Newsletter Museu do Douro // abril

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museu do douro

www.museudodouro.pt newsletter 43 ANO V, ABRIL 2024

editorial

Acompanhar o curso do Douro, desde as arribas de Miranda até ao seu encontro com o Atlântico, é uma experiência única e irrepetível. As mutações cromáticas das rochas, da paisagem modificada pela mão do homem e da superfície reflectora das águas, são pinturas à espera do artista.

Com uma vida dedicada profissionalmente ao estudo da arte, o espírito coleccionista fez, desde sempre, parte do nosso mundo. Neste percurso, cruzámo-nos com Mónica Baldaque, cuja expressão artística polifacetada sempre admirámos ao longo de anos de amizade, a quem devemos esta visão

do seu Douro, fio condutor mágico que nos levou a inserir inúmeras obras da sua autoria na nossa colecção.

As obras agora expostas, que tivemos o privilégio de usufruir durante anos, encontraram no Museu do Douro o lugar perfeito para nos permitir a partilha da paisagem deslumbrante da região através do olhar da artista que para nós melhor interpreta a sua beleza.

Natália Marinho Ferreira-Alves

Joaquim Jaime B. Ferreira-Alves

museu do douro · abril 4
5 editorial

faz falta saber

RELATÓRIO DE ATIVIDADE E CONTAS DO ANO DE 2023

No dia 22 de março, realizou-se a reunião o Conselho Consultivo da Fundação Museu do Douro, tendo o Relatório de Atividade e Contas do ano de 2023 sido aprovado por unanimidade e aclamação!

Foi, também, entregue o estatuto de Fundador Honorário ao Professor Doutor Fernando Bianchi de Aguiar, distinguido em 2023.

CONCERTO COMENTADO: LIBERDADE, LIBERDADE! – ESPELHO DO QUE SOMOS E DO QUE QUEREMOS SER

No passado dia 21 de março, teve lugar no Museu do Douro o concerto comentado: Liberdade, liberdade! – Espelho do que somos e do que queremos ser

Neste concerto comentado do projeto “Liberdade, liberdade! – Espelho do que somos e do que queremos ser" o jornalista e escritor Miguel Carvalho foi convidado a refletir sobre a temática d´“O princípio do livre pensamento, da livre opinião e da tolerância”, a partir das letras das músicas “Abandono” (David Mourão-Ferreira/Alain Oulman) “Por trás daquela janela” (José Afonso) e “Trova do Vento que passa” (Manuel Alegre/ António Portugal).

Também fizeram parte do concerto, entre outras, “Epígrafe para a Arte de furtar” (Jorge de Sena/José Afonso), “Canção com lágrimas” (Manuel Alegre/Adriano Correia de Oliveira) e “As Sete Mulheres do Minho” (José Afonso), algumas das músicas que compõem o EP Liberdade, liberdade! (Helena Sarmento, 2022).

Helena Sarmento foi acompanhada por Pedro Martins (guitarra portuguesa), Yuri Reis (viola) e Filipe Teixeira (baixo).

museu do douro · abril 6

exposição permanente

DOURO: MATÉRIA E ESPÍRITO

Douro: Matéria e Espírito foi concebida como uma síntese temporal e geográfica da Região Demarcada do Douro (RDD). Estruturada como a grande porta de entrada no Douro, apresenta as singulares características da geomorfologia da região, determinantes fatores históricos e o engenho do Homem que fundaram os alicerces da especialização deste território na produção vinícola. É a combinação de fatores naturais e humanos que Douro: Matéria e Espírito expõe.

Todos os dias: das 10:00 às 18:00

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exposições

exposições temporárias

» CONCURSO INTERNACIONAL DE FOTOGRAFIA 2022 - ALTO DOURO VINHATEIRO: 20 ANOS PATRIMÓNIO MUNDIAL

Patente até dia 19 de maio de 2024

Esta exposição, que reúne as imagens vencedoras da edição de 2022, faz parte de um projeto mais vasto do Museu do Douro de recolha visual do território, reconhecendo a importância da fotografia na formação de memórias coletivas. Pretende-se deste modo dinamizar e dar visibilidade ao património construído no presente, enquanto parte da memória futura.

Esta edição aliou-se à celebração dos 20 anos da inscrição do Alto Douro Vinhateiro na lista do Património Mundial, tendo por âmbito geográfico a área classificada pela UNESCO.

As imagens vencedoras do concurso, integram a coleção de fotografia do Museu do Douro quer no formato digital quer em prova autenticada em papel, constituindo mais um precioso elemento dos Arquivos Visuais da Região.

museu do douro · abril 8
©2024, Maria João Centenário/MD

exposições média duração

» COLEÇÃO NATÁLIA FERREIRA-ALVES E JAIME FERREIRA-ALVES

Um conjunto de obras doadas ao nosso Museu, por Natália e Jaime Ferreira-Alves que, durante a sua vida profissional, se dedicaram ao estudo da arte, tendo por isso um natural gosto colecionista. As pinturas expostas são da autoria de Mónica Baldaque, pintora com quem os colecionadores estabeleceram uma relação de amizade, e cujas obras se centram na paisagem do Douro.

Com o objetivo de dar a conhecer o acervo doado ao Museu, esta coleção estará patente ao público ao longo ano de 2024.

9 exposições
©2024, Natália Fauvrelle/MD

exposições virtuais

SE NÃO ESTIVER CÁ NINGUÉM… NINGUÉM VEM PARA CÁ PROGRAMA DE ARQUIVOS VIVOS

O projeto Vivificar contemplou a recolha de arquivos visuais junto das casas comerciais de fotografia e de colecionadores dos concelhos de Alijó, Lamego e Torre de Moncorvo.

As representações do comum nos lugares resultaram em três exposições virtuais, disponibilizadas na plataforma Google Arts & Culture do Museu do Douro. Nesta mostra é possível conhecer o Douro do séc. XX pelo olhar dos seus fotógrafos e colecionadores.

Aceda às exposições através dos links das imagens.

Se não estiver cá Ninguém… Ninguém vem para cá - Lamego — Google Arts & Culture

museu do douro · abril 10

Se não estiver cá Ninguém… Ninguém vem para cá - Torre de Moncorvo — Google Arts & Culture

Se não estiver cá Ninguém… Ninguém vem para cá - Alijó — Google Arts & Culture

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exposições

exposições

itinerantes do Museu do Douro

CONTINUA:

©

2020 “Douro Património Contemporâneo”

– Memória com Futuro

Auditório Municipal de Sabrosa

» Até 22 de abril de 2024

© António Meneres

Percursos pela Arquitetura Popular no Douro, do Arq. António Menéres

CITICA - Centro de Inovação Tecnológica

INOVARURAL, Carrazeda de Ansiães

» Até 30 de junho

©Rui

Pires

na coleção Museu do Douro

Núcleo Museológico de Favaios, Pão e Vinho

» Até 26 de maio

museu do douro · abril 12
Pires, Coleção Museu do Douro Rui António Jaime Abrunhosa

INAUGURA:

Rui Pires na Coleção Museu do Douro (exposição de exterior)

Praça do Município de Sabrosa » De abril a junho

*As datas apresentadas poderão sofrer alterações de acordo com a agenda do Museu do Douro e/ou dos locais mencionados.

