Revista idolo edicao

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Onde Mora a Chama da Esperança

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Periodicidade Bimensal | Ano 12 | Fundada em 2007 | Edição nº 55 | Abril / Maio 2019

ÓLEO DONA, AMIGO

DAS FAMÍLIAS!

RESERVA DO NIASSA EM ESTADO DE GRAÇA

Cláudia Manjate

ELEITA PELA COMUNICAÇÂO


DESTAQUE Texto: Julio Saul

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Editorial NIASSA SEM MATANÇAS..!

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s operadores e funcionário da maior área protegida do país – a Reserva Nacional do Niassa -, têm motivos de sobra para se manifestarem radiantes ao conseguirem calcar a acção dos caçadores furtivos. Celebrar um ano sem um único elefante abatido é um marco importante para às autoridades moçambicanas que montaram um forte dispositivo de segurança contra a acção dos caçadores ilegais. As últimas três mortes causadas por caçadores ilegais na Reserva, aconteceram em Maio de 2018. Concorre para esta situação, a decisão do Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural (MITADER), de solicitar o apoio da Polícia que respondeu positivamente com a afectação de uma Unidade de Intervenção Rápida. Em Novembro de 2018, a Reserva Nacional do Niassa, teve a honra de ser visitada pelo Chefe de Estado moçambicano, Filipe Jacinto Nyusi, que encorajou a presença da Polícia no terreno. Se o abate indiscriminado das espécies protegidas de animais deixar de ocorrer, a reserva es-

tará em condições de anotar a multiplicação dos mesmos e, consequentemente, da biodiversidade. Para já, é fundamental proteger os elefantes, que são alvo privilegiado dos exterminadores da vida selvagem. É importante reconhecer o trabalho que as equipas da Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC), têm desempenhado no processo de gestão e preservação do património natural, através de fiscalização rigorosa. É preciso manter mão dura contra àqueles que optam por derrubar o belíssimo património natural que Moçambique dispõe. A flora, fauna, savana e floresta devem ser conservadas com carinho no contexto do controle do meio ambiente. É tarefa de cada cidadão moçambicano tomar conta de todo o bem que natureza oferece, sendo vigilante e denunciando os malfeitores. O que está a acontecer em Niassa prova ser possível acabar com a matança de animais bravios noutras reservas e parques nacionais

Gervásio de Jesus

FICHA TÉCNICA

(Jornalista e Psicólogo Educacional)

IDOLO EI: Directora Executiva Ondina Pereira ondinadejesuspereira@gmail.com | Editor Gervásio de Jesus gervasiodejesus@yahoo.com.br | Redacção Gervásio de Jesus e Júlio Saul | Colaboradores Samuel Sambo e João Chicote | Fotografia Salvador Sigaúque | Arte & Desenho Gráfico | Paginação Cláudio Nhacutone | Revisão Linguística Leonel Abranches | Web master Paulino Maineque | Marketing Maria Dlamini e Samuel Sambo | Distribuição e Expansão Ídolo | Registo N.º 010/GABINFO-DEC-2011 | Tiragem 1000 Exemplares / Impressão Minerva Print | Endereço Av. Karl Marx nº 1975 – R/C | Contactos +258 84 574 504 1; +258 84 55 27 437 | Email: idolorevista@ gmail.com/revistaidolo@idolo.co.mz _ www.idolo.co.mz / MAPUTO - MOÇAMBIQUE

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ECONOMIA Texto: Júlio Saul

HCB VENDE 7.5% DAS SUAS ACÇÕES

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disponibilização destas acções foi anunciada pelo Presidente da República de Moçambique, Filipe Jacinto Nyusi, na vila do Songo, aquando da celebração do 10º aniversário da reversão da HCB para o Estado Moçambicano, em Novembro de 2017. A decisão tomada pelos accionistas sobre a venda de 7.5% das acções da HCB é que seja, exclusivamente, para os cidadãos, empresas e instituições moçambicanas através da Bolsa de Valores de Moçambique (BVM), facto que, na ocasião, Filipe Nyusi, enalteceu afirmando que esta operação contribuirá para uma maior inclusão

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económica dos cidadãos nacionais e, deste modo, acrescentará valor a expressão “Cahora Bassa é Nossa”.

Mas porque é que a HCB está a vender as acções? Nesta fase, a Hidroeléctrica de Cohora Bassa (HCB) S.A. vai vender cerca de 680 milhões de Acções na Bolsa de Valores de Moçambique (BVM), numa Oferta Pública de Venda (OPV). Esta Acção vai ser vendida ao preço fixo de três meticais. As receitas desta venda destinamse a reforçar a capacidade financeira

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da empresa, os seus planos de investimento e o seu crescimento. No entanto, a empresa decidiu vender as suas acções, porque considera que esta é uma boa forma de partilhar, com os moçambicanos, os benefícios da sua reversão. Podem comprar acções da HCB, os cidadãos moçambicanos, a morar dentro e fora do país, as empresas e instituições nacionais. Com esta operação, a HCB reforça a sua adesão às boas práticas internacionais de gestão corporativa, consolidando a transparência e a exposição ao escrutínio público, como é requisito das empresas em bolsa.


ECONOMIA Pedro Couto, Presidente do Conselho da Administração da HCB, referiu que, com esta venda, para além do Estado que é o maior accionista deste grande empreendimento, a título individual, passam também a ser donos de acções desta empresa, tornando-se assim, mais incluídos economicamente na obtenção directa dos ganhos. Por outro lado, Couto apontou que a cotação da HCB em bolsa representa um pilar adicional na consolidação do processo de gestão deste empreendimento, alicerçando-se na transparência e aderência às boas práticas internacionais de gestão corporativa, visto que passará a estar

mais exposta ao escrutínio público. “Por esta via a empresa passará a dispor de uma fonte adicional de obtenção de financiamentos para a implementação dos vários projectos em carteira, quer de renovação e modernização, quer de expansão e diversificação das suas actividades”, disse, argumentando que, a HCB é uma das maiores empresas do país, e a venda de 7.5% das suas acções através da BVM, vai ser maior operação de bolsa realizada até hoje em Moçambique e que, certamente, poderá dar um impulso na dinamização do mercado de capitais em Moçambique. O PCA da HCB, explicou que, a par-

tir de 17 de Junho até 12 de Julho de 2019, todos os cidadãos, empresas e instituições nacionais elegíveis, poderão fazer a sua subscrição para a compra de acções da HCB, através das plataformas disponíveis, nomeadamente balcões dos bancos intermediários do mercado bolsista moçambicano e uma aplicação para smatphofenes e a tecnologia USSD destinada especialmente aos cidadãos nacionais que se encontram nas zonas remotas e que não tenham uma conta bancária, incluindo também estas duas plataformas como meios de subscrição, dado o relativo baixo nivel de bancarização ainda prevalecente

