Mural 76

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RÔ CAMPOS E EGIDIO MARTORANO, O CASAMENTO DO ANO O HOBBY DE RAFAEL BORNHAUSEN, POR URBANO SALLES MIS: O TEMPLO DO CINEMA EM BALNEÁRIO CAMBORIU

MARIA

VITÓRIA

GASTÃO

DA ROSA






EDITORIAL

6

A ILHA FLORIDA

foto LAURA SACCHETTI

C

hegando junto com a primavera, nossa Mural está repleta de reportagens sobre o estilo de vida de quem faz de Florianópolis um lugar tão especial para se viver. Urbano Salles traz a história da menina-prodígio Maria Vitória Gastão da Rosa, que estampa, com todo o mérito, a capa desta edição. Aos 10 anos, a filha de Cristiane e do advogado Gastão Filho é a primeira amazona catarinense campeã brasileira em sua categoria e já sonha com a medalha olímpica de hipismo. Orgulhosos, os pais vibram a cada conquista e comemoram, muito mais que os títulos, a determinação e garra tão precoces da garota. O repórter Urbano Salles também entrevistou Rafael Barreto Bornhausen, que descobriu no novo hobby – fotografar pássaros – uma excelente maneira de aliviar a correria do dia a dia no escritório da Bornhausen & Zimmer Advogados. Além da sua costumeira coluna aqui na Mural, onde mostra quem é quem na cidade, Juliana Wosgraus conta tudo sobre o casamento de Rose Campos e Egidio Martorano, celebrado com uma festa que já é apontada como um dos principais eventos sociais do ano. Cheia de fôlego, Juliana também escreve sobre como a camiseta, antigamente relegada à condição de roupa de baixo, virou protagonista na indumentária mundial. Outro casamento também ilustra nossas páginas: Carla Dadalt e César Lazzarotto, que comemoraram a união sob as vibrações pra lá de positivas do arquipélago de Fernando de Noronha, onde uma turma de amigos desembarcou para festejar junto com o casal. Pedro Mox viajou a Balneário Camboriú para mostrar ao leitores da Mural o impressionante acervo reunido por Fernando Delatorre no Museu da Imagem e do Som da cidade. O MIS de Balneário ocupa um prédio inteiro e reúne equipamentos, arquivos e iconografia do cinema mundial. Um dia é pouco para conhecer todo o espaço, um verdadeiro templo da sétima arte. Trazemos também a história do fotógrafo, velejador e editor Tarcísio Mattos, que trocou a agitação urbana por uma vida no meio do mato, entre tangerinas, cachorros e a natureza exuberante de Alfredo Wagner, onde ele fundou a pousada Pedras Rollantes. Marcus Heise relembra a aventura que foi o campeonato mundial de caça submarina, que movimentou a Ilha do Arvoredo em 1981. De quebra, nosso repórter-gourmet ainda ensina como preparar pratos deliciosos com o versátil rosbife.

Olavo Moraes bateu um papo com o lutador Thiago Tavares, que se despede dos ringues competindo na Professional Fighters League norte-americana, enquanto estuda em Buenos Aires para se formar em medicina. Leo Comin, feliz da vida, recorda os principais eventos dos cinco anos da Label Like a Boss, que traz pra Floripa o melhor da cultura hip-hop. Nossas colunistas ajudam nossas leitoras e leitores a se cuidarem em busca de uma vida mais leve e saudável: Mariana Barbato indica tratamentos dermatológicos que ajudam a transformar o corpo, Roberta Ruiz mostra as vantagens da fisioterapia pélvica no tratamento da disfunção sexual masculina, Laura Sacchetti fala sobre a bichectomia, cirurgia que diminui o volume da bochecha, e a nutricionista Ana Carolina Abreu – além de defender que consumir pão pode ser saudável – aborda as vantagens da Ayurveda, ciência milenar que integra corpo, mente e espírito. E como sempre, as melhores fotos das festas nos lugares mais bacanas desse nosso pedacinho de terra: Art’s Gastronomia, Noma Sushi Bar, P12, Le Barbaron, Donna, Cafe de La Musique e Acqua Plage, além dos eventos Winter Play e Passarela Solidária, desfile organizado por Sandra Ferreira de Mello em favor da Associação de Voluntários do Hospital Infantil Joana de Gusmão. Boa leitura, até a próxima edição, um beijo e um abraço.



EXPEDIENTE

8 DIREÇÃO MARCO CEZAR

FOTOGRAFIA A BELEZA QUE VEM DO CÉU

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UNIÃO A HORA DO SIM

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MUSEU TEMPLO DA SÉTIMA ARTE

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EMPREENDIMENTO CAMINHO NATURAL

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HISTÓRICO NO FUNDO DO MAR

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MMA A DESPEDIDA

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BENEFICENTE PASSARELA SOLIDÁRIA

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JULIANA WOSGRAUS ESTRELA DA ILHA

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JULIANA WOSGRAUS CAMISETA

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SAÚDE BUCAL BICHECTOMIA

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SAÚDE ALÉM DA PELE

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FISIOTERAPIA SAÚDE SEXUAL MASCULINA

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NUTRIÇÃO AYURVEDA

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EDITOR CHEFE MARCO CEZAR EDITOR ASSISTENTE CAIO CEZAR JORNALISTA RESPONSÁVEL MARCOS HEISE (MTb-SC 0932 JP) PLANEJAMENTO GRÁFICO AYRTON CRUZ COLABORARAM NESTA EDIÇÃO ADRIEL DOUGLAS ANA CAROLINA ABREU ANGELO SANTOS CAIO GRAÇA CESAR CARNERO CLÁUDIO BRANDÃO DARLINE SANTOS EDUARDO MARQUES HUDSON MARTINS JULIANA WOSGRAUS LARISSA TRENTINI LAURA SACCHETTI LEO COMIN LEON.V17 LUCAS MOÇO LUIZ VIANA MARCOS HEISE MARIANA TREMEL BARBATTO OLAVO MORAES PEDRO MOX ROBERTA RUIZ RODRIGO COSTA ROGÉRIO RISTOW TARCÍSIO MATTOS THIAGO LACET URBANO SALLES IMPRESSÃO Maxigráfica | Curitiba/PR 0 marcocezar.foto@gmail.com 5 www.marcocezar.com.br 5 www.revistamural.com.br 1 48 3025-1551


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ALIMENTO DA HISTÓRIA O PÃO NOSSO DE CADA DIA

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COMER & BEBER DELÍCIA VERSÁTIL

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OCULTO CINCO ANOS DE HIP-HOP

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MURAL DA MURAL MAIS UMA

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MURAL NOMA SUSHI GASTRONOMIA JAPONESA

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MURAL ART’S GASTRONOMIA ART’S

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MURAL P12 ESPERANDO O VERÃO

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MURAL LE BARBARON NOS ENCANTOS DA BRAVA

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MURAL DONNA HAPPINESS

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MURAL CAFE DE LA MUSIC SOL POENTE

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MURAL WINTER PLAY 14a EDIÇÃO

ÍNDICE

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10 CAPA MARIA VITÓRIA GASTÃO DA ROSA

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MURAL ACQUA PLAGE BRISA DA PRAIA

FOTO MARCO CEZAR ASSISTENTES CAIO CEZAR E PEDRO MOX

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CELEBRAÇÃO CASAMENTO PARADISÍACO

LOCAÇÃO


CAPA

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O GRANDE SALTO DE MARIA VITÓRIA GASTÃO DA ROSA


CAPA

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Aos 10 anos, ela é a primeira amazona catarinense campeã brasileira em sua categoria e já sonha com a medalha olímpica

texto URBANO SALLES fotos MARCO CEZAR

E

ra para ser apenas mais um passeio em família. A pequena Maria Júlia Gastão da Rosa queria ganhar um cavalo de pequeno porte dos pais, Cristiane e o advogado Claudio Gastão da Rosa Filho. Quando foram comprar o “brinquedo” num haras em Curitiba, surpresa: a irmã mais velha, Maria Vitória, demonstrou uma naturalidade e um interesse especiais no trato com os cavalos de gente grande. “Ela subiu e pronto! Nem estava com a roupa apropriada, vestia uma bermuda jeans e uma blusinha branquinha, lembro até hoje”, recorda a mãe. Na sequência, veio uma aula experimental, e em pouco tempo a catarinense já estava saltando com uma desenvoltura incomum para sua idade. Logo ganhou a primeira égua, Bianca. O ex-campeão e fazendeiro Guga Córdova foi um dos primeiros a perceber que Maria Vitória levava jeito e conseguiria ir longe nas rédeas de um animal, mesma impressão tida pelos empresários Paulo César Trindade D’Avila, dono de fazenda na Serra Catarinense, e Marcos dos Santos. Começava naquela época uma história que, cerca de três anos após esse primeiro – e revelador – contato, sinaliza para um futuro repleto de medalhas e troféus. Os resultados nas pistas justificam o otimismo dos pais e amigos. Aos 10 anos, Maria Vitória acaba de se sagrar campeã brasileira individual na sua faixa etária (a “Minimirim”, de 8 a 11 anos), um feito inédito para uma amazona de Santa Catarina. Em caixas organizadas ano após ano pela mãe, já repousam mais de 150 medalhas.


CAPA

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No horizonte da carreira, além do bicampeonato brasileiro e pódios nas categorias a seguir, a atleta mira o topo: estar em Los Angeles em 2028, quando já terá ultrapassado a idade mínima de 18 anos exigida no hipismo. Agora, na primeira quinzena de setembro, a família viajou para Portugal, onde ela teve uma semana de aulas em Estoril com a amazona Karina Goldmann, um dos nomes mais importantes do salto no Brasil. “Quero muito ir para as Olimpíadas. Eu amo o hipismo porque gosto de competir e também porque a gente aprende a conviver mais com os animais”, afirma a amazona. Para chegar lá, ela treina com disciplina até duas horas e meia por dia, além do colégio e das aulas de inglês, sempre na companhia da mãe e de Maria Júlia, hoje com oito anos e também adepta do hipismo. Cristiane prepara a filha campeã com esmero, começando pelas tranças. “Ela é vaidosa. Na pista o cabelo deve sempre estar preso e bem arrumado”, observa. “Nos cavalos, ela gosta que coloque laços. Sou eu que a visto nos campeonatos. E tudo isso é novo para mim. Nunca havia tido contato com esse universo onde calça é chamada de culote, e capacete é quepe”, brinca. A prática do esporte que Maria Vitória escolheu – e seus pais abraçaram com total entusiasmo – flui como se a atleta tivesse características natas para vencer nessa modalidade, com frequência associada à realeza. Maria Vitória Gastão da Rosa, nossa princesa e futura rainha do hipismo? “Ela tem muitas qualidades, especialmente a frieza e o controle emocional necessários para uma campeã. Ela não se abate. Encara saltar numa competição como uma coisa natural, sem aquele nervosismo que leva ao erro

MARIA VITÓRIA COM O PROFESSOR DANIEL VASCONCELOS


CAPA

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na hora da prova”, avalia o pai, cuja vida mudou depois que a primogênita passou a competir. “Minha esposa brincava no começo que eu só vivia atrás do primeiro cavalo para comprar, e era assim mesmo. No final a Bianca custou o triplo do valor se eu contabilizar quantas viagens fiz até encontrá-la”, estima o advogado. É ele, dono de um dos escritórios de advocacia criminal mais renomados do Sul do país, quem patrocina toda a estrutura indispensável para a menina competir em alto nível. Atualmente, são seis cavalos (incluindo a mansa Bianca, herdada por Maria Júlia e com a qual Maria Vitória conquistou seus primeiros êxitos), um professor (Daniel Vasconcelos), tratador particular etc. “Tem também as viagens, que não são poucas e geram despesas com os deslocamentos e o hotel para toda a família. Comprei um motorhome especialmente para acompanharmos Maria Vitória”. Hoje os animais mais importantes e valiosos são a égua alemã Ticiane (a mais cara de um leilão realizado no haras Agromen), Contigo de Laubry e Chronos, adquirido em São Paulo há dois meses, com o qual a atleta rapidamente se adaptou. Foi com esses dois últimos que ela disputou e venceu o brasileiro em São Paulo. Gastão Filho conta que nesses três anos o momento mais emocionante foi em 2017. A filha havia fraturado o braço numa queda, o médico disse que seriam três meses sem montar, mas dias depois ela pediu para tirar o gesso... e foi disputar o campeonato catarinense. “No primeiro dia de provas, ela tomou um tombo horroroso, eu a abracei, pensei que ia desistir... No dia seguinte, ela me disse que iria de novo, e se saiu bem,

fomos para a final e ela acabou vice-campeã! Naquele segundo dia, quando ela acabou a pista, foi a primeira vez em que eu realmente chorei. ‘Filha, que bom, estou orgulhoso’, disse. Chorei de emoção por ver sua garra e determinação. Como pai e como homem, aceito derrotas, mas já se dar por derrotado antes de tentar, aí não”. A ligação com o hipismo fortaleceu-se com a paixão da filha pelo esporte, salienta o advogado: “Torço e sonho o sonho junto com ela. Mas é o sonho dela. O meu sonho é realizar o que ela quer. Independente de talento ou não, eu iria apoiá-la naquilo que ela gostasse de fazer. Meu objetivo sempre foi proporcionar prazer, felicidade, satisfação. As vitórias foram uma consequência natural. Se amanhã a Maria Vitória disser que não quer mais montar, que quer, por exemplo, jogar tênis, a gente vende os cavalos e vou falar com o Guga Kuerten, que é meu vizinho, e fazer o que ela gosta, o que serve para ela. Hipismo para mim significa Maria Vitória e Maria Júlia. O dia que não quiserem mais, para mim também não serve. Não sou daquele que transfere ao filho a expectativa daquilo que não foi e não conseguiu ser. No caso da Maria Vitória, por ser uma atleta diferenciada, eu e minha esposa sentimos que mesmo depois que ela entrar na adolescência não largará o esporte”. Segundo Cristiane, o hipismo e o convívio familiar se combinam à perfeição, e é isso que importa. “Não me canso porque as viagens são uma diversão, um passeio com todo mundo junto, incluindo o Claudinho (o caçula, de três anos). A Maria Vitória vai para ganhar, mas, se não ganhar, vale como experiência. Eu estou lá por causa da minha família”.


