Greenwish 2015

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Revista do NĂşcleo de Estudantes de Engenharia do Ambiente/AAC - 2014/2015

#4 - MAIO 2015

GREEN WISH



EDITORIAL Inovar hoje para ter melhor no Futuro! Chegamos hoje à quarta edição da Revista GreenWish, um projeto que nasceu em 2011/2012 e que ao longo destes 4 anos foi inovando o seu aspeto, a sua qualidade, a sua imagem mas sem nunca esquecer os seus princípios. Um projeto como este é sempre aliciante pois envolve um grande trabalho de sintonia entre a equipa, responsável pelo mesmo, e as pessoas que participaram neste projeto com a escrita de artigos relacionados com a área ambiental, a quem eu aproveito para muito encarecidamente agradecer por todo o tempo disponibilizado. Nas várias seções disponíveis para leitura, nesta edição podem

contar com artigos escritos por alunos e ex-alunos do nosso curso assim como por professores do mesmo. Para além disso, têm ao vosso dispor entrevistas e artigos de opinião sobre diversas temáticas, como “Erasmus”, “Associativismo”, “Estágio”, “Universidade” e “Cultura & Lazer”. Ao longo das edições da GreenWish um dos principais objetivos foi sempre tentar aumentar a fasquia da mesma com o intuito de aumentar a qualidade da revista. Descobrir oportunidades, saber agarrá-las, inová-las e ser capaz de procurar recursos para que os possamos transformar em sucesso será sempre o lema da GreenWish, usufruam!

Marco José Marreiro

Equipa NEEA 2014/2015 (faltam elementos) Da esquerda para a direita e de cima para baixo: Gonçalo Felgueiras, Elton Gonçalves, Pedro Veríssimo, Marco Marreiro, Alberto Veloso, Ricardo Luís, Stephanie Capelas, Brandon Luz, Susana Cardoso, Renata Ataíde, Carolina Almeida, Catarina Alçada, Ana Rita.


ÍNDICE ESPAÇO ARTIGOS (6-16) Importância geológica das arribas calcárias da península de Peniche

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A ilha de plástico

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Utilização de drones para o combate da desflorestação

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Validação de uma nova tecnologia termográfica para a monitorização de variáveis hidroclimatológicas e ambientais

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A Casa Adaptável à nossa Vida com Efeitos Positivos na Pegada Ecológica 12 Cidade do futuro: Masdar City

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Novos velhos problemas da gestão da água

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ESPAÇO TESES (17-20) Aproveitamento da água da chuva para fins não potáveis em zonas urbanas 17

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Da grafite ao grafeno

ESPAÇO ERASMUS (21-25) Intercâmbio de estudos em universidades congéneres

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Experiência ERASMUS 4


ESPAÇO ASSOCIATIVISMO (26-31) ANEEA por José Oliveira

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José Rodrigues em entrevista

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ESPAÇO UNIVERSIDADE (32-37) Estágio de Verão

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Acabei a universidade… E depois?

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CULTURA E LAZER (38)

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IMPORTÂNCIA GEOLÓGICA DAS ARRIBAS CALCÁRIAS DA PENÍNSULA DE PENICHE Luís V. Duarte

MARE - Marine and Environmental Sciences Centre, Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, Departamento de Ciências da Terra, Coimbra, Portugal; lduarte@dct.uc.pt

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península de Peniche constitui um espaço natural de referência da nossa zona costeira, muito devido ao impacto na paisagem das suas falésias calcárias e que têm no Cabo Carvoeiro um valor cénico de rara beleza. Estas falésias mostram uma sucessão estratigráfica de diferentes rochas de natureza carbonatada que, sobrepostas em várias centenas de estratos (Fig. 1), registam uma parte significativa do Jurássico Inferior (em especial entre os 195 e os 174 Ma).

Figura 1 – Aspeto geral da zona costeira setentrional da península de Peniche onde sobressaem arribas compostas por unidades margo-calcárias, datadas do Jurássico Inferior. 6

Considerado o local que melhor exprime em Portugal este período da história da Terra (ver, por exemplo, Duarte, 2004), estudos recentemente realizados em Peniche têm projetado este local, não só no panorama nacional mas, em grande parte, pela importância científica do seu registo geológico a uma escala internacional. Facto que é amplamente demonstrado através do elevado número de trabalhos publicados em revistas especializadas do domínio das geociências. Entre as suas principais evidências, ressaltam estudos relativos ao potencial de geração de hidrocarbonetos do Sinemuriano-Pliensbaquiano e toda a multiplicidade de temas associados ao chamado evento oceânico anóxico do Toarciano inferior (EOAT; cerca dos 182 Ma), que tem hoje, nos registos geoquímicos e paleontológicos de Peniche, uma série de respostas quanto às grandes mudanças à escala global (entre outros, extinção em massa, perturbação do ciclo do CO2 e anoxia), ocorridos naquele intervalo do Mesozoico. Como se esses argumentos não satisfizessem a enorme relevância da geologia de Peni-


ESPAÇO ARTIGOS

áreas afins, tendo como ponto alto a observação e discussão do EOA-T, que reflete uma mudança global com impactos na atmosfera, oceanos e biosfera. Para além de todo o conhecimento existente, de grande potencial científico, são evidentes as implicações que o registo geológico de excelência de Peniche deverá ter no planeamento e ordenamento deste território. Os exemplos acima expostos, pela sua necessidade de preservação, assim como muitos outros de impacto mais local (Brecha vulcânica da Papôa, fenómenos de carsificação, etc…), obrigam a que estas matérias sejam apreendidas por todos os agentes associados às ciências ambientais. Mais ainda, que tenham dos órgãos administrativos competentes a necessária sensibilidade de modo a que possam dar a melhor resposta de intervenção no que diz respeito à conservação e valorização deste registo singular do planeta Terra.

che, a Comissão Internacional de Estratigrafia, órgão tutelado pela União Internacional das Ciências Geológicas (IUGS), acaba de homologar, em dezembro de 2014, o estratotipo (GSSP - Global Boundary Stratotype Section and Point) do limite PliensbaquianoToarciano (~182,7 Ma) no lugar de Ponta do Trovão. Este limite, que foi estudado por uma vasta equipa de investigadores, constitui o padrão mundial daquele intervalo de tempo necessário à correlação com sucessões estratigráficas daquela idade noutros pontos do planeta. Paralelamente a toda a investigação científica realizada no âmbito da geologia sedimentar, Peniche evidenciase, também, como laboratório natural, proporcionando a realização de atividades de índole pedagógica e educativa entre os mais diversos públicos (ver Duarte, 2010; Rilo et al., 2010). Incluindo iniciativas com estudantes de engenharia do ambiente e de outras

Referências:  Duarte, L. V. 2004. The geological heritage of the Lower Jurassic of Central Portugal: selected sites, inventory and main scientific arguments. Rivista Italiana Paleont. Strat. Milano, 110, 381388.  Duarte, L. V. 2010. Mudanças globais no Toarciano inferior de Portugal. Relevância científica e impacto educativo. e –Terra, VIII Congresso Nacional de Geologia, 15, nº.18, 4p..  Rilo, A.R., Duarte, L.V. & Tavares, A. 2010. Aa falésias calcárias da Península de Peniche (Costa Ocidental Portuguesa): Inventariação e caracterização do património geológico. In P. Florido & I. Rábano (Eds.), Una visión multidisciplinar del patrimonio geológico y minero. Cuadernos del Museo Geominero, 12, Inst. Geol. Minero de España, 173-189, Madrid.

