Jornal 10 Edição

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O Jornal da Naturidade

10ª EDIÇÃO

Pneumonia: como reforçar as suas defesas? Existem pequenos hábitos do dia-a-dia que podem ajudam a reforçar as defesas do nosso organismo. Medidas simples para prevenção de pneumonias incluem cuidados com a higiene, como a lavagem de mãos com sabonetes simples.

A Terapia Ocupacional na Manutenção da Independência e Funcionalidade As complicações associadas às infeções respiratórias provocam dificuldade na realização das atividades quotidianas, o que corresponde a uma disfunção ocupacional, sendo aqui que o terapeuta ocupacional encontra o seu principal alvo de intervenção.

Entrevista à Coordenadora do Centro de Saúde de Penela Nesta edição entrevistámos a Coordenadora do Centro de Saúde de Penela, Dra. Paula Sousa, cujo objetivo é perceber qual a afluência dos utentes com este tipo de sintomas no Centro de Saúde de Penela.


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“A FOLHA” – PNEUMONIA E INFEÇÕES RESPIRATÓRIAS

Índice - Artigo de Enfermagem – “As Infeções Respiratórias” …………………………………………………………….…………

Pág. 3

- Intervenção Psicológica em Doentes Respiratórios Crónicos ………………………….……………………………..…...

Pág. 6

- A Intervenção da Terapia Ocupacional na Manutenção da Independência e Funcionalidade ………………..

Pág. 8

- Disfagia e Pneumonia por Aspiração ………………………….……………………………………………………………………

Pág. 10

- Infeções Respiratórias - A Intervenção da Fisioterapia………………………………………..………………………………

Pág. 12

- Animação Sociocultural – Acompanhamento no Leito …..………………….………………………………………………

Pág. 13

- A Folha Entrevista.……………….………………… …………………………………………………………………………………….

Pág. 14

- Pela Naturidade …………………………………………………………………………………………………………….………………

Pág. 16

Na 10ª Edição do Jornal “A Folha” a equipa multidisciplinar abordou os problemas relacionados com a pneumonia e infeções respiratórias, duas patologias que atingem o seu pico durante esta altura do ano, daí a necessidade de se redobrarem os cuidados. Veremos nesta Edição a forma como cada valência intervém com doentes com doenças respiratórias.


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ARTIGO DE ENFERMAGEM… AS INFEÇÕES RESPIRATÓRIAS

As infecções respiratórias estão entre as doenças mais prevalentes e mortíferas para a espécie humana. Segundo o Observatório Nacional das Doenças Respiratórias registamse, anualmente, mais de 800.000 casos de infecções respiratórias, 150.000 das quais são pneumonias (2008). Nesse ano, registaram-se no nosso país mais de 50.000 internamentos por pneumonia tendo falecido

No nosso país as infeções respiratórias, com exceção da Tuberculose, não são doenças de declaração obrigatória, pelo que não há registos precisos sobre a sua incidência. Mas sabe-se que são das doenças mais prevalentes.

mais de 4.000 pessoas por esta doença (3.ª causa de mortalidade em Portugal). Nesse ano foram internados 9.301 doentes com o diagnóstico principal de DPOC, doença que representou a 2.ª causa de internamento por doença respiratória.

O que são? Falamos de infeções respiratórias quando uma parte do aparelho respiratório é infetada por microrganismos: vírus, bactérias, fungos e parasitas.

O aparelho respiratório, como está em contacto com o meio exterior, está amplamente exposto a agentes infecciosos que podem atingir-nos de diferentes formas:

Via inalatória Através dos milhares de litros de ar que diariamente respiramos

Via Circulatória Os microrganismos causadores da infecção atingem o pulmão através da circulação

Aspiração Aspiração de material infectado proveniente da cavidade bocal e/ou das vias aéreas superiores


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ARTIGO DE ENFERMAGEM… AS INFEÇÕES RESPIRATÓRIAS

A designação da infeção respiratória depende da área do aparelho respiratório atingida, sendo por exemplo:

RINITE

SINUSITE

BRONQUITE

Inflamação crónica ou aguda da mucosa que reveste internamente o nariz.