CAPA

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“Amo o hipismo porque gosto de competir e também porque a gente aprende a conviver mais com os animais.” Maria Vitória Gastão da Rosa

“Meu objetivo sempre foi proporcionar prazer, felicidade, satisfação. As vitórias foram uma consequência natural.” Claudio Gastão da Rosa Filho

“A Maria Vitória vai para ganhar, mas, se não ganhar, vale como experiência. Eu estou lá por causa da minha família.” Cristiane Gastão da Rosa



FOTOGRAFIA

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A BELEZA QUE VEM DO CÉU

Fotografar pássaros na natureza fascina o advogado Rafael Barreto Bornhausen. A Revista Mural conversou com ele dias antes do seu embarque para a Amazônia em busca de novas imagens

GALO DA SERRA


texto URBANO SALLES fotos RAFAEL BORNHAUSEN Mural | Fotografar pássaros sugere que você tinha uma forte relação com a natureza quando era criança, ou isso é mais recente na sua vida? Quando percebeu que tinha talento e vontade para fotografá-los? A fotografia veio antes ou depois do fascínio pelos pássaros em seu habitat natural? Rafael | Desde criança tive uma relação bastante forte com a natureza e especialmente com os pássaros. Naquela época a perspectiva era outra, pois era comum ter pássaros em cativeiro, coisa que hoje não passa pela minha cabeça. No início de 2016 comecei a pesquisar a atividade de observação e fotografia de pássaros. Na verdade meu interesse pela fotografia veio a partir dos pássaros. Não sei fotografar outro tema que não seja pássaro. Mural | Além de fotógrafo, você também é um observador de pássaros, hobby que tem ganho muitos adeptos nos últimos tempos. Qual o prazer dessas atividades? Um sentimento de paz? Rafael | Para mim o prazer é o contato com a natureza e a descoberta das mais lindas espécies de pássaros, que talvez nunca soubesse da existência se não praticasse a atividade. O contato com a natureza e os pássaros me traz tranquilidade e paz.

UIRAPURU VERDADEIRO

FOTOGRAFIA

17 foto HUDSON MARTINS


FOTOGRAFIA

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GAVIÃO-CARAMUJEIRO

SAÍRA LAGARTA

Mural | O cantar dos pássaros é uma das coisas belas da natureza. Quem é o rei do canto entre as espécies que você já fotografou ou ouviu? Rafael | O Uirapuru Verdadeiro. Esse pássaro tem um canto muito belo e é muito difícil de ser encontrado. É uma lenda amazônica que foi apresentada e eternizada pelo nosso maior ornitólogo, o dr. Johan Dalgas Frish, autor do clássico “Aves Brasileiras e Plantas que as Atraem”. Mural | Como você se prepara para deixar o conforto de casa e ir fotografar na mata? Descreva uma kit básico para quem deseja começar a fazer o mesmo. Rafael | A atividade exige uma preparação. Eu tenho um guia que me acompanha, o Hudson Martins da Birds Rio Birdwatching. É mais que um guia, é um grande amigo que fiz na atividade. Como kit básico inicial, o observador/fotógrafo tem que ter uma câmera com zoom (Nikon P1000). Já é um bom começo. Fora a câmera é preciso roupa adequada para andar no mato, bota, repelente e protetor solar. Ter um guia que conheça o local e as aves do bioma é fundamental.

TRINTA RÉIS DE BANDO

Mural | Qual característica, além da paixão e do equipamento, quem quer fotografar pássaros precisa ter? Rafael | Paciência, paciência e paciência! (risos)

SANHAÇO DE ENCONTRO AMARELO

SOCÓ BOI

Mural | Você se diria uma pessoa calma e serena quando está na cidade ou a tranquilidade é algo que você procura e acha no meio da floresta? Rafael | No mato consigo desligar do meu cotidiano e recarregar minha energia. Mural | Você vem se aprimorando tecnicamente, investindo em equipamentos de qualidade. A primeira foto foi feita com qual câmera e qual você usa hoje? Graças às suas lentes poderosas, hoje você consegue uma boa foto a qual distância do pássaro? Rafael | O aprimoramento é uma das coisas que me encantam na atividade. Meu equipamento inicial foi uma Canon HS 50sx. Uma boa câmera, porém muito limitada em condições de pouca luz. Hoje fotografo com uma Nikon D850 e uma lente 500mm fixa. É um equipamento excelente e objeto de desejo de qualquer fotógrafo de pássaros. Com esse equipamento é possível fotografar um pássaro na copa de uma árvore.


FOTOGRAFIA

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ARARA CANINDÉ

TIÊ-DE-TOPETE

Mural | Já houve algum momento mágico em que você parou e pensou “puxa, fiz minha melhor foto!”? Você sonhava em encontrar alguma espécie rara e encontrou? Rafael | Considero minha melhor foto uma saíra militar fotografada em Joinville na companhia do guia e amigo Fernando Farias. Sonhava em encontrar o uirapuru verdadeiro. Quando começamos a ouvir o canto dele e o avistamos foi um momento mágico. Ao final estávamos eu, o Hudson e meu cunhado e parceiro de expedições amazônicas, Renato Sá, todos chorando. Mural | Quais são os melhores lugares do Brasil e do mundo para se fotografar pássaros? Em Florianópolis, qual a dica? Rafael | O Brasil é um dos melhores lugares do mundo! Tem a Mata Atlântica, o Pantanal, a Amazônia, o Cerrado... no mundo temos o Peru, o Equador, a África, a Índia e tantos outros. A Grande Florianópolis tem lugares ótimos com Santo Amaro da Imperatriz e a Ilha. Minha dica é contratar como guia o Fernando Farias, que é um excelente guia e fotógrafo. BEIJA-FLOR PRETO

Mural | Há situações em que você passa dias fotografando em lugares distantes, sem sinal de internet. Como é enfrentar esses dias desplugado, longe da civilização? Conte-nos sobre alguma das suas expedições recentes com espírito de aventura. Rafael | Ficar sem internet é comum em lugares remotos da Amazônia e do Pantanal. Já fui a lugares como Presidente Figueiredo aonde sequer a pousada tinha internet. Ficar totalmente desplugado do mundo causa um pouco de apreensão, todavia, geralmente nessas expedições não fico mais de dois dias no mesmo local. A expedição que mais me encantou foi ao Pantanal. É uma diversidade enorme de pássaros e outros animais. A condição de fotografia é ótima, pois são campos abertos com muita luz. Na Amazônia é tudo mais difícil. As matas tornam a luz escassa e as árvores são muito altas, o que dificulta a fotografia. Mas conseguir fotografar uma das lendas amazônicas é um momento único. Mural | Fotografar pássaros é também um ato em prol da preservação da natureza. Mostrar a beleza das aves ajuda na luta pela conscientização ambiental e o respeito aos animais, concorda? Rafael | Totalmente. Todo observador é um preservacionista e colabora para a conscientização da necessidade de preservação da natureza.

BENEDITO DE TESTA AMARELA

TOPETINHO VERMELHO


FOTOGRAFIA

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RABO DE ARAME

Mural | Você “caça” apenas belas imagens de pássaros, sem matá-los ou prendê-los. O que você acha das gaiolas e do hábito cultural florianopolitano de ter passarinho em casa? Rafael | É um hábito do florianopolitano que deve ser respeitado. Os pássaros são de cativeiro e hoje não são mais caçados como na minha infância. Minha preferência, óbvio, são pelos pássaros em liberdade.

foto HUDSON MARTINS

Mural | Além de pássaros, o que mais você gosta de fotografar? Rafael | Eventualmente os grandes felinos. Em uma expedição ao Pantanal consegui clicar uma onça pintada. Foi uma experiência única! Mural | Em algum sentido a fotografia de pássaros ajudou você na carreira profissional como advogado? Rafael | Acho que me ajudou a ser mais paciente e a me relacionar melhor. No mundo dos passarinheiros fiz grandes amizades, como com a minha querida amiga Cláudia Brasileiro, que é uma figura humana sensacional e a melhor fotógrafa de natureza que conheço. foto MARCO CEZAR

Tecnologia de ponta é aliada O fotógrafo Walmor de Oliveira, um dos mais respeitados de Santa Catarina, faz parte dessa história. Ele foi consultado por Bornhausen sobre quais equipamentos deveria ter para evoluir na arte de fotografar pássaros. “Orientei o Rafael a adquirir dois itens de ponta, high-end, da tecnologia fotográfica: a câmera Nikon D850, com o seu sensor 46 megapixels, construído sem o filtro Anti-aliasing que a grande maioria das câmeras possui, causando o aumento absurdo da definição, da reprodução dos detalhes mínimos, e a lente Nikkor 500 mm f:4, uma poderosa teleobjetiva que aproxima, e muito, o assunto distante, além de ser extremamente luminosa e igualmente fiel aos detalhes”, conta Walmor. Ele cita uma frase do arquiteto Isay Weinfeld para falar de tecnologia aliada ao talento: “A tecnologia, ao contrário do talento, está ao alcance de todos”. No caso de Bornhausen, o talento, segundo Walmor, fica comprovado em fotografias que exigem dedicação, conhecimento técnico e muita paciência. “Agora é só nos deliciarmos com as belíssimas fotos de igualmente belos pássaros que Rafael captura pelos quatro cantos desse Brasil!”.



UNIĂƒO

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Tudo sobre o casamento de Rose Campos e Egidio Martorano

A HORA DO SIM


UNIÃO

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texto JULIANA WOSGRAUS fotos ANGELO SANTOS e DARLINE SANTOS

O

casamento foi badalado antes, durante e depois. E a Revista Mural ainda tem novidade sobre as bodas, em 11 de agosto, do cirurgião plástico Egidio Martorano Filho e a arquiteta Rose Campos, com fotos para mostrar em detalhes. Na cerimônia ao pôr do sol, na Lagoa da Conceição, a exuberância da noiva foi ressaltada pelo figurino, uma ousadia dela e da estilista Camila Fraga. Rose usou macacão em renda, com saia longa na hora da bênção religiosa. Camila também assinou os vestidos das madrinhas, todos em tons pastel. E foram meses de encontros e festas para decidir tudo. No dia, bufê da Flor de Sal Gastronomia e cerimonial de Fabiano Lima. A decoração de Lica Paludo tinha milhares de flores brancas, no altar e em todos os recantos. Da cobertura de acrílico translúcido montada em mega tenda no jardim da icônica casa dos filhos do saudoso Pimpa Lins –, plantas suspensas e muitos globos espelhados. Voal e velas potencializaram o romantismo do cenário lindo pela própria natureza. Recepção ao som do pianista e compositor Luiz Gustavo Zago – neste mês de setembro ele está lançando CD novo! A trilha pra dançar foi do DJ Henrique Fernandes. Cirurgião plástico respeitado e benquisto, Egidio Martorano entrou na cerimônia de braços dados com sua mãe, Leda, legendária dama da sociedade catarinense. Mas chegou ao local ainda pela manhã, dirigindo um raro carro Bentley e levando junto à noiva, Rose, que se arrumou no local da festa. Elegância e tradição não faltaram também entre os convidados do casamento.


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MUSEU

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A impressionante coleção do MIS de Balneário Camboriú

TEMPLO DA SÉTIMA ARTE


MUSEU

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textos PEDRO MOX fotos MARCO CEZAR

C

onta a história do cinema que, quando Auguste e Louis Lumière projetaram pela primeira vez a película L’arrivée d’un train en gare de La Ciotat (A chegada de um trem na estação), em 1896, o público presente assustou-se e saiu correndo achando que de fato uma locomotiva atingiria o salão, tamanho deslumbre e surpresa com a cena. Avançando alguns séculos, pode-se dizer que esta é a mesma reação provocada no visitante ao adentrar o Museu da Imagem e do Som de Balneário Camboriú. Inaugurado em 20 de julho, aniversário de 54 anos do município, o Museu é a realização do sonho de um simpático senhor de cabelos brancos, fala afável e conhecimento sui generis. Fernando Delatorre nasceu em Tangará, sul de Santa Catarina. A família foi para Lages onde seu pai, Eduardo Delatorre, trabalhava no comércio de madeira, até que em 1958 – depois das constantes viagens a Itajaí para exportação – resolveu fixar residência em Balneário Camboriú, cidade pela qual apaixonou-se. A mudança de endereço foi acompanhada da mudança nos negócios: Eduardo abriu o primeiro cinema da cidade, o Cinerama. O jovem Fernando, tendo concluído o curso de direito na UFSC, voltou a Balneário, e com apenas 22 anos, já não só operava os grandes equipamentos como tinha a prática de passar o filme através de dezenas de bobinas ou colá-lo às pressas, caso arrebentasse, para garantir o bom andamento da sessão e evitar vaias da plateia. Ainda teve rápida passagem pela vida política até começar a trabalhar nos negócios do pai, no ramo da construção civil.


MUSEU

34 Inaugurado por Eduardo Delatorre em 1967, o Cinerama acomodava 1.200 espectadores – um décimo da população do município! Seu projetor era o Vitória X, fabricado em 1962 em Milão pela companhia Cinemeccanica. O equipamento, importado direto da Itália pelo próprio Eduardo, permite rodar películas tanto de 35mm quanto 70mm. Seu primeiro operador foi José Abromoviz – o seu Zequinha, como todos conhecem. Hoje com 81 anos, tinha 30 quando iniciou o ofício. Trabalhou nos cinemas desde sua inauguração até 1985; com fala mansa e sorridente, conta que para levantar o rolo de filme eram necessárias duas pessoas, tamanho o peso das bobinas 70mm. Até hoje ele sabe o processo de montagem para exibir uma película, e segue na ativa: cuida da parte elétrica nos canais locais TV Mocinha e Rádio Menina. BC foi a segunda cidade brasileira a receber o projetor Vitória X – depois de São Paulo. O da capital paulista, inclusive, foi destruído pelo incêndio que atingiu o cinema Comodoro em 2000, sendo o exemplar exposto o único no país. Numa época onde não havia sinal de tv, o cinema não só era um grande programa como tornouse ponto de encontro na região – na única vez que um presidente visitou a cidade, João Figueiredo foi lá recepcionado. Em 1973, outro arrojo cinematográfico de Eduardo, o Autocine. Assistia-se ao filme de dentro do próprio carro, e ao entrar o espectador era informado da frequência a ser sintonizada. Sim, o som vinha através do rádio, pois fora montada uma mini estação para transmitir o áudio das películas. O espaço abrigava 350 carros, e à época só Brasília e Porto Alegre possuíam autocines. Em 1984 veio o Cine Itália, com 700 lugares, na esquina da Av. Central com a Rua 700 – este aberto até hoje, mas funcionando como centro de eventos e apresentações. “Com a diminuição dos cinemas de rua mudamos a ideia do espaço, porém todos os equipamentos estão em perfeitas condições. É possível rodar um filme em película a qualquer momento se fosse o caso”, comenta Fernando. A mudança no rumo dos negócios para o ramo imobiliário não diminui a paixão pelo cinema, ao contrário. Desde os anos 80 ele começou a colecionar projetores, peças, filmes e também máquinas fotográficas e rádios. Até que há seis anos iniciou a construção do MIS-BC, prédio situado na Rua 700, em frente ao Cine Itália.