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A ILHA DE PLÁSTICO DO PACÍFICO Magda Carolina Almeida

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xiste uma mancha de plástico no meio do oceano Pacífico que atinge 8 vezes o tamanho de Portugal Continental. Do plástico que é encontrado nesta “ilha”, metade é largado por navios e plataformas de petróleo, a outra metade desagua nos oceanos trazida pelos rios. Este desastre ambiental só tem piorado e o volume de plástico já aumentou o triplo num período de 10 anos. Uma vez que os oceanos estão todos ligados, o lixo acaba por chegar ao oceano Pacifico, independentemente do tempo que este circule noutros oceanos. Este lixo com o passar dos anos vai-se diluindo e vai formando um fluído poluente. Tratando-se de um caso de poluição ambiental, existem efeitos colaterais, nomeadamente nos seres vivos. O lixo afeta os seres vivos na sua alimentação, uma vez que ingerem plásticos e provoca também alterações hormonais, que já resultaram na queda da produção de esperma e no nascimento de mais fêmeas em relação a machos, o que resulta no decréscimo de algumas espécies. Existem também consequências para os seres humanos uma vez que ao serem ingeridos seres vivos que ingeriram produtos tóxicos, então também os seres humanos estarão a ingerir produtos tóxicos. Para além disto, estes resíduos

provocam a morte a diversos seres vivos, tendo já sido encontradas tartarugas que ingeriram isqueiros, peixes engasgados e presos em linhas de pesca e até mesmo aves marinhas com o estômago cheio de plásticos ingeridos nesta “ilha”. Acabar com esta “ilha” seria uma tarefa bastante complicada. Retirar a parte superficial apesar de ser trabalhoso era a parte mais fácil, visto que o pior é o que está por baixo desta. Como o plástico se fragmenta em pedaços microscópicos retirar esta camada implicaria remover microrganismos vivos, causando um impacte ambiental ainda maior. Uma possível solução para a remoção desta camada seria criar uma substância biodegradável e não tóxica, mas não é possível calcular os danos que poderiam surgir desta intervenção, por isso ainda não existe uma solução adequada para a retirada desta enorme quantidade de plástico do oceano Pacífico. 8


ESPAÇO ARTIGOS

UTILIZAÇÃO DE DRONES PARA O COMBATE DA DESFLORESTAÇÃO Catarina Alçada

BioCarbon

ado para o lugar em questão onde a cerca de dois ou três metros de distância do solo dispara uma semente germinada envolvida numa cápsula de hidrogel para que esta resista ao impacto. O disparo é realizado com velocidade suficiente para que a semente “entre” no solo. Um único drone é capaz de plantar mais de 10 sementes por minuto. A nível monetário este método é mais competitivo do que os métodos convencionais. Posteriormente à sua plantação, os drones podem ser usados para supervisionar o seu crescimento, assim como replantar caso seja necessário. A empresa BioCarbon Engineering tem esperança que este processo possa estar disponível até ao final do ano de 2015.

Engineering é uma startup com sede em Oxford, Inglaterra, que tem como objetivo combater a desflorestação com a utilização de drones para plantar mil milhões de árvores por ano e desta maneira reflorestar o planeta progressivamente. Atualmente, cerca de 26 mil milhões de árvores são queimadas ou cortadas. No entanto só 15 mil milhões é que voltam a ser plantadas. Segundo esta startup britânica, o primeiro passo para combater esta diferença baseia-se no mapeamento realizado pelos drones em todo o território florestal mundial para encontrar os locais onde a reflorestação seja essencial. Depois da identificação da área a ser reflorestada, um drone é envi-

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VALIDAÇÃO DE UMA NOVA TECNOLOGIA TERMOGRÁFICA PARA A MONITORIZAÇÃO DE VARIÁVEIS HIDROCLIMATOLÓGICAS E AMBIENTAIS João Pedroso de Lima

Professor do Laboratório de Hidráulica, Recursos Hídricos e Ambiente do DEC (FCTUC); plima@dec.uc.pt

A termografia baseia-se na dete-

ção da radiação infravermelha emitida pelos corpos convertendoa em imagens visíveis (termogramas) contendo informação sobre a temperatura da sua superfície. Esta tecnologia é já usada em diversas indústrias e na investigação como, por exemplo, construção civil, automóvel, aeronáutica, medicina, veterinária e agricultura. A aplicação de termografia de infravermelhos na determinação da variabilidade espacial e temporal de atributos edafoclimáticos foi iniciada, há alguns (poucos) anos, no Laboratório de Hidráulica, Recursos Hídricos e Ambiente (LHRHA) do DEC/FCTUC. Presentemente, os trabalhos de investigação em curso liderados pelo LHRHA envolvem alunos de doutoramento da Universidade de Coimbra e da Universidade Federal Rural de Pernambuco (Brasil) e vários investigadores (docentes e pós-docs) de várias instituições. Inicialmente foi dedicada atenção ao melhoramento de procedimen-

tos e protocolos experimentais de utilização das ferramentas termográficas aplicadas de forma inovadora à gestão dos recursos hídricos e do solo, nomeadamente na avaliação de variáveis ambientais. Numa segunda fase, tem-se alargado o âmbito, a escala e as áreas de aplicação da termografia, transferindo-se o conhecimento obtido em condições laboratoriais para o terreno. A aplicação da técnica termográfica baseia-se no estabelecimento de um diferencial térmico significativo numa superfície (e.g. solo/ pavimento) e que possa ser induzido facilmente. Os objetivos podem ser diversos: modelação do microrelevo da superfície do solo, caracterização da permeabilidade e macroporosidade do solo, quantificação de variáveis hidráulicas (e.g. profundidades e velocidades de escoamento pouco profundos; caminhos preferenciais), obtenção de histogramas do diâmetro das gotas da chuva. Por exemplo, a termografia permite mapear a permeabilidade do solo e o micro-relevo: aplicando

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água quente à superfície, ela escoa e tende a encaminhar-se para zonas mais profundas, acumulando-se em depressões e infiltrando-se nos macroporos superficiais ou em áreas de maior permeabilidade; consequentemente, estes locais vão apresentar temperaturas mais elevadas. Estas diferenças são registadas com câmaras termográficas, seguindose a visualização e análise dos registos térmicos (vídeos e imagens térmicas) e, posteriormente, o correspondente mapeamento da variável relevante identificada pelo movimento e/ou acumulação de água. Na imagem anexa apresenta-se um exemplo da aplicação da técnica na obtenção do microrelevo da superfície do solo

ESPAÇO ARTIGOS

com e sem a presença de restolho (neste caso, palha de arroz) a cobrir a superfície. Esta informação pode servir de base à modelação do processo precipitaçãoescoamento ou ao estudo hidráulico do escoamento superficial. No âmbito de trabalhos de investigação que estamos a desenvolver no Brasil esta técnica está a ser utilizada no campo visando a avaliação da erosão hídrica do solo e a implementação de medidas adequadas de conservação do solo e da água no semiárido. A vantagem competitiva desta técnica é a rapidez e facilidade de execução e os baixos custos de operação do equipamento e processamento de dados, comparativamente com outras técnicas.

Imagem retirada do artigo: de Lima, J.L.M.P. and J.R.C.B. Abrantes(*), 2014. Can infrared thermography be used to estimate soil surface microrelief and rill morphology? CATENA, 113, 314–322, doi:10.1016/ j.catena.2013.08.011. (*) Antigo aluno do MIEA: João Rafael Abrantes 11


A CASA ADAPTÁVEL À NOSSA VIDA COM EFEITOS POSITIVOS NA PEGADA ECOLÓGICA Marco Marreiro

Por vezes as casas onde habita-

mos não se encontram totalmente preparadas para acontecimentos que a vida nos reserva. A vinda de um animal de estimação, o casamento, o nascimento de um filho(a), o envelhecimento são eventos que, ainda que seja de boa maneira, condicionam o nosso dia-a-dia e, por vezes, requerem a mudança de casa. Foi devido a estas condicionantes que o atelier Henning Larsen Architects gerou uma casa para acabar com este padrão com pouca sustentabilidade. A Adaptable House, ou Casa Adaptável, está localizada em Nyborg, na Dinamarca, e foi gerada com o fim de poder albergar as mudanças de vida comuns. A habitação apresenta uma arquitetura maleável o que faz com que seja possível aos seus habitantes poderem desmontar ou ampliar partes da casa em novas formas, estendendo desta maneira o tempo de vida útil da habitação e fazendo com que as emissões de carbono sejam reduzidas a longoprazo. Esta Casa Adaptável apresenta um design baseado no conceito 12

de que o design maleável diminui os recursos que são utilizados assim como as emissões de CO2. As divisões com possibilidade de deslizarem e as paredes com hipótese de serem reconfiguráveis permitem modificar a aparência da habitação podendo também gerar ou retirar divisões. Tendo o atelier pensado em tudo na conceção desta casa, no caso do divórcio de um casal a habitação consegue ser dividida em duas podendo desta maneira criar-se duas novas casas distintas e totalmente independentes. Segundo as previsões dos arquitetos responsáveis por este projeto, o design criado para a Casa Adaptável possibilita à mesma diminuir 33 toneladas de emissões de CO2 quando comparada com uma habitação sazonal.