Inflamação de vias respiratórias superiores conhecidas como seios paranasais.

Inflamação dos brônquios que pode ser aguda ou crónica.

SINTOMAS: - Espirros; Comichão e vermelhidão do nariz ; - Corrimento, muco nasal aquoso e transparente, - Obstrução nasal.

SINTOMAS: SINTOMAS: - Congestão nasal; - Dor de cabeça; - Dor em volta dos olhos; - Sensação de pressão quando se abaixa a cabeça.

Todas as pessoas que têm a sua imunidade deprimida ou menos desenvolvida são mais susceptíveis de sofrerem de infeções respiratórias.

- Nariz que pinga; - Cansaço; - Calafrios; - Dores nas costas e nos músculos; - Febre ligeira; Inflamação da garganta.

PNEUMONIA Inflamação pulmão que especialmente sacos de microscópicos (alvéolos).

SINTOMAS: - Tosse inicialmente seca que após alguns dias passa a ter expetoração amarelada, esverdeado; Dificuldade respiratória; - Febre.

•Idosos

•População Imunodeprimida

•Crianças

no afeta os ar


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ARTIGO DE ENFERMAGEM… AS INFEÇÕES RESPIRATÓRIAS

Como reforçar as suas defesas? Existem pequenos hábitos do dia-a-dia que podem ajudam a reforçar as defesas do nosso organismo. •O fumo do tabaco tem como efeito diminuir a actividade de células que têm como missão destruir bactérias que penetram no aparelho respiratório.

Não fume

•Evite comidas muito calóricas ricas em gorduras saturadas, açúcar, sal e excesso de álcool .

•Durante o período de repouso noturno que se verifica a regeneração das células da imunidade, responsáveis pela defesa contra os microrganismos .

Alimente-se corretamente

Faça exercicio fisico

Medidas simples para prevenção de pneumonias incluem cuidados com a higiene, como a lavagem de mãos com sabonetes simples.

As mãos são as principais vias de transmissão de vírus e, por isso, a lavagem correta das mãos pode evitar o desenvolvimento/propagação de uma série de doenças.

O Departamento de Enfermagem


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INTERVENÇÃO PSICOLÓGICA EM DOENTES RESPIRATÓRIOS CRÓNICOS

Não é fácil receber a notícia de que se tem uma doença crónica e muitas vezes tal realidade modifica totalmente a vida do doente e, em alguns casos, dos seus familiares. São muitas as patologias respiratórias que

O acompanhamento psicológico

podem

a

visa a identificação das melhores

imprevisibilidade das mesmas. O acompanhamento psicológico

respostas e a mobilização de

pode então ser fundamental dependendo dos casos, das

estratégias

circunstâncias e da própria doença.

doença, promovendo o auto-

causar

ansiedade,

medo

e

angústia

perante

de

adaptação

à

controlo e a conquista de melhor qualidade de vida.

O PESO DE UM DIAGNÓSTICO Trata-se de uma etapa vivida com grande expetativa incerteza e ansiedade, que implica a modificação de comportamentos e hábitos, impondo limitações funcionais e rotinas de tratamento. Estas alterações são frequentemente vividas com significativa perturbação emocional, associada à percepção de um conjunto de ameaças e medos, tais como:  Angústia face à possibilidade de incapacidade e dependência dos outros;  Sentir-se como um peso para a família;  Receio da rejeição social;  Antecipar perdas ao nível dos papéis sociais e dificuldades financeiras;  Dificuldade em lidar com alterações da imagem corporal;  Confronto com a finitude e a angústia de morte.

A negação é muito frequente, sobretudo numa fase inicial do diagnóstico, desvalorizando e minimizando o verdadeiro impacto da doença. Se esta atitude de negação se mantiver e não for progressivamente ultrapassada, pode dar lugar à auto-negligência e a uma deficiente adesão à terapêutica, com consequente agravamento e progressão da doença.


