Estúdio 06

Estúdio 0 6

Gabriela Mendonça Teixeira Nathália Rocha Dias Monique Silva Neves

01

Diagnóstico

Marcada desde o início pelas suas enchentes, como é destacado pela Prefeitura local (2014) a história da cidade iniciou-se em 1 692, durante

Imagem 01 - Solar da Baronesa : Igreja do Rosário : Santa Luzia, MG

o ciclo do ouro. Quem foram os responsáveis pela implantação do primeiro núcleo da Vila, foram os remanescentes da bandeira de Borba Gato, nas margens do rio das Velhas, no garimpo de ouro de aluvião.

Com a recorrente enchente do rio, o pequeno vilarejo mudou-se para o alto da colina, onde, hoje, é o Centro Histórico da cidade. Em 1 697, ergueu-se o definitivo povoado. Mais de 15 0 anos depois, em 185 6, o povoado foi emancipado e desmembrado de Sabará e a par tir de 1924, passou a se chamar Santa Luzia.

Apesar de ter sua origem vinculada ao ouro, Santa Luzia se destacou pelo comércio, por se encontrar no caminho de passagem de tropeiros.

No século X X tornou-se um polo industrial. O centro histórico de Santa Luzia possui ambiência peculiar, composto por tecido urbano

Histórico

carac terístico do período colonial mineiro, com o traçado das ruas sinuosas e orgânicos. O Centro histórico tem como destaque a Igreja Matriz de Santa Luzia e as edificações em seu entorno, com duas vias principais: a Rua Direita e a Rua Floriano Peixoto. (Santa Luzia, 2014) (Imagem 01) Em relação aos conjuntos arquitetônicos presentes na região, apresentam a tipologia arquitetônica do período colonial mineiro, mesclado com exemplares de arquitetura eclética, moderna, pré-moderna e contemporânea (Imagem 02).

Imagem 02 - Memória Santa Luzia MG, casas coloniais

Imagem 03 - Estação Ferroviária - Santa Luzia, MG

A estação santa luzia foi inaugurada em 6 de abril de 1893 e é um ponto central da história de Santa Luzia. Marcada por traços da arquitetura colonial, a estação conta com um complexo turístico até hoje, sendo hoje uma biblioteca municipal e casas de ferroviários no trecho da ferrovia, refletindo a história local. Algumas estações semelhantes carac terísticas dessa arquitetura estão presentes em Sete L agoas, Congonhas do Campo e em Prudente de Morais. ( Rede Minas, 2020 ) Em 2012 um vagão carregado com madeira que pegava fogo incendiou a sede da estação ferroviária, o que inviabilizou sua utilização na

Histórico

atualidade. O projeto inicia-se na ponte velha e contorna a rua do comércio e chega até a ponte nova. Existem restaurações de casas tombadas na rua do comércio e dialoga com a estação ferroviária, tendo como ponto central a praça de em frente a edificação. O local em análise é a fábrica de sabão, que atualmente é tombado, contudo é privado e passa por reformas, revitalizações e construções de um possível shopping, de acordo com a arquiteta Márcia Cristina de Souza. ( Rede Minas, 2020 )

Imagem 0 4 - Estação Ferroviária - Sete L agoa, MG

02

Carac terização geral da área

Imagem 0 6 - Localização Santa Luzia no mapa de Minas Gerais

Imagem 05 - São João Batista, Santa Luzia - MG, 33 033 0-05 0, Brasil

Santa

Luzia

é

um

município

que

faz

par te

da

RMBH

(Região

Metropolitana de Belo Horizonte. O município de Santa Luzia faz divisa com a Cidade de Belo Horizonte, estando localizado a Nor teNordeste da Capital Mineira.

O município se estende por 2 35,3 km² e contava com 219 134 habitantes no último censo. A densidade demográfica é de 931,2 habitantes por km² no território do município.

Vizinho dos municípios de Vespasiano, Belo Horizonte e Sabará,Santa Luzia se situa a 12 km a Nor te-Leste de Belo Horizonte.

Situado a 732 metros de altitude, Santa Luzia conta com um povo industrial diverso, devido a política de incentivos fiscais. Além disso, conta com uma rede ferroviária ampla, que atua na cidade até hoje.