Acervo e garimpo O Museu da Imagem e do Som de Balneário Camboriú tem a incrível marca de quase 3 mil peças em exposição. A primeira, pode-se dizer, é o projetor Vitória X, do Cinerama. Logo na entrada o visitante depara-se com as três enormes peças, made in Itália, Polônia e Brasil. Uma de cada cinema feito por Eduardo Delatorre. Todas vinham desmontadas, exigindo exímio conhecimento para colocação em funcionamento. Periodicamente Fernando visitava feiras de rua – Largo da Ordem em Curitiba, Redenção em Porto Alegre, Benedito Calixto e Masp em São Paulo – vasculhando antiguidades. Saindo do país, Buenos Aires, Montevidéu e Santiago; do além mar, Portugal, Espanha, França e Itália. Tal garimpo, realizado ao longo de 40 anos, rendia viagens não somente de compras, mas de aprendizado: em cada cidade visitava inúmeros museus, onde fotografava e anotava tudo que poderia servir na construção do seu próprio museu. Dentre tantos, o Instituto Lumière mereceu quatro dias na visita a cidade de Lyon. Foi o local onde os irmãos inventaram o cinema, cuja logradouro foi batizado posteriormente de Rua do Primeiro


MUSEU

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Filme. De lá trouxe uma cópia da primeira película vista pela humanidade, A Saída dos Operários da Fábrica, com 46 segundos, exibido em 1895. Destaca do mesmo modo o Museu Nacional de Cinema, em Turim, um dos mais importantes do mundo com seu magnífico acervo de quase 1.800.000 peças. O prédio foi planejado e construído para receber o museu. Assim, absolutamente tudo foi pensado e organizado criteriosamente, do acondicionamento garantindo a preservação das peças à iluminação e decoração. O resultado é uma perfeita expografia, na qual o visitante não sente o tempo passar enquanto percorre seus sete andares. A própria estrutura, não usual à maioria dos museus, foi pré concebida: “Possuíamos uma área relativamente pequena, 300m2, por isto a opção pela edificação vertical e não horizontal” explica Fernando, enquanto brilham os olhos ao falar da grande paixão. O carpete das paredes não propaga chamas, o piso é antiderrapante, o desumidificador ao percorrer os andares guarda ao longo de uma semana impressionantes 100 litros de água. Dentre as peças mais raras estão as lanternas mágicas, feitas entre 1800-1850. São equipamentos que, através da luz emanada por uma luminária de querosene, projetavam uma imagem desenhada/fixada em uma placa de vidro. Como todas as peças foram adquiridas por Fernando é impossível destacar uma, pois cada qual traz sua história. Uma que merece atenção veio “por acaso”: “Estava interessado em um projetor Pathè numa feira em Montevidéu, mas o preço estava alto. Então negociando ele me ofereceu uma caixa de filmes, artefato de difícil venda, junto com o projetor, uma vez que não conseguia reduzir o preço como eu gostaria”. Já de volta a BC, quando teve tempo de abrir, constatou que eram películas de 9,5mm – bitola rara ao cinema – provavelmente de 1915, originais de Charles Chaplin!

Cada peça está devidamente exposta em vitrines de iluminação interna – aliás a única luz dos andares. A ausência de lustres no teto elimina praticamente qualquer reflexo, e como não são poucas peças foram utilizadas mais de 2.000 lâmpadas led. Todas com sensor de presença, apagando quando não há pessoas na sala. Imprescindível e irreparável também é o trabalho de manutenção e restauro. Tal hercúlea tarefa é empreendida por Hélio Bernardes e Ademir Carvalho de Lima, há 20 e 25 anos ao lado de Fernando Delatorre. Eles estão desde o início, participaram da construção, da preparação do acervo e hoje são guias. “É gratificante mostrar para o público o que apenas nós víamos”, comenta Hélio. Ademir completa, “é a concretização de um sonho que o seu Fernando teve e nós sonhamos junto”.

Referências Integra também a equipe Avelina Mafra de Borba, responsável por receber os visitantes e preparar o saboroso café que apreciamos durante a conversa. Natural de Balneário, conhece Fernando há mais de trinta anos. Até julho era dona de uma banca de revistas, negócio aberto em 84. Com a oportunidade de trabalhar no museu, ela não teve dúvidas, até por ser fã da sétima arte. “Levava meus filhos no Cine Itália, principalmente para assistir desenhos de Walt Disney. Como as sessões eram à tarde eu fechava a banca para poder sair e reabria depois que acabava” conta. O térreo agrega diversas referências ao mundo do cinema, do chão ao teto. Um Fusca ano 63, o famoso e simpático Herbie, dá boas vindas. O piso traz reproduções da calçada da fama, homenageando grandes atores e atrizes. No café, vinis de trilhas


MUSEU

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FERNANDO E SEU PERINA, PROFESSOR DE CINEMA QUE ATUA COMO CONSULTOR INFORMAL E “SÓCIO” DO MUSEU

sonoras e indicações ao Oscar de melhor canção pendurados na parede. Rente ao teto, fotos de filmes que fizeram a história do cinema, como conta o “sócio remido” de Fernando, o professor de cinema Claudinê Perina, paulista há 30 anos morando na cidade. O Grande Roubo do Trem (1903) é o primeiro filme de ação e western estadunidense, e pioneiro em algumas técnicas cinematográficas. Passa pelo Gabinete do Doutor Caligari, clássico do expressionismo alemão; O Cantor de Jazz, primeiro filme falado; O Poderoso Chefão, ET, chegando até A Invenção de Hugo Cabret e o excelente documentário Senna. Ali também algumas poltrona originais do Cinerama – que parecem novas, pela impecável conservação. Subindo ao primeiro andar, saindo do elevador a luz acende desvelando ao visitante o corredor de paredes vermelhas com enormes expositores. Ali nenhum objeto tem data posterior a 1900, tornando impossível não se surpreender com as peças. Logo de início um espaço dedicado aos irmãos Lumière, com um monitor exibindo as primeiras imagens filmadas. Há antigos instrumentos de projeção, as lanternas mágicas, responsáveis por projetar imagens pintadas em placas de vidro. Ali também estão diversos estereoscópios, ferramentas de formato similar a um binóculo, no qual cada lente mostrava a mesma imagem com pequeno ângulo de diferença. Assim ao observador é criada a ilusão de enxergar em três dimensões. Câmeras lambe-lambe, projetores... A captação sonora é igualmente apresentada, com gramofones e discos precursores do vinil. Os primeiros eram de cera de abelha, e acabavam estragando por conta do contato com a agulha a cada audição. Uma vitrola de cerca de 1880, funcionando, toca uma suave melodia em seu disco de papel; bem como a caixa de música, cujo funcionamento acontece com um cilindro metálico e uma série de agulhas.

Até os Anos 60 O segundo andar vira o século, e aqui podemos ao percorrer os corredores verdes com aparelhos de até idos dos anos 60. Os modelos pioneiros de telefone estão nas paredes, e a primeira TV da América Latina ao lado de outras que demandam um móvel apenas para si. Há diversos rádios de diversos tamanhos; o mais inusitado é o de pedra galena: um rádio que funciona utilizando simplesmente uma pedra. Com dois fios metálicos encostados à rocha, que é capaz de as transmitir ondas AM, permite ao ouvinte procurar estações de ondas curtas. Ali também há um espaço dedicado a Charles Chaplin, com pôsteres, quadros e objetos de um dos mais importantes personagens da sétima arte. E uma sala exclusiva exibindo seus filmes durante todo período em que o museu está aberto. Um cartaz original de Gordo e Magro, pintado à mão, três pares de cadeiras de cinema antigas; e peças deveras curiosas, como o projetor Pathé, cuja furação era no centro da película, ou micro máquinas fotográficas da Segunda Guerra. Outra peça diferente é o contador de público, com o qual fiscais das distribuidoras verificavam se os cinemas divulgavam corretamente o número de presentes.


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Anos 70 e 80 No terceiro andar a cor cinza combina com os aparelhos dos anos 70 e 80 – aqui começo a rememorar minha infância lembrando de coisas que tive ou vi aparecer. O harmônio da igreja de Balneário Camboriú, outrora abandonado e quebrado, está não só exposto como completamente consertado e funcionando. LP’s coloridos, outra série de projetores, telefones e máquinas fotográficas... tudo impecavelmente catalogado e identificado. O telefone produzido em plástico transparente chama atenção. A câmera Kodak Colorburst 300, de 78, teve curtíssima fabricação: lançada para concorrer com a Polaroid no campo da revelação instantânea, teve a produção proibida por conta da patente requerida pela rival. Enormes mini-systems e os compactos walkman, indispensáveis a quem não vivia sem música. O escuro azul transmite um pouco da modernidade do quarto andar. Modernidade esta dos anos 80 e 90, cuja principal peça o visitante vê logo que a porta se abre. CP-500 é um computador de 1982, e foi o primeiro a ser utilizado na prefeitura de Balneário Camboriú. De cor creme, teclado integrado ao monitor, poderia facilmente estar na Discovery One (espaçonave de 2001: Uma Odisseia no Espaço). Filatelia e Numismática são também duas paixões de Fernando, e é neste pavimento que está uma das tantas subcoleções do MIS, a de selos. Estrelada pela série completa do Olho de Boi, selo mais antigo do país – o Brasil foi primeira nação da América e terceira no mundo a possuir selo postal. Datados de 1843, apresentavam os valores de 30, 60 e 90 réis; esta última destinada a correspondências internacionais apenas. Selos de diversos países e séries completas forram as paredes, para deleite dos admiradores do design gráfico. No corredor final do andar, uma coleção de máquinas de escrever da qual Ernest Hemingway teria orgulho.


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JOSÉ ABROMOVIS, O SEU ZEQUINHA, PRIMEIRO OPERADOR DO CINERAMA E FERNANDO EM FRENTE AOS PROJETORES DOS TRÊS CINEMAS

Viagem pelo sistema financeiro Chegando ao último pavimento somos levados a uma viagem pelo sistema financeiro – como o próprio Fernando descreve a enorme coleção de cédulas e moedas. Da história do Brasil estão todas presentes, dos Réis utilizados no período colonial até o Real, em todas as suas versões e famílias. Um quadro exibe a corrente moeda ano a ano, e o espaço para 2018 já está pronto aguardando sua série. Há ainda tiragens produzidas pelo Banco Central por conta de ocasiões especiais, como as Olimpíadas e Paraolimíadas Rio-16 – com todas as modalidades. A da bandeira olímpica rapidamente tornou-se rara, como explica Fernando: “Quando foram lançadas um comprador chinês levou metade da produção. Passado o tempo, a moeda de R$ 1,00 atinge cifras superiores a cem reais entre colecionadores. Literalmente um negócio da china”. Tal qual acontece nos selos, aqui percorre-se o globo admirando as mais variadas notas e moedas, com desenhos e tamanhos ímpares, por diferentes épocas. Uma das mais curiosas veio da China, cujos formatos são variados, imitando um machado por exemplo. Sobre um cubo de acrílico com uma enorme bíblia de 1902, escrita em latim, a peça mais antiga do museu: um Siclo, moeda de circulação na Palestina no século I, posicionada em um suporte giratório, com iluminação especial. Cunhada em prata, foi o dinheiro recebido por Judas para entregar Jesus, as trinta moedas de prata citadas na Bíblia – quantia que permitiria comprar à época uma pequena fazenda no Império Romano, diz o historiador Cláudio Umpierre Carlan, do Museu Histórico Nacional. Ao sair, deixa o visitante um imensurável túnel do tempo, que faz pensar em como caminhava o mundo e como estamos hoje. Conectados 24 horas, vidas paralelas em redes sociais, minutos livres cada vez mais raros, smartphones... De toda forma, o MIS-BC é um passeio no qual não se sente o tempo passar. E que vale cada segundo.

QUIÇÁ A derrocada dos cinemas de rua em detrimento dos shopping centers não deverá ser revertida, na opinião de Fernando. A capital catarinense tinha na região central Ritz, Cecomtur, São José, Coral; o último a resistir foi o York, no centro histórico de São José, que encerrou as atividades na última década. Na maior cidade do país, São Paulo, não passam de dez. Num comparativo rápido, em Londres, nos arredores de Piccadilly Circus, são dez em uma dúzia de quarteirões. Outro problema é que, mesmo que o número de salas não tenha efetivamente diminuído, a variedade é nula. Enquanto escrevo, por exemplo, as 19 salas de cinema comercial de Florianópolis mostram somente 13 filmes. A preocupação, aparentemente, está em salas 3d, pipocas gourmet e bobagens do tipo. A quem tenta escapar de super heróis, romances folhetinescos ou demais blockbusters há o Paradigma Cinearte, atual encarregado em exibir o que não entra nas grandes distribuidoras.



Tarcísio Mattos trocou a vida urbana por um pomar no meio do mato

foto CAIO CEZAR

EMPREENDIMENTO

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CAMINHO NATURAL


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foto CAIO CEZAR

fotos CAIO CEZAR e TARCÍSIO MATTOS

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rbanoide convicto até aquele momento, o relato abaixo narra o evento que transformou o fotógrafo, editor e velejador Tarcísio Mattos em sitiante e cultivador de clemenules, espécie rara de tangerina. “Era final de 2008, um sábado. Eu tinha acabado de vencer uma regata na Baía Sul com o meu veleiro Zephyrus e resolvi terminar o final de semana em Pedras Rollantes, meu sítio em Alfredo Wagner. Passei no apartamento, troquei a mochila e segui para o sítio. Deixei o carro ao lado da casa, subi no deck, encostei no pilar da varanda e, olhando o fim da tarde no Vale do Rio das Águas Frias, me perguntei: “de onde eu gosto mais? Do mar ou daqui?”

Até aquele momento ele não tinha dúvida: era do mar que gostava mais. Velejava quase todos os dias, às vezes sozinho, ia em direção ao pôr do sol e retornava tarde da noite. Também gostava de competir. No comando do Calufa, dos dois Zephyrus e do Kaikias, participava de regatas organizadas para veleiros de oceano em Florianópolis e levava os barcos para campeonatos em outras raias, de Santa Catarina e do Brasil. Sua biblioteca no Sítio Pedras Rollantes é repleta de livros náuticos. Um dos cachorros da casa se chama Pen Duick, que é o nome dos barcos do velejador francês Eric Tabarly. Um gato é o Zephyrus e o outro é o Kaikias, nomes de dois de seus antigos barcos. O mar era o seu lugar. Era. foto AYRTON CRUZ

foto LUIZ VIANA


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A partir daquele final de tarde de 2008, sempre que possível estava em Pedras Rollantes e os planos sobre o que fazer no terreno iam tomando espaço nas suas anotações. Com a chegada da internet no Sítio, o lugar passou a ser usado também como local de trabalho. “Trazia para cá os originais para edição. Em 2010, já vivendo com a Lu Eicke, a namorada que reencontrou após mais de 30 anos, reformaram a casa que passou a ter a cara de lar. Pedras Rollantes é um terreno de 28 hectares, em Alfredo Wagner, que ocupa duas encostas do Vale do Rio das Águas Frias, um dos nascedouros do Rio Itajaí-Açu. Foi comprado por Tarcísio e Eduardo Marques, sócios desde 1988 – primeiro na Soma Fotojornalismo, depois na Tempo Editorial e agora em Pedras Rollantes –, para ser apenas uma forma de poupança, mas logo passou a ser um sítio de lazer e hoje é morada e meio de vida.