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© Rui Pires

coleção Museu do Douro

Da preciosa coleção de artefactos ligados ao vinho doada pelo Professor António Barreto ao Museu do Douro, em 2004, destaca-se o material de rotulagem, composto por 2 039 espécimes, entre rótulos, contra-rótulos, rótulos-complementares e gargantilhas. Destes, 1 565 (77% do total) são de vinho do Porto.

Inicialmente, foram organizados e registados, atribuindo-se 987 números de inventário.

Mais recentemente, a coleção foi reacondicionada em pastas acid-free com argolas e deu-se início à inserção sistemática destes espécimes na nossa base de dados In Patrimonium. Ali, estão disponibilizadas imagens em alta resolução de cada tipo de rótulo, uma descrição pormenorizada dos elementos que o compõem, a análise das opções de design observadas e as características técnicas, como as medidas, materiais utilizados e o estado de conservação. Até ao final de março tinham sido criados e validados 195 registos, disponíveis no nosso portal de coleções.

museu do douro · abril 14
Douro Velho, João Alves Barreto (MD/M-5741) Vinho de mesa, Adega Cooperativa de Vila Real (MD/M-957)
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Primorosa, Amadeu Martins Pinto (MD/M-1118)

» COLEÇÃO IVDP

Coleção de recortes de imprensa do IVP

A coleção de “Recortes de imprensa” do Instituto do Vinho do Porto, transferida para o MD em 2019, é constituída por 213 dossiers temáticos, dispostos cronologicamente, cujas datas extremas se situam entre 1934 e 1990.

A coleção compreende recortes de imprensa pertencentes a diversos jornais nacionais, constituindo uma excelente fonte para quem estuda não só a história deste organismo como da evolução vinicultura da região, tratando assuntos relacionados com o Douro, Propaganda, Estatística Vinícola, Acordos e Tratados Comerciais, Fraudes-Transgressões e Contrabando, Grémio e outros organismos, Opiniões sobre o vinho em geral, Bibliografia sobre vinho, Confrarias de vinhos, assim como outros assuntos genéricos com interesse informativo sobre a temática do vinho do Porto.

museu do douro · abril 16
©2024, Umbelina Silva/MD

» INCORPORAÇÕES

Ofertas à Biblioteca

Foi incorporado na nossa biblioteca o catálogo da exposição “Amândio Silva, um pintor a reencontrar”, organizada pelo Museu do Neo-Realismo e onde se encontra a obra “Douro”, depositada no Museu do Douro.

Esta exposição antológica incide em especial na obra produzida entre os anos de 1940 a 1960, com uma centena de trabalhos inscritos no contexto cultural visual neorrealista, que se distribuem nos núcleos da temática do “Douro”, “Porto”, “Paisagem”, “Quotidiano”, “Retrato” e “Infância”.

Agradecemos a oferta deste catálogo ao Município de Vila Franca de Xira.

Amândio Silva : um pintor a reencontrar. Coord. cient. David Santos, Paula Loura Batista; text., David Santos...[et. al.].1ª ed.. Vila Franca de Xira: Câmara Municipal, 2023.

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» PATRIMÓNIO RDD

Tabuaço

Entre os historiadores é conhecido o chamado processo de interpretatio, ou seja, a capacidade que Romanos e indígenas tiveram, na Hispânia e em todo o Império, de adaptarem (‘interpretarem’) os atributos das divindades de uns e de outros e de lhes prestarem culto como suas fossem. Não nos admira, por exemplo, que um cavaleiro romano de alta estirpe haja prestado culto a uma divindade indígena como foi Endovélico. Lê-se nos Actos dos Apóstolos (17, 22-23):

«E, estando Paulo no meio do Areópago, disse: Homens atenienses, em tudo vos vejo um tanto supersticiosos; porque, passando eu e vendo os vossos santuários, achei também um altar em que estava escrito: AO DEUS DESCONHECIDO. Esse, pois, que vós honrais, não o conhecendo, é o que eu vos anuncio».

A preocupação, desde os primeiros momentos da Cristandade, de não hostilizar, mas sim de integrar a nova religião nos modelos anteriores; de se cristianizarem – sem hostilidade – os locais onde havia anteriores tradições de culto. Por consequência, quando, ao desmontar-se uma estrutura retabular no âmbito

das obras em curso na capela-mor da igreja de São Pelágio, matriz de Longa, concelho beiraduriense de Tabuaço, se descobriu – inserida na amálgama de pedras que servia de suporte ao altar e trono do retábulo de talha dourada e policroma de estilo barroco joanino (do 2.º quartel do século XVIII) – uma pedra com a aparência de altar romano, não houve admiração, mas sim a vontade imediata de a retirar do sítio, nomeadamente na perspetiva de ela ainda ostentar eventual inscrição romana. Assim o pensou também o Senhor Abade, o Padre Fernando Albano Cardoso, que, de pronto, acedeu a que se metessem mãos à obra.

Tal não aconteceu: esse bloco de granito, de grão médio, com 92,5/94,5 cm de altura e 34/47,5 de largura, não tinha inscrição! Se algum dia a teve, o tempo se encarregou de a fazer desaparecer, permanecendo, no entanto, uma das faces, na aparência, almofadada.

Descobriu-se, contudo, um pormenor deveras significativo: é que, na face superior da coluna, fora esculpida uma cavidade (loculus ou tumulus), destinada – sabemo-lo que assim é, porque outros exemplos se encontraram já – a receber uma caixa de madeira (lipsanoteca), com relíquias de santos, condição

museu do douro · abril 18

sine qua non para aí vir a celebrar-se o culto cristão.

Estávamos, pois, perante um pé de altar: sobre essa coluna se colocava a ‘mesa’ do altar! O desenho em anexo mostra como tudo se teria passado.

Bem razão tinha, por conseguinte, o Senhor Abade: havia que tirar a pedra dali! E, desta sorte, mais uma significativa descoberta histórica se concretizou no âmbito das investigações para a elaboração da Carta Arqueológica do concelho agora iniciada.

As obras em curso têm apoio comunitário no quadro da candidatura proposta pela Câmara Municipal.