Imagem 07 - Divisão de distritos, regiões e bairros

02

Imagem 08 - Mapa hidrográfico

Imagem 0 9 - Mapa topográfico

A hidrografia da região é per tencente à bacia São Francisco e a subbacia Rio das Velhas que atravessa o município no sentido sul nor te,

Infraestrutura urbana

sendo considerado o principal curso d’água do município. Este último está presente nas áreas adjacentes da região de estudo, sendo um impor tante marco na paisagem. Ademais, ao longo da ex tensão deste

recurso

natural,

são

encontradas

habitações

irregulares,

que junto aos dejetos lançados sem nenhum tipo de tratamento, contribui diretamente para um alto nível de concentração de agentes degradadores. A área também é carac terizada pela presença de vegetação. As parcelas relacionadas à vegetação arbórea estão principalmente concentradas ao leste, além de possuir manchas expressivas de vegetações adjacentes aos cursos d’água.

Em relação à topografia do terreno, a região apresenta declividade em relação ao Rio das Velhas, com a cota altimétrica variando entre 680 a 720 no entorno. Devido ao elevado adensamento populacional próximos às áreas de baixa altitude e adjacentes ao recurso hídrico, tal localidade é

constantemente afetada pela inundação no período

chuvoso. Entre os locais mais atingidos, destaca-se Rua Baldim e Rua Rio das Velhas.

Imagem 10 - Zona alagada

03 fluxo intenso fluxos de pessoas

faixa de pedestre

fluxos de veículos

Mesoestrutura urbana

Imagem 11 - Vias

Dentre as principais vias que compõem o município de Santa Luzia encontra-se a rodovia federal BR381, as rodovias estaduais MG-020, MG-010, AMG-145. Entre elas, destaca-se a MG-020 e AMG-14 5 como as principais vias de acesso para a região de estudo. Elas possuem duas faixas de rolamento com capacidade de supor tar um fluxo de veículos com carga mais elevada que percorre a via diariamente.

Em relação às demais vias, são compostas por vias locais e possuem menor capacidade de fluxo de veículos e alto por te.

Na maior par te das vias, a pavimentação é asfáltica proporcionando boas condições para o tráfego veicular As calçadas obser vadas no entorno da área, de forma geral, estão em condições de uso, contudo são estreitas dificultando o tráfego de pedestres. Além disso, a região possui passagem ao nível sinalizado na interseção com a rua Rio das Velhas

vias sem pavimento

Estrutura Fundiária

04

A estrutura fundiária da região de estudo possui dimensões variadas de loteamento devido à forma orgânica de ocupação territorial ao longo dos anos. As edificações são carac terizadas como uso de uma diversidade tipológica que correspondem às centralidades de comércio e ser viços locais, bem como de uso residencial unifamiliar.

Também se destaca parcela espacial sem função social com ex tensas vegetações, além da Área de Preser vação Permanente adjacentes ao Rio das Velhas. De forma geral, a região apresenta par te de sua espacialidade correspondente a áreas urbanas com grande potencial de expansão.

Imagem 11 - Mapa hidrográfico

05

O abastecimento de água da região é fornecido pelo sistema de produção Rio das Velhas, sendo responsável pela prestação de ser viço a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (COPASA). Tal processo consiste na captação, tratamento, reser va e distribuição deste recurso hídrico. De acordo com o diagnóstico da situação do saneamento básico do Brasil, efetuado pelo Ministério do Desenvolvimento Regional em 2017, os setores de Santa Luzia apresentam um índice de 93 % de

Instalações e Ser viços

abastecimento de água, possuindo grande parcela da população da área estudada integrada a este sistema. (Imagem 11) Em relação ao Sistema de Esgotamento Sanitário (SES), a região possui rede coletora e tratamento de esgoto em maior par te de sua ex tensão.

Tal sistema é constituído pelas etapas de coleta, interceptação, elevação e tratamento dos esgotos gerados na região. As áreas não cober tas pelo ser viço consistem em ocupações irregulares situadas em áreas de risco, sendo recomendado a remoção e o reassentamento desta população.

As linhas de transmissão de energia estão distribuídas nas áreas mais adensadas dos municípios, passando diretamente no centro histórico.

Tal ser viço é realizado pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig).

