Laços de Amor n.º 8

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EDIÇÃO Nº 8 BIMESTRAL || SCMG | Jan/Fev | 2011 Gratuito

SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE VILA NOVA DE GAIA

LAÇOS DE AMOR Uma família ao ser viço da comunidade

Animação Sociocultural: Uma oportunidade para os Utentes da Misericórdia de Gaia


ÍNDICE EDITORIAL 81 ANOS DE HISTÓRIA MENSAGEM DO PROVEDOR PALAVRA DOS UTENTES O QUE ACONTECEU

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Baile de Amor no Lar Salvador Brandão

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Seja Madrinha ou Padrinho de uma Criança

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Directora do Lar António Almeida Costa deu sessão de esclarecimento na Escola Inês de Castro

NÚCLEO MUSEOLÓGICO ESPAÇO SAÚDE HISTÓRIAS DE VIDA

A UTENTE MARIA PRAZERES TRABALHOU NA MISERICÓRDIA DE GAIA DESDE OS 14 ANOS DE IDADE

ESPAÇO VOLUNTARIADO SABIA QUE... AGENDA

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EDITORIAL

SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE VILA NOVA DE GAIA

Na actual conjuntura, todos os seres pensantes de expressão e representatividade mediática encaminham as suas preocupações e filáucia para questões económicofinanceiras – deficit, euro, emprego, FMI, crescimento económico, etc … – todavia, “hoc opus hic labor est”, isto é, “agora é que está aqui a dificuldade”, como fica enquadrado neste areópago “O Social” - o ser humano, em toda a sua plenitude com acesso: à alimentação, a um tecto, à saúde, ao carinho, à amizade, à dignidade, ao reconhecimento, à compreensão e à livre expressão?

Em Vila Nova de Gaia a resposta é fácil: Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Gaia com todo o seu devir – primando sempre por colocar em primeiro lugar o homem (idosos, crianças, pobres, os que sofrem, em geral, os que precisam), tendo sempre em linha de conta, nos seus desafios, a máxima de Ernest Hemingway: “Um homem pode ser destruído, mas nunca derrotado”.

Joaquim Ferraz Brandão (Mesário do Sector de Obras e Património)

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A MISERICÓRDIA DE GAIA... Tal como referíamos no número anterior, o processo da transferência dos bens e da administração do “Asilo, Creche e Hospital D. Emília de Jesus Costa e António Almeida Costa”, não foi pacífico, quer internamente, quer com a Associação das Creches de Santa Marinha.

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Na verdade, a Associação das Creches de Santa Marinha enviou uma carta ao Senhor Provedor da Misericórdia, em 9 de Dezembro de 1936, do seguinte teor: “Tendo esta Associação tido conhecimento pela imprensa diária da cidade do Porto, que V. Exas. haviam deliberado aceitar a administração do Azilo Creche e Hospital António Almeida Costa e D. Emilia de Jesus Costa, vimos, por espírito de lialdade e respeito por essa benemérita Instituição, informar V. Exas. que a administração especial d’aquele azilo e hospital é da exclusiva competência da Direcção desta “Associação das Creches de Santa Marinha de Gaia." Conforme se vê dos respectivos testamentos, de que ultimamente tivemos conhecimento, esta Direcção está na disposição de cumprir desde já a missão que lhe foi confiada pelos testadores – resolução esta que por nós já foi comunicada aos Exmos. Srs. Testamenteiros em oficio de 3 do corrente”. A Misericórdia só veio a responder ao Presidente daquela Associação no dia 9 de Março de 1937, pelo ofício nº. 1.804, comunicando que, por despacho do Exmo. Sr. Ministro do Interior, de 18 de Fevereiro de 1937, foi entregue a esta Misericórdia a administração dos “Asilo, Creche e Hospital D. Emília de Jesus Costa e António Almeida da Costa”. Na reunião da Mesa Administrativa de 1 de Março de 1937, e depois de tomar conhecimento do teor do ofício do

informava que o Senhor Ministro do Interior, por despacho de 18 de Fevereiro, autorizava a Misericórdia a gerir a administração do “Asilo, Créche e Hospital D. Emília de Jesus Costa e António Almeida da Costa” -, o Mesário Sr. Dr. Joaquim FranExmº. Administrador do Concelho –

cisco Pedrosa Júnior defendeu que a Misericórdia não deveria aceitar, desde já, a administração do “Asilo, Creche e Hospital”, e colocou à Mesa três questões: “a) Está no espírito da Mêsa cumprir fielmente as obrigações resultantes de disposições testamentárias feitas em seu favor? b) Entende a Mêsa que quaisquer obrigações transmitidas por terceiros para a Misericórdia em consequência da permissão que lhe conferem disposições testamentárias a obrigam a cumprir fielmente o que constar dos respectivos testamentos que fazem essa permissão? C) Para êste caso é opinião da Mêsa que é desnecessário tomar quaisquer disposições de modo a salvaguardar a sua responsabilidade se tiver conhecimento que alguns factos administrativos pouco re-

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gulares se deram que não sabe se foram liquidados, ou outros que envolvam prejuízos de terceiros?”

o Vice-Provedor, Sr. Dr. Bazílio Ferreira de Macedo, defendeu que quaisquer obrigações transmitidas por terceiros para a Misericórdia, em consequência da permissão que lhe conferiam disposições testamentárias, o obrigam a cumprir, fielmente, o que constar dos respectivos testamentos que fazem essa permissão.

Em resposta,

O Senhor Vice - Provedor disse ainda que não teme quaisquer possíveis responsabilidades para a Misericórdia, primeiro, porque as responsabilidades da Misericórdia só começam a partir da data em que lhe forem entregues quaisquer bens, e, em segundo lugar, porque em qualquer acto de posse, só se efectua a sua assinatura depois de devidamente examinados e conferidos os bens a receber ou a administrar. Em resumo, a

Misericórdia não pode ser responsável de quaisquer factos passados antes do início da sua gerência.

O Senhor Dr. Bazílio de Macedo informou a Mesa “de que respondeu a estas perguntas com a certeza de que elas não se referem à passagem para a Misericórdia da administração do “Asilo, Creche e Hospital Almeida Costa”, porque este assunto já foi suficientemente discutido e convenientemente resolvido pela Mêsa Administrativa cessante, foi sancionado por despacho do Exmo. Ministro do Interior e, no momento actual, tem plena existência legal”. Depois da maioria dos membros da Mesa ter manifestado a sua concordância com as respostas dadas pelo Sr. Dr. Bazílio de Macedo, foi nomeada uma comissão composta pelos Srs. Manoel Cardoso Martins, Provedor, Dr. Bazílio de Macedo, Vice – Provedor, Dr. João Alves Pereira, Secretário, e Camilo José de Macedo, Tesoureiro, para tomar posse de todos os bens da herança do benemérito casal Almeida Costa e da gerência dos estabelecimentos instituídos pelo casal sob a denominação “Asilo Creche e Hospital D. Emília de Jesus Costa e António Almeida da Costa”. Na reunião seguinte, realizada em 8 de Março de 1937, o Sr. Dr. Pedrosa Júnior manifestou a sua discordância com a decisão tomada na reunião anterior quanto aos poderes da Comissão acima referida e, depois de apresentar vários considerandos, nomeadamente: - “Que a transmissão de poderes dos testamenteiros na herança dos beneméritos fundadores do Asilo, Créche D. Emília de Jesus Costa e António d’Almeida Costa para a Misericórdia obriga esta ao cumprimento integral das disposições testamentárias referentes áquela herança que nenhum Estatuto ou critério pode contrariar”;


ANOS DE HISTÓRIA - “Que a transferência feita em documentos pelos testamenteiros á Misericórdia, já autorizada pelo Ministério do Interior, é feita á instituição em primeiro lugar e não a qualquer indivíduo”; propôs:

“Que a gerência administrativa do Asilo, Créche D. Emília de Jesus Costa e António d’Almeida Costa, pertencente aos testamenteiros e transferida para a Misericórdia, fique a cargo da Mêsa da Misericórdia com os encargos inerentes aos pelouros de cada mesário”;

a)

b) “Que após o acto de posse dos bens do Asilo Créche referido seja transferido todo o arquivo e escrituração do mesmo para a Secretaria da Misericórdia, ficando sob a responsabilidade do chefe da Secretaria que o integrará no arquivo e escrita da Misericórdia”; c) “Que todos os Mesários procedam pelos seus pelouros no estudo da melhor orientação a imprimir quer na administração dos bens, quer nas modalidades de assistência que a Instituição pretende atingir”; d) “Que se estudem todas as condições e obrigações escritas nos referidos testamentos e se traga ao conhecimento da Mêsa o que houver nessas disposições que não tenha sido cumprido, para esta o pôr em execução”; e) “Que depois desse estudo e de realizar o trabalho que consta do período anterior, se proceda à confecção do Regulamento Interno do Asilo Créche em harmonia com as disposições dos testamentos e do Estatuto da Misericórdia de Gaia”. Esta proposta veio a ser rejeitada pela maioria dos membros da Mesa.

