Revista DOLO edição 57

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Onde Mora a Chama da Esperança

150,00 MT

Periodicidade Bimestral | Ano 12 | Fundada em 2007 | Edição nº 57| Outubro/Novembro 2019

C CITES apoia ANA

Jahyr Abdula

Administrador Comercial da Intelec Holdings

São Abdula

A QUEREMOS UMREIRAS CPLP SEM BAR

A JUVENTUDE É VALENTE

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Paulo Oliveira

ACa-SE T S E D E U IQ B M mOçA NO PANÁFRICA


ENTREVISTA

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Ídolo | Edição nº 57 | Outubro/Novembro 2019 | www.idolo.co.mz


Editorial

Dar um basta à violência!

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usta dizer isso, mas é uma pura verdade: o sistema de segurança pública está destroçado. Na cidade de Maputo e no resto do país, os casos de violência e a insegurança são, diariamente, alistados em todas as áreas. Assaltos, roubos, descontrolo no trânsito, estupros, espancamentos, pessoas agressivas circulando pelos espaços públicos e fazendo vítimas. Sinto que o medo acompanha a rotina da população pelos relatos provenientes sobretudo dos principais centros urbanos do país como Nampula, Pemba, Maputo, Quelimane, Chimoio, Beira e Tete. São algumas das cidades assoladas por crimes hediondos protagonizados mesmo à luz do dia. Esses relatos mostram que as estratégias de combate à violência não têm logrado êxito. A insegurança tornou-se o fantasma que dissemina o pânico e deixa a sociedade acuada. Os crimes ocorrem em todos os ambientes urbanos, seja no centro das cidades, seja na periferia. A ousadia dos bandidos desafia as autoridades e coloca em causa as políticas públicas para o sector. De há algum tempo a esta parte, o quadro produzido nessa área tende a agravar-se. Os indicadores de respostas positivas ao combate à violência aparecem em desvantagem. A estru-

tura pública para gerir o sistema não dá conta e, mais do que isso, vive uma operação desmonte que produz mais factores para alimentar as práticas de violência e a insegurança. Todavia, hoje há tecnologia suficiente para dar suporte às acções de combate ao crime organizado e não só, e adoptar medidas preventivas contra as agressões aos cidadãos. A sociedade moçambicana não suporta mais a omissão dos governos ante tragédias diárias, que estraçalham famílias inteiras. Ao poder público impõe-se a necessidade urgente de dar um basta ao aumento da violência e a tanta bandalheira. Inadmissível a indolência dos agentes públicos diante das reclamações e demandas dos cidadãos. É o momento – com muito atraso – de agir e pacificar o país. É preciso saber enfrentar a realidade com determinação, e com o aproximar da quadra festiva do Natal e de fim-de-ano, o quadro poderá ser pior. A crise económica e financeira que o país enfrenta constitui, sem dúvidas, um dos factores de agudização do problema. A Polícia é, uma vez mais, chamada a intervir, travando os focos de instabilidade social

Gervásio de Jesus

FICHA TÉCNICA

(Jornalista e Psicólogo Educacional)

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ECONOMIA Texto: Filomena de Jesus

BVM AFIRMA-SE NO MERCADO … e atinge a marca de dez empresas já cotadas

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Presidente do Conselho de Administração da Bolsa de Valores de Moçambique (BVM), Salim Valá, revelou que mais uma empresa passará, ainda este ano, a ser cotada no mercado de capitais. Trata-se da Arko Seguros que se junta a outras nove empresas já inscritas na BVM. Valá, que falava à Ídolo, à margem do seminário sobre Gás e Petróleo, realizado em Maputo, sob os auspícios da Lunar, disse que para além da Arko Seguros, mais empresas preparam-se para também aderirem à BVM, a par-

tir do início do ano 2020. Fazem parte desta lista, Pequenas e Médias Empresas de Maputo e outras províncias do País. “As empresas estão a ganhar consciência sobre boa governação e transparência. Várias delas estão a preparar-se para entrarem na BVM, em 2020 ou 2021.”, avançou Valá. Para Valá, este é o resultado da aposta que está sendo feita nos produtos tecnológicos e inovadores, tais como a compra de acções através do uso de telefones celulares. “A operação da oferta pública

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da HCB foi a primeira que permitiu o uso de celulares para a compra de acções. E isto possibilitou que mais pessoas pudessem adquirir parte das acções daquela instituição através da Bolsa. E desde meados deste ano, temos o Índice de BVM a funcionar de forma galopante, sem contar que temos mais produtos ainda por anunciar em 2019”, disse. O Presidente da BVM acrescentou que o mercado está cada vez mais a usufruir de novas tecnologias e é necessário corresponder a esta dinâmica para o bem da economia e do sistema financeiro


ECONOMIA

moçambicano. Mesmo com a Oferta Pública da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) a apresentar resultados positivos, Valá revelou que a Cervejas de Moçambique (CDM), foi a empresa que registou a maior operação de venda de acções de sempre ao alcançar 124.5 milhões de dólares em termos de volume de financiamento concedido. E a HCB foi a instituição com mais investimentos e uso de meios tecnológicos. A BVM está a trabalhar no sentido de estabelecer novas parcerias para permitir o reconhecimento dos seus trabalhos, e a criar mais interesse e envolvimento por par-

te dos moçambicanos no geral. Refira-se que a BVM funciona sensivelmente há 20 anos no mercado de capitais e só neste ano alcança o número de dez empresas cotadas. A Arko Seguros juntar-se-á à Arco Investimentos, CETA Engenharia e Construções, Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), Touch Publicidade, Companhia Moçambicana de Hidrocarbonetos (CMH), Empresa Moçambicana de Seguros (EMOSE), Cervejas de Moçambique (CDM), Zero Investimentos e Matadouro Industrial (MATAMA)

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ECONOMIA

ANAC DISTINGUIDA NA FEIRA DO TURISMO

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Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC) foi distinguida com o terceiro lugar, na categoria de Melhor Expositor Nacional, no decurso da VII edição da Feira Internacional de Turismo (FIKANI), realizada no Centro Internacional de Conferência Joaquim Chissano, em Maputo, de 31 de Outubro a 03 de Novembro de 2019. A ANAC apresentou, no primeiro dia do FIKANI, as oportunidades do Turismo baseado na natureza, demostrando as potencialidades das Áreas de conservação e, no segundo dia do evento, exibiu, no seu pavilhão, a campanha “A Caça Furtiva Rouba de Todos Nós”, que será lançada nos meios de comunicação social e outdoors ainda neste mês de Novembro em todo país.