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ECONOMIA

RECONHECEMOS O ESFORÇO DA HCB

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Presidente do Conselho da Administração da Bolsa de Valores de Moçambique (BVM), Salim Cripton Valá, disse reconhecer o esforço da Hidroeléctrica de Cohora Bassa em vender os 7.5% das acções cotadas no mercado de capitais, que irá, de certa maneira, colocar os moçambicanos a terem ganhos da reversão da HCB para o Estado e convida as grandes empresas a aderirem à BVM, o seu catalisador. “A partir deste momento, os moçambicanos já têm oportunidades de serem donos de uma parte do valor da empresa, tornando-se assim seu accionista”, disse o nosso interlocutor, acrescentando que isso

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significa também que pode passar a beneficiar dos lucros quando todos os seus accionistas, onde está incluído, decidem dividir lucros. Valá apela às empresas a olharem a BVM como fonte alternativa no mercado de capitais. “Não se justifica que num país onde temos 100 maiores empresas, apenas três estejam cotadas na bolsa”, referiu o PCA da BVM, comprometendo-se em envidar esforços para trazer o maior número possÍvel de empresas moçambicanas ao mercado de capitais. “A nossa luta mesmo que seja demorada é de cotar mais empresas nacionais na bolsa, o catalisador da economia”, disse. O nosso interlocutor recordou que

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-Salim Cripton Valá, PCA da Bolsa de Valores de Moçambique. em 1999, o ano em que foi criada a BVM, havia sido identificadas 17 potenciais empresas que se previa que estivessem cotadas, mas apenas cinco delas é que estão no mercado de capitais volvidos 20 anos da existência da Bolsa de Valores de Moçambique. “Este facto é preocupante, por isso apelamos que façam o uso da bolsa, porque os benefícios são gigantescos”, referiu, argumentando que a BVM é um Instituto Público, orientado para servir o sector empresarial, sobretudo as empresas, os empresários, investidores, independentemente da sua dimensão, ramo de actividades e localização geográfica


ECONOMIA

MORRUMBENE E AS PME’S

BMM E BVM MAIS PRÓXIMAS

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Bolsa de Mercadorias de Moçambique (BMM) decidiu recentemente unir forças com a Bolsa de Valores de Moçambique (BVM), no âmbito de parcerias para o desenvolvimento da economia nacional. Com efeito, as duas instituições estiveram reunidas ao mais alto nível com intuito de explorar as possibilidades de uso conjunto da Central de Valores Mobiliários (CVM), para fins de transacção de commodities. A CVM é um órgão especializado que faz a gestão de valores mobiliários em formato físico (titulado) e electrónico (escriturais), com vista a facilitar o manuseamento destes em transacções. Facilita a fluidez do negócio no ambiente das transacções em Bolsa. De acordo com o PCA da BVM, Salim Valá, é possível que as duas Instituições passem a partilhar a CVM, porém, há algumas questões técnicas, operacionais e legais que devem ser acauteladas tendo em conta que o objecto de trabalho de cada instituição é diferente, nomeadamente as mercadorias (commodities), para o caso da BMM e activos financeiros para BVM. A PCA da BMM, Victória Paulo, acredita que esta aproximação veio estabelecer uma ligação forte entre as duas Bolsas, e elevar o potencial da sua beneficiação, na medida em que, os operadores da instituição que dirige poderão aderir à BVM no futuro. A liderança da BMM e BVM acordou que, as equipas técnicas devem preparar informação relevante sobre a nova estrutura de funcionamento da CVM, considerando os aspectos legais, operacionais e técnicos de uso comum

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Presidente do Conselho de Administração da Bolsa de Valores de Moçambique, Salim Cripton Valá, defende que o agro-negócio e as PME´s são os motores de crescimento e desenvolvimento do distrito de Morrumbene, e que a localização próxima de centros de consumo de Maxixe e Inhambane e o facto de estar ao longo da EN1, são factores importantes a capitalizar no futuro. Salim Valá,, falava em Maio passado, no distrito de Morrumbene, província de Inhambane, no âmbito da realização do Fórum Distrital de Investimentos local, presidido pelo Governador da Província de Inhambane, Daniel Chapo, onde apresentou o tema “Distrito como Pólo de Desenvolvimento e a Estratégia de Desenvolvimento Económico Local de Morrumbene”. O PCA da BVM referiu que com o aprimoramento do processo de descentralização, as lideranças, as pessoas, instituições, o conhecimento e os recursos locais, devem ser devidamente accionados para servir como combustível para a geração do progresso e bem-estar da população. Durante a intervenção, o orador defendeu que o Desenvolvimento Económico Local (DEL) exige uma priorização estratégica ao desenvolvimento económico, tendo recomendado que é vital atrair e acarinhar os agentes económicos que investem e fazem negócios no Distrito e remover as barreiras que ainda constrangem o bom ambiente de negócios

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ECONOMIA

STANDARD BANK GALVANIZA MERCADO DE CAPITAIS

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Standard Bank, em parceria com a Bolsa de Valores de Moçambique (BVM), organizou, recentemente, um workshop sobre o mercado de capitais. A iniciativa tem como objectivo promover junto dos seus clientes esta fonte alternativa de financiamento e diversificação de fontes de financiamento. Trata-se de uma iniciativa que vai ajudar nos esforços que têm sido empreendidos pela Bolsa de Valores de Moçambique, na promoção do mercado de capitais no País, que ainda é incipiente. A organização deste workshop surge da constatação de que o mercado de capitais moçambicano ainda está aquém do desejável, pois os investidores não têm onde colocar as suas aplicações devido à falta de títulos no mercado bolsista. Nesse sentido, e na qualidade de parceiro dos seus clientes e experiência na estruturação deste tipo de ope-

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rações, o Standard Bank julgou pertinente aconselhá-los a procurar outras fontes alternativas de financiamento, e que ofereçam segurança, nomeadamente o mercado de capitais. “Há inúmeras vantagens no recurso ao mercado de capitais como fonte de financiamento. Estar cotado na Bolsa de Valores de Moçambique ajuda a criar visibilidade no mercado, valorização potencial das acções, melhor taxa de juro nos empréstimos obrigacionistas e valorização da empresa em resultado da confiança do mercado e dos investidores, que passam a ser vistas como uma empresa transparente e que respeita os princípios de governação corporativa”, explicou Fernando de Oliveira, gestor da Banca de Investimento do Standard Bank. Para o presidente do Conselho de Administração da BVM, Salim Valá, a iniciativa do Standard Bank vai ajudar a galvanizar o mercado de capitais, tornando-o mais dinâmico e fonte preferencial de financiamento para as

