Mural 73

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FAMÍLIA DIMATOS, TRADIÇÃO À LA GREGA BOXE E TATTOO COM DANI MÃOS DE FADA AS MELHORES FESTAS DA CIDADE






6 editorial

foto caio cezar

o tom do outono

S

ucesso nas redes sociais, a self-made woman Gabriella Vanti é a capa da nossa edição número 73. Nascida no Rio Grande do Sul, mas morando em Florianópolis desde os cinco anos, a modelo “cataúcha” que vem subindo os degraus de uma carreira de sucesso vestiu Nínevi para as fotos do ensaio que começa na página 18. O repórter Urbano Salles narra a trajetória da família Cardoso Dimatos, nobres representantes da pequena — mas poderosa — colônia grega em Santa Catarina, que nasce quando o capitão Savas Nicolau Savas deixa a Ilha de Kastellorizo, há 130 anos, para aportar em águas catarinenses. Monique Vandresen entrevistou Daniela Vasconcellos, conhecida como Dani Mãos de Fada graças ao talento com que tatua corpos de famosos e anônimos, no Brasil e no exterior. Morando na Austrália, Dani agora também luta boxe profissionalmente e ainda encontra tempo para ajudar pacientes que tiveram câncer de mama. Entrevistamos também Mirian Avila, produtora manezinha que seleciona e ensaia artistas para performances em todo o planeta. A China, entre outros países, é um destino frequente de seu casting de atores, acrobatas, bailarinos e maquiadores. Olavo Moraes relembra a história da chegada do navegador espanhol Sebastian Cabotto, que em 1526 atracou e se estabeleceu onde hoje é a Tapera. Foi Cabotto quem primeiro denominou nosso pedaço de terra como “Ilha de Santa Catarina”. Duzentos anos mais tarde, no lado oposto da orla seria inaugurado o Porto do Contrato, primeiro porto oficial da cidade. Fã de tênis e profundo conhecedor da carreira do florianopolitano mais ilustre em Paris, Olavo mostra como foi a homenagem francesa aos 20 anos do primeiro título de Gustavo Kuerten em Roland Garros.

Na seção “Mochilão”, a divertida pescaria de uma turma de Joaçaba nas famosas águas do Pantanal Matogrossense, a bordo de um luxuoso barco-hotel. Marcus Heise foi conhecer o trabalho — e a comida — do Dão, artista-símbolo da Enseada do Brito que divide seu tempo entre telas, esculturas e panelas. De quebra, trouxe para os nossos leitores a receita da famosa galinha com mamão verde. Falando de saúde, os colunistas da Mural trazem dicas para uma vida melhor: a nutricionista Ana Carolina Abreu mostra os benefícios do consumo de alho-poró e da abóbora cabotiá, a dermatologista Mariana Barbatto ensina como manter os lábios hidratados no inverno, a dentista Laura Sacchetti explica as causas das dores orofaciais e a fisioterapeuta Roberta Ruiz escreve sobre a importância do fortalecimento pélvico no parto natural. Em sua segunda coluna na revista, a expert Juliana Wosgraus ocupa quatro páginas mostrando, em textos e imagens, quem é quem nesse vasto mosaico que é a sociedade catarinense. E como a gente adora festa, os melhores shows, bares e clubs ocupam páginas e mais páginas desta Mural, sempre com as melhores fotos de quem faz a diferença na noite. Boa leitura, um beijo e um abraço,



expediente

8 DIREÇÃO MARCO CEZAR marcocezar@marcocezar.com.br

Estilo de vida Glamour e tradição à la grega

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JULIANA WOSGRAUS Estética e ciência

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personagem MÃOS DE FADA E CORAÇÃO DE ANJO

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Roland Garros 36 A alegria de Maria Augusta e Luiz Felipe

36

produção A ALMA DA FESTA

42

saúde Lábios hidratados o ano inteiro

50

saúde bucal Dor Orofacial

52

PHYSIO PILATES PARTO NATURAL

54

empreendimento BOMBANDO

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nutrição Em busca de uma vida longa e saudável

60

hora da feira SAÚDE E SABOR Alho-poró

62

comer & beber Entre o ateliê e a cozinha

66

NAVEGAR É PRECISO Cabotto e o Porto do Contrato

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EDITOR CHEFE MARCO CEZAR EDITOR assistente CAIO CEZAR JORNALISTA RESPONSÁVEL marcos heise (MTb-SC 0932 JP) PLANEJAMENTO GRÁFICO ayrton cruz COLABORARAM NESTA EDIÇÃO Adriel Douglas Ana Carolina Abreu Angelo Santos Bruno ropelato Caio Graça cesar carnero Cláudio Brandão DANIEL OLIVEIRA DARLINE SANTOS FABRíCIA PINHO fernando vargas HEMERSON TOUCHE Juliana Germann juliana wosgraus Larissa Trentini laura sacchetti Leo Comin LUCAS MOÇO Marcos Heise MARIANA PIMENTA mariana TREMEL Barbatto Marisa Naspolini Monique Vandresen NILTON NASCIMENTO NORTON JOSÉ Olavo Moraes PAUL ARACIC paul zirmann PAULINHO SEFTON Pedro Mox ricardo silva ROBERTA RUIZ rogerio Amendola urbano salles vanessa medeiros VICTOR FELIPE SACCHETTI impressão Maxigráfica | Curitiba/PR 0 5 5 1

marco@marcocezar.com.br www.marcocezar.com.br www.revistamural.com.br 48 3025-1551


80

Mochilão ÁGUAS PANTANEIRAS

86

terapia Musicoterapia Empresarial

88

oculto DE CASA NOVA

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floripa é show O melhor da noite na cidade

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mural da mural A NOITE É NOSSA

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mural Donna Dinning Club MESA E PISTA

96

mural p12 PARADOR DE ESTRELAS

98

mural Acqua Plage LUAU

100

mural WINTER PLAY MARATONA FESTIVA

104

mural Cafe de la Musique O QUENTE DO INVERNO

106

mural milk TIPO A

108

mural Fields CHEFIA

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mural Danny Luz A ALTA da BOLSA

índice

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16 capa GABRIELLA VANTI Fotos caio cezar assistente pedro mox cabelo e maquiagem fernando vargas | rossi roupas Nínevi locação estúdio brandão


Estilo de vida

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Katia e Demósthenes Dimatos recebendo a benção matrimonial, em 1980

Glamour e tradição à la grega


Estilo de vida

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Família reunida para o casamento de Maria Cláudia e Spyros Dimatos, em 2015

Em casa ou no trabalho, os Cardoso Dimatos mostram, unidos, porque conquistaram prestígio e admiração na Ilha texto URBANO SALLES fotos MARCO CEZAR, NORTON JOSÉ e NILTON NASCIMENTO

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Avós e pais corujas com o pequeno herdeiro Lucas

inal do século XIX. Vindo da Ilha de Kastellorizo, o capitão Savas Nicolau Savas funda a colônia grega em Santa Catarina. Nas décadas seguintes, outras famílias de imigrantes da Grécia chegam à “terra prometida”, protagonizando uma aventura que, recontada mais de 130 anos depois, ilustra o quão desafiador é se mudar para outro país — e vencer no novo mundo. Parte dessa história continua viva na pequena, mas ainda influente, colônia grega de Florianópolis. Estima-se que sejam hoje cerca de 30 famílias. Os Dimatos estão entre os mais celebrados na cidade pelo seu sucesso profissional e pelo alegre estilo de vida, sintetizado no sorriso irradiante da “locomotiva” do clã, a pedagoga Katia Cardoso Dimatos. Anos 1970. Demósthenes Dimatos, o grego puro-sangue, boa pinta, cobiçado pelas moças de fina estirpe, é apresentado à jovem Katia, já com uma disposição extra para a vida que logo fisgaria o solteiro. Seu pai, Oscar Cardoso Filho, era um bem-sucedido empresário, dono de lojas de automóveis que marcaram época. “Meu futuro sogro (Spyros Dimatos) já era ‘apaixonado’ por mim, eles moravam ao lado da Dipronal. Primeiro, nossos olhares se cruzaram num aniversário de parentes em comum, em dezembro de 1970, mas o namoro só começou em 1975, num baile de debutantes”, relembra Katia.


Estilo de vida

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Cama e guardaroupa em carvalho inglês, na suíte do casal, são bicentenários

Katia Cardoso Dimatos completou 37 anos de casamento em abril

Foi seu primeiro e único namoro. O casamento, em abril de 1980, foi um dos acontecimentos sociais do ano. Após a cerimônia religiosa na Igreja Ortodoxa Grega São Nicolau, na rua Tenente Silveira, 800 convidados foram recebidos no Clube Doze de Agosto, templo da alta sociedade na época. A fila de cumprimentos se estendia pela calçada da avenida Hercílio Luz. O vestido da noiva exibia a mesma renda usada pela princesa Caroline de Mônaco, comprada na mesma loja em Paris. Certa vez, referindo-se a ela, disseram: “Ela é mais grega que qualquer grega”. Detalhe: a família Cardoso tem origem portuguesa. O sonho de Katia, confessa, era ter 12 filhos. O casal teve três numa sequência só. “Disciplina, disciplina, disciplina. Eu sempre ensinei isso aos meus filhos. Estimulei o estudo e o esporte. E deu certo! Todos viraram médicos!”, comemora na entrevista que deu à Mural na sala que ocupa na clínica da família, no segundo piso do Baía Sul Medical Center. Ela é a coordenadora. “Cuido de tudo”, observa, enquanto oferece deliciosos biscoitos gregos curambiédes encomendados à doceira Enilde, também ligada à colônia grega. A Clínica Cardoso Dimatos é um exemplo de empreendimento familiar de sucesso. Criada em 2010, inicialmente atendia pacientes da área de otorrinolaringologia e exames auditivos, especialidade de Demósthenes, hoje com 62 anos, e do filho Spyros. A clínica expandiu as atividades com o trabalho dos outros dois filhos, Dimitri, cirurgião plástico, e Oscar, dermatologista. Aos 59 anos revelados com naturalidade, Katia conta: “Já fiz três cirurgias com o Dimitri: blefaroplastia, minilifting e mamoplastia”.

Álbum de recordações: Vilma e Oscar Cardoso Filho, pais de Katia


Estilo de vida

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Demósthenes e Katia Cardoso Dimatos, sempre circulando pelos bons endereços da Ilha

Por último, entrou para a equipe da clínica a oftalmologista Marília Birck Cardoso Dimatos. Ela e Oscar casaram-se em abril em outra grande celebração com a presença da nata da sociedade local. A festa na Associação Catarinense de Medicina (ACM), não poderia ter sido diferente, respeitou o ritual grego, incluindo benção das coroas, dança dos noivos ao redor do altar, chuva de moedas e amêndoas, e a quebra de centenas de pratos, cujo significado, explica Demósthenes, é mostrar que o material tem menor relevância que o espiritual. Ele aproveita para fazer uma declaração de amor à mulher e aos frutos do seu casamento: “Admiro muito o caráter da Katia. Eu me sinto comum. Eles é que são pessoas especiais, que iluminam o ambiente”. A família cresceu em março com a chegada de Lucas, filho de Dimitri e da Miss SC 2008 Gabriela Pinho Dimatos. O núcleo dos Cardoso Dimatos se completa com a nora, a farmacêutica e estudante de Medicina na Unesc Maria Cláudia Largura Dimatos, mulher de Spryos. Uma das tradições da família é passar boa parte do domingo reunida. “A gente trabalha muito durante a semana e é muito difícil colocar todo mundo aqui em casa na mesma hora”, admite Katia. O almoço no Toro Steak House, na avenida Beira-mar Norte, é uma das opções favoritas. O badalado restaurante fica a poucos metros do edifício onde Demósthenes e Katia moram desde 1999. No final da tarde, a dona da casa serve o café na grande mesa da sala de jantar. A fina louçaria, os talheres dourados e os guardanapos de linho dão o toque de finesse.

Oscar Dimatos e a mulher Marília Birck, os dois médicos, integram a equipe da clínica da família

Três irmãos, todos médicos: Oscar, Dimitri e Spyros Dimatos


Estilo de vida

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Katia com os familiares que compõem o time de médicos da Clínica Cardoso Dimatos

O interior do espaçoso apartamento corresponde à sofisticação dos donos. Demósthenes é o curador de arte do clã. É dele a escolha dos quadros de artistas consagrados que no decorrer dos anos foram compondo o acervo particular, exposto na residência e também na clínica. Há obras de Carlos Scliar, Hassis, Guido Heuer, Almir Tirelli, Meyer Filho, Silvio Pléticos, Eli Heil e Vera Sabino, entre outros. Um dos maiores tesouros da casa são os móveis de carvalho inglês esculpidos no estilo manuelino. Calcula-se que devam ter mais de 200 anos. Os entalhes, segundo Demósthenes, remetem ao vinho e às ferrovias. A família paga um profissional a cada dois meses para

fazer a limpeza meticulosa e conservação do guarda-roupa, da cama do casal e do louceiro. Uma suíte foi toda redecorada para receber o primeiro neto dos moradores. “Durante pelo menos dois dias da semana o Lucas é meu”, salienta a avó coruja. O casal viajou duas vezes para o berço da civilização ocidental. Na primeira visita, em 2009, foram em busca das raízes na Ilha de Kastellorizo, terra natal da família materna de Demósthenes. Em 2013, voltaram ao país, dessa vez com o filho Dimitri acompanhando, para conhecerem a Kefalonia, ilha de origem do ramo paterno. Grécia e Brasil: um casamento perfeito! “Gosto de dizer que sou casada com um deus grego. É a mais pura verdade”, brinca Katia.