A Campanha “A Caça Furtiva Rouba de Todos Nós” consiste na produção de documentários televisivos, spot radiofónicos e pequenos anúncios de serviço público, “outdoors”, media social e actividades de sensibilização em áreas remotas de conservação, utilizando embaixadores locais como músicos, desportistas, líderes religiosos e fiscais para sensibilização e consciencialização sobre a necessidade de conservar, proteger, e o uso sustentável da natureza. Numa fase inicial tornaram-se embaixadores da Natureza nesta campanha, produzida pela ANAC e a WILDAID, o antigo Presidente da República, Joaquim Alberto Chissano, os músicos Stewart Sukuma, Lizha James e, por fim, o músico King Sweet Nasser, radicado em Lichinga, província do Niassa.

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A ANAC é uma entidade do Governo comprometida com a conservação e utilização sustentável da biodiversidade em benefício das comunidades, principalmente das gerações vindouras, de modo a tornar cada vez mais visível o processo de consciencialização e despertar interesse na sociedade sobre a importância da protecção e conservação da biodiversidade, do combate a caça furtiva, tráfico de produtos de fauna e flora. Na Feira Internacional de Turismo (FIKANI), a província de Inhambane ocupou o primeiro lugar, e Cabo Delgado estabeleceu-se na segunda posição, tendo na terceira ficado a Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC). Na feira participaram representações de pavilhões de todas as províncias e instituições do sector público e privado


ECONOMIA

ANAC ESTIMULADA PELA CITES As duas instituições assinaram um acordo para a segunda fase do Programa de Monitoria do Elefante em Moçambique

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Secretária- Geral da CITES, Ivonne Higuero, e o Director- Geral da ANAC, Mateus Muthemba, rubricaram, a 28 de Agosto de 2019, em Genebra, na Suíça, um acordo que visa implementar a segunda fase do Programa de Monitoria da Morte Ilegal do Elefante (MIKE) em Moçambique, com enfoque na Reserva Nacional do Niassa. O acordo considerado de extrema importância para a ANAC foi rubricado no decurso da 18ª Conferência da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies de Fauna e Flora Ameaçadas de Extinção (CITES). O MIKE é um instrumento estabelecido na 10ª Reunião da Conferência das Partes (COP), realizada em 1997, em Harare, no Zimbabwe, tendo como objectivo fortalecer a capacidade das instituições na conservação e gestão

do elefante, espécie mundialmente ameaçada de extinção, devido à caça furtiva para a extracção e comercialização ilegal do marfim. Falando aos presentes após a assinatura do acordo, em Genebra, na Suíça, Ivonne Higuero disse que os desafios financeiros enfrentados pelas áreas de conservação, na protecção do elefante são comuns na maioria dos países, por isso, a CITES decidiu, através do Programa, apoiar aos Estados africanos que assumem a responsabilidade de conservar e gerir a espécie. A Secretária –Geral da CITES aproveitou a ocasião para, uma vez mais, felicitar Moçambique pelos esforços empreendidos, que culminaram com a redução significativa dos índices da caça furtiva nos últimos anos. Concretamente, há mais de 15 meses que a Reserva Nacional do Niassa não regista o abate de elefantes por caçadores

furtivos. Por seu turno, o Director- Geral da ANAC explicou que em Moçambique existem três áreas de abundância do elefante, nomeadamente o Parque Nacional do Limpopo, a Província de Tete, que inclui o Parque Nacional Mágoè e Tchuma Tchatu, e a Paisagem do Niassa. Esta última abriga cerca de 50% dos elefantes de Moçambique e já foi considerada a segunda área com a maior população de elefantes do mundo. Mateus Muthemba reiterou que os dados preliminares do censo aéreo do elefante conduzido pelo governo moçambicano, com o apoio dos parceiros, em 2018, mostram uma tendência de estabilização da população da espécie, como resultado das medidas tomadas pelo governo, visando estancar a caça furtiva e o comércio ilegal de produtos da vida selvagem

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ENTREVISTA Texto: Filomena de Jesus

QUEREMOS UMA CPLP SEM BARREIRAS BUROCRÁTICAS - declara São Abdula, Presidente da FME CE-CPLP

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Federação das Mulheres Empresárias e Empreendedoras da CPLP realizou, a 23 de Setembro passado, em Lisboa, Portugal, um Fórum Internacional da Mobilidade e Inovação 2019 direccionado à expansão e fortalecimento dos negócios nos países da CPLP e no mundo. O evento, bastante importante, reuniu cerca de 300 pessoas da área empresarial dos nove países membros e países observadores da CPLP, e a plataforma constituise como elemento de promoção e dinamização de negócios. Durante o encontro, foram abordados temas ligados a participação feminina nos campos de liderança, integração de empresários e empreendedores dentro no universo CPLP, e entre outros assuntos. São Abdula, Presidente da Fede-

ração das Mulheres Empresárias e Empreendedoras da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (FME CE-CPLP), em entrevista concedida à nossa Reportagem, disse que o encontro teve como foco a melhoria do ambiente de negócio na CPLP através da identificação das barreiras que constituem impedimento para o desenvolvimento dos países da comunidade. Entre os 300 participantes destacam-se 19 mulheres líderes que partilharam as suas experiências, conhecimentos e ideias inovadoras com todos os presentes.

Não é possível falar em desenvolvimento e em crescimento económico sem falar em Mobilidade e em Inovação Ídolo (I) - O que é a mobilidade no conceito da Federação das Mulheres Empresárias e Empreendedoras da CPLP? São Abdula (SA) - Para nós, a Mobilidade consiste na livre circulação de pessoas, bens e capitais, bem como as necessárias condições sociais, infra-estruturas e tecnologias para o efeito.

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ENTREVISTA

Os empresários da CPLP devem investir para que as fronteiras de entrada, nos nossos países, não sejam barreiras na deslocação do empresário para outros pontos. É importante que os recursos humanos com conhecimento e capacidade para inovar não sejam travados pelas barreiras burocráticas que, muitas vezes, têm constituído impedimento para o desenvolvimento dos nossos países.