O gerenciamento dos resíduos sólidos domiciliares (RSD) é realizado em Santa Luzia de forma terceirizada. A coleta domiciliar ocorre em dias alternados, diurna e noturna, e diariamente, em rotas com maior fluxo e avenidas principais no Município.

Imagem 12 - Mapa abastecimento de água

Marcos urbanos - históricos

06

Paisagem cultural

Imagem 13 - Feira ar tesanal Estação Ferroviária Santa Luzia

s

no

ios

z Va

A paisagem natural e cultural da área de estudo está intercalada aos elementos arquitetônicos que compõem e conformam o espaço construído, possibilitando diferentes olhares em relação ao ponto de vista do obser vador. O contraste dos espaços vazios e cheios proporciona experiências distintas, como as edificações ocasionando às barreiras visuais, enquanto a praça Getúlio Vargas e a própria Estação Ferroviária viabilizam uma amplitude visual.

a urb

Paisagem natural e carac terísticas bioclimáticas

07

Imagem 14 - Vegetação local

Os marcos naturais e construídos também são outros elementos impor tantes que compõem a paisagem local. Entre eles podemos destacar como natural as áreas arborizadas, o Rio das Velhas. Já os marcos construídos podem ser citados: a antiga fábrica de sabão, a

hidrografia

Antiga Estação Ferroviária, a Biblioteca Municipal Professor Francisco Tibúrcio de Oliveira e as edificações compostas na rua do comércio.

As carac terísticas do clima do município de Santa Luzia é predominante temperado. No mês mais frio, em julho, a temperatura média é de 19 °C e no mais quente, em fevereiro, a temperatura média é de

22,0 °C .

A amplitude térmica mensal, em todo ano, é de aproximadamente 10 °C . O período de verão apresenta temperaturas elevadas e índice de precipitação elevado, e o inverno apresenta temperaturas baixas e o clima predominantemente seco. Umidade relativa média varia ao longo do ano de 64,5 % a 79 %;

o mês com maior insolação é o

mês de agosto e o com menor é o de dezembro. A região também é carac terizada com a ocorrência de ventos no sentido leste e pela alta incidência solar com alto potencial da energia alternativa.

área com vegetação

08

Entorno urbano

Imagem 15 - Calçada inacessível

Com

base

na

análise

efetuada

do

local,

destaca-se

várias

irregularidades obser vadas nas calçadas que são inadequação à legislação,

como:

acabamento

inadequado,

descontinuidade

na

super fície, espaçamentos inadequados e ocupação pelo comércio.

Também foi possível perceber que as ruas adjacentes ao quar teirão do projeto são estreitas, o que dificulta a passagem de pedestres, bem como o dimensionamento de calçada que permitirá um padrão adequado de acessibilidade. Dentre as ex tensões estudadas apenas uma região apresentou piso guia, contudo a rota ainda permanece inacessível. Conclui-se desta forma que a área não possui capacidade de acessibilidade, faltando rampas para por tadores de necessidades especiais ou mobilidade reduzida e piso guia.

Imagem 1 6 - Piso acessível

09 De acordo com a legislação vigente do uso do solo urbano no município de Santa Luzia, é preciso considerar : (Câmara Municipal, 2013) VI – a ex tensão máxima de qualquer face de uma quadra deverá estar compreendida entre 20 0 (duzentos) e 5 0 0 m (quinhentos metros) lineares, a ser definida em diretrizes municipais para o parcelamento, exceto nas áreas situadas em ZOE, onde a ex tensão máxima de quadra poderá ser superior, mediante anuência prévia municipal dos órgãos ambiental e de trânsito; VII - as áreas destinadas ao sistema de circulação, a equipamentos públicos comunitários e a espaços livres de uso público corresponderão, no mínimo, a 35 % ( trinta e cinco por cento) da área da gleba; IX - consideram-se espaços livres de uso público as áreas destinadas a praças, jardins, parques e similares; X - consideram-se equipamentos públicos comunitários as edificações ou 04 instalações destinadas à educação, cultura, saúde, lazer e similares; XI - as áreas destinadas a equipamentos públicos comunitários e

