As (in)certezas do trabalho docente na pandemia

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SOBRE AS AUTORAS As fotos das autoras demonstram uma parte das condições do mundo real, enquanto pesquisavam também vivenciavam as (in)certezas do trabalho docente. A trajetória acadêmica das autoras pode ser consultada na Plataforma Lattes.

Ângela Maria Silveira Portelinha Pós-doutoranda em educação pela Unicamp. Doutora em Educação pela UFRGS. Professora do Curso de Pedagogia e do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus de Francisco Beltrão. No momento da pesquisa coordenava o PPGEFB e desenvolvia as atividades de ensino, pesquisa e extensão. A foto representa o trabalho presencial substituído pelo virtual durante a pandemia: orientações, reuniões, aulas, cursos, palestras, produção de material para avaliação quadrienal da Capes, participação em bancas. A sobrecarga de trabalho resultou na necessidade de adequar o espaço da vida familiar às exigências da vida profissional.

Berenice Lurdes Borssoi Doutoranda em Educação pela Unicamp. Professora do Curso de Pedagogia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus de Foz do Iguaçu. A foto representa os estudantes da pós-graduação durante a pandemia, um cotidiano de estudos e realização de suas pesquisas. Com a produção da tese, deparou-se com a filha em processo de alfabetização necessitando de todo acompanhamento pedagógico, cuidados emocionais e organização do trabalho doméstico. Experienciou desafios de conciliar a vida de pesquisadora e as condições da mulher com a divisão social do trabalho. Diante a sobrecarga de atividades, a alternativa foi adentar trabalhando à noite, pela manhã com a casa adormecida, e fazendo uso do tempo de finais de semana com a divisão dos cuidados da filha com o esposo.

Egeslaine de Nez Possui estágio pós-doutoral na PUCRS. Doutora em Educação pela UFRGS, é docente da Faculdade de Educação (Faced) - UFRGS. O silêncio do mundo e a ausência de “gente” são os destaques dessa foto, que indica o momento vivenciado no início da pandemia. Eu estava longe de casa, realizando o estágio pósdoutoral e a solidão se instalou nos meus dias de trabalho. “Só o colo acalma a saudade” (F. Carpinejar). O colo do sol, do parque olhando as nuvens, da praia escutando as ondas, do vento passando, de sair do cansaço, de dar a volta por cima, da normalidade, enfim, o colo do mundo.


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As (in)certezas do trabalho docente na pandemia by Carlos Lucena - Issuu