A Associação das Creches de Santa Marinha de Gaia veio a reclamar da decisão junto do Ministério do Interior, a avaliar pelo teor da certidão que foi passada à Misericórdia pela Direcção Geral da Assistência, certidão

que foi presente à reunião da Mesa Administrativa de 12 de Julho de 1937 e que era do seguinte teor: “José Alberto de Faria, doutor em medicina, Director Geral de Saúde e, interinamente de Assistência, em cumprimento do despacho de Sua Excelência o Ministro do Interior de onze de Setembro de mil novecentos e trinta e seis, CERTIFICA que o parecer da repartição sobre o processo de reclamação da direcção das Créches de Santa Marinha de Gaia, com a qual concordou o mesmo Excelentíssimo Ministro, é do teor seguinte: ´No testamento com que faleceu o benemérito António de Almeida Costa, estabeleceram-

-se duas administrações para o “Asilo, Créche e Hospital”, fundado por iniciativa do testador e de sua falecida esposa Dona Emilia de Jesus Costa – uma geral, outra especial, aquela sob a denominação de comissão administrativa, esta conhecida pela denominação que tem de “Associação das Créches de Santa Marinha”. A geral seria constituída por quatro membros que seriam os testamenteiros; e, no mesmo testamento providencia-se quanto á forma de os substituir quando viessem a faltar. Em certa altura do testamento, expressamente, declara que a administração especial da créche pertencerá á citada associação de Santa Marinha – o que não é mais afinal do que uma repetição do que fora dito anteriormente. Sucede que os testamenteiros, hoje reduzidos a três, pretendem entregar á Misericórdia de Vila Nova de Gaia, a administração da referida fundação, contra o que, em documento apenso ao processo, reclama a Associação de Santa Marinha baseada nas disposições, já citadas, que parecem conferir-

A Misericórdia de Vila Nova de Gaia, autorizada pela sua assembleia geral, estaria disposta a aceitar essa administração e as autoridades locais, ouvidas sobre o assunto, são de parecer que lhe deve, de facto, ser confiada. Em face do processo e, designadamen-lhe tal encargo.

te, do testamento não me parece que se justifique a reclamação, pois, se é certo que pelo testador foi confiada à Associação a administração especial da creche – não menos certo é que nêsse mesmo testamento se encontra a disposição seguinte ´autorizo os testamenteiros, ou quem os represente, quando assim o entendam e resolvam por unanimidade, a entregar á direcção da creche de Santa Marinha, de Gaia, a administração do Asilo por mim e minha falecida esposa instituído´ – o que modifica, totalmente, a situação, pois torna, por forma indubitável, facultativa a escolha da associação reclamante para administradora do mesmo. Mas, se isso não bastasse para nos convencer que se não justifica a reclamação – todas as dúvidas que o caso poderia sugerir-nos desaparecem perante esta última disposição que completa o sentido da que acabamos de citar ´mas a esses mesmos testamenteiros ficará sempre o direito… de poderem retirar essa entrega (isto é, a administração) quando o entendam preciso´. Se os testamenteiros podem, por determinação expressa do testador retirar á Associação de Santa Marinha a administração do Asilo por êle fundado, é óbvio que nada se deverá opor á deliberação por eles tomada de a entregarem agora á Misericórdia de Gaia. Vossa Excelência, porém, resolverá. Direcção Geral da Assistência, em dezassete de Fevereiro de mil novecentos e trinta e sete. – a) Guilherme Passolo.--------------Despacho Ministerial: “Concordo. Dezoito/dois/novecentos e trinta e sete. a) Pais de Souza”

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MENSAGEM DO PROVEDOR

Uma vida dedicada

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à nossa Misericórdia

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Luís Marques Gomes Luís Marques Gomes nasceu na Freguesia Paramos em 5 de Julho de 1945, e iniciou a sua actividade profissional na Misericórdia no dia 1 de Março de 1962, assumindo diversos cargos e funções, tendo chegado a Director-Geral da Instituição em 1999.

A sua dedicação à causa social é reconhecida pelos Utentes, Colaboradores, Residentes, Familiares de muitos Utentes, Entidades Públicas, Privadas e do Sector Social, sendo uma referência no universo das Misericórdias Portuguesas e um verdadeiro embaixador da Misericórdia de Vila Nova de Gaia. É conhecido pelo “Sr. Gomes da Misericórdia de Gaia”. Sou, desde longa data, um homem que muito o admira, enquanto profissional ligado à acção social. A sua capacidade de trabalho, homem que não desiste facilmente dos projectos, quando lhes reconhece ser de interesse colectivo, e o seu profundo gosto por novos desafios faz dele um lutador e um homem de convicções fortes. Mesmo quando se sente cansado, nunca desiste. Quando lhe pedimos alguma informação, não deixa de responder, socorrendo-se da sua privilegiada memória.

É uma biblioteca viva, um Director-Geral com mérito. O lugar assenta-lhe como uma luva. Ao longo da sua caminhada pela Misericórdia de Gaia, Luís Marques Gomes foi aprendendo com os seus superiores, que lhe atribuíam tarefas complexas, e foi dando sempre conta do recado. Era com satisfação que os seus superiores viam nele um rapaz interessado e com vontade de aprender. Luís Marques Gomes foi subindo a escada da responsabilidade com pulso, atingindo a função de Director de Serviços. Quando assumi a função de Provedor, sucedendo ao Provedor amigo Senhor Francisco António Marques da Silva, para o mandato de 1997 a 1999, verifiquei ter chegado o tempo de reorganizar os Serviços Centrais, face ao crescimento da Instituição. Houve a necessidade de redesenhar um novo Organograma com a criação de um Departamento dos Recursos Humanos, face ao elevado número de Colaboradores, um Departamento de Aprovisionamento e Compras, e, assim, procedeu-se a uma distribuição de tarefas na Irmandade. Por ter reconhecido que era o momento para atribuir ao Senhor Luís Marques Gomes, Chefe dos Serviços, um cargo superior, devido aos seus conhecimentos gerais da Instituição, ao mérito próprio, à sua competência e ao conhecimento da Cultura de Instituição, dirigi uma proposta à Mesa Administrativa, e este Colaborador ascendeu à função de DIRECTOR-GERAL. Deixo, aqui e agora, o meu pensamento sobre o Homem que representa uma Pedra Angular neste sistema, “A Misericórdia“, do qual ele faz parte, e que tanto lhe deve pelo seu importante papel de Colaborador dedicado, assíduo, sincero e leal. O Provedor Joaquim de Lima Moreira Vaz

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A PALAVRA DOS UTENTES PARA TODOS OS LEITORES… Quando eu era pequena, Usava fitas e laços. Agora que sou crescida, Trago meus filhos nos braços. Eulália da Conceição (Utente do Lar José Tavares Bastos)

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VIÚVA Sou viúva de um homem que me amou durante 59 anos e de quem tenho imensas saudades. Casei num dia chuvoso. Foi um casamento modesto, mas fui sempre feliz por tanto amor que me deste. Adriana Pereirinha (Utente do Lar José Tavares Bastos)

PENSAMENTO No meu planeta existe amizade, felicidade e beleza. Na poluição já não se ouve falar. Neste mundo de fantasia, nada nos pode parar. Todas as pessoas que cá vivem querem sempre ajudar para que ninguém neste mundo vá amuar. É pena que este mundo só exista na minha imaginação, mas continua inteiro no meu coração...

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Maria Alice (Utente do Lar José Tavares Bastos)

Quando era pequenino, Tinha muita falta de ar. Agora, na 3ª idade, Resolvi ir para um lar. Com esta minha 3ª idade, Neste Lar eu me encontrei. Por me estar a dar cá bem, Sempre cá ficarei... Agora, esta é a nossa casa. E vivemos com alegria. Cá estaremos para sempre, Neste nosso dia-a-dia. Peço com saudade. É esta a minha divisa. Que Deus tenha lá no céu A minha Maria Luísa. E viva eu cá na terra Com uma certa nostalgia. Só peço a Deus com fervor Que me chame para sua companhia...

UM SORRISO Quando damos um sorriso para alguém, ele volta para nós. Damos felicidade e ficamos mais felizes. Não custa dinheiro sorrir. Os portugueses não sabem sorrir, preferem viver a vida com ar sério. Sentem-se mais importantes com caras compridas com as quais tencionam impor as suas vontades. Sorrir é ser feliz e dar felicidade. Na nossa idade, as forças são poucas, não sabemos se vamos viver poucos dias ou mais alguns. Porque não aproveitar o tempo que ainda nos resta para tornar mais feliz o mundo que nos rodeia? Não é fácil mudar de hábitos, mas tentemos calar as nossas dores e ajudar quem precisa de nós. Veremos que as nossas dores passam a doer menos.

Saudades do Utente Matias (Lar José Tavares Bastos)

Maria Emília Cabral (Utente do Lar Residencial Conde das Devezas)


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O QUE ACONTECEU...

… NO CENTRO DE ACOLHIMENTO TEMPORÁRIO N.ª SR.ª DA MISERICÓRDIA

CAT CONTOU HISTÓRIA DO “COELHINHO BRANQUINHO” No passado mês de Fevereiro, as crianças do Centro de Acolhimento Temporário N.ª Sr.ª da Misericórdia (CAT) foram à Escola Básica da Aguda contar a história do “Coelhinho Branquinho”.

A partir daí, surgiu o interesse pelos legumes e multiplicaram-se as perguntas sobre os produtos hortícolas. As crianças do CAT comeram e mexeram em cenouras, batatas, alho francês, couve, bem como deram um bilhete de identidade a cada legume. O gosto pelas saladas e sopas variadas já está implementado no CAT da Misericórdia de Gaia. Nos primeiros meses do ano, as crianças aprenderam a cantar as Janeiras e, através de histórias da Bíblia Infantil, compreenderam a importância dos Reis Magos. O CAT continuou a promover as actividades sensoriais, de matemática, bem como as aulas de música. “Voltamos ao antigamente! Recuperamos algumas ´Danças de Roda´ que a nossa professora de música nos ensinou! Os meninos adoraram!”, comentou a Educadora Neuza Guilherme.