ESPAÇO ARTIGOS

CIDADE DO FUTURO: MASDAR CITY Mariana Martins

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sta cidade está localizada nos Emirados Árabes, mais concretamente em Abu Dhabi. A construção do projeto foi iniciado em 2006 e espera-se que esteja concluída até 2025. Terá capacidade para 50 mil habitantes e mil empresas especializadas em energia sustentável, nos seus 6 mil km² de extensão. Tem como principal objetivo ser uma Smart City que não emita nenhuma quantidade de dióxido de carbono. A principal fonte de energia a utilizar será a fotovoltaica que irá ser gerada pelos painéis solares instalados nos telhados dos edifícios, além disso a cidade já conta com uma “quinta solar”, um complexo de 87 mil painéis solares distribuídos por 22 hectares, que tem capacidade para produzir 17.500 MWh de eletricidade limpa por ano. Esta energia também irá ser usada para a gestão de aquecimento de água. Outro dos objetivos é atingir um número significativo na redução do uso de água da cidade. De acordo com o projeto será possível economizar 54% deste recurso natural através da dessalinização do mar, tornando a água potável. A cidade contará também com 13

um sistema de climatização, devido à temperatura no Verão puder atingir os 50º Celsius, que utilizará a brisa do mar do Golfo Pérsico. Para realizar o arrefecimento da cidade as ruas terão que ser posicionadas de maneira a canalizar os ventos, tendo uma economia de 55% na refrigeração. O sistema de transporte irá basear-se na utilização de automóveis elétricos com capacidade para 23 pessoas, que irão circular sobre trilhos subterrâneos. Dessa forma, o número de veículos pela cidade será limitado, além dos carros não poluírem a atmosfera e a superfície, as ruas da cidade ficarão livres para os pedestres. Todos os prédios de Masdar, tanto comerciais quanto residenciais terão um sistema de gerenciamento de resíduos. O lixo é separado corretamente dentro dos edifícios e levado para centros de reciclagem que se encarregam de administrar o conteúdo.


NOVOS VELHOS PROBLEMAS DA GESTÃO DA ÁGUA Maria Conceição

Professora Catedrática na área de Hidráulica, Recursos Hídricos e Ambiente do DEC/FCTUC; mccunha@dec.uc.pt

Algumas

gindo mudanças de comportamentos a que a gestão da água não pode ser alheia. No virar do milénio, o abastecimento de água foi considerado como uma das quatro principais realizações da engenharia do Século XX pela American Society of Civil Engineers. Mas se por um lado estamos envolvidos na construção de cidades inteligentes, por outro há comunidades que não têm sequer acesso a uma torneira de água potável. Os desafios enfrentados pela sociedade contemporânea não podem ser vencidos apenas com o concurso das ciências naturais e da engenharia. Temos de nos perguntar se as inovações tecnológicas do século XXI, por si sós, propiciarão maior inclusão social e sociedades mais democráticas. A gestão da água necessita de abordagens Interdisciplinares (colocando em diálogo as ciências exatas e da engenharia, as ciências da vida, as ciências naturais e as ciências sociais) e exige uma coordenação interinstitucional das

décadas passaram sobre a conceptualização da ideia de desenvolvimento sustentável. Um longo caminho foi percorrido desde então com muitos momentos de sucesso. Mas isto não quer dizer que não estejamos perante questões sistémicas persistentes e complexas sobre as quais é preciso que nos debrucemos. A aceleração pós segunda guerra mundial do crescimento da população e da economia criou ameaças à sustentabilidade da vida no nosso planeta que poderá levar-nos a situações difíceis de reverter. Essas ameaças dizem também respeito à água, considerada “o centro do desenvolvimento sustentável” na recente Conferência Rio+20. A transformação do ambiente natural e construído tem de ser realizada de uma forma harmoniosa, evitando roturas e evoluindo no sentido da melhoria do bem-estar global. A crise financeira iniciada em 2008 trouxe a necessidade de pensarmos em novos paradigmas de desenvolvimento, exi14


ESPAÇOARTIGOS ARTIGOS ESPAÇO

capacidades capacidades de de intervenção intervenção a diferentes diferentesníveis níveis ee uma uma cooperacooperação ção dinâmica dinâmica entre entre investigadoinvestigadores, res, técnicos, técnicos, decisores, decisores, utilizautilizadores dores ee todas todas as as partes partes interesinteressadas. sadas. OO reforço reforço da da capacidade capacidade para paraproduzir produzir respostas respostas aa probleproblemas emergentes emergentes ee aa criação criação de mas condições para para uma uma monitorizamonitorizacondições ção contínua contínua de de certas certas tendêntendênção cias críticas críticas no no sector sector obrigamobrigamcias nosaaestarmos estarmosatentos atentos àà agenda agenda nos internacional pós-2015. pós-2015. De De facto, facto, internacional nesta data estaremos a chegar nesta data estaremos a chegar ao termo termo de de várias várias iniciativas iniciativas e ao programas cujos cujos resultados resultados têm programas de ser ser examinados. examinados. Os Os traços traços de das novas novas agendas agendas estão estão aa ser das desenhados, algo algo que que deve deve ser desenhados, seguido de perto. Neste momenseguido de perto. Neste momenemque que se se assiste, assiste, em em vários vários totoem pontosdo domundo, mundo, aa substanciais substanciais pontos mudanças/restruturações mudanças/restruturações nas orientações das políticas públicas orientações das políticas públicas

sector da da água, água, não não se se pode pode do sector de vista vista que que oo sucesso sucesso perder de políticas precisa, precisa, aa todos todos dessas políticas os níveis, níveis, de de instituições instituições responresponcompetentes, transparentransparensáveis, competentes, auditáveis ee democráticas. democráticas.ÉÉ tes, auditáveis desejável uma uma integração integração efetiva efetiva desejável de políticas políticas públicas públicas ee de de acções acções que assegure uma gestão assegure uma gestão da da água orientada orientada numa numa perspetiva perspetiva de “água “água para para todos todos ee de detodos”, todos”, a que oo contexto contexto de deincerteza incertezaeeoo quadro atual atual de de restrições restrições finanfinanceiras vêm trazer um nível vêm trazer um nível de de complexidade complexidade acrescido. acrescido. DeciDecisões “fragmentadas” “fragmentadas”que quepossam possam decorrer decorrer de de calendários calendáriosque quenada nada têm a ver ver com com as as necessidades necessidades mundialmente mundialmente reconhecidas reconhecidaspara para os avanços no avanços no sector sector poderão poderão produzir produzir recuos recuos dificilmente dificilmenterecurecuperáveis. peráveis. Não Não éé isto isto que que querequeremos!

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ACIV- ASSOCIAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA ENGENHARIA CIVIL

Um dos objetivos principais da ACIV, em estreita ligação com o Departamento de Engenharia Civil da FCTUC, é a transferência de conhecimento e tecnologia e a consultoria técnica, visando as necessidades das empresas ligadas sobretudo ao sector da Industria da Construção.