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INTERVENÇÃO PSICOLÓGICA EM DOENTES RESPIRATÓRIOS CRÓNICOS

OBJETIVOS DE UMA INTERVENÇÃO PSICOLÓGICA EM DOENTES RESPIRATÓRIOS CRÓNICOS  Potenciar um percurso de adaptação mais sereno e com menor probabilidade de se instalarem estados emocionais negativos e “tóxicos”;  Gerir as possíveis mudanças e novas ameaças à autonomia e ao equilíbrio;  Mobilizar os seus recursos pessoais para lidar melhor com a doença;  Compreender a natureza da doença e dos mecanismos de atuação da terapêutica e, também, o conhecimento de prováveis efeitos secundários – pilar fundamental na consolidação da adesão ao tratamento e nos mecanismos de auto-controlo dos sintomas. DESAFIOS E DIFICULDADES NO ACOMPANHAMENTO DE DOENTES RESPIRATÓRIOS CRÓNICOS Muitas vezes, o primeiro obstáculo são os intensos sentimentos de desesperança e de apatia que levam o doente ao isolamento e à passividade, atribuindo todo o seu sofrimento e mal-estar à doença respiratória, instalando-se, deste modo quadros depressivo-ansiosos crónicos, comprometendo a capacidade de ação e de procura de ajuda. Outra dificuldade prende-se com a dificuldade de uma correta distinção entre sintomas de exacerbação da doença respiratória em si e transtornos de ansiedade. Por exemplo, os sintomas somáticos presentes num ataque de pânico são muito idênticos a uma crise de dispneia, factor que dificulta a identificação da necessidade de intervenção psicológica e encaminhamento.

 Apesar da persistência de algum preconceito e medo de ser visto como um ser fraco, ou como tendo um problema mental, cada vez mais, os doentes com doenças respiratórias crónicas mostram interesse num acompanhamento psicológico e rapidamente passam a valorizar a possibilidade de ter um espaço de expressão emocional de reflexão e de mobilização dos seus recursos pessoais para lidar melhor com a doença.



O Departamento de Psicologia


A INTERVENÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL NA MANUTENÇÃO DA INDEPENDÊNCIA E FUNCIONALIDADE

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As complicações associadas às Infeções Respiratórias, tais como dificuldade respiratória e cansaço, interferem na execução das Atividades da Vida Diária (AVD). Esta dificuldade na realização das atividades quotidianas corresponde a uma disfunção ocupacional, sendo aqui que o Terapeuta Ocupacional encontra o seu principal alvo de intervenção.

Intervenção da Terapia Ocupacional nas Infeções Respiratórias

Os efeitos secundários dos problemas respiratórios, como diminuição da mobilidade e limitações funcionais, podem ser minimizados com estratégias de adaptação das Atividades de Vida Diária (AVD) ou com uma simples adaptação do ambiente em que se vive. Algumas das adaptações das AVD e de adaptações ambientais que podem ser postas em prática de forma a melhorar a qualidade de vida:

Realize as atividades de higiene pessoal na posição sentada e tendo os membros superiores apoiados (escovar os dentes, pentear o cabelo, desfazer a barba, lavar o rosto, maquilhar-se, entre outras). Deixe as roupas preparadas no dia anterior e ao despir-se e vestir-se (incluindo calçar-se) faça-o sentado na cama ou numa cadeira. Quando tomar banho, faça-o sentado num banco ou cadeira de banho.

Colocar barras de apoio junto à sanita e também no chuveiro. Nas escadas colocar corrimão. Utilize produtos de apoio para facilitar a realização das suas atividades: esponjas de banho com cabo; calçadeira de cabo longo; calça-meias;…). Quando estiver a cozinhar, sente-se para descascar e preparar os alimentos.

Ao passar a ferro, colocar a tábua à altura da cintura e o cesto próximo e também à altura da cintura.


