluções financeiras para a compra de viaturas e outros equipamentos por via do leasing. Esta campanha está integrada na estratégia do Standard Bank de disponibilizar aos seus clientes e público em geral diversas opções de automóveis, proporcionando-lhes o poder de escolha, em conformidade com as suas necessidades. Nos últimos tempos, o Standard Bank tem vindo a desenvolver campanhas de leasing de viaturas, em parceria com os maiores dealers que operam no mercado nacional


ECONOMIA

Standard Bank sensibiliza clientes contra Covid-19

O

Standard Bank está a intensificar acções de sensibilização aos seus clientes, colaboradores e à sociedade no geral sobre a necessidade do rígido cumprimento de medidas de prevenção e controlo da Covid-19. A campanha, que visa evitar a propagação do novo coronavírus, através da redução do contágio, é levada a cabo através das redes sociais do banco e incide sobre a necessidade de se proceder à desinfecção das mãos, antes e depois da utilização dos ATMs, uso da máscara de protecção facial para entrar nos balcões e o distanciamento físico de dois metros nas filas. Deste modo, o banco disponibiliza, nos seus ATMs, álcool gel,

para os utentes das mesmas, procedeu à marcação de lugares dentro e fora das agências, com o espaçamento de 2 metros, bem como instalou gazebos e sombreiros para que os clientes possam aguardar em condições adequadas no exterior das agências. Trata-se do reforço das medidas de combate e prevenção contra a pandemia que o Standard Bank tem estado a implementar desde o registo dos primeiros casos da Covid-19 em Moçambique, que incluem ainda a medição obrigatória da temperatura corporal, antes de entrar nas agências desta instituição bancária, por parte dos clientes e colaboradores. Com efeito, para enaltecer a segurança dos utentes dos serviços prestados, o banco tem, igual-

mente, higienizado regularmente as ATMs, bem como recomendado a desinfecção dos POS antes e depois de se efectuar uma transacção. Ainda com o objectivo de conter o impacto da pandemia, o uso da máscara e da viseira mantém-se obrigatório para todos os colaboradores e clientes, sendo proibida a entrada aos balcões sem a máscara ou a retirada da mesma dentro das instalações do banco. Para o Standard Bank, a chave para vencer a luta contra esta pandemia começa com o envolvimento de cada cidadão informado, pelo que se recomenda que “sempre que sair de casa, saia com a máscara, leve o álcool e evite aglomerados”

Edição nº63 | Março/Abril 2021 | www.idolo.co.mz |

19


ECONOMIA

Comunidade de Molumbo já consome peixe tilápia

O

Projecto Vila Sustentável de Molumbo, uma iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior através do Centro de Investigação e Transferência de Tecnologias para o Desenvolvimento Comunitário (CITT), tem estado a incentivar à prática da piscicultura nos 20 povoados alcançados pelo projecto no distrito de Molumbo, província da Zambézia. Em 2014, o projecto investiu recursos com vista a potenciar pequenos produtores na criação de peixe em cativeiro com a entrega de equipamento para a abertura de tanques piscícolas composto por enxadas, picaretas e carrinha de mãos. Com efeito,

20

a primeira fase desta iniciativa permitiu a construção de 10 tanques-escola e adquiriu cerca de mil e quinhentos (1500), alvinos para o treinamento dos produtores na abertura e gestão destes tanques tendo abrangido os povoados de Malico, Maluwa, Ntocota, Macuva e Mivale. E com a experiência e o conhecimento adquiridos através da disseminação feita pelo Projecto Vila Sustentável de Molumbo, os produtores conseguiram replicar a ideia passando os tanques de exploração piscícola, de 10 para 75 tanques distribuídos pelos povoados de Muguliua, Nabua, Mongessa, Malanta, Manjamo, Malico, Camião, Muthelemone e Chinagua. Com estas réplicas houve um

| Edição nº63 | Março/Abril 2021 | www.idolo.co.mz

crescimento de cerca de 87%, o que dá indicação de que a iniciativa teve aceitação nas comunidades do distrito de Molumbo. Importa frisar que actualmente, as comunidades de Molumbo já consomem peixe Tilápia tirado em Tanques Piscícolas localmente estabelecidos. António João, do povoado de Muthelemone, um dos beneficiários que conta actualmente com onze tanques de exploração piscícola, disse beneficiar do Projecto Vila Sustentável de Molumbo em todas vertentes, desde aquisição de ração produzida localmente para alimentação de alvinos e que hoje consegue comercializar duas (2) toneladas no mercado local que ajuda no incremento da renda familiar