Uso e ocupação do solo

os espaços livres de uso público deverão situar-se em locais com declividade

favorável

e

adequada

condição

geológica

e

serão

localizados, caso a caso, pelo Município, que também estabelecerá a quantidade de equipamentos necessários, de modo a favorecer a estruturação urbana da área; XII - os percentuais de áreas destinadas a espaços livres de uso público e equipamentos públicos comunitários, serão definidos em diretrizes de modo a per fazer, no mínimo, 15 % (quinze por cento) do total da gleba; XIII - para os espaços livres de uso público deverão ser obser vados os seguintes critérios: - em parcelamento industriais, os espaços livres de uso público deverão somar, no mínimo, 10 % (dez por cento) da área total da gleba; - não serão consideradas, para efeito do cálculo do percentual de espaços livres de uso público, as áreas de rótulas viárias, separadores medianos de vias e as ser vidões administrativas e prediais; Área do terreno: 884.248,65 m2

mistos vendas serviços

10 tos

en

im av

sp

trê

tos

en

im av

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do

to

en

Altimetria

um

As edificações do entorno são majotarialmente casas residênciais e comércios de pequeno e médio por te, de 1 ° e 2 ° pavimento. Seguindo isso, não existe grandes bloqueios de visada na região, tanto de edificações, quanto de vegetações existentes devido ao bioma cerrado típico da região. Nesse sentido, as altimetrias seguem um padrão, tendo edificações de grande por te.

im av

p

alt

im

ia etr

al

loc

11

Imagem 2 0 - Degradação da Estação Ferroviária

Solar da Baronesa; O famoso Solar da Baronesa é um dos casarões mais belos da época. Construído entre os séculos 18 e 19, abrigou D. Pedro II durante sua viagem por Minas Gerais. Nos estilos rococó e neoclássico, o solar possui um lindo retábulo dedicado à Nossa Senhora das Dores. ( Instituto estrada real, Imagem 17 - Estação Ferroviária

2021 ) Rua Direita;

Relações plástico-formais

Como a maioria das cidades históricas, o município também possui a sua Rua Direita. Principal centro comercial do então arraial de Santa Luzia do Rio das Velhas, a Rua Direita abrigava as principais famílias da cidade e também concentrava todos os poderes, religioso, executivo, legislativo e judiciário. ( Instituto estrada real, 2021 ) Mais que isso, suas relações plásticas estabelecidas, principalmente do centro histórico, remete a década de sua construção, referindo ao contex to colonial, com casas de 1 a 2 pavimentos, baixas, com janelas amplas e paredes com espessura grossa garantindo uma proteção tanto climática quanto sonora. Além disso, seu telhado típico telhado colonial é evidenciado na construção, apesar de necessitar grande manutenção, permite também o confor to climático das casas.

Na região dos seus tombamentos é preser vada a pintura original e a forma estética, plástica e física da construção das casas locais. Outro ponto de reflexão são as calçadas, que em muitos Imagem 18 - Capela de Nossa Senhor do

Imagem 19 - Solar da Baronesa

documentos e descritas como ponto de debate na sociedade de Santa Luzia , em que, muitos moradores locais insistem pela substituição por pavimentação e outros pela preser vação da

Bonfim

calçada atual. Em primeiro momento a prefeitura optou pela preser vação da calçada atual, sem maiores modificações, preser vando a história local.

Santa

Luzia

tem

como

base

histórica

tanto

as

carac terísticas

Conjunto, apesar do tombamento de diversas edificações impor tantes para a história local,

ambientais, hidrográficas e topografias da cidade quanto suas

isso não garante sua proteção efetiva. Isso é demonstrado no caso da estação ferroviária,

construções coloniais. Dentre suas construções, muitas são tombadas

que atualmente encontra-se em estado de descaso pelo poder público, sem manutenção e

e preser vadas pela secretaria de cultura da prefeitura da cidade, sao

revitalização do espaço, após o incêndio de 2012. Tais degradações podem ser verificadas acima

destacadas acima.

(Imagem 20).

Axiomas de restauro e cultura local

12

Imagem 21 - Aniversário da Cidade 18 de Março

Imagem 2 3 - Bloco das borboletas 19 91

Imagem 22 -Semana Santa - Evento permanente

Imagem 24 - Folia de Reis

Para a proposta de inter venção é preciso considerar as diretrizes descritas pelo L audo Técnico N° 0 6 de 2018, elaborado pela analista do Ministério Público/ Arquiteta Urbanista - Andréa Novais: O restauro, preser vação e valorização de elementos originais da edificação, tais como as chaminés e caldeiras; O respeito à volumetria pré-existente, devendo permanecer abaixo das linhas das empenas frontais do prédio; O respeito à cober tura original, buscando seguir as orientações das águas como as da estrutura original.