Os nossos serviços  Investigação e Desenvolvimento, incluindo o apoio técnico e parcerias em projetos de investigação e desenvolvimento tecnológico, nomeadamente em Programas Operacionais;  Avaliação experimental em laboratório e in situ;  Serviços de consultoria técnica e peritagem;  Formação e eventos (ações de formação, workshops, seminários e congressos);  Cópias e Impressões;  Encadernação e impressão de teses;  Impressões em AutoCad.

Livros A ACIV comercializa ao melhor preço uma vasta gama de livros científicos da autoria ou co-autoria dos seus membros associados. Papelaria Com o intuito de melhor servir a comunidade universitária, a papelaria e secção de textos da ACIV comercializa um vasto leque de materiais de papelaria e de escritório ao melhor preço. Para mais informações consulte a nossa página em: http://aciv.dec.uc.pt

ACIV – Associação para o Desenvolvimento da Engenharia Civil Rua Luís Reis Santos, Polo II da Universidade, 3030-788 Coimbra Telefone: + 351 239 797 113 | Voip 239 422 113


ESPAÇO TESES

APROVEITAMENTO DA ÁGUA DA CHUVA PARA FINS NÃO POTÁVEIS EM ZONAS URBANAS: ESTUDO EXPLORATÓRIO NO PÓLO II DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA Susana Sousa Orientadores: Professor João Pedroso de Lima e Professora Maria Isabel Pedroso de Lima

A preservação e utilização efici-

perdício, dado que estas práticas podem ser realizadas com água pluvial recolhida e armazenada.

ente dos recursos hídricos têm sido identificadas como principais prioridades para garantir a sustentabilidade da vida no Planeta. Neste contexto, o uso de fontes alternativas de água tem vindo a ser encarado como uma medida necessária face ao problema de escassez de água. O aproveitamento das águas pluviais destaca-se como uma alternativa, simples e acessível, que visa reduzir o consumo de água potável tratada e que ainda pode ser vantajosa porque promove a redução do escoamento superficial na perspetiva da minimização dos problemas com cheias em áreas urbanas.

Neste trabalho tomou-se como caso de estudo um setor do Departamento de Engenharia Civil, estabelecimento de ensino da FCTUC (Pólo II). Foi selecionada uma zona de estudo na cobertura do edifício, adjacente ao Laboratório de Hidráulica, Recursos Hídricos e Ambiente (L.H.R.H.A.), com vista ao estudo de aproveitamento da água da chuva para fins de descargas dos autoclismos nos sanitários existentes no L.H.R.H.A. O estudo envolveu, sob o ponto de vista qualitativo, a caraterização da qualidade da água da chuva e das águas de escoamento gerado na cobertura do edifício e, sob o ponto de vista quantitativo, a avaliação dos volumes de água pluvial drenada de um pequeno setor dessa cobertura, através da conceção e colocação de uma instalação experimental no local – ver figura 1).

Pretendeu-se com este trabalho estudar o potencial de aproveitamento das águas pluviais em meio urbano para fins não potáveis, como a descarga de autoclismos. A utilização de água potável para este fim, a par da rega de jardins e lavagem de pavimentos, é considerada des17


de filtragem. Embora para a área de captação da água da chuva considerada neste estudo (i.e. 25,22 m2) o potencial de poupança de água e o custo médio do reservatório de armazenamento não indicarem a viabilidade económica da implementação de um sistema de aproveitamento de águas pluviais destinado a servir os sanitários do L.H.R.H.A, é expectável que a utilização de uma área maior de captação e, eventualmente, a adoção de um outro revestimento, possa conduzir a resultados mais encorajadores.

Realizou-se, também, um prédimensionamento do reservatório de armazenamento da água pluvial drenada, tendo sido averiguado o potencial de economia de água potável, no âmbito deste caso concreto. Os resultados sugeriram que a água da chuva e a água de escoamento captada na cobertura edifício apresentam qualidade físico-química e bacteriológica adequadas à utilização da água de drenagem em descargas de autoclismos, como se pretendia averiguar, necessitando apenas

Figura 1 - Zona de estudo, próxima ao L.H.R.H.A e instalação experimental. 18


ESPAÇO TESES

DA GRAFITE AO GRAFENO Joana Órfão Orientadores: Professor Ricardo Mendes e Professora Teresa Vieira

Sustentabilidade

é a palavrachave do século XXI: está presente em todas as campanhas de sensibilização que nos são tão familiares e nos lembram do quão importante é reduzir, reutilizar e reciclar. Hoje em dia, a atividade industrial produz cada vez mais resíduos que acabam empilhados em aterros, esquecidos. Contudo, tem havido uma grande mudança na maneira de pensar das empresas no sentido de recuperar e valorizar o que antes era considerado desperdício. Um dos resíduos mais proeminentes da indústria metalomecânica são os elétrodos de grafite. Com este projeto, pretende-se desenvolver um método industrializável de transformação desta grafite em grafeno - um nano material com propriedades excepcionais - com recurso a detonação, valorizando imenso o resíduo de onde se partiu. O termo grafeno foi proposto por Hanns-Peter Boehm, que foi quem primeiro descreveu estas folhas de carbono em 1962. No entanto, foi apenas com a pes-

quisa de Konstantin Novoselov e Andre Geim, vencedores do Nobel da Física de 2010, que o grafeno foi isolado, com recurso a um lápis e fita-cola. As suas propriedades - ser inerte, impermeável, transparente, resistente, flexível, poder ser trabalhado à temperatura ambiente e apresentar uma elevada condutividade -, composição e estrutura já conhecidas pelos investigadores de nanotubos de carbono fizeram do grafeno um novo e proeminente campo de investigação na área dos nano materiais. Desde então, surgiram vários métodos e processos de síntese do mesmo; no entanto, todos englobam dois passos principais:  Intercalação das partículas de grafite lamelar com um composto intercalador;  Expansão do composto intercalado e consequente exfoliação dos flocos de grafite. Há métodos que juntam estes dois passos num só. É de referir que o segundo passo pode ser abordado de três maneiras distintas: com recurso a repulsão electroestática, reação química, e decomposição térmica. Neste 19


trabalho, sugere-se uma quarta: exfoliação via onda de choque proveniente de detonação de explosivos.

não são sólidos, seguros, ou económicos o suficiente para serem industrializados. Assim, procura-se com o desenvolvimento deste trabalho, colmatar essa falha e obter uma solução mais viável de um ponto de vista industrial para a transformação de grafite em grafeno.

Embora todos os métodos usados hoje em dia sejam passíveis de ser reproduzidos em laboratório e formar grafeno,

“ Embora todos os métodos usados hoje em dia sejam passíveis de ser reproduzidos em laboratório e formar grafeno, não são sólidos, seguros, ou económicos o suficiente para serem industrializados. ”

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ESPAÇO ERASMUS

INTERCÂMBIO DE ESTUDOS EM UNIVERSIDADES CONGÉNERES Professora Ana Bastos e Professor João Vieira

A

Universidade de Coimbra (UC) tem uma larga tradição na área da mobilidade de estudantes e apoia diversas atividades de intercâmbio desenvolvidas no âmbito das redes universitárias internacionais, sendo que adicionalmente promove e incentiva novas iniciativas. Através de uma

experiência de ensino numa outra Instituição de Ensino Superior Congénere, a UC tem por objetivos, entre outros, permitir que os seus estudantes beneficiem de contato direto um contacto direto com com realidades distintas em diferentes domínios (e.g., educacional, linguístico, cul-

tural), reforçar a realização pessoal e a cidadania ativa, promover a criatividade, a competitividade e a empregabilidade e promover a aprendizagem e a diversidade linguística. O Departamento de Engenharia Civil (DEC) conta com mais de 20 anos de existência em programas

de mobilidade. O primeiro acordo bilateral foi estabelecido com a Universidade de Liège, acordo esse que envolvia ainda as Universidades de Santander, Bari e Exeter. Desde então, o número de acordos evoluiu significativamente, por iniciativa da UC, de