Gustavo Monteiro de Almeida

José d’Encarnação

José Carlos Santos

Entre os historiadores é conhecido o chamado processo de interpretatio, ou

genas tiveram, na Hispânia e em todo o Império, de adaptarem (‘interpretarem’) os atributos das divindades de uns e de outros e de lhes prestarem culto como

plo, que um cavaleiro romano de alta -

Lê-se nos Actos dos Apóstolos (17,

19 património RDD

serviço educativo

EUSOUPAISAGEM – EDUCAÇÃO E TERRITÓRIO

A base da ação assenta na pesquisa de relações de experiência entre as pessoas e as paisagens.

Aposta-se na criação de contextos de experimentação, com caráter de continuidade, para a presença de crianças, adolescentes, jovens, adultos e seniores em atividades de experiência e conhecimento.

Pesquisa-se com o território e a paisagem, com o corpo e o lugar, em diálogo e tensão com diferentes linguagens e falas.

Interpelam-se as paisagens e as pessoas com o teatro, com a dança, com o vídeo, com a imagem animada, com a escrita, a geografia, a antropologia e a literatura, com a arquitetura paisagista e o cinema, com o desenho, com a fotografia e com o som.

eu sou paisagem é, desde 2006, um convite, uma convicção e uma vontade para atuar e refletir sobre a educação neste território e nestas paisagens.

museu do douro · abril 20

CAFÉ CENTRAL

Mostra em cartazes | Museu do Douro, Peso da Régua | Setembro 2023

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serviço educativo
Café Central. Mostra em cartazes. ©Paula Preto. 2022

DOISMAISUM PROGRAMA DE OFICINAS

Grupos do Pré-Escolar e 1º Ciclo do Centro Escolar da Alameda e das Alagoas | JI de Galafura | JI de Loureiro • Agrupamento de Escolas João de Araújo Correia | Peso da Régua • Grupos do Pré-Escolar e 1º Ciclo do Agrupamento de Escolas de Santa Marta de Penaguião

Este programa propõe a cada grupo de crianças, jovens ou seniores um percurso pedestre (ou uma visita às exposições e aos espaços do edifício sede do Museu do Douro) + duas oficinas temáticas. Estas ações realizam-se em 3 momentos diferentes do ano e permitem que o grupo, como coletivo, possa ser colocado mediante linguagens e experiências para a escuta dos corpos e dos lugares.

Educação Pré-escolar | Ensino Básico | Ensino Secundário e Profissional | Associações Recreativas | Grupos Seniores

CARTAS DA LIBERDADE E DA PAISAGEM. PROJETO COM ESCOLAS

Em 2013 e 2014 lançamos o projeto “cartas da liberdade e da paisagem” para refletir sobre os 40 anos do 25 de abril de 1974.

Dez anos passados, retomamos o projeto Cartas para assinalar ao longo de todo o ano, as comemorações dos 50 anos de Democracia em Portugal.

Retomamos interrogações, provocações e experiências para agir e pensar sobre as relações evidentes e menos evidentes entre os lugares e os seres humanos e não humanos que os habitam e que se influenciam mutuamente. Através da criação e troca de cartas em vários suportes – da carta sonora à carta cantada, da carta escrita à carta em vídeo, da carta e mapa militar à carta oral, lida em voz alta - procuram-se modos de mais conhecer e viver estes lugares tendo sempre em conta a relação entre as liberdades e as paisagens.

museu do douro · abril 22
Doismaisum – oficinas Museu do Douro. Agrupamento de Escolas João de Araújo Correia. ©SE 2024 Cartas da Liberdade e da Paisagem – Agrupamento de Escolas de Santa Marta de Penaguião. Santa Marta de Penaguião. ©SE 2024

DAQUI. PARCERIA COM OCO. OFICINA |MIRANDELA

Daqui é um projeto de Artes VisuaisFotografia e Vídeo, que se debruça na Paisagem sobre o lugar e o eu. Este eu prefigura-se sempre como Estrangeiro: emigrante, imigrante, vizinho ou nativo (estrangeiro de si mesmo).

DAQUI atua no domínio das ações estratégicas de mediação, com o envolvimento de públicos diversificados, por entre o cruzamento com ações de criação, veiculadas por conversas, registos, oficinas e atividades com escolas, a realizar-se no concelho de Mirandela.

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serviço educativo
DAQUI, Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Carvalhais, Mirandela – Curso de Turismo e Desenvolvimento Rural, ©SE 2024
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BIBLIOTECAS.

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS JOÃO DE ARAÚJO CORREIA, PESO DA RÉGUA

Oficinas em contexto do espaço da biblioteca escolar onde se constroem novos textos, novas oralidades, novos livros com os 5ºs, 6ºs e 10ºs anos da EB2,3 de Peso da Régua e Escola Secundária João de Araújo Correia.

BIBLIOTECAS.

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE SANTA MARTA DE PENAGUIÃO.

Oficinas de experimentação, movimento, teatro, leitura com turmas dos 7ºs e 9ºs anos da Escola Básica 2º,3º Ciclos De Santa Marta De Penaguião. Biblioteca Escolar da Escola Básica 2º,3º Ciclos De Santa Marta De Penaguião. Agrupamento de Escolas de Santa Marta de Penaguião. Santa Marta de Penaguião.

museu do douro · abril 26
Bibliotecas. Agrupamento de Escolas de Santa Marta de Penaguião. ©SE 2024 Biblioteca Escolar da Escola Secundária João de Araújo Correia, Agrupamento de Escolas João de Araújo Correia. Peso da Régua. ©SE 2024

PRÁTICAS PARTILHADAS. PRÉ-ESCOLAR DO AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DIOGO CÃO. VILA REAL.

As áreas de trabalho como a escrita, o movimento, o som, a palavra, o registo gráfico e o teatro permitem que os grupos possam ser colocados perante novas linguagens e experiências em articulação com o trabalho preparatório e de regulação com o grupo de educadoras da primeira infância do Agrupamento de Escolas Diogo Cão, Vila Real e serviço de educação do Museu do Douro.

PÚBLICO COMUM. AGRUPAMENTO DE ESCOLAS LATINO COELHO, CENTRO ESCOLAR DE LAMEGO Nº 1, LAMEGO.

Programa em articulação com instituições pares: museus, teatros ou centros culturais da região para percorrer e conhecer diferentes espaços no território local e regional. Oficinas realizadas com um grupo de turmas do 1º, 2º ano e 3ºs anos do Centro Escolar de Lamego, Nº1.

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Práticas Partilhadas. Pré-Escolar do Agrupamento de Escolas Diogo Cão. Vila Real. ©SE2024 Público Comum. Oficina experimental, Teatro Ribeiro Conceição, Lamego. SE 2024
serviço educativo

Dizer ALTO

[Vinte cinco a sete vozes]

O Paulo Jorge? O do 7.°J? Tem mesmo a certeza de que foi ele que a mandou falar comigo? Ele está sempre a dizer que eu não presto, que sou uma betinha da Quinta da Marinha…Não sei o que lhe deu hoje, palavra de honra. Passou-se. Só pode ser. Mas se ele julga que eu vou dizer bem dele, está muito enganado, daqui não leva nada.