Domingo no Toro com a presença sempre festejada de Vilma de Lourdes Cardoso, mãe de Katia



capa

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VESTIDO Nínevi prêt-á-porter em malha e tule illusion, com aplicação de pedras em cristal e rebordado com miçangas e strass swarovski CALÇADOS Schutz


capa

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texto MONIQUE VANDRESEN fotos caio Cezar

BLUSA Nínevi prêt-à-porter em tule rebordado em paetês e miçangas SAIA Nínevi em moulage bordada à mão sobre renda CALÇADOS Schutz


capa

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CAMISA Carina Duek, georgette pura seda debrum branca CALÇADOS Sandália Mixx CINTO Anne Fernandes ANEL Camila Klien BRINCOS E ANEL Nínevi


capa

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A cataúcha tem 124mil seguidores no Instagram e é fã dos básicos Gabriella Vanti já participou de programa de TV (Chega Mais, na Rede TV, liderado por Renata Kuerten, Matheus Mazzafera e Adriano Doria) e tem 124 mil seguidores no Instagram. Cataúcha, chegou em Florianópolis com cinco anos e hoje, aos 23, é uma das modelos com agenda mais cheia das agências com que trabalha. O “engorda” nas agendas das modelos com muitos seguidores no Instagram é uma tendência que estourou na Semana de Moda de Milão, em 2016, e só vem crescendo. Embora não faça muitos desfiles — Gabriella tem “apenas” 1,70m, é hors concours nos castings para campanhas publicitárias. Loira de olhos verdes e parecida com a atriz norte-americana Cameron Diaz, ela conta que gasta todo o dinheiro que ganha viajando e que, quando pode dar uma paradinha, vem para Florianópolis curtir os amigos de infância. Em São Paulo aproveita para frequentar bons restaurantes. A rotina de beleza e de exercícios também acaba se perdendo na correria da ponte-aérea. As aulas de Muai Thai agora ficaram mais esporádicas e o que ela tenta manter são as hidratações semanais no cabelo. É fã da dieta saudável e faz tudo certo durante a semana para poder dar uma relaxada e comer umas besteirinhas no final de semana. Adorou o prêt-á-porter Nínevi que vestiu no ensaio e já fez campanhas para Havan, Lança Perfume e Morena Rosa. No dia a dia usa um guardaroupa ultra básico, com bastante jeans, preto, branco e cinza.

CALÇA Civil CAMISA Nínevi em seda pura com volons plissados CALÇADOS Schutz ANEL E BRINCOS Nínevi CINTO Cíngulo


capa

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BLUSA Nínevi, renda francesa e franjas vidrilho SAIA Belart CALÇADOS Schutz ANEL E BRINCOS Rodrigo Alarcon


capa

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CAMISA Algodão Civil, com gola em cristais swarovski CALÇADOS Liberte

CAMISA Nínevi prêt-á-porter, musseline seda pura SAIA Regina Salomão CALÇADOS Liberte COLAR Animale BRINCOS e REVIERA Rodrigo Alarcon


capa

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SPENCER Nínevi prêt-á-porter, em zibeline SHORT Anne Fernandes MEIAS Nínevi

CAMISA Nínevi musseline CACHECOL De pele SHORT Alfaiataria Carina Duek SAPATOS Em linho Gill Calçados MEIAS Nínevi


capa

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CASACO Nínevi em malha reta e couro, gola de pele SHORT Lucy in the Sky com estampa em verniz CALÇADOS Schutz


capa

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LG 526.2

LG 527.1

LG 528.1

LG 359.2



JULIANA WOSGRAUS

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Pra cima, sempre! Helinho Ferreira não deixa o astral cair. O veterano coiffeur nativo que fez história em seu tradicional salão de beleza atualmente só trabalha por hobbie. Alugou o prédio e só atende clientes pra lá de especiais. Foram mais de 40 anos. Agora viúvo de seu companheiro por 48 anos, Ney Braga, o que move o Helinho hoje? “Vou à academia, gosto de ficar recolhido ouvindo música e adoro viajar”. E já agendou a próxima viagem: em setembro vai para Miami e Las Vegas.

Estética e ciência A

na Paula Bornhausen é mais do que uma linda mulher, esposa, mãe e dentista de competência reconhecida. Ela é pesquisadora e vive em busca das mais novas tecnologias da sua área. Obturação ou pivô, por exemplo, ela faz em equipamento 3D. Filma o dente a ser reparado com uma pequena câmera, um computador passa os dados para outro e eis que num cilindro de acrílico transparente surge uma fumaça azul e depois o dente ou a parte dele a ser reparada. Além de cursos para operar o equipamento, são indispensáveis a perícia e inteligência da bela doutora, especialista em reparação estética. Atualmente Ana Paula se divide entre consultórios em Floripa e Itajaí, onde está morando com o marido, Paulinho Bornhausen, e o filho do casal, Gabriel.

Lazer em família Embora recebam muitos convites, a bela Cristiane e o advogado top de linha Claudio Gastão da Rosa Filho pouco vão a festas ou eventos que avancem noite adentro. O motivo é forte: por hábito, seguido quase como lei, ele dorme e acorda cedo, por volta das 4 horas, para começar a trabalhar em seu home office. O casal se diverte pra valer é com a alegre companhia dos três filhos: a amazona Maria Vitória, Maria Júlia e o caçula Claudinho. A turma toda entrou o mês de julho fazendo um cruzeiro para a Disney.


JULIANA WOSGRAUS

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Paizão graduado & altas emoções Rafael Kuerten vibrou de Floripa mesmo, em junho, com as homenagens recebidas por seu irmão, Guga, pelos 20 anos da primeira conquista do tricampeonato no torneio de tênis de Roland Garros, em Paris, onde depois foi tricampeão. Na mesma época a esposa, Letícia Tomelin Kuerten, viajou para a Índia, onde foi em peregrinação para o Himalaia, em busca de mais conhecimento de ioga e espiritualidade. Rafael, junto com a sogra Marilina Búrigo, deu conta de administrar muito bem a casa e a rotina dos quatro filhos do casal: os gêmeos Gabriel e Leonardo, 15 anos; Larissa, 12, e André, 7 anos. A sua mãe, Alice Kuerten, claro, estava na França acompanhando o outro filho em momento tão importante. Mais emoção ímpar para a família, no mês de julho: Gabriel saiu da cadeira de rodas e entrou de bicicleta-andador com a Tocha Olímpica das Olimpíadas do Colégio Menino Jesus, onde estuda.

A família vai aumentar! Kaila, filha do casal Jac Boeing e Thiago Carriço, completou um ano de idade com a notícia da chegada de um irmãozinho, que deve nascer em dezembro deste ano. Além da maternidade, a empresária Jac Boeing tem se dividido entre o Brasil e a Indonésia, onde administra uma empresa de charters para surfe nas ilhas Mentawai. A empresa do casal e dos amigos Diogo Guerreiro e Ícaro Ronchi já conta com uma frota de três barcos e atualmente é a maior empresa de charters para surfe da Indonésia. O promotor de Justiça Thiago Carriço, por sua vez, tem se dividido entre a vida de pai e a função de Promotor da Infância em Florianópolis. Recentemente ele esteve na Câmara de Vereadores da Capital, defendendo o fortalecimento das políticas públicas de assistência e do orçamento destinado à Secretaria de Assistência Social, responsável por subsidiar todas as casas de acolhimento de crianças e adolescentes em Florianópolis.


JULIANA WOSGRAUS

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Descolada Quem viveu os anos mais festeiros da Ilha de Santa Catarina não podia deixar de conhecer a galega linda e rica vinda do Sul do Estado. É ela, a Meg Casagrande, sempre brilhando!

Compartilhando estilo Thera O tempo passa e os dois continuam cada dia mais lindos e unidos. Casados há mais de três décadas, com dois filhos moços, Linda e João Paulo Freitas estão amando também a sociedade na vinícola Thera — apelido pelo qual a mãe dele é conhecida —, com sede em São Joaquim. Ali mesmo onde o pai de João Paulo, Dillôr Freitas, foi pioneiro, criando a Villa Francioni.

Estilista jovem com trajetória de gente grande, Camila Fraga estreou em junho espaço para reunir tendências de moda, festas e outras opções destinadas ao mercado de luxo. A proposta da Casa Fraga é arrojada. São três andares, no centro de Floripa, com conceito e decoração requintados. A inspiração vem da Maison Dior e ateliê de Elie Saab. Camila está fazendo tudo com apoio irrestrito do marido, o empresário Ricardo Pereira. E para eventos tem até cozinha industrial própria.


Grande matriarca Brasília Menezes é destas mulheres que faz e sabe a história de Floripa desde a metade do século XX até hoje. Sempre antenada, a mãe de Kátia, Cacau, Mirella e Marcelo, viúva do lendário jornalista Manoel de Menezes, é uma inspiração de vida. E já tem nove bisnetos. Entre estes os três netos da filha Mirella com o cirurgião cardíaco Wálmore Siqueira.

JULIANA WOSGRAUS

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Wálmore Siqueira e Mirella Menezes de Siqueira

foto Álbum de família

com suas filhas Maria Eduarda, a Dada (à esquerda) e Bia, mais os netos Olívia, Nicolas e Walminho

Amigas do peito Witti Wittinrich e Helô Freitas, amigas inseparáveis, têm sintonia até no mês do aniversário, agosto. A primeira recebe os parabéns no dia 5; a segunda dia 30. E a Witti pretende comemorar seus 60 com festa das boas.

Rute Gebler e Ana Luiza Trindade com o neto Leonardo Nesi Cansian no colo, e a filha Carolina

Co-anfitrião

Contei na coluna passada que ele estava chegando: eis o Leonardo, filho de Felipe e Carolina Nesi Cansian. E o pequeno príncipe já foi anfitrião, ao lado da vovó materna, Ana Luiza Trindade, de um chá para as amigas dela. Fez o maior sucesso esbanjando beleza e carisma. Todas se derreteram, a começar pela maestrina e soprano Rute Gebler.

Coisas da vida

E um casal de namorados que saiu na coluna passada não chegou junto nessa edição da Revista Mural. Como já cantou o poeta, tudo é eterno enquanto dura!


foto PAUL ARACIC

personagem

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MÃOS DE FADA E CORAÇÃO DE ANJO


foto MARIANA PIMENTA

personagem

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texto Monique Vandresen

Ela é uma das melhores tatuadoras do planeta, luta boxe e ainda encontra tempo para ajudar quem sofreu com câncer de mama

D

ani Mãos de Fada, a Daniela Vasconcellos, nasceu no Rio Grande do Sul, cresceu em São Paulo e começou carreira no Rio de Janeiro. Já escreveu um livro, é formada em Administração e, depois de uma passagem por Florianópolis e vários trabalhos na Europa, se estabeleceu na Austrália. Morando na praia de Bondi, uma das mais famosas da Austrália, esta gaúcha que já era multi-tarefas agora divide o tempo com o boxe (como lutadora e professora) e o combate ao câncer de mama.

revista mural | Dani, os florianopolitanos te conhecem como ta-

tuadora de sucesso, mas como começou esta carreira no boxe? Daniela Vasconcellos | Quando mudei para Austrália, na condição de imigrante, eu tinha que estudar algo. Optei por estudar esporte e fitness, pois sempre pratiquei esportes, incluindo boxe. Me dediquei em seguir na área dessa arte marcial, e então comecei a publicar vídeos nas minhas redes sociais, até que surgiu a oportunidade de trabalhar em uma academia, para substituir uma professora que iria viajar. Eles gostaram tanto do meu trabalho que me deixaram as portas abertas para abrir uma turma lá e me convidaram para lutar. Agradeci, mas acabei negando. Logo depois recebi um outro convite. Após 2 meses trabalhando em uma outra academia, fui convidada

a lutar no boxe amador, e resolvi aceitar o desafio. Perdi 8kg e 10% de gordura corporal em 3 meses para primeira luta, e ganhei. Agora lutei pela segunda vez com uma oponente 10kg mais pesada, e ganhei novamente. mural | Mas como é que o boxe entrou na tua vida? Dani | Eu pratico boxe há 13 anos. Comecei a praticar por

causa de um ex-namorado, quando morei no Rio. Ele praticava e disse que eu deveria fazer porque tinha tudo a ver comigo. Me apresentou o esporte, me deu um saco de boxe e gostei muito. Parei algumas vezes, mas sempre voltava. E agora tomou um espaço grande e com mais seriedade na minha vida.


personagem

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mural | Mas você sempre foi artista... Dani | Eu nasci artista e com 2 anos de idade os professores da esco-

linha diziam para minha mãe que eu não desenhava como crianças da minha idade. Com 13 anos participei de um concurso de desenho em uma empresa multinacional. Não ganhei o prêmio porque duvidaram que tivesse sido uma criança. Mandei minha pasta de desenhos com uma carta me dispondo a desenhar na frente de quem fosse, e acabei recebendo um pedido de desculpas com uma caixa de lápis aquarelado suíço. Em seguida tive contato com arte de tatuar e passei a criar séries de desenhos e vendia para tatuadores. Um dia um tatuador olhou e pediu para que eu não vendesse mais e criasse somente para ele em troca do curso. Comecei a trabalhar junto com ele. Desde então faz 21 anos que não me canso dessa arte.

mural | E a literatura? Dani | A escrita sempre foi

presente na minha vida. Desde os 7 anos escrevia poemas. Após meu divórcio, me motivei a escrever um livro em homenagem a meu irmão mais novo (que foi o coautor) e publiquei em 2010. Participei da bienal de Porto Alegre e da bienal de São Paulo, a maior da América Latina.

teriais eram muito precários e eu mesma produzia minhas agulhas que eram soldadas nas hastas e a fumaça era cancerígena. Queimava os dedos também.

mural | Como foi o período aqui em Florianópolis? Já pensava nestas outras atividades? Dani | Morar em Floripa foi encantador. Conheci pessoas maravilhosas e grandes amigos que carrego até hoje. Sempre tatuei e tive um grande reconhecimento em Santa Catarina, onde fui indicada inclusive para o prêmio: “Mulheres que fazem a diferença” no estado, do qual me sinto muito orgulhosa e agradecida por ter participado. O livro escrevi quando morava lá. Já o boxe, eu era somente praticante, nada sério. E não imaginava que exerceria isso como profissão, como não pensava em me formar em administração. Mas são caminhos que a vida me trouxe, devido ao meu excesso de curiosidade por conhecimento.

mural | E a carreira de modelo? Dani | A carreira de modelo começou em Florianópolis, quando morei

mural | Como foram as passagens pela Europa? Dani | Viajei inúmeras vezes para Europa a trabalho.

mural | Como aprendeu a tatuar? Dani | Antigamente a gente treinava em pele de porco morto. Os ma-

lá com meus 23 anos mais ou menos. Dava muitas entrevistas em revistas, jornais e televisão, e então alguns fotógrafos começaram a me convidar. Topei o desafio e até hoje me divirto brincando de ser novas mulheres em personagens criados na arte da fotografia. Também tenho diploma em administração de negócios aqui na Austrália, mas nunca trabalhei na área. Uso para minha vida.