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empresas nacionais. Conforme explicou Salim Valá, o nível de capitalização bolsista ainda é muito baixo (cerca de nove por cento do PIB-Produto Interno Bruto), havendo, por isso, necessidade de reverter este cenário. “Queremos incrementar, significativamente, o nível de capitalização bolsista, e a nossa perspectiva é que, até 2022, atinjamos os 21%. Temos, actualmente, oito empresas cotadas na bolsa e esperamos subir para 10 até ao fim deste ano. Em suma, queremos aumentar o volume de negócios, a liquidez no mercado, bem como o número de títulos cotados na bolsa. Há necessidade de Moçambique ter um mercado de capitais mais pujante”, avançou o presidente do Conselho de Administração da BVM. O orador afirmou ainda que, nos próximos 15 anos, o mercado de capitais pode ser a principal fonte de financiamento das empresas, pois os


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requisitos para admissão não são “um bicho de sete cabeças, como muitas vezes se pensa”. “Tudo está sendo feito para que no futuro, a BVM seja o efectivo termómetro que mensura o ambiente de negócio e as tendências da economia em Moçambique” finalizou, Salim Valá. Durante o evento, a Bayport Mo-

çambique, uma instituição de crédito para funcionários públicos que actua no mercado nacional desde 2012, partilhou a sua experiência no financiamento através da Bolsa de Valores de Moçambique, cuja operação foi estruturada pelo Standard Bank. “É uma ferramenta muito importante, que alarga as oportunidades

de financiamento das empresas que pretendem impor-se no mercado, ajudando, desse modo, a transformar a nossa economia. Recorremos à BVM para assegurarmos o nosso crescimento e continuarmos a alargar a nossa inserção no País, tendo o Standard Bank desempenhado um papel importante na operação, inclusive nos aspectos legais”, disse o director-geral da Bayport Moçambique, Michael Mocke, para quem as empresas devem tirar proveito das vantagens do financiamento através do mercado de capitais. A Bayport Moçambique entrou no mercado de capitais em 2016 e já emitiu um total de cinco obrigações totalizando mais de 1.5 milhões de Meticais, tendo recebido o prémio de “Melhor Obrigação do Ano em Moeda Local’’, referente a 2018, atribuído pela GFC Media Group

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FOTOS: IDOLO

Texto: Dalton Sitoe

ÓLEO DONA PARA TODAS FAMÍLIAS

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elo ao pormenor é o nome que se pode dar ao processo de produção do óleo Dona, um produto da Olam Moçambique. A Fasorel, localizada na Avenida das Indústrias, na cidade da Matola, abriu às portas da sua fábrica e recebeu a equipa de reportagem da Ídolo para ver de perto como é feita

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a produção do óleo Dona que tem sido utilizado na preparação das refeições em muitas famílias moçambicanas. Há uma canalização feita que parte do local aonde atraca o navio até ao interior da fábrica. O navio chega com “óleo bruto” importado em toneladas da China, Singapura, Argentina, e este é transportado por meio

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...deliciosamente produzido pela Fasorel

de um tubo canalizado para a indústria. Após a chegada, são recolhidas as amostras para avaliar a qualidade do óleo ainda em bruto no laboratório da manufactura. Após aprovação da qualidade, o óleo bruto é submetido a refinaria. É na refinaria onde ocorre o processo de retirada de todas as impurezas


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e gorduras. De seis em seis horas são submetidas mais de 50 toneladas à refinaria. O processo de retirada das impurezas e gorduras envolve a passagem do óleo em altas temperaturas como 250 graus, por exemplo. “Aqui na refinaria é onde cozinhamos o óleo praticamente”, disse Samuel Chifunde, Supervisor da refinaria. Só para ter uma ideia, quando o óleo ainda está em bruto tem uma cor semelhante de um líquido em estado denso. Quando chega a refinaria, o óleo ganha uma nova tonalidade. Essa etapa da cor dá-se o nome de branqueamento. Contudo, há mais etapas para além do branqueamento, mas em todas elas, cumprida cada etapa, é enviada uma amostra para o laboratório verificar a qualidade. Há que salientar que na refinaria existe uma refinação física feita ao óleo Dona palma e há, também, a refinação química feita ao óleo Dona soja. A diferença de tratamento entre aqueles dois óleos tem a ver com o nível de teor de acidez. O óleo soja chega com baixo teor de acidez, por

isso a sua refinação é química, enquanto óleo palma chega com alto teor de acidez, por isso a sua refinação é física. Concluído o processo de refinação e aprovação pelo laboratório, passa por dosagens. Ali é onde é colocada a vitamina A e outros aditivos. Dosear o óleo com a vitamina A faz do óleo Dona um produto fortificado, o que é benéfico para saúde nutricional dos consumidores. “Colocando à disposição das famílias um óleo fortificado faz de nós uma empresa que contribui para combater os índices de desnutrição crónica no país. É necessário que o cidadão consuma óleo fortificado, em detrimento de óleos sem selo de fortificação para proteger a sua saúde nutricional”, advertiu Cláudia Manjate, directora de Comunicação Corporativa da Olam. Depois de o óleo ser doseado com a vitamina A e outros aditivos, ele passa para o tanque de armazenagem. É de salientar que a passagem do óleo de um ponto para outro é feita através de tubos canalizados. Os outros aditivos são doseados no óleo por diversas finalidades, uma delas é permitir a conservação do seu estado. Antes de o óleo partir para o enchimento em garrafas plásticas, é novamente submetido a uma avaliação de qualidade. “Esta avaliação é feita e é imprescindível para garantirmos que durante todo o processo não houve contaminação. É um alimento, então temos de garantir que esteja dentro do padrão de qualidade”, justificou Sheila Tivane, Oficial do controlo de qualidade. O recinto da fábrica é extenso e há pavilhão para cada repartição de produção. Ou seja, armazenamento tem seu pavilhão; laboratório tem

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seu pavilhão; refinaria tem o seu pavilhão; e assim sucessivamente. A fabricação de garrafas plásticas acontece também na mesma fábrica. O pavilhão de fabricação de garrafas é o mesmo com o de embalagem e armazenagem. Naquele pavilhão até o chão brilha de tamanha limpeza e cada máquina tem a sua cor na sua tonalidade. Numa parte do pavilhão estão as embalagens ou caixas, e a matéria-prima para produção de garrafas. Logo a seguir, há um bloco aonde são produzidas as garrafas. Todo este mecanismo produtivo é feito através de uso de máquinas automáticas. Há presença de trabalhadores, uns 40 em todo aquele pavilhão, para introduzir a matéria -prima na máquina e organizar, após a saída do produto acabado. Os supervisores estimam que produzem, por dia, 66 mil garrafas de