O resgate dos vãos originais que formam o interior do prédio; A padronização das fachadas.

Aspec tos destaques

13

Prognóstico

No que se refere a Santa Luzia, sua história sempre refletiu mudanças de acordo com o desenvolvimento tanto econômico quanto social da cidade. Um exemplo disso é a história da fábrica de sabão, relatada no vídeo da rede minas como um marco essencial para a cidade, porque por meio dela que iniciou a atividade industrial da cidade, junto com a fábrica de tecidos.

Além

disso,

é

impor tante

salientar

sobre

as

atividades

locais

realizadas, debatidas em sala de aula, como por exemplo uma feira de ar tesanato na praça Getúlio Vargas, em frente a antiga estação e a biblioteca pública Professor Francisco Tibúrcio de Oliveira. Tais eventos e construções de ambiência são mecanismos de união da cidade, que relaciona com o público de utilização: jovens, adultos e idosos.

14

O que conser var ?

conservar

Imagem 25 - Memória Santa Luzia MG

A proposta do projeto é manter as carac terísticas arquitetônicas da antiga edificação, prevalecendo as fachadas que compõem a Antiga Fábrica de Sabão, sendo revitalizadas. Além disso, as edificações estabelecidas na rua do comércio permanecerão, junto à quadra de espor te, para a integração das novas atividades locais.

Este processo inclui a revisão da estrutura e demais elementos pré-existentes que serão mantidos se garantirem a segurança, ou atualizadas, se os equipamentos

comprometerem o uso do

edifício, objetivando o melhor desempenho funcional. Dessa forma, a restauração do patrimônio estabelecerá a unidade potencial, da mesma forma que contribui para se tornar uma edificação simbólica do município.

entrada de veículos entrada de pedestres fluxo de visitantes

Como ocupar ?

15

Imagem 26, 27 - Rua do Comércio

A sede do projeto em análise, encontra-se em um ponto de grande incidência comercial, já verificado nos pontos históricos abordados acima. Um exemplo disso é o relato que a rua do comércio abrigava um ponto impor tante de mercantilização da cidade, onde existia um por to para os barcos que navegavam pelo Rio das Velhas, transpor tando mercadorias

comercializadas

em

Minas

Gerais.

Dessa

forma,

é

compreensível que o empreendimento seja de cunho comercial e público, devido à alta demanda já existente no bairro desde o início da construção da cidade.

Relações urbanas

16

É proposto criar uma abordagem que converse com as construções coloniais já existentes no local, como a antiga estação ferroviária. O acesso dos pedestres será amplo em todo projeto, já existindo muitas aber turas na fachada que será

A relação que se busca no projeto é de conexão e revitalização do espaço.

preser vada. Os veículos terão dois acessos separados de acordo com seu por te.

Como já mostrado em muitos jornais, a região encontra-se em um contex to de

Os de pequeno por te (motos e bicicletas) terão acesso ao estacionamento de

pouca preser vação, mesmo com a grande incidência de pessoas. Dessa forma,

área reduzida, devido sua localização encontra-se na rua Felipe Gabrich que tem

busca uma valorização mais efetiva do espaço, tornando como ponto essencial

grande tráfego de carros devido à passagem da locomotiva e o fluxo intenso

de conexão entre as regiões inseridas em Santa Luzia (São Benedito e centro

no centro comercial. Já os veículos de grande por te (automóveis e ônibus)

histórico). Nesse sentido procura-se por meio da proposta potencializar não

terão acesso pela rua José Sobrinho, que além de apresentar um menor fluxo,

apenas a histórica local mas objetos que podem unir as relações interpessoais

também poderá ser desativada ocasionalmente para atividades locais ( feiras

entre a comunidade: eventos religiosos e culturais, comidas típicas e debates

que poderão se expandir para a rua).

político-sociais.

17

O que construir ?

