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VERSÃO A CORES: http://neeaaac.wordpress.com/greenwish/

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

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EDIÇÃO GREENWISH

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Ficha Técnica Direção: Ana Margarida Silva

Propriedade: NEEA/AAC Patrocínios:

Coordenadores: Ana Rita Santos Cláudio Duarte Margarida Almeida Patrícia Reis

ACIV Programas usados: InDesign, Photoshop Tiragem: 150 exemplares

Capa: Ricardo Rodrigues Design Interior: Mariana Alfafar Colaboradores: Andreia Canadas Catarina Alçada Catarina Dinis Catarina Fernandes Clarisse Carneiro Joana Mira Joaquim Santos José João Pacheco de Oliveira Marco Marreiro Paulo Silva Rafael Conceição Renata Ataíde Ricardo André

Participações Especiais: Prof. José Alfeu; Prof. Manuel A.S. Graça; Prof.ª Margarida J. Quina; Prof. Licínio Ferreira; Vanessa Silva Lopes; Thierry Pellegrinetti; Inês Catarino; Cândida Silva; Catarina Figueira; Joana Marques; Vanessa Verdelhos; Mafalda Sobral; Elsa Neto; Joana Castro.

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Editorial Passado quase um ano, é com muita satisfação que apresento a segunda edição da GreenWish. Mantivemos o estilo da 1ª edição dando continuidade às secções principais: “Ambiente e Sociedade”, “Percurso Académico”, “Atividades NEEA” e “Cultura e Lazer”. Podem encontrar artigos redigidos por Professores do MIEA, a quem agradeço especialmente a colaboração, uma entrevista ao Exmo. Coordenador de Engenharia do Ambiente, artigos redigidos por alunos e ex-alunos, novidades e curiosidades a nível ambiental e muito mais. Nem sempre é fácil estarmos envolvidos

num projeto como este ao mesmo tempo que temos que estudar, trabalhar e outros afazeres, portanto não posso deixar de frisar que o resultado final aqui apresentado não seria possível sem a ajuda dos coordenadores da GreenWish, a quem muito “chateei” ao longo deste ano letivo com reuniões, prazos e tarefas. Muito Obrigada. A GreenWish para além de uma meio de informação científico, cultural e pedagógico é uma forma de aproximar estudantes e professores, sendo extremamente importante dar continuidade a este fruto do Pelouro de Comunicação e Imagem do NEEA. Desfrutem a leitura. Ana Margarida Silva

Equipa NEEA 2012/13 (faltam elementos)

Da esquerda para a direita, cima para baixo: Clarisse Carneiro, Américo Rafael, Catarina Fernandes, Andreia Canadas, Sara Henriques, Catarina Dinis, Renata Ataíde, Ana Margarida, Andreia Morais, Joana Gouveia, Ana Rita Santos, Ana Margarida Silva, Patrícia Reis, Margarida Almeida, Rui Gonçalves

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AMBIENTE E SOCIEDADE (7-27) Os rios, fonte de vida que é necessário preservar. Alerta da ONU para a escassez de Água Jovem de 19 anos cria sistema que remove plásticos dos oceanos Dibenzodioxinas e dibenzofuranospoliclorados no ambiente Papel Florescente Praia das Avencas: ecossistema único a proteger! Captura de Dióxido de Carbono por Carbonatação mineral Portugal já tem estações de carregamento solar para veículos elétricos Ecoturismo em Portugal O Ambiente e os “smartphones e tablets” Lâmpadas LED A cidade que se tornou sustentável a partir dos escombros: Greensburg Caracterização e avaliação de compostos e resíduos orgânicos para adubação

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de bananeira

PERCURSO ACADÉMICO (28-49) Entrevista: Prof. José Alfeu Almeida de Sá Marques O que é o programa Ciências sem Fronteiras? Entrevista a uma antiga estudante do MIEA: Engª Inês Catarino BEST-UC A minha experiência num Summer Course BEST Estágios de Verão Espaço Teses

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ATIVIDADES NEEA/AAC (51-67) Receção ao caloiro Visita ao Paço das Escolas Magusto, uma tarde diferente Noite de Bingo Noites de Cinema Desmistificando uma central de Triagem Recolha de rolhas e aluguer de Cacifos Faz acontecer no emprego Torneio de futebol de 5 Semana da Ressaca Visita ao Museu Machado de Castro Recolha de Sangue no DEC Fim de Semana Radical “Engenharia do Ambiente: Sustentabilidade e Futuro! “Se acham que a educação é cara, experimentem a ignorância”

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CULTURA E LAZER (69-72) Recomendações Palavras Cruzadas

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As ilustrações que têm este símbolo dizem respeito a dicas, informações, pensamentos e sugestões ambientais. Fica atento às GreenIdeas!

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AMBIENTE E SOCIEDADE

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Os rios, fonte de vida que é necessário preservar. Redação por Manuel A.S. Graça. IMAR-CMA e Departamento de Ciências da Vida da Universidade de Coimbra

A conservação das águas doces é um assunto de capital importância para a humanidade. Quase todas as grandes civilizações nasceram nas margens de grandes rios e foram várias as civilizações que colapsaram por falta de água. A razão é simples: os rios fornecem “serviços” vitais à humanidade, incluindo água para consumo humano, agrícola, industrial, fonte de proteínas, comunicações e ainda pelo seu valor espiritual e estético. Os rios são importantíssimos por outra razão: esqueçamos as florestas tropicais húmidas e os recifes de coral como as zonas do planeta com maior biodiversidade. Esse lugar é ocupado pelos rios (com a vantagem de estarem aqui tão perto). Com efeito, os rios e lagos representam ~0,1% da água e ~0,8% da superfície do planeta, mas contêm 6% das espécies descritas. Nos rios ocorrem ~10 000 espécies de peixes, enquanto, que nos mares (97% da água do planeta) ocorrem 16 mil espécies. Os rios e lagos contêm cerca de 1/3 de todos os vertebrados do planeta. Muitas das espécies estão ainda por descrever. A título de curiosidade, até agora estavam descritas 3 espécies de lampreias para Portugal

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mas no ano passado foram descritas mais 3, que entraram diretamente para a lista de espécies ameaçadas. Há grupos de organismos que só ocorrem nas águas doces e alguns cientistas começam a especular que terá sido nas águas doces que a vida terá surgido. No entanto, é dramático saber que os rios são os sistemas mais ameaçados do planeta devido a sobre-exploração dos recursos biológicos, poluição, degradação do habitat, modificações no caudal (principalmente por construções de barragens) e invasão de espécies provenientes de outros locais. As modificações de caudal / obras de regularização são talvez as perturbações menos óbvias. No entanto, em 1990 cerca de 70% da água que fluía para os oceanos já era controlada e as barragens detêm cerca de 10 000 km3 de água que flui. Alguns dos grandes rios estão ocasionalmente secos na sua foz, devido a diversão de águas e às barragens. São exemplos o Colorado, o Indo e o rio Amarelo. As alterações acima indicadas podem pôr em causa os serviços fornecidos pelos rios e a biodiversidade. Muitos desses serviços não são transacionados nos nossos mercados


Ambiente e Sociedade

financeiros e, por isso, não entram nas decisões políticas. Quando estes serviços são quantificados, chegamos a valores extraordinariamente elevados. Por exemplo, em 1990 foram capturadas no mundo 14 milhões de toneladas de peixe em rios com um valor de US$ 8.2 biliões (preços de 1994). Isto corresponde a um valor de ~5000 US$ por hectare de rio ou lago (mas não albufeira; preços de 1998). Os engenheiros de ambiente têm a responsabilidade de não ignorar conhecimentos sobre o funcionamento/ecologia dos sistemas de águas correntes e de aplicar os seus conhecimentos técnicos ao serviço da humanidade, de forma a manter os serviços ecossistémicos para as gerações atuais e futuras. Não é tarefa fácil já que 1,2 biliões de pessoas (20%) da humanidade que não têm acesso a água potável, podendo este valor subir a 75% em 2050.

A imagem acima apresenta a água de uma albufeira na qual desagua um rio que recebe esgotos “tratados”. Com a acumulação de nutrientes e as águas estagnadas, as algas crescem a densidades tão elevadas que a transparência é nula. Neste local não há nada mais vivo porque as algas produzem toxinas que matam os peixes e outros vertebrados. A falta de turbulência impede a oxigenação das águas. Esta situação precisa de conhecimentos de engenharia de ambiente: (1) construção de estações de tratamento de águas eficientes e (2) não represar águas com nutrientes pois o mais provável é que se formem boons de algas que produzem toxinas.

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Alerta da ONU para a escassez de água Segundo o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, no Dia Mundial da Água, até 2030, quase metade da população mundial vai ter problemas de abastecimento de água. Sublinhou ainda que se os governos não se empenharem na proteção do recurso, a procura da água no mundo vai superar a oferta em mais de40%. Redação por Ana Santos

Jovem de 19 anos cria sistema que remove plástico dos oceanos Redação por Margarida Almeida Como sabemos, existem milhões de toneladas de detritos de plástico que estão a poluir os oceanos do mundo. O plástico atinge principalmente os oceanos, através de rios e canais e, em seguida, acumula-se em 5 áreas de alta concentração. Este problema não está “apenas” a provocar a morte de cem milhares ou mesmo de milhões de animais aquáticos anualmente, como também a sua contaminação pode criar algas nocivas e outras espécies invasoras, e, além disso, serve como um meio de transporte de poluentes, incluindo os poluentes orgânicos persistentes (POP’s), nomeadamente os pesticidas, PCB’s (Policlorobifenilos) e DDT, acumulando-se na cadeia alimentar.

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Portanto, precisamos de nos consciencializar dos problemas que estão a ser gerados pela má gestão dos resíduos a nível mundial, tornando-nos mais independentes dos itens descartáveis de plástico/ embalagem. Isso irá requerer mudanças drásticas a níveis legislativos, industriais e individuais da sociedade. No entanto, mesmo que tomemos consciência, é preciso retirar o que já está nos oceanos. BoyanSlat, um jovem holandês de 19 anos, está a desenvolver um plano para criar um sistema de limpeza dos oceanos capaz de remover 7,250 milhões de toneladas de resíduos de plástico no mar. O sistema - que ainda está em fase de projecto - consiste numa rede flutuante de barrei-


Ambiente e Sociedade ras e plataformas de processamento que, em vez de se mover aleatoriamente pelo oceano, atravessa o raio de uma mancha de lixo, atuando como um funil gigante. Segundo avança o Green Savers Cabo Verde, o projecto começou a ser pensado na escola, local onde Slat analisou o tamanho e a quantidade de plástico presente no lixo do oceano. O trabalho valeu-lhe vários prémios e Boyan continuou a desenvolver o conceito até apresentar a sua versão final na TEDxDelft 2012. Boyan fundou ainda a The Ocean Clean up Foundation, uma organização sem fins lucrativos responsável pelo desenvolvimento das suas propostas de tecnologia. A sua solução engenhosa poderia salvar centenas de mi-

lhares de animais aquáticos anualmente, além de levar a uma poupança em custos de limpeza e danos de embarcações. Estima-se que o processo de limpeza ocorreria em cerca de cinco anos, contribuindo para a consciencialização do perigo do plástico no mar. O ângulo das barreiras forçaria o plástico a seguir na direção das plataformas, onde seria então separado do plâncton, filtrado e armazenado para reciclagem. Um dos problemas no trabalho de prevenção nesta área é que estes restos de lixo estão dispersos ao longo de milhões de quilómetros quadrados, parecendo que não existem. Mas este sistema inovador pode acumular plástico de diferentes partes e torná-lo de facto visível.

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Dibenzodioxinas e dibenzofuranospoliclorados no ambiente Redação por Margarida J. Quina, Prof. Auxiliar DEQ-FCTUC A designação vulgar dioxinas refere-se frequentemente a um conjunto de 75 policlorodibenzo-p-dioxinas (PCDD)e 135 policlorodibenzo furanos (PCDF). Assim, apesar da família PCDD/F ser numerosa e contar com 210 moléculas congéneres, apenas 8 PCDD e 9 PCDF têm sido referenciadas pelos seus efeitos tóxicos. Estes compostos são considerados poluentes orgânicos persistentes (POP) resultantes de processos de síntese não intencional, nunca tendo sido produzidos industrialmente com um fim específico. A Figura 1 mostra a fórmula química de estrutura da 2,3,7,8-tetraclorodibenzo-p-dioxina (TCDD) e da 2,3,7,8-tetraclorodibenzofurano (TCDF). A 2,3,7,8-TCDD é a forma mais tóxica de toda a família, sendo referenciada como o composto mais tóxico produzido, e que ganhou particular notoriedade em 1976, no acidente de Seveso (Itália).