Entre países da CPLP, foi possível colher experiências sobre oportunidades e desafios de fazer negócios em cada contexto mais ou menos adverso

Fotos: Salvador Sigaúque

Não é possível falar em desenvolvimento e em crescimento económico sem falar em Mobilidade e em Inovação. Podemos tomar como exemplo o Velho Continente, a Europa, que possui registos acentua-

dos de desenvolvimento que ocorrem através dos mecanismos de mobilidade da União Europeia, os quais permitem que empresários dos seus diferentes países circulem com menor restrição no seu território. I – Este foi um evento com participação de várias empresárias, incluindo Isabel dos Santos. Que lições teve durante a sua participação no Fórum? SA – Foi perceber que as mulheres, desde as pequenas empresárias até as empreendedoras, pensam nos seus negócios muito para além das fronteiras dos países em que vivem ou desenvolvem. Elas ambicionam investir noutros mercados da CPLP. Felizmente, estes eventos são sempre uma boa oportunidade para partilhar experiências, seja com grandes ou médios empresários. Com Isabel dos Santos, assim como com outras empresárias do Brasil, Portugal, Guiné-Bissau, entre outros países da CPLP, foi possível colher experiências sobre oportunidades e desafios de fazer negócios em cada contexto mais ou menos adverso. Como

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ENTREVISTA

pode ver, os contextos socioeconómicos e políticos são um pouco diferentes e passaram por vários momentos também diferentes.

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I – Que propósitos a Federação tenciona alcançar e que áreas comerciais e económicas serão exploradas? SA – O principal propósito é a maior inserção das mulheres no mundo empresarial, promovendo e profissionalizando os seus negócios, a sua capacitação, os intercâmbios e a partilha de experiências. Almejamos o desenvolvimento e a cooperação do empresariado dentro da CPLP, abrangendo milhões de cidadãos em quatro continentes e em nove países. Não temos limites comerciais e económicos. Mas focaremo-nos em áreas que melhor se adaptam aos negócios das nossas associadas, das mulheres da CPLP em geral e das áreas como agricultura, artes e cultura, turismo e serviços. Sectores onde residem muitas oportunidades na CPLP e onde temos muito potencial para as mulheres. I – Que benefícios terão as mulheres empresárias ao nível da CPLP? SA – Os benefícios serão para a escala geral e individual com certeza. A escala geral, referimo-nos à mobilidade, inovação e maior intercâmbio entre os nossos países, assim como a condições especiais de crédito e financiamento para fortalecer ou iniciar os seus negócios. A escala individual, referimo-

Fotos: Salvador Sigaúque

Não temos limites comerciais e económicos. Mas focaremos em áreas que melhor se adaptam aos negócios

nos aos intercâmbios específicos e parcerias entre empresários e empresárias com vista a desenvolver os negócios de cada um, mas também existem benefícios com a formação, capacitação e desenvolvimento de competências. I – Como é que a Federação se move para marcar a sua posição no contexto da CPLP? SA – As nossas acções de advocacia junto dos governos em coordenação com a Confederação Empresarial da CPLP, os eventos que realizamos a nível de cada país da CPLP, os acordos e protocolos que assinamos com entidades pú-

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blicas, privadas e associativas, são uma forma de marcar a nossa posição. I – E particularmente para Moçambique, que benefícios terão as empresárias? SA – Certamente que as empresárias poderão beneficiar-se de condições de crédito especiais, menos burocráticas e que vão de encontro às necessidades de cada uma e de cada negócio. I – O que é que está desenhado, a nível da Federação, para tornar a mulher mais capaz e autónoma na condução dos seus planos e


ENTREVISTA

projectos de crescimento? SA – Neste momento, já não são apenas desenhos, mas sim acções concretas. E já causam algum impacto, embora ainda não sejam em número que pretendemos. Por exemplo, só em Moçambique, realizamos, anualmente, a conferência de mulheres líderes, um evento que conta com a presença de oradores internacionais e nacionais que a partir da sua experiência, transmitem conhecimentos sólidos e importantes para as nossas empresárias e empreendedoras. Acções similares têm acontecido em Portugal, Brasil e Guiné-Bissau através do trabalho das nossas vice-presidentes e representantes locais da FME-CPLP. Procuramos, agora, outras parcerias para projectos concretos que temos em carteira e que oportunamente falaremos.

Perfil

São Abdula

É um nome sonante relativamente ao empresariado liderado pela ala feminina em Moçambique. Possui 30 anos de experiência na esfera laboral, e no entanto, mantém vivos os seus artifícios de esposa e mãe. É gestora de profissão, exercendo a função de administradora executiva da empresa Intelec Holdings, um grupo empresarial moçambicano que actua em vários ramos de actividade, tais como energia, recursos minerais, publicidade, imobiliárias, entre outros. Ocupa e ocupou vários cargos associativos, sendo actualmente a Presidente da FME CE-CPLP, um dos seus grandes desafios enfrentados em toda a sua carreira. É membro fundadora da Câmara de Comércio Moçambique-Itália, tendo ocupado cargos directivos nas duas organizações

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REPORTAGEM

CPLP TEM FORÇA PRODUTIVA

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moçambicano Salimo Abdul está confiante no crescimento da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Recentemente esteve em Nice, na França, à busca de parcerias económicas para fortalecer, cada vez mais, a organização. O seu optimismo incide no facto de as nações que agregam a CPLP possuírem um forte potencial para produzir alimentos para o mundo. Em Nice, Salimo Abdula presidiu a um painel subordinado ao tema ‘sector privado como motor do crescimento de África’, integrado no “Choiseul Africa Business Forum”, organizado pelo Institut Choiseul. Durante a sua dissertação, Salimo Abdula, deixou claro que a CPLP tem um potencial incrível para se tornar, em bloco, numa grande referência económica mundial, em vários sectores, com particular destaque para os sectores de energia, agricultura e turismo. Falando na qualidade de Presidente da Confederação Empresarial da CPLP, Abdula, para sustentar a sua tese, tomou como exemplo o

potencial da disponibilidade de terra arável, 37% da qual situada no continente sul-americano, onde se encontra o Brasil, e 36,6% na África subsaariana, com água em abundância. “Nesta zona encontramos Moçambique, Angola, Guiné-Bissau e Guiné Equatorial”. Segundo ele, a CPLP conta com Portugal e Brasil, países com reconhecida capacidade tecnológica e várias Pequenas e Médias Empresas a crescer, munidas de capacidade, criatividade e inovação, para prover serviços e dotar de tecnologia os países

