Mordente nº34

Núcleo de Estudantes de Medicina Dentária da Associação Académica de Coimbra

Maio 2021

Edição n.34

MORDENTE Assinatura salivar

PROVA ORAL Entrevistas no feminino:

Burnout

30 anos à casa

nos estudantes de Medicina Dentária

2020/2021

FACULDADE: A Doutora, Daniela Santos Soares

NEMD/AAC: Saúde Pública e Intervenção Cívica

//pág.4

//pág. 28

//pág. 44

NEMD/AAC: o ano

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Mordente • 2021

Editorial Equipa editorial João Pedro Matos Beatriz Hipólito Bernardo Moreira Edna Caldeira Sara Marques David Neves Diana Ribeiro Ana Rita Costa Pedro Silva Mafalda Silva Isabella Cruz Ana Dionísio Bianca Gomes Eliana Melo Inês Silva Inês Pereira Design Ana Verónica

Com 23 anos de História, o NEMD/AAC apresenta-vos a 34ª edição da revista MORDENTE, um marco registado pelas gerações cessantes e por todos os Estudantes que continuam a dar vida ao núcleo e à causa.

Neste ano tão atípico, pelas vicissitudes já conhecidas, decidiu-se inovar com a homenagem a vários rostos femininos da Área da Medicina Dentária da FMUC, desde entrevistas partilhadas, vidas de dedicação à casa e até mesmo a projetos desenvolvidos em prol dos nossos Estudantes, sem esquecer as atividades de cada Pelouro do NEMD/AAC, que movimentaram o núcleo, provando que mesmo em tempos de distanciamento, é possível promover a interação de todos os anos do MIMD e manter vivas as suas tradições.

Na certeza de que melhores tempos virão convidamos ainda assim, a recordar o ano em revista.

Esperemos que gostem e desfrutem de mais uma edição da histórica MORDENTE! A XXIII Direção do NEMD/AAC

2021 • Mordente

Índice

Pág. 4

ACADEMIA Mensagem da presidência NEMD/AAC Tomada de posse NEMD/ AAC

Pág. 16

PROVA ORAL

Pág. 8 Assinatura Salivar

TRADIÇÃO

Burnout nos Estudantes de Medicina Dentária 30 Anos à Casa

www.euanaveronica.com

O Caloiro Erasmus O Finalista

Pág. 12

“A MORDENTE foi um dos meios que o núcleo utilizou para ajudar a quebrar um ambiente de relacionamento difícil com quem preservava hábitos antiquados e não apreciava uma maior proximidade e cooperação”

“A MORDENTE é uma recordação que me deixa sentimentos de alegria e de saudade porque foram tempos únicos, de mudança e em que nós Estudantes ajudámos a mudar (...)

Bem-haja a quem mantém a MORDENTE viva e bem-haja a quem conduz o núcleo mantendo a chama viva.”

Dr. Nuno Oliveira 2021

Fundador da revista MORDENTE Dr. Nuno Oliveira

Pág. 34

NÚCLEO DE ESTUDANTES DE MEDICINA DENTÁRIA ANEMD

FACULDADE XXIX RAMDEC

Pág. 54

PROLONGAMENTO

Saídas Profissionais Empreendente Pedagogia

Medicina Dentária Sustentável

Relações Externas

Dentária Cook

XXX RAMDEC

Saúde Pública e Intervenção Cívica

A Doutora

Recreativo-Cutural Recreativo-Desportivo

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4

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Academia

2021 • Mordente

Academia

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ACADEMIA Mensagem da Presidência João Pedro Matos

“Envolve-te em tudo quanto possas...”

Esta foi a frase que mais ouvi no meu primeiro ano como estudante de Coimbra e que acompanhou todo o meu trajeto académico, servindo também de estímulo ao desafio a que me propus.

Com 23 anos de História, o NEMD/ AAC é o representante de todos os estudantes do MIMD da FMUC perante a sua instituição e a AAC. O NEMD/AAC tem vindo a apresentar um percurso notável pautado pela dedicação intrínseca às gerações de estudantes que o tornaram a entidade de confiança e bem estruturada que hoje testemunhamos.

Sob o mote “Juntos Queremos”, erguemos uma equipa altruísta que se sagrou vencedora a 12 de novembro de 2020. Tomámos posse dia 23 de novembro de 2020 como a XXIII Direção do NEMD/AAC. O momento em que fomos chamados a agir, o nosso momento, o nosso tempo e perante o confronto dos que dizem não ser possível, fizemos por recordar que haverá sempre algo a unir-nos enquanto estudantes, que nos dá fibra e aumenta a nossa perseverança.

O ato eleitoral desafiou as probabilidades, desmentiu muitas noções pré estabelecidas e contrariou o mito da indiferença da atual geração dos estudantes do MIMD, oferecendo assim ao NEMD/ AAC uma grande prova de vitalidade.

Certo que qualquer disputa eleitoral gera cisões, consequência natural da Democracia e sinal de debate de ideias diferentes mas convictas, sinal de uma diversidade que devemos valorizar, lembro que embora as posições tenham divergido, estas não nos separaram de um destino em comum: a união pela defesa dos nossos estudantes e do nosso curso.

Eleições de parte, resta-me agradecer a todo o trabalho, apoio e dedicação de toda a equipa, dando de si o melhor porque compreenderam a importância dos desafios e acreditaram no núcleo e na sua missão.

Para cumprir a nossa missão foi necessário e indispensável falar a uma só voz. A complexidade, especificidade do curso e o quotidiano agitado característico dos nossos estudantes, aliado ao ano atípico vivenciado, assim o exigiu.

Com a nossa jornada a terminar, num ano marcado por tantas vicissitudes experienciadas, faço um balanço positivo.

Mesmo em tempos marcados pelo distanciamento, provou-se ser possível cumprir a tradição e promover a interação entre todos os estudantes.

Primámos pela inovação das atividades desenvolvidas, face ao atual contexto que vivemos, garantimos uma postura profissional, madura, crítica e atenta na defesa dos nossos estudantes, tão inerente à juventude e irreverência Coimbrã.

Juntos quisemos levar a causa associativista a um rumo que nos orgulhou e fez jus aos 23 anos de História do NEMD/AAC.

Abracem o núcleo e deixem-se envolver!

“ Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.”

Fernando Pessoa

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Academia

Presidente Possante João Pedro Matos

Tomada de Posse Beatriz Hipólito

2021 • Mordente

Academia

Presidente Cessante Catarina Duarte

Vividas semanas intensas a um ritmo de vozes frenético na disputa pela representação do NEMD/AAC, eis que a 23 de novembro de 2020 decorreu a Cerimónia de Tomada de Posse dos Novos Órgãos Sociais do Núcleo de Estudantes de Medicina Dentária da Associação Académica de Coimbra.

Dr.ª Catarina Duarte e pelo Presidente da Direção Possante do NEMD/AAC, João Pedro Matos.

O Sr. Pró Reitor da UC, o Sr. Diretor da FMUC e o Sr. Coordenador do MIMD desejaram um mandato promissor para a Direção Possante do NEMD/ AAC, continuando a primar por relações cordiais com os Órgãos Gerentes necessárias para a prossecução na defesa dos interesses dos estudantes do MIMD.

Uma cerimónia reduzida e simbólica, em formato híbrido, dado o panorama epidemiológico à data, foi transmitida pelas redes socias a todos os seguidores e estudantes do nosso curso e presencialmente acompanhada pelas equipas cessante O discurso de João Assunção e possante. reconheceu a complexidade e especificidade do curso A Mesa de Honra contou com a de Medicina Dentária e as presença do Sr. Pró Reitor da Uni- consequências que acarreta nos versidade de Coimbra, Prof. Doutor seus estudantes. Deixou votos José Pedro Figueiredo, do Sr. Dire- de continuação de um bom tor da Faculdade de Medicina da trabalho de ligação à Academia Universidade de Coimbra, Professor (apesar das muitas dificuldades Doutor Carlos Robalo Cordeiro, do reconhecidas) que as sucessivas Sr. Coordenador do Mestrado Inte- Direções têm prestado e uma grado em Medicina Dentária, Prof. palavra de estímulo à Direção Doutor Francisco do Vale, pelo então Possante que passará por um Vice Presidente da Direção Geral da ano histórico e imprevisível de Associação Académica de Coimbra, reinvenção das suas atividades.

João Assunção, pela Presidente da Direção Cessante do NEMD/AAC,

Catarina Duarte enfatizou as batalhas travadas junto dos Órgãos Gerentes para a questão do material dentário adquirido pelos estudantes, constituindo um custo obrigatório à sua frequência no curso. Deixou uma palavra de apreço a toda a sua equipa que a acompanhou e outra de incentivo à Direção Possante.

João Pedro Matos no seu discurso claro e altruísta apelou à necessidade de união no curso.

Uma vez terminado o ato eleitoral disputado, o núcleo pretende ser a voz de todos os estudantes e ir ao encontro de todas as suas necessidades, particularmente num ano tão atípico como o que vivemos. Reinvenção e união foram as palavras de ordem!

Mesa de Honra

O final da tarde deu entrada a uma noite de cerimónia a finalizar com um enérgico F-R-A liderado pelo atual Presidente da Direção Geral da AAC, João Assunção.

FRA de encerramento

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8

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Tradição

TRADIÇÃO

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O Caloiro

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Eliana Melo e Inês Silva

Coimbra, uma cidade com mil significados. Para uma de nós, a terra que achava que sempre conheceu revelou afinal muito dos seus mistérios e encantos. Para a outra, foi uma caída de paraquedas, uma aventura numa cidade com novas tradições que até à data desconhecia.

Como falar de um ano de caloiro em que tanto faltou, em que nada foi igual àquilo que me diziam ser o melhor ano da minha vida, o ano mais memorável do meu percurso académico? Ainda assim guardo memórias muito bonitas e acima de tudo nada de me arrependo da escolha que fiz daquela que será a minha casa nestes 5 anos.

Infelizmente este ano não pudémos conhecer a clínica, o que para mim foi bastante triste, mas ainda assim

Tradição

O Finalista

Bianca Gomes

Começando por aquele que foi o primeiro dia de aulas, 8 horas sentados em frente a um computador (não foi de todo o que idealizava para um primeiro dia na universidade). Diria que o que animou aquele dia foi a praxe.

Felizmente tivemos a oportunidade de ter praxe presencial naquela semana que, apesar de adaptada ao contexto pandémico, permitiu-nos sentir parte de Coimbra e das suas tradições.

Aquela noite intensa traduziu-se no início da nossa união enquanto caloiros de Medicina Dentária, deu-nos o essencial “espirito de manada”. Ainda consigo sentir o choque e turbilhão de emoções que foi... Recém-chegada a Coimbra, ser aquele o meu primeiro contacto com colegas, sentia-me perdida, mas sabia que todos o sentiam e que nos iríamos apoiar uns aos outros dali em diante.

2021 • Mordente

a sensação de entrar no departamento é inexplicável. Já o sinto como um sítio muito especial e sinto as borboletas cada vez que lá vou, talvez por serem tão poucas. Sinto a hospitalidade de todos os colegas mais velhos, vejo o sorriso deles nos olhos, por cima das máscaras, no bom dia que me desejam. Todo este ambiente faz-me acreditar que escolhi o sítio certo para estudar, uma instituição que nos acolhe desde o primeiro momento e nos faz sentir parte da casa. Apesar de não conhecer a clínica consegui fazer muito mais do que esperava no meu primeiro ano. Um grande agradecimento à professora Ana Messias que fez todos os esforços para nos mostrar diversas áreas da medicina dentária no pré-clínico, a “por as mãos na massa”. Fico mesmo grata por esta atenção em receber os caloiros e mostrar-lhes desde o primeiro momento o que poderão ali fazer.