Fig. I - Fórmula de estrutura da 2,3,7,8-tetraclorodibenzo-p-dioxina (TCDD) e 2,3,7,8-tetraclorodibenzofurano (TCDF) Desde finais dos anos 80, desenvolveram-se sistemas de fatores de equivalência de toxicidade (TEF- ToxicityEquivalencyFactor) que expressam a toxicidade dos diversos congéneres em relação à 2,3,7,8-TCDD, cujo TEF é igual a 1. Por multiplicação da concentração de cada congénere pelo correspondente TEF, obtêm-se os equivalentes de 2,3,7,8-TCDD (TEQ- ToxicEquivalent). O somatório dos TEQ resulta num valor global que descreve toda a amostra. Atualmente, na EU,o limite de emissão para a atmosfera nos

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processos de incineração é de 0,1ng I-TEQ/ m3 [Diretiva 2000/76 CE]. No meio ambiente, as PCDD/F são disseminadas através de cinco vetores: ar, água, solo, produtos e resíduos. A sua natureza é ubíqua e persistente, principalmente no solo e nos sedimentos. Deste modo, é fácil a sua integração na cadeia alimentar, podendo ser assimiladas por indivíduos que residem a uma distância elevada dos locais onde foram formadas.As caraterísticas destes compostos estão fortemente relacionadas com


Ambiente e Sociedade o facto de serem moléculas apolares (hidrofóbicas) muito estáveis, e com grande afinidade para os lípidos. Por outro lado, tendo uma solubilidade muito reduzida em água (10-8-10-4mg/L a 25ºC), têm forte tendência para permanecerem no meio ambiente adsorvidos em matéria particulada. Um dos aspetos mais negativos destes compostos é a forte possibilidade de bioacumulação e biomagnificação ao longo da cadeia alimentar, pelo que estando o homem no topo da cadeia, é fácil antever que pode ser fortemente afetado. Ao nível do organismo humano, as PCDD/F são compostos xenobióticos, que entram muito facilmente nas células devido à semelhança estrutural com outras moléculas essenciais à vida, tendo sempre uma ação prejudicial. É atualmente conhecido que a via principal da exposição humana é através da ingestão de alimentos contaminados, podendo ocorrer em menor extensão através das vias respiratórias. Os alimentos que mais contribuem para a sua ingestão alimentar são a carne, o leite, os ovos, o peixe e derivados destes produtos. Atendendo à toxicidade das PCDD/F é frequente a sua classificação como substâncias cancerígenas, teratogénicas (passíveis de causar graves problemas de formação durante a fase de gestação), podendo afetar os sistemas imunológico e hormonal. Na verdade, estes compostos são de difícil eliminação pelos organismos vivos, sendo por exemplo, o tempo de meia vida da 2,3,7,8-TCDD nos humanos cerca de 7-11 anos. Deve salientar-se que apesar das atuais e sofisticadas técnicas de análise, o rigor da sua quantificação pode ser comprometido

pelas baixíssimas quantidades (ordem das ng e pg) de interesse ambiental. Apesar da origem das PCDD/F ser diversificada, as categorias de emissão mais significativas são os processos de combustão (e.g. incineração de resíduos urbanos, hospitalares eperigosos), o processamento de metais, a produção de energia (e.g. queima de carvão), a indústria de produtos minerais (e.g. cimento), os transportes, os incêndios e a indústria química. Em geral, a gama de temperaturas que favorece a sua formação é 300-400ºC. Nos processos térmicos, apesar de haver a possibilidade de formação em fase homogénea, as teorias mais aceites são os processos de catálise heterogénea, existindo essencialmente dois mecanismos possíveis: i)- formação a partir dos precursores (e.g. clorofenóis, clorobenzenos, etc.) presentes nos gases ou nas superfícies das partículas; ii)- ocorrência da síntese de novo, a partir de hidrocarbonetos não clorados, carbono, oxigénio e cloro presentes nos produtos de combustão. Por outro lado, importa também salientar que as PCDD/F podem ser destruídas a temperaturas suficientemente elevadas, promovendo um tempo de residência e níveis de turbulência adequados. Em suma, “a boa notícia” é que de acordo com registos temporais, a exposição por via da cadeia alimentar tem decrescido significativamente nos últimos anos, o que é uma consequência clara das medidas que têm sido tomadas no sentido de reduzir as emissões para o meio ambiente.

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Papel Florescente Papel Florescente, assim se chama a empresa portuguesa pioneira no fabrico e comercialização de papel reciclado que mais tarde pode vir a ser plantado e dar origem a plantas vivas. A produção é feita de forma artesanal e ecológica. No processo de fabrico das folhas de papel reciclado, estas recebem sementes de flores e plantas, permitindo que seja possível a sua plantação, gerando plantas vivas. O Papel Florescente é sem dúvida um produto focado na sustentabilidade. PROCESSO DE UTILIZAÇÃO

1. Rasgar o papel sem danificar as sementes e molhá-lo. Para maior sucesso na germinação sugere-se que a área útil do papel não seja inferior a 45cm².

2. Plantar num vaso com terra fértil: colocar os pedaços de papel e cobrir com uma camada fina de terra entre 0.5 e 1 cm.

3. Regar diariamente mantendo sempre húmido, sem encharcar.

4. Entre 10 a 20 dias aproximadamente a planta irá florescer!

Redação por Patrícia Reis

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Ambiente e Sociedade

Praia das Avencas: ecossistema único a proteger!

A Praia das Avencas é um dos locais com maior biodiversidade na costa Portuguesa. Localizada na vila da Parede, na Linha de Cascais, esta pequena praia, atualmente classificada de Zona de Interesse Biofísico (ZIBA), está prestes a tornar-se a primeira Reserva Natural Local, no litoral português. Mas qual o porquê de esta praia ser tão especial? A praia das Avencas fica “entalada” entre o mar e a Avenida Marginal, avenida que foi construída no topo da sua arriba. Esta zona é caracterizada por diversas intrusões rochosas, originadas durante a formação da Serra de Sintra. Estas grandes áreas rochosas estendem-se pela praia e são irregulares, com muitas fendas e depressões, que durante a maré cheia estão imersas, mas na maré baixa elas retêm água, permitindo que fauna e flora mais adaptadas à zona infralitoral (permanentemente imersa) consigam viver e desenvolver-se em zonas mais à superfície. As denominadas Poças de

Maré, contêm então uma grande atividade biológica, com água pouco profunda mas permanente, e com grande exposição solar. Graças a estas condições a praia das Avencas tornou-se um dos melhores locais para se conseguir facilmente observar espécies que normalmente só são visíveis através de práticas de mergulho, sendo por isso fortemente visitada por escolas, universidades e outros interessados. Entre as muitas espécies que habitam na ZIBA, podemos destacar: - Zona Supralitoral (normalmente sempre emersa): Gastrópode (Littorinaneritoides), Líquenes negros (Verrucaria maura), Crustáceo isópode (Lígia oceanica); Zona Mediolitoral (zona entre marés): Burrié (Siphonaria e Gibbula), Esponjas Vermelhas (Hemeniacidonsanguinea), Caranguejos (Carcinusmaenas), Cracas (Balanusperforatus); - Zona Infralitoral (permanentemente imersa): Algas Calcárias (Lithophyllumincrus2a

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tans), Ouriços (Paralaemonserratus), peixes (Gobius e Blenius), Estrelas-do-mar (Asteriarubens). Nos enclaves nas rochas (poças e fendas) podem-se observar espécies tanto da zona Mediolitoral mas também da zona Infralitoral. No entanto, toda esta biodiversidade encontra-se ameaçada e verifica-se que é cada vez menor. A praia das Avencas tem uma zona de areal muito reduzida mas encontra-se numa área densamente habitada, perto de Lisboa, o que a torna muito frequentada nos meses de Verão. O facto de ter um curto areal, “empurra” as pessoas para as zonas rochosas durante a maré mais baixa, invadindo os ecossistemas e destruindo-os com o pisoteio. Outras atividades também afetam as espécies, como a pesca ou o surf, por exemplo. É por isso que é importante a criação legal da Reserva Natural Local das Avencas, elevação que irá regular e restringir o acesso à praia, as atividades ali desenvolvidas e que permitirá a monitorização permanentes dos ecossistemas ali existentes, importantes e únicos no nosso país. Sem dúvida uma praia a visitar, mas respeitando sempre os ecossistemas! Por Cláudio Duarte

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Captura de Dióxido de Carbono por Carbonatação mineral Redação por Licínio Manuel Gando-Ferreira, Departamento de Engenharia Química da Universidade de Coimbra Atualmente o fenómeno das alterações climáticas é considerado um problema preocupante à escala global devido ao ritmo acelerado com que está ocorrer. Existem evidências inequívocas de que a temperatura média global tem vindo a aumentar, sendo que em 2005 essa temperatura situava-se 0.76 oC acima daquela verificada na era pré-industrial segundo o Painel Intergovernamental das Nações Unidas sobre Alterações climáticas (IPCC). A maioria dos peritos mundiais em matéria de mudanças climáticas consideram que a acumulação de gases com efeito estufa (GEE) decorrentes da atividade humana é a principal a causa do aquecimento global. No âmbito do Protocolo de Quioto assinado em 1997, a maioria dos países industrializados comprometeram-se a reduzir as emissões de GEE em pelo menos 5% em relação às verificadas em 1990, durante o período 2008-2012. A necessidade de cumprimento dessa meta tem incentivado o desenvolvimento de tecnologias de emissão zero ou tecnologias livres de carbono, incluindo a captura e o armazenamento do principal GEE, o dióxido de carbono. As atuais tecnologias de captura de CO2 permitem concentrar o dióxido de carbono emitido a partir de grandes instalações industriais para posterior transporte até ao seu armazenamento final. Estas tecnologias

envolvem processos de separação baseados em sistemas de pós-combustão, pré-combustão, oxi-combustão, membranas e liquefação do gás. A corrente de CO2 obtida no final do processo de captura é normalmente armazenada em formações geológicas (poços desativados de gás natural ou de petróleo, xistos, estratos de carvão e salinas subterrâneas) e em águas profundas dos oceanos. Há alguns riscos associados a estas opções de armazenamento, nomeadamente a acidificação das águas que causa problemas à vida marítima, a rejeição do gás devido às correntes oceânicas e tempestades e fugas de gás a partir de cavidades subterrâneas onde se encontra retido o CO2. A carbonatação mineral é uma alternativa promissora de captura de CO2 que tem merecido recentemente grande atenção. Este processo, no qual o CO2 reage com minerais para formar sólidos estáveis, ocorre muito lentamente na natureza de forma espontânea. Existem várias vantagens em simular o processo natural de carbonatação mineral numa instalação industrial conforme se esquematiza na Figura 1: i) os carbonatos minerais formados são os produtos finais de processos geológicos que são conhecidos como sendo geologicamente estáveis durante milhares de anos; ii) principal matéria-prima (silicatos de cálcio/ magnésio) é abundante um pouco por toda 2a

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a crosta terrestre e iii) durante o processo formam-se produtos secundários que são de grande valor comercial. Os silicatos de magnésio e de cálcio podem ser encontrados em rochas ultramáficas (perioditos). As mais interessantes entre estas rochas com a finalidade de serem utilizadas no processo de carbonatação são os serpentinitos que contém o mineral serpentina enriquecido em óxido de magnésio (≈ 40% MgO). A reacção de carbonatação gás/sólido, envolvendo a serpentina, pode ser descrita pela seguinte equação: Mg3Si2O5 (OH)4 (s) + 3 CO2 (g) --> 3MgCO3 (s) + 2SiO2 (s) + 2H2O (l) Na região nordeste de Portugal, mais concretamente nos maciços de Bragança e Morais, ocorrem rochas peridotíticas com diferentes graus de serpentinização que foram objecto de atividades extrativas., Assumindo uma massa específica de 2760 kg/m3 e uma espessura de 50 m, estas formações geológicas com 650 Gt de rochas, segundo estudos geológicos, cobrem uma área de 4.85 km2 com potencial de captura de 260 Gt de CO2. Há dois tipos de carbonatação: a carbonatação direta e a carbonatação indireta. O processo de carbonatação directa é realizado numa única etapa através da reação gás-sólido ou em meio aquoso. A reação gás-sólido necessita de temperatura e pressão elevadas (500 oC e 340 bar) o que torna o processo ecoRepresentação esquemática de um processo de carbonatação mineral

nomicamente inviável. A carbonatação em meio aquoso, que envolve a dissolução do CO2, é muito lenta. Por este motivo, o processo ocorre a temperatura e pressão elevadas e com a presença de aditivos para acelerar a reacção. O processo de carbonatação indireta normalmente ocorre em duas etapas. Na primeira etapa promove-se a extração de metais (Mg, Ca, Fe, Cr, Ni, etc.) do mineral por lixiviação utilizando soluções ácidas ou básicas. Na segunda etapa o precipitado de hidróxido de magnésio, separado na etapa anterior, reage com o dióxido Mg(OH)2 (s) + CO2 (g) --> MgCO3 (s) + H2O de carbono (P=40-50 bar e T= 500-550 oC) de acordo com a seguinte reacção exotérmica, A carbonatação indireta é um processo bastante promissor e tem sido investigado no âmbito de uma tese de doutoramento que envolve o Departamento de Engenharia Química e a “Åbo Akademi University” da Finlândia. Alguns resultados já obtidos permitem concluir que amostras de serpentinite recolhidas na região de Bragança são bastante reactivas e, portanto, adequadas para o sequestro de CO2 por carbonatação mineral.