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REPORTAGEM

africanos da comunidade. Adiantou que todos os países são agraciados por sol e mar, o que representa uma diversidade de potencial para as actividades turísticas e também para a piscicultura. “Como na Europa há, por exemplo, população cada vez com mais tempo para o lazer, podemos aproveitar estas oportunidades para desenvolver o turismo na CPLP e fazer deste sector a alavanca, de modo a gerar empregos, para a população”, acrescentou Salimo Abdula. Referiu que a comunidade empresarial da CPLP so-

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nha e tem vindo a defender a introdução de um pacote turístico integrado, incluindo os nove países e quatro continentes. “Existem boas possibilidades para nos unirmos e criarmos empresas que apostem em sectores produtivos, que nos permitam obter lucros, empregar a população e obtermos ganhos mútuos. Hoje, podemos garantir que temos uma classe empresarial cada vez mais unida e coesa na CPLP que está aberta a cooperar e apoiar a todos, que nos trouxerem soluções que concorram para o nosso desenvolvimento social e crescimento económico”

Mobilizar parcerias na França

ebruçando-se especificamente sobre as bolsas de cooperação, Salimo Abdula entende que o sector privado francês e de outros países pode tornar-se grande impulsionador do desenvolvimento empresarial em face dos seus conhecimentos e capacidade de investir. O Reino Unido, França, Itália,

Sérvia e Luxemburgo, de acordo com Salimo Abdula, tornaramse, no ano passado, membros observadores da CPLP, facto que revela o interesse de empresários destes países no potencial existente na nossa comunidade. A CE-CPLP é uma entidade da Comunidade de Países de Língua Portuguesa e existe desde 2004, agregando as instituições empresariais, associa-

ções comerciais e industriais, cooperações e federações de todos os países membros da organização. Ela trabalha para a cooperação e fortalecimento dos empresários da CPLP, através da identificação de rotas de investimentos dentro dos países membros, estimulando a cooperação e parceria entre instituições lusófonas e outros interessados em fazer negócios

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REPORTAGEM

- diz Salimo Abdula, Presidente da CE-CPLP

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Mobilidade vai agregar valor à Comunidade

Presidente da Confederação de Empresários da CPLP (CE-CPLP), Salimo Abdula, presente no evento explicou que a mobilidade poderá agregar valor a Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa. “Aqui nós percebemos o poten-

cial que temos no empresariado feminino ao nível da CPLP. Se nós conseguirmos empoderar, de facto, o poder económico do espaço da CPLP às mulheres, podem imaginar aquilo que será a transformação desse sector informal para um sector empresarial mais activo”, justificou Salimo

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Abdula. A iniciativa recebeu uma palavra de apreço e encorajamento por parte da engenheira e PCA da Finstar, Isabel dos Santos, afirmando que “quando se faz algo relevante e único, isso transforma-se sempre em valor, portanto vão para a frente”


REPORTAGEM

FNB leva cidadãos a correr na ponte Maputo-Katembe

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… e lançou, pela primeira vez ,no país, a prova “FNB Maputo 10km City Run”

o dia da celebração do seu primeiro ano de existência, a belíssima ponte Maputo-Ka Tembe, com o maior vão suspenso de África, recebeu, pela primeira vez, milhares de pessoas de diferentes idades que participaram na corrida “FNB Maputo 10km City Run”. A ponte, com uma extensão de três

quilómetros, montada sobre a Baía de Maputo, empresta outra imagem e ambiente à capital do país. E foi uma oportunidade ímpar para os participantes terem o contacto directo com aquela gigantesca infraestrutura. A prova, organizada conjuntamente pelo First National Bank (FNB), Conselho Municipal de Maputo e a Federação Moçam-

bicana de Atletismo (FMA), foi dominada por atletas sul-africanos em ambos os sexos. Porém, muitos cidadãos nacionais e estrangeiros aproveitaram a ocasião para se descontraírem e exercitarem mental e fisicamente. E a festa dos 132 anos da Cidade das Acácias foi mesmo de arromba, a avaliar pelo entusiasmo dos participantes

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DESTAQUE Texto: Gervàsio de Jesus

- afirma Jahyr Abdula, Administrador Comercial da Intelec Hol-

SOMOS UMA NAÇÃO FÉRTIL E COBIÇADA

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az parte do Grupo Intelec Holdings e acompanha, há bastante tempo, o crescimento da empresa. É jovem determinado e com visão progressista. Acredita no seu potencial e almeja fazer do grupo uma das mais poderosas marcas do país. Falámos do jovem empresário, Jahyr Abdula, que dentro da instituição desempenha as funções de administrador comercial, “expectando” ideias inovadoras para

um Moçambique cada vez mais crescente, alicerçando esse desenvolvimento pela via da juventude. Em entrevista concedida à ÍDOLO, Jahyr falou com eloquência sobre o mundo de negócios, da irreverência da juventude moçambicana no acompanhamento das novas dinâmicas económicas, tendências tecnológicas e dos projectos virados para a construção de uma base forte de sustentação de acções consideradas-chave na

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dings

cadeia de negócios.

Faço parte de um grupo familiar, ou seja a empresa é da minha família Humilde, determinado e competente, Jahyr conta que interessou-se sempre pela actividade empresarial da família, por isso,


DESTAQUE

MERCADO COMPETITIVO Neste momento, preocupa-se em saber ocupar o seu espaço no Grupo, porque pretende superar os desafios impostos pelo mercado para dar continuidade aos projectos em carteira definidos pelo Conselho de Administração. Os cinco anos de convivência e aprendizagem dentro da empresa, ao lado de pessoas carinhosas e experientes, fazem dele, hoje, um gestor-empresarial municiado de ferramentas apropriadas para aspirar a grandes sonhos. “Faço parte de um grupo familiar, ou seja, a empresa é da minha

família. Venho acompanhando o seu crescimento, muito antes de ir à faculdade, estava eu ainda na Escola Internacional de Maputo”, revelou Jahyr que se mostra bem enquadrado na estrutura administrativa do grupo. Adianta que os desafios são imensos, e estando a desempenhar as funções de administrador comercial nada lhe resta senão construir pontes para redescobrir negócios para o grupo.