… NA CRECHE E JARDIM DE INFÂNCIA D. EMÍLIA DE JESUS COSTA

Mais pequenos cantaram as Janeiras No dia 6 de Janeiro, as crianças das salas dos 2, 3, 4, 5 anos e mista da Creche e Jardim de Infância D. Emília de Jesus Costa foram aos Serviços Centrais da Misericórdia de Gaia cantar as Janeiras ao Provedor, elementos da Mesa Administrativa e Colaboradores. Os meninos não esqueceram as coroas e prepararam-se a rigor com instrumentos e com as vozes bem afinadas. Após a actuação do cantar das Janeiras, o Provedor acolheu os meninos no Salão Nobre da Irmandade, onde lhes transmitiu algumas palavras sobre a história da chegada dos Reis Magos ao menino Jesus. A Directora Maria João Teixeira aproveitou o momento para ler uma passagem bíblica alusiva à quadra. As crianças, que sabiam a história dos Reis Magos na ponta da língua, também receberam uns presentinhos para adoçar a boca depois do almoço. A digressão do cantar das Janeiras continuou no mesmo dia nos Lares António Almeida Costa e Residencial Conde das Devezas, alegrando os almoços dos Utentes e Residentes.

" Bzzz, Bzzz, Bzzz - A União faz a Força "

No dia 8 de Fevereiro, as crianças da Creche e Jardim de Infância foram à Exponor assistir ao teatro "Bzzz, Bzzz, Bzzz - A União faz a Força", protagonizado pelo Plano 6. Um musical que, de uma forma lúdica e divertida, apela para a apreensão dos valores da Amizade, da Cooperação e da União.

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O QUE ACONTECEU... … NO LAR RESIDENCIAL CONDE DAS DEVEZAS

PRESÉPIO EM MOVIMENTO O Lar Residencial Conde das Devezas organizou um passeio, no passado dia 20 de Janeiro, a S. Paio de Oleiros para se assistir a um grande Presépio em movimento. Os Residentes ficaram impressionados com esta amostra e lembraram-se da sua infância.

Cantar das Janeiras

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Os Residentes ficaram admirados com a grandeza e complexidade de um Presépio em movimento em S. Paio de Oleiros. “Quando cheguei lá, fiquei logo surpreendida com a área ocupada”, disse a Laços de Amor Adélia Mendes, uma Residente. À medida que percorriam o recinto, os Residentes ficavam cada vez mais maravilhados com a perfeição das figuras e a delicadeza de algumas peças. No Presépio destacavam-se as várias actividades e as figuras representadas em movimento, bem como um longo caudal de água. Esta obra foi da responsabilidade da empresa “Cavalinho”. “Recuei nos meus tempos de menina ao ver muitos utensílios usados tanto nos campos, como nas carpintarias e mercearias, como as medidas em madeira para os cereais”, lembrou a Residente.

Além das crianças da Creche e Jardim de Infância D. Emília de Jesus Costa, também o Grupo de Danças e Cantares de Serzedo deslocou-se ao Lar Residencial Conde das Devezas para cantar as Janeiras, no passado dia 24 de Janeiro, alegrando, assim, o almoço dos Residentes.

Creche e Jardim de Infância D. Emília de Jesus Costa

A Segurança

O Bem-Estar

Tarde de Fados No passado dia 16 de Fevereiro, o Lar Residencial Conde das Devezas organizou uma Tarde de Fados, protagonizada pelo fadista Miguel Ângelo, repleta de sentimentos e de muitas memórias. Os Residentes sabiam quase todos os fados de cor e fizeram questão de pedir as suas canções preferidas.

Do seu filho...


… NO LAR SALVADOR BRANDÃO

Baile de Amor

O Lar Salvador Brandão (LSB) comemorou o Dia de S. Valentim com um Baile de Amor bastante animado. Respeito, carinho e amor foram as palavras e os sentimentos que estiveram mais presentes neste encontro. No Dia dos Namorados, a Directora Técnica do Lar Salvador Brandão (LSB), Irene Fontoura, promoveu, mais uma vez, os sentimentos de respeito, carinho e amor entre Utentes e Colaboradores do Lar. A Directora reuniu as Colaboradoras perante os Utentes, referindo que elas cuidam dos idosos com amor. Os Utentes reiteraram que sempre foram tratados com muito respeito. Os abraços e os “beijos de amor” coloriram este baile, que foi animado por músicas bem conhecidas de todos.

Cantar das Janeiras na Sede da Misericórdia

Alguns dos Utentes e Colaboradores do Lar Salvador Brandão fizeram, no passado dia 28 de Janeiro, uma surpresa ao Provedor e aos Colaboradores da sede da Misericórdia de Gaia com a actuação do cantar das Janeiras. As vozes bem afinadas e as tradicionais músicas das Janeiras bem ensaiadas fizeram com que muitos deixassem, por momentos, os seus postos de trabalho, saíssem dos gabinetes e também cantassem. Houve até mesmo quem desse um pezinho de dança.

TORNEIO INTER-LARES 2011

O Lar Salvador Brandão abriu, no passado dia 23 de Fevereiro, o Torneio de Jogos Inter-Lares 2011. Este Torneio conta com 120 participantes de nove instituições sociais do Município gaiense: Centro Social S. Miguel de Arcozelo, Centro Social S. Pedro Vilar do Paraíso, Associação Humanitária de Canelas, Centro Social S. Pedro de Pedroso, Associação N.ª Sr.ª da Esperança de Sandim, Centro Social S. Félix da Marinha, Lar Santa Isabel e Lar António Almeida Costa. As modalidades em competição são o Dominó, a Sueca e o Bingo. As diferentes fases irão decorrer durante os meses de Março e Abril.

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O QUE ACONTECEU... … NO LAR ANTÓNIO ALMEIDA COSTA

HOMENAGEM À MESÁRIA MARIA AUGUSTA Um cantar das Janeiras de homenagem à Mesária Maria Augusta recheou de sentimento o Lar António Almeida Costa (LAC), no passado dia 25 de Janeiro. Um pouco ansiosos antes da Mesária do Lar António Almeida Costa (LAC) chegar, os Utentes ensaiavam, várias vezes, as músicas das Janeiras com algumas adaptações nos versos, relacionadas com a Mesária Maria Augusta. Voluntária no LAC há muitos anos, Maria Augusta teve, naquela tarde de Janeiro, uma grande e agradável surpresa: “Estou muito feliz. Não estava nada à espera”. Uma Utente entregou, em nome de todos, um ramo à Mesária, num gesto de gratidão por todo o carinho e dedicação que Maria Augusta tem prestado aos idosos do LAC. “Foi o primeiro ramo que recebi aqui em 20 anos”, anunciou a Mesária emocionada. “Senhora Mesária, com a sua dedicação criou rosas sem espinhos dentro do nosso coração”, rimou a Utente Odete Machado. O momento de homenagem e convívio terminou com uma reflexão de Baden Powell, deixada pelo maestro Mário Mesquita: “Deus colocou-nos neste mundo para parecermos felizes e apreciarmos a vida. O verdadeiro caminho para alcançarmos a felicidade é contribuir para a felicidade dos outros”.

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CRÍTICA SOCIAL NO LAR ANTÓNIO ALMEIDA COSTA A Academia Sénior de Gaia apresentou no Lar António Almeida Costa, no passado dia 10 de Janeiro, sketches humorísticos e de crítica social. Desses momentos destacam-se os sketches interventivos sobre o 25 de Abril e sobre a política actual, os “false friends” e a pronúncia inglesa e portuguesa, a “pieguice” dos homens quando estão doentes e a reflexão sobre como as novas tecnologias contribuem para a perda da privacidade dos cidadãos. Houve ainda um momento de leitura de um poema relacionado com a velhice. A tarde foi de crítica social, reflexão e muito humor.

Baile no Lar António Almeida Costa

O Grupo de Música Popular do Sporting Clube Candalense deu música aos Utentes da Misericórdia de Gaia, no passado dia 10 de Fevereiro. O evento realizou-se no LAC que convidou ainda os Utentes dos Lares Sociais Salvador Brandão e José Tavares Bastos para se juntarem à festa.

S. VALENTIM NA ESCOLA DAS DEVESAS Um grupo de Utentes do LAC foi convidado a assistir à peça teatral “O sapo apaixonado”, protagonizada por alunos da Escola das Devesas. Este encontro no dia de S. Valentim teve como objectivos “incentivar o conhecimento e compreensão entre gerações etariamente muito afastadas e, por outro lado, afastar preconceitos um pouco arraigados na nossa sociedade”, como referiu o Utente do LAC, João Xavier. “Sabendo-se como a inocência e simplicidade infantis, às vezes, surpreendem os adultos com lições de inesperada sabedoria, e também como os anos vão recheando com acervos de experiência e conhecimento as vidas mais longas, logicamente se compreenderá a utilidade de um bem, que é a aproximação de gerações”, reiterou.


… NO LAR JOSÉ TAVARES BASTOS

Convívio Inter-Lares

A Associação dos Trabalhadores e Reformados da PT levou Rancho Folclórico, no passado dia 17 de Fevereiro, ao Lar José Tavares Bastos (LJTB). O Lar José Tavares Bastos (LJTB) abriu as suas portas à Associação dos Trabalhadores e Reformados da PT, que proporcionou aos Utentes da Misericórdia de Gaia uma agradável tarde de danças e cantares tradicionais. Para este convívio inter-lares, o LJTB fez questão de convidar os Utentes do Lar Salvador Brandão e do Lar António Almeida Costa. Os Utentes deleitaram-se com a ac-

tuação do grupo convidado, bem como apreciaram “os trajes, feitos e escolhidos com gosto”. A Associação dos Trabalhadores e Reformados da PT proporcionou momentos de alegria e confraternização entre todos os Utentes. A Associação felicitou a Provedoria da Misericórdia de Gaia, as Directoras e as Animadoras Socioculturais pelo trabalho que têm desenvolvido.