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Ambiente e Sociedade

Portugal já tem estações de carregamento solar para veículos elétricos A Bright Solar, empresa especializada em engenharia de sistemas solares, disponibiliza desde o início deste ano uma solução inovadora em Portugal, para carregamento de veículos elétricos, integrada com painéis solares. Os carregadores, que utilizam uma tecnologia com base na energia solar, foram desenvolvidos pela MagnumCap, empresa portuguesa especializada em soluções de gestão, disponibilização e armazenamento de energia elétrica, bem como sistemas de carregamento para veículos elétricos. Carlos Jesus, CEO (ChiefExecutiveOfficer) da Bright Solar, defende que “o dinamismo e a capacidade de inovação que tornam a Bright Solar uma empresa de referência a nível nacional” serão uma mais-valia na internacionalização da empresa, nomeadamente para o Brasil. Por Margarida Almeida

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Ecoturismo em Portugal Por Ana Santos O ecoturismo é uma espécie de turismo que promove a valorização ambiental. Neste tipo de turismo, prevê-se a conservação dos recursos naturais, o benefício das comunidades em questão, e a educação ambiental. Os turistas que preferem o ecoturismo são, por norma, pessoas que pretendem minimizar o seu impacto sobre a natureza e que prescindem de comodidades e luxos. Todos devemos estar conscientes de que o nosso planeta está sob uma ameaça real e a crescente consciência ecológica e o estilo de “vida amigo” do ambiente são já uma realidade inadiável e esperamos que não seja tardia. Assim, ao escolher o destino para férias, optando por instalações amigas do ambiente, estamos a contribuir para a preservação do ambiente. Deste modo, o Ecoturismo está diretamente relacionado com o conceito de turismo sustentável, que relaciona as necessidades dos turistas e das regiões recetoras, protegendo e fortalecendo oportunidades para o futuro. Contempla a gestão dos recursos económicos, sociais e necessidades estéticas, mantendo a integridade cultural, os processos ecológicos essenciais, a diversidade biológica e os sistemas de suporte à vida. O sector do ecoturismo em Portugal tem vindo a crescer a taxas anuais superiores a 7% desde meados

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da década de 1990 — um ritmo de crescimento superior à generalidade das atividades económicas O ecoalojamento é em espaços reconstruídos e remodelados em localidades rurais, montanhosas ou até pinhais, aproveitando os recursos naturais existentes. Oferece uma infinidade de condições e recursos que permitem poupar o planeta, minimizar o impacto ambiental e educar as pessoas para melhores práticas ambientais. Para além da calma e da paisagem envolvente do local escolhido para o ecoturismo existem várias ecoatividades, como por exemplo, caminhadas, exploração de grutas e abrigos, observação de variadas espécies, canoagem, escalada, mergulho, entre muitas outras, todas estas possíveis em Portugal. Entre os destinos mais procurados destaca-se o arquipélago dos Açores, cujas ilhas foram consideradas as segundas melhores do planeta para a prática do ecoturismo, pela National Geographic Traveller e o terceiro melhor destino do mundo. Deixo aqui algumas ecosugestões: Caminhadas- Trilhos do Parque Nacional da Peneda-Gerês; Mergulho – Baía de Sesimbra; Observação de golfinhos e baleias – Açores; Exploração de Grutas – Serra de Aire.


Ambiente e Sociedade

Os dois artigos que se seguem são baseados em trabalhos da disciplina de Introdução à Engenharia do Ambiente referentes ao ano letivo 2012/2013.

O Ambiente e os “smartphones e tablets” Nos nossos dias, o uso de aparelhos eletrónicos é uma constante. Todos os dias saem novos modelos com mais funcionalidades e utilizações. Um exemplo desses aparelhos são os “smartphones” e os “tablets”. Ainda há poucos anos, era difícil imaginar que se poderia ver televisão num telemóvel, ouvir um álbum da nossa banda preferida, navegar na internet como se estivéssemos num computador, entre outras funcionalidades. Hoje em dia, isto tudo e muito mais é possível graças a estes aparelhos. O “smartphone”, que em português significa “telemóvel inteligente”, tem não só a capacidade de realizar chamadas, enviar mensagens, comunicar com outros dispo2a

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sitivos através de Bluetooth, infravermelho e internet, tirar fotografias e gravar vídeos, mas também engloba outras principais tecnologias: GPS, processador de alta velocidade, memória RAM e de armazenamento, software de edição de texto, etc. O “tablet” é um dispositivo multimédia pessoal com ecrã táctil “touchscreen” que permite a criação de textos e apresentações, leitura de livros, revistas ou jornais e a instalação de diversos programas, o que o torna ideal para jogar jogos. No seu fabrico são usados materiais com uma elevada condutividade elétrica e outros compostos, por vezes muito tóxicos, tais como: mercúrio, cádmio, lítio, arsénico, entre outros. Desde o seu fabrico, até à sua reciclagem, passando pelo tempo de utilização estes aparelhos são uma fonte emissora de dióxido de carbono, e se durante este percurso tanto os processos de obtenção de matérias-primas (por vezes tóxicas), como a reciclagem dos aparelhos não for monitorizada e regulada, podem resultar problemas para o meio am-

biente e por consequente para o ser humano. Os metais pesados como o mercúrio, e outros compostos tóxicos podem provocar graves danos no ecossistema, por exemplo a nível das cadeias alimentares. Também pode chegar ao ser humano e provocar danos a nível do sistema nervoso, cardiovascular, digestivo e em grandes quantidades até mesmo a morte. A desflorestação também é um problema, para se extrair os metais tem que se expor o solo, e com isso há perda de biodiversidade, possível lixiviação de compostos, etc. No fabrico/transporte, o maior problema será a libertação de dióxido de carbono e outros gases prejudicais para o homem e ambiente. Com o passar do tempo, as empresas tem vindo a ficar mais responsáveis, fazendo aparelhos livres de tóxicos, seguindo princípios sustentáveis, usando embalagens recicláveis e reduzindo o seu tamanho, economizando assim no transporte. Também se desenvolvem alguns modelos que têm em vista a redução de emissões de gases e que a maior parte dos componentes possam vir a ser reciclados.

Ricardo André Costa Luís; Grupo: Stephanie Capelas, Ricardo Luís, Inês Costa

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Ambiente e Sociedade

Lâmpadas LED

Foi no início dos anos 60 que surgiu o Diodo Emissor de Luz, mais conhecido como LED (Light EmittingDiode), através de experiências de Nick Holonyak, que poliu e lapidou um semicondutor convertendo corrente elétrica em luz visível. As lâmpadas LED são a espécie mais simples que existe, pois são iluminadas apenas por um movimento de eletrões. A luz emitida não é monocromática, isto é, a radiação emitida não tem apenas uma cor. O LED é um componente do tipo bipolar, assim, tem um terminal que se chama ânodo e outro que se chama cátodo. O LED permite ou não a passagem de corrente elétrica dependendo da maneira como for polarizado, e consequentemente a geração de luz ou não. Quando os díodos são formados por materiais como o silício e o germânio, a maior parte da energia é libertada como calor e apenas uma pequena parte se converte em luz. Se forem formados por outros materiais como o arsenieto de gálio (GaAs) e o fosfeto de gálio (GaP), o número de fotões emitido já vai ser

Grupo: Liliana Cardoso, Daniela Ferreira, Carolina Almeida suficiente para se converter em fontes de luz. O componente mais importante de um LED é o chip semicondutor responsável pela geração de luz. Apostar na tecnologia LED é uma boa solução para eliminar o risco de contaminação, pois para além de reduzir consideravelmente as emissões de CO2 provocadas pela iluminação, as lâmpadas LED não contêm tungsténio como as lâmpadas convencionais, nem mercúrio como as lâmpadas fluorescentes, as LED’s emitem uma luz constante, sem radiações ultravioleta nem infravermelhos prejudiciais. Os LEDs são alimentados normalmente em corrente contínua, possuindo tensão de condução baixa, não necessitando de ignição, ao contrário das lâmpadas fluorescentes. Estas características são bastante vantajosas quando se deseja alimentá-los através de uma bateria. Devido a estes e a muitos outros fatores, os LED’s são uma mais-valia na aplicação em iluminação de emergência. A tecnologia LED permite uma poupança de 90% na fatura de eletricidade, sendo assim os LED’s um tipo de iluminação muito mais eficiente que qualquer outra, pois possuem alto rendimento luminoso produzindo muita luz com pouca energia elétrica. As luzes LED conseguem resistir a grandes variações de temperatura e de vibração, assegurando a continuidade da utilização. Estas lâmpadas não são tão frágeis como as outras lâmpadas convencionais e dificilmente se partem.

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A cidade que se tornou sustentável a partir dos escombros: Greensburg Por Patrícia Reis Greensburg, uma comunidade agrícola no centro-sul do Kansas, nos Estados Unidos, foi a 4 de Maio de 2007 violentamente atingida por um tornado. Dos cerca de 1400 habitantes, 9 perderam a vida, a maioria ficou sem as suas casas e a cidade ficou reduzida a escombros. A hipótese de reerguer a cidade tornando-a assente em princípios verdes surgiu aquando do processo de reconstrução da mesma. A comunidade, antes da tragédia, estava a diminuir e a tornar-se envelhecida. Os moradores sabiam que a cidade precisava de uma nova estratégia. O tornado, apesar de terrível, permitiu proceder a essa transformação. Nos anos que se seguiram ao tornado, Greensburg construiu edifícios municipais repletos de certificação LEED, instaurou uma política que torna a energia so-

lar e eólica mais acessível aos moradores e criou um novo plano estrutural para a cidade que inclui corredores verdes e um centro pedonal. Os esforços atraíram financiamentos estaduais e federais e ainda uma cobertura noticiosa e mediática. Apenas pelo facto de alguns membros da comunidade encararem a sustentabilidade ambiental como uma extensão natural das características rurais da região, este cenário se tornou possível. Nos primeiros dias após o desastre organizaram-se várias reuniões comunitárias. O objetivo era a partilha de opiniões entre os membros da comunidade para que pudessem todos trabalhar para o mesmo fim. Os esforços de reconstrução iniciais exigiram uma enorme dose de energia e alguns exemplos notáveis de engenho ecológico. No início, muitos não tinham a certeza

Cidade após o tornado

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Ambiente e Sociedade de querer investir, em alguns casos, mais do dobro dos custos numa reconstrução sustentável. Aqueles que assumiram o compromisso focaram-se nos preços de eletricidade mais baixos que iriam alcançar e na melhor conservação dos recursos. Para a construção de um parque eólico de produção em larga escala, oito quilómetros fora da cidade, a cidade estabeleceu uma parceria com a John Deere Renewable Energy e a Kansas Power Pool. As 10 turbinas do parque, de 1.25 megawatts cada, produzem energia que segue para a Power Pool, abastecendo uma série de municípios locais. Greensburg orgulha-se por obter 100% da sua eletricidade a partir do vento. As novas políticas da cidade permitem aos moradores instalar painéis solares ou turbinas eólicas no telhado e encaminhar a energia produzida para a rede elétrica, sendo remunerados por isso. Assim sendo, a medida permite aos habitantes reaver rapidamente o custo envolvido na aquisição das tecnologias e disseminá-las. Edifícios de alta eficiência energética (hos-

pital e centro de artes locais) fazem poupar a Greensburg 156 mil euros por ano em eletricidade nos seus 13 maiores edifícios. O verdadeiro teste desta nova abordagem virá com o tempo – será que a nova cidade vai atrair empresas e empregos ou será apenas uma cidade fantasma, mas verde? Para já, os sinais são positivos – após o tornado, a população diminuiu para metade (passou para 775 pessoas), mas muitos negócios já reabriram: a loja de ferragens, o café, os bancos e a farmácia. A cidade é agora vista como tendo futuro. Ser verde em Greensburg significa agora preservar os recursos, pensando nas gerações futuras, e trabalhar para a auto-suficiência. Dixson, o presidente da cidade, diz que se tratou da “construção de uma comunidade de volta à que os nossos antepassados construíram para nós – uma comunidade para durar”. Este será talvez o caminho a seguir em muitas cidades espalhadas pelo meio rural.

Cidade em processo de reconstrução 2a

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Caracterização e avaliação de compostos e resíduos orgânicos para adubação de bananeira Introdução: A utilização de compostos orgânicos tem sido uma boa opção para reduzir os gastos com fertilizantes minerais, e obter aumento de produtividade de fruteiras tropicais. Entretanto, dada a grande diversidade de matérias-primas utilizadas na preparação de compostos orgânicos, são necessários estudos para avaliar os seus efeitos tanto sobre a libertação de nutrientes essenciais às plantas, quanto sobre a libertação de substâncias contaminantes, como os metais pesados. É importante garantir não só a melhoria da produção vegetal nos sistemas agrícolas, através das melhorias nas características do solo, mas também a proteção do meio ambiente, evitando-se a contaminação dos solos e recursos hídricos. Nesse sentido, o objetivo do presente trabalho foi realizar a caracterização química de compostos e de resíduos orgânicos visando conhecer a faixa de variação nos teores de nutrientes e metais pesados desses materiais. A partir desses referenciais, propõe-se disponibilizar tecnologias básicas para o aproveitamento de resíduos gerados na propriedade agrícola, assim como na agroindústria, para adubação no sistema de produção orgânica, melhorando a nutrição das plantas, a renda do produtor e também mitigar os impactos ambientais gerados na disposição inadequada de resíduos. Metodologia: Amostras de dezoito compostos orgânicos oriundos de resíduos industriais, urbanos e agrícolas foram recolhidas em quatro Estados do Nordeste e analisadas quanto aos teores de nutrientes e metais pesados. Os compostos orgânicos utilizados no presente estudo foram comerciais, produzidos a partir de resíduos industriais e urbanos e disponíveis para venda no mercado, como também artesanais, produzidos em propriedades rurais a partir de resíduos encontrados nas propriedades. Após as coletas, os compostos foram homogeneizados, colocados para secar ao ar e passados em peneira de 2 mm. Para cada composto, foi determinado o pH em água (1:2,5). Além disso, sub-amostras de cada composto foram digeridas utilizando-se uma mistura nitro-perclórica, e no extrato de digestão, foram analisados P, K, Ca, Mg, Zn, Cu, Pb, Ni e Cd. Para determinação do N total, os compostos foram digeridos numa mistura de água oxigenada e ácido sulfúrico e, após isso, o N foi determinado por destilação.

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Ambiente e Sociedade Resultados: Os dezoito compostos orgânicos apresentaram as seguintes faixas de variação : pH - 2,5 a 9,6; C - 5,5 a 30,2%; N - 0,23 a 1,23%; P - 1,60 a 8,70 g/kg; K - 1,23 a 12,89 g/kg, Ca - 2,50 a 19,06 g/kg e Mg - 0,02 a 6,90 g/kg. Destacaram-se o resíduo bagaço de coco com maior teor de P; o composto grama + lodo de esgoto para o N; o composto fumo + casca de eucalipto + esterco para o K e o composto de grama + casca de mandioca + bagaço de dendê para o Ca. Com relação aos teores de micronutrientes e metais pesados, os teores variaram de (mg/kg): Zn - 17 a 133; Cu - 6 a 37; NI - 12 a 100; Cd - 2 a 47 e Pb - 6 a 57. Maior teor de Ni foi observado no composto chamado “Adubo enriquecido”, estando acima do limite máximo permissível da legislação para fertilizantes orgânicos, que é 70 mg/kg. O composto a base de resíduos domésticos, urbanos e industriais apresentou os maiores teores de Zn e Cd. Apenas o composto ‘Adubo enriquecido” não apresentou teores de Cd acima do permitido pela legislação, que é 3 mg/kg. Estes resultados comprovam a importância de estudos desta natureza, pois mesmo materiais vegetais que são produzidos em solos não contaminados por metais pesados podem apresentar teores elevados desses elementos, podendo ocorrer acumulação no solo e transferência para a cadeia alimentar.