Então o que é que quer? Falar sobre o 25 de Abril? Mas eu nem era nascida! No 25 de Abril tinha a minha mãe sete anos! Não, não sei assim muitas coisas. Sei algumas. Sei aquilo que os meus pais às vezes contam. Aquilo que o meu avô está sempre a repetir. Os meus pais às vezes ainda contam coisas diferentes. Agora o meu avô, coitado, repete sempre, sempre a mesma história. Acho que é da velhice. Não se pode fazer nada. E se digo que já sei, fica muito ofendido. Então lá o deixo falar e contar mais uma vez, e mais outra, e mais outra que teve muitos amigos presos em Peniche, e que ainda hoje não consegue passar lá pelo Forte, como toda a gente. Conhece a fortaleza de Peniche? Eu até gosto muito de lá ir, vê-se o mar, passeia-se lá por dentro, há ateliers de escultura e uma escola de música, é muito giro. Mas o meu avô diz que mil anos que viva nunca há-de esquecer que naquela fortaleza foram torturados muitos homens e mulheres, e que não pode passar ali sem pensar nos dias em que lá ia visitar os amigos, e que só podia

falar com eles com um vidro a separá-los, e que para se despedir, espalmavam as mãos contra o vidro, como se se estivessem a tocar. O meu avô fica sempre com lágrimas nos olhos quando conta isto, mesmo que conte isto todos os dias. E eu fico a olhar para ele sem dizer nada. Quando vou a Peniche, também vou ver as antigas celas dos presos, que hoje são um museu, «para as pessoas não esquecerem», diz o meu avô. Para mim são apenas celas brancas e e vazias, mas o meu avô diz que está sempre a ouvir as vozes dos amigos, os gritos dos amigos, e que é por isso que nunca lá vai, nem mesmo agora que aquilo é um museu, e que se pode visitar como outro museu qualquer. «Nunca há-de ser um museu qualquer», diz o meu avô. E ficou muito aborrecido comigo no dia em que eu lá fui pela primeira vez com a minha mãe e o meu pai, e cheguei a casa e comecei a rir e a dizer que ali se podia fazer um grande filme, e que já estava a ver o Paulo Pires no papel de Álvaro Cunhal a descer pela muralha abaixo, naquela fuga espectacular que estava lá toda explicada por desenhos numa das salas do museu, o mar cá em baixo e eles a descerem pelos lençóis amarrados uns aos outros, tudo muito às escuras, e o medo de serem descobertos pelos guardas, e depois conseguirem chegar a terra, e depois a fuga em terra, então isto não dava um grande filme? Mas o meu avô disse que com essas coisas não se brincava, ficou ofendido e eu nunca mais voltei a tocar nesses assuntos.

E pronto, é isto que eu sei. É isto que me contam.

Ainda quer mais? Mas o que é que o Paulo Jorge lhe disse a meu respeito? Que eu era alguma enciclopédia, não?

museu do douro · abril 28
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Ele é que fazia bem melhor se lesse um bocadinho mais e não fosse tão idiota e tão ignorante. Se em vez de andar lá com aquela malta toda muita chunga, todos com muitas coleiras ao pescoço que até parecem cães de guarda, piercings na língua que até custa a perceber o que eles dizem, que eles também não dizem lá muita coisa, isso é verdade… Bem, mas então vamos lá outra vez ao 25 de Abril. O que é que os meus pais contam? Ora, contam o que aconteceu. Os soldados na rua, os tanques ali no Largo do Carmo, diante do quartel, onde estavam escondidos o Américo Tomás e o Marcelo Caetano, que era quem governava nessa altura, e as pessoas a mandarem cravos para cima dos tanques e dos chaimites, as pessoas a gritarem «o povo está com o MFA»… Então isto também não dava um grande filme? Aqui estou mais a ver o Diogo Infante a fazer de capitão, em cima de um tanque… Mas espera… Eu escrevi um artigo para o último número do Topas sobre o 25 de Abril. Foi a setôra de Inglês, que é quem nos dá uma mãozinha, quem sugeriu, porque a data está próxima e toda a gente vai fazer comemorações especiais. A setôra de Inglês também sabe muito sobre o 25 de Abril, por que é que não vai falar com ela? Ela deve estar ali na sala dos professores, se for depressa ainda a apanha. O quê? O que é o Topas? Pensei que o Paulo Jorge, que lhe contou tanta coisa, também lhe tivesse contado que o Topas é o jornal cá da escola. Deixe-me só encontrá-lo, deve estar dentro da mochila. Se quiser, eu leio o meu artigo e fica aí tudo no seu gravador. Não lhe posso dar o jornal porque não tenho mais nenhum, e prometi à minha mãe levá-lo hoje para ela ver. Mas o artigo é muito curto, lê-se num instante. Cá está. Então é assim.

«No dia 25 de Abril de 1974 houve uma revolução em Portugal. A revolução foi comandada pelos capitães, mas há muitos anos que muitas pessoas vinham a lutar para que esta revolução acontecesse, porque há muitos anos que as pessoas estavam descontentes, pois não havia liberdade no país, e a polícia prendia quem pensava de maneira diferente das pessoas que mandavam. As pessoas iam para a prisão, eram torturadas e muitas delas ficavam presas durante muitos anos. Às vezes nem podiam ter visitas da família. Às vezes ficavam dentro de uma cela muito pequena, sem luz, durante muitos dias. Muitos foram mortos na prisão. Antes do 25 de Abril, Portugal tinha colónias em África e não lhes queria dar independência. Então mandavam muitos soldados para lá. Estavam constantemente a partir barcos cheios de soldados, e às vezes a televisão mostrava. Morreram muitos soldados portugueses, e morreram muitos soldados africanos que lutavam pela sua liberdade. Se não tivesse havido 25 de Abril em 1974, se calhar a guerra de África ia continuar por muitos mais anos, e muitos mais soldados tinham morrido. Se calhar o meu pai podia ter ido para a guerra e podia lá ter morrido. Se calhar o pai da Íris, que é minha colega de carteira e nasceu em Cabo Verde, também. Quem sabe até se um deles não poderia ter morto o outro. Se não tem havido o 25 de Abril, eu nunca poderia estar a falar destas coisas num jornal, porque a censura não deixava.»

Pronto, aí tem o que eu sei sobre o 25 de Abril. (…)

Vieira, Alice: Vinte cinco a sete vozes, Editorial Caminho - 1999

29 serviço educativo

museu de território colaborar e partilhar

Encontre, aqui, as datas, locais e ações em colaboração e partilha.