Apesar de relativamente grande, o terreno é bastante acidentado e mais da metade é coberto por matas nativas e ciliares. Para dar vida ao lugar, os sócios decidiram investir em fruticultura no pequeno espaço agricultável que sobra na propriedade. Depois de um período de experimentos, a opção foi apostar na citricultura e a escolha recaiu sobre a Clemenules, uma tangerina ainda nova no mercado brasileiro de frutas finas de mesa. Tarcísio e Lu mudaram definitivamente para Alfredo Wagner no final de 2013. A decisão de sair de Florianópolis aconteceu no começo daquele ano, quando notaram que era cada vez mais triste deixar o sítio e voltar para a cidade. Mas precisavam arranjar um meio de vida e abriram, em 2015, o Café no Sítio Pedras Rollantes. No ano seguinte, Pedras Rollantes virou pousada e hoje, incluindo a renda obtida com as clemenules, vivem exclusivamente do que o sítio proporciona.

foto AYRTON CRUZ

CASA ENXAIMEL

EDUARDO MARQUES


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A Rainha das Tangerinas Clemenules é uma tangerina de origem espanhola, sem sementes e muito doce, conhecida na Espanha como “La Reina de Las Mandarinas”. Os dois pomares da fruta contam com quase 800 árvores, a produção tem certificação orgânica e a maior parte da colheita, que acontece nos meses de junho e julho, é comercializada em mercados e distribuidores de orgânicos da Grande Florianópolis e de São Paulo. Um pouco é usado para a produção de geleias e um outro tanto é transformado na Catharina Sour de Clemenules, cerveja artesanal produzida pela Unika, de Rancho Queimado. O restante é colhido por visitantes que chegam a Pedras Rollantes para participar do Colhe e Paga de Citros, que acontece em todos os finais de semana durante os meses de safra. “É uma festa”, comemora Eduardo Marques, que juntamente com Tarcísio, Lu e o funcionário Toninho, coloca a mão na massa para podar, adubar, ralear, colher, embalar e distribuir as frutas retiradas dos pomares. “Cuidamos de cada uma delas como quem cuida de uma criança. As plantas são exigentes, precisam de muita atenção, mas, em troca, nos dão as melhores tangerinas que alguém pode comer”, orgulha-se o jornalista que divide seu tempo entre Pedras Rollantes e os trabalhos de fotógrafo free-lancer para diversas editoras nacionais. Além das Clemenules, as terras do Sítio Pedras Rollantes produzem uma boa quantidade de tangerinas okitsu e ponkans, limões sicilianos e cravo, além de laranjas rubi e sanguíneas. “Já que a opção foi pelos citros, preferimos cultivar algumas variedades pouco usuais, com novos sabores e em busca de paladares e mercados mais exigentes”, afirma Tarcísio, que assim como Eduardo, é jornalista e tem passagens por jornais locais e nacionais, mas que trocou tudo, inclusive a Tempo Editorial, por uma vida mais tranquila nas margens do Rio da Águas Frias. Tarcísio e Eduardo são sócios desde 1988, quando deixaram o Diário Catarinenes para fundar a Soma Fotojornalismo, agência de notícias, de fotografias e um dos mais importantes e requisitados bancos de imagens do Brasil. A Soma evoluiu para a Tempo Editorial, que por mais de duas décadas se dedicou a publicações voltadas para arte e cultura e para a edição de publicações de luxo para empresas e instituições, públicas e privadas. O acervo fotográfico com centenas de milhares de imagens foi doado para Universidade Federal de Santa Catarina e a empresa está em hibernação. “A Tempo ainda existe, mas não é mais o meu principal foco”, admite Tarcísio, que finaliza o assunto dizendo que é bem pouco provável que venha a trocar a paz de viver em Pedras Rollantes com a companheira Lu Eicke pelo agito da coordenação e edição de um novo trabalho editorial.

PEN DUICK, LU E TARCÍSIO, NO POMAR DE LIMÃO SICILIANO


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foto ROGÉRIO RISTOW

Café e pousada “As safras são sazonais, as frutas vão para o mercado nos meses do inverno e se ficássemos apenas na dependência da Clemenules, teríamos que continuar trabalhando em Florianópolis”, justifica Lu Eicke. “Então inventamos o Café no Sítio e a Pousada Pedras Rollantes”, completa Lu, que deixou uma loja de roupas na Lagoa da Conceição e uma estamparia para viver, como ela mesma diz, como a música “Casa no Campo”, de Zé Rodrix. O Café, na verdade, é uma tarde de domingo no Sítio. Antes de sentarem-se em uma das mesas ao ar livre, os visitantes são convidados a explorar todo o local, andar pelos pomares, colher e comer o que estiver nas árvores e até tomar banhos de rio, se o tempo estiver propício. Atendem no máximo 25 pessoas por tarde, sob reserva, e tudo o que servem, desde as entradas até as sobremesas, é preparado pelo casal. No domingo, dia do café, Tarcísio é o garçom e Lu se divide entre conversas com os visitantes e prepara, junto com Leninha, algum pedido especial. O Café que ele inventaram em Alfredo Wagner é um dos dois únicos estabelecimentos em Santa Catarina a fazer parte do Mapa do Consumo Responsável, da Fundação Kairoz, referência nacional quando o assunto é responsabilidade social e alimentar. Muitos dos que vinham queriam ficar e então o Café os levou a pensar em criar uma pousada. Construíram três casas na parte do Sítio onde moram e o Eduardo fez mais dois estúdios na Casa Enxaimel que ele trouxe, tijolo por tijolo, da Serra Gaúcha e “plantou” na encosta em frente. É uma pousada pequena, que pode receber ao mesmo tempo 12 adultos e seis crianças. Todas as cinco unidades estão perfeitamente adequadas ao ambiente e ao modo de vida que levam no sítio. São confortáveis e super equipadas. As três casas

foram construídas com madeira derrubada na década de 1930 para a construção de uma igreja. O templo foi demolido na década de 1980 e a madeira foi utilizada pela comunidade para erguer um salão de festas. Desfeito em 2015, a madeira do salão foi beneficiada e virou paredes, piso, móveis e utensílios da Casinha, da Casa da Cama e da Casa Torta. A primeira, que é a maior delas, foi projetada pelos arquitetos Dalmo Vieira e Regina Weissheimer, e as duas menores foram desenhadas por Tarcísio, sob a supervisão de sua filha, a arquiteta Melissa Mattos. Os móveis, tanto da pousada como do café, foram desenhados por Tarcísio e manufaturados na pequena marcenaria do Sítio. A forma de receber na pousada é sui generis. Todas as unidades contam com copa e cozinha e os hóspedes recebem uma cesta de alimentos bastante completa para eles mesmos prepararem todas as suas refeições no período da estadia. Não há cobrança para a hospedagem de crianças até 12 anos. Nas casas não há check in e check out e é permitida a presença de cachorros ou outros pequenos animais. “Há algo mais chato do que ter que sair de um lugar legal ao meio dia?”, pergunta Lu. “Aqui pode entrar e sair na hora que quiser, trazer cachorro e não se paga nada para ter a companhia dos filhos pequenos”, completa, orgulhosa. A pousada não tem nenhum equipamento de lazer. “O que vendemos é sombra e água fresca”, brinca Tarcísio. Mas também, não precisa. Os hospedes podem usufruir de tudo. Podem colher e comer as frutas dos pomares, verduras e hortaliças das hortas, desfrutar de um rio de águas límpidas, seguras e geladas, e participar de eventos como o Colhe e Paga de Citros, aquele que o Eduardo, lá no meio desta matéria, disse que “é uma festa”. Os que vieram este ano levaram para casa mais de uma tonelada de frutas em suas sacolas e um pouco mais de conhecimento sobre produção orgânica e a origem dos citros no Brasil e no mundo.



HISTÓRICO

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NO FUNDO DO MAR O campeonato mundial de caça submarina que movimentou a Ilha do Arvoredo, em 1981 texto MARCOS HEISE fotos reprodução MARCO CEZAR

N

a década de 80 a capital catarinense ainda não enfrentava os problemas atuais de mobilidade e não havia um controle ambiental tão rígido como agora. A caça e pesca eram atividades liberadas e tinham até competições organizadas, como o Campeonato Mundial de Caça e Pesca Submarina, que marcou o verão de 1981 na Ilha do Arvoredo, hoje uma reserva ambiental. Com grande aparato local, representantes de 11 países vieram a Florianópolis para a disputa. A então Federação Catarinense de Pesca e Caça Submarina, presidida pelo empresário Afonso Celso Corrêa, encarregou-se da infraestrutura, inclusive com o suporte de uma Comissão Central Organizadora (CCO), presidida por Celso

Teixeira. Afonso era um dos sócios da lendária loja A Esportiva, na rua Tenente Silveira. As delegações estrangeiras chegaram com antecedência e foram treinar na área de competição. O grande nome e favorito era o francês Jean Batiste Esclapes, ex-campeão mundial que trouxe para Florianópolis as últimas novidades oferecidas pela tecnologia internacional, como o seu traje de mergulho que se prometia mimético em áreas profundas do mar. Os norte-americanos fizeram mais. Em segredo, estudaram a costa catarinense, usaram ecossondas e ecobatímetros para localizar tocas e elaboraram cartas náuticas mais completas e detalhadas do que as da marinha brasileira. A participação do Brasil no campeonato foi prejudicada por fatores de fora da água. A presença do então presidente da Confederação Brasileira de Pesca e Caça Submarina, Eduardo Paim Bracony, que era repelido por federações adversárias, principalmente a do Rio de Janeiro, fez com que os cariocas – campeões mundiais em 1975 e considerados os melhores do país na modalidade – boicotassem a prova como protesto pela atuação de Bracony frente à confederação. Alheios a tudo isso, os “gringos” começaram na primeira etapa – cinco horas de pescaria na Ilha do Arvoredo – marcando a equipe brasileira. Eles achavam que, por competirem em casa, os brasileiros conheciam locais secretos, com peixes grandes garantidos. Ledo engano. Quando perceberam que os brasileiros não estavam pegando nada, abandonaram a marcação. Além disso, a condição ruim do mar no primeiro dia, com pancadão de sul e ondas altíssimas, prejudicou o desempenho de todos. O pescador submarino George Martens, melhor brasileiro na competição, pegou seis peças, totalizando 18 quilos e 45 gramas. Ele admitiu depois da prova que a equipe optou por uma tática que depois se mostrou equivocada, mirando na pescaria rasa atrás do sargo, quando o mais produtivo teria sido ir no fundo atrás de garoupas. George foi o sétimo colocado no individual.


HISTÓRICO

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“Lá embaixo sou igual a todo mundo” O espanhol José Amengual Domingo – hoje com 74 e na época com 37 anos –, considerado um dos melhores do mundo na modalidade, foi o campeão individual da prova de Florianópolis. Somou 53.330 pontos e deixou o então favorito francês do “traje mimético” como vice. A equipe italiana ficou com o troféu por equipes e um americano, Bill Ernst, ficou com o prêmio de peça mais pesada, uma garoupa de 18,6 quilos. Amengual começou a nadar para atenuar as sequelas de um tumor que teve na juventude, que o deixou mancando de uma perna. Começa a fazer pesca subaquática com armas feitas por ele mesmo. Aos 19 anos, ele foi campeão das Ilhas Baleares. Em 1968 foi campeão da Espanha pela primeira vez e estreou internacionalmente no Campeonato Europeu de Cabrera. Profissional eletricista como seu pai, sua fama e sucesso fez com que sua empresa o liberasse para treinar e praticar seu esporte e se tornar um dos melhores pescadores do mundo. Logo após o término da competição, no domingo, aconteceu a premiação e um almoço de confraternização, nos salões do Lira Tênis Clube. No cardápio, naturalmente, peixes abatidos na competição, garoupas e sargos fresquíssimos e saborosos, preparados com esmero pela cozinha do clube. Chamado ao palco para receber sua premiação consagradora, foi aí que muitas pessoas se deram conta que o novo campeão mundial, o espanhol Amengual, convivia com aquela sequela da doença de infância, puxando uma das pernas. Fui entrevistá-lo e não resisti, perguntei se o seu problema na perna não o deixava em uma condição desigual perante seus concorrentes. Ele me respondeu com apenas uma frase: “Lá embaixo da água sou igual a todo mundo”. A revista Vela e Motor tinha me encarregado de fazer uma matéria sobre o evento, com fotos de Tarcísio Mattos, mas para minha decepção o editor acabou retirando esta parte da entrevista, na minha opinião a declaração mais importante da reportagem. Os editores – cariocas – também aplicaram um boxe criticando a figura do então presidente Bracony, creditando a ele o fracasso do desempenho brasileiro.


MMA

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Enquanto projeta final da carreira, Thiago Tavares divide o tempo entre os estudos na Faculdade de Medicina, em Buenos Aires, e a preparação para os play-offs do GP da Professional Fighters League, nos Estados Unidos

foto CAIO CEZAR

A DESPEDIDA


MMA

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textos OLAVO MORAES

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rimeiro catarinense a vencer uma luta no Ultimate Fighting Championship (UFC), Thiago Tavares prepara saída em alto estilo dos ringues. Em meio a árdua batalha nos estudos para a formação em medicina na Fundacíon Hector A. Barcelo, na capital argentina, o peso leve treina para os play-offs da Professional Figthers League (PFL), nos EUA, em busca do cobiçado prêmio de 1 milhão de dólares destinados ao campeão. Após passagem de destaque no Ultimate Fighting Championship (UFC) – com vitórias históricas e contestada punição por doping na milionária liga norte-americana – o manezinho decidiu abandonar o octógono em 2016.

“Construí uma boa história na organização. Foram 18 lutas, lembro de detalhes de cada uma delas”, recorda Thiago Tavares. “Como nunca parei de treinar, principalmente jiu-jitsu e judô, e mantive a preparação física, resolvi voltar e terminar de escrever este último capítulo da minha carreira. Senti que faltava algo.” Sem titubear, o peso leve aceitou convite da PFL para participar do novo evento da entidade. Na estreia, sofreu revés: foi derrotado pelo norte-americano Robert Watley, depois de ser atingido por forte chute nos órgãos genitais, um golpe ilegal acidental, mas validado pelas regras específicas do Estado de Illinois (veja box). Na segunda luta, a recuperação, com vitória sobre o gaúcho Arthur Estrazulas. Agora, Thiago se prepara para a fase final do Grand Prix, a partir de outubro.