Conclusão: Os compostos orgânicos apresentaram elevada variabilidade com relação às características químicas, e alguns apresentaram elevados teores de metais pesados, indicando possibilidade de contaminação de solos. Vanessa Silva Lopes 1 Adriana Maria de Aguiar Accioly2 Leandra Brito de Oliveira 3 Náfez Souza Bittencourt2 1. UNIVERSIDADE FEDERAL D0 Recôncavo DA BAHIA 2. EMBRAPA MANDIOCA E FRUTICULTURA TROPICAL 3. UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO

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PERCURSO ACADÉMICO

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ENTREVISTA

Prof. José Alfeu Almeida de Sá Marques

Atual coordenador do MIEA 1 e Pólo 2, toda a gente sabe as dificuldades que isto coloca. O complexo pedagógico central do Pólo 2 deveria ter laboratórios para colmatar essas deficiências, mas como sabem é simplesmente constituído por salas de aula e portanto a questão laboratorial falta-nos.

GW: Qual o balanço que faz do seu período como coordenador do Mestrado Integrado em Engenharia do Ambiente, até ao momento? JA: O conjunto de atividades que temos tentado coordenar, resume-se nesta fase a ter uma palavra mais ativa na alteração do plano de estudos, discutindo-se de uma forma abrangente e trazendo especialistas da área para nos ajudarem a desenhar/ projetar um bom curso de Engenharia do Ambiente. Este é um curso que tem uma coordenação mais complexa. Reparem que estão envolvidos oito Departamentos da FCTUC e todos com perspetivas diferentes de encarar o curso, sendo alguns mais flexíveis que outros. Gostaríamos de evitar a necessidade de deslocamentos entre Pólo

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GW: Que razões encontra para que a média do último colocado do curso tenha descido bastante em relação a anos anteriores? JA: Como sabem, assume-se uma crise, e as áreas das engenharias, em particular as que estão ligadas à construção são afetadas. Por outro lado verifica-se que a região centro tem uma oferta excessiva de cursos para um número de habitantes inferiores aos da Região Norte e Sul, uma coisa que esperaríamos que o governo contribuí-se para mudar. Outra razão também importante para a diminuição é que deixou de haver uma fasquia em termos de média, portanto entra tudo. Claro que o nosso número “clausus” eventualmente pode ser elevado. Depois há de facto uma particularidade que dificulta as coisas na Engenharia do Ambiente: a Matemática e fundamentalmente as classificações de Física, que tiveram resultados péssimos no País. Havendo menos procura qualquer nota dá para entrar: é como na pesca, em vez de


Percurso Académico ter uma malha larga para deixar os mais pequeninos crescer, se tiver uma malha mais apertada arrasto tudo, portanto a malha é tão apertada que apanhou tudo, entrou tudo. Mas se antes podia haver o atrativo de vir para a Universidade de Coimbra porque era a mais antiga, com algum prestígio, agora com as dificuldades económicas é mais fácil escolher um curso próximo do que ir para fora.

tica, no sentido partidário, toda a gente tem sentido que há um centralismo cada vez maior do governo, pelas razões mais variadas, cada vez o poder é mais central e consequentemente as entidades e pessoas deslocam-se para lá, desvalorizando-se outros locais.

GW: Em Lisboa, as vagas foram quase todas preenchidas, possivelmente os candidatos preferem ir para as grandes capitais? JA: Apesar de não ter um estudo concreto, nitidamente as universidades passaram a ser fundamentalmente regionais. Além disso, antes as pessoas optavam pela Universidade de Coimbra por ser a mais antiga, com tradições, e hoje nós sentimos que não é assim, o mercado nacional não valoriza o sítio onde se tira o curso. Não sendo uma afirmação polí-

GW: Segundo notícias recentes, existem cursos em risco de fechar por falta de alunos, será o nosso caso? JA: Não, o encerramento do curso não se põe em causa de maneira nenhuma, nem a diminuição do “número clausus”, que foi debatida pelo Departamento e Faculdade. Ainda que em termos percentuais, o curso de Engenharia de Ambiente portou-se melhor que o curso de Engenharia Civil. Sendo o DEC o maior departamento da FCTUC não fazia sentido dar indicação que

“... plano de estudos do MIEA...foi baseado no das melhores escolas do mundo em Eng. do Ambiente. “

nos conformamos a diminuir o número clausus só por causa dos dados de um ano. Uma andorinha não faz a primavera, foi um ano. Temos de facto que estar atentos, apostar mais. Penso que a discussão do Bolonha é que devia estar em cima da mesa. GW: Será o nosso plano curricular adequado a todas as funções que um EA poderá desempenhar? E comparando-o com o plano curricular de outras universidades? JA: Eu colaborei na primeira versão do plano de estudos do MIEA, a pedido do então reitor, o Professor Seabra Santos e foi baseado no das melhores escolas do mundo em Eng. do Ambiente. Há duas perspetivas de ver a formação, uma perspetiva na área de Ciências do Ambiente e outra em Engenharia do Ambiente, e dentro da engenharia posso ter uma perspetiva de Ambiente Exterior ou de Ambiente Interior. Aqui tentamos equilibrar

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entre um Ambiente mais orientado no sentido de qualidade de ar interior, condições ambientais em fábricas, mais dos nossos colegas do Departamento de Eng. Mecânica, com uma perspetiva de Ambiente de mais lato senso, que cobre ordenamento do território, as grandes questões ambientais da organização da própria sociedade. Nisso penso que estamos razoavelmente bem. Depois também temos que pensar onde é que se vão empregar os engenheiros do Ambiente. GW: A maior parte dos alunos sente necessidade de aulas práticas com foque no que realmente é o mundo de trabalho de um EA, mais visitas de estudo, mais aulas laboratoriais. Será o curso demasiado teórico? JA: Não, não é demasiado teórico. Nós queremos formar técnicos de nível superior, estamos numa universidade, e numa universidade de prestígio e

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como tal, é necessário formar alunos com uma forte base teórica. Penso que nunca é formação teórica a mais, porque eu tenho aquela ideia de um físico francês: “eu sei apenas aquilo que sei fazer”, e portanto eu tenho de saber as coisas para fazer. GW: Quando espera que o nosso curso seja avaliado pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior? JA: Neste momento estão a ser avaliados o curso de Engenharia civil, em 2015 será Engenharia do Ambiente. GW: O professor acredita que o curso será acreditado? JA: Não só acredito como tenho a certeza. Além de saber o que é o nosso curso tenho a informação, porque sou avaliador pela ordem dos engenheiros dos cursos nas outras faculdades. Sei o que escrevo em relação às críticas de outras faculdades e o que não se pode escrever sobre a nossa. A crítica que possivelmente podem ter será seguramente pelo facto de não termos laboratórios nas nossas instalações, tendo que se fazer deslocações.


Percurso Académico GW: Como se faz a avaliação de um curso? JA: O primeiro aspeto a ter em conta é obviamente a qualidade do corpo docente, em termos científicos e pedagógicos (elementos de estudo, biblioteca). Outro aspeto é a adequação dos planos de estudo. Cada faculdade deve ter as suas especificidades. GW: Por que razão existem tão poucos engenheiros do ambiente a leccionar no MIEA? É pelo facto de cá ser recente o curso ou há outras razões? JA: É exclusivamente por isso, o que é natural. Não houve tempo para termos pessoal formado, e isso é terrível para nós, de facto. É um problema extremamente delicado neste momento, porque havendo uma diminuição de alunos é muito difícil aumentar a contratação de docentes, há um orçamento complicado. Mas sem dúvida que haverá uma tendência para um aumento de contratações, pois vai haver mais pessoas a reformarem-se e entram Engenheiros do Ambiente.

GW: Existem dados que nos possa fornecer acerca da taxa de empregabilidade, na área, dos formados no MIEA/LEA da UC? JA: O que eu encontro das pessoas que foram meus alunos é que está tudo a trabalhar. Por exemplo em investigação, e até mesmo alguns alunos que nem tinham tão boas notas estão agora em projetos de investigação e com bons resultados. GW: Os alunos que aqui foram formados estão a trabalhar mais em Portugal ou lá fora? R: Em Portugal, esta era a informação que havia até há muito pouco tempo. Em Portugal, os maiores empregadores de Engenheiros do Ambiente são as autarquias e as empresas das Águas de Portugal, empresas de prestação de serviços e administração. Há muito a fazer na gestão dos nossos meios hídricos e no que toca à exploração e reabilitação pois é o futuro das nossas cidades.

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GW: Uma característica do nosso curso é que é um curso que está ligado a muitas Engenharias diferentes. Será que um engenheiro que esteja mais especializado numa área não irá ter vantagem sobre nós? R: A Universidade de Coimbra tem a visão de que quanto mais larga for a banda melhor. A especialização vem depois. Eu acho que nós temos vantagem, e então com esta dificuldade que o país tem de ter empregos, quanto mais banda larga, muito mais possibilidade de irmos para o mundo. GW: A engenharia do ambiente é ou será uma profissão de futuro? JA: É. Aliás já devem ter visto um estudo publicado pela CNN que refere a Engenharia do Ambiente como uma das profissões mais bem pagas, acima da Engenharia Civil. Não estamos a inventar, é a CNN que o publica.

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GW: Acha que o facto de adquirirmos formações exteriores à universidade é importante para o curso? Tem alguma sugestão de algumas formações que sejam importantes? JA: Evidente que acho importante, acho que devia haver estágios quase obrigatórios para toda a gente. Eu sou de uma família de engenheiros civis há quase 100 anos e ouvia dizer os meus tios e familiares mais antigos que nas férias fa“...estudo publicado pela CNN que refere a Engenharia do Ambiente como uma das profissões mais bem pagas...” ziam estágios. Havia esses estágios para nós sabermos o que é que é a vida lá fora. Essa é uma das coisas que eu quero tentar inserir no plano de estudos, o problema é como é que isso é quantificado em ECTS.

GW: Para si, qual a importância da Engenharia do Ambiente para a sociedade? JA: Na minha opinião, a importância da Engenharia do Ambiente é fundamentalmente a visão integrada, a visão holística. Até há muito pouco tempo nós tínhamos em engenharia, de resolver o problema pontual sem pensar no que viria a seguir. Hoje o próprio ordenamento e dimensão das cidades vai ter muito a haver e cada vez mais, com a intervenção do engenheiro do ambiente, é acima de tudo um generalista mas que tem conhecimentos técnicos suficientemente aprofundados. Porque quando concentro as grandes cidades sei que estou a desertificar o campo, e quando estou a fazer isto tenho de pensar que deixa de haver pessoas para fazer a limpeza das florestas, a conservação dos caminhos e depois quando há um incêndio não há acessos e o melhor é deixar arder.


Percurso Académico GW: Acha então que o engenheiro do Ambiente pode ter um papel significativo para tentar resolver esta crise em que vivemos? JA: Acho que um engenheiro do Ambiente tem um papel muito significativo na construção da cidade do futuro. Um engenheiro do Ambiente tem de ser alguém que, em termos de planeamento do território/ urbano, intervém fazendo a função de coordenação. O arquiteto faz o desenho, o engenheiro civil arranja uma solução mecânica e estrutural para o desenho e o engenheiro do ambiente diz “As pessoas precisam de ter tantas horas de luz natural por isso a casa deve estar virada para sul, caso contrário, vai ter consequências ao nível do aquecimento que vai gastar muito mais, e que a energia está cada vez mais cara”. Outro aspecto que eu acho que o engenheiro do ambiente tem é a capacidade de análise do ciclo de vida, de ver para além do imediato. Portanto é essa a grande contribuição que o engenheiro do ambiente pode dar. Tem uma visão generalista. Por isso é que temos várias valências aqui a entrar, como a química, a mecânica, as matemáticas, as físicas, agora atente neste aspecto e é essa a particularidade que diferencia a engenharia do ambiente das ditas engenharias tradicionais. Nas engenharias tradicionais a matemática e física são ferramentas, mas na engenharia do ambiente temos uma formação na área da biologia que nos ajuda, a qual o engenheiro civil e o engenheiro mecânico não têm, acabando por ser o termo aditivo da reação. 2a

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O que é o programa “Ciências sem Fronteiras”?

“Ciência sem Fronteiras” é um programa que procura promover a consolidação, expansão e internacionalização da ciência e tecnologia, da inovação e da competitividade brasileira por meio do intercâmbio e da mobilidade internacional. A iniciativa é fruto de esforço conjunto dos Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e do Ministério da Educação (MEC), por meio de suas respectivas instituições de fomento – CNPq e Capes –, e Secretarias de Ensino Superior e de Ensino Tecnológico do MEC. Segue-se o testemunho de um estudante.