Conforme, identificado

no diagnóstico, a região de estudo ainda apresenta

carência de locais para as atividades culturais. Uma solução para este cenário seria o desenvolvimento de um projeto de interesse cultural que funcione como equipamento urbano para a localidade. Outro fator impor tante a ser estabelecido é a

ligação com a memória afetiva, pois objetiva manter e

valorizar as

estruturas já existentes, bem como a criação de espaço destinados à exposição de elementos que constituem a história do local. O projeto será destinado para os antigos moradores e aos diversos grupos existentes na cidade, uma vez que serão dispostos espaços para as atividades recreativas e espor tivas.

Além disso, o projeto tem o intuito de estimular o convívio social em locais construídos e não construídos, com a utilização de áreas verdes, proporcionando a interação com diferentes usos espaciais. As possíveis galerias de ar te ao ar livre, criam

percursos que conduzem o caminho, junto às edificações que

orientam o fluxo de pedestres.

18 área a preservar

área verde exposição e comercialisação A proposição projetual tem como inspiração o renomado projeto de Lina Bo Bardi, do Sesc Pompeia. Preser vando a memória local e procurando propor mobiliários

Proposição projetual

e um local que dialogue com o contex to local de estudo, apresentamos o novo centro cultural e coworking de Santa Luzia. A ideia é abordar no projeto já atividades que acontecem em torno da região estudada, como o trabalho de escritórios locais, empreendimentos e feiras e realocar para um centro.

Contemplando diversas atividades, assim como o Sesc Pompeia, criamos um contex to versátil para atender os diversos públicos da região: jovens, adultos e idosos. Além disso, sua possibilidade de mudar se encontra também no seu número de atividades e sua realização tanto no período da manhã (oficinas) quanto na tarde (áreas de lazer e coworking) e na noite (atividades espor tivas, oficinas e feiras). O projeto foi realizado para atender o público e se adaptar às suas atividades, demandas e necessidades de acordo com o público-alvo.

A justificativa se dá pelos dados encontramos no diagnóstico e as reflexões realizadas no prognóstico, assim, dentre essas, as mais consideradas: - História local - Relação formal-estética - Infraestrutura e vegetação local

oficinas coworking esporte cozinha escritório reunião associação estacionamento

Nesse sentido foi identificado os principais problemas projetuais:

Nesse sentido chegamos às seguintes diretrizes projetuais:

- A região em análise, principalmente no que tange a par te histórica, passa

Diretrizes projetuais:

atualmente por um intenso processo de estagnação econômica e social,

- Criar um espaço compatível para a atuação de jovens entre 14 e 3 0 anos para

causando sérios danos em suas estruturas físicas e simbólicas, culminando em

atividades relativas ao espor te, cultura e empreendedorismo;

um processo de esvaziamento de suas funções e de sua identidade;

- Proporcionar possibilidades do uso do espaço de forma versátil em diversos

- As últimas administrações municipais cessaram os investimentos nessa

horários e dias, adaptando a possibilidade de maior uso dos moradores locais;

área e optaram por retirar seus órgãos e funções administrativas da região. É

- Manter a estrutura atual para comunicar aos espaços tombados e preser var a

evidenciado por registros de jornais atuais um processo de abandono do núcleo

memória histórica de Santa Luzia;

histórico da cidade, - Os jovens da comunidade, bem como os adultos não têm um centro comercial ativo na cidade e buscam por atividades interculturais e diversificadas em municípios vizinhos como Belo Horizonte, Sabará, Betim e Contagem;

Dessa forma é evidente que a criação de um centro que contemple atividades múltiplas contribuirá de forma efetiva na comunidade local. Em pesquisas realizadas com moradores locais foi evidenciado tal necessidade na fala do aluno Aluísio Júnior, estudante de arquitetura e urbanismo do IFMG: “É necessário um centro

Proposição projetual

cultural, principalmente para população jovem. Alguns já existem, como a Kolping, mas um que destaque o centro histórico e incentive a visita de bens tombados pela população local será de grande ganho para a cidade”. Diante disso é evidenciado na fala do morador local a ausência de um centro, como estabelecido em nossas diretrizes, relembre e preser ve a cultura local, passando para as próximas gerações para que a sabedoria se perpetue.

