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Homenagem ao poeta João Cabral de Melo Neto e Lasar Segall

Homenagem ao poeta João Cabral de Melo Neto¹+²

¹João Cabral de Melo Neto (Recife, 9.1.1920 - Rio de Janeiro, 9.10.1999) foi um poeta e diplomata brasileiro. Autor, entre outras obras, de Morte e Vida Severina publicado em 1955: um poema dramático, que relata a dura trajetória de um migrante sertanejo (retirante) em busca de uma vida mais fácil e favorável na capital pernambucana. João Cabral era irmão do historiador Evaldo Cabral de Mello e primo do poeta Manuel Bandeira e do sociólogo Gilberto Freyre.

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²Em tempo, às contribuições do intelectual nos estudos literários Antonio Candido (24.7.1918 a 12.5. 2017) alguém que acreditava no conhecimento e no compartilhamento do conhecimento como forma de construir um mundo mais justo. Estudioso da literatura brasileira e estrangeira, possui uma obra crítica extensa, respeitada nas principais universidades do Brasil. À atividade de crítico literário soma-se a atividade acadêmica, como professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo.

Lasar Segall

pintor, escultor e gravurista judeu brasileiro (*21.7.1891 Vilna, Lituânia +2.8.1957 São Paulo, Brasil

Navio de emigrantes (Museu Lasar Segall)

Rios sem discurso

Quando um rio corta, corta-se de vez o discurso-rio de água que ele fazia; cortado, a água se quebra em pedaços, em poços de água, em água paralítica. Em situação de poço, a água equivale a uma palavra em situação dicionária: isolada, estanque no poço dela mesma, e porque assim estanque, estancada; e mais: porque assim estancada, muda, e muda porque com nenhuma comunica, porque cortou-se a sintaxe desse rio, o fio de água por que ele discorria.

O curso de um rio, seu discurso-rio, chega raramente a se reatar de vez; um rio precisa de muito fio de água para refazer o fio antigo que o fez. Salvo a grandiloquência de uma cheia lhe impondo interina outra linguagem, um rio precisa de muita água em fios para que todos os poços se enfrasem: se reatando, de um para outro poço, em frases curtas, então frase e frase, até a sentença-rio do discurso único em que se tem voz a seca ele combate.

“A educação pela pedra” João Cabral de Melo Neto (1997, p.21)

O trabalho de Segall teve influências do impressionismo, expressionismo e modernismo. Seus temas mais significativos foram representações pictóricas do sofrimento humano: a guerra e a perseguição. No ano de 1923, Lasar Segall mudou-se definitivamente para o Brasil. Já era um artista conhecido. Contudo, foi aqui que, segundo suas próprias palavras, sua arte ficou como o "milagre da luz e da cor". Foi um dos primeiros artistas modernistas a expor no Brasil.

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