Estabelecer relações, criar conexões, não tem sido de todo fácil neste ano tão atípico. Gerou-se um duelo entre construir uma vida social e respeitar à risca todas as orientações que tínhamos para conter a pandemia. Para dificultar, não era todos os dias que íamos à faculdade, e por isso acabávamos por ter um contacto esporádico uns com os outros. Ainda assim, de certo que muitos encontraram pessoas com as quais se identificaram e aos quais passaram a chamar de amigos (ou até de família), outros nem tanto, mas o seu tempo chegará. Em breve poderemos, juntos, desfrutar ao máximo daquilo que Coimbra tem para nos dar. Por enquanto ficam as saudades daquilo que não pudémos viver enquanto caloiros.

Coimbra é realmente uma cidade cheia de segredos, sensações e emoções que só conseguimos entender completamente ao entrar na faculdade e ao viver a tão famosa “vida académica”.

Não vamos mentir, o primeiro ano do curso não foi fácil. Muito nos queixámos. Para uns, este nosso curso não seria a primeira opção, para outros o ajuste à nova realidade pode demorar mais um bocadinho. Mas entre as praxes, jantares de curso e reuniões de “suposto estudo”, as coisas começam a melhorar.

Ainda nos lembramos do friozinho na barriga antes do 1º jantar de curso, tão pouco tempo depois do início. O choque inicial ao descobrir quem eram os doutores infiltrados, ver pela primeira vez a cara dos nossos doutores trajados, tentar aguentar o andamento dos nossos colegas mais velhos… que inocentes. Resistência ganha-se meus caros.

E a primeira anestesia? Com aquele aviso que mais parecia uma ameaça de causarmos uma possível necrose da papila, dos imensos banhos tomados durante a primeira destartarização... Um cheirinho do que iríamos viver na clínica.

Da primeira vez que vestimos o traje, o orgulho de vestir capa e batina. Do batismo pelas águas do Mondego e do dia do traçar da capa pelas madrinhas e padrinhos. Da primeira queima!

De todas as cores, de toda a excitação e alegria… acreditem que não há mais nenhum momento assim, é indescritível! É preciso estar lá e preciso vivê-lo. São momentos especiais que vamos levar connosco para a vida.

Estes últimos dois anos foram difíceis. Muitos dos marcos académicos pelos quais esperámos e por quais lutámos não se concretizaram. Aos nossos colegas agradecemos as mil e uma reuniões de carro, entre berros e gritaria que sabemos que nada mais foi que uma demonstração de amor a tudo o que este representava. Agradecemos os mil e um convívios e os turnos das 4h da manhã com aulinhas de endodontia no dia seguinte.

Agradecemos a companhia durante os altos e baixos.

Temos orgulho de poder usar cartola ao vosso lado.

Pois é, já não somos os pintainhos de outrora. Cinco anos passam a correr, aproveitem-nos bem e sem arrependimentos porque o espírito académico e as memórias a ele associados vão ser dos maiores tesouros que podem ter.

Aos meninos do 3º e 4º ano, escolham bem os vossos binómios (ou trinómios). O vosso binómio é a vossa família dentro da clínica, o vosso apoio. É com o vosso binómio que vão passar os momentos mais stressantes na clínica assim como os sucessos e insucessos. É com esta pessoa que podem aprender mais e por ela tentarem ser sempre um bocadinho melhores. É também com ela que vão desabafar, rir, chorar, dançar.

Sim vão dançar muito! Não só em festas e convívios, mas também para afastarem os as energias negativas, não fosse a vida na clínica por vezes um bocadinho cinzenta.

Aos futuros caloiros e estudantes de medicina dentaria, aproveitem o curso, aproveitem a universidade e tudo o que esta tem para oferecer.

Conheçam pessoas novas, participem nas atividades do núcleo e formem laços. Vão aparecer muitas adversidades pelo caminho, mas acreditem que tudo isto vale a pena. E assim terminamos a nossa “carreira” universitária com uma frase que sempre desejámos dizer.

Finalista pode tudo! Ou quase tudo.

10 • Tradição

Erasmus Laura Megías e Eva Álvarez de Almeida

L - Chamo-me Laura Megías (L), tenho 21 anos e sou espanhola.

Estudo na universidade de Granada.

E - Sou a Eva Álvarez de Almeida (E) e tenho 25 anos. Nasci em Madrid, Espanha, e estudo na Universidad Complutense de Madrid. Estou no último ano de Medicina Dentária.

Porque escolheram Portugal como país para realizarem o vosso Programa Erasmus? O que estão a achar de Coimbra e do país até agora?

L- No início, no meu caso, a primeira opção era ir para a França, porque tenho família a morar lá. Mas devido ao Covid-19 cancelaram um semestre e eu não pude validar todas as disciplinas com a minha Universidade. Coimbra permitiu-me ficar o ano todo e os meus colegas que vinham no meu lugar cancelaram. Estou aqui por acaso, mas estou muito feliz. Já tinha estado em Lisboa quando tinha 13 anos, mas nunca pensei que fosse viver em Portugal. Até agora, só me surpreendeu pela positiva, no entanto, acho que é um país muito desvalorizado.

E- Escolhi Portugal porque tinha a vantagem de saber o idioma, além de ser um dos poucos destinos que me permitia ficar o ano letivo completo.

Mordente • 2021

E- Todos dizem que ia adorar a cidade préCOVID, com certeza voltarei! O que mais teria gostado de viver são as festas de tradição académica, assim como de ver todos a andar com total liberdade, sem horários nem restrições. Apesar disso, com certeza vir foi a melhor decisão que tomei, o mundo inteiro está igual, pelo menos estou num lugar novo e diferente...

Acredito a 100% que fiz bem!

Descobrir Portugal está a ser maravilhoso, os lugares, as pessoas, a cultura e a comida surpreendem-me. Não conhecia praticamente nada deste país (e somos vizinhos…) e está a superar todas as expectativas!

senti muitas saudades, até acho O que estão a achar da nossa o papel mais organizado (risos). faculdade? Quais as diferenças em relação à vossa faculdade Na vossa faculdade existe de origem? alguma associação de L- Só posso dizer coisas boas. É estudantes semelhante ao verdade que é bastante exigente NEMD/AAC? em termos de horários, mas não poderia imaginar ter tanta L- Sim. Chama-se AEROG. experiência ao sair de Erasmus. Associação Representativa dos Estudantes de Odontologia de Em geral, o corpo docente da Granada. minha faculdade também tem um bom nível, mas quando há E- Sim, e é uma das mais aulas práticas, é apenas uma potentes de Espanha. Chama-se AEOC-M, e participei ativamente disciplina por dia no 4º ano. nas atividades e na Direção da mesma.

Organizamos E- Estou muito contente com congressos, webinars, jantares tudo o que estou a aprender de curso, temos revistas, vamos durante este ano na Universidade às escolas sensibilizar para a de Coimbra. As aulas práticas educação na higiene oral... são muito completas e variadas.

O volume e o perfil dos doentes permite realizar e assistir O que acham que seria muitos tratamentos distintos e diferente no vosso Erasmus se terminar com um sentimento não estivéssemos a atravessar de que “já consigo fazer quase uma pandemia como a Covid-19? tudo”.

A maior diferença que eu percebi, além de que aqui o número de alunos é reduzido (nos somos uns 100 por curso), é que na minha faculdade temos tudo digitalizado, o que permite trabalhar com os raios X dos doentes abertos e perto de nós, por exemplo. Mas também não

2021 • Mordente

L- Os dois meses que ficámos sem aulas presenciais na faculdade foram muito chatos.

Não pudemos conhecer festas como Queima das Fitas ou Latada. Foi triste não poder viajar tanto, não ter aproveitado a ESN ou não ter visto os bares abertos muito tempo.

Quais os locais e atrações turísticas que já tiveram oportunidade de visitar desde que chegaram a Portugal? E quais os que ainda gostariam de visitar?

L- Fui a Sintra, aos Açores, à Batalha, a Tomar, a Fátima, a Pombal, à Figueira da Foz, a Peniche, à Nazaré, ao Porto, ao Buçaco, à Serra da Estrela, a Cascais, a Vigo e a Madrid.

E- Já estive no Porto, Madeira, Nazaré, Leiria e Lisboa. Ainda gostaria de visitar o norte: Braga e Guimarães e o sul do país, a zona do Algarve. Também gostaria de ir aos Açores.

Que conselho dariam a um estudante da nossa faculdade que quer realizar um programa de mobilidade?

L- Não hesites, pois é uma experiência como nunca poderias ter imaginado. Não importa o quanto te digam que é incrível, não há como saber o quão intensas e positivas todas as experiências podem ser sem as viver. A cada dia que me lembro que tenho menos tempo aqui, percebo mais a sorte que tenho e o quanto vou sentir saudades. Tanto do sítio como das pessoas com quem estou a viver esta experiência!

E- Mesmo neste ano tão atípico e com condições tão restritivas, incertas e peculiares, a escolha de vir e de viver esta experiência está a mudar a minha perceção das coisas, estou a crescer pessoalmente de uma maneira que nunca antes tinha experimentado e estou a descobrir muitas coisas sobre mim mesma. Aqui descobri que os amigos são realmente a família que escolhemos e sei que vou levar pessoas maravilhosas assim como aprendizagens para sempre. Não deixes de viver esta experiência só por medo, vale mesmo a pena!

Tradição

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12 • Faculdade

FACULDADE

Mordente • 2021

XXIX RAMDEC

XXX RAMDEC

Inicialmente prevista para os dias 20 e 21 de março de 2020 e devido ao seu cancelamento determinado pela pandemia covid-19, a XXIX RAMDEC, presidida pela Prof. Doutora Ana Luísa Maló, veio a realizar-se no dia 12 de dezembro.

Doutora Alexandra Vinagre

Numa época em que as circunstâncias eram limitadoras, a Área da Medicina Dentária da FMUC concretizou a sua reunião anual num formato reduzido e puramente online, contando no entanto, com o contributo de oradores de renome nacional e internacional.

Como cabeça de cartaz surgiu o Dr. Carlos Aparício, porém outros oradores figuraram no mesmo tais como o Dr. José Joaquim Ferreira, Dr. Paulo Carvalho, Drª. Liliana Silva, Dr. Paulo Campos, Dr. João Reis e Dr. Francisco Delille.

Nas Olimpíadas João Luís Maló de Abreu, os prémios foram atribuídos aos trabalhos “Procedimentos Regenerativos Endodônticos: série de casos com follow-up de 4 anos” na categoria caso clínico apresentado pelo Prof. Doutor Paulo Palma, “Influence of Diabetes Mellitus on the Sucsess of Endodontic Treatment” na área de investigação apresentado pelo Dr. José Pedro Martinho e “Biocompatibilidade de cimentos biocerâmicos através da implantação subcutânea em ratos” no tema de revisão apresentado pela recém mestre Dra. Carolina Coelho.

A Área de Medicina Dentária da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra realizou, nos passados dias 12 a 17 de abril, a XXX Reunião Anual de Medicina Dentária e Estomatologia de Coimbra (RAMDEC).

Vivemos, atualmente, tempos de exceção e sem precedentes na nossa história. A pandemia da Covid-19, que, de repente, se espalhou pelo mundo está a pôr à prova a nossa força e o nosso caráter, levando-nos a reinventar formas e estratégias de superação face aos desafios permanentes que nos surgem! A organização desta XXX RAMDEC não foi exceção. Sendo este congresso já um marco dos eventos de Medicina Dentária regulares em Portugal colocámos todo o nosso empenho para que, mesmo num formato híbrido, combinando o digital com o presencial, este evento tenha decorrido sem constrangimentos e contribuído inequivocamente para a formação de todos os participantes.