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O QUE ACONTECEU... APADRINHAMENTO DE CRIANÇAS DO CAT

Seja Madrinha ou Padrinho de uma criança

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Em 2010, muitas maternidades do país registaram um forte número de bebés abandonados pelas suas mães. Em 2010, os Tribunais e as Associações de Protecção de Menores em Risco acolheram muitas crianças, cujas famílias biológicas demonstravam falta de condições mínimas de subsistência. Em 2010, o concelho de Vila Nova de Gaia foi um dos Municípios que acolheu e continua a acolher crianças em risco. O Centro de Acolhimento Temporário N.ª Sr.ª da Misericórdia, mais do que dar uma resposta rápida e de confiança a esta problemática, dá colo, educação e transmite valores a crianças dos 0 aos 6 anos de idade. Neste momento, está com a sua lotação máxima, 15 crianças, completamente esgotada. A procura é mais do que

muita. A vontade de ajudar também. Os recursos para a sustentabilidade desta valência estão muito aquém dos necessários. Nestes centros, as crianças têm de ter um acompanhamento contínuo durante o dia e à noite, implicando avultados custos. A Misericórdia de Gaia, nos últimos anos, tem feito um esforço para manter esta valência em funcionamento, mas, neste momento, corre o risco de fechar, uma vez que os custos se têm tornado insustentáveis. Nesse sentido, a Misericórdia de Gaia tem apelado a todos os Irmãos, Amigos, Empresas e Entidades que a ajudem a manter o colo que dá há 12 anos a estas crianças, dando-lhes conforto e uma vida digna até serem entregues às suas famílias biológicas ou que chegue uma nova família para adopção. Ajude-nos a dar um colo a estas crianças.

As crianças de Gaia precisam de um colo. Por isso, a Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Gaia apresenta o “Estatuto de Madrinha ou Padrinho de uma criança” do Centro de Acolhimento Temporário N.ª Sr.ª da Misericórdia (CAT). O painel dos Padrinhos do CAT vai ser inaugurado no próximo dia 8 de Abril, dia do aniversário do Centro.


Como ajudar? Os interessados podem ajudar ao associarem-se ao “Estatuto de Madrinha ou Padrinho de uma criança”, contribuindo com uma verba anual para apoiar a Misericórdia nesta causa – 200,00 euros, 250,00 euros ou mais. Para isso, basta contactar os serviços centrais da Misericórdia de Gaia, através dos contactos apadrinhamento@scmg.pt ou 223773350. Ao receber esta ajuda, a Misericórdia de Gaia emite o respectivo recibo para efeitos de IRS e IRC, o Diploma de Madrinha/Padrinho, bem como fará constar o nome da Madrinha/Padrinho no Painel que será afixado no Centro e na Sede da Misericórdia de Gaia. O Painel dos Padrinhos do CAT vai ser inaugurado no dia do 12º aniversário do Centro, a 8 de Abril. Mais informações são disponibilizadas na rede social facebook (www.facebook.pt), no sítio da internet www. scmg.pt ou através do endereço electrónico apadrinhamento@scmg.pt.

Visita da Misericórdia de Barcelos Partilha de experiências e de conhecimentos estiveram na base da visita da Misericórdia de Barcelos à Misericórdia de Gaia, no passado dia 19 de Janeiro. A Misericórdia de Gaia recebeu a visita da Misericórdia de Barcelos à qual mostrou a estrutura orgânica da Irmandade. O objectivo desta visita prendeu-se com a partilha de experiências e a troca de conhecimentos entre ambas as instituições. A comitiva da Misericórdia de Barcelos visitou os departamentos de Recursos Humanos, Financeiro e de Aprovisionamento, uma vez que não houve tempo para mais. “Conhecer uma realidade que trabalha na mesma área do que nós é sempre uma experiência enriquecedora”, disse a Coordenadora-Geral da Misericórdia de Barcelos, Ana Martins. A comitiva da Misericórdia de Barcelos foi constituída pelo Vice-Provedor e Secretário José Silva, pela Directora Financeira Rita Fins, pelo responsável do Aprovisionamento José Mário Rodrigues, pelo responsável dos transportes, logística e manutenção Venâncio Rocha, pela responsável dos Recursos Humanos Raquel Ribeiro e pelas Coordenadoras-Gerais Ana Martins, Ana Ferreira e Ana Miranda.

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O QUE ACONTECEU... II TORNEIO DE FUTSAL DA MISERICÓRDIA DE GAIA

Golos de Solidariedade

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As “Bestiais” e os “Reumáticos” foram os grandes vencedores do II Torneio de Futsal da Misericórdia de Gaia, que se realizou no passado dia 26 de Fevereiro, no Pavilhão Municipal de Gaia. O Provedor Joaquim Vaz felicitou os atletas pelo desportivismo, mas também pela dedicação que têm à Irmandade. O próximo desafio será com a Santa Casa da Misericórdia do Porto.

As Bestiais, equipa feminina vencedora

O primeiro jogo foi disputado entre a equipa as “Bestiais”, constituída por Maria Fátima Pereira, Márcia Pinto, Simone Correia, Telma Campos, Cláudia Gonçalves e Fernanda Resende, e a equipa “Lar Residencial Conde das Devezas”, constituída por Carla Cidade, Fernanda Alves, Laura Oliveira, Maria Lucinda Adrega, Sónia Resende, Maria Fátima Sousa, Susana Cardoso e Olívia Silva. Com um resultado em campo 3-3, foi nas grandes penalidades que ficou tudo decidido. A equipa “Bestiais” marcou dois penáltis, protagonizados por Telma Campos e Fernanda Resende. No jogo Misto participou a equipa “Boazonas”, constituída por Luís Gomes, Pedro Nobre, Carla Cidade, Fernanda

Alves, Laura Oliveira, Maria Lucinda Adrega, Sónia Resende, Maria Fátima Sousa, Susana Cardoso, Olívia Silva, Luís Pedro, Fernanda Resende, e José Maria Lopes, e a equipa “Reumáticos”, constituída por Valentim Machado, Maria Fátima Pereira, Márcia Pinto, Simone Correia, Jorge Sousa, Telma Campos, Cláudia Gonçalves, Francisco Cardoso, Rui Ferreira e Miguel Castro. Neste segundo jogo, a equipa vencedora consagrou-se nos penáltis, tendo os “Reumáticos” marcado três golos e as “Boazonas” um golo. A Colaboradora Olívia Silva recebeu das mãos do Provedor Joaquim Vaz a Taça de Melhor Marcadora do II Torneio de Futsal, tendo marcado três golos.

Os Reumáticos, equipa mista vencedora do II Torneio de Futsal


Atletas que participaram no II Torneio de Futsal

O Provedor Joaquim Vaz destacou a participação neste Torneio dos Mesários Pedro Nobre e Valentim Machado, e felicitou todos os Colaboradores atletas pelo desportivismo e pela dedicação que prestam, diariamente, à Irmandade e à comunidade. O II Torneio da Misericórdia de Gaia teve como principais objectivos o fortalecimento dos laços entre Colaboradores e elementos dos Órgãos Sociais, a angariação de fundos e bens de higiene e conforto para as crianças do Centro de Acolhimento Temporário N.ª Sr.ª da Misericórdia, que estiveram a assistir aos jogos, bem como a preparação para o I Torneio de Futsal Inter-Misericórdias. “Pretendemos convidar outras Misericórdias, primeiro do distrito do Porto, e depois de outras partes do país para participarem nestes Torneios de Futsal e reforçarmos ainda mais os laços de misericórdia que nos unem”, anunciou o Provedor. A Santa Casa da Misericórdia do Porto já aceitou o convite da Misericórdia de Gaia para disputarem o I Torneio de Futsal Inter-Misericórdias.

Olívia Silva, melhor marcadora do II Torneio de Futsal

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BREVES Autora do Brazão da Misericórdia de Gaia veio ver trabalho de artesãs da Vila da Lixa Maria Teresa Soares é Irmã e autora do Brasão da Misericórdia de Gaia. Em Janeiro, O Provedor homenageou o trabalho da Irmã e antiga Mesária da Misericórdia de Gaia, mostrando-lhe o quadro do Brasão da Irmandade, bordado por artesãs da Vila da Lixa. Maria Teresa Soares disse a Laços de Amor que, na altura da criação deste Brasão, teve muita liberdade criativa. O Brasão da Misericórdia de Gaia é um dos elementos primordiais da imagem da Instituição. Maria Teresa Soares foi Directora da Casa Museu Teixeira-Lopes e fez parte dos Órgãos Sociais desta Irmandade, assumindo as funções de Mesária do Lar António Almeida Costa nos mandatos da Mesa Administrativa de 2000/2002 e 2003/2005.

Directora Técnica do LAC deu sessão de sensibilização

A Directora Técnica do Lar António Almeida Costa (LAC), Helena Ferreira, deu uma sessão de sensibilização aos alunos da Escola Secundária Inês de Castro, em Canidelo, no passado dia 9 de Fevereiro. O principal objectivo deste encontro centrou-se na problematização de situações de relacionamento intergeracional, relativamente à integração e exclusão de idosos. O auditório da escola foi pequeno para tantos alunos interessados nesta matéria que captou a atenção de todos.

Dia do Doente

No mês de Fevereiro, os vários equipamentos sociais da Misericórdia de Gaia lembraram o Dia do Doente. Utentes e Colaboradores organizaram cerimónias eucarísticas dedicadas ao Dia do Doente. No Lar José Tavares Bastos houve a recitação do Terço, lembrando os idosos doentes e quem cuida deles. No Lar António Almeida Costa, depois da cerimónia religiosa, seguiu-se um momento musical, protagonizado por uma Colaboradora da Misericórdia de Gaia. Alguns Utentes da enfermaria deste Lar puderam contar com a presença dos seus familiares.