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docentes do DEC e mais recentemente de alunos e investigadores. Entre os diferentes Programas de Mobilidade de Estudantes (PME), destaca-se destaca-se o Programa destaca ERASMUS+ promovido ao nível da União Europeia. No âmbito deste Programa, existem atualmente 17 acordos bilaterais com universidades europeias (distribuídos por 9 países) na área da Engenharia do Ambiente e 33 acordos bilaterais (14 países) na área da Engenharia Civil. Para além deste programa específico, a UC está envolvida em outros PME, existindo acordos bilaterais com cerca de 200 instituições de ensino superior congéneres do resto do mundo, designadamente o Programa MAUI/Utrecht Network (com Universidades norteamericanas, atualmente com 15 acordos), o Programa AEN/ Utrecht Network (com Universidades australianas, 7 acordos) e Acordos com outras Instituições Estrangeiras (designadamente brasileiras). Existe ainda um PME específico nacional (Programa Almeida Garrett - 16 acordos) que permite aos alunos frequentar uma outra universidade portuguesa, durante 1 semestre. No âmbito dos PME, os alunos têm ainda a possibilidade de realizar estágios não curriculares em empresas, laboratórios ou outras instituições de ensino. Complementarmente, a celebra-

ção de acordos bilaterais tem possibilitado ao DEC/UC promover e integrar outras iniciativas de intercâmbio, designadamente ao nível de especializações e 3º ciclo, como sejam as Escolas de (Summer Schools). Schools SubliVerão (Summer nhe-se que maioritariamente nhe-se nhe as iniciativas desenvolvidas no âmbito do Programa ERASMUS+ são contempladas por bolsas de estudos financiadas pela União Europeia e que procuram cobrir o potencial acréscimo de despesas relativamente às assumidas na UC, existindo apoios específicos para alguns dos restantes programas. Paralelamente, a UC convida à participação ativa dos alunos nacionais no Programa Buddy. Esta iniciativa tem por lema “adota um estrangeiro”, e visa recrutar estudantes da UC (conhecidos por “buddies”) para apadrinharem e acompanharem um estudante estrangeiro em mobilidade durante a sua estada na UC. Como gratificação, a UC reconhece a participação do estudante neste Programa, através da inclusão de um suplemento ao diploma. O interesse dos alunos do DEC pelos PME tem vindo a aumentar ao longo dos anos. A maior parte das experiências de mobilidade tem sido efetuada ao abrigo do Programa ERASMUS+, seguindo-se os PME 22


ESPAÇO ERAMUS ERASMUS ESPAÇO

com com Universidades Universidades brasileiras. brasileiras. A A procura dos restantes procura dos restantes PME PME temtemse se mantido mantido aa um um nível nível pontual. pontual. Nos últimos três anos Nos últimos três anos (2012 (2012 aa 2014), 2014), saíram saíram em em mobilidade mobilidade 100 100 estudantes do DEC, estudantes do DEC, maioritariamaioritariamente mente do do MIEC. MIEC. Sendo Sendo realidade realidade que os alunos do que os alunos do MIEA MIEA são são em em menor número, tal facto não menor número, tal facto não justijustifica fica totalmente totalmente as as diferenças diferenças na na procura entre os estudantes procura entre os estudantes dos dos dois dois mestrados mestrados integrados integrados do do DEC. No último ano, DEC. No último ano, foi foi feito feito um um esforço esforço significativo significativo para para auaumentar o número de mentar o número de acordos acordos bilaterais bilaterais na na área área da da EngenhaEngenharia do Ambiente, com ria do Ambiente, com prioridaprioridade de para para Universidades Universidades estranestrangeiras geiras de de mérito mérito reconhecido, reconhecido, alargando alargando assim assim oo leque leque de de oferta que seguramente oferta que seguramente se se irá irá refletir refletir num num aumento aumento da da atratiatratividade da mobilidade, vidade da mobilidade, por por parparte te dos dos alunos alunos do do MIEA. MIEA.

próximo ano letivo (i.e., próximo ano letivo (i.e., 2015/2016) tendo-se recebido 2015/2016) tendo-se recebido cerca cerca de de 30 30 manifestações manifestações de de interesse que interesse que agora agora avançam avançam para para formalização formalização processual. processual. Em dezembro Em dezembro próximo, próximo, abrirá abrirá oo período de pré-candidaturas período de pré-candidaturas para candidaturas para ano letivo 2016/2017. ano letivo 2016/2017. Os Os potenpotenciais ciais interessados interessados poderão poderão obobter toda a informação ter toda a informação relativa relativa aos aos PME, PME, processos processos de de candicandidatura e regulamentação datura e regulamentação apliaplicável, cável, nos nos sítios sítios de de Internet Internet do do DEC DEC (www.dec.uc.pt) (www.dec.uc.pt) ee da da DiviDivisão são de de Relações Relações Internacionais Internacionais da UC (www.uc.pt/driic), da UC (www.uc.pt/driic), ee junjunto to da da Coordenação Coordenação de de MobiliMobilidade do DEC dade do DEC (mobility.coord@dec.uc.pt). (mobility.coord@dec.uc.pt). Aderir Aderir aos aos programas programas de de mobilimobilidade é a oportunidade dade é a oportunidade única única papara ra promover promover aa interculturalidade, interculturalidade, aa socialização socialização ee oo confronto confronto com com outras culturas. O DEC outras culturas. O DEC incentiva incentiva vivamente vivamente aa adesão adesão dos dos seus seus alunos a estes programas, alunos a estes programas, cocomo mo forma forma de de enriquecimento enriquecimento ee de de valorização valorização pessoal, pessoal, cultucultural ral ee académica. académica.

O O planeamento planeamento dos dos PME PME tem tem de de ser efetuado atempadamente. ser efetuado atempadamente. No efetuado atempadamente. No final de janeiro terminou o períofinal de pré-candidaturas janeiro terminou opara perío-o do de do de pré-candidaturas para o

“ Os potenciais interessados poderão obter toda a “ Osinformação potenciais relativa interessados poderão obter toda aos PME, processos de a informação relativa aos PME, processos de candidatura e regulamentação aplicável, nos candidatura e regulamentação aplicável, nos sítios de Internet do DEC (www.dec.uc.pt) e da sítios de Internet do DEC (www.dec.uc.pt) e da Divisão de Relações Internacionais da UC Divisão de Relações Internacionais da UCde (www.uc.pt/driic), e junto da Coordenação (www.uc.pt/driic), junto da Coordenação de ” Mobilidade do DEC e(mobility.coord@dec.uc.pt). Mobilidade do DEC (mobility.coord@dec.uc.pt). ” 23


EXPERIÊNCIA ERASMUS Nanda Casado Estudante “incoming”

Porque é que decidiste escolher Coimbra, Portugal, para fazer ERASMUS? Sabia por uma amiga que esteve a fazer Erasmus cá e que tinha tido uma experiência muito boa. Gostei muito do que ela me contou sobre Coimbra. Eu estudo em Espanha numa cidade com uma tradição muito universitária, como Coimbra, onde também tem muitos estudantes e a possibilidade de conhecer isso em outro país pareceu-me interessante. Gosto muito do ambiente e das coisas que oferecem este tipo de cidades universitárias. Outro dos motivos é a possibilidade de aprender uma nova língua e da qual gostei muito desde o primeiro momento.

Como está a ser a experiência de ERASMUS? Está a ser melhor que as minhas expectativas. Como quase todas as pessoas que vão fazer Erasmus, tive a oportunidade de conhecer muitas pessoas e fazer grandes amigos de muitos lugares diferentes. Mas uma das coisas que levo desta experiência é como toda a gente de Coimbra

foi comigo. Devo dizer que todos os portugueses têm sido muito amáveis desde a minha chegada há 8 meses, tive todo tipo de ajuda na faculdade e para qualquer coisa do meu dia-a-dia. E para além disso estou a conhecer a fundo um país que é muito mais completo e bonito do que pensava.