2021 • Mordente

Faculdade

O programa principal decorreu em formato virtual, antecedido pelos cursos práticos pré-congresso realizados presencialmente. Os cinco cursos práticos hands-on précongresso programados e ministrados no arranque da XXX RAMDEC decorreram na Área de Medicina Dentária da Universidade de Coimbra nos dias 12 a 16 de abril, das 19h às 23h, com um máximo de 15 participantes por curso.

O evento científico prosseguiu com o congresso online ao longo dos dois dias seguintes, 16 e 17 de abril orientado maioritariamente por aquele que foi o tema principal do congresso: “A Medicina Dentária na era digital: perspetivas atuais e futuras”. Com a intervenção de palestrantes internacionais, apontados como referências na área da Medicina Dentária Digital, o congresso online da XXX RAMDEC acolheu mais de 300 participantes inscritos. Este evento foi acreditado pela Academia Europeia de Medicina Dentária Digital, uma sociedade científica de referência.

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Cursos práticos

Desde a componente teórica à perspetiva da prática clínica, foram abordadas de forma transversal as áreas de: endodontia, reabilitação oral protética, implantologia, periodontologia, dentisteria operatória e estética dentária, ortodontia, odontopediatria, dor orofacial, cirurgia oral e novas tecnologias como a utilização do laser.

Ao longo destes dias, decorreu também a cerimónia de abertura com distintos intervenientes do panorama académico e institucional da Medicina Dentária a nível nacional e a cerimónia de consagração dos vencedores das comunicações orais dos respetivos trabalhos científicos submetidos.

Entrega das medalhas comemorativas do VI Curso de Medicina Dentária da FMUC

Para o sucesso deste evento foi capital o apoio das empresas patrocinadoras; a todas gostaria de agradecer a confiança depositada nesta organização.

Por fim, encerrou-se a XXX RAMDEC com a cerimónia de entrega dos diplomas aos recém-licenciados do 30º curso do MIMD, assim como, a entrega das medalhas comemorativas aos colegas que finalizaram o seu ciclo de estudos de prégraduado há 25 anos atrás, presencialmente, no dia 18 de abril.

A XXX RAMDEC foi um evento científico marcante no ano de 2021 e só possível pela colaboração e o apoio de todos os envolvidos, desde a Comissão Organizadora e Científica, ao secretariado, patrocinadores e oradores, que contribuíram para uma partilha de conhecimentos profícua que constituem para todos nós um estímulo de progressão clínica e científica.

Desejo o maior sucesso para a Comissão Organizadora da Reunião Anual do próximo ano liderada pelo meu querido amigo e colega Doutor Salomão Rocha.

Entrega dos diplomas aos recém licenciados

Um Bem-Haja a todos,

Doutora Alexandra Vinagre (Presidente da comissão Organizadora da XXX RAMDEC)

14 • Faculdade

Mordente • 2021

A Doutora Daniela Santos Soares Dia da defesa: 17 de Dezembro de 2020

Local: Formato misto (a defesa decorreu de forma presencial, na Sala do Conselho Científico da Faculdade de Medicina onde foi possível ter parte do júri e uma assistência de 10 pessoas e o restante júri encontrava-se em regime de videoconferência).

Júri : Professor Doutor António de Macedo e Santos (presidente do júri), Professora Doutora Ana Paula Marques, Professor Doutor Jaime Portugal, Professor Doutor David Casimiro de Andrade, Professora Doutora Ana Luísa Costa, Professor Doutor Francisco Caramelo e Doutora Alexandra Vinagre.

Tema da tese: Eficácia de sistemas adesivos na restauração de molares decíduos: avaliação clínica e laboratorial sob a orientação da Prof.ª Doutora Ana Luísa Costa e do Prof. Doutor João Carlos Ramos

Resultados e conclusões do estudo: No âmbito desta dissertação foi realizado um estudo clínico com o objetivo de avaliar a eficácia de diferentes sistemas adesivos, num grupo de crianças entre os 4 e 8 anos. Não foram encontradas diferenças entre os sistemas avaliados, e a estratégia adesiva mais simplificada que pode ser uma mais valia na consulta de Odontopediatria pela diminuição do tempo da consulta, apresentou resultados semelhantes aos restantes adesivos. Paralelamente foi também realizado um estudo laboratorial (testes de forças de adesão e avaliação das interfaces adesivas com microscopia eletrónica de varrimento) dos mesmos adesivos do ensaio clínico.

Resultado emitido pelo júri da prova de Doutoramento: Aprovada com louvor e distinção.

Comentário ao dia de defesa bem como às emoções experienciadas e a sua repercussão no presente: Na realidade, o dia da defesa parece ter uma importância extrema, mas é apenas o culminar de todo um longo e complexo processo de aprendizagem, trabalho e descoberta extraordinária. A experiência obtida ao longo dos anos da realização deste estudo clínico, permite-me no presente cimentar a vontade de continuar a investigar na área, bem como transmitir de forma clara o conhecimento adquirido no contexto de aulas teóricas e clínicas.

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Faculdade

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16 • Prova Oral

PROVA ORAL Entrevista

Assinatura salivar Prof.ª Doutora Ana Luísa Costa Doutora Joana Leonor Pereira Como surgiu a Medicina Dentária nas suas vidas e a posterior dedicação e especialização em Odontopediatria?

ALC: A Medicina Dentária surgiu como uma das áreas de interesse possíveis dentro da área das ciências. Na verdade, também gosto (e sempre gostei) muito da área de humanidades, tendo algures ponderado ir para História/Arqueologia!!! Influências do meu professor da escola primária... Mas sempre me atraiu a relação com as pessoas, a possibilidade de fazer algo por elas e pela melhoria do seu bem-estar... E nesse âmbito, a Medicina, a Medicina dentária e as Ciências farmacêuticas constituíram as hipóteses de maior atratividade... e pelas tais 2 décimas (clássico...) vim para Medicina dentária. E gostei de tal maneira que não ponderei sequer a possibilidade de fazer transferência de curso

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Prova Oral

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no final do 3º ano, o que era fácil de acontecer (e aconteceu a vários colegas do meu ano, hoje distintos médicos!!) já que Medicina dentária tinha lecionação conjunta nestes 3 primeiros anos com Medicina e havia bastantes vagas para transferência direta, situação algo diferente do que acontece hoje. E fiz a escolha certa! Descobri um mundo de possibilidades de intervenção na Medicina dentária que desconhecia em absoluto e que me levou a encarar a minha profissão de forma crescentemente desafiante, até pelos campos múltiplos de intervenção, seja clínica, comunitária, de docência ou investigação. A Odontopediatria, muito naturalmente... pela espontânea afinidade que sempre tive com crianças. Ninguém pode ser bem-sucedido no exercício da Odontopediatria se não gostar, efetivamente, de crianças, da sua sinceridade, curiosidade, sensibilidade. O que é exigido vai muito para lá de um bom domínio técnico e de uma boa dose de paciência... tem que vir “de dentro”. Dou tudo de mim enquanto as trato e sei que elas o sentem! Tento transmitir aos meus alunos exatamente isto, que considero primordial.

Não posso deixar, no entanto, de referir a particular influência dos Srs. Profs. Doutores João Maló de Abreu e Branquinho de Carvalho, cuja confiança, apoio e carinho foram incontornáveis em todo o meu trajeto, quer enquanto aluna, quer depois já na fase da docência de Odontopediatria e Medicina Dentária Preventiva na FMUC. JLP: Embora a Medicina Dentária tenha surgido ‘por acaso’ na minha vida, na medida em que era o meu plano B, a Odontopediatria afigurou-se como uma área cativante para mim relativamente cedo durante o curso.

A Professora Ana Luísa foi (e é) a minha primeira referência nas áreas da Medicina Dentária

18 • Prova Oral

Preventiva e da Odontopediatria. Olhando para trás, lembro-me bem de estar sentada nas aulas a ouvir o discurso articulado dela com muita admiração. Mas recordo-me também da sensação exata (e aterradora) de estar prestes a anestesiar a primeira criança pequena, no 4º ano do curso... Lembro-me de ter sido (óbvia e felizmente) ajudada pela equipa de Odontopediatria e de encarar para aquela dinâmica ‘criança-dentista’ com o mesmo fascínio e adrenalina de quem vê uma equilibrista caminhar muito tranquilamente pela corda bamba. E a partir daí comecei também eu a tentar ir caminhando na corda bamba.

Tive depois a sorte de ter sido integrada nessa mesma equipa: uma equipa de colegas (e amigas) de tanto valor, que muito me tem enriquecido e ensinado a vários níveis.

Como é que as suas vidas se cruzaram?

ALC: A Doutora Joana Leonor foi, tal como vocês são hoje, minha aluna, primeiro em Medicina Dentária Preventiva e depois Odontopediatria... e gostei logo muito dela, da sua atitude e desempenho... posso afirmar com orgulho que tive muita sorte nas escolhas para integração na minha equipa. E a Doutora Joana é um excelente exemplo de capacidade de trabalho em equipa!

JLP: Na verdade foi Medicina Dentária Preventiva que nos fez cruzar pela 1ª vez. A Professora Ana Luísa tem promovido, todos os anos, uma ação de promoção de saúde oral com os alunos da disciplina junto da população. No meu 2º ano de curso, desafiou-

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nos e deu-nos liberdade para criarmos uma qualquer atividade nesse âmbito.

Ela inspirou-nos de tal forma que dei por mim a construir (com a ajuda da minha mãe) uma boca gigante, um fato de dente gigante, uma escova de dentes gigante... E a fazer um teatro naquela que tinha sido a minha escola primária. Acho que foi a primeira vez que me apercebi do impacto que podemos assumir junto das crianças e creio que terá sido aí que o “bichinho” da prevenção e da Odontopediatria se instalou em mim.

O que despertou o interesse pela investigação aplicada à Medicina Dentária?

ALC: O interesse surgiu da curiosidade e da vontade de contribuir para algo... algo que idealmente possa ajudar as pessoas a resolver problemas... mas, por outro lado, surge do dia-a-dia de clínica, da necessidade de dar resposta aos nossos próprios problemas/ dificuldades. Não obstante, hoje em dia e cada vez mais, as exigências da docência extravasam a lecionação, o que me fez (e faz) aproximar mais desta área, implicando envolvimento em projetos e transferência do saber, mesmo algumas vezes colaborando com áreas que, não sendo médicas no sentido estrito, contribuem para potenciar o alcance de resultados que consubstanciam práticas que cada vez mais se desejam baseadas em evidência robusta.

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JLP: Em primeiro lugar, diria que a carreira académica nos leva naturalmente a questionar e a ter dúvidas. Por outro lado, e no caso particular da Odontopediatria, a falta de respostas a questões clínicas que nos intrigam leva a uma necessidade de criar evidência científica que possa vir, um dia, a sustentar a nossa atuação. Continuamos muitas vezes a ter de extrapolar a evidência que está disponível para a dentição definitiva, o que está errado desde o início: as crianças não são, de todo, mini-adultos.

No processo de investigação, qual o método científico que deu início ao estudo da “assinatura salivar”? (De onde surgiu a ideia do estudo?)