Nós, os jovens temos de ser arrojados, trazer novas ideias e explorar convenientemente as novas oportunidades “Os gestores estão nas suas áreas

Fotos: Salvador Sigaúque/Intelec Holdings

desde cedo, foi acompanhando as diferentes etapas de crescimento e consolidação das empresas do Grupo Intelec Holding.

para desenvolvê-las, e eu estou consciente disso. Dentro do grupo, responsabilizo-me pela a área Imobiliária e de Novos Negócios. São áreas que requerem empenho, dedicação e, acima de tudo, astúcia, como qualquer outra actividade profissional. As dinâmicas impostas pelo mercado exigem enorme criatividade e rigor. O país não está a atravessar por uma boa fase nestas áreas, sobretudo a imobiliária. As batalhas pela busca de melhor negócio são constantes, mas temos de saber lidar com o mercado”, disse, acrescentando que se trata de um tempo difícil, mas com previsão de melhoramento do ambiente de negócios, principalmente por causa da presença das multinacionais. “Julgo que todos os países passaram e/ou estão a passar por uma crise. É o reflexo da crise mundial. Todavia, há uma luz no fundo do túnel, isto é, tudo tem um fim”. Jahyr Salimo diz ser este o momento de arregaçar as mangas e engendrar novos planos de negócios. “Nós, os jovens, temos de ser arrojados, trazer novas ideias e explorar convenientemente as novas oportunidades. Sinto ser necessário abrir-se novas portas para os jovens que também têm energias e sangue quente para ampliar o raio de intervenções locais e desenvolver novas oportunidades”, realçou o empresário.

TEMOS UM PAÍS RICO Falando especificamente sobre o negócio na indústria imobiliária em tempo de crise, Jahyr disse que “nada há a temer, pelo contrário, às empresas têm-se esforçado no sentido de apresentar produtos diferenciados e de qualidade. Devo dizer que mesmo no meio da crise, a competitividade é enorme.

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Mas essa concorrência não pode ser vista como obstáculo, ou inimiga mas, acima de tudo, como uma competição saudável, porque a cadeia do negócio é vasta. A concorrência só traz qualidade e cada um faz as suas acções para o benefício de todos”.

Hoje, há várias empresas estrangeiras querendo vir investir no mercado moçambicano

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O nosso interlocutor diz trabalhar com afinco e determinação, porque pretende alcançar os objectivos impostos pela administração da empresa. “O mundo está a desenvolver-se todos os dias e temos de acompanhar esse ritmo. Já não é tempo de ficarmos estáticos. Temos de fazer a diferença, todos os dias, para o bem do grupo, acompanhando e inovando os processos produtivos, trazendo para dentro da empresa negócios e projectos sustentáveis. Pessoalmente, estou aberto para todos os negócios lícitos. Quanto menor risco tiver, melhor é”, afirmou. Jahyr classifica Moçambique como um país de futuro, com fortes potencialidades em todas as dimensões e que está aberto para receber e gerar investimentos qualitativos. “Hoje, há várias empresas estrangeiras querendo vir investir no mercado moçambicano. Considero isso um bom Ídolo | Edição nº 57 | Outubro/Novembro 2019 | www.idolo.co.mz

sinal e o país está aberto ao mundo. Pretendemos tão-somente negócios sem riscos e de maior e melhor sustentabilidade, ou seja, que façam a diferença para o país”.

A ADMIRAÇÃO PELO PAI E A VINDA DE TAÍS ARAÚJO Jahyr tem como fonte de inspiração o seu pai, o senhor Salimo Abdula, um renomado empresário e actual Presidente da Confederação Empresarial da CPLP (CE-CPLP). Quando fala dele, os seus olhos brilham de orgulho. “É o meu Ídolo…não digo isso por ser meu pai. Ele é uma pessoa humilde e trabalhadora. Admiro a sua veia de líder, pois sabe ouvir, aconselhar, propor soluções e decidir com lealdade. É um forte pilar da família”, disse para acrescentar que é na família que encontra o maior suporte para esgrimir todo o seu potencial em termos de conhecimento.

Aos 17 anos de idade constituiu uma sociedade de âmbito social e cultural “O que nos faz tornar uma família forte é a união. A nossa linguagem é a mesma: um por todos e todos por um. É nesta família que estou a crescer profissionalmente. Aqui encontrei gente que conheci antes de ser profissional. Com essa gente, tenho uma relação de proximidade e de familiaridade. São pessoas que me viram crescer e olham-me com carinho, e puxam por mim”, confessou o jovem empresário. Começou bem cedo a lidar com negócios. Aos 17 anos de idade constituiu uma sociedade de âm-


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bito social e cultural, com outros dois amigos, tendo tudo corrido bem. Foi nesta fase de crescimento, mas com outros parceiros no projecto, que conseguiu trazer à Moçambique a actriz brasileira, Taís Araújo, no quadro de uma acção humanitária. “Ela veio ao abrigo de um projecto direccionado ao HIV/SIDA, pois era importante que ela, como celebridade internacional, fizesse passar a sua mensagem sobre a necessidade de prevenção e combate à pandemia. Foi um grande orgulho para mim ter conseguido trazê-la ao país para realizar essa campanha tão crucial para os moçambicanos. Ao mesmo tempo, mostrámos que somos jovens comprometidos com causas sociais e que aspiramos novas conquistas”.

Fotos: Salvador Sigaúque/Intelec Holdings

Jahyr não se cansa de enaltecer as qualidades dos jovens moçambicanos que os qualifica de “veios” de mudanças e de crescimento do país, ou melhor, construtores de novos paradigmas de desenvolvimento de Moçambique. “Esta juventude é valente e vibrante pois, pesquisa e trata com primazia o conhecimento. É uma juventude irreverente, e que não se dá por vencida, e que acompanha às dinâmicas tecnológicas actualmente em curso no mundo. É uma juventude que está à “caça” do seu espaço e de oportunidades para fa-

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VITALIDADE DOS JOVENS MOÇAMBICANOS E A CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DA ANJE

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DESTAQUE parcerias empresariais”, explicou o jovem Jahyr Salimo.