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FOTOS: IDOLO

um litro e 350 ml; 3 mil garrafas de dois litros; 15 mil garrafas de cinco litros; 3 mil garrafas de cinco litros para o óleo Dona palma; e mil garrafas de 20 litros. É uma daquelas repartições da fábrica que funciona 24 horas, sendo que os trabalhadores entram em turnos. As garrafas após serem produzidas passam, através de uma máquina rolante, para a derradeira sala de enchimento, que se localiza no mesmo pavilhão. Naquela sala, há três linhas de enchimentos, nomeadamente: linha de enchimento de 350 ml; linha de 2 l; e linha de 5 l. No acto de enchimento, os trabalhadores não mexem no óleo. Eles apenas assistem às máquinas fazendo o enchimento das garrafas e o fecho das tampas. A intervenção hu-

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mana ocorre depois de a garrafa estar fechada e consiste em levar a garrafa e colocar na caixa. Isto ajuda a garantir a segurança no que tange a higiene do produto que depois irá à mesa das famílias. Para que tal fosse possível, foram colocados três enormes tanques na sala de enchimento e foram canalizados tubos com as linhas de enchimento. Em cada tanque entra um determinado tipo de óleo, entre os quais o Dona soja, Dona palma, e outros também processados naquela fábrica (Sunseed). Após as garrafas estarem na caixa, são levadas para o armazém de onde depois camiões transportam para os mercados. Porém, nesta etapa, também, são levadas algumas amostras para avaliar se o produto que foi para o armazém está dentro dos padrões de qualidade da fábrica, depois de aprovado é que o óleo Dona é liberto para ser transportado para o mercado

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DONA FORTIFICADO CONSUMIDO NOS DISTRITOS DO PAÍS – revelou Cláudia Manjate

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directora de Comunicação Corporativa da Olam Moçambique, Cláudia Manjate, revelou que o óleo Dona está em todos os distritos do país. Segundo a directora, há um esforço de fazer com que o produto esteja mais próximo do cidadão e contribuir para que as famílias consumam um óleo com o selo de fortificação. Uma das estratégias implementadas foi a oferta do óleo em uma garrafa de 350 ml. Cláudia Manjate explicou que é uma estratégia que ajuda a minimizar o número de pessoas que compram óleo em plastiquinhos por falta de dinheiro para adquirir uma garrafa de dois ou cinco litros. “Comprar óleo em plastiquinhos é uma prática comum em alguns pontos do país. E isso afecta a qualidade do produto final, pois faz o óleo estar vulnerável a contaminações. Entendemos que disponibilizando uma garrafa menor e com a mesma qualidade

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ECONOMIA fortificados. Mostramos ainda que o preço entre o fortificado e o não fortificado não é significativo, portanto vale mais comprar um produto fortificado e que tenha aditivos positivos para a saúde”, exortou. Crescer de forma responsável é um dos lemas da Fasorel, segundo a directora de Comunicação Corporativa. E como forma de fazer jus a essa ideia, há um aproveitamento das gorduras e/ou de resíduos que surgem aquando das etapas de produção do óleo. Ao invés de deitar e poluir o ambiente, os restos são utilizados para fabricar sabões e brevemente passará a produzir sa-

das outras maiores é ajudar às famílias a consumirem um produto selado”, justificou. A Olam tem duas bases de distribuição, sendo que uma está em Maputo e a outra na Beira, em Sofala, o que contribui para que o seu produto seja distribuído em todos distritos do país.

“Nas nossas campanhas procurámos mostrar as pessoas sobre a importância de consumirem produtos fortificados No que tange ao consumo de alimentos fortificados, Cláudia Manjate disse que é um trabalho que funciona em coordenação com o Governo, parceiros e indústrias. Acrescentou que como uma indústria, a Fasorel contribui através das suas campanhas de divulgação dos produtos. “Muitas vezes o cidadão repara no preço interessante e não repara no rótulo para saber o que está a

consumir. Então, há uma necessidade de se consciencializar as pessoas sobre a importância de procurar entender o que está consumir”, introduziu. “Nas nossas campanhas procurámos mostrar as pessoas sobre a importância de consumirem produtos fortificados e como identifica-los na prateleira. Há um símbolo de fortificação em cada rótulo dos produtos

bonetes, estando em montagem a respectiva linha. A Olam, empresa existente em Moçambique há 20 anos, comprou a Fasorel há seis anos com o intuito de explorar a indústria alimentar no capítulo de óleos e sabões. Actualmente, a visão da Fasorel é a de diversificar a produção até chegar à produção do azeite, segundo revelou Cláudia Manjate

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PRÉMIO OLAM-2019 JÁ TEM VENCEDORES

Inovação em Segurança Alimentar ...uma abordagem de mapeamento pioneira

que está reimaginando a agricultura de subsistência

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ma abordagem de mapeamento de carácter único, que mostrará aos pequenos produtores a “melhor combinação” do que plantar, onde e como, foi a vencedora do Prémio Olam de 2019 para Inovação em Segurança Alimentar, pelo seu potencial de melhorar a produtividade em países onde há insegurança alimentar, refere uma nota de Imprensa da empresa Olam Moçambique. A abordagem, chamada Mapeamento Inovador para Segurança Alimentar (IM4FS), está a ser desenvolvida por uma equipa, coordenada

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pelo Dr. Tomaso Ceccarelli, do Centro de Pesquisa Ambiental de Wageningen, na Holanda, e pelo Dr. Eyasu Elias Fantahun, da Universidade de Addis Abeba, na Etiópia. Os vencedores receberam US$75.000 em numerário para continuarem a aprimorar a ferramenta IM4FS. Um aspecto crucial é que o IM4FS aproveita os pontos fortes de um projecto conduzido em estreita cooperação com o Programa de Crescimento da Agricultura (AGP) do governo da Etiópia. Denominado CASCAPE, o projecto implementou combinações de cultivos, solos e práticas agrícolas espe-

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cíficas para cada local, que permitiram a cerca de 200 mil produtores rurais elevar o rendimento de suas colheitas acima da média da Etiópia (rendimentos três vezes maiores no trigo e duas vezes maiores no tefe e na fava), e promoveu a autossuficiência aplicando essas boas práticas de intervenção. Os dados são depois inseridos na ferramenta vencedora do nosso prémio e, baseada no sistema GIS3, que faz corresponder as melhores práticas agrícolas com as condições biofísicas e socioeconómicas numa determinada área. A ferramenta cria