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o grand prix Estreia amarga O peso-leve Thiago Tavares viveu uma situação inusitada e desagradável em sua estreia na Professional Fighters League (PFL), em Chicago (EUA). O lutador catarinense foi atingido por um forte chute nos órgãos genitais, no segundo round da luta contra o americano Robert Watley, golpe ilegal e acidental que o impediu de continuar no combate, mesmo após cinco minutos para se recuperar. Thiago acabou descobrindo, da pior forma, um “furo” nas regras da Comissão Atlética do Estado de Illinois, que regulamentou o evento. Diferente das regras unificadas do MMA, que preveem que a luta seja marcada como “No Contest” (sem resultado) quando a vítima de um golpe ilegal acidental não tem condições de continuar, a entidade do Estado de Illinois adicionou artigo que diz que o lutador “deve continuar após um período razoável de tempo, não mais do que 5 minutos, ou pode perder a luta por nocaute técnico”. E foi isso que o árbitro Keith Peterson e a comissão determinaram: vitória de Watley por nocaute técnico via golpe baixo acidental. foto DIVULGAÇÃO PROFESSIONAL FIGHTERS LEAGUE (PFL)

CALENDÁRIO 2018

MMA

foto DIVULGAÇÃO

TEMPORADA REGULAR 7 de junho – Nova York (EUA) 21 de junho – Chicago (EUA) 5 de julho – Washington, DC (EUA) 19 de julho – Long Island (EUA) 2 de agosto – Long Island (EUA) 16 de agosto – Atlantic City (EUA) 30 de agosto – Atlantic City (EUA)

PLAY-OFFS 5 de outubro – local a ser definido 13 de outubro – local a ser definido 20 de outubro – local a ser definido

FINAIS 31 de dezembro – Nova York (EUA)

PREMIAÇÕES Campeões: US$ 1 milhão Vice-campeões: US$ 200 mil Perdedores nas semifinais: US$ 100 mil Perdedores nas quartas de final: US$ 50 mil

CATEGORIAS Pena (até 65,8kg) Leve (até 70,3kg) Meio-médio (até 77,1kg) Médio (até 83,9kg) Meio-pesado (até 93kg) Pesados (até 120,2kg)

Regulamento Cada lutador realiza duas lutas na temporada regular, somando pontos. O calendário foi aberto em 7 de junho. Após a primeira fase, oito atletas avançaram rumo aos play-offs, realizados em três eventos a partir de outubro. A grande final será na véspera do ano novo, em Nova York, nos Estados Unidos. O campeão de cada categoria fatura US$ 1 milhão. Contabilizando todos os prêmios, a estimativa é de que a PFL distribua cerca de US$ 10 milhões aos seus atletas.


entrevista

“Faltavam páginas no livro da minha vida” E

m meio a atribulada rotina de treinos e estudos em Buenos Aires, Thiago Tavares encontrou tempo para conversar com a Revista Mural. Da capital argentina, o peso leve falou sobre o dia a dia, a decisão de voltar a lutar, e a participação na milionária competição da entidade norte-americana.

Mural | Como você divide o seu tempo entre os estudos na Faculdade de Medicina, em Buenos Aires, e a preparação para os play-offs do Grand Prix da Professional Fighters League (PFL)? Thiago Tavares | Literalmente corro contra o relógio todos os dias. Acordo bem cedo e faço meu treino aeróbico de 1 hora (natação ou corrida). Depois vou para as aulas na faculdade. Procuro fazer o segundo treino do dia no horário do almoço, ou à noite. Sempre procuro realizar no intervalo das aulas, porque há dias em que não consigo treinar à noite. São muitas as disciplinas para estudar. Mural | No retorno aos ringues, qual objetivo? Thiago Tavares | Tinha resolvido parar de lutar quando fiz meu último combate pelo UFC, em junho de 2016. Construí uma boa história na organização, e, consequentemente, na minha vida.

Foram 18 lutas, e lembro de detalhes “e causos” de cada uma delas. Como nunca parei de treinar, principalmente jiu-jitsu e judô e mantive a preparação física, resolvi voltar e terminar de escrever este último capítulo da minha carreira. Senti que faltava algo, faltavam páginas nesse livro da minha vida. Recebi uma ótima proposta desse evento novo, o PFL (Professional Fight league), que, inclusive, contratou mais 52 lutadores do UFC. Decidi me testar novamente, sentir essa adrenalina, e terminar o último capítulo. E o sentimento, após terminar a 32a luta da minha carreira, em Nova York, e com vitória, foi ímpar. Parecia que estava estreando novamente. Mural | A premiação de 1 milhão de dólares é o maior incentivo? Thiago Tavares | É claro que pensar em vencer um GP de US$ 1 milhão, anima qualquer pessoa. Mas não me estimulo e penso no dinheiro. Penso em cada luta como um desafio, me concentro no próximo oponente, e não nos três rivais que terei de enfrentar. Inclusive, cada luta que passamos, recebemos um valor considerável de pagamento, e o US$ 1 milhão, será apenas ao campeão. Logo, um problema de cada vez. Mural | Quem são os principais adversários na PFL? Thiago Tavares | São todos de excelente nível. Tem norteamericanos, brasileiros e russos. Todos com excelente ranking e ótimo currículo. Mural | A derrota na estreia do Grand Prix norte-americano com golpe baixo, aproveitando furo na regra – que você desconhecia –, é passado? Thiago Tavares | Claro. Na última luta, na qual venci, encontrei com o atleta no hall do hotel, marcamos de lutar novamente, só que dessa vez será em um estado norteamericano onde a comissão atlética não permita chutes “nas partes baixas” (risos)...

foto CAIO CEZAR

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Mural | Como está a preparação para os play-offs, a partir de outubro? Thiago Tavares | Está indo bem. Fiquei uma semana sem treinar, após a última luta que venci, em Nova York. Agora já está a todo vapor, claro, dentro das minhas possibilidades de tempo. Não é fácil conciliar faculdade de medicina e ser atleta profissional de MMA. Tenho amigos médicos, e agora, a cada semestre que passa, vejo o quão difícil é a profissão. Fico mais fã e admiro ainda mais cada um deles. Mural | O Instituto Social Thiago Tavares, entidade de inclusão social por meio do esporte, segue firme e forte? Thiago Tavares | Infelizmente não há mais. Por anos consegui me manter pagando professores para ministrar aulas para crianças

carentes, em alguns lugares e também na minha academia, onde havia horário para crianças que não tinham condições de pagar. Nunca foi possível conseguir apoiadores, e muito menos ajuda do poder público. Hoje, infelizmente, o Instituto Social não existe mais. Mural | Saudades do mar, e do convívio com os amigos no Rio Tavares? Thiago Tavares | Com certeza. Já dizia uma música do Dazaranha: “viver nessa ilha é se arrepiar de vez em quando”. Já morei em muitos países, da Tailândia à Holanda, mas não existe nada melhor do que Floripa. Todos sabem o amor incondicional que tenho por esse pedaço de terra. Saudades dos amigos, da família, das praias. Mas sempre foi por um bom motivo. “Eu saio, eu volto, eu gosto é daqui”. foto DIVULGAÇÃO





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Desfile une sociedade e ajuda o Hospital Infantil


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texto ANA LAVRATTI fotos LEON.V17

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Palácio Cruz e Sousa, marco da política, cultura e história de Santa Catarina, sediou na noite de 26 de julho o desfile de estreia do projeto Passarela Solidária, idealizado e organizado voluntariamente por Sandra Ferreira de Mello em favor da Associação de Voluntários do Hospital Infantil Joana de Gusmão, a AVOS. Com experiência em grandes concertos e leilões beneficentes, e excelente trânsito na sociedade, Sandra Ferreira de Mello atraiu quase 100 madrinhas e dezenas de apoiadores, que somando talentos e influências transformaram o salão do Palácio, na tradicional Praça XV de Novembro em Florianópolis, em passarela para as “modelos por uma noite”, com diferentes idades, estilos e profissões; todas igualmente generosas e glamourosas. Fazendo jus à elegância e ao respaldo que as madrinhas detém na sociedade catarinense, o desfile 100% beneficente só poderia se debruçar sobre a trajetória de uma grande mulher, que impactou não apenas sua época, mas todas as gerações futuras: Coco Chanel.

Tudo na festa foi em tributo à estilista: a ambientação do camarim em preto, branco e dourado, a seleção de canções francesas interpretadas ao piano, as fotografias e telas expostas a partir de aprofundada pesquisa, as pérolas em abundância e, naturalmente, os trajes desfilados: uma releitura do estilo Chanel assinada pelos estilistas Mary Kuhn e Cabral Júnior, do ateliê de alta costura Mary Kuhn. Fascinators exuberantes, as mais finas bolsas das Lojas Tida, joias da Gits, óculos da joalheria Bárbara K e semijoias Daniela Lopes complementaram com absoluta sofisticação os trajes confeccionados sob medida. Todas as “modelos”, incluindo mãe e filha, tia e sobrinha, e também irmãs que desfilaram lado a lado, tiveram 20% do valor de seu traje revertido para a AVOS. A doação assegurada pelo evento, com 450 convites vendidos com mais de um mês de antecedência, foi de quase R$ 100 mil reais. Apresentando à sociedade um novo patamar de luxo – pela perfeita harmonização de história, solidariedade, cultura, beleza e confraternização – a Passarela Solidária terá nova etapa no dia 30 de agosto, em Criciúma.


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Participação A Le Monde Citroën ficou duplamente satisfeita em participar do Evento Passarela Solidária. Em primeiro lugar, porque todo o evento foi inspirado em um ícone da alta costura francesa, Coco Chanel. Apoiar uma atração que remete à França, berço da Citroën, sempre é uma oportunidade de divulgarmos aos nossos clientes um pouco do DNA da marca que representamos. E em segundo lugar, porque estar junto com a AVOS na busca de mais recursos para suas ações filantrópicas nos dá a oportunidade de ajudarmos pessoas que necessitam de um carinho e de uma atenção especiais. Fica aqui nosso reconhecimento e agradecimento a sra. Sandra Ferreira de Mello pela idealização deste projeto e a diretoria da AVOS pelo brilhante trabalho! Fernando Fuchter (diretor Le Monde Citroën)

Sandra Ferreira de Mello Christiane Callado Gabi Pascolo Maria Guimarães Cassia Schaefer e a sobrinha Mariana Gerra da Silveira Maria Salete Dias Brinhosa e Maria Eduarda Dias Brinhosa Linda Koerich Crenilde Campelli Marlene Mansur de Moraes Luiza Helena Ribas do Amaral Dóris Freitas Ila Duwe Patrícia Catarina Judith Petrelli ou Judith Veran Bussolo Patrícia Grillo Dolma Magnani de Oliveira Cynara Tavares de Albuquerque Maria do Carmo Freitas Goedert Luiza Helena Ribas do Amaral Sônia Silva Francine Dalbosco Amazilia Martini Eliane Amarante Isis Toledo Dina Noebauer Maria Angélica Colombo Pietra Mello Chesea Pescador Rose Campos Arlene Mansur Andrea Viel Maria Dolores Oenning Andrade


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JULIANA WOSGRAUS

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Estrela da Ilha Nas redes sociais ou nas festas, ela brilha por onde passa. Cada foto sua parece cena de filme. Tudo com muita naturalidade, mas haja sofisticação, na postura, figurino e ambientes nos quais SHIRLEY ALBUQUERQUE transita, quase sempre com o marido, outra personalidade querida de Floripa, empresário CLAUDINHO SILVA, o Claudinho Sabonete, ex-jogador que continua fera no futebol. Shirley assessora o marido em seus muitos negócios, além de circular em locais badalados e mais restritos. Toda lista VIP da cidade inclui o casal.

Mesmo em dias de mega frio em Floripa, AMAURY JÚNIOR e LARISSA VASCONCELOS circularam pela Ilha bronzeados, depois de curtir bons dias do verão na Grécia

Também destaque de família repleta em beldades, EVELYN VASCONCELOS circulando com o marido, MARCO BIANCHINI. Ambos dentistas, eles não economizam nos sorrisos


JULIANA WOSGRAUS

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VALENTINA e CRIS CRUZ LIMA em um dos muito espaços de gastronomia e entretenimento das quais a família é sócia. E tal como a mãe, a gatinha já começa a mostrar que tem estilo de sobra

LICA PALUDO, na labuta mesmo em plena festa. Olha a produtora de olho em tudo em mais um casamento memorável que produziu, o de Rose e Egidio Martorano, em agosto, na Lagoa da Conceição

GANGAN RICHTER, tradição de beleza e elegância nata, mais top a cada dia e sempre em ação dividindo seu tempo entre a loja Santa, no Beiramar Shopping, muitos eventos e viagens

Dona de salões de beleza, JUSSARA DEMAJU incorporou a marca ao seu nome e claro, está sempre com os cabelos e maquiagem impecáveis


JULIANA WOSGRAUS

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Empresário gente fina – não tem quem não goste dele – RODRIGO BECKER jantando em família, com a mulher CAROL e as filhas VALENTINA e PARIS

LEO COMIN apareceu assim noite dessas, com modelito rapper ostentação!

SIMONE DE BEM estilosa sempre. Olha o detalhe da bolsa!

Ainda no casamento de Rose e Egidio Martorano, ELVIRA RABELO DE MENEZES, que comemorou aniversário em agosto, ao lado de CRIS GASTÃO DA ROSA, ambas arrasando na elegância para orgulhos dos maridos, os xarás Cacau e Cláudio, este o consagrado advogado criminalista


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Depois de cirurgia para colocação de algumas pontes de safena, o guerreiro ADO GUIMARÃES não entrega os pontos e continua na atividade, em plena saúde e de coração novo!

Turma boa reunida: FLÁVIO, BADECO – que fez história como campeão de corridas de motos –, ALEX SALUM e ZECO, na balada nota e foto LUCAS MOÇO

Aniversário duplo Empresário da construção civil, JOÃO FURTADO e a esposa JURA, na festa de aniversário dos bisnetos RAFAEL, 3 anos, e OLÍVIA, 5, na foto também com os pais dos pimpolhos. A sua neta HELÔ e o marido, AMOS GENISH, presidente da TIM mundial, com sede em Roma. Esta foi a segunda vez que a família vem da Europa comemorar a data em Floripa




JULIANA WOSGRAUS

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texto JULIANA WOSGRAUS

De roupa de baixo a ícone fashion

Ancestrais As ancestrais das camisetas eram as camisias dos romanos, sempre brancas, de linho e usadas como uma roupa espécie de roupa íntima. O objetivo da camisia era proteger as túnicas da transpiração.

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ual peça de roupa todo mundo tem e deixa homens e mulheres mais elegantes do que uma camiseta? Branca ou preta, com ou sem estampa, a t-shirt é fashion desde os tempos dos nossos bisavós. Hoje em dia até bebês usam camisetas confortavelmente elegantes. Mas como elas entraram nas nossas vidas e armários?

Decolando no século 20 Em 1908 a “autoria” da camiseta começa a ser disputada por exércitos europeus e americanos, que reivindicavam sua origem. Segundo historiadores europeus os Estados Unidos copiaram seu novíssimo traje por causa da praticidade da peça, especialmente em campos de batalha pra lá de quentes. Já os norte-americanos contam que a ideia surgiu nos EUA mesmo.