19 área a preservar

área verde exposição e comercialisação oficinas coworking esporte

Proposição projetual

cozinha A construção se baseia na área da antiga fábrica de sabão, sendo preser vado: Fachada atual da fábrica de sabão; Fachada atual da funerária local; Cober tura das casas locais, bem como suas estruturas existentes; Revitalização da pintura por meio do processo de prospecção Aber turas de janelas e por tas já existentes de casas e da fábrica; Possíveis ganhos: Aquecimento da economia local por meio de atividades que gerem emprego e recurso para a população local: feiras, atividades culturais, mercado ar tesanal com produtos tradicionais locais; Aumento da par ticipação da população em atividades em comunidade: oficinas, debates de políticas locais, reuniões de associações existentes e centralização de eventos já existentes: cinema local e festival de teatro; Integração das atividades ocorrentes e aumento do reconhecimento da história local pela própria população de Santa Luzia;

escritório reunião associação estacionamento

Soluções bioclimaticas

20

Imagem 29 - Espaço de convivência SESC Pompéia

Imagem 3 0 -Diagrama de Fluxo SESC Pompéia

Referências

Imagem 28 - Espaço interno SESC Pompéia

Imagem 31 - Coworking

Imagem 32 - Coworking

Referências

Referências de imagens Imagem 01 : Fonte: https: //cidades.ibge.gov.br/brasil /mg /santa-luzia /historico Imagem 02 : Fonte: https: //www.facebook .com/Mem%C3 %B3ria-Santa-Luzia-MG- 470140 436353613/photos /91033 0375 667948 Imagem 03 : Fonte:

Santa Luzia (MG). Prefeitura. 2014. Disponível em: www. santaluzia.mg.gov.br/.

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https: //www.google.com/search?q=esta%C3 %A7 %C3 %A3o+ferroviaria+de+santa+luza+atualmente&tbm=isch&ved=2ahUKEwjDv7uPx6HvAhUJ-KwK He-QA_oQ2-cCegQIABA A &oq=esta%C3 %A7 %C3 %A3o+ferroviaria+de+santa+luza+atualmente&gs_lcp=CgNpbWcQAzoCC A A6BAgjECc6BggAE AgQHjoEC A AQHjoEC A AQGFCPnEF Y5 7hBYOS5QWgAc AB4 AIABcogB-BCSAQQxNi42mAE AoAEBqgEL Z3dzL Xdpei1pbWfA AQE & sclient=img&ei=wItGYMPf E YnwswXvoY7QDw&bih=65 7&biw=13 66#imgrc=r EMy2FRxG4rQY M

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Santa Luzia, 2018.

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CODEMIG. Companhia do Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais. Planta Cadastral do Distrito Industrial do Município de Santa Luzia. Belo Horizonte.

CODEMIG, 2018.

Imagem 0 6 Fonte: https: //www.google.com/search?q=mapa+de+santa+luzia& sxsr f=ALeKk0 0 4MRZdYcP wH0OZf tesxIjODQIHEQ: 1615249412152& source=lnms&tbm=isch& sa=X&ved=2ahUK EwjF87z7-KHvAhVH JKwKH Y86D -MQ_AUoAnoEC AwQBA&biw=1366&bih=60 0#imgrc=r6YOObxaQxhf3M Imagem 07

COPASA . Companhia de Saneamento do Estado de Minas Gerais. Cadastro da rede de abastecimento de água do município de Santa Luzia. Base georreferenciada.

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Fonte: https: //www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fcommons.wikimedia.org%2Fwiki%2FFile%3ACristina_santaluzia. png&psig=AOvVaw2WeZk3w7UuqpZSWPf fmTGF &ust=1615335815215 0 0 0& source=images&cd=v fe&ved=0C AIQjRxqFwoTCOCDz_74oe8CFQA A A A AdA A A A ABAO Imagem 08 Fonte: QGIS

IBGE . Instituto brasileiro de Geografia e Estatística. Bases e Referenciais - bases car tográficas - malhas digitais. Brasília: IBGE, 2015.

IGAM. Instituto Mineiro de Gestão das Águas. CBH Rio das Velhas. Belo Horizonte, 2018.

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SANTA LUZIA . Prefeitura Municipal de Santa Luzia. Plano Municipal De Saneamento Básico (PMSB). Santa Luzia: Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, 2019.

Fonte: Google maps Imagem 14 : Fonte: Google maps Imagem 15 : Fonte: Google maps Imagem 16 : Fonte: Google maps

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