SOCIEDADE

depois “mapas de recomendações” que destacam as áreas mais adequadas a inovações específicas que são depois verificadas pelos intervenientes locais, tendo em conta os seus conhecimentos especializados e as suas expectativas. O IM4FS leva essas aprendizagens ainda mais longe através da capacidade única de oferecer uma função de planeamento de cenário que informa as decisões para terras aráveis e áreas com insegurança alimentar. Isso torna a ferramenta mais dinâmica e interactiva para oferecer simu-

lações e promover o envolvimento dos intervenientes. Para Sunny Verghese, cofundador e CEO do Grupo Olam, “como empresa global do ramo alimentar e do agronegócio, que investe nos produtores rurais e em plantações próprias em todo o mundo, estamos sempre monitorando e avaliando as melhores áreas para cada lavoura. Mas com o ritmo das alterações climáticas e as graves advertências sobre perda de biodiversidade, poluição do ar e degradação do solo, é cada vez maior o risco de que as

Sobre Prémio Olam

lavouras de hoje não sejam adequadas às mesmas áreas de cultivo no futuro. O IM4FS irá ajudar a informar sobre esse risco, permitindo um melhor entendimento das interações entre recursos da terra, demografia, alterações climáticas e tecnologia agrícola, e definindo as condições ideais para aumentar a produção de alimentos. Será uma ferramenta para produtores rurais e outros interessados locais e regionais, que fornecerá as informações necessárias para resolver a questão da segurança alimentar.”

O Prémio Olam para Inovação em Segurança Alimentar foi lançado em 2014, em parceria com a Fundação Agropolis. O vencedor recebe uma verba sem restrição de US$75.000 para aplicação em escala de resultados de pesquisa comprovados. Desde a concessão do prémio pela primeira vez, em 2015, produtores rurais do mundo inteiro já se beneficiaram com as inovações vencedo-

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ECONOMIA ras, reconhecidas pelo seu potencial de impacto na disponibilidade, viabilidade de custo, acessibilidade ou adequação de alimentos. Os vencedores do prémio anterior foram o Dr. Filippo Bassi do ICARDA e o Professor Rodomiro Ortiz (SLU, Alnarp) que, com recursos do Conselho de Pesquisa da Suécia, usaram técnicas moleculares de cultivo não-GM para desenvolver um conjunto de variedades de trigo durum capazes de suportar temperaturas constantes de 35 a 40 graus na área de savana da bacia do rio Senegal. Na sua primeira edição, o prémio foi concedido a uma equipa de pesquisa da Universidade Cornell, pelo trabalho com cultivo intensificado de arroz (SRI), um sistema que requer 80-90% menos sementes de arroz, até 50% menos água e, em muitos casos, nenhum fertilizante. O rendimento das lavouras cresceu 20-50%

(com frequência, bem mais que isso) e os custos para os produtores caíram 10- 20%. Outros pesquisadores da Universidade e Centro de Pesquisa de Wageningen, que contribuíram para o IM4FS e das Universidades de Mekelle e Addis Abeba, foram Remko Vonk, que inspirou o conceito IRM desde o começo, em conjunto com Irene Koomen, e Nina de Roo. Dennis Walvoort, que contribuiu para o desenvolvimento do modelo e da ferramenta. Andrew Farrow foi essencial para o desenvolvimento do modelo e da ferramenta, com os dois Centros de Excelência na Etiópia (Universidades de Mekelle e Addis Ababa, representadas pelo Dr. Amanuel Zenebe e pelo Dr. Ermias Teferi), bem como para o desenvolvimento de capacidades. Herman Agrícola na qualidade de facilitador e formador. Desalegn

Haileyesus e o Dr. Eyasu Elias, que coordenaram as actividades de IRM na Etiópia com os gestores do Cluster CASCAPE, e especialistas em escalonamento a actuar em diferentes regiões da Etiópia. Herman Snel e Tomaso Ceccarelli, que estão a coordenar o conceito IRM e formaram a proposta premiada. “Também gostaríamos de reconhecer o apoio de Eric Smaling (coordenador do projecto CASCAPE em Wageningen) que sempre reconheceu e promoveu o valor desta abordagem e o Dr. Tewodros Amade, líder de projecto da REALISE, com quem será desenvolvida a abordagem no futuro. Dirigimos um agradecimento especial a Saskia Visser, pelo seu apoio às ideias de “mapeamento de recomendações”. 3 GIS = sigla em inglês do Sistema de Informação Geográfica Sobre a Olam International Limited”, lê-se no comunicado de Imprensa

OLAM em 60 países

A Olam International é uma empresa líder em alimentos e agronegócio, que fornece alimentos, ingredientes, ração animal e fibras a mais de 19.800 clientes do mundo todo. Nossa cadeia de valor abrange mais de 60 países e inclui operações agrícolas, de processamento e distribuição, bem como uma rede de abastecimento de cerca de 4,8 milhões de produtores. Por meio do nosso

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propósito de “Reimaginar a Agricultura Global e os Sistemas Alimentares, a Olam pretende oferecer soluções para os muitos desafios do atendimento às necessidades da população mundial em crescimento, produzindo, ao mesmo tempo, um impacto positivo nas comunidades agrícolas, no planeta e em todos as partes interessadas


ECONOMIA

TES-TOP RECEBE CERTIFICADO DE QUALIDADE “TES-TOP”, uma empresa do ramo eléctrico, é a mais recente a entrar na restrita lista de firmas moçambicanas com certificado de qualidade, atribuído pelo Instituto Nacional de Normalização e Qualidade (INNOQ), mês de Maio passado, em Maputo. Actuando na área de serviços, a Test-Top é dirigida por Munir Sacoor, e tem a sua sede na capital moçambicana. Na ocasião, o director-geral do INNOQ, Alfredo Sitoe, revelou que a instituição que dirige está a colaborar com a petrolífera norte-americana Anadarko, com vista a explorar ao máximo as oportunidades de negócios disponibilizadas por esta multinacional, na Área 1 da bacia do Rovuma. Acrescentou que as normas internacionais estão cada vez mais exigentes. “A norma que trata de segurança no trabalho é mais exigida no mercado. A ideia é reduzir e/ou

evitar mais acidentes de trabalho, daí que a INNOQ está também a trabalhar com Anadarko”, disse. Refira-se, que no acto da entrega do certificado à TES-TOP, o Instituto Nacional de Normalização e Qualidade lançou a sétima edição de prémios anuais de qualidade, durante o seminário alusivo a celebração do dia mundial da metrologia (20 de Maio). Foi a 20 de Maio de 1875 que 17 países assinaram a Convenção do Metro em Paris, França, estipulando as bases de medição no mundo com o Sistema Internacional de unidades (SI). Sobre os galardões anuais para as PME em Moçambique, consta que a primeira edição foi lançada em 2013, com vista a reconhecer o esforço das empresas moçambicanas

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ENTREVISTA Texto: Júlio Saul

AT LANÇA ALÍVIO FISCAL PARA CONTRIBUINTES

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Autoridade Tributária de Moçambique (AT) diz que está a preparar se para realizar, a partir deste mês de Junho, um processo de alívio fiscal para contribuintes em situação irregular, no âmbito da aprovação do Regime Excepcional de Regularização de Dívidas Tributárias recentemente aprovado pela Assembleia da República. Arlindo da Costa Rosário, Director do Contencioso Tributário na AT, disse que a decisão da aprovação do regime fiscal foi tomada pelo Governo sob proposta da Autoridade Tributária e surge pelo facto de se ter registado o crescimento de número de contribuintes em situação de conflito com a lei. Sobre as razões que levaram muitos contribuintes a não honrarem com os seus compromissos junto ao Estado, a fonte explicou que um dos factores pode estar relacionado com a actual situação económica desfavorável que o país atravessa de há algum tempo a esta parte.