O mais difícil foi entrar a primeira vez, sendo brasileira e mulher. O mais legal foi a recepção que tive em Portugal, especialmente na cidade de Guimarães, onde todos me reconheceram como artista e recebi muito carinho dos moradores e no estúdio onde trabalhei. Agradeço ao Helder Guimarães, amigo e dono do estúdio, que me fez o convite.


mural | Você já trabalhou em quase 20 países... Dani | Passei temporadas de 1 a 2 meses em muitos

locais do mundo. São no total 19 países onde já trabalhei. Nunca viajo em época de inverno, pois sou uma summer girl. Mas passei frio na Noruega, em Londres e também na Espanha. mural | Que celebridades você já tatuou? Dani | Já tatuei inúmeras pessoas reconhecidas,

inclusive aí em Floripa. O cantor Armandinho, o lutador de UFC Santiago, os jogadores de futebol Ronny da Silva e Toró, o goleiro australiano Dean Bouzzani, entre muitos outros.

mural | Como é seu dia a dia na Austrália? Dani | Nossa, minha rotina é hardcore. Acordo

quatro e meia da manhã para treinar. Depois dou aula de boxe e depois vou tatuar. Alguns dias dou aula e treino de novo fim do dia. Só descanso domingo, e não são todos.

mural | Como é morar em Bondi? Pensa em voltar para o Brasil? Dani | Amo morar em Bondi Junction, porque o estilo de vida é pa-

recido com o Rio de Janeiro, cidade que mais amei morar no Brasil. Aqui tem praia, shopping, parque e estação de ônibus e trem. É muito prático. Fechei o estúdio de tattoo que tive por 8 anos no Brasil, pois não pretendo voltar. mural | Que tatuadores e artistas te inspiram? Dani | Existem muitos. Alguns tatuadores são Shige,

Tereza Sharper, Isnard Barbosa (já tive a oportunidade de trabalhar junto com ele na mesma loja aqui na Austrália), Chris Cashmore, que tenho a honra de ter como amigo e que é o inventor das melhores máquinas de

tattoo atuais na minha opinião. Na arte, Monet, Leonardo da Vincci e Salvador Dali, entre tantos outros. mural | Qual o seu cardápio em um dia comum? E nos finais de semana? Dani | Minha dieta muda muito, pois tenho acompanhamento nutricional da Jaqueline Dalponte, que me patrocina. Mas basicamente sigo a dieta low carb e sempre consumo só produtos orgânicos. Mudo muitas vezes, dependendo do objetivo que tenho.

Como estão estas atividades de escritora e modelo? Quais os últimos trabalhos que fez? Dani | As últimas fotos que fiz faz pouquíssimo tempo. Foi para o fotógrafo Michell Ogoshi, meu parceiro de fotos aqui na Austrália, super talentoso, e também para o Paul Aracic. Foram fotos para divulgação de eventos e reportagens comigo. Também fui modelo de uma campanha para o governo australiano ano passado, sobre a prevenção do câncer de mama para a comunidade GLS. A campanha foi feita pela ACON. A atividade de escritora está parada no momento pois ando super atarefada com o restante, e também com uma nova campanha contra o câncer de mama que estou produzindo. O nome da campanha é Colouring, e as fotos farão parte de uma exposição artística! mural |

mural | Continua dando tempo igual para todas estas atividades? Dani | Quem quer arruma um tempo, quem não quer arruma uma

desculpa. Sempre dou um jeito... mural | E a vida pessoal? Dani | A vida pessoal é mara.

Costumo ir na praia de manhã jogar futebol ou aproveitar o dia. Vejo alguns amigos de vez em quando,

personagem

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mural | Os homens ainda concentram cerca de 70% do mercado das tattoos, como você vê isto? É uma realidade que está mudando? Dani | É uma realidade que já vem mudando há anos. Infelizmente, o mundo ainda é machista em todos setores, o que acho muito triste, pois todos temos a mesma capacidade. A diferença é que muitos não usam seu potencial e outros acreditam nas mentiras contadas pela sociedade para manipular. Mas mulheres fortes e competentes como eu, sem falsa modéstia, lutam há anos para mudar essa realidade. Eu apoio e creio que inspiro muitas meninas a terem mais confiança nelas mesmas.

Como escritora, que livros recomendaria para quem está começando? Dani | Recomendo livros com os quais a pessoa se identifique. Quem gosta de escrever romance, leia romance. Quem gosta de poesia, leia poesia. Devemos estudar o que queremos fazer para entender como exercer com maestria. mural |

mural | Você participa de campanhas contra o câncer de mama? Dani | Eu fiz minha primeira campanha antes de deixar o Brasil. Que-

ria deixar uma contribuição significativa para meu país, como agradecimento por tudo que tive lá. Então criei a campanha “Sou uma

tatuada de peito”. Foi um calendário produzido com 12 mulheres tatuadas por mim. A campanha tinha o intuito de alertar as mulheres a detectarem o câncer cedo e a resgatar a autoestima das mulheres com câncer através da tatuagem. O slogan dizia: “A prevenção é a melhor cura.” Doei as fotos para uma ONG que se comprometeu a vender os calendários, mas através de um e-mail, depois que sai do país, alegaram que não tiveram verba. Usaram a verba na Copa. De qualquer forma, a campanha repercutiu bastante online e também foi divulgada na TV, em Santa Catarina. Agora, todos os anos faço alguma nova campanha para ajudar essas mulheres guerreiras através da minha arte. Quando cheguei na Austrália fiz com a Pink Ribbon um evento. No outro ano fiz uma campanha com a empresa Netbrazil. Também fiz essa outra campanha para a ACON, do governo australiano. E esse ano estou produzindo uma campanha que se chama Colouring. Vou tatuar mulheres que ficaram com cicatriz no seio devido à retirada da mama, para trocar o significado da dor por encorajamento e beleza. Eu cubro a cicatriz com uma tatuagem de graça, e são produzidas fotos do antes e do depois. Vamos fazer também vídeos com as declarações delas, de como isso ajuda e do quanto significa. Está sendo emocionante, e eu sempre acabo chorando. Me sinto muito privilegiada por fazer isso. A campanha conta com a ajuda da fotógrafa Mariana Pimenta e de muitas outras pessoas e negócios envolvidos. As fotos vão virar uma exposição. mural | Teus fãs daqui, como podem acompanhar esta quantidade imensa de atividades? Dani | Pelo Instagram (@danitattoosc), pela fanpage no Facebook (Daniela Vasconcellos da Silva), pelo site (danitattoo.com.br) e pelo e-mail (fadadarte@hotmail.com). foto ÁLBUM de FAMíLIA

mas amo a minha solitude. Sou muito focada no que me proponho a fazer. Não gosto muito de baladas também. Essa fase já passou, então prefiro curtir um filme em casa. E gosto de namorar. Não curto a sociedade atual, vazia e sem comprometimento. Mas no momento estou solteira, porque sou exigente e está difícil encontrar um cara que seja bacana o suficiente e não me traga dor de cabeça (risos).

foto PAUL ARACIC

foto MARIANA PIMENTA

personagem

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A alegria de Maria Augusta e Luiz Felipe

Vinte anos depois, Gustavo Kuerten volta ao palco onde conquistou pela primeira vez o Aberto de Paris, para receber homenagens e comemorar com a famĂ­lia


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Anel do Hall da Fama

texto OLAVO MORAES fotos paul zirmann

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omingo de decisão em Roland Garros 2017. Expectativa na quadra central lotada para a final do Grand Slam. Na arquibancada, os pequenos Maria Augusta e Luiz Felipe estão prestes a entrar na Felipe Chatrier para testemunhar a reverência ao pai, tricampeão no saibro sagrado de Paris. O sorriso, o cabelo encaracolado e o carisma do ídolo, que encantou o mundo com talento e simpatia há duas décadas, seguem contagiando os franceses. Gustavo Kuerten trocou o uniforme colorido por terno e gravata para receber as homenagens pelo aniversário de 20 anos da conquista do inédito título do Aberto da França em 1997. Um tributo especial organizado pelo Hall da Fama do Tênis Internacional (HOF) levou Guga de volta à quadra central de Roland Garros, em Paris.

O catarinense foi homenageado antes da final do Grand Slam. A cerimônia reuniu o CEO do HOF, Todd Martin, o presidente da instituição, Stan Smith, e campeões do tênis que integram, assim como Guga, a galeria dos imortais do esporte. Na solenidade, Guga recebeu um anel que simboliza o reconhecimento aos maiores campeões do esporte. — O sucesso de Guga começou aqui, há vinte anos, e impactou muitas pessoas. Ele conquistou os fãs e inspirou todos os jogadores que vieram depois dele. Estamos aqui para celebrar o primeiro título de 1997 e relembrar aqueles dias — anunciou Todd Martin antes de exibir um vídeo com as principais imagens da carreira de Guga ao longo de treze anos no circuito profissional. — É absolutamente incrível ter todos esses campeões aqui comigo na quadra, nesse momento. O tênis contribuiu imensamente para a formação dos meus valores, da minha história. Esse dia é muito especial, é muito emocionante estar aqui com toda a minha família e lembrar que a dedicação e a força de todos me permitiu chegar até aqui. Muito obrigado, eternamente — declarou o catarinense.

Coração com bolinhas Logo após receber o anel das mãos de Stan Smith, Guga foi reverenciado pelos boleiros, que formaram um coração na quadra com as bolinhas, relembrando o gesto de Guga no saibro, após a final de 2001. Foi a deixa para o tricampeão chamar os filhos na quadra para o abraço. Duas décadas depois, Maria Augusta e Luiz Felipe puderam testemunhar a emoção do pai em Roland Garros.


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Federação Francesa de Tênis produziu um vídeo com imagens do acervo da família, bastidores e jogos da campanha do primeiro título de Guga em 1997

Mini-doc traz bastidores da conquista Para relembrar os detalhes da campanha de Guga em 1997, a Federação Francesa de Tênis (FFT) produziu um mini-documentário para homenagear o brasileiro que, aos vinte anos, surpreendia o mundo ao vencer o espanhol Sergi Bruguera, na final do Grand Slam francês. Com o título “O Guga — The legendary victory of Gustavo Kuerten in 1997 — Roland-Garros”, o material gravado em Florianópolis é mesclado por imagens do acervo da família, jogos e bastidores da primeira experiência de Guga como campeão. Em pouco mais de 19 minutos, o mini-doc traz depoimentos dos personagens que acompanharam de perto o desafio do tenista catarinense que marcou definitivamente a história do tênis mundial. Além de reflexões do próprio Guga, que considera a vitória de 1997 “a maior façanha da carreira”, o vídeo da FFT, apresenta os bastidores das duas semanas que antecederam a final do dia 8 de junho de 1997. O irmão Rafael Assista ao vídeo O Guga — Kuerten, responsável pelo The legendary victory of Gustavo gerenciamento da carreira de Guga desde o início, Kuerten in 1997 — Roland-Garros recorda momentos cruciais em https://www.youtube.com/ vividos pelo tenista brasileiro watch?v=KIyqL6XY5R4 que entrava em quadra com o memorável uniforme azul e amarelo.


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Antes da final de Roland Garros-2017, Gustavo Kuerten recebeu homenagem que contou com a participação de campeões do Aberto da França

Detalhes da personalidade

Bolo de macarons em azul e amarelo

Dona Alice Kuerten conta detalhes da personalidade de Guga e de como a família lidou com a morte do pai, Aldo Kuerten, quando Guga tinha apenas oito anos. Ela assistiu em casa os jogos ao lado do filho caçula, Guilherme, antes de embarcar com a mãe, dona Olga, para Paris, para acompanhar a semifinal contra o belga Filip Dewulf e, na sequência, testemunhar Gustavo Kuerten erguendo pela primeira vez a Copa dos Mosqueteiros. O vídeo traz ainda o depoimento de Carlos Alves, um dos primeiros professores de tênis, na quadra da Astel, onde Guga começou a praticar o esporte aos seis anos, e Sérgio Vianna, amigo de infância do tricampeão de Roland Garros.

Recepcionado com aplausos, Guga ganhou um “bolo” feito de macarons, tradicional doce francês, nas cores azul e amarelo, em referência ao uniforme usado pelo tricampeão na conquista do primeiro título no saibro de Roland Garros, em 1997. Em outro detalhe da festa, os convidados usaram o patch do selo criado para celebrar a data história na manga. Guga também participou um coquetel organizado pela Federação Francesa de Tênis (FFT) para comemorar a data histórica. Durante o evento, Bernard Giudicelli, presidente da FFT, entregou ao catarinense um presente que simboliza as camadas da quadra de Roland Garros, para marcar a comemoração dos 20 anos da vitória do brasileiro que derrotou o bicampeão do Grand Slam francês, Sergi Bruguera, em 1997.