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A INTERVENÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL NA MANUTENÇÃO DA INDEPENDÊNCIA E FUNCIONALIDADE

As pessoas com

problemas respiratórios costumam

relatar cansaço

desproporcional ao realizarem as Atividades de Vida Diária (AVD). As técnicas de conservação de energia são práticas utilizadas com a finalidade de ajudar a diminuir o quadro de cansaço e de falta de ar. Estas técnicas procuram reduzir o gasto energético durante a realização das AVD, diminuindo os sintomas acima referidos e aumentando a funcionalidade da pessoa. Algumas técnicas de conservação de energia:

Planear as atividades e organizar o tempo, alternando períodos de atividade com períodos de descanso.

Priorizar as tarefas: realizar em primeiro lugar as atividades mais importantes ou de maior necessidade, antes de começar a sentir cansaço ou falta de energia.

Eliminar atividades desnecessárias: por exemplo, em vez de secar a loiça à mão, utilize um escorredor.

Fazer um momento de repouso antes de realizar uma atividade que exija mais esforço e provoque maior cansaço.

Colocar na mesa-de-cabeceira aquilo de que pode vir a precisar durante a noite (água, lenços de papel, medicamentos).

O Departamento de Terapia Ocupacional


DISFAGIA E PNEUMONIA POR ASPIRAÇÃO

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A pneumonia por aspiração acontece quando ocorre a entrada de alimentos, líquidos, secreções e/ou outras substâncias nos pulmões. Após esta situação, as bactérias anaeróbias, que não necessitam de oxigénio para se desenvolverem, iniciam o seu processo de crescimento e originam causando a infeção respiratória. A disfagia é a dificuldade ou o desconforto no ato de deglutir e é uma perturbação que poderá estar na origem deste tipo de pneumonias. Caso haja a aspiração do suco gástrico, poderá desenvolver-se ainda uma pneumonite – inflamação nos pulmões. Desta forma, uma das principais preocupações dos cuidadores de doentes com disfagia é garantir que o processo da alimentação (mastigação e deglutição) seja desenvolvido sem irregularidades. Existem várias estratégias que deverão ser adotadas, para prevenir esta infeção:

 O doente deve adotar uma postura adequada para prevenir engasgos ou aspirações de alimento. Para tal, o indivíduo tem de estar sentado, com uma inclinação entre 70 e 90 graus, com a cabeça ligeiramente para a frente; Caso o doente esteja acamado, a cabeça deve ser elevada com uma almofada na parte inferior das costas e outra debaixo dos joelhos, evitando que escorregue. Se o doente estiver sentado numa cadeira, certificar se a pélvis está encostada à parte de trás da cadeira e que o pescoço não está em hiperextensão;

 Apresentar o alimento sempre pelo lado bom (caso o AVC tenha causado desvio da comissura labial, optar pelo lado que não foi afetado);

 Administrar o alimento à mesma altura do doente;  Não misturar alimentos de consistências diferentes, i.e., líquidos com sólidos (ex.: evitar sopa com pedaços de legumes – optar sempre por sopas cremosas);

 Certificar sempre se o doente deglutiu o alimento, antes da próxima colherada;  Utilize uma colher vazia e coloque-a sobre o segundo terço da língua, estimulando a deglutição, caso o doente mantenha resíduos alimentares na cavidade oral;

 Não fornecer imediatamente um líquido se o doente tossir – a tosse é um reflexo de proteção, logo é necessário aguardar que esta termine para fornecer um líquido posteriormente (salvaguardar a consistência adequada do líquido, conforme o tipo de disfagia);


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DISFAGIA E PNEUMONIA POR ASPIRAÇÃO

 O período das refeições deve ser pacífico, sem “pressas nem pressões”;

 Caso o doente tenha algum vestígio de alimento no rosto, este deve ser retirado com o guardanapo, nunca com a colher;

 O doente deve ser encorajado verbalmente para realizar o processo de alimentação da forma mais autónoma possível;

O alimento deve ser fornecido com uma colher de chá de cada vez;

A boca do doente deve ser humedecida com um líquido na consistência adequada, antes e após a refeição.