ALC: A ideia surgiu há muito, desde que pelo estudo me interessei pelas potencialidades da saliva... no meu Mestrado em saúde Pública, sob orientação do Sr. Professor Salvador Massano Cardoso, utilizei, entre outros, testes salivares em crianças asmáticas, contribuindo para a caraterização oral das mesmas; depois continuei a abordagem de patologia altamente prevalente na infância, de forma muito mais abrangente e inovadora (e aqui tenho que referir de forma particular o Sr. Prof. Manuel Santos Rosa, um dos meus Orientadores e principal impulsionador do meu trabalho de Doutoramento), com investigação em crianças com diabetes mellitus tipo 1, em colaboração com o Hospital Pediátrico de Coimbra. Também aqui a saliva revelou-se um fluido absolutamente atrativo a vários níveis, desde a colheita à análise e resultados obtidos... a partir daqui obviamente que estava traçado um caminho, que tem sido altamente frutífero e que nos tem levado a um trabalho de equipa intra e interinstitucional fantástico e que tanto

20 • Prova Oral nos tem feito aprender. Um agradecimento especial à Profª Ana Gil da Universidade de Aveiro e ao Prof. António Mata da Universidade de Lisboa, fontes inesgotáveis de sabedoria em cada uma das suas áreas de expertise. Claro que a cárie precoce de infância é um problema... muito grave... e que muito tem ainda por investigar... e a saliva pode também, e comprovadamente, aqui ser uma ferramenta única em termos de diagnóstico...

JLP: Para ser muito honesta, a primeira ‘apaixonada por saliva’ foi a Professora Ana Luísa, não eu! A tese de doutoramento da Professora Ana Luísa já havia explorado as potencialidades da saliva enquanto biofluído diagnóstico, embora no contexto da Diabetes Mellitus. Sabemos que a saliva é uma fonte de informação clínica não invasiva, uma vez que os seus componentes parecem espelhar a saúde oral e sistémica. Os resultados da metabolómica salivar têm vindo a mostrar-se altamente promissores em várias áreas da Medicina, pelo que fazia todo o sentido aplicar esta metodologia à cárie dentária, uma patologia que continua a envolver tratamentos complexos e morosos em crianças pequenas e cuja abordagem preventiva carece, ainda, de ferramentas fiáveis que permitam identificar atempadamente as crianças de alto risco.

Recentemente, tanto quanto acompanhámos foram distinguidas na categoria de melhor Poster de Investigação no 29º Congresso da OMD com o estudo “assinatura salivar”, nesse sentido o que pretendem descodificar? (explicação dos objetivos do estudo bem como o fundamento do mesmo) JLP + ALC: Para entender o conceito de “assinatura salivar” há que clarificar em que consiste a metodologia que usámos, a metabolómica. A metabolómica é uma estratégia que caracteriza simultaneamente todos os compostos presentes numa amostra biológica e suas concentrações. Entende-se

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por “assinatura salivar” o conjunto de variações nos níveis de compostos presentes na saliva que é específico e característico de uma dada doença/ estado patológico.

Assim, neste estudo, analisámos por ressonância magnética nuclear de protão amostras salivares de crianças com e sem cárie, tendo sido possível identificar, pela primeira vez, uma assinatura metabólica característica de cárie composta por 21 metabolitos! É claro que, sendo esta uma abordagem ainda pouco explorada no contexto da investigação em saúde oral pediátrica tivemos de, em primeiro lugar, estabelecer um protocolo de colheita salivar apropriado para este tipo de estudos e de caracterizar exaustivamente o metaboloma salivar infantil em condições fisiológicas (isto é, qual a composição metabólica “normal” de uma amostra salivar infantil).

Em que fase se encontra o estudo neste momento? Este já apresenta algumas conclusões preliminares?

JLP + ALC: Neste momento encontramo-nos ainda a analisar os dados de um estudo paralelo que analisou o metaboloma salivar de um número maior de crianças que foram seguidas durante 6 meses e almejamos a possibilidade de desenvolver estudos de larga escala que venham a confirmar e a validar esta promissora assinatura salivar.

Acabámos recentemente uma outra investigação, conjuntamente com a UA e recentemente publicada, acerca da estabilidade das amostras salivares preservadas de diferentes formas e em períodos de tempo distintos, trabalho que surgiu em paralelo com este e veio tentar responder a algumas das nossa dúvidas/dificuldades...

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ALC + JLP: Acreditamos que esta assinatura, a ser validada e confirmada em estudos futuros, abre a perspetiva de um dia podermos desenvolver testes rápidos salivares que permitam a identificação das crianças mais susceptíveis atempadamente, o que teria importantes implicações preventivas e terapêuticas!

ALC: Não concebo sequer a questão de que, em pleno século XXI, possa haver espaço para desigualdade de oportunidades ou qualquer menosprezo exista a qualquer nível – profissão, ciência, investigação... vida... as diferenças só podem ser inerentes à fisiologia dos próprios géneros... e ainda bem que existem! O papel das mulheres é o de contribuir, como penso que o de qualquer ser humano, à sua maneira e com todas as suas particularidades, para melhorar, ou pelo menos tentar, a envolvência que as rodeia, seja a nível familiar (sublinhando as exigências únicas da maternidade), laboral ou qualquer outro.

A competência, a entrega, a exigência, o resultado, não devem (ou deveriam) estar condicionados por se ser homem ou mulher. Não é certo o coaptar de oportunidades, mas também não me revejo no protecionismo “cego” do género feminino só porque sim...Igualdade de oportunidade, mas direito e

quebras na produção científica.

Com uma vida dedicada à docência, prática clínica, investigação e ainda conciliar tudo isto à componente familiar, acreditamos não restar muito tempo para se dedicarem a outras atividades, apesar disso gostaríamos de saber mais sobre os seus interesses extracurriculares.

Quais as perspetivas acerca da aplicabilidade futura deste estudo por vós desenvolvido?

De acordo com os mais recentes números da OMD, 60% da classe é composta por mulheres.

Para vós, qual o papel da mulher na profissão, na ciência e na investigação?

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respeito pelas inegáveis diferenças...

JLP: Embora nas últimas décadas tenha havido um aumento exponencial do número de mulheres na Medicina Dentária em Portugal, parece-me que estamos ainda longe da paridade no que se refere à ocupação de cargos de topo, à semelhança do que sucede em muitas outras áreas profissionais.

A verdade é que há ainda uma distância de oportunidades entre homens e mulheres e a maternidade é, muitas vezes, um obstáculo (temporário ou não) à produtividade e por vezes da progressão na carreira. No Brasil, por exemplo, a plataforma Lattes (que contém os currículos dos cientistas brasileiros) passou, recentemente, a incluir uma seção na qual as mulheres podem registar o(s) período(s) de licença de maternidade, justificando eventuais

ALC: De facto não sobra muito tempo... e quando em casa somos dois com o mesmo tipo de vida, plena de afazeres e constantes desafios, sempre com prazos, não é mesmo nada fácil... mas se ser mãe foi sem dúvida o melhor e mais exigente dos desafios, levando de mim todo o (pouco) tempo livre de trabalho, consigo apontar algumas coisas que gosto realmente de fazer: viajar (que saudades!!!), cozinhar (desde que sem a pressão da correria diária), ir às compras (riso), adoro praia, arquitetura/ decoração ... haja tempo e regresso à ”normalidade” sem pandemia.

JLP: Além da docência, investigação, prática clínica e família... Sobram alguns momentos para me rir com amigos, fazer exercício físico e cantar Bossa Nova (no chuveiro)!

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Com o final do ano letivo a aproximar-se, e com isto a marcar a formatura de mais um curso de Medicina Dentária da nossa casa, em ano com condições tão atípicas para todos os estudantes, querem deixar algum conselho pessoal e profissional à vida que os espera?

ALC: Ponham e sejam, em cada coisa, em todos os momentos, o mais e o melhor que consigam. A nível profissional, mas também pessoal, sendo as duas vertentes impossíveis de dissociar. Esforcem-se ao máximo pela excelência, desde que salvaguardando o respeito pelo próximo e pautando por valores basilares que deveriam ser inatos em qualquer ser humano. Lembrem-se que não pode, jamais, valer tudo... e porque acredito que a dificuldade só aumenta a resiliência, desejo que estes tempos difíceis sirvam para vos dar força para humildemente enfrentarem os desafios, cada vez maiores, que a profissão vos/ nos trará. E muito importante: nunca se neguem a aprender sempre mais.

JLP: Espero que consigam singrar na profissão mantendo a honestidade intelectual, resiliência e esperança, sobretudo nos dias mais negros do vosso trabalho. Continuo a acreditar que nesta profissão há sempre espaço para as pessoas boas que querem ser melhores (a vários níveis)!

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Como está organizado o projeto? Apresenta uma boa adesão?

PROVA ORAL Entrevista

Projeto Comburnout - Burnout nos estudantes de Medicina Dentária Prof.ª Doutora Ana Telma Pereira

O projeto COMBURNOUT começou numa primeira fase através de questionários para avaliar os níveis de burnout, fatores de stress e fatores pessoais dos alunos da FMUC. O Estudo foi alargado a todos os estudantes de medicina e medicina dentária pelo país. A participação ficou aquém das expetativas, muito devido ao cansaço do digital (sinal do burnout) e também devido à recolha em períodos de avaliação. Foi então reduzido o tamanho do inquérito, mas com versões válidas e fidedignas na mesma.

A nível internacional há outros estudos deste tipo e fórmulas de comparação?

Sim, já há muita investigação que mostra que os estudantes de medicina e medicina dentária têm níveis de burnout muito relevantes e preocupantes acima das outras áreas. Foi usado um instrumento dirigido à população portuguesa, mas ligado à população internacional chamado escala de burnout para estudantes, de Maslach (uma das primeiras investigadoras do burnout). Existem poucas investigações sobre a eficácia das intervenções, as quais são focadas no estilo de vida, gestão do tempo e resultados positivos não ao nível do burnout, mas sim na perturbação psicológica (stress, depressão, ansiedade). Começam a haver alguns estudos focados em treino de mindfulness e auto compaixão com resultados mais animadores. As escolas médicas de referência internacional como em londres inserem nos seus currículos pedagógicos este tipo de programas.

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Que tipo de parâmetros são analisados neste projeto e quais os resultados que mais se destacam e explicam o burnout?

São avaliados dois tipos mais gerais de parâmetros. Avaliamos parâmetros relativos ao estado do estudante, avaliando o burnout nas suas 3 dimensões: exaustão emocional, despersonalização e falta de realização académica. São ainda avaliados os níveis de ansiedade, depressão e stress, a perceção de fatores de stress relacionados com ensino superior e com o modo como a pandemia afeta a vida académica. Por outro lado, são analisados fatores individuais relacionados com a personalidade e competências emocionais associados à forma como os alunos lidam com o stress como o perfecionismo, neuroticismo e baixa extroversão. Avaliamos ainda a autocompaixão para ver se intervenção sobre este parâmetro diminui os níveis de burnout.

No que consiste a autocompaixão e de que forma nos pode dar mais controlo sobre as nossas emoções e porquê focar as intervenções deste projeto neste campo?

A autocompaixão é tratamo-nos a nós mesmos como trataríamos um amigo querido, tentando ser menos críticos connosco próprios. Ela inclui 3 componentes: o mindfulness, estarmos conscientes e darmos atenção ao nosso estado físico e emocional em cada momento, a autobondade, tratarmo-nos com gentileza tendo em conta as nossas necessidades, e a humanidade comum, reconhecer que o

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sofrimento faz parte da condição humana e é inevitável. Relaciona-se também com a relação de impermanência, nenhum estado emocional de grande felicidade ou grande sofrimento é permanente e por isso devemos aceitar os maus e lidar com eles de forma a não os agravar e recordar os bons como momentos aos quais somos gratos. A autocompaixão visa diminuir o autocriticismo que decorre do perfecionismo e treiná-la leva-nos a estar atentos às nossas necessidades e a ser capazes de cuidar de nós em momentos de maiores dificuldades sem atingir grandes níveis de stress. Decidimos focar as intervenções do projeto na autocompaixão uma vez que este decorre do financiamento do programa Academias Gulbenkian Conhecimento que visa melhorar as competências emocionais dos jovens e uma vez que investigações anteriores do instituto de psicologia médica já tinha mostrado que a autocompaixão atenua os efeitos do perfecionismo e neuroticismo no stress, traços de personalidade comuns nos estudantes das áreas médicas, mas nunca tinha sido estudado por nós em relação com o burnout.