Comemorações se estenderam durante torneio As comemorações do aniversário de 20 anos do primeiro título em Roland Garros começaram cedo. Se estenderam durante o torneio, realizado de 27 de maio a 11 de junho. Na primeira delas, dia 29 de maio, Guga Foi recebido no complexo do Grand Slam francês com festa surpresa, organizada pela Lacoste. O evento contou com a presença de embaixadores da marca patrocinadora e do diretor do torneio, Guy Forget.


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Iluminação do Cristo em homenagem ao título No dia 8 de junho, data da conquista em 1997, um dos principais cartões postais do Brasil ganhou decoração especial para celebrar o aniversário de 20 anos da vitória inédita de Guga. O Cristo Redentor foi iluminado com as cores azul e amarelo, nos tons do uniforme do tenista brasileiro que chegou à França como o 66a colocado no ranking e, em duas semanas, conquistou o título de campeão de um dos principais torneios Grand Slam. A homenagem realizada pela Arquidiocese do Rio de Janeiro em parceria com a Federação Francesa de Tênis (FFT) foi um tributo ao primeiro título de Guga em 1997. O tenista, que estava em Paris participando de eventos comemorativos, acompanhou a homenagem a distância, mas fez questão de se manifestar.

— Sinto emoção e gratidão extraordinárias, porque o Cristo Redentor é o nosso principal símbolo de esperança, fé, superação, generosidade, e esse título de 1997 foi construído através desses mesmos sentimentos que contagiavam as pessoas, unindo um país inteiro numa crença jamais imaginável — destacou Gustavo Kuerten. Guga destacou também uma curiosidade. A construção do Cristo Redentor criou, coincidentemente, um elo entre Brasil e França. Gustavo Kuerten lembrou que o engenheiro brasileiro que projetou o monumento, contou com a colaboração de um engenheiro e um escultor franceses.



produção

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Além de gerenciar eventos e artistas no Brasil e no exterior, Mirian Avila ainda encontra tempo para fazer diversos trabalhos sociais

A ALMA DA FESTA


produção

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texto Monique Vandresen fotos Marco cezar

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ouca gente imagina que Mirian Avila, a produtora que seleciona os artistas responsáveis por performances que giram o planeta, é florianopolitana da gema. Mirian dirige o casting das performances que fizeram os clubes True Color, em Guangzhou, e Dr. Oscar, em Wuxi City, entrarem na lista dos mais badalados clubes noturnos da China. A ex-bailarina ainda comanda a parte artística de eventos como o Winterplay, em Jurerê Internacional, e é uma das estrelas de um setor que cresce a cada dia, o marketing de experiências. “Aceitamos desafios criativos, valorizamos as melhores ideias e cultivamos a qualidade dos espetáculos, sempre nos preocupando com a evolução”, explica. Mirian é do Ribeirão da Ilha, e saiu da capital catarinense aos 18 anos para rodar o mundo como bailarina. Em Florianópolis, estudou ballet e outras modalidades de dança com Tatiana Schiestl e Ronaldo Rodrigues da Luz, que foi quem a incentivou e levou a fazer a seleção que mudou a vida da produtora, que até hoje é apaixonada pelo sul da Ilha. Começou a carreira como bailarina na rede Star Cruise, uma subsidiária da Genting Hong Kong, fazendo turnês por países como Tailândia, Malásia e Singapura. Foi na Star Cruise que conheceu a diretora e coreógrafa russa Svetlana Burkun. Ainda como bailarina, trabalhou em países como Itália, Espanha, China, França e Egito. A Genting está entre as principais corporações mundiais de lazer, entretenimento e hospitalidade. No ano passado a receita da Genting cresceu 39,1%, com um faturamento de 908,1 milhões de dólares.


foto RogÉrio Amendola

foto ricardo silva

produção

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Hoje, a Mirian Avila Produções e Eventos tem mais de 500 artistas cadastrados, atendendo a clientes no Brasil e no exterior. Em Florianópolis, a produtora conta com elenco de bailarinos, modelos, promotores, acrobatas, mágicos, cantores, palhaços e atores, e está sempre aberta a novos cadastros. A empresa atua nas principais casas da cidade e região: Cafe de La Musique, Music Park, P12, Milk, Posh, Donna, Green Valley, Belvedere Beach Club e Alameda Casa Rosa são alguns dos principais clientes. Presente no mercado desde 2009, já realizou trabalhos em diversas partes do mundo, tais como China, Egito, Rússia, Macau e Itália. Arena Petry, Ciello, Nestlé e Intelbras são algumas das marcas para quem a Mirian Avila Produções já organizou convenções, recepcionou convidados, fez a abertura de festas e pistas de dança e ofereceu pequenos espetáculos. A produtora vem forte também nas ações proporcionais de ativação de marcas, tendo alguns clientes como Olla, RedBull, Absolut, TopBuzz e Burn Energy Drink. Um seguimento que vem crescendo na cidade são as ativações artísticas em casamentos e festas de aniversário, em especial 15 anos, onde a recepção é feita por artistas que surpreendem o público com números coreografados. O ingrediente mais importante para o sucesso do negócio de espetáculos, explica Mirian, é gente. Kleber Ronny (que faz parte da equipe do editorial que ilustra esta matéria) é “o cara”, festeja Mirian: “Ele é nosso cabeleireiro e maquiador social, arrasa em editoriais e campanhas, é eclético e dinâmico e está sempre atualizado”.


produção

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A assistente de produção, secretária e braço direito, Ângela Sales, hoje é responsável por toda parte de acessórios e adereços criados na agência, além de também fazer maquiagem artística e social. Ângela, aliás, é um exemplo de como a empresa investe em formação: ficou 20 dias em São Paulo fazendo cursos na produtora do parceiro e amigo Alisson Rodrigues, ator e maquiador que venceu, ano passado, Prêmio Avon de Maquiagem na categoria Artes Cênicas. E como se não bastasse, é a Branca de Neve oficial da agência, atuando como produtora e artista.

Na China, quem cuida dos negócios é Alice, que responde por toda captação de novas vagas de trabalho e gestão do artista. Adriana Gambarra chegou há pouco no time, primeiro como voluntária em um dos projetos sociais. Hoje ela assina os cabelos artísticos, além de ser especializada em noivas. Sol, a costureira, é parte fundamental deste negócio que depende, muito, dos figurinos. “É ela quem recebe minhas ideias mais loucas e desenhos mais bizarros e transforma em realidade. Faz todas as nossas peças base, que depois vão para produtora receber acabamento.”


foto Caio Graça

Além de gerenciar e eventos e artistas no Brasil e no exterior, Mirian ainda encontra tempo para fazer diversos trabalhos sociais e administrar o Vila Fátima, um eco hotel no Morro das Pedras voltado para o bem-estar. Entre os trabalhos sociais, é voluntária no Centro de Educação e Evangelização Popular (CEDEP) e produtora voluntária na Benefest — a Festa que faz o bem. “Há pouco tempo fizemos um lindo trabalho a convite da fotógrafa Rosana Santos, no asilo Irmão Joaquim, onde o objetivo era o resgate e despertar dos sonhos dos idosos”, conta. O Vila Fátima é um marco importante para agência: “Hoje além da consultoria dessa nova fase de eco hotel do Vila Fátima (conhecido como Retiro dos Padres, no Morro das Pedras), toda a gestão de eventos da casa é cuidada pela nossa agência, o que nos abriu novas possibilidades, como receber casamentos, batizados, eventos sociais e corporativos.

foto Caio Graça

foto rogerio Amendola

produção

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saúde

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Saiba quais cuidados devemos ter com a boca, principalmente nas baixas temperaturas

Lábios hidratados o ano inteiro texto dr.a mariana TREMEL Barbatto (CRM/SC: 10877 / RQE: 6741) fotos banco de imagens/RM

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essa época do ano, com o frio chegando, os lábios tendem a ressecar, e necessitam de alguns cuidados especiais. O hidratante labial, de preferência com filtro solar na formulação, deve ser usado por homens e mulheres. Existem hidratantes em forma de bastões, cremes ou pomadas, com ou sem brilho, com ativos potentes (ceramidas, óleos essenciais, lanolina e vitamina E) que impedem a perda de água e rachaduras. O interessante é reaplicar este hidratante várias vezes ao dia para formar uma barreira protetora, impedindo assim que agressores externos como frio, clima seco e alimentos possam agredir a pele sensível do lábio. Algumas medicações como a sotretinoína, utilizada para acne, têm como efeito colateral o ressecamento labial e rachadura do canto do lábio (queilite). Nesses casos o hidratante labial é imprescindível e deve ser indicado pelo dermatologista para minimizar a dor e o desconforto. Neste período com clima seco e frio é melhor optar por maquiagem hipoalergênica. Os batons devem ser mais cremosos, hidratantes, evitando os batons com efeito mate (opacos). Nunca puxe as peles soltas dos lábios. Ao fazer isso, podem se abrir fissuras que aumentam o risco de infecções, além da dor e do desconforto que os cortes causam. Fissuras que não cicatrizam podem se beneficiar do uso de LED (um laser de baixa intensidade). É importante evitar o uso de esfoliantes agressivos e ácidos de uso facial muito próximos à boca, pois esses produtos podem facilitar o ressecamento e até surgimento de herpes labial. Se for esfoliar a pele do lábio utilize um esfoliante natural, mistura de açúcar e mel, e faça movimentos circulares suaves.

Herpes labial

A maioria das pessoas já teve contato com o vírus do herpes simples, mas nem todas manifestam as lesões (pequenas bolhas). O lábio machucado pelo clima frio ou alimentos ácidos predispõe o surgimento das lesões de herpes. Quem apresenta herpes de repetição (mais de 4 episódios por ano), pode se beneficiar da utilização de um aminoácido chamado lisina, que tomado diariamente aumenta a resistência do organismo ao vírus e ajuda na prevenção das lesões. As lesões recorrentes de herpes labial podem levar à perda de contorno e do desenho da boca. O desenho do lábio pode ser reestabelecido com preenchedores à base de ácido hialurônico.

Hidratação com ácido hialurônico (efeito gloss) Quando mesmo com o uso de hidratantes labiais específicos não há melhora do aspecto ressecado e “murcho” da boca, podese optar por injeções de ácido hialurônico fluido, que tem o objetivo de atrair água, hidratando a boca sem modificar o volume. Esta é uma ótima opção para quem quer um lábio bonito e lisinho sem grandes mudanças no tamanho do lábio. O médico dermatologista é o profissional que pode auxiliálo a ter lábios saudáveis, corrigindo lesões e oferecendo tratamentos estéticos inovadores para deixá-los ainda mais bonitos. mariana TREMEL Barbatto Rua Ferreira Lima, 238, 6.o andar, Florianópolis 1 (48) 3223-6891 e 9933-7000 0 contato@marianabarbato.com.br



saúde bucal

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Como tratar a disfunção temporomandibular

Dor Orofacial texto Laura Sacchetti – CRO-SC 12391 fotos banco de imagens/RM

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lgumas das queixas mais frequentes dos pacientes nos consultórios odontológicos são as dores na face e na cabeça, ruídos e dificuldade ao abrir a boca, dores dentárias e bruxismo. Esses sintomas podem estar relacionados à Disfunção Temporomandibular (DTM). Para um diagnóstico correto é necessária a anamnese e exames físicos, onde serão avaliados a ATM, músculos mastigatórios, cervicais e avaliação fonoaudióloga e odontológica. Também serão necessários exames de imagens e testes sensoriais quantitativos. A partir do diagnóstico desenvolve-se uma terapia apropriada para cada caso, com uma equipe multidisciplinar que envolve dentista, fonoaudióloga, fisioterapia e médica. O bruxismo pode ocorrer em vigília, resultado de um problema comportamental onde o paciente vai apresentar hábito parafuncional de apertamento semi-voluntário relacionado com o estresse do cotidiano. Já o bruxismo do sono é a atividade muscular rítmica relacionada a apertar ou ranger os dentes, ou por meio da movimentação da mandíbula durante o sono.

Alguns sinais do bruxismo são o desgaste incisal e oclusal dos dentes, som do ranger dos dentes, musculatura alterada, marcas endentadas nas mucosas, cefaleias recorrentes matinais e travamento mandibular. Existe algumas formas de tratamento para controlar os efeitos deletérios do bruxismo, como a placa de bruxismo, mas não existe cura. Saiba mais Unindo informação com tecnologia, os professores Dr. Roberto Ramos Gomes e Dr. Wladimir Dal Bó desenvolveram um aplicativo de celular chamado Desencoste Seus Dentes, com o objetivo de alertar o paciente sobre a importância de manter os dentes desencostados ao longo do dia e lembrá-lo de colocar a placa de bruxismo antes de dormir. Laura Sacchetti ( 4Life Odontologia) Ed. Planel Towers, 2o andar, sala 204. Torre I. Av. Rio Branco, 404 – Centro – Florianópolis/SC 1 (48) 3030-1440 / 99130-2077 0 laurasacchetti.implante@gmail.com



PHYSIO PILATES

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Como a fisioterapia pélvica pode te ajudar

PARTO NATURAL

texto ROBERTA RUIZ foto banco de imagens/RM

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e ainda vivêssemos como nossas antepassadas distantes, não seria exagero afirmar que toda mulher nasce preparada para o parto natural. O problema é que passamos a adotar um estilo sedentário, que em nada facilita o trabalho de parto. Ficar horas sentadas ou muito tempo parada, adotar posturas erradas, e ignorar totalmente o desconhecido assoalho pélvico tem contribuído muito para o insucesso do parto natural. No consultório recebo várias pacientes de 45 anos com incontinência urinária e fecal, e a causa mais frequente são os traumas perineais decorrentes de partos naturais em que a parturiente foi mal orientada e mal preparada, resultando em um parto natural mal sucedido. A Fisioterapia Pélvica preocupa-se em justamente entender o que acontece com o corpo da mulher moderna, quais alterações seu estilo de vida provocou em sua biomecânica e de que forma podemos prevenir estas disfunções.