Quais são as diferenças que encontras no ensino português relativamente ao ensino espanhol? Pela minha experiência, o ensino português é muito parecido com o ensino espanhol. Eu acho que o nível de exigência é alto e muito bom e tem uma boa preparação. Às vezes, como acontece também na minha faculdade em Espanha, há dificuldades para conseguir passar em algumas disciplinas, ainda que seja em Erasmus. 24


ESPAÇO ERASMUS

Tiago Henriques Estudante “outgoing”

N

“ a zdrowie!” Esta será, provavelmente, a palavra mais importante a reter para quem faz Erasmus na Polónia. Depois de um mês a partilhar quarto com quinze pessoas num hostel – com muita festa à mistura –, o primeiro desafio foi, sem dúvida, encontrar uma casa (tarefa bastante difícil numa cidade três vezes mais populosa do que Lisboa e onde o nível de inglês parece ser três vezes inferior).

ras e aprendi a dizer “Olá, tudo bem?” em mil línguas diferentes - e não só, se é que me faço entender! Num inverno famoso pelas temperaturas baixas é fácil perceber o porquê do gosto pela vodka – inclusive shots de vodka com leite.

Felizmente, tive a sorte de encontrar um apartamento numa das principais praças da cidade. Quais as vantagens disso? Museus, concertos e exposições, tudo ao alcance de dois minutos – já para não falar da incrível vida noturna.

Seria fácil continuar a enumerar razões, histórias e saudades pelas quais vale a pena fazer Erasmus. Apesar de todos os obstáculos que existem, este conselho vai para quem tem o privilégio de poder, futuramente, participar num intercâmbio: é das melhores experiências que podem ter!

Numa cidade que não dorme, ser estudante Erasmus é relativamente fácil. Cruzei-me com imensos portugueses e cada um, talvez pela distância e saudade, é logo um grande amigo. Conheci pessoas de todos os cantos do mundo, as suas cultu-

“ Conheci pessoas de todos os cantos do mundo, as suas culturas e aprendi a dizer “Olá, “Olá, tudo bem?” bem? ” em mil línguas diferentes ” 25


ANEEA José Oliveira

A ANEEA apareceu pela primeira vez em 2004, no entanto não foi bem-sucedida. Como surgiu a ideia de a “reanimar”?

A ideia surgiu em paralelo com o V ENEEA. A necessidade de fazer chegar informação a estruturas similares, algumas problemáticas associadas à profissão e decorrente reconhecimento da mesma na OE e OET foram algumas das bandeiras para reanimar a ANEEA.

Qual foram as reações adjacentes a esta ideia?

Numa fase inicial, começou-se com um grupo de 6 núcleos de estudantes, tendo estes sido bastante recetivos ou porque participaram no V ENEEA ou porque houve campanhas de divulgação nas suas faculdades que fizeram saltar à vista o interesse e vontade de reativar este organismo.

Na tua opinião, o que é realmente o ANEEA?

Para mim a ANEEA é um elo de ligação entre os diversos estudantes de Eng.ª do Ambiente ou similares, devendo pronunciar-se sobre questões relativas ao exercício da profissão e apoiar as diversas estruturas representativas já existentes.

Atualmente, qual é o ponto de situação da ANEEA? Achas que tem um futuro próspero?

A ANEEA pode ter um futuro promissor, nunca foi tão berrante a necessidade de um organismo deste género quer em termos do número de colocados nestas formações, quer em termos de saídas profissionais, uma vez que não é claro para o tecido profissional quais são as nossas competências. Mas sinto que a “Voz” da ANEEA ainda está aquém do seu potencial atualmente, não se tendo avançado grandemente na sua formalização. 26


ESPAÇO ASSOCIATIVISMO

JOSÉ RODRIGUES EM ENTREVISTA Estudante do Mestrado Integrado em Engenharia do Ambiente, José Rodrigues já passou pelo NEEA, pela A3ES e pela AAC. Nesta entrevista tentamos descobrir mais sobre suas experiências associativas, assim como da sua vida estudantil.

Sendo tu um jovem com uma grande ligação ao associativismo, qual foi o cargo que ocupaste com qual te identificaste mais e te deu mais prazer? Todos os desafios que abracei durante o meu percurso associativo ocorreram obviamente em momentos distintos, onde nem sempre os objetivos e aspirações eram os mesmos, a formação e conhecimento naturalmente evoluíram ao longo do tempo a forma com que observamos as diversas situações e formamos o nosso pensamento crítico vai-se apurando, mas acima de tudo foram sempre momentos vividos com uma enorme intensidade e espírito de irreverência propícios também da idade. E por isso, contabilizando todas as variáveis, não é fácil em primeira instância afirmar aquele que foi o cargo com o qual mais me identifiquei, pois na verdade todos foram especiais e desafiantes à sua maneira. No entanto, se tivesse que destacar um deles, sem dúvida alguma que se-

ria a presidência do NEEA/ AAC, talvez porque foi o primeiro contacto mais real e profissional que tive com o associativismo, mas também pela forma genuína com que se viveu esse ano, transformando o núcleo numa estrutura associativa forte, e que respondesse de forma eficaz a todas as necessidades do corpo que representava. Devo dizer que é talvez o momento que guardo com maior ternura e saudade.

Como vês o estado atual do curso dentro e fora da universidade? Primeiro é importante ter em conta que, analogamente a outras Engenharias, a Engenharia do Ambiente é um curso recente em Portugal (entre 30 a 40 anos) e por isso, no meu entender temos assistido até agora a um processo de consolidação e afirmação tanto da profissão, como do seu ensino, pois na verdade existia (e quero acreditar que cada vez menos) muito desconhecimento sobre 27


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ESPAÇO ASSOCIATIVISMO

“Sou apologista de que qualquer estudante de Coimbra deve levar algo da Academia consigo.”

as aptidões para as quais estes profissionais estariam habilitados. Particularizando ao curso do MIEA na Universidade de Coimbra, o qual já conta com cerca de 13 anos, parece-me pertinente dividir esta reflexão tendo em conta o espaço temporal “pré e pós-bolonha”. Se por um lado bolonha veio permitir a condensação de um ciclo de estudos, permitindo formar profissionais com maior rapidez, por outro lado também trouxe um processo adaptativo que ainda hoje não chegou à sua forma ideal, e que deixou repercussões nas instituições de ES, às quais o curso do MIEA (tal e qual como a restante rede de ensino superior) também foi afeto, uma vez que esta restruturação ocorreu num curto espaço de tempo. Não presenciei o processo de bolonha e confesso que não tenho conhecimento de causa para afirmar o estado do curso nessa época, mas posso sim fazê-lo relativamente ao pós-bolonha. E, relativamente ao pós-bolonha parece-me que a Universidade de Coimbra e, em particular a comunidade docente e não docente afeta a este ciclo de estudos, tem olhado de forma particular e atenta para o mesmo. Com o decorrer destes anos, posso afirmar que o MIEA tem melhorado de forma construtiva e gradual, gradual não só a nível de programa curricular, como também da abordagem do mesmo, no planeamento da sua carga horária, mapeamento de avaliações e horários, formação extracurricular e complementar, entre outros. Algo que no meu ponto de visto também só tem sido possível não só pela forma como a garantia de qualidade se tem vindo a afirmar em Portugal,


mas acima de tudo pela aproximação da comunidade docente à comunidade estudantil, e em particular ao NEEA/AAC, criando uma dinâmica eficaz no solucionamento dos problemas. Por tudo isto e muito mais, sinto que a formação oferecida na Universidade de Coimbra é uma formação de qualidade e rigor, que também se tem distinguido quer a nível nacional, como internacional, e prova disso é não só a quantidade e qualidade de produção científica e projetos realizados por docentes e alunos, mas também o aparecimento da área das ciências do ambiente, por exemplo já nalguns rankings de renome, que prestigiam este CE, o que me leva a concluir que o estado do MIEA está atualmente num bom caminho.

que a AAC é sem dúvida uma casa única de formação, vivência e pensamento. Temos a sorte de ter uma ramificação de estruturas muito diversificadas que complementam o nosso processo de crescimento enquanto seres humanos, tornando-nos mais críticos e, por isso, fazendo-nos olhar o mundo de uma forma mais apurada. Sou apologista de que qualquer estudante de Coimbra deve levar algo da Academia consigo. E quando digo algo não tem necessariamente que ser dos principais órgãos, como Direção Geral, Conselho Fiscal ou Mesa da Assembleia Magna, falo de todo o conjunto inerente em si, desde núcleos de estudantes, secções culturais ou desportivas, queima das fitas, organismos autónomos ou até na mera participação enquanto sócio nas assembleias magnas ou atividades, porque de facto podemos ser uns privilegiados em pertencer à mais “apetrechada” associação académica do país, mas continuaremos sempre vazios se nada dela retirarmos.