APAIXONADO PELO DESPORTO MOTORIZADO Nasceu na África do Sul, mas é moçambicano de gema. Formado em gestão de empresas e com 27 anos de idade, Jahyr é hoje um Executivo em ascensão no grupo Intelec Holding. Jovem afável, muito dado à família e querido dentro da instituição, tudo por causa da sua brilhante postura. “Sou uma pessoa social e de muita proximidade à família, aos amigos de verdade, ou seja, a todos aqueles que estão envolvidos na minha vida. Aqui na empresa, os colegas olham-me com carinho, porque

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zer vingar a sua sabedoria”, sublinhou, reafirmando, com toda a notoriedade, que o jovem moçambicano é humilde, acolhedor, e que dispõe de muita energia para grandes desafios da vida. A este propósito, em Novembro corrente, realiza-se, em Maputo, uma conferência empresarial internacional para os jovens, numa iniciativa da Associação Nacional de Jovens Empresários de Moçambique (ANJE). Trata-se de um evento, segundo Jahyr Salimo, que possibilitará aos jovens moçambicanos interagir com os de outras nações e buscarem conhecimentos. “É uma plataforma dinâmica e valiosa, que produz múltiplas vantagens para os jovens nacionais. É um espaço em que os jovens vão exteriorizar o seu potencial, expondo serviços e produtos sobre o que fazem diariamente. Vão igualmente “beber” informações úteis e experiências notáveis para o seu crescimento. “Experts” mundiais ligados à área económica virão ao país ver e avaliar o que os jovens moçambicanos fazem, e apoiá-los com o seu know how e financeiramente. É uma oportunidade ímpar para os jovens moçambicanos concretizarem Ídolo | Edição nº 57 | Outubro/Novembro 2019 | www.idolo.co.mz


Fotos: Salvador Sigaúque/Intelec Holdings

DESTAQUE

“Moçambique é um país que inspira qualquer pessoa"

viram-me crescer como homem”. Além de se dedicar intensamente à vida empresarial, ao Jahyr ainda lhe sobra tempo para praticar desporto motorizado e jogar futebol em regime recreativo. “Sou uma pessoa aberta e amante do desporto. Adoro fazer corridas na pista do ATCM. Tenho uma enorme paixão pelos carros. Já venci várias corridas”, salientou. Nos tempos livres, não só faz desporto, como também gosta de estar com a namorada, conviver com a família e amigos, comer uma boa lasanha e beber, socialmente. Tem ouvidos para música e gosta de roupa preta. O Costa do Sol e o Benfica de Portugal são os seus clubes de eleição e não se esquece da Ponta D´Ouro, região onde cresceu . Confiante no seu potencial e capacidade, o empresário desafia-se a fazer diferença, na sua área de intervenção, com algo que vai marcar o país pela positiva. “Moçambique é um país que inspira qualquer pessoa e não há desculpas para não dar certo”

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ECONOMIA

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Touareg chega à pérola do Índico

Caetano Drive, representante oficial da marca Volkswagen em Moçambique, fez o lançamento do novo Volkswagen Touareg, na cidade de Maputo. Trata-se de um veículo que promete poupança de combustível, uso de tecnologias modernas de forma simples e cómodas, e conforto. Poupar combustível por meio do Touareg é possível graças à função

roda livre, que já pode ser utilizada todos os dias. A função roda livre utiliza a energia cinética do carro, poupando, assim, até meio litro de combustível aos 100 km. E a agilidade do automóvel não é sacrificada, por causa da tecnologia “BlueMotion” usada no Touareg e integrada em todos os motores V6 TDI. O Touareg promete, também, o domínio de qualquer tipo de terreno, pois tem uma tracção perma-

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nente às quatro rodas “4MOTION” e um motor com uma potência de 245 cv. A viatura dispõe, ainda, de um sistema de suspensão pneumática, por meio do qual são anulados os efeitos das lombas e dos buracos da estrada. A parte interior foi concebida com cores elegantes e materiais cuidadosamente seleccionados, propiciando um ambiente luxuoso ao condutor e aos ocupantes


DESTAQUE

Ao mercado moçambicano

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Grupo Salvador Caetano oferece soluções apetecíveis

Hotel Montebelo Girassol requintou-se para receber distintas personalidades como, por exemplo, o Embaixador da República Federal da Alemanha, Detlev Wolter, o Presidente da CE-CPLP, Salimo Abdula, o Presidente da Câmara de Comércio Moçambique/Portugal, João Figueiredo, entre outras, que se fizeram presentes para testemunhar ao lançamento do tão esperado Volkswagen Touareg. O momento foi marcante e o Administrador-Delegado do Grupo Salvador em Moçambique, Paulo Oliveira, não resistiu ao ambiente e soltou: “é com enorme satisfação e honra que hoje, este espaço fantástico do Hotel Montebelo Girassol, acolhe tão ilustres convidados”. O motivo da concentração era um só: o lançamento do Volkswa-

gen Touareg. Como é seu apanágio, a Volkswagen, uma das marcas mundiais de referência do sector automóvel, procurou reforçar a performance, melhorar o design e entregar um produto ainda mais atraente e inovador. “Ficámos felizes com o resultado final e espero que os nossos clientes também fiquem”, desejou Paulo Oliveira, acrescentando que o Touareg chega ao mercado moçambicano preparado para tudo. Eis a explicação: “Para onde quer que a estrada o leve, a tecnologia moderna dos motores do Touareg caracterizam-se pela sua economia, elevando binário e potência. Tracção às quatro rodas, com tecnologia 4MOTION, e os vários sistemas inteligentes de assistência à viagem aumentam, ainda mais, o conforto e a experiência. O Touareg combina na essência o conceito de SUV

com elegância e dinamismo. É por isso que queremos que, a partir de hoje, descubra caminhos há muito esquecidos com o novo Touareg”, recomendou o Administrador do Grupo Salvador Caetano, em Moçambique. Oliveira destacou, igualmente, na sua intervenção, o protocolo de parceria assinado entre o Grupo Salvador Caetano e o First National Bank Moçambique (FNB). “Estamos orgulhosos por esta parceria, com uma das maiores instituições financeiras de África”, disse, salientando que com esta iniciativa extensível a todas as marcas Volkswagen, o Grupo Salvador Caetano pretende oferecer uma proposta de valor diferenciadora para os seus clientes, acelerando o processo de compra da sua viatura, com várias alternativas do sistema de financiamento