O QUE ACONTECEU... ESPECIAL

Animação Sociocultural: Uma oportunidade para os Utentes da Misericórdia de Gaia

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A ideia de que os lares são “um armazém de idosos”, onde permanecem todos os dias sentados no sofá a verem televisão, é completamente errada. Os Utentes da Misericórdia de Gaia têm o direito e a oportunidade de beneficiarem, todos os dias, de uma animação sociocultural. Estas actividades fá-los sentirem-se úteis, retardam o aparecimento de certas doenças e promovem uma sã integração e convivência no lar. Laços de Amor falou com as profissionais da área sociocultural na Misericórdia de Gaia e descobriu que os objectivos são os mesmos, as técnicas semelhantes e as reacções dos Utentes diferentes. ANIMAÇÃO SOCIOCULTURAL NO LAR JOSÉ TAVARES BASTOS

“Temos pessoas com Alzheimer que lêem jornais para os Utentes que não têm qualquer demência” Bruna Moreira é Animadora Sociocultural do Lar José Tavares Bastos (LJTB). A Animadora realiza vários tipos de actividades com todos os Utentes, mesmo com os que têm demência e que se encontram nas enfermarias.

Como é constituído o plano semanal da animação sociocultural no Lar José Tavares Bastos (LJTB)? Nesse plano constam as actividades do quotidiano. Começamos a semana com os provérbios e a ginástica, em que conseguimos controlar um pouco o equilíbrio que vão perdendo, trabalhamos a psicomotricidade e a mobilidade. Às terças-feiras temos a rubrica da culinária, mais direccionada para as senhoras. Às quartas-feiras temos a missa semanal, em que uma das leituras é sempre realizada por um dos Utentes e os restantes participam nos cânticos. À tarde, fazemos trabalhos manuais. Às quintas temos o recordar e o cantar de músicas da juventude dos nossos Utentes, em que trabalhamos a parte cognitiva e tentamos retardar o surgimento de certas demências. Os Utentes também gostam muito de jogar o Bingo, que é útil para trabalharmos os números e a destreza manual. Eles trabalham sempre em equipa. Quando um não consegue ver bem, o colega do lado ajuda. Às sextas de manhã rezamos o terço. Existem actividades socioculturais para os doentes com demências? Desenvolvo terapias individualizadas para os doentes das enfermarias, porque não podemos colocá-los nas actividades juntamente com o restante grupo. Têm técnicas específicas para lidar com doentes de Alzheimer?


Uma tendência que se tem verificado é que os Utentes da Misericórdia de Gaia já saem dos lares para mostrarem o seu trabalho no exterior… Hoje em dia, somos contactados para levarmos as peças de teatro dos nossos Utentes às escolas, porque são autênticas aulas de história. Há textos de teatro, como aconteceu com o 25 de Abril, que são criados com as memórias dos nossos Utentes.

Sim. E mesmo tendo doentes com o mesmo tipo de demência, utilizo técnicas diferentes para cada um deles, porque nem todos respondem da mesma forma. Temos pessoas com Alzheimer que lêem jornais para pessoas que não têm qualquer demência, mas que não sabem ler ou têm dificuldades de visão. Normalmente, acontece todos os dias de manhã com a leitura dos jornais. Qual ou quais as actividades que têm maior adesão? As actividades de estimulação cognitiva. Eles fazem exercícios de memória e de escrita. Escrevem pelo punho deles, o que é fantástico. Se temos um passeio marcado para a semana seguinte, eles fazem pesquisa sobre o que vão visitar, a gastronomia do local, dizem o caminho que seguiam para irem a esse sítio quando eram novos. Fá-los recordar o passado. Mas também participam muito nas actividades religiosas e de ginástica. Uma das grandes lutas desta área é a estimulação da parte cognitiva, certo? Sim, porque a maioria dos nossos Utentes tem várias demências. Não conseguimos curá-las, mas tentamos que a doença não avance tanto. Há doenças muito violentas. Quando uma perna dói, dá para resolver, quando a memória falta já é mais complicado. Sofrem eles e sofrem os familiares. A evolução dos Utentes é notória? Sim. Antes, quando eu lhes fazia perguntas, eles escreviam uma folha. Agora, escrevem duas folhas, muito mais rápido e sem erros. E tenho muito mais Utentes a participarem nas actividades. Como os Utentes trabalham muito em conjunto nas actividades, depois ficam mais próximos uns dos outros durante a convivência no lar, que também é um dos objectivos da animação sociocultural.

Eulália Oliveira, 89 anos, está há cerca de dois anos no Lar José Tavares Bastos

“Todos os dias temos actividades muito boas no lar, como fichas, ginástica, provérbios, adivinhas, trabalhos manuais... E também cantamos muito. Às vezes, faço coisas erradas, porque já vejo mal. Mas, nós, Utentes, somos amigos e ajudamo-nos muito uns aos outros. Gosto muito de participar nestas actividades, participo em tudo. Só tenho pena de não poder ir a mais passeios, porque tenho problemas de saúde. Somos muito bem tratados. Não nos falta carinho, não nos falta nada. Não tenho que dizer de ninguém”.

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O QUE ACONTECEU... ESPECIAL ANIMAÇÃO SOCIOCULTURAL NO LAR SALVADOR BRANDÃO

“Eles preocupam-se em demonstrar que ainda conseguem fazer, e sentem-se orgulhosos” Sónia Magalhães foi a primeira Animadora Sociocultural da Misericórdia de Gaia. No Lar Salvador Brandão (LSB), Sónia Magalhães apresenta um vasto leque de actividades aos Utentes que, de início, rejeitam, mas, depois, acabam por participar e pedir mais.

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Como é organizada a animação sociocultural no Salvador Brandão? O nosso objectivo é abranger diferentes áreas de animação. Na parte lúdica incluímos a culinária, os jogos de mesa, os passeios, as comemorações de datas especiais (Carnaval, Páscoa, Santos Populares, Natal,…). Na área de expressão plástica, os Utentes fazem a decoração referente à época que se está a comemorar. Eles gostam de saber qual o objectivo dos trabalhos que desenvolvem. Fazemos exercícios de memória para estimular a parte cognitiva e temos o ensaio do Grupo de Cantares que é

feito por uma funcionária do lar, que tem o dom de tocar acordeão. Também promove sessões de relaxamento para os Utentes, certo? Sim, às quartas-feiras, realizo uma sessão de relaxamento com dança circular. Fá-los pensar nas questões do dia-a-dia e funciona muito bem. No Salvador Brandão existem muitos Utentes a participarem nas actividades? O grupo de trabalho nunca é muito grande. Temos muitos Utentes que poderiam participar, mas que não querem. Tentamos incentivar, mas não podemos obrigar. Temos muitos Utentes dependentes e com várias demências. Mas os que participam gostam e sentem-se úteis. São eles que nos exigem actividades, viram-se para mim e perguntam: “o que vamos trabalhar hoje?”. São esses pequenos comentários que nos ajudam a continuar o nosso trabalho. Tenho Utentes que não participam em mais nada a não ser nas representações ou no Grupo de Cantares. Quais os objectivos que pretende alcançar com as actividades que dinamiza?

Com os jogos trabalho a parte da memória, da concentração, da orientação. O principal objectivo da expressão plástica é desenvolver a criatividade, mas eles não gostam muito. Há muitos idosos que precisam de um trabalho orientado. O primeiro impacto é sempre a rejeição, dizem que não sabem fazer, mas depois conseguem desenvolver o trabalho e acabam por gostar. Os Utentes do Salvador Brandão são competitivos? É engraçado, porque fazemos sempre os trabalhos em grupo, à volta de


uma mesa, e acaba sempre por surgir alguma competição entre eles. Reparam quando pintam, por exemplo, mais vasos do que o colega do lado, ou quando são mais rápidos. Eles preocupam-se em demonstrar que ainda conseguem fazer, e sentem-se orgulhosos. O Grupo de Cantares do Salvador Brandão também é diferente dos Grupos de Cantares dos outros lares… Sim, porque enquanto alguns Utentes estão a cantar, outros participam com uma coreografia ou desfilam com alguma referência ao que se está a cantar. É tipo um musical. E as evoluções dos Utentes, devido à animação sociocultural, são evidentes? Temos o caso de uma senhora que apresentava um quadro muito deprimente, estava muito isolada e, a partir do momento em que começou a participar nas actividades, modificou para melhor. Gosta imenso de cantar, de se pintar, de se arranjar para entrar em palco. Está mais activa, conversa mais. Temos outra senhora, com 94 anos, que está com uma óptima memória e raciocínio. Mas, inicialmente, também não queria participar nas actividades. Agora já é ela que vem perguntar se há actividades. Trabalham em grupo ou individualmente? As actividades da parte da tarde são sempre em grupo. Mas, por exemplo, a culinária não funciona bem em grupo, no máximo duas senhoras. A nível de trabalho individual, o que faço é conversar e ouvir o que os Utentes têm para contar. Os Utentes dão sugestões? Poucas. Tento sempre fazer uma reunião com eles para saber do que gostam mais, e a resposta imediata é “Passeios”. (Risos).

Os familiares dos Utentes têm noção de que existe este tipo de trabalho no lar? Alguns sim. Tenho uma situação engraçada de uma senhora de centro de dia que estava numa actividade de trabalhos manuais a pintar e, de repente, o telemóvel da senhora tocou. Era a filha. A senhora disse à filha que estava a pintar e a fazer trabalhos para o Natal, e eu reparei que a filha ficou muito contente. Para a filha foi uma novidade a mãe fazer alguma coisa. Mas a ideia que eu tenho é que muitos familiares não têm a noção das actividades dos pais. Na sua opinião, a sociedade ainda tem uma ideia errada do que são os lares e como os Utentes passam o seu tempo? Sim. Já aconteceu uma Utente nossa ter ido à rua e ter ouvido dizer mal do lar. Disseram-lhe que não se faz nada no lar, que é um armazém de velhos… E a Utente defendeu-nos. Disse que no lar existe um jornal de parece a dar conhecimento que todos os dias de manhã e à tarde existem actividades para os Utentes fazerem, e que se os Utentes não fizerem é porque não querem. Ao contrário dos outros lares, o Salvador Brandão tem o problema de falta de espaço para desenvolver as actividades de animação… Exacto. Enquanto nos outros lares existe uma sala grande na parte central, fazendo com que as actividades sejam mais visíveis, aqui existem muitos corredores, não temos espaços amplos para estarmos todos a trabalhar. Temos o jardim de inverno, mas não pode ser usado, porque de inverno é muito frio e, no verão, é muito quente. Eu tento usá-lo na Primavera, porque aí os familiares e os Utentes de fisioterapia conseguem visualizar o trabalho que se faz com os idosos.