Quais são os sinais de alarme que apontam para o burnout?

O Burnout é muito mais que stress, é um estado devido a um período de stress intenso e prolongado e que percecionamos como assoberbante. O indivíduo percebe

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Qual o impacto do burnout na prática clínica?

Apresenta um forte impacto na prática clínica pois o burnout vai afetar a relação positiva com o outro, o que conjugado com a prestação de cuidados de saúde poderá levar a negligência e erros médicos já que diminui a empatia, altruísmo e compaixão. Desta forma, o burnout poderá mesmo ser considerado um problema de saúde pública. A despersonalização que decorre do burnout leva à descrença no curso, conduzindo a um distanciamento afetivo dos conteúdos e competências com os outros (indiferença emocional). que não está a conseguir controlar o seu estado emocional, levando a uma diminuição dos recursos psicológicos (capacidade de pensar, raciocionar) e físicos (sem forças e sem ânimo).

Chegando à exaustão, poderão surgir sintomas como insónias, falta de motivação para estudos e até aversão a tudo o que remeta para os mesmos. São comuns pensamentos constantes em desistir, perda de energia e entusiasmo e até mesmo dores associadas ao estado de tensão.

O indivíduo revela intolerância, agressividade, impaciência e indisponibilidade para com os outros, menor empenho e preocupação e retira-se de situações que o stressem.

Este terá também sensação constante de ansiedade, negligência auto cuidado, como a alimentação, sentese apático e apresenta vulnerabilidade a doenças.

Há diferenças entre os primeiros anos das bases médicas e os anos clínicos?

Há estudos que focam isso e há vários resultados, este projeto também quer avaliar isso mesmo.

Literatura internacional diz que os níveis de burnout são crescentes ao longo da formação porque o curso fica mais exigente em termos de quantidade de matéria e em medicina dentária na obtenção de mínimos na clínica por exemplo.

Há outros estudos que dizem que há períodos de exacerbação como a transição para o ensino superior, necessidade de grande adaptação a um novo tipo de ensino, saída de casa dos pais e o desenvolvimento de competências sociais e emocionais para estabelecer novas relações.

Há também que perceber os fatores de stress relacionados com fatores organizacionais e ocupacionais, não tão ligados à pessoa, mas sim ao curso e ao currículo. Por exemplo, podem ter importância fatores relacionados com incerteza do futuro no mundo de trabalho.

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De que forma o estigma e a vergonha que enfrentam os alunos de medicina e medicina dentária pode agravar o burnout e de que forma este projeto pode combatê-lo?

O projeto já apresenta resultados que indicam que o estigma efetivamente agrava o burnout, o qual está presente em quase metade dos alunos de medicina e medicina dentária. Por vezes ele é visto como sinal de fraqueza pelos alunos, o que gera uma série de inseguranças relativamente às suas competências enquanto futuros profissionais de saúde. A grande consequência deste estigma é o adiamento da procura de ajuda profissional ou informal, junto de colegas. Ao partilhar estas dificuldades não só normalizamos este problema, combatendo o estigma, como podemos encontrar estratégias para o melhorar. O próprio projeto, ao estudar este tópico, espera diminuir o estigma ao mostrar que este é um problema espectável e o seu programa de intervenção também visa abordar estes aspetos.

O que ajudaria a desmistificar este processo?

Ajudar a pessoa a perceber os fatores organizacionais e pessoais que possam contribuir para o seu estado de burnout e que chegar a este estado não é sinal de fraqueza, pelo contrário pode mostrar o seu esforço. Não tem a ver com falta de capacidades, pelo contrário, ao não dar atenção aos sinais, pode chegar ao ponto de não ser capaz de usufruir das suas competências. O apoio dos núcleos e associações também tem sido essencial neste processo de desmistificação. As iniciativas criadas à volta deste tema levam as pessoas a sentirem-se compreendidas e sensibilizadas para a procura de ajuda.

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Tem algum conselho aos nossos estudantes de saúde sobre técnicas que ajudariam a prevenir tendo em conta o nosso estilo de vida e as expetativas a que somos dispostos?

De que forma a intervenção pedagógica pode travar a subida dos níveis de burnout dos alunos, especialmente com o ensino online, a indecisão sobre o futuro, a falta de contato interpessoal e todas as imposições que esta pandemia trouxe? Quais as suas consequências a nível da saúde mental?

Recentemente, comparámos dados relativos aos níveis de ansiedade, depressão e stress em estudantes de medicina e medicina dentária entre 2017 e 2019 com estudos que temos em curso durante a pandemia e verificámos que estes

níveis de perturbação psicológica são significativamente superiores no período pandémico. Os dois fatores de stress que mais têm impacto e se têm destacado são a perceção do impacto da pandemia na formação académica e na vida académica.

Acreditamos que com este projeto teremos pistas para a organização dos currículos e horários dos cursos. Para que isto suceda é importante uma boa adesão ao projeto para que os resultados sejam mais persuasivos sobre a gravidade do problema e a importância de fazer alterações. Ao integrar o treino de competências de combate aos stressores que levam os alunos ao burnout na formação, também conseguiremos ter uma intervenção mais individualizada.

Devem empenhar-se em ter objetivos e metas realistas, mas ser organizados de forma a que estes possam ir sendo reforçados por exemplo permitindo-se fazer coisas agradáveis e que vos aliviem em intervalos mais espaçados, evitando também a procrastinação. Esta apenas adia tarefas que nos causam emoções negativas, mas sugiro que as façam, mesmo que vos causem ansiedade, mostrando a vós próprios que são capazes de as fazer e considerando que após inciada a tarefa esta ansiedade tem tendência a diminuir.

Sugiro uma boa higiene do sono, alimentação saudável, fomentar amizades com colegas do curso pois boas relações interpessoais são atenuadores de stress. Fazer pausas ao longo do dia encaixando atividades divertidas é essencial pois estas atenuam verdadeiramente o stress e fomentam os nossos gostos pessoais. As redes sociais, por outro lado, não aliviam o stress, apenas o adormecem. Também é importante desenvolver a assertividade, aprender a dizer não, e iniciar uma prática meditativa.

Deverão tentar perceber se estão a viver de acordo com os seus valores pessoais.

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“E eu também

PROVA ORAL Entrevista

30 Anos de serviço à casa Dra. Manuela Carrilho Como surgiu a Medicina na sua vida e a opção de Estomatologia como especialidade?

A Medicina surgiu na minha vida após ter concluído o antigo 7º ano de escolaridade em Angola, país onde nasci e cresci, e que em conjunto com outros colegas do mesmo ano que também pretendiam prosseguir estudos na área médica, criámos um grupo e concorremos ao curso de Medicina.

Como vivia numa cidade no Sul de Angola e apenas existia Faculdade de Medicina em Luanda, o grupo acabou por ir para lá, onde também contei com o apoio da minha irmã, residente em Luanda e tudo se proporcionou nesse sentido.

Posso dizer que o meu percurso académico foi bastante razoável, tendo sido sempre boa aluna (risos).

Entretanto houve Independência em 1975, tendo com isto o curso ficado interrompido e nesse espaço casei e tive o meu primeiro filho. Após a Independência fiquei em Angola por 2 anos, não tendo

beneficiei porque vocês sempre foram um estímulo...

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terminado lá o curso, mas sim em Portugal.

Ao vir para Portugal, não me foram dadas todas as equivalências e regressei ao 4º ano de Medicina na FMUC e onde conclui o curso, nesse tempo já casada e com 2 filhos (risos).

Após a conclusão do curso de medicina, frequentei 2 anos de internato geral, porém, por atrasos nos exames de candidatura à especialidade, tive de esperar 5 anos até ingressar na especialidade de Estomatologia.

Estomatologia porque naquela época dava-me uma certa independência laboral para não ser destacada para outras cidades e poder conjugar a componente familiar já edificada. Pesquisei sobre Estomatologia aqui nos CHUC e por uma boa equipa e manancial de doentes foi o motivo que me levou a essa mesma escolha.

A carreira de docência foi um ato ponderado?

A carreira de docência surgiu por solicitação do Professor Maló de Abreu, o fundador do curso de Medicina Dentária nesta casa, tendo pedido apoio aos médicos estomatologistas nas diversas áreas que seriam ministradas. Ainda estive uma ano a lecionar bases médicas de cardiologia, mas depois fui logo recrutada para a minha área de formação, a medicina Oral, na qual estive sempre ligada até ao fim do meu percurso nesta casa.

Gosto fundamentalmente do contacto com os alunos, do contacto com a prática, é o que eu mais gosto e acho que vocês também sentiram isso... Nós beneficiámos muito.... De facto vocês beneficiaram em termos de termos a nossa formação em estomatologia para vos incutir o raciocínio médico no enquadramento do doente como um todo. E eu também beneficiei porque vocês sempre foram um estímulo... Foram 30 anos dedicados a esta casa e a vós...

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“Gosto fundamentalmente do

contacto com os alunos, do contacto com a prática, é o que eu mais gosto e acho que vocês também sentiram isso...

Com a criação do curso de Medicina Dentária deve ter havido certamente uma reorganização estrutural no Serviço de Estomatologia para a edificação do curso de Medicina Dentária, tal qual como conhecemos hoje. Como encarou este processo?

O mentor do curso foi o Professor Maló de Abreu, tendo tudo bem planeado para a edificação da escola de Medicina Dentária de Coimbra, com o apoio multidisciplinar dos médicos Estomatologistas Dr. Leite da Silva (Dentisteria Operatória e Endodontia), Dr. Carlos Ribeiro (Cirurgia e Patologia Oral), Dr. Branquinho (Prostodontia Removível e Oclusão) e o Dr. Faria Gomes (Prostodontia Fixa), mantendo-se sempre a afiliação à Faculdade de medicina, e por conseguinte, nós médicos internos mais novos à época acabámos por reforçar as várias valências curriculares da Medicina Dentária. Com o curso de Medicina Dentária em Portugal, vieram para a nossa escola os primeiros médicos dentistas complementar a equipa de docência e a formação em Medicina Dentária.

Considero que a Estomatologia e a Medicina Dentária complementam-se entre si. A

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Estomatologia é o todo. Enquandramos o doente sistemicamente, sendo que a Medicina Dentária na sua vertente mais técnica vem reforçar e dar um importante contributo. Sinto que vos ajudei a enquadrar o doente para a vossa atuação médico-dentária e que transmiti as bases para o seu exercício cuidadoso e em segurança.

Sente que foi parte integrante desta casa? Gostaria de partilhar alguma história que a tenha marcado especialmente?

Sim acho que de certa forma fiz parte integrante desta casa. É engraçado agora que estou aposentada, claro que tenho saudades do Serviço de Estomatologia e dos doentes, mas sinto que ficou uma ligação especial com a Área da Medicina Dentária, não só pelos docentes que constituem o grupo do qual fiz parte, como também com os estudantes. Uma pessoa sente-se grata quando vai a qualquer lado e os alunos vão ter connosco...

Quanto a memórias tenho muitas...

Uma situação particular que jamais esquecerei foi a de uma aluna que emigrou para a Inglaterra e que me enviou um postal de agradecimento ao contributo para o conhecimento transmitido porque de facto conseguiu por em prática e recordar o que em tempos lhe havia ter sido ensinado.