Roupa íntima masculina No século IV as camisias continuavam em uso, para proteger de odores e suor as pesadas roupas que eram usadas por cima, feitas com tecidos bordados com ouro, prata e pedras preciosas. Já pensou lavar isso tudo?


Rock e publicidade A publicidade descobre o poder das camisetas e ativistas soltam o verbo nas t-shirts estampadas com protestos. Explodem também as camisetas de bandas. Em 1976, John Lennon veste camiseta com a inscrição ‘New York City’, um sucesso até hoje.

O cinema quase derrubou, mas ajudou A história das camisetas quase acabou em 1938, quando no filme “It Happened One Night”, o galã Clark Gable tira a camisa e... mostra o dorso nu. Nada por baixo. A venda de camisetas despencou 40%. Só que o gesto elevou as ditas como roupa para serem vistas. Isso na década de 40 era um gesto revolucionário, pela peça não ter barreira de idade ou classe social: qualquer um podia usar a camiseta, que deixou definitivamente de ser roupa de baixo. E o cinema – de novo – teve a ver com essa história.

Galãs e desejo global Quando Marlon Brando apareceu de camiseta branca no filme “Uma Rua Chamada Pecado”, tornou-se um sex symbol. Ele e a camiseta. Feito reforçado pouco depois por James Dean, na mesma década de 50, legitimando a camiseta como símbolo de rebeldia e contestação.

Enfim unissex Mais uma rebeldia, na década de 60 as mulheres passaram também a vestir camisetas. Ainda nessa linha ela também era usada por grupos políticos, hippies e punks como meio de comunicação através de estampas com mensagens.

Da contracultura ao mercado de luxo Nos anos 90 a camiseta entrou no guarda-roupa de todo mundo, independente de idade ou classe social. E para alguns custando bem mais caro. Os yuppies, jovens ligados ao consumismo, individualismo e adeptos da moda ostentação trouxeram para o mercado a logomania, com grifes de luxo estampando suas logos enormes nas camisetas.

Sinônimo de elegância Até Coco Chanel usava camiseta branca ou com listras, e atrizes ícones da moda como Audrey Hepburn ou as sex symbols Marilyn Monroe e Brigitte Bardot também usaram e hoje estampam camisetas usadas no mundo todo. A nova geração de celebridades não abre mão da velha e clássica t-shirt. Um belo exemplo é a Kendall Jenner. A mais jovem “quase bilionária” da história – segundo capa da Forbes de agosto seu patrimônio é de 900 milhões de dólares –,a modelo, empresária e caçula das Kardashian é prova de que camiseta continua sendo peça elegante, atemporal e indispensável.

JULIANA WOSGRAUS

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SAÚDE BUCAL

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Cirurgia diminui o volume da bochecha e alonga o rosto

BICHECTOMIA texto LAURA SACCHETTI – CRO-SC 12391 fotos DIVULGAÇÃO

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uando o assunto é beleza – e principalmente se as famosas aderem ao tratamento – logo surge uma legião de seguidoras querendo o mesmo procedimento. Foi o que aconteceu recentemente com a bichectomia, também chamada lipoplastia facial, um procedimento cirúrgico para diminuir o volume da bochecha, deixando o rosto com aspecto mais fino e alongado, melhorando a “selfie”. A cirurgia remove um tecido gorduroso chamado bola de Bichat. Por ser uma gordura que o corpo não usa como fonte de energia, não adianta emagrecer que ela não diminui: só pode ser removida cirurgicamente. A remoção pode ser realizada no consultório odontológico ou em clínicas de cirurgia plástica, com anestesia local. O procedimento leva em média 45 minutos, e o resultado, geralmente bastante satisfatório, pode ser percebido em média após 40 dias.

É preciso ressaltar que com o passar do tempo o volume do rosto tende a cair, gerando flacidez na área onde a gordura foi removida. Como em todo procedimento cirúrgico, há riscos. A região da face apresenta vários nervos e artérias que, se lesionadas, podem causar paralisia dos lábios e infecções. A cirurgia também exige cuidados pós-operatórios, como evitar sol e esforço físico por sete dias, aplicação de bolsa de gelo no local, manter uma dieta líquida e fria nas primeiras 48 horas e medicação para controle da dor e inflamação. A bichectomia é irreversível, por isso é muito importante procurar um bom profissional para garantir todo o cuidado e segurança no procedimento. LAURA SACCHETTI ( 4LIFE ODONTOLOGIA) Ed. Planel Towers, 2o andar, sala 204. Torre I. Av. Rio Branco, 404 – Centro – Florianópolis/SC 1 (48) 3030-1440 / 99130-2077 0 laurasacchetti.implante@gmail.com



SAÚDE

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Tratamentos dermatológicos ajudam a transformar o corpo

ALÉM DA PELE texto DR.A MARIANA TREMEL BARBATTO (CRM/SC: 10877 / RQE: 6741) fotos BANCO DE IMAGENS/RM

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sta é a época ideal para cuidar do corpo a tempo de chegar no verão com tudo em cima. Além de dieta e exercícios, as tecnologias corporais modernas disponíveis nas clínicas dermatológicas ganham cada vez mais força quando o assunto é boa forma. Esses tratamentos dermatológicos utilizando aparelhos são práticos, não invasivos e sem “downtime”, ou seja, o paciente não precisa ficar longe do trabalho e nem alterar sua rotina. Apesar de eficazes, exigem um tempo para que o paciente perceba os resultados, já que dependem do organismo metabolizar a gordura e formar o colágeno. Listamos três tratamentos modernos que prometem resultados duradouros:

1. Radiofrequência multipolar, pulso eletromagnético e vácuo (Venus Legacy®) Chamado de tratamento 4D, a associação das três tecnologias permite tratar gordura, flacidez e celulite numa mesma sessão. Além de ser um tratamento seguro, o vácuo permite uma penetração da radiofrequência mais profundamente e faz uma drenagem da região, e o pulso eletromagnético estimula os fibroblastos para formação de colágeno. São necessárias 6 sessões quinzenais. 2. Ondas de choque (Z wave®) Indicadas para o tratamento de celulite e fibroses em geral, inclusive as decorrentes de cirurgia de lipoaspiração. Age através da vibração intensa da pele e tem a vantagem de poder ser

associadas com outras tecnologias corporais, inclusive melhorando os resultados da criolipólise, por exemplo. São realizadas 2 sessões semanais, totalizando, em média, 10 sessões. 3. Criolipólise – incluindo ponteiras para quebra de gordura de áreas pequenas como papada e joelhos (Coolsculpting®) Tecnologia de Harvard, indicada para áreas de gordura localizada, realiza uma sucção da gordura para dentro de um aplicador, congelando apenas o tecido adiposo e preservando a pele. Após o congelamento, inicia-se um processo inflamatório local com apoptose (destruição) da célula de gordura. Perde-se, em média 25% de gordura em uma sessão. O resultado final é obtido em três meses. Além dos aparelhos, existem os bioestimuladores de colágeno (ácido polilático e hidroxiapatita de cálcio), que em três aplicações realizadas em intervalos mensais melhoram o aspecto “casca de laranja”, pois o colágeno reduz a flacidez, tornando a pele mais lisa e firme. O cuidado com a saúde do corpo devem ser constantes durante o ano todo, então se você quer estar bem para colocar o biquíni e aproveitar o verão, chegou a hora de procurar uma forma de atingir seu objetivo de forma saudável e gradual. É importante cuidar com a promessa de tratamentos milagrosos e sempre procurar um profissional habilitado com aparelhos aprovados para garantir um tratamento seguro. MARIANA TREMEL BARBATTO Rua Ferreira Lima, 238, 6.o andar, Florianópolis 1 (48) 3223-6891 e 9933-7000 0 contato@marianabarbato.com.br



FISIOTERAPIA

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SAÚDE SEXUAL MASCULINA

Cada vez mais os homens estão se preocupando com sua saúde, especialmente a saúde sexual. Mas como se cuidar? texto ROBERTA RUIZ foto BANCO DE IMAGENS/RM

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o universo feminino o assunto é mais comum, pois devido à própria anatomia, a gestação e o parto as mulheres estão mais suscetíveis às disfunções pélvicas. Para os homens as opções de tratamento para esse disfunção eram apenas medicamentosas ou com acessórios como a bomba peniana, onde muitas vezes o uso sem orientações acabavam por piorar o quadro. Há pouco tempo surgiu uma especialidade da fisioterapia que voltou o olhar para estes pacientes e desenvolveu uma série de protocolos baseados em estudos científicos que comprovam a eficácia da fisioterapia na saúde sexual masculina. Sem uso de medicamentos ou necessidade de intervenção cirúrgica, a fisioterapia não produz efeitos colaterais, previne futuros problemas e tem baixo custo. A fisioterapia pode ajudar pacientes que sofreram remoção total ou parcial da próstata e desenvolveram incontinência urinária persistente ou disfunção erétil após a cirurgia. O sucesso do tratamento vais depender da extensão da lesão e da quantidade de tecido que o cirurgião teve que retirar para garantir que o tumor foi totalmente extirpado. Quando ocorre lesão nervosa a reabilitação torna-se mais difícil, embora os resultados sejam bastante positivos em todos os tipos de cirurgia de próstata. Na disfunção erétil por outros fatores, como doenças metabólicas, hábitos de vida, e problemas psicológicos o tratamento é multidisciplinar e envolve vários profissionais para que a reabilitação seja eficaz. Pacientes com ejaculação precoce também se beneficiam bastante com o uso desta técnica.

O tratamento fisioterapêutico vai se basear na função muscular do assoalho pélvico, somado a técnicas de melhora da circulação local e controle muscular sobre a ereção. Mesmo sendo um evento neurovascular, pesquisas comprovam que uma boa função muscular ajuda no processo de manutenção da ereção e no controle da ejaculação. Para isto fazemos uso de biofeedback, eletroestimulação muscular e exercícios específicos. A eletroterapia é usada para melhorar a vascularização e o aporte sanguíneo nestes vasos, além de ajudar na resposta neurológica. Outro recurso que está ganhando muito espaço é a vibroterapia, que tem vários papéis para objetivos específicos. Quando utilizada corretamente, a conhecida bomba peniana também pode ajudar ajudado muito no processo de reabilitação da função. Outra novidade é o uso do laser de baixa intensidade, que tem trazido resultados expressivos, já que uma de suas funções é de reparação nervosa. Combinado com tratamento médico e psicológico, a fisioterapia pélvica pode ser uma grande aliada dos homens no tratamento das disfunções sexuais.

ROBERTA RUIZ é fisioterapeuta, com pós-graduação

pela USP, e instrutora de pilates pela Physio Pilates – Polestar (USA). Acesse o blog e veja notícias e artigos sobre pilates, http://robertaruizstudiodepilates.blogspot.com/ 0 ropidias@gmail.com | C robertaruizfisio



NUTRIÇÃO

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A ciência da vida textos ANA CAROLINA ABREU fotos BANCO DE IMAGENS/RM

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uero compartilhar com vocês aqui um pouquinho de informação sobre Ayurveda, um assunto que venho estudando há 2 anos e que tem me surpreendido bastante. Quando me interessei pelo Ayurveda achei que era um tipo de medicina complementar. E como sempre venho buscando tudo que pode ajudar no tratamento dos meus pacientes, achei que seria mais uma fonte de estudos. Sempre fui apaixonada por especiarias, então queria entender ainda mais sobre seus ativos e compostos para utilizar na minha prática. Aqui vou falar um sobre os princípios da alimentação, pois o Ayurveda engloba muito mais do que isso. No sentido literal, Ayurveda é a ciência da vida. O Ayurveda pode ser compreendido como um sistema tradicional de saúde que se originou há milênios, na Índia (os primeiros registros datam de 5 mil anos). Surgiu da dedicação de homens sábios, durante seu silêncio e meditação. Por meio da observação de si mesmos, dos seres vivos, da natureza e de seus ciclos, investigando o nosso funcionamento orgânico em harmonia com a natureza ao redor desenvolveram uma teoria natural de manutenção de saúde e cura. Eles faziam conexões entre nossos processos naturais, observando reações do próprio corpo em relação a cada planta e mineral, verificando a influência do clima e estações sobre nossas funções orgânicas, sentindo detalhadamente a influência de cada evento da natureza sobre nós. Os alimentos que ingerimos exercem influência em nosso equilíbrio físico e mental, e a digestão perfeita é nossa maior fonte de saúde. Mesmo com toda modernidade e aparecimento de novas doenças, a base para nossa saúde está no consumo de alimentos e ervas que favoreçam uma boa digestão. Do ponto de vista ayurvédico, tratar e curar é deixar que o corpo volte a desempenhar suas funções naturais de forma equilibrada, por meio de uma alimentação saudável, rotina de

vida, pensamentos, meditações e práticas harmoniosas. Cada uma de nossas células possui uma inteligência inata para cumprir adequadamente suas funções. Não há o que lhes ensinar, basta permitir que sigam sua trajetória de saúde e harmonia. O que mais me encantou até agora foi o autoconhecimento! Um dos primeiros princípios do Ayurveda é você se reconectar com a sua essência, perceber sua constituição física, aprender a ouvir seu corpo e entender que ele pode ser influenciado por tudo que está em volta e por todos os hábitos que impomos a ele. Partindo deste princípio, os alimentos tem efeitos diferentes no organismo, sendo melhores em determinada época ou momento da vida. Confesso que em alguns momentos me sinto muito confusa, vários conceitos são muito diferentes do que aprendi e aplico na nutrição, mas acho que certa confusão faz parte do aprendizado. Tanto que passarei um mês na Índia só estudando sobre alimentação ayurveda e seus efeitos.

O dosha Podemos simplificar os doshas como biotipos ou constituição. Nascemos com características dominantes que nos fazem diferentes e devemos aprender a lidar com estas particularidades. Sempre que alguém fala de Ayurveda já vem a pergunta: qual meu dosha? Não é tão simples assim. Para entendermos a nossa constituição e identificarmos o dosha dominante é preciso muito mais do que um teste on-line ou uma simples observação (a não ser que você consulte um médico Ayurveda, que muitas vezes, sem nem fazer a leitura do pulso, só de te olhar, já te diz). Falarei mais sobre esse assunto na próxima coluna.