Todas as saídas previstas poderão ser alteradas de acordo com a agenda e necessidade dos serviços do Museu e dos equipamentos/instituições que nos recebem e ou solicitam.

» 08 e 09 de abril – DAQUI. Oficinas de fotografia e vídeo. Parceria com OCO. Projeto de Artes Visuais - Fotografia e Vídeo. Mirandela. [09h30 – 18h00]

» 08 de abril – . JI do Centro Escolar da Alameda. Agrupamento de Escolas João de Araújo Correia. Peso da Régua. [10h30 – 11h30]

» 08 de abril – . Centro Escolar das Alagoas. Agrupamento de Escolas João de Araújo Correia. Peso da Régua. [14h30 – 16h00]

museu do douro · abril 30

» 09 de abril – 2+1: Visita ao Museu do Douro. JI do Centro Escolar das Alagoas. Agrupamento de Escolas João de Araújo Correia. Peso da Régua. [10h00 – 11h00]

» 09 de abril – . JI Santa Casa da Misericórdia. Peso da Régua. [10h30 – 11h30]

» 10 de abril – Cartas da Liberdade e da Paisagem. EB1 de Assento. Agrupamento de Escolas de Santa Marta de Penaguião. Santa Marta de Penaguião. [11h00 – 12h00]

» 10 de abril – FALAR. Oficinas de voz, leitura com os 12ºs anos do Ensino Profissional da Escola Secundária João de Araújo Correia. Biblioteca Escolar da Escola Secundária João de Araújo Correia. Agrupamento de Escolas João de Araújo Correia, Peso da Régua. [14h00 – 15h30]

» 10 de abril – Cartas da Liberdade e da Paisagem. EB1 de Assento. Agrupamento de Escolas de Santa Marta de Penaguião. Santa Marta de Penaguião. [14h30 – 15h30]

» 11 de abril – . JI Santa Casa da Misericórdia. Peso da Régua. [10h30 – 11h30]

» 11 de abril – Cartas da Liberdade e da Paisagem. EB1 de São João de Lobrigos. Agrupamento de Escolas de Santa Marta de Penaguião. Santa Marta de Penaguião. [11h00 – 12h00]

» 11 de abril – . Centro Escolar da Alameda. Agrupamento de Escolas João de Araújo Correia. Peso da Régua. [14h30 – 16h00]

» 11 de abril – Cartas da Liberdade e da Paisagem. EB1 de Fontes. Agrupamento de Escolas de Santa Marta de Penaguião. Santa Marta de Penaguião. [14h30 – 15h30]

» 12 de abril – Cartas da Liberdade e da Paisagem. JI do Centro Escolar de Santa Marta De Penaguião. Agrupamento de Escolas de Santa Marta de Penaguião. Santa Marta de Penaguião. [10h30 – 11h30]

» 12 de abril – . JI Centro Escolar das Alagoas. Agrupamento de Escolas João de Araújo Correia. Peso da Régua. [10h30 – 11h30]

» 12 de abril - Cartas da Liberdade e da Paisagem. Oficina. Universidade Sénior de Peso da Régua. [15h00 –16h30]

» 15 de abril – Cartas da Liberdade e da Paisagem. Oficinas de movimento, som, voz, teatro… . 2ºs anos do Centro Escolar Nº1 de Lamego, Agrupamento de Escolas Latino Coelho. Teatro Ribeiro Conceição, Lamego. [9h30 – 11h00]

» 15 de abril – Cartas da Liberdade e da Paisagem. Oficinas de movimento, som, voz, teatro… . 2ºs anos do Centro Escolar Nº1 de Lamego, Agrupamento de Escolas Latino Coelho. Teatro Ribeiro Conceição, Lamego. [11h00 – 12h30]

» 15 de abril – Cartas da Liberdade e da Paisagem. Oficinas de movimento, som, voz, teatro… . 2ºs anos do Centro Escolar Nº1 de Lamego, Agrupamento de Escolas Latino Coelho. Teatro Ribeiro Conceição, Lamego. [14h00 –15h30]

» 16 de abril – . JI Santa Casa da Misericórdia. Peso da Régua. [10h30 – 11h30]

» 16 de abril - Cartas da Liberdade e da Paisagem. Oficinas de movimento, som, voz, teatro … . JI de São Martinho de Anta, Agrupamento de Escolas Miguel Torga, Sabrosa. [10h30 - 11h30]

31 patrimónioo RDD

» 16 de abril - Cartas da Liberdade e da Paisagem. Oficinas de movimento, som, voz, teatro … . JI Escola Básica Fernão de Magalhães, Agrupamento de Escolas Miguel Torga, Sabrosa. [14h30 - 15h30]

» 17 e 18 de abril - Cartas da Liberdade e da Paisagem, formação da equipa do serviço educativo com o bailarino e coreógrafo António Júlio. Atividades em contexto. Museu do Douro, Peso da Régua. [10h00 – 13h00 | 14h30 – 17h30]

» 17 de abril – Bibliotecas. Oficinas de experimentação, movimento, teatro, leitura com os 6ºs anos da EB2/3 de Peso da Régua. Biblioteca Escolar da EB2/3 de Peso da Régua. Agrupamento de Escolas João de Araújo Correia, Peso da Régua. [10h40 – 12h10]

» 17 de abril – Bibliotecas. Oficinas de experimentação, movimento, teatro, leitura com os 10ºs anos da Escola Secundária João de Araújo Correia. Biblioteca Escolar da Escola Secundária João de Araújo Correia. Agrupamento de Escolas João de Araújo Correia, Peso da Régua. [14h00 – 15h30]

» 18 de abril – Ler Debaixo da Árvore. JI de Loureiro. Agrupamento de Escolas João de Araújo Correia. Peso da Régua. [10h30 – 11h30]

» 18 de abril – 2+1: Percurso. Centro Escolar da Alameda. Agrupamento de Escolas João de Araújo Correia. Peso da Régua. [14h30 – 16h00]

» 19 de abril – Público Comum. Oficinas de movimento, som, voz, teatro… . 2º ano do Centro Escolar Nº1 de Lamego, Agrupamento de Escolas Latino Coelho. Teatro Ribeiro Conceição, Lamego. [9h30 – 12h00]

» 19 de abril – 2+1: Percurso. Centro

Escolar da Alameda. Agrupamento de Escolas João de Araújo Correia. Peso da Régua. [10h30 – 12h00]

» 19 de abril – Bibliotecas. Oficinas de experimentação, movimento, teatro, leitura com os 10ºs anos da Escola Secundária João de Araújo Correia. Biblioteca Escolar da Escola Secundária João de Araújo Correia. Agrupamento de Escolas João de Araújo Correia, Peso da Régua. [14h00 – 15h30]