António Gonçalves, 79 anos, Utente do Lar Salvador Brandão há 4 anos. “Participo em todas as actividades. Recuperei muita saúde, desde que vim para o lar. Já me disseram que eu renovei. Participo em teatros, actividades livres, passatempos, ajudo a trazer as cadeiras e as mesas, faço tudo. Gosto muito das conversas de grupo, porque a nossa Animadora faz-nos perguntas de antigamente, da nossa infância. Enquanto andamos envolvidos nestas actividades, esquecemo-nos de certas coisas negativas que se passam na nossa família. Isto aqui é um convívio muito bonito. Normalmente, vou dar um passeio de uma hora todos os dias, mas peço à Dr.ª Sónia para avisar-me sempre que há actividades. Nós ainda não estamos apagados. Aqui, no Salvador Brandão, os homens não participam muito nas actividades, às vezes sinto-me sozinho entre as mulheres. Mas é muito melhor estar aqui, do que em casa”.

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O QUE ACONTECEU... ESPECIAL ANIMAÇÃO SOCIOCULTURAL NO LAR ANTÓNIO ALMEIDA COSTA

“É muito mais fácil lidar com um idoso com vontade de viver, do que um idoso deprimido”

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Para Fernanda Resende, Animadora Sociocultural do Lar António Almeida Costa (LAC), a animação sociocultural é fundamental para a integração dos idosos no lar. Os Utentes do LAC são muito activos, exigentes e criativos. Desde que trabalha como Animadora Sociocultural no Lar António Almeida Costa (LAC) tem verificado diferenças no comportamento dos Utentes em relação a esta área? Quando tenho que elaborar o plano anual das actividades, reúno-me com os Utentes e quero que eles me dêem sugestões. Quando entrei para o lar, o que eles entendiam ser o mais importante eram os passeios. Só queriam passeios. Este ano não. Disseram que queriam os passeios, mas, sobretudo, queriam festas familiares aqui no lar. O que é óptimo, porque dá para trabalhar com todos os Utentes. Os idosos do LAC são muito activos… Sim. Foram eles que sugeriram comemorar os aniversários. São eles que preparam tudo ao pormenor. Eles escrevem as peças de teatro que querem fazer, idealizam a festa, dão ideias… E incentivam-se muito uns aos outros. Já cheguei a uma altura em que tenho mais idosos a querer participar nos teatros do que os que estão a assistir… Os Utentes são críticos? Nem todos. Muitas vezes não dizem o que acham em grupo, mas sempre que têm uma oportunidade de estarem comigo sozinhos dizem o que gostam e o que não gostam. Há alturas em que não querem trabalhar com deter-

minado colega, porque têm feitios diferentes. Na sua opinião, as actividades de animação sociocultural ajudam os Utentes a integrarem-se no lar? Ajudam muito. Por exemplo, nos trabalhos manuais não é o trabalho final que está em causa, mas sim o convívio entre os idosos, o quebrar das barreiras entre eles, a integração no lar… É muito mais fácil lidar com um idoso com vontade de viver, do que com um idoso deprimido. Que actividades é que propõe aos idosos e com que objectivos? Nos ateliers, trabalhamos mais a motricidade, o companheirismo e a criatividade. São muito criativos e interventivos. Nos jogos, trabalhamos a concentração, a escrita e a memória. Eles sentem-se muito esquecidos e pedem-me exercícios para trabalharem a memória. No exercício físico, trabalhamos os movimentos para que se retarde o facto de pode-


Eunice Canavarro, 84 anos, está há mais de um ano como Utente de centro de dia no Lar António Almeida Costa “No lar, tenho sempre distracções e actividades para fazer. Gosto imenso. Comecei por fazer coisas em croché, mas faço de tudo. Todos admiram o meu trabalho. Adaptei-me muito bem ao lar. Gosto muito de cá estar. De manhã, costumo ir para as aulas de canto. É uma distracção. Já aprendi algumas coisas aqui. Colaboramos todos uns com os outros. Gosto de fazer tudo o que seja trabalhos manuais. Falamos muito umas com as outras. Sou muito bem tratada. Estou aqui a relativamente pouco tempo, mas já arranjei muitas amizades”.

rem ficar dependentes. Há tempos estava a reparar que muitos estavam com dificuldades em levar o talher à boca. No Grupo de Cantares, trabalhamos a memória, a fala, a tradição. Na altura da ginástica, que começa às 15h00, os Utentes já estão às 14h30 a arrumar as mesas e a preparar tudo para a actividade. Tento dar-lhes autonomia para isso. Estas actividades são feitas individualmente ou em grupo? Mesmo quando estão a fazer fichas individuais, coloco-os todos na sala de convívio. Tenho Utentes que não participam em nenhuma actividade a não ser no jogo do Bingo. Há Utentes que não conhecem o número 20, mas conhecem o 2 e o 0 e associam, ou então juntam-se com um colega que conheça bem os números. No entanto, também tenho idosos que não conseguem trabalhar em grupo. Eles são competitivos? Mais o grupo da sueca. (Risos). Tem um grande número de Utentes a participar nas actividades? Tenho. Eles já não perguntam se vai haver alguma coisa de manhã, perguntam logo o que vai haver de manhã. No entanto, também existem casos em que tenho que ir aos andares perguntar se querem vir fazer a actividade, porque por eles não vêm, nem se for um colega chamar. Quais as actividades que têm mais idosos a participar? Ginástica, Grupo de Cantares e teatro. Eles gostam muito das actividades artísticas. Trabalha com os Utentes que têm demências? É mais complicado. Normalmente, trabalho com eles no exercício físico. É preciso um esforço grande para envolvê-los nas actividades com os outros Utentes. Com esses Utentes, tento desenvolver um trabalho mais a nível individual, através de jogos específicos. Faço uma avaliação para tentar perceber o que eles necessitam. Os Utentes falam aos familiares das actividades que têm no lar? Sim. Alguns familiares ficam surpreendidos quando sabem que o Utente participa nestas actividades com sucesso. Há Utentes que, às vezes, nem querem ir a casa, porque sabem que vão ter uma actividade. Alguns dizem-me para eu não marcar para a tarde ou para de manhã, porque não vão estar presentes. Eles gostam mesmo disto.

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NÚCLEO MUSEOLÓGICO

SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE VILA NOVA DE GAIA

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Hoje destacamos algumas peças provenientes da herança do benemérito casal D. Lucinda Monteiro de Castro Portugal e Salvador Ferreira Brandão. Antes, porém, gostaríamos de citar o que diz o Sr. Prof. Dr. Eugénio dos Santos, no livro que publicou sobre o título “Salvador Ferreira Brandão – Esboço do perfil de um humanista e filantropo”: “Do conjunto das suas disposições testamentárias sobressai um enorme apego à religião católica, tanto pela encomenda de missas em grande número, como pela estima pelas confrarias, pelo oratório privado e pelo respeito com que sempre se refere a essa vertente da sua sensibilidade”. Na verdade, o casal tinha no seu palacete uma antecâmara do quarto, onde faziam as suas orações, a qual, depois de abrirmos as portas, tinha um genuflectório em frente de um oratório, com um crucifixo de assento e as imagens de Nossa Senhora da Conceição e do Sagrado Coração de Jesus. No inventário realizado em 1999, estas peças, que hoje estão expostas no Núcleo Museológico da Misericórdia, tinham a seguinte identificação: - Oratório em madeira, com embasamento paralelepipédico, moldurado, encimado por soco moldurado, de secção rectangular, com alçado posterior rematado em forma de telhado de duas águas, projectado para a frente, formando uma arcada em trifório; - Crucifixo de assento em madeira, com Cristo crucificado agonizante, em marfim. A Cruz tem decoração em prata relevada; - Imagem de Nossa Senhora da Conceição, em madeira, sobre peanha quadrangular e resplendor em prata; - Imagem do Sagrado Coração de Jesus, em madeira, sobre peanha quadrangular e resplendor em prata.

No salão próximo do quarto supracitado estava uma pintura singular, representando a Santíssima Trindade, e que hoje se encontra exposto no Salão Nobre da Misericórdia. Trata-se de uma peça que tem sido atribuída ao século XVII. Mas também há quem defenda que algumas das suas características formais, nomeadamente, a riqueza de ornamentação da tiara e da orla da capa do Padre Eterno poderão apontar para uma data anterior (Sec. XVI). Os técnicos que realizaram o inventário do Património Móvel desta Santa Casa, consideraram ainda que as proporções indiciam a possibilidade de se tratar de uma tela de maiores dimensões, que foi recortada e que a moldura que lhe foi aplicada é ao gosto neoclássico com laços e guirlandas de flores e é purpurinada. Em resumo, um conjunto de peças de grande valor artístico e de grande significado religioso.


ESPAÇO SAÚDE

SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE VILA NOVA DE GAIA

OSTEOPOROSE DOENÇAS REUMÁTICAS: tais como Artrite Reumatóide e Pelvispondilite MEDICAÇÕES PROLONGADAS: tais como corticoterapia, entre outros. O diagnóstico e o tratamento de osteoporose sofreram uma revolução nesta última década. As medições de densidade óssea previnem eficazmente o risco de fracturas, mas a qualidade do osso é também determinante na sua resistência.