O Departamento de Terapia da Fala


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INFEÇÕES RESPIRATÓRIAS – A INTERVENÇÃO DA FISIOTERAPIA A Pneumonia, como qualquer condição inflamatória do pulmão, é caracterizada pela inflamação/infeção parcial ou total dos alvéolos (unidade funcional do pulmão). Estas patologias limitam os mecanismos respiratórios fisiológicos normais, com consequente limitação funcional e social do indivíduo, que nos casos mais graves, poderá levar ao internamento hospitalar e possível morte.

Insuficiência respiratória Cansaço/ Imobilidade

Secreções

Consequências

Alterações posturais

PNEUMONIA/ INFEÇÕES RESPIRATÓRIAS

Fraqueza dos músculos respiratórios

As pneumonias/infeções respiratórias provocam baixa ventilação alveolar e perfusão nas áreas afetadas, com consequente limitação das trocas gasosas e acumulação de secreções no espaço alveolar. Este mecanismo desencadeia um conjunto de reações discriminado no diagrama à esquerda.

Diminuição das trocas gasosas

Alterações do controlo respiratório Dispneia (falta de ar)

Como reabilitar em fisioterapia O fisioterapeuta, detentor de conhecimento na área das condições respiratórias, realiza uma

Técnicas não instrumentais de remoção de secreções Incentivo e monitorização da prática de exercício físico

Ensino/ Educação ao utente

avaliação do utente, para da melhor forma REABILITAR EM FISIOTERAPIA

selecionar e aplicar as técnicas adequadas aos diferentes estádios destas condições. Esta intervenção tem início logo na fase aguda, sendo

Técnicas de controlo respiratório

Correção postural

adaptada sempre que necessário, de acordo com a evolução da condição. Desmame de oxigénio

Fortalecimento dos músculos respiratórios

Prognóstico e regresso à vida ativa Em caso de evolução positiva, a inflamação/infeção vai regredindo, permitindo o retorno da eficiência das trocas gasosas e consequente diminuição dos sintomas respiratórios. O indivíduo regressará progressivamente à sua vida ativa, potencialmente sem qualquer sequela desta doença. O Departamento de Fisioterapia


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ANIMAÇÃO SOCIOCULTURAL – ACOMPANHAMENTO NO LEITO

Com a chegada do inverno a altura é propícia a infeções respiratórias, o que afeta o trabalho de todas as valências nas unidades de saúde, o repouso prolongado no leito prejudica todos os sistemas do organismo, levando a uma série de complicações

conjuntamente

denominadas

Síndrome

do

Imobilismo – ficar imóvel devido a sua perda de capacidades.

Na

Naturidade,

a

Animação

Esta intervenção passa pela estimulação dos sentidos dos utentes

Sociocultural em conjunto com a

acamados na unidade, através da realização de sessões de estimulação

Terapia

de

sensorial onde são utilizadas técnicas que procuram ativar as

modo a prevenir estas complicações,

capacidades do utente, para que este não as perca ou continue a

possibilitando

realizar as atividades de que necessita no dia-a-dia ou as que deseja.

Ocupacional a

intervém

mobilização,

posicionamento adequado, estimulação cognitiva, sensorial e psicossocial. Em diversos casos, este tipo de intervenção pode fazer uso de atividades ou exercícios que preparem os membros superiores para a função. Diferentes atividades, sejam elas terapêuticas, artesanais, artísticas ou funcionais, podem ser utilizadas para ganho de força, amplitude de movimento, resistência e coordenação motora, ou para alcançar outros objetivos, tais como expressão de sentimentos e estimulação cognitiva. Através desta prática, podemos preparar os utentes para a alta. Os utentes acamados precisam de muito estímulo para sair do leito, pois, além da presença de deformidades, referem dores, cansaço e tontura. Os períodos de repouso podem ser gradualmente diminuídos, de modo a que as dores e tonturas sejam progressivamente reduzidas.