Algumas mulheres se sentem frustradas por não conseguirem ter seus filhos naturalmente. Não se sintam. O importante é nos prepararmos para que ele aconteça, mas na hora do parto o principal é a segurança da mãe e do bebê. A Fisioterapia Pélvica desenvolve um protocolo de exercícios, relaxamento, reeducação postural, massagens perineais e alongamentos que ajudam as mulheres a terem um parto realmente natural e manter seu períneo íntegro e saudável. Pré e pós-parto bem feito é garantia de saúde e qualidade de vida da mulher. Roberta Ruiz é fisioterapeuta, com pós-graduação

pela USP, e instrutora de pilates pela Physio Pilates — Polestar (USA). Acesse o blog e veja notícias e artigos sobre pilates, http://robertaruizstudiodepilates.blogspot.com/ 0 ropidias@gmail.com | C robertaruizfisio





empreendimento

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RedMob inaugura unidade no Santa Mônica

BOMBANDO texto Monique Vandresen fotos Marco cezar

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s apaixonados por crossfit já podem comemorar. A renomada academia RedMob, que tem como um dos sócios o master coach André Lops, acaba de inaugurar uma nova unidade, desta vez no bairro Santa Mônica, próximo ao Shopping Iguatemi. Pouca gente sabe, mas segundo dados da Associação Internacional do Mundo Fitness (IHRSA), o Brasil é o segundo país do planeta em número de academias de ginástica, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. O crescimento da RedMob tem tudo a ver com este mercado que não para de crescer, apesar da crise. A marca nasceu em 2015 na avenida Ivo Silveira, no continente. Cresceu e hoje tem mais de 700 alunos. Precisando recuperar-se de uma lesão no ombro, o empresário Pinho Menezes procurou a academia, acabou se associando ao time formado por André Lops, Janaína Santos e Diogo Jorge e em maio, juntamente com Diogo Regis já estavam inaugurando a unidade da Madre Benvenuta. Para Diogo Regis, que é quem divide com Pinho a cara “comercial” da RedMob, a proposta é trabalhar com a promoção de qualidade de vida. O crossfit proporciona resultados rápidos em um atmosfera de comunidade, onde cada aluno só compete contra si mesmo. “A tarefa do coach é saber como se aproximar de cada aluno e tirar o potencial máximo, mas respeitando o limite de cada um”, explica. A modalidade surgiu na Califórnia, quando Greg Glassman, um ex-ginasta, percebeu que somando a ginástica olímpica e o levantamento de peso olímpico, conseguia melhores resultados em seus exercícios do que apenas com as rotinas comuns nas


empreendimento

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academias. Praticando diferentes modalidades esportivas, ele entendeu que precisava desenvolver séries de exercícios que seriam, mais tarde, os princípios do crossfit. A modalidade é chamada de “funcional” porque trabalha com movimentos básicos como agachar, pular e empurrar, que acabamos deixando de lado com o sedentarismo típico da vida moderna. E “esses exercícios, aparentemente banais, são muito importantes para o desenvolvimento e a manutenção das nossas capacidades físicas e vão fazer diferença lá na frente, na hora de carregar uma sacola, pegar uma criança no colo e se agachar para fazer carinho em um cachorro”, explica Diogo Regis. Em 1995, Greg Glassman começou a trabalhar como personal trainer e foi contratado para treinar o departamento de polícia da cidade de Santa Cruz, no norte da Califórnia. A comunidade crossfit é formalmente instituída em 2000, e hoje o guru da modalidade está à frente de uma empresa milionária que tem até uma fundação filantrópica, a Crossfit Kids Foundation. A modalidade também faz recomendações alimentícias, geralmente associadas à dieta paleo. A modalidade é atualmente o método de treinamento que mais cresce no mundo, por oferecer ao seu praticante uma boa adaptação fisiológica, independente do seu nível físico ou idade. O treinamento busca desenvolver e

melhorar todas as capacidades físicas: resistência muscular, força, flexibilidade, precisão, potência, agilidade, equilíbrio e coordenação. Pode-se dizer que é uma combinação de exercícios físicos variados executados em alta intensidade. “Nosso objetivo é saúde, o resultado estético vem depois”, explica Diogo Regis, quando comento que passo pela academia todos os dias e fico espantada com a quantidade de gente com o corpo perto da perfeição. “O segredo é foco, qualidade de vida e alimentação”, explica, e me convida a dar uma passadinha na academia à noite, onde vou encontrar “gente de todas as idades e com todo o tipo de preparo físico”. O empresário Pinho Menezes conta que viu uma oportunidade no mercado fitness: “nunca vi uma academia fechar”. Praticante de artes marciais (especialmente jiu-jitsu), tinha machucado o ombro e escolheu a RedMob para ir voltando aos poucos para o esporte. Formado em Administração e Direito, mostrou que tem mesmo um “olho” para oportunidades: em um mês a unidade da Madre Benvenuta já tem 300 alunos, oferecendo quatro aulas diferentes, de hit, endurance, performance e rm max, além do consagrado crossfit, com os melhores equipamentos disponíveis no mercado e modalidades inovadoras. A infraestrutura tem banheiros climatizados, geladeiras compartilhadas para guardar alimentos e bebidas e uma área social que ajuda na interação de todos. Endereços Av. Gov. Ivo Silveira, 3310 Capoeiras — Florianópolis/SC 1 (48) 3304-1400 Av. Madre Benvenuta, 1263 Santa Mônica — Florianópolis/ SC 1 (48) 3209-3774 C @redmobcrossfit

Pinho Menezes, Diogo Jorge, André Lops, Janaina Santos e Diogo Regis


nutrição

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Em busca de uma vida longa e saudável Estamos vivendo mais, mas será que estamos vivendo melhor com tantas informações, redes sociais e esse estilo de vida enlouquecido dos dias atuais? textos Ana Carolina Abreu fotos banco de imagens/RM

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unca tivemos tantos livros sobre alimentação e dietas da moda. A nutrição tem ganhado cada vez mais destaque porque percebemos a importância de cuidar da alimentação, mas a que custo? Estamos muito mais pesados do que no século passado. As farmácias ocupam locais nobres e estão se multiplicando. Os níveis de câncer, obesidade e estresse crescem em escala exponencial. É comum relacionar a genética com expectativa de vida (já falei sobre ela na edição passada), mas nossos genes tem um papel muito menor do que nosso estilo de vida nesta equação. Somadas a tudo isso, também temos as informações controversas e inconstantes: um dia o ovo é vilão, no outro já foi absolvido. O glúten está na lista dos condenados, o leite, as carnes, e por aí vai a nossa saga. Mas o que podemos comer para viver mais? Já parou pra pensar que suas escolhas podem determinar o quanto você irá viver? Claro que a longevidade depende de vários fatores, mas até mais importante do que quanto iremos viver, é justamente como chegaremos lá. Busquei os artigos baseados nas pesquisas mais recentes e vou passar uma listinha do que podemos incluir no nosso dia a dia para melhorar nossa qualidade de vida. Já ouviu falar em sirtuínas, telômeros, FoxO, mTOR? Estes são alguns dos alvos dos estudos, que identificam como podemos prolongar nossa existência.

Coma menos Estudos têm demonstrado que comer menos calorias nos faz viver mais. Não estou falando que você deve fazer jejum, não é isso. Mas saiba que uma ingestão calórica menor já resolve esta questão. Por exemplo, troque um pouco das carnes vermelhas por mais vegetais, assim já reduzimos o processo inflamatório e a dieta acidificante e incluímos um bom valor nutricional.


nutrição

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Coma comida de verdade Parece óbvio isso, mas cada vez mais estamos nos alimentando de produtos alimentícios e menos de alimentos. Já parou pra pensar em quanto você desembala? A comida de verdade não precisa de rótulo e é a mais rica em fitoquímicos e nutrientes. Um estudo realizado na Itália demonstrou que níveis menores de polifenóis na urina, estavam relacionados a menor longevidade e função cognitiva. Procure consumir mais frutas, vegetais e grãos, pois são ricos em fitoquímicos e nutrientes capazes de proteger nossas células.

Inclua cúrcuma na alimentação É uma das especiarias mais estudadas atualmente, por seu composto bioativo, a curcumina. Tem propriedades antiinflamatórias, com estudos em diversos tipos de câncer. Por seu potencial antioxidante, pode aumentar a longevidade, diminuir estresse oxidativo e prevenir diversas doenças. Você pode adicionar a cúrcuma em pequenos pedaços, ralada ou em pó no preparo das comidas. Hoje encontramos com facilidade nas feiras e mercados. Se for comprar em pó leia o rótulo para saber se é pura, pois muitas contém amido na mistura.

Consuma mais sementes e oleaginosas A qualidade da alimentação está muito mais no que incluímos do que no que evitamos. Uma colher de sopa de sementes ou um punhado de castanhas podem fazer muito pelo seu corpo.

São ricas em proteínas, fibras e antioxidantes, capazes de agir na prevenção e tratamento de doenças como diabetes, câncer, síndrome metabólicas, pressão arterial e doenças cardiovasculares. Vários estudos já relacionaram uma longevidade maior ao consumo de pequenas porções de oleaginosas todos os dias.

Beba água Ingerir água melhora a alcalinização, entrada de nutrientes nas células, aumenta a eliminação de toxinas, garante a hidratação e funcionamento do intestino. Por melhorar as condições de funcionamento do organismo, também ajuda a parecer mais jovem, por manter a pele saudável. Independente de outros líquidos que você consuma, não deixe de beber água. Muita gente tem dificuldade em mudar hábitos. Inúmeros são os artigos científicos e pesquisas a respeito dos nutrientes e de como eles podem influenciar nosso organismo. Parece chato imaginar que para termos uma vida longa, precisamos tomar suco verde ou comer a famosa “uma maçã por dia”. Mas o que precisamos antes de tudo é procurar dentro da lista de saudáveis, todos aqueles alimentos de que gostamos e transformar os que não gostamos com preparações atrativas. Também de nada vale comer orgânico se você odeia seu trabalho ou dorme mal. A qualidade de vida depende de inúmeros fatores e precisamos buscar o equilíbrio sempre. Ana Carolina Abreu, CRN 1453, é graduada em nutrição pela UFSC e pós-graduada em nutrição clínica funcional pela CVPE/Unisul. Pós-graduanda em Nutrição Funcional Esportiva, pós-graduanda em Fitoterapia e membro do Instituto Brasileiro de Nutrição Funcional. Koerich Beiramar Office. Av. Mauro Ramos, 1970 – Sala 201 – Centro – Florianópolis. 1 (48) 3371-0711/ 9155-0711 0 anacarolinaabreu@clinicanut.com.br C @anabreu11


hora da feira

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SAÚDE E SABOR Abóbora cabotiá é a preferida para preparar doces

textos Ana Carolina Abreu fotos banco de imagens/RM

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xistem mais de cem variedades de abóbora, de vários tamanhos, formas, cores e texturas. Nascida do cruzamento entre a abóbora e a moranga, a espécie Cabotiá foi desenvolvida nos anos 40 no Japão e só chegou por aqui na década de 60. Graças ao seu sabor adocicado e textura suave, ela é a preferida na hora de preparar pratos doces e salgados, já que contém menos água, o que a torna mais cremosa que as outras espécies. Além da sua polpa macia e saborosa, suas sementes são ricas em minerais como o magnésio, que participa em mais de 300 processo bioquímicos e é fundamental para a produção de serotonina, controle da pressão arterial e formação óssea. Além disso são fontes de gorduras boas e proteínas. Um estudo publicado recentemente constatou que a abóbora auxilia na redução da glicemia e estresse oxidativo, ajudando a prevenir o envelhecimento e o diabetes. Um outro estudo, realizado com os polissacarídeos da abóbora, mostrou redução nos níveis de triglicerídeos e colesterol total e melhora no HDL. Seus níveis de betacaroteno demonstraram efeito antidepressivo, aumentando os níveis de serotonina e norepinefrina, além de diminuir marcadores inflamatórios como NFkB e IL6. Mas atenção, o teor de betacaroteno pode diminuir em mais de 30% se você cozinhar no microondas. Na hora de comprar, saiba que as inteiras duram mais e você pode aproveitar até a casca se ela for orgânica. Mas se tem preguiça de comprar inteira porque a casca é muito dura e dá trabalho descascar, aí vai uma dica: com uma faca afiada faça 4

ou 5 cortes ao redor do cabo da abóbora, formando uma tampa. Depois de abrir a tampa, use uma colher para retirar todas as sementes, limpando bem a abóbora. Coloque a tampa de volta e embrulhe em papel alumínio, leve para assar em forno baixo por no mínimo 40 minutos. Ao retirar o papel você terá uma abóbora macia que pode acompanhar a salada ou virar purê, creme, doce ou até um bolo delicioso.

Hambúrguer de abóbora com quinoa Ingredientes w ½ xícara de quinoa em grãos cozida w 200g de abóbora cabotiá cozida w 1 colher de sopa de brócolis picado w ½ abobrinha picada w ½ cenoura picada w cebolinha picada w sal a gosto. Modo de preparo w Misture a abóbora com a quinoa cozida. Acrescente os outros vegetais, molde em forma de hambúrguer e leve para grelhar.


Aberto de terça a sábado.