ECONOMIA

Na cidade de Maputo

Wildaid e JCDecaux exibem campanha contra caça furtiva

A

WILDAID, parceiro da Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC) na campanha “A Caça Furtiva Rouba de Todos Nós”, fez conjuntamente com JCDecaux, a exposição da campanha, através de alguns painéis ou outdoors em

algumas avenidas da cidade de Maputo. “Lançamos a campanha “A Caça Furtiva Rouba-nos a Todos Nós”, desenvolvida em português e em línguas locais, com a finalidade de sensibilizar a sociedade sobre a necessidade de preservação da fauna e a flora

como um bem público” – disse o Presidente da República, Filipe Nyusi, no seu recente discurso sobre de Estado Geral da Nação. Em breve, a campanha estará em exibição nos painéis ou outdoor nas províncias de Sofala, Manica, Nampula e Niassa com apoio dos parceiros da ANAC

Edição nº63 | Março/Abril 2021 | www.idolo.co.mz |

21


ECONOMIA

Vida Selvagem debatida num webinar internacional Director-Geral da ANAC falou do impacto da gestão da fauna e flora na economia nacional

O

Ministério da Terra e Ambiente, através da Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC), celebrou a 3 de Março de 2021, o Dia Mundial da Vida Selvagem, uma data marcada pela assinatura da Convenção sobre o Comércio Internacional de Fauna e Flora Silvestres Ameaçadas de Extinção (CITES), da qual Moçambique é signatária. Este ano, os Estados membros da CITES celebraram a data sob o lema “Florestas e Meios de Vida: sustentando as pessoas e o planeta”, onde se procurou consciencializar os povos sobre o valor das florestas e de espécies de vida selvagem que vivem na floresta, sua ligação intrínseca

22

com os meios de subsistência das comunidades locais que estão na vanguarda da conservação e uso sustentável das espécies e o bem-estar económico, social e cultural das comunidades em todo o mundo. Várias actividades marcaram a celebração do Dia Mundial da Fauna Bravia no país, incluindo a participação do Director Geral da ANAC, Mateus Muthemba, num Webinar Internacional promovido pela CITES, apresentando uma “Reflexão sobre o Impacto da Gestão da Fauna e Flora Selvagens em Moçambique no desenvolvimento da economia nacional e bem-estar das comunidades rurais”. A data foi também marcada pela participação em programas dos órgãos de

| Edição nº63 | Março/Abril 2021 | www.idolo.co.mz

comunicação social de especialistas de vida selvagem. _“...reforçamos o nosso apelo para uma responsabilidade colectiva em relação à protecção do ambiente. Esta responsabilidade deverá manifestar-se nas nossas atitudes sobre as políticas energéticas, a terra, as florestas, a caça e a fauna bravia e o turismo num equilíbrio entre os interesses económicos e a necessidade de um futuro sustentável das futuras gerações.”_ apelo do Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, no discurso proferido em Julho de 2020, no âmbito dos 60 anos das Áreas de Conservação. Segundo o Plano Estratégico


ECONOMIA

da ANAC (2015 - 2024), nas Áreas de Conservação são notáveis as suas extensas áreas de florestas naturais, tanto como os recursos marinhos ao longo dos seus 2770 Kms de costa caracterizada por uma elevada diversidade biológica. No país, foram catalogadas cerca de 10.000 espécies de flora e fauna. O número de espécies de plantas situa-se em 5.743, das quais 250 são endémicas. A fauna terrestre já catalogada totaliza 4.271 espécies, entre insectos, aves, mamíferos e anfíbios e as instituições de investigação continuam a identificar novas espécies. A ANAC é um instituto público, tutelado pelo Ministro da Terra e Ambiente, e que foi criado pelo Governo de Moçambique através do Decreto n.⁰ 11/2011, de 25 de Maio, com o objectivo de administrar todas áreas de conservação em Moçambique. As Áreas de Conservação ocupam uma superfície correspondente a cerca de 25% do território nacional, sendo constituídas por Parques, Reservas, Áreas de Protecção Ambiental, Coutadas Oficiais, Fazendas do Bravio e Áreas de Conservação Comunitárias e outras categorias de Áreas de Conservação legalmente criadas