Como foi a experiência em fazer parte da AAC? A Associação Académica de Coimbra foi provavelmente a mais bela experiência que tive enquanto estudante. Não consigo sequer quantificar ou expressar aquilo que a Académica me significa e me transmitiu de forma intensa, pois por mais palavras que diga pecarei sempre por escassez. É certo que estamos sempre a ouvir que a AAC se trata da maior, mais antiga e eclética associação do País, mas de facto, se refletirmos sobre isso não são de todo palavras gastas. Aprendi

Sendo a A3ES uma empresa responsável pela avaliação dos cursos do ensino superior, como descreves o teu percurso como membro da mesma?

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Não me compete a mim, como é óbvio descrever a minha prestação na A3ES, até porque dos


ESPAÇO ASSOCIATIVISMO

processos em que estou envolvido, a maioria ainda está a decorrer, e portanto, não seria ético da minha parte fazê-lo. Mas posso afirmar que após um ano da minha participação na A3ES, esta experiência tem-se revelado muito enriquecedora, não só pela formação que adquiri em garantia de qualidade, mas também pela oportunidade de contactar com diferentes realidades de instituições de ensino superior, que me dão uma maior noção do estado atual da rede de ensino e também da Engenharia do Ambiente em Portugal.

Tendo o núcleo chegado aos 10 anos de existência, como vês a sua evolução? Embora a Associação Académica de Coimbra conte já com 127 anos de existência, não podemos de todo esquecer que os núcleos de estudantes são estruturas relativamente recentes. A criação dos primeiros núcleos remonta possivelmente há cerca de 28 a 30 anos atrás, algo que no caso do NEEA/AAC reflete cerca de um terço dessa idade e, portanto, é imperativo ter presente esta noção de espaço temporal quando falamos da evolução do núcleo. Desde que conheço o NEEA/ AAC, penso que este teve uma evolução bastante exponencial até ao presente. Obviamente

que não é de todo justo fazer análises comparativas entre mandatos, até porque as realidades eram e são diferentes. Mas acima de tudo penso que ao longo destes anos o NEEA/ AAC tem feito um percurso similar ao curso do MIEA, no que diz respeito à sua consolidação, em perceber efetivamente qual deve ser a sua posição perante a comunidade universitária e como deve atuar perante os seus estudantes de modo a suprimir as suas dificuldades. É uma estrutura associativa que em muito tem complementado o curso do MIEA na Universidade de Coimbra, Coimbra demonstrando uma sensibilidade única na forma como contribui para melhorar a vida académica daqueles que representa, oferecendo oportunidades de formação extracurricular no âmbito profissional, pedagógico, cultural, desportivo e lazer. Em suma, são 10 anos em que o NEEA/AAC tem sido responsável por incutir o espírito crítico no estudante.

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ESTÁGIO DE VERÃO Carla Cordeiro

Todos

e vamos estagiar, não iremos ter um papel ativo ao longo do estágio na empresa, estaremos sobretudo a observar o que é ser um Engenheiro do Ambiente.

os dias nos deparamos com a incerteza do que será o nosso emprego futuro, ainda para mais no nosso curso que possui uma gama tão vasta de aplicações no dia-a-dia.

No que se refere a empresas de consultoria, sendo que os meus dois estágios foram realizados na Empresa de Eletricidade dos Açores, um dos ramos que poderemos vir a trabalhar eventualmente é referente aos impactes de uma construção de um parque de eólicas, ou outras fontes de energia renováveis, podem causar ao nível das espécies de plantas existentes no local. São elaborados relatórios que devem conter todas as espécies existentes no local de implantação, as suas quantidades e o tipo de espécie, nomeadamente se é invasora, endémica ou autóctone. Ao longo do estágio estive a ler sobretudo relatórios de Estudos de Impactes Ambientais, acompanhei as visitas de campo e, no fim do estágio, elaborei um pequeno relatório em que foram designadas todas as espécies de plantas que cataloguei aquando das visitas de campo ao Parque Eólico dos Graminhais em São Miguel.

De forma a ganhar mais experiência nesse sentido, já realizei dois estágios de verão ao âmbito de um programa do Governo Regional dos Açores, em que ambos tinham a duração de um mês. A importância da realização de um estágio, mesmo que acabe por ser algo que não estávamos à espera, é que começamos a apercebermo-nos de como é a vida de um engenheiro, que tarefas tem de realizar e gerir o seu tempo, além de que passamos a ter uma ideia de qual a melhor postura que se deve adquirir num meio de trabalho e que coisas não podemos fazer em circunstância alguma. Por exemplo, se nos dão uma tarefa e não sabemos realizá-la deves ter a consciência e certificar-te que não a consegues fazer mesmo, ao invés de a cada momento que tens uma dúvida ires perguntar ao patrão o que ele quer exatamente. Claro que, se ainda não acabamos o curso 32


ESPAÇO UNIVERSIDADE

Isto é apenas uma parte dentro de muitas que iremos ter de realizar eventualmente. O nosso curso possui, sem dúvida, muitas vertentes e que muitas vezes nem nos apercebemos das pequenas coisas que teremos de ter em conta e que não deixam de ser fundamentais para toda a sociedade.

“ Claro que, se ainda não acabamos o curso e vamos estagiar, não iremos ter um papel ativo ao longo do estágio na empresa, estaremos sobretudo a observar o que é ser um Engenheiro do Ambiente. ”

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ACABEI A UNIVERSIDADE... E DEPOIS? Joana Castro

Todos

nós nos interrogamos como irá ser após a conclusão do curso. Nada é fácil nesta vida e a procura de emprego é das coisas mais difíceis para um recém recémrecém-licenciado. Mas o segredo é nunca deixarmos de acreditar que somos capazes e que vamos conseguir ser alguém na vida. No secundário, quando fui obrigada a pensar no queria seguir, descobri o curso de Engenharia do Ambiente. Decidi pôr como 3ª opção, não fazendo ideia em que curso é que ia entrar. Entrei em Ambiente e decidi apostar neste curso. Comecei a gostar muito, tanto do curso, como dos meus colegas que encontrei e da vida académica que só Coimbra nos consegue proporcionar. Em Setembro de 2013 finalizei o curso, com a certeza de que passei os melhores anos da minha vida. Depois de ter terminado o curso, percebi que há um longo caminho a percorrer para conseguir um emprego na área, para mudar a maneira de pensar. Percebi também que, lutar para ficar em Portugal, é isso mesmo, uma luta; percebi que

mostrar o que temos para dar ao nosso país, requer muita persistência e paciência. Decidi então apostar na minha formação, não deixando de enviar currículos e mais currículos. Em 2014, como não conseguia nada na área, fui tirar o curso de Higiene e Segurança no Trabalho, Ambiente e Qualidade e o curso de Formação Inicial Pedagógica de Formadores (CCP), para complementar a minha formação e por ser um requisito obrigatório nas ofertas de emprego. Decidi também inscrever-me na Ordem dos Engenheiros, por ser um objetivo que queria concretizar. Após ter terminado os cursos, continuei sem arranjar nada. Frustração foi o que senti quando fui excluída por ter habilitações a mais, por não ter anos de experiência, por ser uma pessoa com competências que poderiam representar uma mais-valia para a contratação. Decidi então continuar a lutar e não desistir daquilo 34