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ECONOMIA

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Embaixador da Volkswagen em Moçambique

vice-presidente da União de Jovens Empreendedores e Empresários da CPLP, Jahyr Abdula, é o novo embaixador da Volkswagen em Moçambique. O jovem moçambicano foi apresentado durante a cerimónia de lançamento do Touareg. Na ocasião, Jahyr Abdula manifestou gratidão pelo

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facto da Caetano Drive ter confiado nele para representar a marca Volkswagen, ao nível nacional, e disse estar motivado a cumprir a missão com prazer. “Irei mobilizar as pessoas a entrarem para a marca, e fazer as pessoas entenderem e sentirem que a Volkswagen Moçambique, para além de colocar viaturas no mercado, oferece assistência”, acrescentou


ECONOMIA

Salimo Abdula: primeiro cliente

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ica para a história. O primeiro a comprar o Volkswagen Touareg em Moçambique foi o empresário moçambicano Salimo Abdula. Foi uma notícia que lhe colheu de surpresa. “Ser primeiro cliente foi uma surpresa. De facto já tinha colocado a ordem há um tempo, porque já tinha visto esta viatura publicitada em várias partes da Europa. Fui informar-me e achei ser uma viatura adequada ao nosso mercado”, introduziu Salimo Abdula. “Considero esta viatura dois em um. É um carro com uma tecnologia moderna, robusto, e próprio para o mercado moçambicano. Sinto-me lisonjeado por ser o primeiro cliente e espero que haja mais clientes que me sigam. A Salvador Caetano dispõe de um serviço muito bom e com assistência pós-venda, o que falta em muitas outras agências que acabam nos coagindo a ir à África do Sul para fazer assistência”,

testemunhou o empresário. Sobre a expectativa advinda com a aquisição da viatura, Salimo Abdula disse sentir-se pronto para percorrer as zonas mais recônditas de Moçambique

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ECONOMIA

Paulo Oliveira, Admin istr

ador da Salvador Ca etano

Sérgio Gomes, Direct or de Retalho do FN B

Clientes do Touareg têm tratamento especial no FNB

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banco FNB não apenas esteve envolvido na vinda do Touareg a Moçambique, como também quer ser parceiros dos potenciais clientes da marca. Para o efeito, o FNB irá oferecer a oportunidade de aquisição da viatura, via leasing,

ou seja, o banco adquire o veículo e entrega ao cliente, e este paga, em parcelas, ao banco, e após a conclusão do pagamento a viatura passa para o nome do cliente. “Toda a pessoa pode adquirir o Touareg junto da Salvador Caetano, e lá pode solicitar o pedido

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de leasing. Se já for cliente do FNB, nós já vamos estar em contacto com ele. Mas acontece que ao adquirir uma viatura Volkswagen já se pode tornar nosso cliente. Torna-se cliente especial do banco, Torna-se cliente private”, explicou Sérgio Gomes, Director de Retalho do FNB


ECONOMIA

FNB em reposição com projectos sustentáveis

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Director de Retalho do First National Bank Moçambique (FNB), Sérgio Gomes, disse, em entrevista à ÍDOLO, que a associação da instituição financeira ao Grupo Salvador Caetano, tem a ver com o facto de o banco estar num processo de reposicionamento no mercado. “Este processo de transformação abrange, numa primeira fase o reposicionamento. O FNB em Moçambique era um banco universal. Vai continuar a sê-lo, mas vai dar mais atenção às empresas e ao espaço corporativo”, acrescentou. O alvo do FNB é a cadeia de valor das grandes empresas moçambicanas, ajudando as empresas integrantes da cadeia a prestarem um melhor serviço. “Vamos explorar as cadeias de valor associadas ao espaço corporativo. E quando falamos de espaço corporativo referimo-nos aos grandes projectos das grandes empresas em Moçambique. Mas também estamos a falar das pequenas e médias empresas que servem a estas grandes companhias. Queremos ajudá-las a servir melhor”, explicou o Director. No âmbito do reposicionamento, a presença física do banco em Moçambique está também a ser repensada. “Actualmente estamos presentes em todas as províncias, excepto em Niassa e da Zambézia. Temos planos de, a médio e longo prazos, cobrimos todas as províncias. Porém, queremos servir os nossos clientes de forma inovadora e mais baseada na tecnologia”, revelou. Para além de recorrer à tecnologia, o FNB quer ter uma rede de agentes e colaboradores a falarem e a servirem às pessoas na rua, quebrando, ligeiramente, o modelo tradicional em que os colaboradores ficam atrás do balcão à espera que os clientes cheguem a eles. Gomes revelou, ainda, que o FNB vai, em breve, lançar um novo meio transaccional que ainda não existe em Moçambique. Sem acrescentar detalhes, mas prometendo divulgar em tempo oportuno, declarou que o novo meio abre portas para a possibilidade de ofertas no mundo da restauração e hotelaria. No

27 ramo corporativo, as atenções estão centradas nos investimentos que estão a ocorrer em Cabo Delgado. “Podem esperar muita evolução. Estamos muito atentos ao que se passa em Cabo Delgado. Somos parceiros das empresas que lá estão, o maior financiador africano nos projectos do Óleo & Gás, em Moçambique. E queremos fazer a diferença”, concluiu Sérgio Gomes Ídolo | Edição nº 57 | Outubro/Novembro 2019 | www.idolo.co.mz