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Recordo ainda que na Estomatologia tivemos cerca de 20 anos sem médicos internos, portanto, os Estudantes de Medicina Dentária foram o nosso estímulo.

Que conselhos daria aos jovens finalistas que daqui a poucos meses serão profissionais liberais sem o apoio habitual dos professores?

Terem consciência de não avançarem naquilo que não sabem, reconhecerem os limites do vosso conhecimento.

Não tenham vergonha de adiar qualquer ato não urgente, para estudarem, informarem-se ou pedir apoio a profissionais que vos rodeiam, daí a importância de uma equipa multidisciplinar.

Esta escola de Medicina Dentária tem núcleos de formação e de conhecimento tão vastos e um contacto rico em doentes do SNS, levarão daqui as melhores bases para a vossa vida profissional.

Tenham portanto, consciência do que estão a fazer, não se esqueçam da importância de uma História Clínica completa, não arrisquem e sejam humildes no vosso conhecimento. Não tenham a ideia que com a conclusão do curso ficaram a saber tudo, cada dia é um dia que vão aprender algo mais, apostem em formação contínua e não se abandonem.

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NEMD/AAC

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NÚCLEO DE ESTUDANTES DE MEDICINA DENTÁRIA Envolver a Academia e Elevar a Medicina Dentária

Associação Nacional de Estudantes de Medicina Dentária Rúben Felizardo Presidente da Direção da ANEMD

Há três anos nasceu a Associação Nacional de Estudantes de Medicina Dentária (ANEMD) na plena materialização do sonho de um conjunto de corajosos dirigentes associativos, despidos de interesses alheios e enleados com um ideal maior do que eles mesmos: servir os Estudantes de Medicina Dentária. Esse início histórico, que marcou de forma indelével a Medicina Dentária em Portugal, apenas foi possível graças ao contributo indispensável do NEMD/AAC. Por essa razão, expresso a minha mais profunda gratidão ao vosso Núcleo, que tomou a iniciativa de constituir a ANEMD, que lhe atribuiu uma morada e que sempre acrescentou mais peças àquela que é a grande casa de todos os estudantes de Medicina Dentária. Prova disso são os quadros que o NEMD/AAC soube emprestar à ANEMD ao longo dos últimos anos, que empreenderam um trabalho extraordinário.

Tem sido uma experiência

excecional colaborar convosco desde o primeiro dia e poder testemunhar de perto todo o trabalho que têm desenvolvido em prol dos estudantes da vossa faculdade. Se já para mim eram uma referência, quando ocupei outras funções de dirigente associativo, estou certo de que no futuro continuarão a ser um exemplo de convicção e irreverência.

E é precisamente dessa convicção e irreverência que se ergue a verdadeira essência do Associativismo Académico.

Na ANEMD, estes últimos três anos foram marcados por um crescimento estruturado e consolidado, pela dignificação da Medicina Dentária e pela valorização das vontades dos estudantes. Agora, em pleno culminar dessa jornada, surge uma nova equipa que se propõe a honrar o prestigiado legado que deve ser preservado, a espelhar a transformação do paradigma atual e a concretizar o futuro que todos perspetivamos para

a Medicina Dentária. O atual mandato da ANEMD, que iniciou oficialmente funções no dia 16 de outubro de 2020 e tomou posse formalmente no dia 24 de abril de 2021, assumiu duas prioridades, que constituem as traves-mestras de toda a nossa atuação, emanam os princípios orientadores da ação da Direção e respaldam a execução de todas as atividades. “Envolver a Academia, Elevar a Medicina Dentária” é o desígnio que nos comprometemos a cumprir e que reflete o paradigma que pretendemos alcançar, sem esquecer nem desmerecer o prestigioso legado que deve ser preservado e perspetivando um futuro ambicioso, na defesa de uma Academia enredada com a atribuição de

defender um melhor ensino médico-dentário. “Envolver a Academia” figura a primeira prioridade e corresponde ao reforço da intervenção interna, de apoio incondicional aos nossos associados, atendendo às suas necessidades e expetativas, complementando a sua atividade e envolvendoos na contínua construção do propósito comum da ANEMD. Defendemos uma visão estratégica de trabalho conjunto, numa verdadeira política de proximidade, que se traduz na entreajuda, cooperação e solidariedade entre todos. “Elevar a Medicina Dentária” constitui a segunda prioridade, que descende da anterior, e traduz a projeção desejada da ANEMD na

comunidade estudantil e classe profissional médico-dentária, bem como na sociedade civil, pela via da profissionalização da sua dinâmica interna, que irá produzir credibilidade na ação externa. Essa é uma premissa fundamental para granjearmos acreditação das nossas tomadas de posição e para representarmos o baluarte indivisível das vontades conjuntas dos estudantes.

Para concretizar esse fim, ambicionamos uma ANEMD que se assuma, cada vez mais, como a maior referência nacional e internacional na representação e defesa do superior interesse dos estudantes de Medicina Dentária em Portugal.

36 • A atual direção da ANEMD tem trabalhado persistentemente na execução do plano de atividades legitimado pela nossa Assembleia Geral, composta pelos representantes dos estudantes de Medicina Dentária das sete escolas médico-dentárias. O órgão executivo da Associação abraça nove áreas, responsáveis pela concretização de várias atividades adstritas. Ao longo dos últimos seis meses iniciámos uma vasta reestruturação interna, que culminou numa extensa revisão estatutária; participámos num painel de debate do 29.º congresso da Ordem dos Médicos Dentistas; reforçámos o contacto e o acompanhamento dos nossos associados; lançámos o Fórum Ensino e Profissão MédicoDentário; publicámos uma tomada de posição política pela integração dos estudantes de medicina dentária na primeira fase do plano de vacinação contra a covid-19, que foi sendo reforçada pela inação do Governo; contribuímos ativamente no Fórum Nacional de Estudantes de Saúde, na European Dental Students’ Association, na International Association of Dental Students e no Conselho Municipal da Juventude de Coimbra; inaugurámos o ciclo de conferências “Refletir a Medicina Dentária” e a plataforma de formação de dirigentes associativos; estabelecemos parcerias de interesse estratégico com a Associação Independente de Médicos Dentistas, a Associação Nacional de Clínicas e a Liga Portuguesa

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Saídas Profissionais Ana Rita Costa

Vogal do Pelouro Saídas Profissionais

Palestra “Prescrição farmacológica em Medicina Dentária: da faculdade para a clínica” a retomar as atividades presenciais do núcleo

Contra o Cancro; realizámos várias ações presenciais e online de promoção e educação para a saúde oral; divulgámos protocolos de emergência médica e campanhas de sensibilização; celebrámos as datas comemorativas relacionadas com a saúde geral e oral; cumprimos a 4.ª edição do Simpósio Anual, num formato online inédito; estreámos o ciclo de webinars sobre empregabilidade; lançámos oficialmente o Programa de Estágios Observacionais nas Clínicas Médico-Dentárias; renovámos a nossa rubrica “Tempo de Antena” no formato de pequenos vídeos e casos clínicos; e fomos admitidos no Conselho Nacional de Juventude, como membro de pleno direito. Para os próximos meses, entre outras atividades, temos previstos a realização do IX Encontro Nacional de Estudantes de Medicina

Dentária, a construção de uma Posição Global, a produção da nossa revista e do manual de normas gráficas; o lançamento do repositório de material de apoio ao estudo; e a elaboração de um estudo ao ensino médicodentário. Convoco todos os interessados a seguir o nosso trabalho nas páginas da ANEMD no Facebook, Instagram, Linkedin e YouTube.

Em nome da ANEMD, tenho a agradecer a exigência que têm para connosco, porque também vocês são exigentes e inexcedíveis. Faço votos de um excelente resto de mandato, na certeza de que estarão à altura dos desafios que se avizinham. Saibam que podem sempre contar com a ANEMD, porque estaremos onde sempre estivemos: ao vosso dispor.

O Pelouro Saídas Profissionais e Formação tem como principal objetivo complementar a formação ministrada em contexto académico com outras técnicas e metodologias, dotando os Estudantes do MIMD de espírito crítico e de busca por mais conhecimento, contribuindo para um melhor desempenho clínico e futuro.

Neste ano letivo, cheio de dificuldades, este Pelouro teve de se reinventar e por isso surgiu o projeto “Ciclo de Webinares em Medicina Dentária”. Para começar este ciclo nada melhor que o Dr. Rui Pereira da Costa com a falar do “Acesso em endodontia - Como decifrar o código?”. No 2º semestre contamos com a presença do Dr. João Borges com o Webinar “7 passos para o sucesso clínico em estética dentária”. Para finalizar este ciclo de eventos online, tivemos o Dr. André Almeida e a sua equipa com “O papel da medicina dentária na abordagem multidisciplinar da SAOS” e ainda o contributo dos nossos docentes Prof. Doutora Isabel Poiares Baptista e Doutor Orlando Martins com um

tema marcante na atualidade “Periodontite versus Covid-19: relação oficial ou oficiosa?”.

Além dos Webinares, o NEMD/ AAC aliou-se aos LEOS on the road - Uma missão em Guarani na maratona da empregabilidade, com vista a adquirir competências de comunicação para esta área.

Em parceria com o NEMD/ AAC, a Amplia, uma empresa de recrutamento de médicos dentistas para o estrangeiro, organizou uma palestra sobre a gestão de carreira no estrangeiro.

Ao longo do ano contámos também com palestras de sensibilização para a higiene oral com diversas marcas, nomeadamente a Oral B, Colgate, Curaprox e GUM.

Já no final do ano letivo, com as condições mais propícias, retomámos às atividades presencias do núcleo com a palestra “Prescrição farmacológica em Medicina Dentária: da faculdade para a clínica” a cargo da Doutora Daniela Alves Pereira.

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Empreendente Inês Raquel Pereira Embaixadora da Académica Start UC pelo NEMD/AAC

Ser embaixadora do projeto “Académica Start UC” é um desafio. A constante oportunidade de nos debatermos com situações que habitualmente não constam da nossa esfera quotidiana, faznos procurar por soluções e testar os nossos limites. É uma constante perceção de que existe um mundo por conhecer mas também por melhorar e que isso não se faz sozinho.

Descrevendo numa frase, é o entendimento de que a nossa zona de conforto tem de ser cruzada para dar origem a tudo o que pensamos ser inatingível.

O projeto “Académica Start UC” corresponde a uma rede de Embaixadores para o Empreendedorismo. É um projeto-piloto de sensibilização, educação e formação dos estudantes da Universidade de Coimbra para a inovação e empreendedorismo. Foi criado pela Universidade de Coimbra e pela Associação Académica de

Coimbra, unindo os 26 núcleos de estudantes.

Para além disso, em todas as atividades desenvolvidas, há uma procura por implementar o máximo de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) que conseguirmos.

No seguimento deste projeto, a primeira atividade celebrou o Dia Mundial da Água, na sua perspetiva de habitat natural para inúmeras espécies. Tendo em conta a situação pandémica atual em que a utilização da máscara é imprescindível para a saúde pública, esta atividade pretendeu alertar para a prévia remoção dos elásticos das máscaras seguida do seu despejo correto no lixo, após a sua utilização. Pretendeu-se alertar para o risco de ingestão dos polímeros de plástico que constituem as máscaras que muitas vezes têm como destino final rios e mares. Os elásticos são uma “armadilha” para os animais que circundam os ambientes aquáticos, tais como tartarugas ou aves, uma vez que grande parte destes animais ficam presos, levando à compressão dos seus membros, dificuldade de locomoção e ao desenvolvimento de infeções que, no pior dos casos, leva à sua morte. Esta ação de sensibilização, decorrida nos corredores do Departamento e divulgada nas redes sociais, apesar da sua simplicidade, teve um impacto significativo na alteração de comportamento nos nossos estudantes.