ESPAÇO UNIVERISIDADE

que queria. Como continuava sem nada, arranjei um part-time para ocupar os meus tempos livres, fiz voluntariado numa instituição, sem nunca deixar de enviar currículos quer para ofertas de emprego, quer para candidaturas espontâneas. No início de 2015, a minha luta continuava e tive a sorte de finalmente conseguir arranjar emprego. Atualmente, encontro me inscrita na Ordem dos Engenheiros como membro estagiária e a trabalhar numa empresa de Transportes como Técnica de Higiene e Segurança e Qualidade. Não estou a trabalhar na área de Ambiente, mas não vou desistir de lutar pelos meus

objetivos. Por enquanto, encontro-me a desenvolver as minhas competências, a aprender e a evoluir no mundo do trabalho. Deixo um conselho para aqueles que vão entrar no mundo do trabalho e para os que ainda continuam na luta: Não deixem de lutar pelos vossos sonhos, não deixem de acreditar. Sejam persistentes e vão aonde for preciso para conseguirem realizar os vossos objetivos. No início custa, mas nada nesta vida é fácil. Se não for fácil, não tem piada. Persistência, paciência e luta são as palavras-chave palavras-chave palavras para o sucesso no mundo do trabalho!

Tiago Pinto

Após tantos anos de estudo é chegado o momento que justifica tanto esforço a inserção no mercado de trabalho. É nesse momento que surgem algumas dúvidas na nossa cabeça, isto porque não é fácil lidar com o rótulo de pertencer à “geração à rasca”. “geração rasca Onde se insere um Engenheiro do Ambiente? Que empresas poderão estar interessadas? Será que serei capaz de estar à altura da responsabilidade? Estas são as principais dúvidas que surgem num momento em que não é fácil arranjar emprego. Numa situação normal as dúvidas seri-

am outras. Em que área quero trabalhar? Qual a área em que sinto que tenho mais para dar? Quero fixar-me na minha terra natal? Quero ter uma experiência internacional? Para aí sim poder restringir as candidaturas 35


às áreas que mais gostamos e onde queremos realmente trabalhar.

foco e definir os nossos objetivos imediatos e de longo prazo. Nesse sentido, uma das coisas que me tem motivado e feito acreditar na importância da nossa profissão e que realmente há um futuro, são os diversos seminários, conferências e formações em que tenho participado. Nestes eventos temos a possibilidade de ouvir opiniões, conhecer pessoas e contactar com a realidade do ser Engenheiro do Ambiente. E é nisto que percebemos a verdadeira importância, a abrangência de assuntos em que podemos trabalhar e que surge algum alento. Entrando no mercado de trabalho ou tentando entrar, acho que o fundamental é não sermos sugados pelas dificuldades e fazer com que, trabalhando para melhorar os nossos handicaps e potenciar as nossas qualidades, sejamos os escolhidos.

Pois bem, em momentos de desespero e dadas as poucas oportunidades, além de as nossas candidaturas nem sequer terem respostas, somos obrigados a repensar as nossas ideias e a alargar as nossas possibilidades. E é aí que surgem novas questões… Em que áreas além da Engenharia do Ambiente poderei ter sucesso? Como vou utilizar as minhas soft skills para alargar as minhas possibilidades? Quais as áreas que se cruzam com a Engenharia do Ambiente e poderão, num futuro próximo, fazer com que seja atingido o objetivo de desenvolver carreira nessa área? São mesmo muitas as dúvidas que surgem durante esta fase. Contudo, há que não perder o Sofia Correia

U

ma das primeiras perguntas entre dois adultos que não se conhecem é “Então, o que fazes?” ou “Estás Estás a trabalhar na tua área?”. Será que o trabalho define quem somos? Tal pode não ser verdade, mas, de facto, o que fazemos tem um grande impacto na nossa vida. A vida pessoal e profissional dificilmente se dissocia, por esta razão temos que procurar o que nos apaixona e fazer aquilo que gostamos. 36


ESPAÇO UNIVERSIDADE

Entrei exatamente no curso que queria, Engenharia do Ambiente, na Universidade que queria, mas quando as aulas começaram, as dúvidas começaram também. Tive dúvidas se seria mesmo esta área que eu queria seguir, tive dúvidas sobre o que poderia fazer com os conhecimentos que estava a adquirir e tive dúvidas sobre as minhas capacidades. Apesar das dúvidas decidi não desistir do curso. Quis terminar aquilo que tinha começado, dando sempre o melhor de mim. Com o curso perto do fim, as dúvidas voltaram: “O que vou eu fazer quando entregar a tese?!”. Comecei a pesquisar empresas nas áreas que mais gostava e tentei estabelecer ligações. Os estágios de verão, organizados pela divisão de saídas profissionais da UC, são uma excelente oportunidade para entrar nas empresas, foi o que eu fiz. Escolhi várias empresas e tive a sorte da primeira da lista aceitar de imediato. Um mês de estágio. Um mês em que tinha que dar o meu melhor e provar que podia fazer a diferença. Primeiro dia de estágio. Nervosa. Sugeriram-me fazer algo que nada tinha que ver com engenharia, escrever um texto sobre uma área do ambiente. E assim começou a minha carreira na área da Comunicação!

A nossa formação não bloqueia o nosso futuro. Não significa que temos que fazer exatamente aquilo que é suposto um Engenheiro do Ambiente fazer. Quando começamos a trabalhar perdemos algumas liberdades, a liberdade de fazer o que nos apetece. Temos que seguir regras e fazer coisas com as quais podemos não concordar. No mundo do trabalho a exigência é enorme e a pressão pode ser desesperante. Ao mesmo tempo, sentimos que nos superamos, que o nosso trabalho é reconhecido e ganhamos liberdade financeira. Descobre aquilo que te diferencia e aquilo que te apaixona, então serás feliz e o dinheiro aparecerá. Durante o curso não percas a oportunidade de ter experiências diferentes, faz tudo o que puderes para além de estudar. Trabalha, faz parte do núcleo de estudantes, faz estágios, vai de Erasmus, participa em conferências, aprende uma língua nova ou entra para uma tuna!

Tem coragem. Vai ser difícil, mas acredita que vais conseguir.

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CULTURA & LAZER Cowspiracy: The Sustainability Secret

A

indústria mais destrutiva do planeta, os governos e as organizações ambientais esforçamse para esconder do público a verdadeira causa das alterações climáticas e do aquecimento global. Ao longo do documentário, seguimos a chocante mas bem-humorada jornada de um ambientalista que, ousadamente, procura expor a verdade e encontrar a solução para os problemas ambientais mais urgentes, assim como o verdadeiro caminho para a sustentabilidade. Por que motivo as maiores organizações ambientais do mundo não estão a abordar a força mais destrutiva que o planeta enfrenta, é a questão le-

vantada e à qual Kip Andersen e Keegan Kuhn respondem através deste excelente e inspirador documentário.

O clima está nas nossas mãos, de Tim Flannery

Como o nosso clima é frágil e porque tem de

ser a nossa geração a protegê-lo. O Clima Está nas Nossas Mãos é uma edição resumida e revista que possibilitará aos leitores mais jovens conhecer os fatores relacionados com as alterações climáticas. Nós influenciamos o nosso clima através do modo como usamos os nossos combustíveis, a nossa água e a nossa terra. Agora, o clima está nas nossas mãos. 38




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