PUBLICIDADE

Edição nº63 | Março/Abril 2021 | www.idolo.co.mz |

23


ECONOMIA

Golfinhos

Sem vida no leito de Bazaruto Desconhecem-se as causas do fenómeno

E

specialistas em mamíferos marinhos e de instituições nacionais vocacionadas à preservação da fauna e flora estiveram no arquipélago de Bazaruto para investigar a causa da morte de 111 golfinhos naquela região da província de Inhambane. Este fenómeno suscitou preocupação no seio dos especialistas ligados a biodiversidade, em particular, e da sociedade, no geral. Chegou-se a suspeitar de ocorrência de uma acção criminosa, mas investigações preliminares realizadas por uma equipa mista composta por técnicos dos ministérios do Mar, Águas Interiores e Pescas (MIMAIP), Terra e Ambiente (MTA), Universida-

24

de Eduardo Mondlane (UEM) e União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), apontam para um outro sentido, nomeadamente o encalhamento dos golfinhos nas margens do arquipélago. Uma nota de Imprensa da ANAC refere que os animais, todos da espécie Stenella Longirostris, não estavam feridos nem havia sinais visíveis que pudessem indicar a causa da morte, tendo para o efeito sido colhidas amostras para análises laboratoriais detalhadas. Na altura a equipa moçambicana foi informada sobre o fenómeno do encalhamento de mamíferos marinhos que tem estado a ocorrer em diferentes

| Edição nº63 | Março/Abril 2021 | www.idolo.co.mz

partes do globo e de que em muitos casos não tem sido possível determinar as causas. Os casos menos difíceis de comprovar as causas relacionam-se com: a pesca excessiva; a poluição dos mares por plástico; a poluição sonora resultante do incremento do tráfego no mar ou de passagem recente de submarinos militares; as actividades sísmicas associadas à pesquisa / exploração de hidrocarbonetos; o desenvolvimento industrial, incluindo a construção de portos; as mudanças climáticas, eventos extremos como ciclones e a consequente alteração da dieta dos animais marinhos; e os maremotos. Do trabalho pericial realizado


ECONOMIA

(ao local e o exame dos animais) foi possível constatar o seguinte: Não existirem sinais de mutilação dos animais ou de contaminação por hidrocarbonetos visíveis. Os golfinhos se encontravam na parte oeste da Ilha de Bazaruto (área com profundidade que varia entre os 3 e os 7 metros) onde normalmente não têm o hábito de entrar, tendo possivelmente ocorrido uma “anomalia de navegação”. 23% dos golfinhos tinham o estômago vazio o que indica que parte dos 111 golfinhos não estava a alimentar-se no local. A morte dos golfinhos resultou do encalhamento (Beaching) durante a maré baixa. Na altura da ocorrência, não tinha havido quaisquer pesquisas sísmicas na região. A morte dos golfinhos ocorreu durante ou pouco depois da passagem do ciclone Guambe na área. Que fenómeno semelhante tinha sido registado pelos habitantes da Ilha em 1997 e em 2006, tendo envolvido um número menor de animais naqueles dois casos.

Das duas espécies de golfinhos que ocorrem em Moçambique, a sinistrada é uma espécie oceânica que se desloca para o mar aberto durante a noite para se alimentar (em profundidades que variam entre os 10 e os 50 metros) e que durante o dia vem para perto da costa para descansar, em áreas com profundidade de até 20 metros. É uma espécie relativamente abundante, e amplamente distribuída ao longo do Canal de Moçambique, cuja população é estimada entre 10 a 15 mil indivíduos e não consta

da lista de espécies em perigo de extinção. Esta missão teve o apoio do Parque Nacional do Arquipélago do Bazaruto (PNAB) e do parceiro de co-gestão do Parque, a African Parks, que trabalha em estreita coordenação com o Governo de Moçambique para ajudar a identificar a causa do encalhamento. No Parque Nacional do Arquipélago do Bazaruto (PNAB) para além da ocorrência de mamíferos marinhos tais como dugongos, baleias, golfinhos e outros, proporcionada pela combinação de águas rasas e profundas, bem como pela disponibilidade de nutrientes e tranquilidade da zona, foi registada a ocorrência de 180 espécies de aves, 45 de répteis, 16 de mamíferos terrestres, 500 de moluscos marinhos e costeiros, e 2000 espécies de peixe. O Parque Nacional do Arquipélago do Bazaruto (PNAB), situado na província de Inhambane, possui uma área de 1.430km2 e foi criado a 25 de Maio de 1971 sendo o primeiro parque marinho no país

