Nesse contexto, a prática do manejo de debicagem é o método mais eficiente nos sistemas produtivos, principalmente para reduzir o canibalismo e arranque de penas, diminuir a quebra de ovos, seleção e desperdício de ração, melhorando a conversão alimentar, comportamento das aves e reduzindo mortalidade (ROCHA et al., 2008; ARAÚJO et al., 2005). Entretanto, a debicagem apresenta desvantagens sob a ótica do bem-estar animal, alegando que é um procedimento que vai contra o bem-estar das aves, pois causa estresse, dor e, após este procedimento, as aves passam por um período em que não conseguem se alimentar normalmente, ocorrendo perda de peso e diminuição de seu desempenho produtivo. No entanto, é um manejo importante e essencial na avicultura de postura, pois não há uma alternativa viável que reduza efeitos negativos causados pelo canibalismo, arranque de penas, bicagem de ovos e mortalidade.
Convencional por lâmina quente A debicagem é um manejo realizado na fase de crescimento das aves, que influencia diretamente no desenvolvimento e na qualidade das frangas. Um dos maiores desafios para os criadores de poedeiras é atingir um nível de debicagem adequado, sendo esta uma característica primordial para seu sucesso (HUNTON, 1998). O estresse resultante do mau procedimento e de falhas na debicagem pode afetar a produção inicial de ovos. O método convencional de debicagem com utilização de lâmina quente é o mais empregado pela maioria das granjas, porém, apesar de seus efeitos benéficos, sua metodologia demonstra controvérsias no que diz respeito ao bem-estar das aves (GENTLE, 2011; DENNIS & CHENG, 2010;). Essa prática de manejo consiste no corte e na cauterização do bico da ave com lâmina quente, sendo ideal realizá-lo com sete a oito dias de vida do animal, e quando houver necessidade da redebicagem deve ser feita até a 12ª semana de idade.
Radiação Infravermelha Nos últimos anos, alguns métodos alternativos e menos agressivos vêm sendo testados para melhorar o bem-estar das aves. Como exemplo, podemos citar o tratamento de bico realizado por meio de radiação infravermelha no primeiro dia de vida da ave no incubatório. Essa metodologia consiste na exposição do bico de pintainhas à luz infravermelha, que é utilizada para tratar o tecido córneo da ponta do bico. Dessa forma, há queda gradual do bico. Em aproximadamente 10 dias a ponta do bico amolece e cai, sem cortes que possam favorecer a entrada de patógenos ou gerar sangramentos, proporcionando tempo para o animal adaptar-se à alteração de tamanho e forma do mesmo, o que não é observado ao se debicar uma ave por meio do método de lâmina quente (DENNIS et al., 2009). Nesse método também é necessário realizar a segunda debicagem, em torno de 70 dias de vida das aves. Por se tratar de um método automatizado, esse tipo de debicagem oferece precisão no tratamento e uniformidade de corte do bico, minimizando, assim, o erro do operador. Por se tratar de uma tecnologia menos traumática, espera-se que tenha melhor aceitação sob o ponto de vista do bem-estar animal. Segundo Honaker & Ruszler (2004), sua aplicação no incubatório representa menor custo, quando comparada ao método convencional realizado na granja. Enquanto um profissional experiente no processo de debicagem convencional por LQ consegue debicar de 1000 a 1200 pintainhas/hora, no sistema automático por RI estima-se a debicagem de 4000 mil aves/hora (NOVA-TECH ENGINEERING, 2012).
A debicagem é o método mais eficiente nos sistemas produtivos, pois reduz o canibalismo e arranque de penas, a quebra de ovos, seleção e desperdício de ração, melhora a conversão alimentar, o comportamento das aves e reduz a mortalidade
Debicagem em V Também tem-se adotado a debicagem V nas granjas, mas ainda são escassas as pesquisas sobre a realização dessa debicagem, em que é utilizado o debicador Verschuuren que realiza movimento de corte transversal com uma lâmina que no centro possui um formato em V. Essa técnica apresenta vantagens em relação à debicagem Revista do Ovo
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