AT pretende que os contribuintes possam continuar a operar e a manter os seus postos de trabalho 20

“Então, tendo em consideração estes aspectos de incumprimentos pelos contribuintes, houve uma iniciativa por parte da AT junto do Governo no sentido de conceder oportunidade aos contribuintes para a regularização da sua situação fiscal, atribuindo-lhes, de certa forma, um alívio da sua situação fiscal dos encargos que derivam do pagamento do imposto ”, disse. Com esta ideia, disse a fonte, a AT pretende que os contribuintes possam continuar a operar e a manter os seus postos de trabalho, ao mesmo tempo que honram com os seus compromissos tributários, porquanto esta medida também vai permitir um alívio dos contribuintes e continuação do desenvolvimento económico do país.

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ENTREVISTA contribuinte sem que a administração tributária possa lançar mão à sua máquina coerciva”. Presentemente, a AT garante que está a trabalhar na divulgação da lei para permitir que os contribuintes que sejam elegíveis possam planificar sob ponto de vista financeiro aquilo que são às suas actividades obrigacionais, para além de um trabalho interno de socialização do conteúdo da lei, de organização da estrutura humana para melhor acolher os contribuintes que se manifestarem disponíveis a realizar o pagamento. De acordo com o director, serão abrangidos com esta medida todos os contribuintes que são devedores dos impostos cuja falta de pagamento tenha sido verificada até 2018, “quer seja pessoas colectivas, quer seja singulares desde que às dívidas tenham sido contraídas até 31 de Dezembro de 2018”. Para o nosso interlocutor, quem é devedor sabe de antemão daquilo que deve, portanto ao divulgar o

AT garante que está a trabalhar na divulgação da lei para permitir que os contribuintes que sejam elegíveis Por outro lado, segundo Arlindo da Costa Rosário, é preciso notar que esta medida irá permitir que, num curto espaço de tempo, seja feita a recuperação da receita por parte da administração tributária que, por força da prescrição, poderia ver frustrada os seus créditos, “para além de que a recuperação desta receita será feita sem custos administrativos, porque haverá um pagamento voluntário por parte do

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ENTREVISTA conteúdo da lei estaremos a dizer aos devedores que se aproximem a AT para regularizar a sua situação fiscal. Contudo, há situações de contribuintes que desconhecem a sua situação, neste caso aconselhamos para que se aproximem aos seus domicílios fiscais para saberem sobre a sua situação, também para se apropriarem do conteúdo da lei e saberem como fazer o uso ou gozo deste benefício. Em relação aos montantes das dívidas, Rosário diz que até Dezembro de 2018 a dívida tributária era de cerca de 46 mil milhões de meticais dos quais uma parte correspondente ao imposto, de cerca de 22.400 mil milhões, e o remanescente corresponde a multas, juros e outros encargos. “É preciso dizer que estamos a falar de saldo de até 31 de Dezembro de 2018 e hoje estamos a 13 de Junho e os juros contam-se diariamente e pode ser que o saldo da dívida também tenha aumentando, mas nós esperamos arrecadar cerca de 22.400 mil milhões de meticais contra um perdão de 23.614 mil milhões”, referiu

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ECONOMIA

CTA E BANCO MUNDIAL Pós desastres naturais ABORDAM RECUPERAÇÃO DO TECIDO EMPRESARIAL

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Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) reuniu-se, no passado mês de Maio, com o Banco Mundial para discutir Programa de Recuperação do Tecido Empresarial devastado pelos ciclones Idai e Kenneth, nas regiões centro e norte do país. No encontro, o Banco Mundial informou que o valor adicional de cerca de USD 350 milhões, recentemente, anunciado visa a recuperação de infraestruturas e transferências directas às famílias afectadas. Contudo, mostrou preocupação por não haver um apoio específico para a indústria e comércio, onde actua o sector privado. Partilhou que o Grupo Banco Mundial, através do IFC, está a trabalhar no

desenho de um instrumento que seja mais eficaz para o apoio ao sector privado com taxas de juros mais baixas através de um Private Sector Window. Para tal, foi referida a necessidade de informação sobre o volume de demanda de recursos financeiros pelo sector privado, as áreas mais críticas e as instituições financeiras para a repassagem dos fundos ao custo mais baixo possível. Entre outros aspectos, a CTA defende a criação de um programa alargado de recuperação do tecido empresarial afectado pelos desastres naturais que inclua, dentre outras componentes, a provisão de equipamentos a um custo baixo ou zero, por exemplo, nas actividades de agronegócio e construção, e fundos de garantia para o financiamen-

to bancário das empresas. Igualmente, concordou-se sobre a necessidade de se assegurar assistência técnica para as empresas beneficiárias e os intermediários financeiros (banca e micro-finanças), bem assim a inclusão do Sector Privado local no processo de reconstrução, como por exemplo, no programa de habitação para as famílias afectadas. As duas instituições reafirmaram o seu compromisso de continuar a partilhar informações, contactar outros parceiros e trabalhar o mais rápido possível no desenho de um instrumento de apoio ao sector privado que permita uma intervenção com o maior impacto possível na recuperação da actividade económica de modo a minimizar as perdas do sector produtivo

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ENTREVISTA

ELEITA PELA COMUNICAÇÃO

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láudia Manjate é apaixonada pela Comunicação. Formada em Relações Internacionais e Diplomacia, ela contou à Ídolo como é que a Comunicação penetrou no seu sangue, como é trabalhar nessa área e como é importante para o ser humano se adequar às constantes evoluções do mundo de conhecimento. A jovem Cláudia Manjate, hoje directora de Comunicação Corporativa da Olam, revela potencial, capacidade e domínio para a área, e destaca-se pela assunção de conhecimentos contemporâneos. Leia a entrevista completa: Quem é Cláudia Manjate e há quanto tempo está ligada a Olam Moçambique? R: Cláudia Manjate é formada em Relações Internacionais e Diplomacia e tem um mestrado em Gestão de Projectos. Trabalha para a Olam há dois (2) anos exercendo a função de Directora de Comunicação Corporativa. Qual é o seu nível de formação? R: Mestrado. O que faz um profissional em Relações Públicas e Marketing Corporativo? R: Um profissional de Relações Públicas tem como missão assegurar que a empresa interage da melhor forma com o público e todas as partes interessadas, ao mesmo tempo que cria e mantém uma