Thierry Pellegrinetti

(Estudante de Engenharia Ambiental e Sanitária – Universidade Federal de Lavras/MG) O tempo passa e as horas correm, as histórias ficam e nada pode apagar isso. Ser intercambista não é simplesmente estar em outro país, é conhecer um mundo novo, é fazer parte de um filme e ser o personagem principal. Minha experiência com Portugal começou graças a um Programa de mobilidade entre Brasil e Portugal, chamado “Ciência sem Fronteiras”, aonde milhares de estudantes Brasileiros tiveram a oportunidade de realizar um intercâmbio estudantil por um período de um ano. A escolha por Portugal foi mais do que óbvia. Estar em um país com uma cultura tão rica, com tradições tão vivas e ainda estudar numa das melhores Universidades, com certeza é o sonho de qualquer pessoa. Cada dia que passa, aprendo mais e mais, mudo meus pensamentos, revejo meus conceitos, viajo, vejo e conheço novas culturas. Além de tudo, sou grato por estar em um país que fez parte da construção do meu, e ainda por tudo e todos que conheci nessa experiência. Sou grato por ter pessoas para me ajudar

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em quase todos os momentos. Ao pessoal do Núcleo de Ambiente, que desde o começo estiveram presentes, muito obrigado. Poder conhecer tudo isso, sem ter problemas de se expressar é realmente fascinante. Mesmo sendo cedo para tomar conclusões, posso dizer que todo esse processo mudou de alguma forma meu jeito de ser. Ser ERASMUS é viver, é crescer, é SER.


Percurso Académico

Entrevista a uma antiga estudante do MIEA: Eng.a Inês Catarino 1. Para ti, o que é ser Engenheiro do Ambiente? O que te levou a optar por esta área e por este curso? Para mim, de acordo com a situação em que me encontro agora, ser Engenheiro do Ambiente é ser responsável por agir em prol de um desenvolvimento sustentável no mundo de construção civil em que tem que se destruir para construir. E é aqui que nós, Engenheiros Ambientais nos encontramos. Pois, as construções têm que existir ontem hoje e sempre, mas é necessário um plano de gestão ambiental para que se planeie e realize uma boa gestão de todos os recursos naturais ao redor da construção civil, muitas vezes esgotáveis. 2. Qual é o balanço que fazes do MIEA? É um curso muito interessante de se estudar, e fornece boas bases teóricas para desempenhar a profissão. No entanto, necessita estimular mais a componente prática. Afinal de contas, está a preparar Engenheiros... 3. A tua tese foi sobre o quê? Qualidade do Ar Interior na Biblioteca Joanina da Universidade de Coimbra. 4. Achas que saíste bem preparada quando terminaste o curso? Na altura achei que tinha o que era preciso para lançar-me no mundo profissional, tendo a consciência que o aprendizado iria ser sem dúvida no terreno. A experiência da vida é a melhor escola.

5. Fizeste formações extracurriculares? Se sim, quais e porquê? Participei em dois estágios curriculares durante o meu percurso académico, queria sentir-me mais preparada antes de iniciar a minha carreira profissional e ter um primeiro contato com a atividade dos Engenheiros do Ambiente. Fiz um estágio na ETAR da SimLis e outro na Divisão dos Serviços Urbanos e Ambiente na Câmara Municipal de Lisboa. 6. Foi fácil encontrar 1º emprego na área? Tiveste dificuldade em encontrar emprego em Portugal? Foi a crise que te levou a ir para fora? Ou foi outra razão? Estava a frequentar o curso de TSHST quando me candidatei à vaga de estágio profissional para a Direção de Desenvolvimento Sustentável no Grupo “Os Mosqueteiros”, empresa de distribuição alimentar e consegui a vaga. Felizmente não senti a crise em que o país se encontra atualmente. Senti-a de outra forma, indiretamente. 2a

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Fui convidada para vir trabalhar em Moçambique ainda empregada em Portugal e não pensei duas vezes, tinha chegado a minha oportunidade! Tinha duas opções: largar ou agarrar. Eu agarrei e não me arrependi!

7. Em que se baseia o teu trabalho? Eu sou Responsável pelo Meio Ambiente na empresa brasileira Construtora OAS, e a nossa equipa deve agir em paralelo com a equipa de produção na construção de um porto de exportação de carvão e de 30 km de linha férrea. A nossa equipa tem que desenvolver um conjunto de boas práticas ambientais aprovadas pela Vale (empresa mineradora brasileira que contratou a OAS) que serão adotadas por todos os trabalhadores envolvidos no projeto; e garantir que o conjunto de princípios ambientais da Vale seja cumprido. 8. Como está a ser a experiência de seres uma Engenheira do Ambiente? Batalhei muito para chegar onde estou agora. Não desisti e sempre soube muito bem o que queria. Finalmente consegui, mas não foi fácil e estou a adorar. Antes de vir para África, as pessoas disseram-me: vai, ajuda aquele país a desenvolver-se mas implementa tudo o que

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sabes sobre Gestão Ambiental, pois na Europa e América temos o exemplo de exploração descontrolada que não se deve seguir. 9. O que aprendeste durante o curso está presente no teu trabalho? Em que aspectos? Sim, a toda a hora. Tenho as matérias sempre comigo no disco externo! Desde o 1 ano até ao 5 ano... Ainda há bem pouco tempo estive a esclarecer dúvidas nos slides de Gestão e Tratamento de Resíduos da Professora Margarida Quina. 10. Conheces outras pessoas, formadas em EA na UC que já estejam a trabalhar? Sim. Felizmente os meus colegas mais próximos do curso estão empregados atualmente. Os que não estão prosseguiram os estudos por opção. 11. Tens em mente algum projeto ou ideia na área que gostarias de concretizar em breve? A curto prazo quero ter coragem e força para chegar ao fim deste projeto com todos os desafios que encontro no dia-a-dia. Tanto a nível profissional, visto que foi em 2010 que terminei o curso, portanto ainda me considero recém-formada e tenho ainda muito que aprender, como a nível pessoal uma vez que o meu dia-a-dia é dividido com uma grande diversidade de culturas: brasileiros, portugueses, indianos e moçambicanos. Estou neste momento a concretizar uma meta, quando estiver mais segura terei outras ideias e darei outros passos. Por enquanto, um passo de cada vez.


Percurso Académico

BEST-UC Grupo Local da Universidade de Coimbra

BEST BEST, Board of European Students of Technology, é uma associação internacional de estudantes que existe desde 1989. Sem fins lucrativos, tem vindo a criar canais de comunicação e cooperação entre estudantes de toda a Europa e disponibilizando programas de mobilidade estudantil, permitindo assim o intercâmbio de conhecimento e cultura. Composto por 92 Grupos Locais do BEST (LBGs – Local BEST Groups) estabelecidos em 32 países, o BEST tem tentado assegurar o contínuo crescimento e solidificação desta rede de estudantes por toda a Europa. BEST UC O BEST-UC, é um grupo constituído em 1992 na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra e conta com 30 membros ativos e cerca de 70 membros antigos (Alumnis). Tem trazido maior conhecimento sobre Coimbra e a região ao resto da Europa, ao mesmo tempo que mostra o potencial empresarial da região Centro de Portugal. BEST UC e eventos Organizados Desde a sua criação o BESTUC tem vindo a realizar todos os anos um conjunto de eventos com o objetivo de unir a comunidade estudantil às universidades e empresas, divulgar a sua imagem e ajudar na formação complementar dos estudantes da Faculdade de Ciências e Tecnologias. Para as empresas, o nosso grupo e os seus eventos apresentam-se como uma ótima oportunidade de se darem a conhecer a si mesmas e aos seus produtos junto de um público jovem e de formação superior em áreas tecnológicas. BEST Courses Os BEST Courses têm lugar durante todo o ano, divididos pelas quatro estações do ano. Alunos de toda a Europa podem candidatar-se a esses cursos. Anualmente, diversos alunos da Universidade de Coimbra têm oportunidade de experimentar um Curso BEST algures pela Europa e os alunos de CSFs passarão a ser alunos elegíveis na candidatura aos cursos. O BEST-UC organiza todos os anos um Curso de Verão (Curso Tecnológico) onde recebe cerca de 22 participantes de diferentes nacionalidades para conhecerem a nossa cidade e cultura. 2a

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A minha experiência num Summer Course BEST Entrevista a Cândida Silva >Que actividades já desenvolveste dentro desta organização? Participei num BEST SummerCourse (cursos de Verão), durante o mês de Julho de 2012. Este curso teve a duração de uma semana, e foi na Vrije Universiteit Brussel, em Bruxelas.

>Como tiveste conhecimento da BEST-UC? Como foi o primeiro contacto? Já me tinham falado do BEST há vários anos, acerca dos SummerCourses que organizavam, e na oportunidade de poder viajar para a Europa sem gastar muito e ainda aprender com isso, mas nunca tinha prestado muita atenção. Na Semana da Engenharia do ano passado, que é organizada pelo BEST fui assistir às várias palestras e workshops, e finalmente descobri realmente o que é o BEST, o que fazem e como concorrer a um SummerCourse. > Como foi o processo de te candidatares, foi fácil? Para me candidatar foi muito simples: Acedi ao site do BEST (www.best.org), escolhi os 3 cursos que mais me interessavam, escrevi 3 cartas de motivação (1 para cada curso) e depois foi só enviar tudo para cada um dos LBG (Local BestGroups) via site do BEST. É um processo muito simples, e os cursos valem a pena!

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> O que aprendeste? Foi útil para a tua formação? O meu curso era sobre Estruturas Ultra Leves (LightweightStructures), que apesar de se enquadrar mais no curso de Engenharia Civil, também ajuda os Engenheiros do Ambiente a perceberem o funcionamento e a utilidade deste tipo de estruturas, e que são uma boa opção para um futuro mais sustentável. Aprendi muitas coisas, tive vários workshops e palestras interessantes, que complementam os conhecimentos adquiridos ao longo de um curso em Engenharia. É sempre uma mais-valia para o futuro. > Que mais retiraste da experiência? Aconselhas? Aconselho vivamente, um SummerCourse do BEST é uma experiência incrível, não é muito caro (porque o alojamento e a comida é oferecida pelo LBG organizador) é bastante enriquecedor a nível curricular e, para além do mais, serviu para praticar o meu Inglês e conhecer pessoas de toda a Europa.


Percurso Académico Entrevista a Catarina Figueira > Como tiveste conhecimento da BEST-UC? Como foi o primeiro contacto? Via imensos flyers e cartazes pelo departamento e na cantina, mas além disso uma amiga minha tinha-se juntado ao BEST e andava-me a tentar convencer a concorrer a um curso de verão, na altura não me interessou muito mas o ano passado decidi tentar. Assisti a uma sessão de esclarecimento dos SummerCourses, onde considerei concorrer para esse verão. Depois essa amiga que já pertencia ao BEST levou-me a uma reunião na qual conheci os membros e ensinaram-me um pouco sobre o que era o BEST.

-> Que atividades já desenvolveste dentro desta organização? Eu participei na Semana de Engenharia do BEST no ano passado e também concorri a 3 SummerCourses. Fiz 3 cartas de motivação e respondi a umas perguntinhas fáceis. Tive sorte e entrei para a minha 1ª opção, Roma! Foram 7 dias inesquecíveis, tanto a nível de

aprendizagem, como de cultura e festas, claro! Recomendo esta experiência, pois é uma maneira de conhecer pessoas extraordinárias de toda a Europa, conhecer cidades lindas e basicamente só pagas a viagem, o que não é nada mau! -> Qual o balanço total (o que aprendeste) da (com a) tua participação? Eu aprendi a ser menos tímida e a ser mais “outgoing” em certas situações através de WorkShops, e a conseguir desenrascar-me sozinha numa cidade desconhecida. Conheci empresas, através da Semana de Engenharia que me mostraram que se pode fazer muita coisa em Engenharia, e até entrei para a Ordem dos Engenheiros como membro-estudante. De resto posso dizer que fiz novos amigos e que quem quiser pode-se juntar ao BEST, ou simplesmente participar nas Semanas de Engenharia ou concorrer a um dos cursos sazonais (primavera, verão, outono e inverno) que existem em cidades pela Europa, e que não se vão arrepender. 2a

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Estágios de Verão Podem candidatar-se à realização destes estágios de verão todos os estudantes da Universidade de Coimbra. Os estágios são não remunerados e não há atribuição de subsídio de refeição ou transporte. Os estudantes só podem realizar 1 estágio por ano letivo. A realização do estágio confere o direito à respetiva referência no Suplemento ao Diploma, ou à emissão de um certificado para estudantes inscritos em unidades curriculares isoladas e estudantes em regime de programa de mobilidade. Entrevista a Joana Castro GW: Em que te baseaste para a escolha do estágio? JC: No meu percurso académico, efetuei 2 estágios de verão. Sempre tive vontade de querer aprender mais, de ter a noção de como é o nosso curso no mundo do trabalho. Esperei pela altura certa e no final do 4º ano decidi candidatar-me a um estágio de verão. Fiz uma pesquisa de empresas relacionadas com Engenharia do Ambiente em Coimbra e ordenei conforme a minha preferência. A escolha do estágio foi feita com base nos perfis do curso de Ambiente, optando por fazer um estágio na área da tecnologia e outro na área de território. GW: O teu estágio foi sobre o quê? JC: O primeiro estágio foi sobre Incêndios Florestais na ADAI – Associação para o Desenvolvimento da Aerodinâmica Industrial. O segundo estágio que fiz foi na CTGA, Lda - Centro Tecnológico de Gestão Ambiental. Esta empresa trata assuntos como Exploração e Controlo de Sistemas Ambientais, Monitorização e Auditorias Ambientais e Gestão Ambiental.

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GW: Conseguiste usar informações das aulas no teu estágio? JC: Do 1º estágio não consegui usar grande informação, porque segui a área de Especialização de Território e Gestão do Ambiente. Em relação ao 2º que fiz, usei informação da cadeira de tratamentos biológicos.


Percurso Académico GW: O que gostaste mais durante o estágio? JC: Gostei do facto de poder estar no campo, de ter a noção do nosso trabalho, da responsabilidade que é fazer um estágio e gostei principalmente de aprender mais sobre diversas áreas.

Entrevista a Joana Marques GW: Em que te baseaste para a escolha do estágio? JM: Na escolha da minha opção baseei-me na localização perto da minha habitação e também numa empresa relacionada com a área do meu curso.