A Osteoporose é uma doença crónica progressiva, caracterizada pela diminuição da massa óssea com alterações estruturais do osso que leva, consequentemente, à perda de qualidade e aumento da fragilidade. “A Osteoporose e as fracturas que lhe estão associadas constituem um importante problema de saúde pública. Cerca de 50% das mulheres e 40% dos homens, actualmente com 50 anos, virá a sofrer de fractura osteoporótica no resto de suas vidas”. (Prof. Dr. José António Silva em “Essências de Osteoporose”) Frequentemente, o primeiro sintoma é uma fractura que pode ter consequências sérias na qualidade de vida. As fracturas do punho são as mais frequentes por volta dos 55 anos de idade, as vertebrais ocorrem com maior prevalência entre os 60 e os 70 anos e as do colo do fémur em idades superiores a 70 anos.

São considerados os principais factores de risco para osteoporose e/ou fractura: GERAIS • Mulheres em idade pós menopausa • Homens com mais de 60 anos • Quedas frequentes • Baixo peso ESTILO DE VIDA • Baixa ingestão de cálcio e vitamina D • Sedentarismo • Tabagismo • Ingestão elevada de álcool • Imobilização prolongada FACTORES GENÉTICOS FACTORES HORMONAIS • Menopausa Precoce • Anorexia Nervosa • Entre outros… É necessário fazer diagnóstico diferencial com osteoporose secundária e outras patologias tais como: DOENÇAS ENDÓCRINAS Diabetes Hipertiroidismo DOENÇAS GASTROINTESTINAIS

A execução de exames de diagnóstico, tal como a densitometria óssea, deve obedecer a critérios tais como: • Mulheres com idade superior a 65 anos; • Sempre que existam factores de risco acima mencionados; • Mulheres em período de menopausa com risco aumentado de fractura • Terapêuticas prolongadas (ex.: corticoterapia) com suspeita de fractura A densitometria óssea baseada no valor predeterminado subdivide os resultados em: • Normal • Osteopenia • Osteoporose • Osteoporose grave com risco de fractura O TRATAMENTO O tratamento baseia-se sobretudo na eliminação dos factores de risco e em situações específicas. É necessário recorrer a terapêutica farmacológica. Existem no mercado medicamentos que actuam a nível do osso quer na densidade quer na qualidade. Essas terapêuticas devem ser cumpridas integralmente segundo prescrição médica e mantida pelo tempo que for determinado. O seu abandono é um problema com que os clínicos se debatem frequentemente.

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O mais eficaz dos tratamentos é a PREVENÇÃO. A prevenção deve começar na infância. Desde cedo deve ser promovida à criança um estilo de vida saudável: • Dieta adequada com ingestão de cálcio e vitamina D; • Prevenção de obesidade; • Promoção de exercício físico regular; • Abstenção de tabaco; • Ingestão moderada de álcool; • Prevenção de quedas

A PREVENÇÃO DE QUEDAS deve ser uma preocupação constante, sobretudo, em idades mais avançadas. As quedas mais frequentes ocorrem no domicílio. As medidas básicas para a prevenção são essencialmente: • Uso de calçado adequado (solo antiderrapante) • Retirar tapetes do chão, colocar material antiderrapante em escadas e em todas as superfícies escorregadias, nomeadamente, cozinha e W.C. Todos estes cuidados devem ser redobrados sempre que exista limitações para a marcha e se utilizem auxiliares, tais como canadiana e/ou andarilho, em doentes com défice de visão ou problemas mentais. Isabel Vilela

(Directora da Clínica de Fisiatria da Misericórdia de Gaia)

TEMPO DE NUTRIÇÃO

Alimentação dos portugueses afasta-se das boas práticas alimentares Roda dos Alimentos Fonte: Direcção-Geral do Consumidor

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20% Frutos

2% Óleos e gorduras

23% Hortícolas 28% Cereais e tubérculos

Portugal faz parte dos países onde se verifica a prática da Alimentação Mediterrânica, recentemente classificada como património da humanidade. Este reconhecimento deve-se ao contributo que este padrão alimentar típico dos países da bacia do mediterrâneo tem tido no âmbito da promoção da saúde das respec18% Lacticínios tivas populações. Contudo, todos os estudos realizados e indicadores de saúde dos portugueses revelam que se tem acentuado, ao longo das últimas décadas, desequilíbrios na dieta 5% Carnes, alimentar e o respectivo afastamento Pescado das recomendações estabelecidas e ovos do padrão alimentar mediterrâneo. De acordo com dados da Balança 4% Alimentar Portuguesa (BAP), existem Leguminosas desequilíbrios significativos na prática secas alimentar portuguesa, com repercussão directa no incremento de determinadas doenças nos portugueses (HTA, obesidade, diabetes, doenças do coração, cancro, entre outras). O consumo excessivo de calorias e gorduras saturadas, por um lado, e o défice de consumo de frutos, produtos hortícolas e leguminosas, pelo outro, caracterizam, actualmente, a alimentação em Portugal, com consequências determinantes no perfil de saúde dos Portugueses.


Os Portugueses consomem, actualmente, cerca de 3.883 kcal, um aumento de 4% face à década de 90, que já era elevado, e ultrapassa, de forma preocupante, o valor médio recomendado para o consumo diário do adulto Português, que é de cerca de 2000 a 2500 kcal/dia. Este facto está em linha de diagnóstico efectuado pelo Inquérito Nacional de Saúde, que indica que 51% dos Portugueses com mais de 18 anos sofrem de excesso de peso e obesidade. Os desvios mais acentuados, comparando o padrão alimentar saudável, com a prática alimentar dos portugueses, ocorrem nos produtos de origem animal, com uma taxa de crescimento média anual de 1.1% em oposição aos produtos de origem vegetal que apresentam uma taxa média anual negativa de 0.7%. De realçar que esta tendência já se vai consolidando desde a década de 90. Esta situação implica, igualmente, um consumo acrescido de gorduras de origem animal (gorduras saturadas). As recomendações da OMS apontam como 10% a percentagem máxima de calorias obtidas a partir das gorduras saturadas, apresentando a dieta portuguesa (16%), um valor que excede essa recomendação. O aumento

de consumo de gorduras saturadas está directamente relacionado com o aumento do risco de doenças cardiovasculares, tendo sido esta a principal causa de morte em 2008, cerca de 32%. A contribuição das gorduras para o conteúdo energético da alimentação Portuguesa ultrapassa (36%) o limite máximo recomendado (15 a 30%). Por sua vez, os hidratos de carbono com 51% das calorias do consumo total diário de alimentos, situa-se abaixo do recomendado (55 a 75%). As proteínas com 13% do valor calórico total diário encontram-se dentro do intervalo dos valores recomendados (10 a 15%). A alimentação dos portugueses está continuamente a desviar-se das virtudes do tipo de alimentação que caracterizou os seus hábitos alimentares ao longo dos tempos: a dieta mediterrânea, que se caracteriza fundamentalmente pelo consumo de vegetais, leguminosas, frutos, azeite, vinho, carnes brancas, peixe e cereais integrais,

Carlos Leite (Assessor para a Nutrição da Misericórdia de Gaia)

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POR ESTARMOS AO SERVIÇO DA SOCIEDADE, E PARA SERMOS REFERÊNCIA NOS CUIDADOS DE SAÚDE,

HUMANIZAR É O VERBO DAS NOSSAS ACÇÕES.

A saúde é o bem mais precioso que o ser humano pode possuir. A recuperação e reabilitação de pessoas cujo estado de saúde se encontra fragilizado, é uma missão que a Clínica Fisiátrica da Santa Casa da Misericórdia de Gaia, com a sua equipa de profissionais de saúde, cumpre com dedicação, grande empenho e satisfação. A Clínica da Santa Casa da Misericórdia de Gaia, está incorporada no complexo do Lar Salvador Brandão, com amplos espaços verdes e um parque de estacionamento privativo. Beneficia ainda, de fácil acesso pelas novas vias de circulação circundante.

Nova valência – Terapia da Fala ACORDOS ARS ADM ADMG CAIXA GERAL DEPÓSITO CAIXA DE PREVIDÊNCIA

MEDIS (ACIDENTES TRABALHO) MINISTÉRIO JUSTIÇA MONTEPIO GERAL PLANICARE PORTUGAL TELECOM

SAD/PSP SAMS SAMS QUADROS SEG. MULTICARE SEG. AÇOREANA

SEG. ALLIANZ SEG. AXA SEG. FIDELIDADE MUNDIAL GLOBAL SEG. IMPÉRIO BONANÇA

SEG. LUSITÂNIA MACIF SEG. SAGRES SEG. TRANQUILIDADE SEG. VITÓRIA


HISTÓRIAS DE VIDA

SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE VILA NOVA DE GAIA

TRABALHAR E VIVER NO LAR SALVADOR BRANDÃO

“Trabalhei muito nesta casa. Mas trabalhava com muito gosto.” 28

A Prazeres, como é conhecida, só não nasceu na Misericórdia de Gaia, mas esta tem sido a sua casa permanente desde os 14 anos de idade até ao presente. No Asilo e Lar Salvador Brandão, Prazeres executou várias tarefas, mas a que gostou mais foi de cuidar dos Utentes homens.