Nos dias 28 de abril a 1 de maio realizou-se a III Edição do EmpreenDente, um encontro de Empreendedorismo em Medicina Dentária, que procura despertar o espírito empreendedor e inovador, não só nos estudantes de Medicina Dentária, mas a toda a população. O formato online desta edição pretendeu fornecer ferramentas ao nível do desenvolvimento profissional, pessoal e sustentável. Com um painel de oradores diversificado, abordaram-se temas da esfera económica como gestão, gestão clínica, finanças e contabilidade, imprescindíveis para a entrada no mercado de trabalho e para qualquer empreendedor. Os participantes puderam também aprender como comunicar assertivamente e treinar a sua linguagem não verbal como também conheceram formas mais sustentáveis de exercer a profissão de Médico Dentista e de cuidar da sua higiene oral.

O EmpreenDente teve um caráter solidário para com todas as pessoas e famílias que vivem tempos mais difíceis devido às circunstâncias atuais, referenciando dois pontos de recolha de bens alimentares e de higiene pessoal localizados no Departamento de Medicina Dentária da FMUC e na Associação Académica de Coimbra, em que todos os bens angariados foram doados à instituição CASA – Apoio ao sem abrigo.

Assim, desafio todos os nossos estudantes a conhecerem um pouco mais sobre este projeto e a contribuírem de forma ativa no seu crescimento.

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Mordente • 2021 Instalação do “Telefone do Estudante”

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Pedagogia David Neves Vogal do Pelouro da Pedagogia do NEMD/AAC

O Pelouro da Pedagogia nasce da necessidade de ter sempre presente a voz dos estudantes, proporcionando uma comunicação essencial e acessível entre os mesmos, os docentes e a coordenação do MIMD. Relativamente às atividades, este ano levamos a cabo a actualização do habitual Guia do estudante, um manual didático e básico, no qual constam informações relevantes para aqueles que iniciam o seu ano letivo.

Ainda no primeiro semestre a introdução de um workshop via zoom sobre a gestão de stress e ansiedade em momentos de estudo e avaliação teve um feedback positivo por parte dos estudantes, que viram as suas dúvidas esclarecidas.

Com o sucesso das I Jornadas Pedagógicas, o NEMD/ AAC assumiu novamente o compromisso de tentar expor todas as realidades com uma segunda edição, ciente também

das suas limitações e desafios.

Através da plataforma Zoom e de um inquérito, fomos capazes de inferir sobre as maiores problemáticas do MIMD expondo-as e debatendo numa sinergia entre discentes e docentes, com vista a um propósito maior. Com a chegada da COVID-19, problemas como a reformulação dos horários, os ajuntamentos nos balneários ou o tempo disponibilizado para a realização dos exames.

Posteriormente foi realizado um relatório enviado aos docentes dos Institutos da Área da Medicina Dentária da FMUC, à coordenação e Direção da FMUC. De salientar também, a instalação do “Telefone do Estudante” exemplo de que pequenas medidas, fazem muita diferença para a rotina altamente específica dos Estudantes de Medicina Dentária.

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Relações Externas Mafalda Silva Vogal do Pelouro Relações Externas do NEMD/AAC

Numa época em que o mundo se fecha num casulo protetor, um mundo que quer, a todo o custo, evitar a exposição a uma pandemia que não conhece culturas nem fronteiras, falar de um Pelouro das Relações Externas é uma missão quase impossível. No entanto, e quase paradoxalmente, é nestes momentos que tem ainda maior sentido a existência de tal pelouro. Se as circunstâncias fecham o(s) mundo(s), nós estamos aqui para garantir que as portas estão lá e podem ser abertas a quem precisa.

Se os canais de acesso não puderam ser físicos nem baseados na mediação da presença física, houve que apostar nas potencialidades do digital e nas vias de comunicação remota. De vários modos e por várias estratégias procurámos estar presentes e marcar a nossa função na comunidade presente e futura.

Por isso, foram levadas a efeito duas atividades que gostaríamos de destacar.

A primeira delas foi realizada no dia 14 de dezembro de 2020, uma sessão de esclarecimento com a presença do Coordenador departamental Erasmus, o Prof.

Doutor João Miguel Santos e da Doutora. Nicole Dourado do Gabinete das Relações Internacionais da FMUC com o intuito principal de desmistificar e esclarecer alguns equívocos e ideias erróneas relativamente aos programas de mobilidade, bem como de acalmar alguns dos anseios que têm comprometido a adesão dos Estudantes de Medicina Dentária ao programa.

Para tornar tudo muito mais claro estiveram também presentes duas alunas que frequentaram o programa de mobilidade no ano letivo trasato e que partilharam com os presentes o seu testemunho.

A segunda iniciativa foi uma tentativa de, junto da comunidade do ensino secundário, realizar atividades que suprissem a não realização de eventos como a Futurália e o Qualifica, inviabilizados pelas

circunstâncias pandémicas em que nos encontramos. Para contactarmos com os potenciais candidatos ao curso, o Pelouro das Relações Externas do NEMD/ AAC participou em duas sessões de informação por via remota para os alunos do secundário, uma promovida pela associação Jovens do Castelo, de Mangualde, e outra em parceria com 3 associações de estudantes das escolas José Falcão, Dª.

Maria e Quinta das Flores de Coimbra, onde estiveram presentes outros núcleos da AAC. Para além das iniciativas realizadas, o pelouro esteve disponível para auxiliar alunos com interesse em realizar programas de mobilidade nas suas dificuldades.

Apesar do trabalho feito, sentimos que o mandato foi curto e ficou aquém da nossa vontade de fazer mais, mas as circunstâncias assim ditaram. Nem tudo pôde ser feito, mas também não deixámos cair os braços, desistentes, porque tudo o pudesse ser feito para alterar essas mesmas circunstâncias adversas foi tentado.

Apesar disso e por causa disso, o saldo é positivo.

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Saúde Pública e Intervenção Cívica Isabella Cruz Vogal do Pelouro Saúde Pública e Intervenção Cívica

Dádiva de sangue Em conjunto com o NEM/ ACC e com o serviço de sangue e medicina transfusional do CHUC, entre os dias 22 a 26 de Março, celebrámos o dia nacional do Dador de Sangue. Deste modo, promovemos a atividade da Dádiva de sangue. Dada a situação pandémica, coincidiu com um período em que os bancos de sangue necessitavam de toda a ajuda possível pelo que o NEMD fez um apelo a toda a comunidade estudantil para a necessidade de doar sangue.

Hospital do ursinho O hospital do ursinho resulta de uma iniciativa sem fins lucrativos do Núcleo de Estudantes de Medicina Da Associação Académica de Coimbra (NEM/ACC), realizado nos dias 26 a 30 de Abril. Devido à pandemia Covid 19, esta atividade foi adaptada para formato digital com o upload de vídeos e apresentações sobre diversos temas da saúde oral. Este projeto consiste na simulação de um hospital real em sintonia com o imaginário infantil onde são encenadas consultas nas quais a criança assume o papel de mãe/ pai/ e que leva o seu ursinho/ peluche ao médico. Esta atividade tem como objetivo desmitificar o “medo” despertado pelas batas brancas, hospitais e consultórios e aproximar a criança do médico, permitindo que esta se sinta mais confortável na presença dos mesmos. Este ano, para além das atividades online, algumas instituições e escolas mostraram-se disponíveis para a realização de apresentações, nas quais foram entregues 1000 kits com material de saúde oral como pastas, escovas, e folhetos de sensibilização para a saúde oral.

O Pelouro da Saúde Pública e Intervenção Cívica tem como principais valores a solidariedade, união e a educação social. É cada vez mais importante sermos uns para os outros e dar um sorriso a alguém. Através de diversas atividades e projetos procuramos educar e alertar a população para a realização de uma eficaz higiene oral, adaptado às diferentes faixas etárias. Para além disso, transmitimos informação relativa às situações patológicas mais frequentes para que toda a gente consiga identificar alguns sintomas de doença. Para isso, promovemos e realizamos diversas atividades, individuais ou em parceria com outras instituições.

Procuramos sensibilizar e apelar à participação de todos nestas causas humanitárias dado que um pequeno gesto pode fazer uma grande diferença na vida de alguém.

Atividade Solidária D(o)ar com coração Integrámos o projeto “D(o)ar com coração”, uma atividade solidária de recolha de bens alimentares e brinquedos, com a fundação Vítor Baía. Esta atividade pretendeu angariar bens que foram entregues à legião da Boa Vontade e que sob a forma de cabazes foram partilhados com famílias carenciadas de Coimbra.

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Webinar conversas de marmitas Para ajudar os estudantes de Medicina Dentária a ter uma alimentação mais equilibrada, variada e saudável, realizámos o webinar “Conversas de marmitas” com a nutricionista Patrícia Heitor. Neste webinar foram apresentadas várias sugestões e dicas saudáveis sobre como realizar uma refeição para os almoços, lanches e jantares tendo em conta os seus horários, hábitos, bem como as diferentes necessidades nutricionais. O feedback demonstrado pelos nossos estudantes foi bastante positivo!

Dia mundial da saúde oral Perante a situação atual o dia 20 de Março de 2021, foi celebrado de uma forma diferente. Foram publicadas nas redes sociais dicas sobre uma higiene oral eficaz, os diferentes tipos de escovas, o uso do fio dentário, os bochechos e as diferenças e adaptações que devem ser feitas consoante a idade da pessoa. Além disso, também foi transmitida informação de temas relacionados com a alimentação, o cancro oral, extracões dentárias e cuidados a ter, problemas sistémicos e por fim sobre a relação do COVID-19 com a cavidade e saúde oral.

Projeto Educando Sorrisos Este projeto consiste na realização de palestras e apresentações formativas sobre a saúde oral em escolas, infantários e instituições. Estas apresentações são adequadas ao público em questão, nas quais os estudantes de Medicina Dentária abordam temas básicos acerca da higiene oral e cuidados de manutenção que devem ser realizados, alertando para a existência de diversas patologias orais. O nosso propósito é o reforço na motivação, confiança e saúde da população.

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Saúde Pública

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Pai natal da clínica Na quadra natalícia, realizámos a celebração do “Pai Natal na Clínica” durante as consultas de odontopediatria. Estudantes voluntários interpretaram o pai natal, falando com a crianças de forma entusiasta, e demonstraram a importância de uma boa higiene oral para a saúde de todos.

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Recreativo - Cultural Edna Caldeira

Sara Marques

Vogal do Pelouro Recreativo-Cultural

Coordenadora do Pelouro Recreativo-Cultural

De acordo com o seu comprometimento inicial, o Pelouro Recreativo - Cultural tentou ao máximo manter a proximidade entre os estudantes que representa, mesmo durante a crise pandémica que vivemos, o que incluiu um confinamento obrigatório nacional. Dinamizou várias atividades de cariz cultural e social, incitando a inclusão de todos.

Medicina Dentária é um curso que se prima pelo trabalho em equipa e entreajuda, por isso, a inclusão social e criação de laços interpessoais de maior proximidade era uma clara prioridade para o Recreativo Vertente Cultural. Em jeito de reflexão final, pensamos que cumprimos o nosso primordial objetivo.

Organizámos cinco grandes atividades, a Game Night, que contou com duas edições, o Flower Power, convívio anual do MIMD da FMUC, na sua primeira versão online, a visita às gravações do programa de televisão ‘5 P’ra Meia Noite’ e a IX Gala Sorrisos D’Ouro.