» 22 de abril - Cartas da Liberdade e da Paisagem. Oficinas de experimentação, movimento, teatro, leitura… . Grupos Seniores, Biblioteca Municipal de Mesão Frio. [10h00 - 12h00]

» 22 de abril – 2+1: Percurso. Centro Escolar da Alameda. Agrupamento de Escolas João de Araújo Correia. Peso da Régua. [10h30 – 12h00]

» 22 de abril – Bibliotecas. Oficinas de experimentação, movimento, teatro, leitura com os 5ºs anos da EB2/3 de Peso da Régua. Agrupamento de Escolas João de Araújo Correia, Peso da Régua. [14h00 – 15h30]

» 23 e 24 de abril – Gravar Territórios. Oficinas de fotografia e vídeo. Grupo PIEF (Programa Integrado de Educação e Formação), EB2/3 de Peso da Régua. Agrupamento de Escolas João de Araújo Correia, Peso da Régua. [09h30 – 17h00]

» 23 de abril - Cartas da Liberdade e da Paisagem. Oficinas de movimento, som… . JI Associação 31, Vila Real. [10h00 - 11h00]

» 23 de abril - Cartas da Liberdade e da Paisagem. Oficinas de movimento, som… . JI Associação 31, Vila Real. [11h00 - 12h00]

museu do douro · abril 32

» 23 de abril - Cartas da Liberdade e da Paisagem. Oficinas de movimento, som… . JI Associação 31, Vila Real. [14h00 - 15h00]

» 24 de abril – Bibliotecas. Oficinas de experimentação, movimento, teatro, leitura com os 7ºs anos da Escola Básica 2º,3º Ciclos De Santa Marta De Penaguião. Biblioteca Escolar da Escola Básica 2º,3º Ciclos De Santa Marta De Penaguião. Agrupamento de Escolas de Santa Marta de Penaguião. Santa Marta de Penaguião. [11h20 – 13h10]

» 26 de abril - Cartas da Liberdade e da Paisagem. Oficinas de movimento, som… . 1º e 2º ano do Centro Escolar de Mesão Frio, Agrupamento de Escolas Prof. António Natividade, Mesão Frio. [10h30 - 12h00]

» 26 de abril - Cartas da Liberdade e da Paisagem. Oficinas de movimento, som… . 1º e 2º ano do Centro Escolar de Mesão Frio, Agrupamento de Escolas Prof. António Natividade, Mesão Frio. [14h30 - 16h00]

» 26 de abril – 2+1: Percurso. Centro Escolar da Alameda. Agrupamento de Escolas João de Araújo Correia. Peso da Régua. [14h30 – 16h00]

» 29 de abril – Bibliotecas. Oficinas de experimentação, movimento, teatro, leitura com os 10ºs anos da Escola Secundária João de Araújo Correia. Biblioteca Escolar da Escola Secundária João de Araújo Correia. Agrupamento de Escolas João de Araújo Correia, Peso da Régua. [10h40 – 12h10]

» 29 de abril – Bibliotecas. Oficinas de experimentação, movimento, teatro, leitura com os 5ºs anos da EB2/3 de Peso da Régua. Agrupamento de Escolas João de Araújo Correia, Peso da Régua. [14h00 – 15h30]

» 30 de abril – COM_viver. Programa para conhecer os lugares onde se habita. 4ºs anos do Centro Escolar da Alameda, Peso da Régua. Agrupamento de Escolas João de Araújo Correia, Peso da Régua. [09h30 – 12h00]

» 30 de abril - Práticas Partilhadas. JI da Timpeira e JI das Árvores, Vila Real. Agrupamento de Escolas Diogo Cão. Vila Real. [09h30 - 12h00]

» 30 de abril - Cartas da Liberdade e da Paisagem. Oficina. Grupo PIEF (Programa Integrado de Educação e Formação), EB2/3 de Peso da Régua. Agrupamento de Escolas João de Araújo Correia, Peso da Régua. [14h00 – 15h30]

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museu do douro · abril 34

rede de museus do douro

A Rede de Museus do Douro, ao unir diferentes tipos de espaços museológicos, pretende também contribuir para a sua divulgação junto das comunidades de visitantes. Seja aproximando a comunidade local dos seus espaços, seja divulgando estas estruturas a quem nos visita, esta publicação é também um incentivo para partir à descoberta do território duriense. Através de diferentes coleções, os espaços aderentes permitem conhecer outras facetas do Douro, um território cuja paisagem é património Mundial!

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MUD

Núcleo Museológico de Favaios Pão e Vinho

MUSEU

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Inaugurado pelo Município de Alijó em julho de 2012, o Núcleo Museológico de Favaios - Pão e Vinho é um dos pontos de paragem obrigatória no Concelho de Alijó. Situado no coração da aldeia vinhateira de Favaios, o núcleo museológico está instalado num edifício com uma fachada do século XVIII e elementos decorativos barrocos, conhecido localmente como “A Obra”.

Dinamizado pelo Município de Alijó com o apoio técnico do Museu do Douro, este espaço dedica-se à interpretação da história do vinho Moscatel e do pão de Favaios, procurando valorizar os recursos locais e dar a conhecer tra-

dições e processos associados a estes produtos.

A exposição permanente interativa cruza a cultura e as tradições locais da aldeia vinhateira e permite ao visitante tocar artefactos associados à produção do pão e do vinho, sentir os cereais do pão ou os aromas do Moscatel. O visitante tem a oportunidade de experienciar diferentes sensações visuais, olfativas e tácteis, complementadas com projeções sobre os produtos, o concelho e a região. Além da exposição permanente, o equipamento recebe exposições temporárias e possui uma sala de provas.

37 MUD

Em 2023, o Núcleo Museológico de Favaios - Pão e Vinho recebeu a visita de cerca de 24 mil pessoas, voltando a superar o número de visitantes alcançado em anos anteriores. O número crescente de visitantes caminha a par da elevada dinâmica turística da aldeia vinhateira de Favaios e de eventos paralelos que se realizam em torno da promoção e da própria sustentabilidade dos dois produtos em destaque no Núcleo Museológico.

Anualmente, o Núcleo Museológico de Favaios celebra o Dia Internacional do Pão. No último ano, a data foi assinalada com uma jornada de reflexão sobre o futuro da panificação no Concelho, que procurou aliar a experiência de quem trabalha o pão com a componente académica. Com o mote “As voltas que o Pão dá”, foram discutidos os desafios e oportunidades desta tradição secular, o futuro da profissão de padeiro/padeira e os caminhos a seguir para preservar as padarias do Concelho.

Em 2023, o Dia Internacional dos Museus também foi assinalado com a Oficina “Voltas à Massa”, com várias atividades ligadas à confeção do Pão, dirigida aos mais novos.