Edição nº63 | Março/Abril 2021 | www.idolo.co.mz |

25


ECONOMIA

Alane apela dinamismo aos jovens

A

Secretaria de Estado da Juventude e Emprego (SEJE), através do Instituto Nacional da Juventude e o Conselho Nacional da Juventude (CNJ), assinaram no passado dia 05/03/2021, um programa contrato no valor de cinco (5) milhões de meticais que visa flexibilizar os trabalhos daquela organização juvenil a escala nacional. O contrato foi assinado pelo Director do Instituto Nacional da Juventude (INJ), Johane Muabsa, Presidente do Conselho Nacional da Juventude (CNJ), Emília Chambal, e testemunhado

26

A criação da SEJE é um dos marcos desta governação e visa conferir uma maior dinâmica e praticidade no tratamento dos assuntos da juventude

| Edição nº63 | Março/Abril 2021 | www.idolo.co.mz

pela Secretária Permanente da SEJE, Ivete Alane. Na sua intervenção, Ivete Alane pediu mais envolvimento dos jovens no processo de desenvolvimento do país tendo em conta que no presente cíclo de governação a juventude está no centro da agenda do Governo. A dirigente acrescentou que para o quinquénio 2020-2024 o Governo definiu como um dos objectivos estratégicos a promoção do associativismo juvenil, com particular atenção ao emponderamento da rapariga, por isso, a SEJE foi criada para impri-


ECONOMIA

Estamos convictos que o valor de 5 milhões de meticais será devidamente aplicado no desenvolvimento das actividades que irão impactar directa ou indirectamente na massa associativa juvenil e nos jovens como um todo

mir maior dinâmica e praticidade no tratamento dos assuntos que dizem respeito aos jovens. “O quinquénio 2020–2024, colocou a juventude no centro da agenda do cíclo de governação. A criação da SEJE é um dos marcos desta governação e visa conferir uma maior dinâmica e praticidade no tratamento dos assuntos da juventude”, realçou. Alane garantiu que, o CNJ como órgão aglutinador do movimento associativo juvenil e interlocutor da juventude junto do Governo, o Executivo através da SEJE, vai prestar o devido apoio para que possa exercer cabal-

mente as suas actividades. “Estamos convictos que o valor de cinco (5) milhões de meticais será devidamente aplicado no desenvolvimento das actividades que irão impactar directa ou indirectamente na massa associativa juvenil e nos jovens como um todo”, sustentou. Por outro lado, Emília Chambal, presidente do CNJ, referiu que o contrato – programa ora assinado, simboliza o fortalecimento do compromisso do Governo com a agenda da juventude e o mesmo irá contribuir para o alargamento do movimento associativo juvenil a escala nacional. Chambal garantiu que o CNJ vai usar os recursos alocados de forma criteriosa e escrupulosa, cumprindo na letra e no espírito para garantir um impulso significativo na vida dos jovens e das associações juvenis espalhadas pelo país. “Como jovens, reconhecemos a complexidade dos desafios enfrentados. Queremos por isso, reafirmar que a nossa luta não cessará enquanto não buscarmos mais parceiros para podermos ir ao encontro dos nossos anseios”, concluiu

Edição nº63 | Março/Abril 2021 | www.idolo.co.mz |

27


DESPORTO

Vitória na Jordânia vale por dois – revela piloto moçambicano Paulo Oliveira, vencedor da sua classe em Bajas da Jordânia