Avenida dos Búzios . 1136 . Jurerê Internacional . Florianópolis . SC 48 3364.5997 . jaybistro@hotmail.com . www.jaybistro.com.br


hora da feira

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Alho-poró Além de reduzir as taxas de colesterol e ter ação anti-inflamatória, o alho-poró ajuda a eliminar as toxinas do organismo

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alho-poró faz parte da família Allium, a mesma da cebola e do alho, seus parentes mais conhecidos. Mas apesar de ser menos famoso, o alho-poró não é menos saboroso ou nutritivo. Seu sabor delicado e adocicado combina com muitas receitas. A parte comestível é o talo branco, mas você não precisa desprezar as folhas, que podem ser utilizadas para aromatizar caldos. Na hora de escolher prefira os de folhas brilhantes e talo firme. Os menores tem sabor mais suave. As melhores épocas de colheita são as de clima mais amenos, como primavera e outono. Na hora de consumir o ideal é fatiar e deixar de molho, pois a terra costuma ficar acumulada entre as camadas. Seu valor nutricional é bem interessante: por conter compostos sulfurados, sua função antioxidante auxilia na prevenção de diversos tipos de câncer. Rico em fibras prebióticas, é um grande aliado na saúde intestinal, melhora da digestão e eliminação de toxinas do organismo. Também é rico em vitamina K, A, C e minerais como manganês e magnésio, o que o torna um antiinflamatório natural e contribui para a saúde cardiovascular.

Patê de alho-poró Ingredientes w 2 alhos-porós grandes cortados em rodelas finas w 2 colheres de sopa de manteiga ghee w 1 xícara de castanha de caju crua w 1 colher de chá de mostarda Dijon w Sal a gosto Modo de preparo w Deixe as castanhas de molho em água por no mínimo 4 horas. Corte o alho-poró em rodelas e leve-o para dourar na manteiga em fogo baixo. Bata as castanhas no liquidificador com ½ xícara de água. Espere esfriar o alho-poró e bata junto com as castanhas e o restante dos ingredientes. Leve o patê à geladeira em um recipiente tampado e sirva depois de no mínimo uma hora. Ana Carolina Abreu, CRN 1453, é graduada em nutrição pela UFSC e pós-graduada em nutrição clínica funcional pela CVPE/Unisul. Pós-graduanda em Nutrição Funcional Esportiva, pós-graduanda em Fitoterapia e membro do Instituto Brasileiro de Nutrição Funcional. Koerich Beiramar Office. Av. Mauro Ramos, 1970 – Sala 201 – Centro – Florianópolis. 1 (48) 3371-0711/ 9155-0711 0 anacarolinaabreu@clinicanut.com.br C @anabreu11



comer & beber

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Entre o ateliê e a cozinha

Dão é o artista símbolo da Enseada do Brito

texto Marcos Heise fotos Marco cezar

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e você sair pela Palhoça perguntando pelo João Dias vai ser difícil alguém saber de quem se trata. Agora, se perguntar pelo Dão da Enseada, todo mundo conhece. A enseada em questão é a Enseada do Brito, um distrito ao Sul de Palhoça que tem um papel importante na história da Grande Florianópolis. E é nesse lugar bucólico que nasceu e vive até hoje o Dão, cidadão palhocense, artista autodidata, produtor cultural e apaixonado pela culinária. Aos 61 anos, Dão divide seu tempo entre os dois lugares de que mais gosta, o ateliê e a cozinha. Sobra também um tempinho para passeios curtos com uma embarcação a motor que utiliza na Baia Sul para ir até perto dos costões. A casa para morar fica na praça central da Enseada, mas seu refúgio é em outro terreno, um espaço próprio de uns 6 mil metros quadrados onde faz de tudo: planta, colhe, cria

obras, restaura, cuida de 3 gatos e 3 cachorros e recebe visitas a semana inteira. O ateliê em meio à natureza é também um espaço ecumênico, que abriga retiros espirituais e outras celebrações. Para exercer a paixão pela culinária Dão mantém cinco fogões a lenha espalhados por vários ambientes do lugar: “Faço comida todo santo dia, sempre tem gente aqui almoçando, então a produção não para. A gente prepara o que der na cabeça, às vezes tem gente que traz um peixe, uma galinha. Tudo é feito na hora, bem artesanal, com temperos naturais e o que estiver disponível é colhido na horta, na hora”. Dão é irrequieto e está sempre com algo em andamento. Organiza as encomendas de peças artísticas, prepara a agenda para deslocamentos e compromissos e arruma tempo para se envolver também em eventos culturais e sociais da Enseada. “Hoje posso dizer que sou um artista realizado porque tudo o que consegui veio como resultado da minha produção artística. E não é fácil viver exclusivamente de arte; no Brasil já é difícil, imagine aqui na Enseada”, diz.


comer & beber

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A galinha com mamão verde A receita escolhida pelo Dão foi a galinha com mamão verde, um legado de família que ele preserva. Este prato fez parte da coletânea de delícias da autêntica cozinha manezinha, livro de autoria do saudoso jornalista Aldírio Simões, publicado em 1999 pela Editora Insular com o título “O Pirão Nosso de Cada Dia”. A receita autêntica é preparada por Dão no fogão à lenha, panela de ferro e banha de porco. “Só uso a banha, é mais saudável”, afirma.

a receita Ingredientes w Uma galinha caipira (uns 2kg) w Um mamão verde grande, cortado embaixo da torneira de água w 2 tomates, 2 cebolas, 3 dentes de alho w Sal, colorau, pimenta, açúcar e suco de um limão w Meio copo de vinagre (O Dão ´escondeu´ a informação, mas usou cominho — que este repórter não aprecia, mas “nenhuma comida de mané dispensa o cominho”, disse, às gargalhadas.) Preparo: w Tempere a galinha cortada em pedaços pelas juntas com sal, limão, pimenta, alho. w Comece refogando os pedaços de carne na banha de porco, acrescentando o vinagre, um pouco de açúcar, depois toda a marinada, a cebola e o tomate, colorau e água quente suficientes para gerar o molho. Com meia hora de preparo, vai uma parte do mamão verde cortado como se fosse para cozido, com pedaços de uns 5 centímetros. w A galinha vai cozinhar até ficar macia. Uns 20 minutos antes de desligar o fogo é hora de acrescentar o restante do mamão verde e cuidar porque ele vai se desmanchando. w O acompanhamento sugerido é aipim cozido ou uma massa.


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A paixão pelo Francisco O personagem Francisco entrou na vida do artista com muita força. Dão decidiu fazer uma viagem para conhecer o caminho histórico de Minas Gerais, até chegar a Ouro Preto. Lá se encantou especialmente pela igreja de São Francisco de Assis. São Francisco de Assis foi um frade católico da Itália. Depois de uma juventude rebelde e mundana, voltou-se para uma vida religiosa de completa pobreza, fundando a Ordem Mendicante dos Frades Menores, mais conhecidos como Franciscanos, que renovaram o Catolicismo de seu tempo. Viveu entre os anos de 1182 a 1226. Os trabalhos do artista palhocense, porém, não se fixam nos aspectos religiosos. Dão busca mostrar Francisco como cidadão do mundo, inspirador e contemplativo, sempre com olhos fechados, estimulando a reflexão. “É uma coisa intencional, para que as pessoas se sintam estimuladas a refletir ao fazer a contemplação da obra. Acho que no dia em que eu produzir um Francisco de olhos abertos eu encerro a produção deste personagem”, relata. Dão já perdeu a conta de quantas peças criou, mas são mais de cem e todas inéditas, porque não existe molde. “Gosto da cerâmica. A partir do momento que estou em contato com o barro, sinto como se estivesse ligado com a natureza.” Cada peça vai “puxando” para uma nova releitura do personagem, que está muito ligado à natureza e aos pássaros. Todas as peças são moldadas artesanalmente em argila, com as mãos e o auxílio de ferramentas. Entre esculturas, telas e mosaicos, suas obras já ganharam o mundo e estão em coleções particulares em lugares como o Japão, Estados Unidos e Holanda. Ele também lembra da estatueta em bronze que esculpiu para o troféu Açorianidade, após vencer o concurso para eleger quem desenvolveria o prêmio, entregue anualmente a diferentes entidades. Outro momento representativo na carreira de Dão foi a produção de painéis de quatro e cinco metros, pintados com motivos açorianos para decorar uma rede de restaurantes da Grande Florianópolis. O trabalho de maior destaque foram as 14 estações da Via Sacra, pintadas em tela, e expostas permanentemente nas paredes da Igreja Matriz de Palhoça. As obras demoraram quatro meses para serem finalizadas. Marcos Heise é jornalista e cozinheiro. Nos finais de semana faz atendimentos gastronômicos em espaços gourmet de condomínios, salões de festas e residências. Sua comida segue a linha autoral e artesanal. 0 heise@unetvale.com.br

As esculturas têm sempre os olhos fechados, um convite à reflexão





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Cabotto e o Porto do Contrato texto OLAVO MORAES fotos marco cezar

Restaurante estรก localizado onde foi estabelecido o primeiro cais oficial de Florianรณpolis


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foto Laura Sacchetti

Empresário une duas paixões e resgata a história da Ilha

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Navegador espanhol deu nome de Santa Catarina à Ilha

ortugueses descobriram o Brasil, bandeirantes paulistas fundaram a Capital do Estado, mas quem deu nome a Ilha de Santa Catarina foi um navegador espanhol. Na escola, ensinam que Florianópolis é uma homenagem ao Marechal Floriano Peixoto. Mas e a Ilha? Na falta de informação na sala de aula, você provavelmente desconheça que um marinheiro a serviço da Coroa Espanhola nominou o “pedacinho de terra, perdido no mar” — como bem definiu o poeta Zininho. Se ”jamais a natureza reuniu tanta beleza”, foi Sebastian Cabotto quem designou a ilha, de Santa Catarina. Em sua passagem a serviço da Coroa Espanhola, em 1526, Cabotto se estabeleceu nas águas onde hoje é a Tapera. Duzentos anos mais tarde, no lado oposto, no Ribeirão, o ponto de comércio se tornaria oficialmente o primeiro porto de Florianópolis: o Porto do Contrato, em 1740.


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Porto do Contrato oferece pratos típicos da Ilha

Culinária e Ribeirão Preocupado com o resgate da história, o manezinho Francisco da Silveira uniu duas paixões: a culinária e o Ribeirão da Ilha. Seu Chico montou o restaurante Porto do Contrato, no local onde até a década de 1940 ainda era possível presenciar o comércio no cais. “A ideia (do restaurante) é dar visibilidade à memória do Porto do Contrato, possibilitando uma nova leitura do estabelecimento, que, desde a estada de Sebastian Cabotto, em 1526, foi responsável pela transformação econômica do Ribeirão da Ilha”, explica o empresário. O projeto surgiu no ano de 2000, quando Francisco da Silveira e o irmão comandavam uma empresa de terraplanagem. A economia nacional passava por período de turbulência, e a

família decidiu mudar de ramo. Optaram pelo turismo no Ribeirão, região em franco desenvolvimento. Venderam os equipamentos e decidiram investir no ramo da gastronomia. Começaram a procurar onde iriam se estabelecer. E encontraram o local ideal.

História fascinante “Como conhecia a história do Ribeirão, sabia que aqui funcionou o Porto do Contrato. Havia uma história fascinante. E, estava evidente, não podíamos deixar de colocar esse nome”, recorda. Na construção do prédio, seu Chico pensou nos detalhes da época. Sugeriu ao arquiteto um projeto específico: “Uma releitura do Porto, com pilares de pedra. Porque já não existia mais nada. A casa ao lado era depósito de sal, um comércio junto ao cais.”


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Sob nova direção A peça-chave foi encontrada, e Francisco da Silveira pôde passar o bastão confiante. Depois de estabelecer regras em defesa de seu projeto, enfim selecionou o novo proprietário do estabelecimento, Sérgio da Silva: “Ele foi selecionado por ser manezinho, sua esposa tem ligação com o Ribeirão. O casal tem o espírito de levar adiante o nome Porto do Contrato, o comprometimento com a história, valorizando nossa cultura.” E acrescenta: “A intenção sempre foi dar continuidade ao projeto, com respeito e orgulho ao resgate da história do Porto do Contrato.” Por sua vez, Sérgio, o novo proprietário está confiante no futuro do empreendimento. E no patrimônio gastronômico e cultural. “Muito nos honra dar continuidade ao projeto que Francisco e sua família construíram no Ribeirão da Ilha. Eu e minha esposa buscamos um estabelecimento aqui por nossas origens em Florianópolis. A Naline morou muitos anos no Ribeirão. Nosso foco é dar continuidade ao trabalho que o Francisco criou, e que deixou sua marca no Ribeirão da Ilha.”

Francisco da Silveira e a imagem de Cabotto ao fundo

Francisco (E) e a esposa Daniela, e os novos proprietários, Naline e Sérgio


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Nas ruas estreitas do Ribeirão da Ilha, traços marcantes da cultura açoriana

Registro para a história Estabelecer a empresa como Sebastian Cabotto, e o nome do restaurante de Porto do Contrato, foi mais uma forma que o empresário encontrou para homenagear o navegador, nascido em Veneza, e manter viva a história. “Esse nome é mais recente, para preservar a memória. Não havia nenhum registro de Sebastian Cabotto, personagem tão importante para o Brasil”, enfatiza. “Fui lá e cadastrei a empresa para deixar o nome na história.”

Navegador dá nome a Fragata Após a iniciativa, o Governo Brasileiro lembrou de Cabotto. Recentemente a Marinha batizou uma fragata com o nome do navegador. De acordo com Francisco da Silveira, nem a Escola local registra a história. “Fiz questão de que meus filhos estudassem aqui no Ribeirão. E eles não aprenderam nada sobre Sebastian Cabotto, sobre o Porto do Contrato, que, inclusive, dá nome a esta praia” E foi a partir da instalação do restaurante que a história ganhou voz: “Quando coloquei o nome, muitas pessoas aqui do Ribeirão perguntaram o motivo. Jovens do bairro não tinham conhecimento”. “O Porto teve mais dois nomes, do Cadete e do Ribeirão”, conclui o empresário. foto caio cezar


Cais teve três nomes O cais do Ribeirão da Ilha teve três nomes desde a estada de Sebastian Caboto, em 1526. Em épocas distintas, se chamou Porto do Contrato, do Cadete ou do Ribeirão. Esteve em atividade até a década de 1940. Durante este período, as principais atividades foram as de entreposto de pescado (fresco e salgado), comércio de café, embarque de lenha, e comércio em geral dos produtos da região, como farinha, mandioca, açúcar, cachaça, frutas e hortaliças. O Porto do Contrato foi conhecido inicialmente como Porto do Ribeirão, devido à localização junto à foz do rio de mesmo nome. Tempos depois, de acordo com o professor, sociólogo e historiador Nereu do Valle Pereira, “o cais teria se deslocado cerca de 500 metros para o sul”.