GW: Foi complicado conseguir estágio? Se sim, porquê? JC: Não, as empresas foram rápidas a responder às saídas profissionais da UC.

GW: O teu estágio foi sobre o quê? JM: O meu estágio foi numa empresa de resíduos sólidos e urbanos.

GW: Que conselhos dás a quem vai fazer estágio de verão? JC: Façam estágios de verão, é bastante útil e enriquecedor e podem aprender muitas coisas em diferentes áreas. Para além de ganharem currículo, adquirem conhecimentos para a vossa vida futura e ficam com uma noção do mundo do trabalho e da responsabilidade que se tem. GW: Que dicas tens para a escolha do estágio? JC: Acho que as dicas que tenho para dar é escolherem um estágio numa empresa que realmente gostem e escolher na área de residência. E não escolham só apenas para ganhar Curriculum, têm que candidatar-se com vontade de querer aprender e ganhar conhecimentos. Tem que haver vontade, motivação e esforço por parte dos estudantes. GW: Repetirias a experiência? JC: Sim repetia, é sempre bom querer aprender mais.

GW: O que gostaste mais durante o estágio? JM: Gostei de ver de perto como funciona aquela empresa e qual o papel do engenheiro do ambiente nela. GW: Achaste o estágio complicado? Se sim, porquê? JM: Foi um pouco. Porque tinha que estabelecer uma rotina de horários, a qual não estava habituada, e também porque no estágio davam-me tarefas bastante derivadas. GW: Que conselhos dás a quem vai fazer estágio de verão? JM: Que estejam dispostos a trabalhar e com atitude. GW: Que dicas tens para a escolha do estágio? JM: Que escolham uma área que gostem. GW: Repetirias a experiência? O que alterarias? JM: Sim repetiria. Escolheria uma empresa numa área diferente à que tinha escolhido anteriormente. 2a

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Espaço Teses Qualidade do Ar Interior em Espaços Públicos com Permissão de Fumar Autor: Vanessa Verdelhos A preocupação com a Qualidade do Ar Interior (QAI) tem vindo a aumentar, especialmente nos edifícios de serviços, pois permanecem no seu interior um número significativo de ocupantes durante longos períodos. No âmbito do SCE – Sistemas de Certificação Energética e Qualidade do Ar Interior (Decreto-Lei nº 78/2006, de 4 de Abril), surgiu o Regulamento dos Sistemas Energéticos de Climatização em Edifícios – RSECE (Decreto-Lei nº 79/2006). Atualmente, um elevado número de pessoas permanece durante os seus horários de trabalho em edifícios vedados (sem possibilidade de abrir janelas) e com sistemas centrais de ar condicionado. O

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ar dentro destes edifícios é recirculado e, por consequência, os contaminantes dentro dos edifícios acumulam-se gradualmente se não forem adequadamente filtrados. Exemplos de algumas fontes de contaminação nos interiores são: materiais de construção, materiais de isolamento, colas e agregantes utilizados, alcatifas, fumo do tabaco, produtos utilizados para limpeza e produtos químicos usados em aparelhos de escritório tais como fotocopiadoras e faxes. Os sintomas associados à Qualidade Deficiente do Ar em Interiores são denominados como “Síndrome do Edifício Doente” (SED).


Percurso Académico O “fumo do tabaco ambiental” (FTA), frequentemente designado também por “tabagismo passivo” (e “environmental tobacco smoke (ETS)” ou “secondhand smoke”) é atualmente o principal e mais disseminado poluente presente no meio interior. Calcula-se que seja a terceira causa evitável de morte em alguns países desenvolvidos, depois do tabagismo ativo e do alcoolismo. São inúmeros os estudos que têm mostrado a diversidade de efeitos adversos sobre a saúde dos não fumadores expostos ao FTA. Os primeiros estudos centraram-se na identificação dos riscos da exposição crónica das esposas dos fumadores. Os níveis de exposição para os quais têm sido identificados efeitos carcinogénicos situam-se entre 1 a 10 µg/m3 de nicotina, produzindo morbilidade e mortalidade significativas. A exposição ao fumo do tabaco ambiental (FTA) continua a ser responsável por morbilidade e mortalidade excessivas na União Europeia, com custos significativos para toda a sociedade. Já foram tomadas várias medidas para promover zonas sem fumo na UE. Em princípios dos anos noventa, algumas diretivas comunitárias em matéria de saúde e segurança no trabalho vieram limitar o tabaco no trabalho. No entanto, poucos têm sido os estudos para conhecer o grau de poluição pelo fumo do tabaco a que as pessoas estão sujeitas em vários lugares públicos e privados. O controlo da QAI no interior dos edifícios é sem dúvida um problema de saúde pública que importa solucionar, em benefício dos seus ocupantes. Contudo, a eficiência energética dos edifícios não tem de ser automaticamen-

te responsável pelos problemas associados à QAI. É neste contexto que surge o Decreto-Lei nº 78/2006 de 4 de Abril, que estabelece o SCE – Sistemas de Certificação Energética e Qualidade do Ar Interior nos Edifícios, que pretende que os Estados-membros da União Europeia sejam obrigados a implementar um sistema de certificação energética, em que sejam contempladas as inspeções às caldeiras e instalações de ar condicionado, no âmbito energético, mas também proporcionar uma boa QAI e conforto térmico, estabelecendo-se um equilíbrio entre o consumo de energia e a QAI.

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Espaço Teses Análise de Risco de Incêndio de uma Fábrica de Biocombustíveis Autor: Mafalda Sobral Orientadores: João Paulo Rodrigues (DEC-UC) e António Moura Correia (IPC) O Biodiesel, nome mais comum dos ésteres metílicos de ácidos gordos, é um combustível biodegradável derivado de fontes renováveis, que pode ser obtido por diferentes processos tais como o craqueamento, a esterificação e a transesterificação. Apesar de ser normalmente considerado um combustível seguro, o seu processo de produção pode ser perigoso e deve ser tratado como qualquer outro processo químico. Neste trabalho realizou-se a análise de risco de incêndio da unidade de produção e armazenamento de biodiesel PRIO Biocombustíveis S.A., situada no Terminal de Granéis Líquidos do Porto de Aveiro.

Figura 1 – Zona de armazenamento

Figura 2 – Zona do processo de fabrico

Com o software Effects, da TNO – Holanda, foi realizado um estudo das possíveis consequências físicas de uma eventual libertação acidental dos materiais e produtos armazenados na instalação de produção e armazenamento de biodiesel. Dada a grande diversidade de materiais presentes na instalação, optou-se por considerar apenas os produtos presentes em maiores quantidades e aqueles que, embora em quantidades menores, apresentam características de perigosidade. Assim, foram considerados o biodiesel, o metanol e a glicerina, individualmente, tendo sido obtidos os contornos representados na Figura 3, correspondentes à probabilidade de ocorrência de queimaduras letais.

(a)

(b)

(c)

Figura 3 - Contornos obtidos pelo software Effects para perda de contenção de um tanque (a) de biodiesel, (b) de metanol e (c) de glicerina

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Tendo em conta o estudo realizado com o software Effects, foi possível concluir que um eventual incêndio num dos tanques poderá ser suscetível de se propagar aos tanques vizinhos, devido à grande proximidade entre os diversos tanques de armazenamento. No entanto, essa propagação horizontal do incêndio poderá ser evitada, uma vez que todos os tanques possuem anéis com difusores de espuma para arrefecimento e bacias de retenção com canhões de espuma para combate a incêndios. A área de implantação da unidade industrial insere-se na Ria de Aveiro, encontrando-se no limite da Zona de Proteção Especial da Ria de Aveiro, que integra a Rede Natura 2000, pelo que se torna necessário garantir um nível adequado de proteção e prevenção contra incêndios e explosões na instalação fabril, de modo a prevenir e/ou reduzir eventuais impactes ambientais negativos sobre essa mesma zona. Na análise dos impactes ambientais decorrentes de um eventual incêndio na instalação fabril, a afetação da avifauna, a perda de produtos e materiais, e as perdas económicas foram considerados impactes muito significativos, uma vez que as espécies de avifauna presentes na zona são consideradas protegidas e de elevado valor ecológico, e as quantidades de produtos e materiais armazenados, bem como o seu valor económico, são muito elevados.

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Espaço Teses Síntese e caracterização de nanopartículas de nZVI para remediação ambiental Autor: Elsa Neto Esta dissertação surgiu no âmbito de um projeto mais abrangente relacionado com a descontaminação de solos poluídos com compostos organoclorados utilizando nZVI (ferro zero-valente). Nos últimos anos, várias tecnologias no campo da remediação ambiental foram desenvolvidas. Desta forma, o ferro de valência zero surge como uma tecnologia para o tratamento de águas e solos contaminados. Este material é conhecido pelas suas propriedades redutoras capazes de degradar uma vasta gama de poluentes orgânicos e inorgânicos. No entanto, a utilização deste material na escala manométrica permite aumentar a sua eficiência pois a sua área específica por unidade de massa será maior. O objetivo deste trabalho foi produzir e caracterizar nanopartículas de ferro zero valente para aplicações ambientais futuras. Apesar de serem descritos vários métodos de síntese na literatura, o mais usado para fins académicos é a redução de sais de ferro em solução aquosa de borohidreto de sódio. No entanto, estas partículas apresentam elevada tendência de agregação e adesão aos materiais presentes no meio. Assim, alguns métodos foram desenvolvidos para superar este problema através da estabilização da superfície das partículas, tal como o revesti-

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a) FeBH

b) FeGT

c) FePAA

Imagens TEM das nanopartículas de ZVI


Percurso Académico

mento com polímeros ou utilização de estabilizadores. A caracterização destas partículas é importante uma vez que influenciam diretamente o seu comportamento na presença dos poluentes. Deste modo, o trabalho envolveu três tipos de nanopartículas, sintetizadas por precipitação química em condições atmosféricas utilizando borohidreto de sódio (FeBH) e polifenóis de chá verde (FeGT) como redutores, e nZVI revestidas com o polímero ácido poliacrílico (FePAA). Como já referido, a utilização do polímero e do chá verde visa evitar a agregação das partículas. A caracterização abrangeu sobretudo a morfologia, distribuição de tamanhos, potencial-zeta e área específica. A reatividade foi avaliada através da medição do volume de gás (hidrogénio) resultante da reação química do nZVI em meio ácido. Após a realização dos testes, concluiu-se que os três tipos de nZVI que foram sintetizadas com sucesso, sendo necessários estudos adicionais no caso das FeGT. A agregação de partículas parece ter sido diminuído devido à utilização de polifenóis de chá verde e do polímero enquanto as FeBH apresentam grande nível de agregação. Apesar de ser possível avaliar a reatividade das partículas através da medição volume de hidrogénio, estes resultados devem ser confirmados por outras técnicas.

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ATIVIDADES NEEA/AAC

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Receção ao Caloiro Com a chegada dos novos alunos à Universidade de Coimbra, realizou-se de 10 a 14 de Setembro, no Átrio das Químicas, a semana das matrículas. O tema desta semana era ‘Ser de Água’ e o NEEA optou por juntar ao kit de caloiro, para além das habituais informações e brindes, umas figuras em Origami com curiosidades sobre a Água. O início das aulas arrancou no dia 17 de Setembro, com as já usuais atividades praxistas. Dia 18 foi marcado pela sessão oficial de receção do DEC, que contou com a presença da direção do Departamento, o Professor e Subdiretor Paulo Coelho, do Coordenador do MIEA, Professor Alfeu Sá Marques, dos Coordenadores dos Menores em Engenharia Geográfica e em Engenharia Geológica e de Minas, Prof.ª Cidália Fonte e Prof. Quinta Ferreira, e ainda dos Presidentes dos Núcleos de Estudantes de Engenharia do Ambiente e Engenharia Civil da Associação Académica de Coimbra. A sessão terminou com uma visita aos laboratórios e outros espaços do DEC. No dia 20, deu-se mais uma tarde de convívio entre Doutores e Caloiros, com a Mega Febrada do Pólo II, uma atividade com o objetivo de integrar todos os novos estudantes do Pólo II da Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade de Coimbra. Para

além das habituais febras e finos, houve algumas novidades, nomeadamente uma exposição de carros clássicos, graças ao apoio da Secção de Desportos Motorizados da AAC, mini jogos do BeerOlympics, matraquilhos humanos, luta de almofadas, e ainda a atuação da Tuna Mista da FCTUC, a Quantunna. A semana de receção ao caloiro terminou da melhor maneira, com o Mega Convívio do Pólo II. Na noite de dia 21, marcaram presença em palco as bandas ‘Coisas Lindas e Cheirinhos’ e ‘Paracetamol’ e o Dj ‘Mr Fresh’. Por Renata Ataíde

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Visita ao Paço das Escolas

Por Catarina Alçada

A Visita ao Paço das Escolas é uma das visitas mais importantes para os novos estudantes da Universidade de Coimbra que possibilita conhecer melhor a cidade que os acolhe nesta nova etapa das suas vidas. Desta maneira, o pelouro da Cultura do NEEA/AAC organizou no dia 8 de Outubro de 2012 a visita que permitiu explorar o Paço das Escolas. Os estudantes de Engenharia do Ambiente tiveram a oportunidade de percorrer a Faculdade de Direito, a soberba Biblioteca Joanina, a bela Capela de S. Miguel e a histórica Prisão Académica; e ainda de conhecer um pouco melhor a história da Universidade. Na principal sala da UC, a Sala dos Capelos, puderam ter uma ideia do que seria assistir a uma cerimónia académica como, por exemplo, doutoramentos solenes e “honoris causa”. Enquanto na Sala do Exame Privado e na Sala das Armas puderam observar, respetivamente, retratos dos antigos reitores e armas da Guarda Real Académica que atualmente ainda são utilizadas pelos Guardas em cerimónias. Para recordar esta visita cultural os envolvidos juntaram-se todos no átrio do Paço das Escolas para uma encantadora fotografia final que ficará guardada na lembrança de todos!