Prazeres Gonçalves Moura, de 65 anos, nasceu prematura e com sérios problemas de saúde. “No hospital, não tinha visitas, mas sei que fui sempre muito bem tratada pelos médicos e enfermeiros”, contou a Utente do Lar Salvador Brandão. “Aos nove anos comecei a respirar sem a ajuda das máquinas”, recordou. Prazeres contou a Laços de Amor que o médico que a ajudou a nascer disse à sua mãe que queria perfilhá-la, uma vez que o seu pai já não era vivo e a sua mãe não tinha condições para garantir todos os tratamentos e cuidados de que Prazeres necessitava. Quando Prazeres

tinha 14 anos, o seu médico e pai adoptivo aconselhou-a a vir para, na altura, o Asilo Salvador Brandão da Misericórdia de Gaia, uma vez que precisavam de mais uma funcionária. O “pai” garantiu-lhe que seria muito bem tratada. “O meu ´pai´ disse na Misericórdia o seguinte: ´Eu vou mandar uma menina que é a minha filha adoptiva. Foi Deus que a salvou, mas fui eu que a tirei com as minhas mãos´”, anunciou. Começou a trabalhar, no Salvador Brandão, na cozinha, mas muito contrariada: “A primeira coisa que fiz foi atirar com uma panela para


o chão, mas fi-lo de propósito para me mandarem embora”.”O meu ´pai´ depois ligou-me a perguntar se eu estava bem e eu, a chorar, disse que não, que não queria ficar na cozinha. Disseram-lhe que só tinham um sector aberto, que era o dos Utentes homens. Então o meu ´pai´ disse para me colocarem nesse sector à sua responsabilidade”, frisou. A primeira vez que Prazeres contactou com essa realidade ficou assustada: “Custou-me muito vê-los vestirem-se. Chorei muito, sofri muito, mas trabalhei sempre com muita dedicação, porque gostava muito de velhinhos. Eu era a netinha deles e eles eram os meus avôs”. “Eles diziam: ´o que é que ela vai fazer? Ela não vai poder connosco´. Mas eu pegava neles, como se tivesse a pegar em bebés, porque tive treinos no hospital. Dava-lhes o comer, fazia-lhes a higiene, deitava-os, levantava-os, fazia de tudo”, lembrou com saudade. Prazeres esteve 22 anos a cuidar dos Utentes homens. Mas o percurso de Prazeres não ficou por aí. A funcionária também passou pela secção das Utentes, mas não gostou: “Gostava mais dos

homens, porque eles portavam-se melhor, às vezes, apanhavam a pinguinha e ficavam rabugentos, mas eu dizia sempre: ´deixa-los falar que é o vinho que está a falar, não são eles´. Eu acalmava-os muito. A Madre Superior dizia que eu tinha muito jeito para lidar com eles”. A, actualmente, Utente, recordou, uma vez, dois Utentes estarem numa birra: “Eu tinha 15 anos e meti-me ao meio. Dei um empurrão a cada um e fui chamar a Madre Superior, que ralhou comigo. Eu disse que o que não devia fazer era deixá-los matarem-se. Era o meu trabalho. Um polícia também dá e leva”. (Risos) Além de cuidar, de noite e de dia, dos Utentes do Salvador Brandão, Prazeres também foi porteira e telefonista do Lar. “Trabalhei muito nesta casa. Mas trabalhava com muito gosto”, frisou. Com várias décadas a viver e a trabalhar no Asilo e Lar Salvador Brandão, Prazeres acompanhou as várias mudanças que foram acontecendo na Misericórdia de Gaia. Recordou a passagem da gestão deste equipamento das Irmãs freiras para as Directoras, o fim da

29 horta, as remodelações e as novas medidas,… Prazeres trabalhou ainda na enfermaria do Lar, mas, entretanto, ficou doente e inválida. “Eu sempre disse que um dia que não pudesse mais trabalhar, gostava de ficar aqui, porque ganhamos amor às pessoas e à casa”, acrescentou. Agora está reformada, mas ajuda muito naquilo que pode: “Dou de comer aos velhinhos quando já não conseguem comer sozinhos, arrumo o meu quarto e a casa de banho e sou a responsável pela capela, há 27 anos”. “O Sr. Padre diz que sou eu que mando na capela”, reiterou orgulhosa. Prazeres não tem nenhum sonho nem vontade por realizar. Está satisfeita com o que a vida lhe deu, embora recorde com saudade a comida das Irmãs do Salvador Brandão: “As irmãs faziam comida muito bem feitinha”.


ESPAÇO VOLUNTARIADO

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Desde há alguns anos que integro grupos que exercem voluntariado. O grupo de Escuteiros, a Cruz Vermelha Portuguesa e o Banco Alimentar são alguns exemplos de instituições que se regem pelo voluntariado, por onde passei, e em todos eles o meu pensamento é, de imediato, inundado por um sem número de experiências tão diversificadas quanto enriquecedoras. Talvez por isso, a escolha da minha área profissional não ter suscitado muitas dúvidas, dado que sempre tive vontade em ajudar e trabalhar em prol do bem dos outros, no fundo, ver no outro um sorriso estampado no rosto. A entrada na Santa Casa da Misericórdia de V. N. Gaia, nomeadamente, no Lar Residencial Conde das Devezas,

SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE VILA NOVA DE GAIA

como voluntária, prendeu-se, para além da sua história e de ser uma instituição de referência no concelho, com o facto de eu poder dar o meu contributo, de acordo com as necessidades da instituição. Tenho conhecido pessoas deliciosas, simpáticas e com bom humor, pessoas que têm prazer e gosto em partilhar comigo as suas vidas, a sua infância e juventude, as dificuldades que passaram, a perda dos seus entes queridos, o gosto de falarem dos seus familiares e o que a vida lhes ensinou e proporcionou. E eu escuto, por vezes horas a fio, as suas vivências e viajo com elas e eles nas suas recordações e memórias. E se é bem verdade o ditado “Recordar é Viver”, então eu só posso ficar feliz por poder compartilhar com eles alegrias, aliviar sofrimentos e potenciar esta amizade com os residentes da instituição que acompanho. Susana Costa (Voluntária do Lar Residencial Conde das Devezas)

“Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos” (1) Acho que esta frase, simples, mas profunda, bem poderia ser considerada a “consciência” do voluntariado. De facto, um voluntário tem que estar, acima de tudo, preparado para nada receber, mas sempre predisposto a tudo dar. E, com esta disposição vai verificar, ao longo da sua vida de voluntário, que irá receber muito mais do que, eventualmente, imaginaria, pois “O amor é a única coisa que cresce à medida que se reparte" (2). O voluntariado sempre existiu. A raça humana prosperou, exactamente, porque ganhou consciência que, isolada, dificilmente sobreviveria. A tarefa de criar os filhos que, ao contrário da maioria das espécies, necessita de vários anos até atingir a auto-subsistência, é uma tarefa árdua e complexa. A caça, a construção de abrigos, a própria alimentação exigiam um trabalho de equipa. Trabalho este que durou até aos nossos dias e que, ainda hoje, é bem visível nos meios rurais. Exemplo disso, são os fornos comunitários, os moinhos, a gestão dos baldios, a construção das aldeias com as casas próximas umas das outras, para se protegerem das intempéries, dos inimigos, dos animais bravios, etc. De facto, fomos evoluindo. Algumas vezes para pior, outras vezes para melhor, como por exemplo, construindo hospitais e Misericórdias para tratar daqueles que a sociedade ia esquecendo na sua cavalgada pelo EGO. Esta Ego-sociedade, desculpem o palavrão, transformou o homem num ser egocêntrico que só pensa num novo deus: - o Dinheiro. Felizmente, existe em todo o mundo uma onda crescente

de solidariedade, a que eu chamaria Tsunami Humanitário, que está a crescer e a levar a esperança e o amor a milhões de desamparados. Fui apanhado pela Onda e apresentei à Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Gaia a ideia de ler para aquelas pessoas que, por um motivo ou outro, deixaram de o poder fazer. Nestas leituras, descobrimos os Autores, as histórias, os personagens, as paisagens, a gastronomia, e muito mais. Falamos sobre as nossas experiências pessoais, recordações, sonhos, enfim, memórias há muito tempo esquecidas. De facto, Antoine de Saint Exupery, mais uma vez tinha razão quando escreveu uma frase que eu considero o verdadeiro Hino ao Voluntariado: “Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós." (1) - (2) – Antoine de Saint Exupery Licínio Magalhães (Voluntário do Lar Residencial Conde das Devezas)


AGENDA

SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE VILA NOVA DE GAIA

MARÇO - Festejo do Carnaval nos vários equipamentos sociais e unidades de exploração da Misericórdia de Gaia - Celebração da Quaresma DIA 7 - Torneio de Jogos Inter-Lares 2011 no Lar Salvador Brandão DIA 18 -Comemoração do Dia do Pai na Creche e Jardim de Infância D. Emília de Jesus Costa DIA 19 -Comemoração do Dia do Pai no Lar Salvador Brandão DIA 21 - Comemoração do Dia da Árvore na Creche e Jardim de Infância D. Emília de Jesus Costa - Passeio da Primavera DIA 25 - Passeio da Primavera a Vila Nova de Cerveira DIA 31 - Comemoração de Aniversários dos Utentes do Lar António Almeida Costa com alunos de uma Escola

ABRIL - Celebração da Páscoa nos vários equipamentos sociais e unidades de exploração da Misericórdia de Gaia - Celebração da Quaresma no Lar José Tavares Bastos - Passeio a Amarante do Lar Salvador Brandão - Teatro no Lar Residencial Conde das Devezas DIA 8 Comemoração do 12º Aniversário do Centro de Acolhimento Temporário N.ª Sr.ª da Misericórdia Dia 27 - Representação Cénica do 25 de Abril Dia 29 - Comemoração do Dia da Mãe na Creche e Jardim de Infância D. Emília de Jesus Costa - Baile animado por grupo musical no Lar Salvador Brandão

SABIA QUE... … A Misericórdia de Gaia possui um Lar Residencial com apartamentos privados e vários serviços de higiene, médicos, de alimentação, entre outros, para os idosos que tiverem mais possibilidades económicas? … A Misericórdia de Gaia tem mais de 50 pessoas a fazerem voluntariado em diversas áreas? … A Irmã n.º 1 da Misericórdia de Gaia chama-se Maria Teresa Macedo? FICHA TÉCNICA: EDIÇÃO: Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Gaia; DIRECTOR: Dr. Pedro Nobre; COORDENADORA: Dra. Célia Rodrigues; REDACTORA: Dra. Marisa Pinho; COLABORADORA: Manuela Pinto; DESIGN GRÁFICO | PRODUÇÃO: Thing Pink - Publicidade e Comunicação; TIRAGEM: 1000; DATA: Jan./Fev.

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