DESPORTO

Texto: Dalton Sitoe

- considera Paulo Oliveira, motociclista que representou Moçambique no PanÁfrica

ALCÁNÇAMOS OS NOSSOS OBJECTIVOS

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uma moto com cores da bandeira moçambicana, o motociclista Paulo Oliveira, participou do Campeonato do Mundo de Motorally (PanÁfrica), pela equipa Mário Patrão, e conquistou o terceiro lugar da sua classe e 36ª posição na tabela geral. O representante de Moçambique ocupou o pódio numa classe que teve 14 pilotos em prova. Nas próximas linhas estão as partes re-

levantes da conversa mantida com o piloto, em que faz o balanço da sua participação no PanÁfrica. Ídolo (I) – Que percepção tem do alcance dos objectivos no PanÁfrica? Paulo Oliveira (PO) – A ideia, quando partimos para o Campeonato, era pelo menos terminar. Ir até ao fim, ou seja não desistir ao meio da competição e acumular alguma experiência. Adquirir aprendizagem de algo que não

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conhecíamos. Estou inteiramente satisfeito com o resultado final. Sermos o terceiro classificado da classe e 36.º no geral, dá-nos uma alegria enorme. I – Fale-nos da experiência vivida, olhando para magnitude da competição… PO – É um evento de dimensão internacional. Estiveram lá 15 países. Foram 60 pilotos a dispu-


DESPORTO

tar a corrida. Estiveram presentes equipas de fábricas consagradas e que participam em diversas competições de Motorally. Com eles, aproveitámos aprender, mas também ajudámos alguém durante a corrida. É uma dimensão que não estamos habituados, mas acredito que honrámos a nossa bandeira. I – Chegou a pensar em desistir? PO – Nunca! Tinha apoio da família e de muitos seguidores. Houve muita gente que ficou contagiada com a nossa presença no PanÁfrica. Isso fez-nos ir buscar forças nos momentos das adversidades. Desistir nunca! Mas por vezes pensámos que não seríamos capazes de chegar ao final. Porque todos os dias quando acabávamos uma etapa, todos estávamos esgotados. Mas tínhamos uma motivação extrema para no dia seguinte começarmos com outras forças.

Para nós, cada etapa foi uma vitória. I – Como foi correr num deserto? PO – Deparámo-nos com quatro tipos de pisos: areia nas dunas; terreno de lama seca de um rio seco; montanha com pedra e terreno duro; e os grandes vales que caracterizam os terrenos de Marrocos. O que mais nos trouxe adversidade, de início, foi a adaptação ao calor. Nós corremos de baixo de 40 a 45 graus de temperatura. Era essencial a hidratação. Temos um episódio bastante ilustrativo sobre as dificuldades. No terceiro dia de competição, acabámos por perder cerca de duas horas de corrida, porque um piloto espanhol tinha acabado a água dele. Saímos com três litros de água. É uma obrigatoriedade da organização. E encontrámos um piloto

espanhol que estava no deserto e completamente sem água. Mostrámos a nossa solidariedade para com ele como mandam as regras. Não o deixámos ficar atrás e conseguimos levar o espanhol até passar as dunas, partilhando a água com ele. I – Tratou-se, também, da primeira vez que fez uma corrida, à alta velocidade, precisando de interagir com o navegador. Como foi? PO – A questão da navegação constituiu a nossa maior adversidade. Foi a primeira vez que fazíamos uma corrida com o “livro de estrada” e navegação. Tratou-se duma aprendizagem. Tivemos algumas dificuldades. Em algumas etapas perdemos algum tempo, porque bastava falharmos uma pequena nota do “livro de estrada” para perdermo-nos no deserto e depois para retomar o percurso não era fácil. Ao longo dos dias fomos capitalizando a aprendizagem e melhorando. Portanto, no final ficámos com uma experiência maior e que nos dá um índice de confiança maior para as próximas corridas. Pensamos, para o ano, participar em eventos desta dimensão. I – Em termos de organização, ficou impressionado? PO – Bastante! Pela dimensão, meios utilizados, e grau de profissionalismo. Mas também não estava à espera de outra coisa. Com o nível de participantes envolvidos e com os orçamentos de que dispõem, o resultado tinha que ser uma coisa profissionalizada. I – Conseguiu mobilizar alguns apoios financeiros aqui internamente, para a sua participação? PO – Não tive o apoio finaceiro! Foi tudo feito em casa. Mas tive um apoio muito importante — muitos moçambicanos dando-me

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DESPORTO

lec Holdings e do Brasa Rio, que são empresas da casa. Mas o maior apoio que tive foi dos amigos e dos seguidores. I – O que esta participação significou para si? PO – Foi um orgulho enorme uma nação como nossa estar presente num evento destes. Obtivemos um resultado modesto, mas honroso. Conseguimos, por duas vezes, ajudar pilotos também a terminar as etapas. Este espírito de entreajuda aliado à classificação foi muito honroso e prestigiante para a nossa bandeira que esteve presente, do princípio ao fim, no evento. I – O que pensa fazer ao nível

interno para que outros moçambicanos se envolvam em projectos desta natureza? PO – Temos de puxar os jovens para o desporto. Não apenas para o motociclismo, mas para todo o tipo de desporto. Assim estaremos a tirá-los de outros caminhos. Quanto ao trazê-los para esta modalidade, temos os nossos treinos nos finais de semana, e o que temos visto é que o envolvimento de jovens tem vindo a aumentar. E isso é gratificante, porque vemos que jovens que começaram a andar hoje já dão indicações de serem grandes craques.

força e esse foi o maior patrocínio que tive. Só quem lá está a viver estas dificuldades é que sabe o valor das palavras de carinho que recebemos. Esperamos profissionalizar e angariar mais patrocinadores para às próximas corridas que temos a realizar. Por enquanto os apoios vieram da Salvador Caetano, Inte-

Joaquim Rodrigues vence o PanÁfrica O PanÁfrica Rally 2019 foi conquistado por Joaquim Rodrigues. O piloto português, da Hero Motorsports, venceu o campeonato ao terminar a última das seis etapas com o tempo total de 16:06:43. Para Rodrigues, é a segunda vitória internacional da carreira, sendo especial por acontecer numa altura em que acaba de sair de um longo período de recuperação após o acidente que teve no “Dakar” de 2017. A primeira vitória do piloto deu-se no “Baja India 2017”. O PanÁfrica foi disputado por 60 pilotos durante seis dias, tendo uma etapa para cada dia. Os pilotos percorreram 1455 quilómetros no deserto, em Marrocos

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DESTAQUE

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ENTREVISTA

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