Comercialização do óleo da baleia O Porto do Contrato surgiria no Reino Unido de Portugal, quando teve início o comércio da baleia. Era um porto Oficial, com administrador nomeado. “Foi instalado por volta de 1740, duzentos anos depois do Cabotto batizar a ilha com nome de Santa Catarina”, explica Nereu do Valle Pereira. “Foi definido como porto de recepção de todo o óleo preparado na Armação, que os escravos traziam no ombro. Um local mais abrigado, de comercialização dos contratos de compra e venda do óleo de baleia, de transação de mercadorias”, complementa

o professor Nereu do Valle Pereira, PHD em ciências humanas e sociais e pesquisador da colonização açoriana. Porto do Cadete foi a terceira e última denominação do cais no Ribeirão. Deriva do nome popular do intendente, que teria se suicidado após uma grande decepção familiar. A partir de 1940, quando teve início o desenvolvimento da malha rodoviária na Ilha, o porto começou a perder a sua função e foi desativado. “Quando montei o restaurante, as casas eram todas voltadas para a estrada. Esqueceram do mar. Porque no início, tudo acontecia com o transporte marítimo. Com as estradas, o porto perdeu espaço. Foi quando encerrou suas atividades, em 1949”, recorda Francisco da Silveira.

Escambo, troca de mercadoria No início do cais, logo após a passagem de Sebastian Cabotto, as negociações eram realizadas por meio do escambo, a troca da mercadoria. “Os negociantes não usavam dinheiro. Traziam vaso de barro, levavam peixe, tudo o que era produzido na lagoa do Peri, nesta região, saía por aqui”, aponta Francisco da Silveira. “Também partiam barcos com produtos para a Europa. O café sombreado, muito conhecido aqui no Ribeirão, hoje é um café bastante comercializado na Europa. Era plantado debaixo das bananeiras, debaixo das árvores. Com um sabor fora de série”, completa o empresário. Os três molhes, que ainda podem ser vistos na praia, são da época do Porto do Contrato. É uma das marcas do cais, tão importante para a economia da Ilha de Santa Catarina por mais de quatro séculos.

Praia do Porto do Contrato ainda preserva molhe da época do antigo cais

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foto caio cezar

Uma viagem ao século 18

Ribeirão une história, cultura, e arquitetura dos Açores

texto OLAVO MORAES fotos marco cezar

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o Ribeirão da Ilha há tesouros inestimáveis. História, cultura, arquitetura, gastronomia e o clima bucólico, de um lugar onde o tempo, insistente e caprichoso, transcorre à sua maneira. A bicentenária Igreja Matriz, as ruelas estreitas, os casarios antigos, a natureza exuberante. São os mais variados registros da cultura açoriana E há um espaço onde todo esse clima conflui e a natureza encontra a história, a gastronomia e a cultura açoriana. No Ecomuseu do Ribeirão da Ilha é possível realizar uma viagem através do tempo. No complexo, onde há uma propriedade rural do final do século 18, há também uma pousada, onde se pode apreciar a culinária da ilha e fazer uma refeição à base de frutos do mar, com destaque para as famosas ostras do Ribeirão.

Nereu do Valle Pereira criou o Ecomuseu do Ribeirão


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Representação da colonização açoriana O Ecomuseu do Ribeirão representa a estrutura da colonização açoriana. É formado pela propriedade rural, com casa, dois engenhos, um de farinha de mandioca e outro de açúcar, área de plantação e quintal. A casa tem os alicerces datados de 1794, e paredes que passaram por reedificação. No local é possível encontrar objetos de diversos tamanhos e utilidades, todos relacionados com a história do Ribeirão. O museu foi criado em 1971 pelo professor Nereu do Valle Pereira, e é mantido até hoje pelo professor. Está aberto à visitação de turistas, estudantes e pesquisadores da cultura luso-açoriana. “É objetivo do Ecomuseu do Ribeirão da Ilha armazenar a memória da cultura açoriana, da forma como foi ajustada às realidades ambientais da Ilha de Santa Catarina”, explica o pesquisador. O professor esclarece que a casa de morada, de 1794, “procura conservar uma propriedade rural, com terreno, chácara, quintal, e área de produção junto às edificações, com o engenho de farinha de mandioca e de açúcar, próximos a residência e demais recursos produtivos.” Não há energia elétrica, água encanada, instalações sanitárias ou banheiro. O Ecomuseu preserva lembranças do tempo em que os primeiros imigrantes portugueses chegaram em Florianópolis, entre 1748 e 1756. A Freguesia de Nossa Senhora da Lapa do Ribeirão da Ilha é uma das localidades que mais guarda características da vila açoriana.

Itens de 1749 no acervo O acervo é bastante diversificado. Edificações e arborização com plantas nativas catalogadas e algumas em extinção. São centenas de itens, entre alfaias e coleções, de vários tamanhos, formas e utilidades. Todas relacionadas ao Ribeirão da Ilha, com elos açorianos. O Engenho de Farinha de Mandioca — tipo Molhe, de Centro ou de Cangalha — segundo velhas escrituras, data de 1893. Dentre as peças de maior importância temática estão uma mó de moinho de mão — a pedra de basalto e lavas vulcânicas da Ilha do Pico Açores desembarcou com o primeiro morador do terreno, José Lino Vieira, em 1749. No acervo também consta o baú de viagem e um oratório trazidos por Vieira. Um outro destaque do Ecomuseu é um presépio artesanal, de 1813, do açoriano Thomaz Francisco da Costa, dono da primeira grande fazenda no Ribeirão da Ilha. De acordo com Nereu do Valle Pereira, o presépio foi montado com a participação da escrava chamada Mãe Negra, que teria introduzido figuras do Candomblé com as do catolicismo. “Lá estão Nossa Senhora, São José, Menino Jesus, ao lado das mães de Santo, filha de Santo, o cavaleiro São Jorge, o Pai Negro. Algumas figuras e divindades do Candomblé misturadas com o presépio.”


Mochilão

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ÁGUAS PANTANEIRAS Dez dias de pescaria no barco hotel Kayamã


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texto e fotos VICTOR FELIPE SACCHETTI

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VICTOR FELIPE SACCHETTI

convite do meu pai, Ilton Sacchetti, conhecido como “Carvão”, embarquei numa viagem dos sonhos para pescar no Pantanal Mato-grossense, lugar de riquíssima fauna e flora e considerado pela Unesco Patrimônio Natural da Humanidade. Em um grupo de 28 amigos saímos de Joaçaba num ônibus double deck, com todo o conforto, sala de jogos, comida e bebida para enfrentar os 1.500 quilômetros que separam Joaçaba de Corumbá. Mas depois de apenas 40 quilômetros de nossa partida o ônibus quebrou em uma área remota, com pouco movimento. Ligamos para a empresa proprietária do ônibus e tivemos que aguardar seis horas pela chegada do outro double deck. Já que não havia nada a fazer a não ser esperar, fizemos fogueira na beira da estrada, alguns dormiram, outros beberam e jogaram baralho até que chegou o veículo substituto. Transferimos a tralha toda e seguimos viagem. Depois de 30 horas chegamos a Corumbá e passamos duas noites hospedados no hotel Nacional, cansados e muito felizes. Corumbá faz fronteira com cidade boliviana de Puerto Quijarro. Na manhã seguinte fomos à Bolívia, que fica a mais ou menos cinco quilômetros do hotel Nacional. Visitamos algumas lojas — Puerto Quijarro é uma espécie de mini Paraguai —, provamos a comida e conhecemos um pouco da cultura do país vizinho. Mas o objetivo da viagem era pescar e viver por seis dias no barco hotel Kayamã, um gigante de quase 200 toneladas, com cinco andares, 60 metros de comprimento por 20 de largura, camarotes duplos com banheiro, sacada com vista para o Pantanal e o abençoado ar condicionado. O convés superior tem uma cozinha/bar especializada na gastronomia pantaneira e internacional, sala de jogos, mini-cinema, salas de estar e jantar, e elevador panorâmico. O convés terraço conta com 3 piscinas, bar, churrasqueira e academia, tudo com atendimento 5 estrelas.


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Por quatro dias, subimos 300 quilômetros de rio, saindo do Mato Grosso do Sul e passando pelo o Mato Grosso e Bolívia, entre paisagens magníficas, famílias ribeirinhas e a fauna e a flora únicas do pantanal: animais de diferentes espécies e plantas diversas — o ipê roxo se destacava nas paisagem. O nascer e o pôr do sol também era um espetáculo, assim como o céu estrelado à noite. Passávamos longos minutos em silêncio, observando e sentindo essa beleza. Dormíamos cedo, pois a pescaria começava com os primeiros raios de sol. Cinco da manhã já era hora de acordar e tomar o café,

com tortas, esfihas, folhados, frios, pães e sucos, tudo fresquinho. Depois todos saíam para pescar, se dividindo em duplas nos barcos menores (voadeiras), com auxílio de um “piloteiro” que nos levava aos melhores pontos de pescaria. Agradecendo por estar num lugar tão lindo, comemorei meu aniversário de 33 anos nesse cenário, com direito a bolo, velas e “parabéns a você”. Depois de dez dias e com alguns quilos a mais, voltamos para Joaçaba com ótimas lembranças, inúmeras histórias para contar e 380 quilos de peixe na bagagem.

“Experiência maravilhosa com imagens lindas. Um ótimo lugar para amigos e família. Recomendo a todos!”

“Viajar é sempre muito bom! Melhor ainda quando esta viagem reúne velhos e novos amigos em uma boa pescaria!”

“Este pacote de viagem superou minhas expectativas. Não dá para descrever a sensação de estar num cruzeiro no meio do Pantanal Mato-grossense, pescando com todo o conforto das instalações do barco Kayamã.”

GUILHERME VANINI

NINO RICCI

DARCI PEDRO FACIN


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“Das melhores viagens, a melhor!” JOSÉ PAULI (JOTA)

“A melhor pescaria que já fiz, num lugar lindo, num barco excelente e uma turma muito bacana.”

“ESTAR NO PANTANAL É CONHECER UMA DAS BELAS OBRAS DE DEUS! ÓTIMO MOMENTO DE DESCANSO FÍSICO E MENTAL.”

“A viagem me proporcionou uma experiência incrível de conquista pessoal, aprendizado e descobertas; com um roteiro bem elaborado, a empresa Joicetur foi muito atenciosa e estava sempre pensando no nosso bem-estar.”

Laércio Corso

MARCOS ANDRÉ GIACOMIN

SéRGIO DALLA COSTA


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Odenir José Contini

“Lugar encantador. Essa viagem vai me marcar para sempre. Uma linda recordação marcada por cada saída de barco, cada peixe pescado e a novas amizades que ali se formaram.”

“Amigos de verdade a gente conquista em um dia de pescaria.”

“Viagem fantástica! Do nascer ao pôr do sol, era como se a gente estivesse vivendo um sonho num cenário real!”

ADALBERTO BAARTZ

Ilton Sacchetti (Carvão)

Juarez Milani



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Musicoterapia Empresarial Técnica ajuda a diminuir o estresse do mundo corporativo

texto Juliana Germann / PalavraCom fotos Victor Carlson

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impossível estar na presença de Shilar Ingrid Menta sem aplaudir a forma como ela usa os seus talentos para transformar a vida das pessoas. Bacharel em música pela Udesc com especialização em musicoterapia, ela foi uma das pioneiras em coaching musical no Estado e desbrava um caminho ainda pouco conhecido pela maioria: a musicoterapia empresarial. De acordo com Shilar, nas empresas normalmente as pessoas são contratadas por suas competências e demitidas pelo comportamento. Isso está diretamente relacionado à forma como o colaborador se comunica no ambiente de trabalho, onde existe a pressão pelo resultado. “A comunicação violenta é muito nociva, pois desencadeia uma reação negativa que contamina a todos e normalmente com resultados bastante negativos para a corporação”, alerta. Com a musicoterapia o cérebro libera substâncias como a endorfina, dopamina e serotonina, que dão a sensação de felicidade, prazer e relaxamento, além da noradrenalina, que proporciona bem-estar físico, mental e bom humor. “Tendo mais humor e criatividade a pessoa consegue se comunicar melhor e, consequentemente, o clima organizacional fica muito mais colaborativo”, conta.


terapia

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Primeiro é feito um trabalho individual de coaching musical para mapear o histórico sonoro musical de cada colaborador. “Esse estímulo da memória auditiva ajuda a trazer a pessoa de volta ao seu sonho, ao seu objetivo, ao seu propósito de vida. É um gatilho para novas atitudes”, comenta Shilar. Após fazer esse mapeamento são desenvolvidos exercícios em grupo “que ajudam a criar o elo entre os colaboradores, estabelecendo a empatia entre todos e fortalecer a relação da equipe”, explica. Uma das empresas a implantar a musicoterapia organizacional em sua rotina é a Hammerhead, marca de artigos esportivos do exnadador Fernando Scherer. A iniciativa foi do gerente geral Márcio Cavalcanti, que já conhecia os benefícios da técnica e buscou na experiência de Shilar o instrumento para fortalecer ainda mais o relacionamento interno. “Com esse processo de despertar para o autoconhecimento é possível tornar o ambiente profissional mais humanizado, harmonioso e dinâmico, facilitando o trabalho em equipe e o bem-estar entre os colaboradores”, garante Cavalcanti. Segundo Shilar, fica nítido no ambiente corporativo o poder transformador da musicoterapia, quando os colaboradores conseguem sair do automatismo do dia a dia para entrar em contato com o lúdico, o acolhimento e o fazer sonhar que a música desperta em cada um de nós. “A resposta é muito positiva, com diminuição do estresse e consequente mudança no clima organizacional. Todos ganham com essa transformação”, finaliza.