O

piloto moçambicano, Paulo Oliveira, soma e segue de vitória em vitória. Depois de ter-se qualificado, no ano passado para o Rally Dakar conquistou, em Março último, o primeiro lugar da sua classe, no Rally Todo-o-Terreno, Bajas da Jordânia 2021, tendo na classificação geral ficado na sexta posição. Esta é uma vitória conseguida no Campeonato do Mundo de Bajas, uma competição que pode ser feita em vários pontos do mundo. Existe a série da América, Europa, Europa do Leste, Ásia,

28

e do Médio Oriente. Paulo Oliveira escolheu competir no Médio Oriente. “Nós escolhemos fazer a série da Jordânia, porque é a que nos serve, também, para treinar para o Dakar, visto que as pistas são parecidas. O terreno que vamos encontrar no Rally de Dakar é muito semelhante com aquele que encontramos nesta série. Para além disso, a navegação é mais difícil do que aquela que vamos enfrentar em Dakar. Foi considerando estes aspectos que decidimos participar no Campeonato do Mundo de Bajas, na

| Edição nº63 | Março/Abril 2021 | www.idolo.co.mz

série do Médio Oriente”, explicou o piloto. As séries são feitas em duas corridas. A primeira foi a da Jordânia, que o piloto ganhou na sua classe e ficou posicionado no sexto lugar na geral, tendo com isso pontuado para o campeonato do mundo. Isto significa que Moçambique está pela primeira vez a participar num campeonato do mundo de Rally Todo-o-Terreno e bem representado em termos de pontuação. A segunda corrida da série está agendada


DESPORTO

Lesão no ombro para o Qatar, em data a ser remarcada. A fase final está marcada para Outubro, em Portalegre, em Portugal. “Neste momento, convêm-nos usar as séries para conquistar o máximo de pontos para quando chegarmos na final, que será em Portugal, estarmos à altura de disputarmos pelo título”, subsidiou.

Em entrevista exclusiva à ÍDOLO, Oliveira partilhou que foi uma competição que, para além da vitória, vale pelo manancial de aprendizagem que bebeu. Segundo o piloto, tudo que encontrou na competição foi novo. “Tivemos muita coisa nova desde dunas; deserto aberto; muita pedra; muita rocha; chegamos a locais com característi-

cas que nunca tínhamos conduzido. Competi com uma lesão no ombro, que se agravou e acabei terminando com sacrifício o primeiro dia. A lesão contraí durante um treino na Ponta de Ouro. Foi uma aprendizagem muito boa de algo que não estava acostumado a fazer como piloto”, declarou. Sobre o Campeonato de Mundo de Bajas, Paulo Oliveira aguarda pela prova de Qatar, para depois participar na fase final em

Edição nº63 | Março/Abril 2021 | www.idolo.co.mz |

29


DESPORTO

Portalegre. Contrariamente as corridas da série em que está, a fase final não será de todo uma novidade para o piloto, pois já participou antes. Tem, também, outras competições que prevê participar, mas por conta da pandemia muitas das agendas desportivas em que está envolvido estão com datas indefinidas.

Paulo Oliveira promove potencial turístico nacional Desde que o piloto participa em eventos internacionais tem levado as cores nacionais. Entretanto, após qualificar-se para Rally de Dakar, foi nomeado embaixador da marca Moçambique. Dentro do quadro daquele protocolo, Paulo Oliveira participou do Campeonato do Mundo de Bajas

30

da Jordânia, usando as cores do turismo moçambicano. A ideia é divulgar a cultura e o potencial turístico de Moçambique além fronteiras. “O Ministério da Cultura e Turismo teve esta visão, de para além de elevar a bandeira de Moçambique como desportista, capitalizar as minhas internacionalizações levando a marca do nosso potencial turístico. E estabelecemos um acordo, e nesta participação começamos a executar o protocolo assinado. A marca esteve muito bem patente na nossa moto. Quanto mais internacionalizarmos a marca Moçambique na vertente das potencialidades turísticas melhor, pois a médio prazo poderemos despertar a curiosidade de visitar o nosso país, explorando as nossas potencialidades”, concluiu

| Edição nº63 | Março/Abril 2021 | www.idolo.co.mz


ECONOMIA SEJE

Edição nº63 | Março/Abril 2021 | www.idolo.co.mz |

31


ECONOMIA

32

| Edição nº63 | Março/Abril 2021 | www.idolo.co.mz


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.