O Serviço Educativo do Núcleo Museológico também tem interagido com um elevado número de crianças do pré-escolar e dos restantes níveis de ensino. Em muitos casos, a visita dos alunos é complementada com a passagem por uma padaria tradicional de Favaios, onde têm a oportunidade de pôr a “mão na massa” e provar o pão tradicional.

A arte de fazer Pão

Um dos produtos em destaque no Núcleo Museológico é o afamado Pão de Favaios, também conhecido como pão de quatro cantos ou simplesmente por trigo. É um dos pilares da vida económica da vila, mantendo-se fiel ao saber-fazer tradicional. Em Favaios, per-

museu do douro · abril 38

siste uma forte tradição familiar cuja sabedoria é transmitida de geração em geração.

Este pão, facilmente reconhecido pela sua forma, evoca o cheiro que nasce na tradição e na forte ligação ao património cultural desta vila. Ainda que a sua origem seja uma incógnita, o modo de fabrico artesanal prevalece e os ingredientes respeitam a tradição: farinha, sal, fermento e água. Extremamente apreciado na região, continua a ser um dos ex-libris desta vila do concelho de Alijó, reconhecido além-fronteiras.

Moscatel: um vinho sem igual

O desenvolvimento de Favaios está intimamente ligado ao Moscatel que, desde o séc. XVIII, desempenha um importante papel na economia local. O delicioso Moscatel encontrado no Douro é considerado o estilo mais elegante e mais aromatizado da família. Distingue-se por ser um vinho produzido a

partir da casta “Moscatel Galego”, num território bem delimitado no privilegiado planalto de Alijó, onde encontrou as condições ideais de granjeio. Por estas razões, merece lugar de destaque no Núcleo Museológico de Favaios.

Este néctar dos deuses é um vinho licoroso com o aroma típico desta nobre uva, particularmente doce, de sabor glicerinado a mel e compotas, apresentando suaves notas de laranja ou tangerina, damasco e manteiga. O seu aspeto é límpido e a sua tonalidade de um ouro brilhante sedutor. Além disso, se envelhecer em madeira durante longos anos, este vinho vai adquirir intensos traços de frutos secos.

//INFORMAÇÕES ÚTEIS:

Horário de funcionamento:

Horário de verão

[21 de março a 11 de novembro]: segunda-feira a domingo: 10:00 – 18:00

Horário de inverno

[12 de novembro a 20 de março]: segunda-feira a domingos: 10:00 – 17:00

Encerra: Ano Novo, Páscoa, 11 de novembro (Feriado Municipal), 24, 25 e 31 de dezembro.

Contactos:

259 950 073

Rua Direita, 5070-272 Favaios

museu.favaios@cm-alijo.pt

39 MUD

VAI ACONTECER NA MUD

No próximo dia 30 de abril de 2024 acontecerá a primeira visita cultural da MuD destinada a promover a relação entre os membros da Rede de Museus do Douro e fomentar a partilha de experiências.

Este evento irá realizar-se no Município de Mesão Frio, incluindo-se no programa a visita a dois membros MuD: O Centro Interpretativo do Castro de Cidadelhe e o Centro Interpretativo do Barco Rabelo.

Data: 30 de abril de 2024

Ponto de Encontro: Centro Interpretativo do Barco Rabelo, Lugar da Rede, Mesão Frio (na Antiga escola Primária da Rede, junto ao acesso à estação Ferroviária da Rede)

Local: Mesão Frio

Duração: dia todo

Nº max. participantes: 20

Material: Boa disposição, roupa e calçado confortável

PROGRAMA

10:00 – Centro Interpretativo do Barco Rabelo, Rede | Mesão Frio

Receção dos membros MuD

10:15 – Visita guiada ao CIBR

12:30 – Almoço (preço por pessoa 15€)

14:00 – Visita ao Centro Interpretativo do Castro de Cidadelhe

15:00 – Visita ao Castro de Cidadelhe

16:00 – Mesa redonda “Que futuro para o Castro de Cidadelhe, contributos para a sua dinamização”

17:00 – Encerramento

Inscrições obrigatórias:

https://forms.gle/aiY1RJyL6c3CTJEU7

museu do douro · abril 40

MUSEU DO CÔA E PARQUE ARQUEOLÓGICO DO VALE DO CÔA

No Museu do Côa, durante o mês de abril:

//INFORMAÇÕES ÚTEIS:

Horário de funcionamento:

Todos os dias das 09:00 às 17:30

Bilhete: 7€

Passaport Mud: 20% desconto.

Contactos:

museugeral@arte-coa.pt

279 768 260

Rua do Museu | 5150 – 620

Vila Nova de Foz Côa

CIMI | CENTRO INTERPRETATIVO DA MÁSCARA IBÉRICA

Durante o mês de abril, encontram-se patentes ao público as seguintes exposições:

» Exposição do 1º Raid Fotográfico "Caretos de Lazarim na Alcaria de Mazes"

» Exposição "Máscara de Lazarim Identidade de uma comunidade"

» Exposição "Entrudo de Lazarim - Domingo-gordo e Terça-feira Gorda"

» Exposição "BUUU por detrás da Máscara"

Para comemorar o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, dia 18 de abril, teremos visitas guiadas às exposições com uma caminhada até ao local onde se encontram os Amieiros.

//INFORMAÇÕES ÚTEIS:

Horário de funcionamento:

» terça a domingo:

10:00 às 12:30 e das 13:30 às 17:00

Bilhete: gratuito

Contactos:

cimi@cm-lamego.pt

254 090 134

Rua José de Castro, 5100-584 Lazarim

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MUSEU DO VINHO, S. JOÃO DA PESQUEIRA

No Museu do Vinho de S. João da Pesqueira, durante o mês de abril, estará patente ao público a exposição temática 25 de abril, na Sala de Exposições Temporárias com entrada gratuita.

Pode também contar com Noites no Museu , a ter lugar no dia 26 de abril, pelas 21h30, no wine bar, com entrada gratuita.

//INFORMAÇÕES ÚTEIS:

Horário de funcionamento:

De segunda a domingo: das 10h00 às 18h00

Bilhete: 4€

Passaport Mud: 20% desconto

Contactos:

mvp@sjpesqueira.pt

254 489 983

Avenida Marquês de Soveral, n.º 79 5130 – 321 S. João da Pesqueira

MUSEU DO IMAGINÁRIO DURIENSE (MIDU)

Durante o mês de abril, no Museu do Imaginário Duriense (MIDU)

» Exposição “17 Anos a Contar Histórias”

TEATRAÇO | Patente até dia 31 de outubro de 2024.