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DE CASA NOVA Like a Boss agora na Fields

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lá, Família Oculto! Nesta edição da Mural, falo um pouco sobre a nova casa da nossa festa Like a Boss e a trajetória da banda Cacife Clandestino. A Cacife, que já gravou um clipe na minha casa na Praia Mole e de quem sou amigo há bastante tempo, veio a Floripa para tocar na Like a Boss. label que se esforça por manter vivo o rap nacional em SC e que está de casa nova, a conceituada Fields. Com o novo CD “Marginal” na praça, a banda foi fundada em 2011 pelo rapper Felp 2 e o produtor TerrorDosBeats. A gravadora Medellin é quem cuida dos discos e shows do grupo, que não para: chegam a fazer três shows por noite. Depois da apresentação na Fields eles se mandaram para um segundo show em Bombinhas. O show em Floripa teve a abertura da banda Reis do Nada, que empolgou e aqueceu o público para receber a Cacife. Quero agradecer Laurinho, Pholaco, Eltim, R Zilla e toda a equipe da Reis do Nada por mais essa parceria. A nova proposta da Fields, de ter outros tipos de shows além do sertanejo, caiu como uma luva para a nossa equipe, que está na luta desde 1999 representando o hip-hop. Fomos muito bem recebidos pela equipe da Fields, coordenada pelo amigo Leandro de Bem e, hoje, podemos dizer que estamos numa das melhores casas de show de Santa Catarina. Com ótima localização tanto para o público do centro, do continente e da Lagoa. Obrigado à família Like a Boss e aos meus manos Tuca e Rafa pela forte parceria de quase texto Leo Comin duas décadas. Venha, dance e divirta-se!

Nossa Agenda na Fields w2 3/06 Projota + Léo Oculto/Tuca Oculto/Anão w 08/07 Cone Crew + LéoOculto/TucaOculto w1 2/08 Show Surpresa w2 6/08 Costa Gold + LéoOculto/TucaOculto



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floripa é show

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O melhor da noite na cidade fotos ADRIEL DOUGLAS, MARCO CEZAR, HEMERSON TOUCHE, Bruno ropelato e CAIO GRAÇA

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as casas noturnas e beach clubs da cidade, artistas de vários estilos fizeram a alegria do público, que se divertiu ao som do projeto “O Grande Encontro”, do trio Elba Ramalho, Alceu Valença e Geraldo Azevedo; dos sertanejos Lucas Lucco, Zezé Di Camargo e Luciano; dos mascarados da Liga que comemoraram seis anos de sucesso; dos funkeiros Kevinho e Kekel e dos pagodeiros do Sorriso Maroto. A Mural, como sempre, estava de olhos bem abertos para registrar tudo o que aconteceu de mais legal nessas festas. Entre e fique à vontade.


mural da mural

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A NOITE É NOSSA

TURMA DA FéFI

Revista Mural 72 é lançada com festa no Donna fotos Marco Cezar

M

ais uma pra conta. Lançamos a Mural 72 — que trouxe Cecília Boabaid vestindo Nínevi na capa — com uma bela festa no Donna Dinning Club, ao som dos DJ’s Henrique Fernandes, Pietro Perini e Rodrigo Luca. Regada a muito espumante e cheia de gente bacana, a celebração rolou animada até alta madrugada. Nos encontramos no lançamento da edição 73.

HENRIQUE FERNANDES, RODRIGO LUCCA e PIETRO PERINI

Giuliano Puga e Alice Matos

Lucinha e Luiz Fernando de Vincenzi

PAULO e ANA SILOCHI

Maria Lívia e Giselle

Manoela, Michele, Bessana, Talita, Ana, Iara, BÁrbara, Amanda e Valéria

Toniolo, ferlange, Claudinho e Shirlei

Valdori, Joice e Cida

Serginho Koerich e Isabel Campos


mural da mural

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turma do joão

Laura, Sarah e Roberta

Lúcia e Renato Prazeres

HéLIO BAIRROS, STHEFANI, PATRíCIA SILVEIRA e MAURO BEAL

KADU ALMEIDA e ÂNGELA

CARLA e CESAR

VINTENZO, JULIANA, ALINE, FáBIO, SANDRA e RENATO NEGãO

laura sacchetti

NICOLE e LEONARDO BRANCHIER

Simara, Júlia, Lucinha, Betina e Cristininha

KARIN MEDEIROS

ALEXANDRE PECCIN

HENRIQUE FERNANDES, RODRIGO LUCCA e PIETRO PERINI

ANGéLICA e LEONARDO


mural Donna Dinning Club

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MESA E PISTA

Raissa Reichert

Amanda Kolenda

Anna Luiza Gonçalves, Camila Roussenq e priscila Tournier

Donna, gastronomia e balada no mesmo endereço

Neide Engster

Daniela Goes e Lais Sorato

Renata Lopes

daniel bornhausen e ana luiza botelho

fotos PAULINHO SEFTON, LUCAS MOÇO e DANIEL OLIVEIRA

O

Donna Dinning Club em Jurerê Internacional vem se consolidando a cada ano como o queridinho do público local e dos turistas. Aberto de terça a domingo, abriga grandes festas nos finais de semana, arrancando elogios tanto para os chefs quanto para os DJ’s.

Bruna Polidoro

Camila Colombi

DANI SÁ

LAURA LOPES

LORRAINE E ARABELA MEDEIROS

NANI MACHADO E PAULO ALCEU

Josi Santos

Grace Martins



mural p12

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PARADOR DE ESTRELAS

Fernanda Herman

Cinthia Heinzen

Cacau Menezes e Elvira

P12 reúne grandes nomes da música em palco à beira-mar

Dire Straits Legacy

fotos bruno ropelato e Adriel Douglas

U

m dos melhores paradores de praias do Brasil, o P12 promoveu em maio dois eventos históricos. A festa de encerramento do Jurerê Jazz Festival recebeu Alceu Valença, Elba Ramalho e Geraldo Azevedo, que estão em turnê pelo país comemorando os 20 anos do disco “O Grande Encontro”. Na semana seguinte foi a vez da turnê Dire Straits Legacy lotar a pista do Parador. Eles se apresentaram em oito cidades brasileiras, e Florianópolis teve o privilégio de ser uma delas.

Mia Zeemann

Luisa Juppa

ALCEU VALENÇA

ALINE SILVA E ABEL SILVA

Karen Medeiros

Kátia Medeiros

Eduardo Pinho Moreira e Nicole Torret Rocha

Cláudio e Schirlei Prisco Paraiso

GERALDO AZEVEDO

Andrea DrucK

Vinicius Lummertz e Orlando BecKer



mural Acqua Plage

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Aline Marquez

LUAU

Alexia Novgorodcev

Bárbara e Gabriela Vanti

Acqua Plage, bom programa também aos domingos

Agatha Rauen

Dani

Camila Cunha

Cinthia Heinzen

fotos Daniel silva, loças moço, fabrícia pinho e darline santos

M

ais novo e badalado restaurante de praia de Jurerê Internacional, o Acqua Plage continua abrindo na baixa temporada, de sexta a domingo, para almoço e jantar. No mês de maio estreou aos domingos o Luau Acqua, que mistura música ao vivo e o som de DJ’s num clima descontraído, embalados pela brisa do mar.

Brunna Franzoni e Jéssica Franzoni

Luiza Kuhnen

Dj Pete Tha Zouk e Liliana Vieira

João Reis e Manu Deschamps

Giovana Raupp

Natália Casassola

Helena Piuma

Bruna Fidalgo Flores



mural WINTER PLAY

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MARATONA FESTIVA Paraíso dos vips, evento chega à 13.a edição

fotos DANIEL SILVA, LUCAS MOÇO, FABRíCIA PINHO, DARLINE SANTOS e ANGELO SANTOS

C

om seis festas ao longo de três dias consecutivos, passando pelas principais casas noturnas e beach clubs de Jurerê Internacional, o Winter Play 2017 recebeu um público de seis mil pessoas. Entre os presentes, os atores globais Caio Castro, Gil Coelho e Josie Pessoa, a modelo internacional Alessandra Ambrosio, o produtor e apresentador Matheus Mazzafera, a RP Manu Maya, filha do diretor Wolf Maya, o estilista Gustavo Sarti e o jogador de futebol André Moritz, que atualmente joga pelo Buriram United. Com decoração inspirada na noite parisiense, essa foi uma das edições do Winter Play com maior investimento em tecnologia e ambientação, para trazer à capital catarinense a atmosfera dos grandes cabarés franceses e proporcionar uma experiência única aos frequentadores. Moyale Guardini

Juliana Schmidt

Tais Farias de Souza e Débora Otero

Sandra Bronzina

Mariana Fernandes

Alexia Novgorodcev

Marina Machado



mural WINTER PLAY

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Bárbara Keller

Ane Lanius

Franciele Puchivaile

Aline Márquez

Alessandra Ambrosio e Matheus Mazzafera

Adrielle Guimarães

Gustavo Sarti

Monique Amin

Carol Lobato

Maria Eduarda Silveira

Patrícia Saraiva e Joana Soares

Franciely Ouriques

Josie Pessoa

Caio Castro e Gil Coelho

André Moritz

Pauline Hansen e Paulo Veloso

Vanessa Lemos


Ano 16

Inovando sempre!

Rua Joe Collaço, 1.034, Santa Mônica, Florianópolis/SC 0 rossi@rossicabeleireiros.com.br 5 www.rossicabeleireiros.com.br f rossicabeleireiros

3334-3459 3024-3459

48.


mural Cafe de la Musique

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O QUENTE DO INVERNO Nadine Marques

Ana Carolina Oliveira

dj anão casa da praia

Cafe de la Musique integra o Winter Play

Tamiris Avi e Ane Lanius

Patricia Saraiva

Franciele Puchivaile

Gabriela Vanti

fotos Larissa Trentini

U

m dos principais endereços dos tradicionais sunsets de verão, o Cafe de la Musique preparou uma intensa programação de festas temáticas e sunsets para quem não dispensa um bom agito também no inverno. O beach club integrou a maratona de festas exclusivas do Winter Play, evento anual que atrai baladeiros de todo o país para Jurerê Internacional. O Cafe de la Musique recebeu o sunset party exclusivo para hóspedes do evento e reuniu nomes como o ator Caio Castro e a modelo Alessandra Ambrósio. Os DJ’s PicSchmitz, Mitchlj, DJulco, Ale Assumpção e a dupla Be Biagi e Edu Lopes, do projeto BHM, assinaram os set lists da noite, mantendo nas alturas a animação dos festeiros.

Monalisa Guollo, Luiza Gattiboni e MÔnica Guollo

Isabela Lima, Maria Fernanda Simões

Matheus Mazzafera e Alessandra Ambrosio

Caio Castro

Jéssica Júlia e Luccas Pereira

Luna Silveira

Caetano Calil e Juliana Calil

Vitoria Marsico



mural milk

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Alexa Novgorodcev

TIPO A

aline marquez

Lorena maia e Helen Brandão

Milk é o destino do primeiro time em Jurerê Internacional

Gabriela Losekan

Nathalia Poiatt

Victoria Amaral

Gabrielle Turatti e Luiza Seger

fotos LUCAS MOÇO

B

alada que reúne os mais vips entre os vips, a Milk caiu de vez no gosto do público mais exigente do Brasil e do mundo, e se consolidou no verão de 2017 com casa cheia em todas as noites em que abriu.

Iara Orige

Nicole May Coppi

giovana raupp

Jéssica Franzoni

Marina Maragno

Tally Smitas e Isabela santos

Maria Eduarda Carrer

Mima hmielevski



mural Fields

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larissa cardoso

maria luisa carioni

CHEFIA

Fields divulga parceria com a label Like a Boss

Giovana Raupp, Marina Kremer e Ana Luisa Polli

fotos ADRIEL DOUGLAS

E

m parceria com a label “Like a Boss”, festa consagrada de hip hop em Florianópolis, a Fields traz nos meses de junho, julho e agosto para a Capital quatro atrações de destaque no cenário nacional do rap e do hip hop. A programação teve início no dia 10 de junho com a banda de rap Cacife Clandestino. Dia 23 de junho foi a vez do rapper Projota subir ao palco da casa pela primeira vez. Considerado um dos maiores casos de banda independente da história do Brasil, a Cone Crew veio a Floripa no dia 8 de julho. E no dia 26 de agosto, Costa Gold encerra a sequência de shows.

luisa bristot

Maria Luisa Carioni e amigas

gustavo pizza e convidados

trio like a boss: tuca, rafinha e Leo

felp 22 (cacife clandestino)



mural Danny Luz

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A ALTA da BOLSA Danny Luz inaugura showroom em Santo Antônio de Lisboa fotos DARLINE SANTOS

A

diversão deu tom na inauguração do showroom da Danny Luz, a marca de bolsas mais alegre do Brasil. Na casa em Santo Antônio de Lisboa os convidados conheceram os lançamentos da coleção 2017, que trouxe novidades em veludo e vinil transparente, as tendências da estação. Tudo no estilo inusitado da Danny, a criadora da marca, que transforma sua imaginação sonhadora em bolsas. Você pode conferir a linha completa dos produtos e agendar visita ao showroom através do site dannyluz.com.br


mural Danny Luz

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