ALIMENTO DA HISTÓRIA

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O PÃO NOSSO DE CADA DIA Como fazer as pazes com esse vilão do século XXI textos ANA CAROLINA ABREU fotos BANCO DE IMAGENS/RM

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ma vez ouvi que o pão é uma combinação fascinante de culinária, biologia e física, e isso realmente me chamou a atenção. Como se deu essa mágica responsável por alimentar gerações e movimentar a economia mundial? As histórias ao redor do pão são as mais variadas, incluindo a data do seu surgimento. A ciência descobriu recentemente que a primeira receita de pão data de 14 mil anos atrás, na Jordânia, mostrando o quanto a paixão pela mistura de grãos e água é antiga. Hoje o trigo é o cereal mais cultivado no mundo e tem um importante papel na economia. Tudo se iniciou graças ao encanto que o pão exerce sobre nós. Se você não tem dinheiro para comprar frutas e vegetais, certamente ainda consegue comprar pão, já parou para pensar nisso? Mas por que uma receita que leva tão poucos ingredientes é tão popular e tão amada? Sabem quantos pacientes me dizem que não conseguem viver sem pão? Mas por que precisaríamos viver sem pão? Será que o problema está no pão em si ou em todos os nossos hábitos modernos? Será que o pão que comemos é o melhor pão? Alguns dizem que o pão foi descoberto ao acaso, quando uma tigela com farinha e água esquecida acabou fermentada e foi levada ao fogo. Nossos ancestrais começaram com os pães achatados sem fermento, feitos de cereais como o trigo, milho e cevada e assados na pedra, como o pão árabe. Entretanto, ele não foi feito sempre da mesma forma e nem teve sempre o mesmo


aspecto. Ao longo do tempo, sua produção foi se alterando até consumida por nós já sofreu modificação genética, o que faz com chegar ao que nós temos nos dias de hoje. Atualmente, o pão é o que tenha muito mais glúten do que o trigo consumido na época alimento mais popular no mundo, sendo produzido em quase todas dos nossos avós. Além disso a quantidade de agentes clareadores, as sociedades. melhoradores e até os níveis de agrotóxicos (principalmente o Nos dias atuais o pão tem mais papel de vilão do que de glifosato) podem interferir nos efeitos causados pelo trigo no nosso mocinho, e vem sendo condenado como se toda causa de doenças organismo. Costumo dizer hoje em dia que as pessoas “estão” e excesso de peso estivesse m associados a ele. Mas quais seriam intolerantes, mas tudo porque o organismo está muito prejudicado os motivos para essa má fama? Primeiro temos os carboidratos com tantos maus hábitos e precisa ser recuperado. Tratar o presentes na receita, e na era da carbofobia, o pão é o primeiro a intestino e saber alimentá-lo de forma correta faz toda diferença. sofrer as consequências. E para somar ainda temos o glúten, um Antes de condenar todo e qualquer tipo de pão, experimente um dos ingredientes mais demonizados do século XXI. pão feito com farinha orgânica ou grãos selecionados, de boa Quero começar explicando porque o pão tão adorado de repente qualidade e com fermentação natural. passou a ser tão temido. O processo de fabricação do pão, apesar E falando em carboidratos, aprenda que eles fazem bem e de simples, leva tempo, e a maior qualidade de são muito necessários! O que faz mal são os carboidratos ultra um pão, na minha opinião, é justamente processados e refinados, que levam o nosso o processo de fermentação. Fazer organismo ao desequilíbrio. Acabamos um pão com fermentação fazendo sacrifícios alimentares natural leva mais que o por não sabermos dobro do tempo de um identificar as melhores pão industrializado, mas opções. Sempre posso afirmar que vale se pergunte w Sua digestão é mais fácil, até mesmo para aqueles que são sensíveis ao a pena! na hora de glúten, devido a sua fermentação mais lenta; E a moda do pão escolher: estou w Possui um índice glicêmico mais baixo do que outros pães; fabricado de forma comendo comida w Pode ser armazenado por mais tempo, pois o ácido acético que inibe o artesanal, faz parte de ou alimento crescimento de bolor é produzido na fabricação de fermento; todo este resgate das industrializado? w Aumenta o teor de bactérias benéficas no intestino; origens que estamos Os carboidratos w Possui uma série de nutrientes, graças à complexidade de sua composição; vivendo, onde a só vão fazer w E por último, mas não menos importante: seu sabor é valorização pela comida mal se forem incomparável ao do pão tradicional. de verdade e preparada de consumidos em forma tradicional desperta o melhor excesso e na do alimento, trazendo além de um sabor forma processada. único, muita saúde. Portanto, permita-se Mas o que é a fermentação natural? O que faz o pão comer pão! Pão feito por crescer e ficar cheio de pequenas bolhas no miolo é a ação de você ou por alguém que ame a micro-organismos que chamamos de levedura. Existem vários tipos comida e a respeite! Saiba entender de levedura diferentes, sendo que elas também são usadas para fazer os processos naturais e lentos, nosso organismo evolui como a cerveja, iogurte e queijos, por exemplo. A fermentação inicia com uma natureza e não como a indústria. Não somos máquinas. base ou starter, feita com água e farinha (algumas pessoas colocam frutas ou açúcar para acelerar o processo), que é deixada descansando até que a levedura do ar comece a fazer seu trabalho. A partir daí a ”massa mãe“ (ou levain) deve ser alimentada e cultivada, adicionando mais farinha e água, mas isso leva dias, por isso o processo foi deixado Uma massa com levedura natural estável pode produzir infinitos de lado por um tempo e a indústria lançou mão do fermento biológico pães, desde que continue sendo alimentada na medida certa para industrializado. Mas saibam que isso foi feito em grande escala apenas que as bactérias se reproduzam. É isso o que os antigos egípcios nos últimos 100 anos, com a industrialização. E em pouco tempo já vendiam a outros padeiros. Depois que a levedura “vinga”, por estamos vendo que as técnicas milenares estão sendo resgatadas, assim dizer, pode sobreviver por décadas, se o padeiro souber afinal, os benefícios são inúmeros. cuidar dela direitinho. Dá até mesmo para congelar um starter por Do ponto de vista nutricional, a vantagem de um pão assim é bastante tempo, reativando-o sempre que for preciso usá-lo de que a digestibilidade é muito maior, pois a levedura já fez parte do novo para a próxima fornada. trabalho. Vejo muitas pessoas se queixarem de azia e distensão ANA CAROLINA ABREU, CRN 1453, é graduada em abdominal após comerem um pão, e normalmente a queixa nutrição pela UFSC e pós-graduada em nutrição clínica está relacionada ao modo como o pão foi preparado. Pães com funcional pela CVPE/Unisul. Pós-graduanda em Nutrição fermentos biológicos industrializados não possuem as mesmas Funcional Esportiva, pós-graduanda em Fitoterapia e características e o tempo de fermentação é mínimo, o que exige membro do Instituto Brasileiro de Nutrição Funcional. mais do nosso corpo. Aquecer o pão também diminui este efeito. Koerich Beiramar Office. Av. Mauro Ramos, 1970 – Sala 201 – Centro – Florianópolis. Então antes de acusar o pão ou o glúten pelo seu desconforto, 1 (48) 3371-0711/ 9155-0711 procure um profissional qualificado para avaliar suas queixas. Outra 0 anacarolinaabreu@clinicanut.com.br questão que vou apenas pontuar aqui é com relação ao tipo de C @anabreu11 trigo que estamos ingerindo. Infelizmente, a maior parte do trigo

Benefícios do pão com fermento natural

Curiosidade

ALIMENTO DA HISTÓRIA

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COMER & BEBER

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Rosbife pode ser combinado com vários ingredientes textos MARCOS HEISE fotos BANCO DE IMAGEM/RM

P

recisa preparar em cima da hora uma refeição simples e prática, mas com estilo e sem muita mão de obra? Fácil: rosbife. Muito saboroso, é um “coringa” que pode virar um almoço mais frugal ou um lanche noturno bem consistente. O rosbife tem origem na Grã Bretanha – chamado roast beef – e é uma peça de carne bovina chapeada ou assada, ou uma combinação das duas técnicas. Depois ela é fatiada e servida muito malpassada. O legal é que o rosbife aceita vários tipos de complementos. Imagine várias fatias de carne malpassada com a crosta escura no meio de um pão francês ou ciabatta, guarnecido com fatias de tomate, queijo, alface americana e maionese tipo tártaro (veja receita no final do texto). Vários cortes podem ser usados no preparo. Eu prefiro o filé mignon, por ser bem macio e liberar muito mais sabor em contato com outros ingredientes. Mas pode ser alcatra, patinho,

coxão mole, picanha ou maminha. O interessante é ter uma peça bem limpa e de preferência no formato arredondado. Outra dica é aproveitar um churrasco e assar uma peça para usar depois, deixando gelar por um tempo para fatiar como rosbife.


COMER & BEBER

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Sanduíche de rosbife Ingredientes w Uma peça de filé mignon (o tamanho depende do número de sanduíches) w Sal e pimenta do reino w Manteiga e azeite de oliva w Pão francês ou ciabatta w Alface americana w Queijo de sua preferência w Maionese tipo molho tártaro* w Tomate w Pepino em conversa (opcional) Modo de preparo w O rosbife pode até ser feito de véspera. Tempere a carne inteira apenas com sal e pimenta do reino (usei uma peça de uns 300 a 400 gramas). Recomendo a panela de ferro bem quente. Prepare a carne selando todos os lados em manteiga e azeite de oliva previamente aquecidos. Vá mexendo a carne sem usar garfo para não perfurar e perder líquido. Vá fazendo essa operação durante uns 5 minutos virando para grelhar todos os lados por igual, até a cor da carne ficar bem marrom. Insisto, nunca use garfo para furar a carne. Explico porquê no final do texto. w Nesse ponto a carne estará bem malpassada. A opção é continuar assando em forno bem quente, mais uns 10 minutos. O ponto rosa malpassado ideal começa cerca de dois centímetros a partir da crosta. Se quiser um ponto mais bem passado deixe mais tempo, 15 minutos (3 centímetros) ou 20 minutos (4 centímetros). w Espere a peça esfriar e coloque no freezer até começar o processo de congelamento. Neste momento é hora de fatiar o mais fino possível e fazer a composição do sanduíche com os ingredientes já indicados. Para quem não sabe, esta é a composição original do sanduíche chamado de Bauru, criado em 1938 no largo do Paysandu, em São Paulo, por um estudante da Faculdade de Direito.

DICA: Nunca ‘fure’ a carne Essa lição aprendi com Ramon Mosquera Lopez, um uruguaio que foi o responsável por ‘catequizar’ as churrascarias brasileiras a respeitar o preparo que cada tipo de carne exige para extrair seu melhor sabor. Há 40 anos, ele foi o churrasqueiro do Rodeio, famosa casa de carnes de São Paulo, uma referência para todas as demais churrascarias do Brasil. Ramon publicou um livro sobre preparo de carnes, obviamente defendendo a técnica uruguaia do braseio através do fogo indireto nas peças grelhadas, sem uso de espetos. A primeira página tem a foto de um garfo pontudo e a recomendação na legenda: “nunca use isso”.

Maionese tipo molho tártaro w Uma marca muito conhecida de maionese industrializada tinha o sabor molho tártaro pronto. Mas esse produto saiu de linha. Dá para adaptar. Uso a maionese de sua preferência e acrescente cenoura cozida e micro picada e pepino suave do mesmo jeito, micro picado. Misture bem e acrescente um pouco de vinagre e gema de ovo meio mole, a gosto.

MARCOS HEISE é jornalista e cozinheiro. Nos finais de semana faz atendimentos gastronômicos em espaços gourmet de condomínios, salões de festas e residências. Sua comida segue a linha autoral e artesanal. 0 heise@unetvale.com.br


OCULTO

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CINCO ANOS DE HIP-HOP

Label Like a Boss cheia de motivos pra comemorar

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m julho nossa Label Like a Boss comemora cinco anos de atividades. Nesses 1.825 dias, a Fields, que sempre nos abrigou, ganhou novo público, diversificou o estilo e passou a trazer novas opções de música além do sertanejo. Modéstia à parte, nossas festas estiveram sempre lotadas, e a gente segue sempre no corre em busca de novidades. Em abril tivemos Vitor Kley junto com Rael e em maio Cynthia Luz e Costa Gold. Cinthya ganha cada vez mais força na cena nacional, se igualando a artistas do quilate de Negra Li e Flora Mattos. Em agosto vai rolar o show do 1 Kilo, banda que vem contagiando o público – que sabe as letras de cor – e estimulando a participação de integrantes de outras bandas em suas gravações e shows.

texto LEO COMIN

Depois da data cancelada em julho, dessa vez o trio 3030 chega na ilha, em setembro. Outra atração que é garantia de casa cheia. Ainda sem data confirmada, mas pode aguardar que mais dois shows nacionais vêm pra sacudir o palco da Fields: o rapper carioca Felipi Ret e os camaradas da Cacife Clandestino, que já são “sócios” da Like a Boss e sempre trazem novidades em suas apresentações. A Like a Boss também ocupou a Bud Basement, espaço inspirado nos icônicos porões de Nova Iorque e Berlim que revelaram grandes marcas, bandas e ideias pelo mundo. No dia 19 de julho fizemos por lá a festa Oculto/Bud, onde pudemos relembrar a época de ouro do Oculto, misturando o público das antigas com o atual. No palco, convidados como Cert (vocalista do Cone Crew) Reis do Nada, Eltin, Kalango e Rudah Zion (integrantes da gravadora 1 Kilo) Nos toca-discos abrindo o baile Dj Racco Dj Tuca e eu, Leooculto, dando matando as saudades dos velhos amigos. Deu até vontade de ressuscitar a Label Oculto. Quem sabe teremos novidade por aí. Pega “nóizz”!





MURAL DA MURAL

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MAIS UMA

CACAU MENEZES, FERNANDA RIFFEL E HENRIQUE FERNANDES

Festa da Mural lota Art’s Gastronomia fotos MARCO CEZAR

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epois de várias festas no Donna Dinning Club, dessa vez rolou no centro da cidade o lançamento da Revista Mural 75. Com os Dj’s Cacau Menezes, Fernanda Riffel e Henrique Fernandes, os convidados lotaram o Art’s Gastronomia, misto de restaurante e balada inaugurado em abril e que já é referência em diversão em Florianópolis.

FERLANGE E TONIOLLO

CAROL E DANIEL ARAÚJO

FERNANDA MORETTI E ADDO GUIMARÃES

ADRIANE E CHICO FERREIRA

SABRINA BENTO

LAURA SACCHETTI

ÂNGELA E KADU ALMEIDA

SEU JORGE

CAROL E LUIZ FORMIGA

CLÁUDIA RIFFEL E FERNANDA RIFFEL

CLEIVI E EDUARDO

CAROL E RODRIGO BECKER


JULIANA, MARIA FERNANDA, LETÍCIA E MARIA EDUARDA

MURAL DA MURAL

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SABRINA SBRUZZI E TAYNÁ TEBED

EQUIPE ART’S GASTRONOMIA

ANA SILOCHI

FEFI E DIEGO

ISADORA ROCHA

TURMA DO JOÃO PEDRO

FERNANDO, CLÁUDIA, EVANDRO E GABRIELA

ISADORA COSTA

VITÓRIA

CINTHIA HEINZEN

TURMA DA SHIRLEI

LARISSA VASCONCELOS E EVELYN VASCONCELOS

VALENTINA BECKER

BAHIA E MARINA

TCHELLO, CAIO, CÉLIO, FELIPE E PEDRO

JULIANA PARIS BECKER DIPIETRO

SARAH OLIVO

NANY MACHADO

TONIOLLO, CLAUDINHO E


MURAL NOMA SUSHI

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LUISA, MARINA, LAURA, TABATA E ISADORA

GASTRONOMIA JAPONESA

TURMA DA MONIQUE AMIN

No Centro e em Jurerê Internacional, Noma Sushi Bar estimula os sentidos

GUTA, AMANDA, MELINA E ANELISE LARROYD

GLAUCO COMIN, MOHAMED NAJMEDINNE E CARLINHOS AMARAL

fotos ADRIEL DOUGLAS

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eferência em gastronomia japonesa, arte, arquitetura e música, o Noma Sushi Bar, um dos mais descolados points da capital catarinense, oferece uma experiência única que estimula os sentidos de quem passa por uma de suas unidades, no Centro ou em Jurerê Internacional. A proposta dos ambientes é um restaurante de comida japonesa contemporâneo industrial, com decoração inspirada em street art. As casas respiram arte, todas assinadas por artistas de renome: Bela Teixeira, Julian Gallasch e Paulo Gouvêa, responsável pelo famoso “beco” grafitado da unidade do Centro. Além da alta gastronomia, com pratos e louças de criação exclusiva, o Noma também é palco de festas agitadas.