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Magusto, uma tarde diferente No dia 14 de Novembro, o famoso Departamento de Engenharia Civil da UC deparou-se com o tradicional Magusto do DEC, organizado pelo NEEA/AAC e pelo NEEC/ AAC, de forma a dinamizar a amizade entre os estudantes de Eng.ª do Ambiente e Eng.ª Civil e os corpos docentes do DEC. Sendo este um Magusto, não se podia dispensar as belas castanhas assadas e a saborosa jeropiga caseira. Durante a tarde os estudantes de Eng.ª do Ambiente proporcionaram aos novos estudantes uma praxe onde por meio de peque-

nas e respeitosas brincadeiras se fomentou a integração dos caloiros junto do curso e da Academia. Neste dia pode-se comprovar que o trabalho entre os dois núcleos é de grande cooperação e entreajuda. O Magusto trouxe ao DEC a vivência entre os estudantes dos dois cursos e demonstrou que este não é só para os estudantes deste departamento, estando aberta a participação a qualquer estudante ou docente da família do Pólo II. Por Joana Mira

Noite de Bingo Com o intuito de organizar uma atividade de convívio algo diferente, e para aliviar algum stress acumulado, numa altura de frequências e entrega de trabalhos, o NEEA realizou a 1ª Noite de Bingo. Na noite de 28 de Novembro, um grupo de alunos do MIEA, alguns deles estreantes, juntou-se no Bingo Académica, para mais uma atividade lúdica. Apesar de nenhum dos alunos ter saído premiado, não deixou ser uma noite divertida e descontraída. Por Andreia Canadas

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Noites de Cinema Nos dias 20 e 21 de Novembro de 2012, o Pelouro da Cultura do NEEA/AAC decidiu dar asas à imaginação e organizar pela primeira vez as Noites de Cinema, com filmes dentro do contexto ambiental. Este evento teve lugar no Centro Cultural Dom Dinis, ao início da noite. Na primeira noite foram visionados dois documentários, “A Ameaça do Degelo” produzido pela National Geographic e “A 11ª Hora” produzido e narrado pelo conhecido ator e ambientalista Leonardo DiCaprio. O primeiro dá a conhecer factos e acontecimentos muito presentes no dia de hoje, como por exemplo o derretimento das calotes de gelo e dos glaciares, assim como da velocidade alarmante a que estes se dirigem para os oceanos. O segundo, que conta

com a participação e testemunho de vários cientistas conceituados, fala do quanto as atividades humanos contribuem para alteração do clima do planeta. Posteriormente, na segunda noite, foi visualizado o filme “Erin Brockovich”, interpretado por Julia Roberts e vencedor de um Oscar. Um drama que é baseado numa história verídica sobre uma empresa que foi desmascarada sobre um atentado à saúde pública. Apesar da pouca afluência nas duas noites, mesmo com a oferta de pipocas, os presentes mostraram-se interessados pelo evento e demonstraram-se abertos a uma segunda edição, onde esperamos encher a sala do Centro Cultural Dom Dinis. Redação Marco Marreiro

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Desmistificando uma Central de Triagem No dia 5 de Dezembro, por iniciativa do NEEA/ AAC, decorreu uma visita técnica à Central de Triagem inserida nos CITVRSU (Centro integrados de tratamento e valorização de resíduos sólidos urbanos) da freguesia de Vil de Matos – Coimbra, que é responsável pelo tratamento dos resíduos urbanos dos distritos de Aveiro e Coimbra. A Estação de Triagem é o local onde se realizam as operações de separação dos resíduos provenientes da recolha seletiva, dos ecopontos e dos ecocentros, nomeadamente o papel, o cartão e as embalagens de plástico e de metal. Depois de serem descarregados numa plataforma, vão alimentar a linha de triagem, passam num crivo rotativo onde há uma separação dos resíduos volumosos. De seguida os recicláveis passam por um equipamento abre-sacos, que coloca todas as embalagens em condições de poderem ser separadas. Os sacos de plástico são separados por processos automáticos e semiautomáticos, enquanto as restantes embalagens passam por um separador balístico, que

as divide em três frações: finos, planos e rolantes. Cada uma destas frações é tratada em sequências de equipamentos: separadores de metais ferrosos, separadores de metais não ferrosos e separadores óticos por tecnologia de infravermelhos. Estas operações de triagem au-

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tomáticas são complementadas por ações de triagem manual de afinação, permitindo atingir elevadas qualidades de separação. Uma vez separados, todos os produtos passam por um posto de controlo de qualidade, por forma a garantir as especificações técnicas necessárias ao seu encaminhamento para a reciclagem. Produzem-se fardos dos vários materiais processados, como de cartão, papel e cartão, plásticos PEAD, PEBD, PET, PET óleo, mistos e Tetra-pack, bem como de metais ferrosos e metais não ferrosos. As unidades de triagem dispõem de capacidades de processamento de 4 toneladas por hora de embalagens plásticas e metálicas e de 8 toneladas por hora de papel e cartão. Cada unidade de triagem dispõe de um ecocentro, constituído por baias de betão armado para armazenamento de fluxos de materiais recicláveis com destino a

entidades gestoras desses resíduos ou de operadores licenciados para a sua valorização (REEE, sucata, madeira e vidro). Esta atividade foi importante para o enquadramento de conhecimentos adquiridos na cadeira de gestão e tratamento de resíduos, podendo o corpo estudantil assimilar e cimentar de uma forma educativa e lúdica a componente teórica, e adquirir mais informação para definir a sua escolha de perfil de mestrado. Deixamos também um agradecimento à ERSUC pela sua solicitude e ajuda na concretização desta atividade. Por José João Pacheco de Oliveira

Recolha de Rolhas e aluguer de cacifos Durante todo o ano letivo houve no bar do Departamento de Engenharia Civil, uma recolha de rolhas de cortiça e rolhas de plástico para podermos reciclar e ajudar. A recolha de 1tonelada de rolhas de plástico equivalia a uma cadeira de rodas e a recolha de rolhas de cortiça ajudava na plantação de árvores. Ocorreu também o aluguer de cacifos no DEC, por parte do NEEA/ AAC para qualquer aluno, por um valor simbólico. Por Ana Rita Santos

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Actividades Atividades NEEA NEEA

Faz acontecer no emprego Com a tomada de posse do Núcleo de Estudante de Engenharia do Ambiente da Associação Académica de Coimbra, encabeçado pela Renata Ataíde e Clarisse Carneiro, respondeu-se a uma necessidade de todos os estudantes do MIEA-FCTUC, a criação de uma vertente do núcleo dinamizadora para a preparação de um curriculum vitae, que destacasse tanto as qualidades individuais de cada um como o que de melhor a nossa formação base em Engenharia do Ambiente tem, de forma a facilitar a integração no mercado de trabalho. Um dos principais problemas é logo no primeiro contacto com a entidade empregadora, a forma como elaboramos o nosso CV, a informação que lá colocamos, as pequenas falhas nas entrevistas, a forma como procuramos emprego, pode ser tanto promotora de um sinal de interesse ou de alerta no nosso possível empregador. Para colmatar estas falhas, o pelouro das Saídas Profissionais em conjunto com o GIP/UC organizou umas conferências profissionais para todos os alunos MIEA e uma revisão curricular para os finalistas, de forma a ajuda-los a entrar “com o pé direito” neste novo desafio. Mas a forma como elaboramos o CV não é tudo. Por isso promovemos juntos dos alunos a participação em estágios, conferências, ações de desenvolvimento de Soft-Skills, promovemos visitas técnicas que permitiram aos estudantes verem na prática o âmbito de ação da sua futura profissão e criámos parcerias a custos mais baixos em diversas formações como o TSHST (conferente do nível de pós-

-graduação) e CCP (antigo CAP) e continuamos a lutar para concretizar mais parcerias. Outra das atenções foi na divulgação dos nossos futuros engenheiros de Norte a Sul do país e ilhas, junto de empresas, facilitando o contato destas para a eventual hipótese de servirem como entidades fornecedoras de estágios ou até mesmo empregadores. Apesar de às vezes não termos muita noção disso, o MIEA-FCTUC é uma marca e cada um de nós é um produto desta marca, por isso, quer aqueles que nos antecedem quer aqueles que nos sucedem podem ter influência na carreira individual de cada um. Neste sentido lançámos uma campanha de informação via Facebook e plataformas on-line para candidatos ao ensino superior, em colaboração com o nosso departamento

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participamos em visitas de escolas ao nosso DEC, e visitamos escolas secundárias de forma a promover a chegada de novos caloiros, cada vez mais conscientes daquilo que é a Engenharia do Ambiente e de que forma ser aluno da FCTUC lhes é uma mais-valia. Foi um ano de intenso trabalho, do qual nos orgulhamos e por isso somos humildes ao ponto de dizer que isto é só o começo. Contudo parte de cada um aproveitar ao máximo todas as hipóteses que surjam de se tornarem mais e melhores e levarem esta marca de que nos orgulhamos cada vez mais longe. Por José João Pacheco de Oliveira

Torneio de futebol de 5 O NEEA/AAC tem uma pequena tradição em fomentar o convívio, o entretenimento e uma vida mais saudável aos seus alunos e até mesmo a outros alunos desta nossa bela academia. Como já se sabe, o futebol é um desporto de equipa, que visa equilibrar a saúde dos seus competidores, proporcionar entretenimento aos seus praticantes e, para além disso, é dos desportos mais acarinhado e seguido no nosso país. Sendo assim o NEEA/AAC planeou um torneio de futebol que se realizou no dia 26 de Setembro de 2012 que contou com a presença de cinco equipas. Quatro equipas eram inteiramente constituídas por alunos de MIEA: uma equipa do primeiro ano, uma equipa constituída por alunos de primeiro e segundo ano, uma equipa

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do segundo ano e por fim uma equipa do quinto ano. Esteve ainda presente uma equipa composta por alunos de MIEC. Inicialmente as equipas jogaram umas contra as outras, numa espécie de Liga, para apurarem as duas melhores equipas que, entre si, iriam disputar a final. A final acabou por ser entre a equipa do segundo ano e a equipa de MIEC acabando por ganhar a equipa de MIEC. A todas as pessoas que participaram, a todas as pessoas que foram apoiaram as equipas e a todas as pessoas que ajudaram que este projeto se realizasse um muito obrigado pela presença e por nunca desapontarem o NEEA/AAC. Por Catarina Fernandes


Actividades Atividades NEEA NEEA

Semana da Ressaca Por Andreia Canadas De 11 a 14 de Fevereiro de 2013, primeira semana de aulas do 2º Semestre, realizou-se a 5ª Edição da Semana de Ressaca. Com o final de uma época de exames de 1º semestre bastante exaustiva, esta é já uma semana muito desejada, tanto pelos alunos do MIEA, como até por alunos de outros cursos. Com o lema “Time is never wasted, when you are wasted all the time”, este ano, o primeiro dia foi marcado por um convívio do NEEA no Tapas Bar. Ao contrário de outros anos, em que na primeira noite realizava-se o karaoke, este ano não foi possível, devido a um cancelamento à ultima da hora. Ainda assim, conseguiu-se tirar proveito da noite com a marcação de um convívio no Tapas Bar, que acabou por superar as espectativas e revelar-se uma grande noite de diversão. Quem sabe, não se criou uma nova tradição! Na tarde de Terça-feira, no Átrio das Químicas, ocorreu a primeira actividade pra-

xista do 2º semestre, com a Mega-Praxe. Contou com a presença de alunos de vários anos do MIEA, e claro, com os caloiros. Quarta-feira, dia 13, teve início nos jardins da AAC, mais um peddy-tascas de Engenharia do Ambiente. Nesta actividade estiveram presentes 16 equipas, 5 das quais constituídas por alunos de outros cursos da Universidade de Coimbra. Num percurso formado por 7 tascas, distribuídas pela Alta e Baixa Coimbrã, saiu vencedora a equipa “SuperOhm’s”, integrada por alunos de Engenharia Electrotécnica e de Computadores. Para terminar uma semana de ritmo frenético, dia 14 de Fevereiro, deu-se mais um jantar de curso, desta vez menos preenchido, devido ao Dia dos Namorados. A noite, e semana da ressaca, terminaram com 2 convívios no Tapas Bar e Theatrix, organizados pelo carro dos Novos Fitados de Engenharia do Ambiente, GreenVader.

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Visita ao Museu Machado de Castro

Por Catarina Dinis

A visita ao Museu Machado de Castro realizou-se no dia 20 de Fevereiro com um grupo de 23 elementos. O Museu Machado de Castro é um dos mais importantes museus de Portugal. Encontra-se instalado no Paço Episcopal de Coimbra e é considerado monumento nacional desde 1910. O museu abriu ao público a 11 de outubro de 1913. Iniciámos a visita pelo criptopórtico, construção romana subterrânea, que tinha como função suportar o fórum (centro da cidade) e onde também eram armazenados alguns bens alimentícios. Visitámos também as exposições permanentes do museu que se enquadram nas seguintes áreas: escultura, arqueologia, ourivesaria, joalharia, pintura, cerâmica, mobiliário e têxteis. O balanço final da visita foi positivo, sendo que vários elementos do grupo elogiaram a escolha do Museu e confessaram-se surpreendidos com a visita.

Recolha de Sangue no DEC Por Ana Santos O evento começou por volta das 10:00h, na sala 24 do Departamento de Engenharia Civil e avançou pelo dia fora até por volta das 18:00h, com a equipa do DAR SANGUE, dos HUC. A recolha reverteu para o banco de sangue dos Hospitais da Uni-

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versidade de Coimbra, e contou com uma grande afluência de alunos. Obrigado a todos os que participaram, ajudaram a salvar vidas e para o ano esperamos contar com ainda mais alunos e professores.