//INFORMAÇÕES ÚTEIS:

Horário de funcionamento:

» segunda a sexta:

9:00 às 12:30 | 14:00 às 17:30

» sábados, domingos e feriados: mediante marcação prévia

Bilhete: gratuito.

Contactos:

museum@cm-tabuaco.pt

254 787 019

Rua Macedo Pinto, 5120 Tabuaço

museu do douro · abril 42
MUD

ADEGA DAS GIESTAS NEGRAS

O Museu - "Adega das Giestas Negras " é uma adega de MDLXXV (1575), data gravada na padieira da porta, recuperada e adaptada a Museu em 2006, situado no coração da Quinta dos Mattos. Tem dois lagares (de 12 e 4 pipas) e uma dorna, todos em xisto, uma prensa de fuso, em madeira de castanho, com cerca de oito metros de comprimento, com mais de 300 anos. Aqui estão expostas muitas peças antigas, pertença da família, relacionadas com a atividade vitivinícola.

Durante o mês de fevereiro estarão ao dispor dos visitantes, para além da visita guiada ao museu, programas de visita guiada às instalações de vinificação e envelhecimento, bem como a degustação dos seus vinhos.

PROVA DE VINHOS WINE TASTING

Marcação / booking / reservátion:

» 10:00 - 16:00 - segunda a sexta-feira / monday to friday / du lundi au vendredi

» sábado por reserva / saturday by reservation / samedi sur reservation

//INFORMAÇÕES ÚTEIS:

Horário de funcionamento:

» segunda a sexta:

Das 10:00 às 16:00;

» Aos fins de semana sob marcação prévia;

Bilhete: 5€, inclui visita e prova de vinho do Porto

Passaporte Mud: 20% desconto

Contactos:

254 920 214 | 965 519 991

coimbrademattos@gmail.com

Casa da Calçada, n.º 65 | 5050 – 042 Galafura

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© site CM Peso da Régua

MUSEU MUNICIPAL ARMINDO TEIXEIRA LOPES

» Exposição "João Sarmento Pimentel –Armindo Teixeira Lopes (MATL) até dia 31 de maio.

Proveniente de um projeto de mestrado para a UTAD, acerca do espólio de Sarmento Pimentel, a exposição João Sarmento Pimentel – Rua Itacolomi, 258, apresenta-se como eixo central das celebrações dos 50 anos do 25 de Abril em Mirandela. Trata-se de prestar homenagem a esta figura que, para além de ser o patrono da Biblioteca Municipal, que guarda o seu espólio, foi também o decano maior e líder da oposição à ditadura portuguesa no Brasil a partir de 1927. Pretende-se, a partir dela, fazer coincidir um conjunto de atividades que enalteçam este exilado político, festejando também a liberdade e a cultura para a democracia.

//INFORMAÇÕES ÚTEIS:

Horário de funcionamento:

» segunda a domingo: 9:00 às 18:00 marcação prévia

Bilhete: Gratuito

Contactos:

278 201 590

museu@cm-mirandela.pt

Rua João Maria Sarmento Pimentel, n.º 161 | 5370 – 326 Mirandela

museu do douro · abril 44 MUD

MUSEU DE GEOLOGIA FERNANDO REAL

18 de abril | Dia dos Monumentos e SítiosInício no Museu de Geologia 14h: Percurso pedestre Jardim Geológico TMAD e Trilhos do rio Corgo, desde o Museu de Geologia até ao Museu da Vila Velha

20 de abril | Dia da Terra, 22 abril, antecipado para o dia 20 de abril: 9h00 | Partida no portão principal da

UTAD:

Visita ao Museu do Douro, RDD, litologias e patologias da Sé de Lamego, serra das Meadas e regresso pelo Pinhão e Sabrosa.

Inscrição e Informações: museugeo@utad.pt

//INFORMAÇÕES ÚTEIS:

Horário de funcionamento:

» dias úteis: Dias úteis das 9:00 às 17:00.

Visita guiada: 1€ Passaport Mud: 50% desconto.

Contactos:

museugeo@utad.pt

259 350 351

Edifício Fernando Real, Quinta de Prados –5001 – 801 Vila Real

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MUSEU DA OLIVEIRA E DO AZEITE

Exposição Temporária de Fotografia "Paisagens do Azeite de Trás-os-Montes e Alto Douro"

As fotografias expostas, cuidadosamente selecionadas, capturam a essência das paisagens que moldam a produção de azeite na região de Trás-os-Montes e Alto Douro e demonstram que este produto é mais do que um ingrediente gastronómico, é tradição, herança cultural e testemunho da vida rural.

Através desta mostra, não se espera apenas celebrar a beleza das paisagens, mas também promover uma maior reflexão e compreensão da importância cultural e económica do azeite para esta região e para as suas gentes.

A exposição "Paisagens do Azeite de Trás-os-Montes e Alto Douro" é uma iniciativa

realizada no âmbito do programa Alma do Azeite, parceria entre a Câmara Municipal de Mirandela, APPITAD - Associação dos Produtores em Protecção Integrada de Trás-os-Montes e Alto Douro e IPB - Instituto Politécnico de Bragança.

O concurso de fotografia que deu origem a esta exposição foi apresentado ao público durante as comemorações do Dia Mundial da Oliveira, a 26 de novembro de 2023, quando o Município de Mirandela se associou ao Projeto Europeu Olive4All e à Rede Nacional de Comemoração do Dia Mundial da Oliveira, para assinalar o dia e a sua importância.

A estará patente até 31 de dezembro.

//INFORMAÇÕES ÚTEIS:

Horário de funcionamento: » Segunda a domingo: Dias úteis das 9:00 às 18:00.

Bilhete: gratuito.

Contactos: moa@cm-mirandela.pt 278 993 616Morada: Travessa D. Afonso III, 48, 5370- 516 Mirandela

facebook.com/moa.mirandela

museu do douro · abril 46

prisma do visitante

47 prisma do visitante

loja museu do douro

Novidades de abril. na Loja do Museu do Douro.

http://loja.museudodouro.pt/

museu do douro · abril 48

restaurante

a companhia

Reabertura da esplanada em abril.

» Facebook: www.facebook.com/acompanhia.pt

» Através do e-mail: info.acompanhia@gmail.com

» Reservas: 93 215 01 01

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loja museu do douro & restaurante

Ficha técnica:

Título: Museu do Douro

Subtítulo: Newsletter

Nome do Editor: FUNDAÇÃO MUSEU DO DOURO

Periodicidade: mensal

URL: https://issuu.com/museudodouromd ISSN 2795-5877

museu do douro newsletter

geral: (+351) 254 310 190 | loja: (+351) 254 310 193 e-mail: geral@museudodouro.pt website: www.museudodouro.pt

Rua Marquês de Pombal 5050-282 Peso da Régua

museu do douro · abril 50

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