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Mobilidade sustentável

A OPÇÃO ELÉCTRICA EM MOBILIDADE

SERÁ SUSTENTÁVEL NUMA UTILIZAÇÃO SUBURBANA ?

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A MOBILIDADE ELÉTRICA É INCONTORNÁVEL SOBRETUDO QUANDO EM DUAS RODAS SE AFIRMAM CADA VEZ MAIS COMO UMA OPÇÃO DE MOBILIDADE NOS GRANDES CENTROS URBANOS. AS EMPRESAS DE RENTING E DE SHARING DE SCOOTERS ELÉTRICAS NAS GRANDES CIDADES PROLIFERAM E LANÇARAM O CONCEITO E A MODA, CRIARAM A NECESSIDADE E O HÁBITO NA UTILIZAÇÃO DE MOBILIDADE ELÉTRICA URBANA.

TEXTO: PEDRO ROCHA DOS SANTOS / FOTOS: PEDRO MESSIAS / COLABORAÇÃO: MARINA OLIVEIRA

Quisemos perceber se face à autonomia que uma scooter de motor de combustão interna de 125cc proporciona e em trajectos mais longos, urbanos e sub-urbanos, utilizando apenas estradas nacionais e evitando as auto-estradas, as elétricas equivalentes em peso/potência e homologação poderiam ser uma alternativa de facto às tradicionais mais poluentes. Assim decidimos realizar um trajecto considerando a autonomia e a velocidade máxima de uma scooter eléctrica de topo e equivalete a uma 125cc. Optámos por utilizar uma scooter NIU, líder a nível mundial em scooters elétricas, selecionando o modelo topo de gama da marca chinesa, a NQI GTS Sport, scooter que tem uma autonomia média entre os 80/90 Kms e atinge uma velocidade máxima de 70 Km/h. Para o comparativo pretendíamos uma scooter Euro 5, por serem as menos poluentes, igualmente de plataforma e numa configuração semelhante à NIU que neste caso montava Top Case como opcional. A escolha recaiu sobre a Honda SH125 de 2021 que pelas suas características se enquadrava perfeitamente no nosso objectivo. O trajecto que decidimos realizar foi entre Cascais e a Expo em Lisboa num percurso

previamente calculado de cerca de 80 Kms ( autonomia máxima da scooter elétrica ). Circulámos sempre por estradas nacionais onde o limite de velocidade máxima por exemplo na Marginal era de 70Km ( idêntico à velocidade máxima da NIU elétrica no modo Sport ) e depois já em cidade, sem passar os limites legais estabelecidos, entre os 40 e os 50 Km/h. Carga máxima na scooter NIU que é obtida em cerca de 5 h e depósito atestado da Honda e arrancámos de Cascais com destino à Expo. O trajecto da Marginal até à Cruz Quebrada e mais um pouco até Algés foi todo realizado no Modo Sport pois garantia uma velocidade de circulação até 70 Km/h facilmente acompanhada pela Honda SH125, que pedia sempre para rodar mais rápido. O ritmo foi respeitado e estabelecido pela Scooter elétrica. Já em cidade optámos por passar para Modo Dynamic que limita a velocidade a 50 Km/h, tentando assim fazer uma melhor gestão da carga disponível. Chegámos á zona da Expo sempre circulando junto ao mar e ao rio, tendo realizado uma ou outra incursão no interior da cidade de Lisboa . Quando parámos para fotografar e abastecer-nos, também nós, de algum alimento, tínhamos percorrido 60 Kms e a NIU elétrica acusava 45% da bateria ainda disponível, suficiente para realizar um percurso directo da Expo a Cascais em modo Dynamic e com sorte talvez parte da Marginal em modo Sport. A Honda SH 125 acusava uma média de 2.7 litros/ 100 Kms no seu écran, acima dos 2.3 l/100Km que reclama a marca. No percurso de volta ao chegarmos a Carcavelos, já com 80 Kms percorridos e com 15% de bateria ainda disponível, o sistema de gestão de consumo da NIU colocou-nos automáticamente em modo e.SAFE passando a NIU a rodar numa velocidade máxima de 25 Km/h. Por entendermos rodar a essa velocidade poderia ser numa estrada nacional algo perigoso decidimos terminar o nosso teste por ali, e tirar conclusões a partir dos dados obtidos naquele momento. Total de Kms percorridos pelas2 Scooter 80 Kms. A NIU circulou sempre em modo Sport e Dynamic com velocidades máximas entre os 70 e os 50 Km/h respectivamente. Fazendo uma conta simples e considerando que a NIU obteve carga máxima em 5h e o custo do Kw/h é de 0,21 eur temos um custo final de 1.05 euros para percorrer os 80 Kms. No caso da Honda SH 125 o painel indicava um consumos de 2.8 l /100 Km o que dá 2,24 litros gastos nos 80 kms. Se considerarmos o custo litro de 1,544 eur obtemos um custo total de consumo de 3,46 euros, ou seja, mais de 3 vezes o custo obtido com Scooter elétrica.

CONSIDERANDO QUE OS DOIS MODELOS TÊM PVP’S SENSIVELMENTE IDÊNTICOS PODEMOS CONCLUIR QUE :

A NIU NQi GTS Sport é obviamente mais económica em termos de consumos, tem uma velocidade limitada aos 70 Kms/h e uma autonomia entre os 80 e 90 Kms, comprovada pelo teste que realizámos. Os tempos necessários para carregamento podem limitar a sua utilização em trajectos fora

da cidade, a obrigar neste caso a preocupar-nos em iniciar o dia sempre com carga máxima na bateria. Tem porém a vantagem de ter um custo de assistência muito mais baixo pois apenas há que substituir pneus e pastilhas de travão. A NIU tem ainda disponível uma aplicação que permite aceder a uma série de funcionalidades inclusivamente localizar a moto e bloquear a mesma. A Honda SH 125 é de facto menos económica no custo Km no que toca a consumos e obviamente na sua manutenção também. Porém tem uma velocidade máxima que supera os 100 Km/h o que nos permite realizar trajectos mais rapidamente, sobretudo em auto-estrada. A sua autonomia é também muito superior e muito perto dos 250 Kms, ironicamente 3 vezes superior ao da NIU elétrica. Tem finalmente a vantagem de podermos abastecer a qualquer momento e em qualquer posto de abastecimento num tempo infinitamente menor. No final a escolha será sempre de cada um, se os trajectos diários em média não superam os 50 a 60 Kms a scooter eléctrica pode ser uma opção mais económica e amiga do ambiente. Se por outro lado os trajectos são superiores aos 60 Kms diários com utilização de auto-estrada então a opção de scooter de motor de combustão interna pode continuar a fazer mais sentido. Tal como nós e para poderem tomar uma decisão com conhecimento de causa aconselhamos a que testem as duas opções antes e saberem aquela que se adapta melhor às vossas necessidades e convicções.

EQUIPAMENTO UTILIZADO :

CAPECETES NEXX E BLUSÃO MACNA

AGRADECIMENTOS :

HONDA MOTOR EUROPE PORTUGAL E ART ON WHEELS GARAGE