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imagem sobre a empresa através da comunicação dos programas, resultados e pontos de vista da mesma. As suas responsabilidades incluem ainda monitorar o ambiente de negócios, informar e aconselhar a empresa sobre o mesmo.

o meu trabalho tem como enfoque principal promover vantagens competitivas para o país

O que lhe levou a escolher essa profissão? R: Acho que a profissão me escolheu a mim... durante a minha formação como técnica de Relações Internacionais desenvolvi habilidades de comunicação; me interessei, particularmente, pela componente de desenvolvimento. Por isso, tive um percurso profissional que

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ENTREVISTA governo, indústria extractiva e sociedade civil. Fiz parte da equipa de assessoria do governo no desenvolvimento da política nacional de responsabilidade social corporativa para a indústria extractiva. Fui co-autora de um pequeno livro sobre a Iniciativa de Transparência na Indústria Extractiva (EITI): Moçambicanização da EITI - que chamava atenção para às necessidades de transparência além da implementação básica da EITI, desafiando na altura que novos actores e tópicos fossem abrangidos pela transparência.

Estamos num período de revolução tecnológica onde a comunicação é desafiada constantemente a ser em tempo real

inclui muita actividade de Advocacia, Mobilização, Aconselhamento (se prestar atenção, tudo alicerçado em comunicação), mas sempre tendo em vista o bem-estar das comunidades, e o crescimento do nosso pais. Então, acho que é isso...o meu trabalho tem como enfoque principal promover vantagens competitivas para o país e para o público em relação aos bens e serviços das empresas em que trabalho. E neste processo a comunicação me escolheu!

Fui co-autora de um pequeno livro sobre a Iniciativa de Transparência na Indústria Extractiva Conte um pouco sobre a sua experiência profissional na área de Comu-

nicação? A minha carreira profissional começou em organizações não-governamental (nacionais e internacionais), trabalhando em questões como igualdade de género, defesa dos direitos humanos nas suas diferentes componentes. Entro para o sector privado trabalhando para a Rio Tinto Coal Mining, desempenhando a função de Consultora de Partes Interessadas, com foco nas relações entre a empresa a sociedade civil. Seguiu-se a Sasol Petroleum, onde fui Gestora de Assuntos Comunitários e, agora, estou na Olam Moçambique na função de Gestora de Relações Públicas e Comunicação Corporativa. Alguns dos destaques da minha carreira incluem pesquisas sobre violência de género e promoção da educação infantil, a criação da coalizão da sociedade civil sobre recursos naturais, um movimento social com objectivo de facilitar o diálogo entre

Qual a tarefa mais difícil na sua profissão? E a mais prazerosa? A comunicação em tempo de crise é sempre o mais difícil pelo tipo de gestão que precisa ser feita... desmentidos, esclarecimentos são sempre bastante desagradáveis principalmente pela incerteza de que quem teve acesso a primeira informação veiculada tem acesso ao desmentido. Por isso, é muito delicado trabalhar nesta área. Poder gerar certo nível de consensos e harmonização pelo tipo e forma de comunicação que fazemos é sempre prazeroso. Mas, mais do que isso, poder influenciar a transformação e um valor acrescentado. Que mercado um profissional de Comunicação vai encontrar? Vai encontrar um mercado bastante promissor e cheio de oportunidades. Estamos num período de revolu-

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ENTREVISTA ção tecnológica onde a comunicação é desafiada constantemente a ser em tempo real. Um profissional nesta área tem espaço para se desenvolver e recriar, oferecendo às empresas e organizações a oportunidade de se apresentarem e interagirem de formas diferenciadas e cada vez mais eficientes com o seu público e partes interessadas. E, principalmente, quando o mercado oferece a oportunidade para ser empreendedor nesta área – com trabalhos associados a consultoria e assessoria.

sou uma pessoa muito inquieta em relação a projectos de sustentabilidade dentro das empresas

Como é fazer Comunicação em Moçambique? Bem, eu sempre fiz comunicação integrada dentro de uma instituição, portanto, vou falar disso, uma comunicação pública mas dentro de fronteiras bem estabelecidas. E, como não sou muito do tipo acometida a fronteiras rígidas, então sempre foi um desafio interessante mostrar a estas instituições o que mais deveriam comunicar, o motivo de fazerem essa comunicação e a importância de partilhar determinado tipo de informação e/ou interagir de forma mais próxima com aqueles actores/partes interessadas, que às vezes são difíceis e por isso, naturalmente, se quer evitar. De forma similar, sou uma pessoa muito inquieta em relação a projectos de sustentabilidade dentro das empresas, pressionando (pelo menos nas empresas em que trabalhei) para que se faça mais do que a básica responsabilidade social e que se pense numa abordagem de sustentabilidade do negócio e, por isso, levar as

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empresas a actuarem de forma mais estratégica quando o tema é interagir com às comunidades. Lutar contra essas barreiras institucionais é uma adrenalina interessante... e a cereja no topo da comunicação que faço!

O profissional de comunicação precisa ter uma nova visão de mundo e da sociedade globalizada

Que conselho daria para quem planeia seguir essa carreira? Aconselharia a entender que co-

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municação é mais do que jornalismo e muito mais do que repetir o eco do empregador. Que é preciso entender como comunicação é uma oportunidade para transformar pela forma como se comunica e assegurar sempre esta interação com o interlocutor – o que significa ouvi-lo e dar o retorno. O que você considera importante em um profissional desta área? O profissional de comunicação precisa ter uma nova visão de mundo e da sociedade globalizada, conhecer bem a organização em que trabalha os concorrentes e a própria área. Sua comunicação não pode ser fragmentada e parcial, deve pensar a comuni-


ENTREVISTA cação como um todo. Valores como ética, compromisso, responsabilidade são importantes nesta (e qualquer outra) profissão. Alicerçados nestes valores é que podemos desenvolver e garantir que o que é comunicado é real, granjeando o respeito para si e para a empresa/organização para quem comunica.

a interactividade característica do Marketing Digital permite a uma maior agilidade na comunicação