ANDRÉ SADA E RÔ TROMBINI

LUISA MARQUES E IVO PIRES

TURMA DA CAU FERRONATO

GUSTAVO CHRIST E BELA SONCINI


MURAL MURAL NOMA SUSHI

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ADRIELLE GUIMARÃES

BRUNA BAUNGARTER

BELA BLASI

FRAN SLAVIERO

CRIS ROCHA

DÉBORA VIEGAS

GABI LOSEKANN E ALEXIA VASCONCELLOS

GIOVANA SCARIOT

LEO RIBEIRO E ALINE MARQUEZ

HELENA AGUIAR E VITOR MARCONDES

LARA BENEDET E ALINE YASSIN

LUISA SOARES E LUISA BRISTOT

GIOVANA RAUPP

RAFAELA SCHAEFFER

JÚLIA E EDUARDA BLASI

THAYNA ALLEGRETTI


MURAL ART’S GASTRONOMIA

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ART’S

ALEXIA NOVGORODCEV

BRUNA SANDRI

BIANCA AGUIAR

ISIS LACOMBE

CAROLINE GADOTTI

MALU CARIONI

JANAINA STOTZ E IAN STOTZ

Diversão garantida nas noites do centro fotos LARISSA TRENTINI

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os encantos do centro de Florianópolis encontra-se o Art’s Gastronomia e Música. Um lugar único que une tendências londrinas e nova-iorquinas, gastronomia contemporânea e música de qualidade. O novo spot da Bocaiúva funciona de terça a sábado e oferece ao público noites ecléticas e inesquecíveis.

CAROLINE BITTENCOURT

FERNANDA NAPOLEÃO

CECÍLIA BOABAID

MARQUINHOS PEDROSO E KEROLLY CARVALHO

NUBIA ARAÚJO E DJ ELY

THAIANA ROZA

VANESSA AUD

LUANNA LODI

THALITA MENEGHIM

HELENA DA SILVEIRA

VICTORIA KOMOROWSKI


ABERTO DE TERÇA A SÁBADO.

Avenida dos Búzios . 1136 . Jurerê Internacional . Florianópolis . SC 48 3364.5997 . jaybistro@hotmail.com . www.jaybistro.com.br


MURAL P12

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ESPERANDO O VERÃO

MARIA EUGENIA AMARAL

FERNADA MOTTA

ALICE MATOS E GIULIANO

Shows nacionais agitam a Ilha fotos ADRIEL DOUGLAS

ISABELA RONCHI

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MARIA CLÁUDIA MENEZES

m contagem regressiva para mais um verão, o P12 recebe até dezembro os shows nacionais de Anitta, Zeca Pagodinho, Nego do Borel, Alexandre Pires, Yuri Martins e outros grandes nomes da música nacional, para animar o melhor parador de praias do Brasil.

FRANCIELLY OURIQUES

FLÁVIA PAVANELLI

EDUARDO PINHO MOREIRA

ANDRÉ SANTOS

SAMANTHA BROSE

CAROL MACANEIRO

ISABEL CAMPOS E SÉRGIO KOERICH

JÉSSICA FRANZONI

JOANA FREIBERGER

KEILA GARCIA



MURAL LE BARBARON

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NOS ENCANTOS DA BRAVA

GABRIELA VALGAS

CAMILA SCHMITZ

DJ HENRIQUE FERNANDES

Le Barbaron pronto para mais uma temporada

fotos LARISSA TRENTINI, MARCO CEZAR, RODRIGO COSTA, ADRIEL DOUGLAS e LUCAS MOÇO

BIBIANA BITTENCOURT

O

BÁRBARA KELLER

Le Barbaron, hotspot oficial da Praia Brava, se prepara para mais uma temporada inesquecível, com festas no inverno que mostram ao público o que esperar do beach bar no verão. Alta gastronomia e animação num dos principais cartões postais da Ilha fazem do Le Bar o destino ideal para aproveitar o sol, o mar e a boa música ao lado dos amigos.

MARCELA DAMM

YASMIN FAWAKHIRI

RENATA RAMOS

CESAR E FRANCINE SOUZA

RAQUEL ÁVILA E CARLOS VALMORBIDA

MARIANA LENNERT

NICOLE MELLO

KELLIN PASSOS

CINTHIA MASSA

LETÍCIA SUELEN BAUMLE



JOVENS PROMESSAS MURAL DONNA

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JÚLIA TEDESCO

HAPPINESS

LUISA JUPPA

THUANY PEREIRA

Requinte e glamour na virada do ano

TAMARA SPERAFICO E LUIS MIOLARO

fotos LARISSA TRENTINI e RODRIGO COSTA

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rincipal dinning club da cidade, o Donna traz ainda mais requinte a Jurerê Internacional. Para encerrar 2018 em grande estilo, o reduto vai repaginar a tradicional festa da virada e trazer a Happiness, uma label com estilo open format, para comemorar em alto nível a chegada do ano novo.

LORRAINE DE MEDEIROS

MILENA VALENÇA

MARIANA TOMAZ

GABRIELLE VERAS

MICAELA GOULARTT

RICO GRUNFELD

VANESSA LEMOS

CECÍLIA BOABAID

ANA CAROLINA NIERO E DÉBORAH FERNANDES

ISABELLA SIQUEIRA

TABATA PIZZETTI

RAISSA REICHERT



JOVENS PROMESSAS MURAL CAFE DE LA MUSIC

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GABRIELA VALGAS

SOL POENTE

DJ ALINE ROSA

NATÁLIA CASASSOLA

Cafe de La Musique é diversão em qualquer estação

ADO FRANCO, ANDREI BERNARDE, LEO BAPTISTÃO E JOÃO PEDRO CEMIN

fotos LARISSA TRENTINI

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o longo do inverno, o Cafe de La Musique recebeu diversos sunsets que reuniram a turma que não abre mão da diversão em qualquer estação. A casa agora prepara uma intensa programação para o próximo verão.

GIOVANA RAUPP

JESSICA WEISS

ENYA SANCHEZ

GABRIELA HUMERES

BRUNA SANDRI

CAROL LOBATO E BERNARDO AMORIM

VICTOR KLEY

FABIANA MELLO

HELOÍSA HINNIG

KALITA MARTINS

MANUELA GUGLIELMI

VICTORIA GOLDBERG



MURAL EMPREENDIMENTO WINTER PLAY

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DANUSA PAULO, LETÍCIA ZONTO E CAMILA SCHMITT

14 EDIÇÃO a

GILVAN KRUMMENAUER, KARINA BERLITZ, KAREN KRUMMENAUER E EDELISA KRUMMENAUER

Winter Play recebe 6 mil pessoas em Jurerê Internacional fotos ANGELO SANTOS

C

onsolidado no calendário nacional de inverno, o Winter Play chegou à sua 14a recebendo cerca de 6 mil pessoas ao longo dos três dias, com festas realizadas nas principais casas noturnas e beach clubs de Jurerê Internacional. Com 70% do público formado por turistas de todo o país, o Winter Play movimenta a economia da região na época de baixa temporada. Entre as atrações deste ano, estavam grandes nomes do cenário eletrônico mundial, como os DJs Vintage Culture, Jack-E e Michael Canitrot, além do duo Jetlag. Outro destaque que surpreendeu a todos foi uma intervenção artística com o mágico chileno Maurício Dollenz.

BRUNA SILVEIRA, GIOVANA RAUPP E GABRIELA LOSEKAN

MARIZA OPPITZ, CINTHIA ALBUQUERQUE, WILLIAN DEGENHARDT E KÁTIA MEDEIROS

CARLA BORCATE E ADRIANA HOMMERS

ROBERTO SCAFURO E ALZERI MULLER

JÉSSICA E LUIZA MORRONE

DORENI CARAMORI JR. E JULIANA MELLO FERREIRA

BRUNA SENS E CAIO SCHILIKMANN

FRANCIELE PUCHIVAILE E JAQUELINE COSTA

TELES E MANU

NATÁLIA CASASSOLA



MURAL ACQUA PLAGE

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BRISA DA PRAIA

ROMÁRIO

ALINE MARQUES

AIANI SILVA E DÉBORAH VIEGAS

Simplicidade e sofisticação em Jurerê Internacional

MARIANA DE MORAES

EDUARDO CERVONE

ANA CAROLINA RIQUELME

NICOLE BENTO

fotos LARISSA TRENTINI, CAIO GRAÇA e RODRIGO COSTA

U

m dos principais restaurantes da cidade, o Acqua Plage une simplicidade e sofisticação. O exclusivo cardápio de frutos do mar, a paisagem de tirar o fôlego, e a integração com sol e o mar de Jurerê Internacional fazem do local um dos mais requisitados da cidade.

CAMILA GUOLLO

CINTHIA

FRANCIELLY OURIQUES

CRISTINA TOLINE

JOÃO AMIN

DJ ALINE ROCHA

VICTORIA KOMOROWSKI

TARSILLA ORSI

RENATA SCHWERZ

JULIANA AMORIN





CELEBRAÇÃO

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CASAMENTO PARADISÍACO


Carla Dadalt e César Lazzarotto celebraram a união sob vibrações positivas de Fernando de Noronha

fotos THIAGO LACET

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oronha é assim: um lugar mágico, com praias paradisíacas, beleza estonteante e vibrações positivas! Casar em Fernando de Noronha, onde noivamos, seria o cenário perfeito! Melhor ainda se pudéssemos reunir pessoas especiais para celebrar numa viagem inesquecível. E assim, planejamos. Nossa cerimônia foi na encantadora Capela de São Pedro dos Pescadores, em meio a muito azul, no dia 17 de agosto de 2018, o dia mais feliz de nossas vidas! Foi intimista, alegre, cheia de emoção, ao ar livre, de frente para o mar e vendo o pôr do sol. Celebramos o amor e a união, com a família e amigos queridos, todos em comunhão. Foi mágico! Foi como sonhamos! Compartilhamos juntos dias inesquecíveis, com direito a muitos passeios pelas praias, de barco, apreciando vários pores do sol. Noronha já estava em nossos corações, e agora, imaginamos que no de mais muitos outros convidados que estiveram juntos por lá também!

CELEBRAÇÃO

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CELEBRAÇÃO

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Henrique e Juliana Foram dias mágicos! Realizar o sonho de uma amiga de infância e nos reunirmos em um lugar tão especial foi uma emoção única. Noronha nos proporciona um contato íntimo com a natureza. As praias, os mergulhos, as piscinas naturais são demais! Voltamos pra casa planejando levar nosso filho para conhecer o paraíso na terra!

Laura Sacchetti Sempre tive vontade de conhecer Fernando de Noronha. Quando a Carla e o César fizeram o convite para o casamento deles, meus olhos se encheram de água, da emoção de pensar nos amigos reunidos no paraíso. Porque Noronha é mesmo um pedaço do paraíso na terra. Que lugar incrível, mágico, onde cada nova paisagem faz o coração bater mais forte. Difícil conter as lágrimas com tanta beleza e tanto amor. Até breve, Noronha!


CELEBRAÇÃO

109

Giovana e Júnior Não tem foto, não tem vídeo e não tem palavras para descrever o que é Fernando de Noronha. Uma energia indescritível... Só estando lá para entender. O paraíso, realmente! E na companhia de várias pessoas que amamos, amigas de infância, um grupo que conhece suas raízes e suas histórias, e pra comemorar uma união tão linda de dois amigos, não tem explicação. Noronha, uma nova paixão. Contando os segundos para poder voltar, e também pra reencontrar os Texanos em mais uma aventura como essa.

Annamaria Buti Poder conhecer Noronha ao lado de amigos tão queridos, e ainda ser cúmplice da união de Carla e César fizeram com que essa viagem se tornasse inesquecível. Fernando de Noronha tem belezas que nos fazem sentir vontade de chorar. É com certeza um dos lugares mais bonitos que já conheci.


CELEBRAÇÃO

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Angélica e Léo O amor proporcionou esse lindo momento. Um amor que uniu duas pessoas especiais num paraíso natural, onde tivemos o privilégio de presenciar esse amor emoldurado ao pôr do sol de Noronha. Além do casamento que foi maravilhoso, tivemos a chance de compartilhar grandes momentos com amigos queridos que amamos desde sempre. Viva o amor! Viva a amizade! Viva Noronha! Viva a Carla e o César.

Aretha e Mauro Foi surreal! Eu estava com o meu amor e quase todas as minhas amigas de infância em um cenário deslumbrante, com praias paradisíacas. Foi realmente muito especial para mim e eu agradeço aos meus amigos queridos, Carla e César, por terem conseguido reunir essa galera nesse lugar mágico para celebrar o amor. Uma experiência incrível, única e inesquecível. Amo Noronha!


CELEBRAÇÃO

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Gabriela Rodrigues Machado Fui de férias para o casamento de grandes amigos e presenciei uma celebração digna de um conto de fadas, num cenário de filme de Hollywood. Não tenho palavras para agradecer a oportunidade de fazer parte de um momento único na vida do casal. Tive o prazer de conhecer Noronhaaaaa! Na memória linda lembranças, no coração novos amigos e na câmera o registro de momentos inesquecíveis. Obrigada queridos Carla e César.

FICHA TÉCNICA

TACI, GIO, JULIANA, CÉSAR, CARLA, ARETHA, LAURA, BUTI E ANGÉLICA

CASAMENTO DE CARLA DADALT E CÉSAR LAZZAROTTO 17 de agosto de 2018, Fernando de Noronha. CERIMÔNIA

Capela de São Pedro dos Pescadores

RECEPÇÃO

Restaurante Mergulhão

ASSESSORIA, CERIMONIAL E DECORAÇÃO FOTOS

Thiago Lacet

FILMAGEM

Mostarda World

Casamento Noronha







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