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Actividades Atividades NEEA NEEA

Fim-de-semana Radical Por Renata Ataíde De maneira a começar bem as férias da Páscoa, nos dias 22, 23 e 24 Março, deu-se o famoso Fim-de-Semana Radical de Engenharia do Ambiente. Pelo 6º ano consecutivo, o Parque do Curral Negro, em Gouveia, contou com a presença de 21 alunos de diferentes anos do Mestrado Integrado em Engenharia do Ambiente. Com partida marcada para as 17h, e chegada a Gouveia já perto das 19h30m, a montagem das tendas já se deu um pouco às escuras. Depois do primeiro jantar de grupo, os participantes puderam desfrutar da primeira noite, com um convívio de karaoke. O dia 23 começou cedo, com a deslocação ao Parque Senhora dos Verdes, para uma manhã/tarde de atividades. As mais populares foram o Paintball, Circuito de Pontes, Slide e Mini Golfe. Ao final de tarde, de regresso ao Curral Negro, os alunos tiveram oportunidade de participar, naquela que era a novidade desta edição do Fim-de-Semana Radical, a libertação de uma Gineta (Genettagenetta). A ação foi organizada pelo

CERVAS (Centro de Ecologia, Recuperação e Vigilância de Animais Selvagens), e permitiu aos presentes conhecer um pouco acerca da Fauna Selvagem de Gouveia. A libertação da Gineta, apelidada de ‘Jorge Jesus’, após 2 meses de recuperação, foi feita por um aluno do MIEA, já ao final do dia, quando não havia qualquer luz solar. Depois do jantar, deu-se a última atividade deste Fim-de-Semana Radical, a orientação noturna. Para terminar a noite em beleza, contou-se com a presença do DJ Póvoa. Um DJ improvisado, que animou a noite de toda a gente presente. A partida no dia 24 foi bastante tardia e marcada por muita chuva e granizo, que dificultaram a arrumação das tendas.

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“ENGENHARIA DO AMBIENTE: SUSTENTABILIDADE E FUTURO” Por Clarisse Carneiro No passado dia 17 de Abril, realizou-se no Auditório Laginha Serafim a conferência “Engenharia do Ambiente: Sustentabilidade e Futuro” que contou com oradores, a Dr.a Paula Garcia, da Agência Portuguesa do Ambiente, a Eng.a Ema Matos, Coordenadora do Colégio de Engenharia do Ambiente da Ordem dos Engenheiros Região Centro, o Eng.o Traça de Almeida, da Universidade de Coimbra e o Eng.o José Vieira, Vice-Presidente Nacional da Ordem dos Engenheiros, bem como convidados da Associação Portuguesa da Engenharia do

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Ambiente (APEA), CCDR, Câmara Municipal de Coimbra, Ordem dos Engenheiros Região Centro, Direção do Departamento de Engenharia Civil e Direção Geral da Associação Académica de Coimbra. A atual função de um engenheiro do ambiente e as áreas de futuro na sua profissão, foram os temas abordados na conferência. Contudo, não podemos olhar para o futuro e viver o presente sem conhecermos o nosso passado, como tal, no início da sessão, homenageou-se, com um quadro simbólico, o Prof. Doutor Fernando Seabra pelo seu envolvimento


Actividades Atividades NEEA NEEA e empenho na criação do Mestrado Integrado de Engenharia do Ambiente na FCTUC. O mesmo sentiu-se gratificado pela homenagem e referiu que não deveria vir em seu nome, mas em nome da equipa que se esforçou para desenvolver e criar o curso. O Núcleo de Estudantes de Engenharia do Ambiente da Associação Académica de Coimbra agradece ao Prof. Doutor Alfeu Sá Marques pela sua enorme colaboração, que tornou possível a realização da conferência com tanta qualidade e sucesso, a to-

dos os oradores pela sua disponibilidade e dedicação para o sucesso da conferência, ao Departamento de Engenharia Civil pela cedência do espaço, à Câmara Municipal de Coimbra pela colaboração na realização do Porto d’Honra, à ACIV pela colaboração na realização do Coffee Break e ao Sr.o Ricardo e à Dona Lucinda pelo seu apoio logístico.

“Se acham que a educação é cara, experimentem a ignorância” Por Clarisse Carneiro

Há anos que o Ensino Superior (ES) está com dificuldades. Este ano letivo não é exceção. Para os estudantes, o aumento do indeferimento do número de pedidos de bolsas de estudo, o, embora não tão conhecido, regulamento disciplinar que apresenta novas regras que sancionam os estudantes, o possível aumento de propinas (a ser discutido em reunião do Conselho Geral a 27 de Maio),o crescente aumento do custo de vida e o novo regime de prescrições são os grandes problemas com que estes se deparam. Para as universidades, o problema é sempre o mesmo, o financiamento. Entre 2005 e 2013 ocorreu uma redução de20% no financiamento das instituições do ES portuguesas, sendo que o ensino não obrigatório também está a sofrer com as políticas de austeridade.

O ES não contribuiu em nada para a crise, muito pelo contrário, tem contribuído para o desenvolvimento do país. Bem, veja-se como exemplo a atribuição de melhor incubadora a nível mundial ao Instituto Pedro Nunes, intimamente ligada à UC. Porém, o ES é sempre das primeiras áreas a sofrer cortes! O que torna tudo mais ridículo é o facto de um estudante formado do ES devolve, em média, cerca de3 vezes mais ao estado do que este investiu nele. No dia 9 de Novembro de 2012 o reitor convidou a comunidade universitária a comparecer no TAGV, encerrando a UC durante uma hora. Perante um TAGV cheio e a abarrotar, deu a conhecer o que se estava a passar na UC, afirmando que com os cortes previstos no Orçamento de Estado para 2013 (OE’13), esta não teria dinheiro para pagar salários ou

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Actividades Atividades NEEA NEEA

bens comuns (água, luz...), pois já fora atingido o limite máximo. No entanto, os cortes previstos foram reajustados, o que permitiu às universidades portuguesas respirar um pouco mais de alívio, mas não tendo obtido nenhuma vitória. Escrevo este texto a 1 de Maio de 2013 e pouco mudou desde então: as universidades continuam “à rasca” de financiamento. A revogação do OE’13, pelo tribunal constitucional, obriga às instituições públicas, ES incluído, a pagar os subsídios que supostamente não seriam entregues, ou seja, onde é que a UC irá buscar os cerca de 2 milhões que necessita?! Sabemos que a Universidade do Porto (UP) manteve as propinas, será que a UC vai fazer o mesmo? Há que ter em conta que a UP teve lucro no ano transato (que teve de

entregar ao estado) … O risco do aumento do número de prescritos ainda é bem real, pelo menos enquanto não sair o despacho oficial por parte do reitor que confirme a adição de um ano de transição. 1 500 pedidos de bolsas foram indeferidos, só na UC, devido às dívidas tributárias, sendo que muitos mais se juntam devido aos critérios de aproveitamento escolar. E a 27 de Maio iremos descobrir se teremos algo mais com que nos preocupar. Não sabemos o rumo do ES, mas sabemos que um país não é nada sem conhecimento, sem formação! Derek Bok disse, “se acham que a educação é cara, experimentem a ignorância”. Não estou a pedir-vos que saiam para a rua e gritem “Não!”, estou a pedir que saibam o porquê de se estar a gritar, que se informem; optar se se juntam às mani-

festações é uma escolha de cada um, há várias formas de reivindicar, de fazer a diferença. Porém, depois de se informarem é quase impossível ficarem quietos, sem reação, nem que não seja simplesmente questionarem-se. Pensar já é uma vitória. Está na altura de voltarmos a ser a Associação Académica de Coimbra, e ela não é nada sem ti, sem nós, sem os estudantes. Apenas voltaremos a ser AAC quando os estudantes souberem realmente o que se está a passar e tomar ação.

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CULTURA E LAZER

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Recomendações Vê: The Age of Stupid Uma história passada em 2055 e que mistura elementos de ficção e realidade. No Ártico existe um arquivo isolado, onde está guardado todo o conhecimento produzido pela humanidade. Pete Postlethwaite interpreta o arquivista que narra o filme e que questiona a nossa capacidade de acção. O filme mostra histórias paralelas e reais sobre a indústria de combustíveis fósseis, desperdício, pobreza, guerra no Médio Oriente e o degelo. Nesta jornada controlada pelo capitalismo, não nos damos conta, apesar de todos os sinais da natureza, que estamos a acabar com o planeta e que o tempo para evitar uma catástrofe se esta a esgotar demasiado rápido.

Lê: Os Sentimentos da Natureza A proteção do ambiente está, hoje, no mundo inteiro, na ordem do dia. A política dos ecologistas faz-se acompanhar, muitas vezes, por debates ideológicos que questionam profundamente as nossas representações da relação entre o homem e a natureza, opondo, por exemplo, o mito de uma simbiose homem-natureza, que seria característico das sociedades africanas, à essência predadora que qualificaria as sociedades cristãs ocidentais. Uma obra que ultrapassa estes estereótipos e proporciona uma informação rigorosa sobre as representações da natureza nas grandes civilizações.

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Um livro original, onde o leitor encontrará umas dez contribuições dos melhores especialistas, solidamente fundamentadas e extremamente acessíveis. Tratam destes “sentimentos” da natureza, tanto no que diz respeito às religiões (cristianismo, islamismo, hinduísmo), como aos povos (China, Japão, Austrália, Rússia, Estados Unidos, África, Brasil, França, Alemanha). Um livro importante e interessante que apresenta uma perspetiva diferente das que nos habituámos a considerar relativamente à Ecologia.


Cultura e Lazer Agenda: 10a Conferência Nacional do Ambiente Repensar o Ambiente: Luxo ou Inevitabilidade?

Decorrerá na Universidade de Aveiro, de 6 a 8 de novembro de 2013, a 10ª Conferência Nacional do Ambiente (10CNA), que se integra nas comemorações dos 40 anos da Universidade de Aveiro e dos 35 anos do Departamento de Ambiente e Ordenamento. A conferência tem sido organizada, desde a sua primeira edição em 1988, alternadamente pelo Departamento de Ambiente e Ordenamento da Universidade de Aveiro e pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, tendo-se constituído num importante fórum de debate científico, tecnológico e de gestão, e num espaço privilegiado de divulgação das atividades desenvolvidas e do conhecimento produzido na área do Ambiente em Portugal. Em 2013, pela primeira vez, a organização decorrerá em parceria com a Associação Portuguesa de Engenharia do Ambiente, no âmbito do XII Congresso Nacional de Engenharia do Ambiente (XIICNEA), tendo como lema “Repensar o ambiente: luxo ou inevitabilidade?”. Os temas da parceria 10CNA-XIICNEA são: 1. Qualidade ambiental e poluição 2. Alterações climáticas e energia 3. Uso sustentável dos recursos 4. Riscos ambientais 5. Ambiente, território e desenvolvimento 6. Cidades sustentáveis 7. Cidadania, governação e instrumentos de política do ambiente

Joga: Fate of the World

“Fate of the World” coloca o futuro da Terra nas mãos de seus jogadores, que comandam uma organização ambiental internacional que pode salvar o mundo dos efeitos das emissões cada vez mais intensas de gases causadores do efeito-estufa, ou permitir que pereça ao manter a dependência excessiva de combustíveis fósseis. Por meio de diferentes cenários, os jogadores podem explorar opções como geoengenharia e fontes alternativas de energia para salvar o planeta da alta nas temperaturas, esgotamento de recursos naturais e elevação da população nos próximos 200 anos.

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Palavras Cruzadas

Verticais: 2. Primeiro pesticida moderno.; 3. Compostos encontrados no fundo oceânico, contendo enormes quantidades de metano.; 4. Tipo de nuvem de desenvolvimento vertical, que é densa, atingindo grandes altitudes e está associada a eventos meteorológicos extremos.; 5. Nome das grandes reservas de areia betuminosas do Canadá.; 6. Fenómeno causado pelo excesso de nutrientes numa massa de água.; 7. Elemento usado nos catalisadores dos automóveis.; 8. Material mais forte já demonstrado, podendo servir para armazenar hidrogénio, p.e. em baterias de carros.; 10. Força por unidade de área.; 13. Técnica de laboratório em análise química quantitativa para determinar a concentração de um reagente conhecido.; 15. Adesão de moléculas de um fluido a uma superfície sólida.; 17. Processo de extração de uma substância presente em componentes sólidos através da sua dissolução num líquido.; 18. Compostos orgânicos de elevada toxicidade, variando o número de átomos de Cloro, existindo 75 compostos diferentes deste género.; 20. Camada de (?): protege o planeta dos raios ultravioletas emitidos pelo sol.; 22. País onde decorreu a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável em 2012. NOTA: Preencher desprezando acentos e cedilhas.

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Horizontais: 1. Coeficiente adimensional usado em mecânica dos fluidos para o cálculo do regime de escoamento de um fuido.; 6. Efeito (?): um dos responsáveis pelo aquecimento global; 9. Projeto responsável pelo desenvolvimento da bomba atómica.; 11. Maior acidente industrial do mundo, causado por uma fuga de gás.; 12. Ciclo termodinâmico utilizado na maioria dos automóveis modernos.; 14. Ato de escoar água de terrenos encharcados, por meio de tubos, etc.; 16. Elemento responsável pela toxicidade da combustão do PVC.; 18. Forma do hidrogénio usado na fusão nuclear para produção de eletricidade.; 19. Um aço simples é constituído por ferro e...; 21. Centro de baixas pressões, região onde o ar se eleva e favorece a formação de nuvens.; 23. Gráfico da função 1/x; 24. Substância que diminui a tensão superficial de um líquido.; 25. Fenómeno de transferência de calor causado por uma diferença de temperaturas entre dois meios nos quais não é perceptível movimento da matéria.; 26. Descarga elétrica através do ar produzida por uma trovoada.


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