O Departamento de Animação Sociocultural


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A FOLHA ENTREVISTA…

Nesta edição do Jornal “A Folha”, dedicada ao tema

tivemos tardes em que o fluxo foi bastante maior do

Pneumonia e Infeções Respiratórias, entrevistámos a

que em outras, e refiro tardes porque as pessoas

Coordenadora

procuram mais o serviço durante a tarde.

do

Centro de Saúde

Durante os meses de dezembro, janeiro e fevereiro,

de

Dra.

tivemos mais pessoas a pedir consulta mas também

Paula Sousa, cujo

nem tudo era gripe. Tivemos bastantes gripes

objetivo é perceber

comprovadas pela clínica mas depois também tivemos

qual a afluência dos

alguns resfriados e constipações que se tornaram

utentes com este

situações mais simples sem ser necessária grande

tipo de sintomas no

preocupação. Das gripes que tivemos efetivamente

Centro de Saúde

houve algumas em que foi necessário os utentes

de Penela.

deslocarem-se ao hospital e resultaram em infecções

Penela,

respiratórias mais graves mas nada de extraordinário”. Fale-nos um pouco do seu percurso como médica; “Tirei o meu curso no Porto, quando terminei

Qual o encaminhamento que deu a estes casos?

comecei a trabalhar no Centro de Saúde do Porto,

“Quando víamos que havia necessidade de mandar

entretanto tirei a especialidade e passei para o Centro

analisar algumas situações e achávamos que era

de Saúde de Valongo.

necessário realizarem algum exame complementar

Por razões familiares, vim residir para a zona centro,

dirigíamos os utentes para os CHUC ou para os HUC

concorri a um concurso e fiquei colocada no Centro

que são os hospitais da área”.

de Saúde de Castanheira de Pêra, trabalhei lá cerca de 10 anos. Há cerca de 4 anos por mobilidade interna e

Teve acesso a meios para contornar tal pico? Quais as

porque houve algumas colegas que se reformaram vim

indicações ou normas da DGS para dar resposta a esta

para o Centro de Saúde de Penela. Para mim esta

situação?

mudança foi bastante vantajosa pois fico bastante perto

“As orientações que tivemos através da DGS da ARS

da área de residência.”

era o alargamento do horário da USCF caso fosse necessário. Analisámos caso a caso e não houve

Costuma receber muitos utentes com gripe?

necessidade de o fazer”.

“Sim, costumamos receber alguns, se bem que acho que este ano apesar do que se falou, que iria ser um

Destes casos de gripe, tem conhecimento de situações

ano com grandes picos, não acho que tenhamos tido

de auto-medicação? Tal atitude (auto-medicação)

um grau de adesão assim tão grande como o que

pode interferir na evolução positiva da patologia?

esperavam.

“Sim isso já é habitual, as pessoas antes de se

Não sentimos necessidade de alargar os horários da

deslocarem ao centro de saúde começam em casa por

UCSF, porque as pessoas procuravam a urgência no

fazer alguma coisa, os cegripes, o ben-u-ron, uns

nosso período de horário laboral, como é óbvio

brufen, vão a farmácia buscar um xarope para a tosse.


15 | Quando começa a surgir a febre de uma forma

Atualmente continua a receber muitos utentes com

elevada aí as pessoas já acabam por recorrer aos

sintomas de gripe?

nossos serviços no CS. Depois também aquelas

“Não, neste momento está muito mais calmo,

pessoas que não se auto-medicam mas que fazem as

normalmente nesta altura o que temos são os

mezinhas caseiras, os chás com mel, os xaropes de

resfriados e as constipações o normal nesta altura do

cenoura, leite com mel e muitas outras. Uma gripe

ano. Por vezes também já se confundem alguns

caracteriza-se por ter uma temperatura elevada, desde

sintomas de gripe com as alergias que nesta altura

que apareceu o vírus H1N1 e mesmo os vírus

também já começam a ser propícias.

mutantes dão por norma sempre temperaturas elevadas o que assusta as pessoas e faz com que estas

Quais os conselhos que nos pode deixar para prevenir

procurem os serviços médicos.

e evitar situações de gripe? “As pessoas devem ter sempre um cuidado muito

Tal atitude (auto-medicação) pode interferir na

especial quando tossem, devem tossir sempre sob o

evolução positiva da patologia?