O que pensa do Marketing Digital? A internet abriu portas para que os consumidores se reúnam para compartilhar seus desejos, suas dúvidas, suas opiniões e outros assuntos de seus interesses. Essa interactividade característica do Marketing Digital permite a uma maior agilidade na comunicação não só entre os consumidores, mas também entre a marca e seus clientes. Esse imediatismo na exigência do público e a facilidade que o de acesso a informação permitida pelo mundo digital, agiliza os negócios e permite alcançar as partes interessadas de forma eficiente. Seu estado civil? Como ocupa os seus tempos livres? Bebe? Fuma? Gosta de música? Sua comida preferida? Quem é o seu ídolo? Eu sou casada. Nos tempos livres gosto de ler, escrever e fazer exercício físico. Não bebo, nem fumo. Gosto de música, nenhum género em particular sobressai quando penso em música...gosto de um pouco de tudo e de dar o gostinho ao pé com uns passos de dança, ainda que não seja boa dançarina. Meu ídolo – Ídolo | Edição n⁰ 55 | Abril / Maio 2019 | www.idolo.co.mz

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ECONOMIA

ANAC

ADMINISTRAÇÃO NACIONAL DAS ÁREAS DE CONSERVAÇÃO

ANAC celebra oito anos da sua existência

PARQUES E RESERVAS NACIONAIS VÃO RECEBER TRÊS MIL ANIMAIS

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elo menos três mil animais selvagens vão chegar este ano aos parques e reservas nacionais provenientes dos países vizinhos. O processo, a ser levado a cabo pela Administração Nacional das Áreas de Conservação de Moçambique (ANAC), compreende também a translocação interna de animais de uma reserva para outra. "Temos em perspectiva a reintrodução de cerca de três mil animais provenientes do exterior, dos países vizinhos, ainda este ano", disse Mateus Muthemba, Director-Geral da

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ANAC, em conferência de imprensa por ocasião do oitavo aniversário daquela instituição. Internamente, prosseguiu, serão deslocados cerca de dois mil animais de alguns parques e reservas para outros, no quadro da política de repovoamento dos espaços da vida selvagem, com défice de população animal. Mateus Muthemba considerou "difícil" indicar em concreto quantos animais existem nos parques e reservas moçambicanas, dado que essa informação carece de um censo geral da população animal.

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Assinalou que a introdução de novos animais nos parques e reservas moçambicanas enquadra-se no programa de reposição de efectivos destruídos pela guerra civil que terminou em 1992 e pela caça furtiva. "Desde 2015 até ao momento foi feito um investimento considerável na área da conservação, pois foram reintroduzidos cerca de seis mil animais de diferentes espécies", frisou Muthemba. Elefantes, búfalos, leões, pivas, zebras e impalas incluem-se entre os animais reintroduzidos nos parques e reservas nacionais, acrescentou


ECONOMIA

O

RESERVA DO NIASSA SEM ELEFANTE ABATIDO

administrador da ANAC destacou que a instituição intensificou a luta contra a caça furtiva e como resultado não há registo de nenhum elefante abatido na reserva do Niassa, o maior habitat da espécie em Moçambique neste momento. "Potenciamos a protecção dos animais intensificando a fiscalização, através do aumento de fiscais e recorrendo a tecnologias de vigilância mais sofisticadas, o que contribuiu para a redução da caça furtiva", sublinhou Mateus Muthemba. A dinâmica introduzida pela ANAC permitiu igualmente o apetrecha-

mento das áreas de conservação em termos de infraestruturas, aumentando o potencial turístico dessas zonas. "Os nossos parques e reservas estão mais apetecíveis, mais atractivos para o turismo", frisou Mateus Muthemba. Dados da ANAC indicam que, desde 2009, o país perdeu pelo menos dez mil elefantes e, só na Reserva do Niassa, a maior área protegida do país, o número total desta passou de 12.000 para 4.400 em três anos (entre 2011 e 2014). Relatórios mais recentes indicam que o país perdeu, entre 2011 e 2016, 48% da população de elefan-

tes, correndo o risco de ser banido do comércio internacional de derivados da espécie, devido à falta de clareza na gestão dos animais. O presidente da República, Filipe Nyusi, destacou em Novembro de 2018 uma força da Unidade de Intervenção Rápida (UIR) da polícia para a Reserva do Niassa por forma a apoiar os fiscais no combate à caça de fauna bravia. A ANAC gere sete parques moçambicanos, igual número de reservas e quatro áreas transfronteiriças de gestão conjunta que abrigam, na globalidade, 5.500 espécies de plantas, 220 espécies de mamíferos e 690 de aves

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ECONOMIA

ANAC e BIOFUND ENTRELAÇADAS

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Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC) e a Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND) pretendem aprofundar os mecanismos de colaboração entre as duas instituições e formalizar as modalidades de assistência técnica e financeira ao Sistema Nacional das Áreas de Conservação, através do fundo fiduciário destinado ao financiamento da conservação e outras fontes de financiamento, e o desenvolvimento de recursos humanos, através do Programa de Formação de Líderes de Conservação. Para viabilizar este desiderato, o Director- Geral da ANAC, Mateus Muthemba e o Presidente do Conselho de Administração da BIOFUND, Abdul Magid Osman, rubricaram, no passado dia 16 de Maio, em Maputo, um acordo de cooperação institucional. A assinatura do acordo resulta do facto de ambas instituições realizarem actividades que concorrem para a conservação da biodiversi-

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dade, consolidação do Sistema Nacional das Áreas de Conservação e educação ambiental. O acordo é uma plataforma que permitirá trabalhar para alcançar, por esforço conjunto, os objectivos traçados pelo governo para sector da conservação. Como parte do acordo, as instituições comprometem-se a aprimorar questões relativas à coordenação e articulação entre as partes, gestão e canalização do apoio financeiro às áreas de conservação, melhoria da capacidade do recurso humano no Sistema Nacional das Áreas de Conservação, entre outros aspectos. As duas instituições assumem, igualmente por via deste acordo, o compromisso de identificar actividades que possam ser realizadas de forma conjunta, usando ao máximo as sinergias existentes. Tais actividades incluem a celebração de eventos importantes para a conservação, campanhas de sensibilização e educação sobre a natureza, a mobilização de recursos técnicos e financeiros para o sec-

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tor, entre outras. Falando aos presentes, na sessão de assinatura, Mateus Muthemba disse que o presente acordo representa a consolidação de um longo processo de aprendizagem e trabalho conjunto entre a ANAC e a BIOFUND, sendo importante que os técnicos responsáveis pela sua implementação continuem a trabalhar juntos e com o espírito de companheirismo demonstrado até o presente momento. Na mesma ocasião, Abdul Magid Osman disse que a BIOFUND será incapaz de resolver os problemas da biodiversidade sozinha, mas realça a ambição que a organização possui de ajudar a garantir o financiamento sustentável da biodiversidade, com enfoque para as áreas de conservação. A ANAC e a BIOFUND vão monitorar a implementação deste acordo, mantendo uma colaboração permanente, através da partilha de relatórios de actividades, visitas conjuntas de monitoria e reuniões periódicas para planificar e avaliar os resultados alcançados


DESTAQUE

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DESTAQUE Texto: Julio Saul

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