No contexto pandémico vivido atualmente, os estudantes do Mestrado Integrado em Medicina Dentária procuram soluções online de forma a combater a falta de atividades presenciais de cariz social.

Sendo um curso pequeno, procuram-se momentos que fomentem a união e socialização entre colegas de curso. Como tal, o Pelouro Recreativo Vertente Cultural, ciente destas necessidades dos estudantes, desenvolveu a atividade intitulada Game Night, com o objetivo de introduzir os novos estudantes aos colegas mais velhos e fomentar, também, a socialização entre colegas já conhecidos. Devido ao sucesso da atividade, o pelouro voltou a repetir a mesma, diversificando um pouco o seu formato, de forma a evitar a estagnação da mesma.

A atividade teve como premissa a competição entre equipas feitas de forma completamente aleatória, que participavam em vários jogos e quizzes, enquanto estavam presentes em videochamada em conjunto com um membro do pelouro, que os coordenava e pontuava.

A Game Night cumpriu com o seu objetivo primário de socialização e criação de relações interpessoais, criando um ambiente de serão divertido para todos os envolvidos. Consideramos que a sua sequela também correspondeu às expectativas criadas pelo feedback positivo inicial.

O Flower Power é uma atividade anual dinamizada pelo NEMD/AAC sob a forma de convívio.

O Recreativo Vertente Cultural, este ano, promoveu a sua primeira versão online.

Foi criada uma playlist pública, de forma a que todos os estudantes pudessem simular o seu próprio Flower Power em pleno confinamento. Também decorreu um giveaway na plataforma Instagram onde foi oferecida uma coluna Bluetooth e um kit de acessórios de motivos relacionados com a imagem de marca da atividade, também de forma a que o estudante vencedor pudesse viver o seu próprio Flower. Por fim, foi incluído um concurso de fotografia, cujo devido prémio era composto por uma escova elétrica e um conjunto de trinta unidades de pasta dentífrica, tudo cortesia da nossa parceira Oral-B. A atividade serviu o seu propósito e não deixou a data passar em branco, visto que a mesma tem um grande significado na comunidade estudantil do MIMD, que todos os anos anseia pelo convívio em questão.

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Por fim, a IX Gala Sorrisos D’Ouro é um projeto no qual o pelouro está envolvido no presente momento de escrita deste pequeno texto.

A Gala do NEMD/AAC é também uma atividade anual, que já contou com oito edições incrivelmente bem sucedidas. A sua realização em contexto virtual apresenta-se como um óbvio desafio, mas o pelouro está pronto para o enfrentar e dar o seu melhor para criar a Gala com a melhor qualidade possível, de forma a, mais uma vez, honrar o seu compromisso para com os seus estudantes. Aquando publicação do presente artigo, a Gala já terá sido transmitida no canal de YouTube do NEMD/AAC, e convidamos todos os leitores a revisitar a transmissão.

A visita às gravações do programa televisivo ‘5 P’ra Meia Noite’ sucedeu-se decorrente de um desejo de criar uma atividade completamente nova que pudesse trazer uma oportunidade de serão divertido a alguns estudantes. Estes estudantes deslocaram-se aos estúdios de gravações do canal RTP1, na Venda do Pinheiro, onde puderam fazer parte do público durante a gravação do último episódio de 2020.

Mais uma vez, acreditamos que a atividade tenha sido um sucesso, e que tenhamos conseguido divertir os nossos estudantes e conceber mais uma oportunidade de criação de laços entre os mesmos e os que assistiram a partir das suas casas.

E assim se resume o presente mandato de atividades do pelouro Recreativo Vertente Cultural da Direção do Núcleo de Estudantes de Medicina Dentária da Associação Académica de Coimbra do ano 2020/2021. O pelouro espera ter conseguido corresponder a todas as expectativas sobre si colocadas, questionando-se se as conseguiu até superar. A título de reflexão pessoal, a vogal e coordenadora tiveram imenso gosto em realizar todas estas atividades, sentindonos realizadas e contentes com o trabalho concretizado.

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Recreativo-Desportivo Pedro Silva Vogal do Pelouro Recreativo-Cultural do NEMD/AAC

2020 foi, definitivamente, um ano marcante para toda a comunidade académica e os estudantes do MIMD não foram exceção. Com o instalar de uma pandemia, os estudantes viramse obrigados (ou COnVIDados) a ficar em casa e a adotar um novo método de ensino: o ensino à distância. Certamente, o isolamento social e as muitas horas passadas de frente ao ecrã não foram favoráveis à adoção de uma postura adequada, descomprimir e praticar exercício físico. Como tal o NEMD/AAC achou que deveria intervir e incentivar os nossos estudantes a levantarem-se das cadeiras e exercitarem-se.

De modo a aproveitar a onda de webinares que surgiram com o teletrabalho, o Pelouro Recreativo-Desportivo deu início às suas atividades desenvolvendo um webinar relacionado com “A importância da Medicina Dentária Desportiva no Alto Rendimento”. E que melhor maneira de ingressar nesta dinâmica com a parceria do Núcleo de Estudantes de Ciências do Desporto e Educação Física da Associação Académica de Coimbra? Com os dois núcleos unidos e em conjunto com o Dr. André Judice, médico dentista responsável pela consulta de Medicina Dentária Desportiva no Instituto Universitário Egas Moniz, e as suas colaboradoras Laura Fernandes e Carolina Fernandes, foi possível contar com 266 inscritos, desde a Universidade de Coimbra a outras instituições nacionais e estrangeiras! Com

esta atividade foi permitido introduzir uma nova área de ação da Medicina Dentária e despertar o interesse dos nossos estudantes em explorar novos conceitos.

Uma vez que este ano não foi possível desenvolver os torneios como a Dentária Champions League e a Dentária Voleibol League, o NEMD/AAC lançou o desafio “Football Challenge” nas suas redes sociais, para despertar o espírito de competição saudável e promover um momento de descontração do stress das aulas e estudo, enquanto se pratica algum exercício físico. O desafio consistiu em dar o maior número de toques na bola durante um minuto e o estudante Tomás Marinho revelou-se um craque, angariando um total de 148 pontos!

Sempre atentos às medidas de segurança lançadas pela DGS e às novidades relativas à Liga Académica dos Jogos Universidade de Coimbra (JUC), o NEMD/AAC mostrou-se disponível em fazer chegar aos estudantes um incentivo para representarem o curso e a faculdade na competição que envolve todos os núcleos de todas as faculdades da

UC nas modalidades de Ténis, Ténis de Mesa e Badminton.

Infelizmente, com a evolução da pandemia e imposição de um novo confinamento, a Liga foi adiada, mas está previsto o seu retomar em breve e o núcleo deseja a maior sorte aos corajosos que quiserem defrontar as outras faculdades neste grande torneio.

Com o ano letivo por terminar, o Pelouro Recreativo-Desportivo promete não ficar por aqui e pretende retomar a “Dentária Night Runners”. O núcleo quer incentivar os estudantes a largarem a Netflix e o Tiktok e chama os mesmos a virem correr pela cidade de Coimbra, passando em alguns dos seus locais mais emblemáticos. Deste modo, surge aqui uma nova oportunidade para todos se conhecerem melhor e integrar os novos estudantes no grande grupo que é o MIMD.

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PROLONGAMENTO Medicina Dentária Sustentável

Drª. Ana Rita Cardoso

A medicina dentária é uma profissão que contribui em muito com resíduos poluentes, consumo de água e energia bastante elevados e enorme desperdício de materiais descartáveis. Por estas razões, constitui uma ameaça para o meio ambiente e revela a necessidade desta prática clínica ser ambientalmente sensível e direcionada para a sustentabilidade. Podemos definir Medicina Dentária Sustentável como uma abordagem alternativa à Medicina Dentária Convencional, que reduz o impacto ambiental das suas práticas, mantendo o nível de consumo de recursos em harmonia com a economia da natureza, salvaguardando o ambiente externo através da redução de resíduos e promovendo o bem-estar de todos aqueles no ambiente clínico, mantendo os produtos químicos fora do ar respirável.

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Os primeiros passos para tornar a minha prática e o meu consultório mais sustentável: Desenvolver um plano de redução de resíduos, que passa por implementar os quatro Rs: Repensar, Reduzir, Reutilizar e Reciclar; Combinar procedimentos e fazer marcações de familiares e/ou pessoas que coabitam em horários próximos, para reduzir o número de visitas e viagens;

Converter o sistema de registos clínicos dos pacientes em papel para registos digitais;

Procedimentos restauradores dentários livres de amálgama e consequentemente de mercúrio; Quando for necessária a compra de um material descartável plástico deve-se escolher aqueles que têm na sua composição polietileno (PE), polipropileno (PP) e tereftalato de polietileno (PET) ao invés de PVC e policarbonato;

Sempre que possível reciclar alumínio, vidro, plástico, papel e metal; Evitar materiais em pequenas doses individuais descartáveis;

Preferir materiais reutilizáveis, em vez de descartáveis;

Desligar os aparelhos quando não estão em uso; Preferir instrumentos em aço inoxidável, metálicos e/ou autoclaváveis; Reutilizar as caixas do laboratório;

Usar barreiras descartáveis, de plástico ou papel somente quando realmente for necessário; Encomendas em volume e pedidos combinados, para que se reduzam embalagens e transportes;

Escolher os fabricantes e os serviços mais próximos; Optar pela compra de produtos com uma embalagem mínima; Dispositivos de escritório (impressoras, computadores) e gerais energeticamente eficientes;

Iluminação LED ou fluorescente compacta, em vez de halogénea/incandescente.

A medicina dentária sustentável, para além de ser mais segura para a saúde dos pacientes, da equipa médico-dentária e para o ambiente, já demonstrou ser economicamente viável. O ambientalismo e a sustentabilidade estão a tornar-se rapidamente uma prioridade mundial, demonstrando que a sustentabilidade em medicina dentária não se trata de uma moda ou tendência passageira.

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Queijadas de Laranja Ana Dionísio

Dentária Cook Receitas saudáveis para animar os dias de clínica Procuras um estilo de vida mais saudável e não sabes por onde começar? Pequenas mudanças fazem toda a diferença. Não penses que por ser mais saudável não é saboroso, é possível conciliar ambos. Existem imensas formas de combinar sabores e de criar receitas únicas.

Hoje trazemos-te duas receitas fáceis de preparar para te aventurares na culinária.

Ingredientes: 3 ovos 1 colher de sopa de mel Sumo de 2 laranjas 1 iogurte proteico natural 5 colheres de sopa de flocos de aveia 1 colher de sopa de farinha de espelta 2 colheres de sopa de farinha de trigo Fermento em pó Modo de preparação: Misturar os ovos, o mel, o sumo de laranja e o iogurte num recipiente. Adicionar as farinhas, os flocos de aveia e o fermento e triturar com a varinha mágica. Colocar em formas e decorar a gosto (neste caso pepitas de cacau e sementes de chia). Por fim, levar ao forno uns 10 minutos a 200º C.

Smoothie de Framboesa Ingredientes: 200g de framboesas congeladas 150ml de bebida vegetal ou leite 1 colher de chá de sementes de sésamo 1 colher de chá de gengibre em pó 1 scoop de whey de baunilha (opcional) Modo de preparação: Colocar tudo na liquidificadora e triturar por 2 minutos.

Agradecimento à equipa editorial

João Pedro Matos Beatriz Hipólito Bernardo Moreira Edna Caldeira Sara Marques David Neves Diana Rodrigues Ana Rita Costa Pedro Silva Mafalda Silva Isabella Cruz Ana Dionísio Bianca Gomes Eliana Melo Inês Silva Inês Pereira Designer: Ana Verónica www.euanaveronica.com

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