braço e nunca para a mão, se tossirem para a mão

“No caso de um vírus e que não seja um vírus muito

devem lavar logo de seguida porque a maior parte dos

grave, não há grande problema e consegue resolver-se

vírus é assim que se propaga. Os vírus transmitem-se

facilmente com a medicação que fazemos em casa, no

por via respiratória daí a importância de lavarmos

entanto, se for uma bactéria ai sim pode haver

muito bem as mãos e várias vezes ao dia.

algumas complicações pois devem ser receitados

Ter atenção aos espaços mais fechados onde os vírus

antibióticos. Por vezes o problema da gripe é

se propagam com mais facilidade. E depois aqueles

desenvolver uma

infeção

cuidados habituais beber muita água ou chá, ter

bacteriana que esteja associada a outro vírus e ai sim

especial atenção a mudanças de temperaturas, usar

podem

roupas adequadas e ter também especial atenção há

haver

pneumonia algumas

ou uma

complicações.

Estas

complicações por norma são em pessoas que têm as defesas mais em baixo ou que tem patologias cardíacas ou pulmonares. Algumas vezes as mezinhas de casa também resolvem porque estamos a dar ao nosso organismo mais defesas e por isso numa constipação ou resfriado não há qualquer problema de as pessoas as tomarem. Hoje em dia o grande medo das pessoas, e por isso é que recorrem mais vezes aos nossos serviços, é se tem alguma coisa nos pulmões, se dissermos que está tudo bem e que podem ir para casa continuar a tomar a medicação receitada antes já vão para casa descansados.

alimentação.”


PELA NATURIDADE…

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Dia Mundial da Rádio / Dia da Amizade O Dia Mundial da Rádio / Dia da Amizade foi comemorado no dia 13 de fevereiro, através da realização de um programa de rádio com a colaboração do Terapeuta da Fala Tiago Rodrigues. Este programa consistia na reprodução de uma rádio presente na Naturidade onde eram abordados temas, nomeadamente o Dia da Amizade e os utentes podiam participar fazendo pedidos especiais de músicas que gostavam de ouvir e respondendo a adivinhas e provérbios que o locutor ia sugerindo. Para aumentar o desempenho dos utentes nesta representação não podia faltar um pézinho de dança ao som das músicas pedidas. O resultado final desta atividade foi muito positivo, os utentes estiveram empenhados todo o tempo na atividade, sendo de salientar os sorrisos e diversão que se sentia na sala.


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PELA NATURIDADE…

Festa de Carnaval O Carnaval chegou à Naturidade… a alegria e a brincadeira marcou presença neste dia de Carnaval. Os utentes vestiram-se e maquilharam-se a rigor para um desfile bem colorido seguido de um baile com muita música e animação. Todos tiveram a oportunidade de escolher as suas máscaras e fantasias para entrarem no espírito carnavalesco da unidade. Depois de fantasiados,

desfilaram

pelos

corredores

mostrando as suas fatiotas, cantando e fazendo barulho. No final do percurso, juntaram-se todos para a festa, com música, dança e muita alegria. Para terminar em grande e restabelecer as forças perdidas na diversão lancharam com direito a um belo bolinho. Foi uma festa animada e marcante para todos, um dia diferente e especial na Naturidade.

O Departamento de Animação Sociocultural


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PRÓXIMAS ATIVIDADES…

Festa da Família 16-05-2015 15h


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PRÓXIMAS ATIVIDADES…

Santos Populares 21-06-2015 15h


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FICHA TÉCNICA Direção:

Direção Executiva:

Salim T.I.V. Ossman

Equipa Multidisciplinar

Redação: Colaboradores da Naturidade

Propriedade: “Naturidade” – Gestão de Alojamentos Geriátricos, SA.

NATURIDADE GESTÃO DE ALOJAMENTOS GERIÁTRICOS, S.A. Tel.: 239 550 000 Fax: 239 550 009 Email: geral@naturidade.pt www.naturidade.pt Serradas da Freixiosa 3230-221 Penela


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