MG NOTÍCIAS n.º 27

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TRIMESTRAL Abr/Mai/Jun 2015 EDIÇÃO N.º 27 Gratuito

Misericórdia celebrou duplo Aniversário


Índice

Editorial | 2 Anos de história | 4 O que Aconteceu |7 Academia Sénior entrega Diplomas| 13

Krav Maga na Misericórdia | 14 FICHA TÉCNICA: PROPRIETÁRIO: Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Gaia;

Entrevista | 19 Joaquim Sá é Mesário da Misericórdia de Gaia | 19

DIRETOR: Dr. Mário Fontemanha EDIÇÃO E COORDENAÇÃO: Dr.ª Marisa Pinho; COLABORADORES: Dr.ª Manuela Pinto DESIGN GRÁFICO: Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Gaia;

Boa Saúde | 22 Núcleo Museológico |24 Voluntaria-te | 25 Conceição Coelho é voluntária do cat

TIRAGEM: 750; PERIODICIDADE: Trimestral; SEDE DA REDAÇÃO: Rua Teixeira Lopes, n.º 33, 4400-320, Vila Nova de Gaia; PRODUÇÃO: Gráfica São Miguel, Rua Norton Matos, 731, Gulpilhares, 4405-671 Vila Nova de Gaia NOTA: Publicação isenta de registo na ERC ao abrigo da Lei de Imprensa 2/99 de 13 de janeiro, artigo 9

Arquivo e Centro de Documentação | 27 Curiosidades | 27 Agenda|27

Os artigos foram escritos com base no novo acordo ortográfico


Editorial

Luís Marques Gomes (Mesário e Tesoureiro da Misericórdia de Gaia)

Continuo a defender aquilo que afirmei na introdução de um pequeno livro que publiquei no ano transato, sob o título “Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição – 50 Anos ao serviço da Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Gaia”: “a gratidão é um sentimento de reconhecimento que deve estar sempre presente na vida da Santa Casa e daqueles que gerem os seus destinos a asseguram o seu funcionamento”. As celebrações que ocorreram no passado dia 27 de junho, mais não foram do que a expressão dessa gratidão, não só para todos quantos deram o seu contributo ao longo dos oitenta e seis anos de vida da nossa Santa Casa, e cujo aniversário ocorreu no dia 26, mas também para com todos os Beneméritos, muito em especial, o casal D. Emília de Jesus Costa e António Almeida da Costa, já que com as suas muito generosas dádivas, permitiram a criação e a manutenção das diversas estruturas sociais em funcionamento. O destaque dado ao casal D. Emília de Jesus Costa e António Almeida da Costa, é perfeitamente justificado, já que eles foram um dos principais pioneiros da assistência social em Vila Nova de Gaia: construíram não só um “Asilo” que foi inaugurado em 27 de junho de 1915, e uma Creche, para as crianças do lugar das Devezas e para os filhos dos operários da Fábrica Cerâmica das Devezas, sua pertença, mas também construíram um Bairro de casas na Rua Mouzinho de Albuquerque, para os referidos operários e um conjunto de casas para os contramestres. Como sempre acontece, o ponto alto das comemorações foi a celebração de uma Solene Eucaristia de Ação de Graças e de sufrágio pelos beneméritos, irmãos, utentes, colaboradores e voluntários falecidos, que foi presidida por Sua Excelência Reverendíssima D. António Francisco dos Santos. Depois, houve lugar a uma Sessão Solene, na qual o Senhor Provedor agradeceu o empenho e dedicação de todos quantos o antecederam, bem como todos os Irmãos que compuseram os diversos Órgãos Sociais, após o que se seguiu a entrega de diplomas de Irmãos Honorários aos Irmãos Senhores Bernardino Andrade Maia, Dr. Valdemar Teixeira de Castro Chaves, Dr. José Tavares Pinto Brandão e Prof. Engenheiro Joaquim Manuel Veloso Poças Martins, dignidade que lhes foi atribuída pela Assembleia Geral, sob proposta da Mesa Administrativa, em sinal de reconhecimento pela forma como desempenharam as funções de Provedor e/ou Presidente da Assembleia Geral. Mas os colaboradores, principais executores de toda atividade social da Misericórdia, também não foram esquecidos, tendo sido prestada homenagem a 3 colaboradoras que, no corrente ano, completaram ou vão completar 25 anos de serviço. Foi por todas estas razões que, depois de ter dado o melhor de mim, como profissional da Santa Casa, durante 50 anos – março de 1962 a outubro de 2012 -, aceitei o desafio de integrar os atuais Órgão Sociais, certo de que, todos juntos, poderemos honrar todos quantos nos antecederam e fazer crescer a atividade da nossa Misericórdia em quantidade e qualidade. Para isso, esperamos poder contar com os novos Irmãos que foram entronizados naquela Sessão Solene e com outros gaienses que devemos desafiar no sentido de aderirem a esta causa tão importante, e com todos os Voluntários que dão o seu contributo nas nossas estruturas – os que já estavam e os que foram apresentados. Que Deus nos ajude e a Nossa Senhora das Misericórdias nos proteja. MG Notícias|3


Anos de História

Luís Marques Gomes (Mesário e Tesoureiro da Misericórdia de Gaia)

• Entretanto, ocorre a Revolução de 25 de abril de 1974 que, a exemplo do que aconteceu no País, provocou grandes modificações no funcionamento do Hospital, nomeadamente, com a criação de uma Assembleia Geral dos Médicos, de Assembleias Gerais de outros grupos profissionais e uma Assembleia Geral de Trabalhadores, as quais começaram a apresentar moções e diversas reivindicações, salientando-se uma proposta de plano diretor da futura atividade hospitalar apresentado pela Assembleia dos Médicos à apreciação da Mesa Administrativa e das várias atividades profissionais do Hospital, de modo a que, no dia 4 de junho de 1974, no Salão Nobre do Hospital, se pudesse reunir uma Assembleia Delegada, constituída na base de 5 delegados da Mesa Administrativa e de cada atividade profissional, com o fim de elaborar o plano definitivo de administração e votá-lo.

João Reinaldo Luís Pacheco Provedor de 26.07.1974 a 10.02.1976

A Mesa Administrativa manifestou a sua concordância a esta proposta, mas deliberou submeter o assunto à Assembleia Geral dos Irmãos, rea4|MG Notícias

lizada em 27 de setembro de 1974, que aprovou por unanimidade essa proposta, facto que foi depois comunicado à Direção-Geral da Assistência, e que foi sancionado por aquela entidade. •A extraordinária colaboração que as Irmãs Franciscanas Hospitaleiras Portuguesas prestaram a esta Misericórdia desde 1933 constituiu uma das principais razões para o bom funcionamento de todos os equipamentos sociais e assistenciais da nossa Irmandade. Na sua reunião de 30 de maio, a Mesa Administrativa deliberou apresentar uma contraproposta de regulamento que foi acompanhada de resposta, elaborada pela Assembleia dos Médicos, manifestando em primeiro lugar estranheza pelas decisões unilaterais que o Corpo Clínico do Hospital tomou em matéria que, pelo menos no aspeto legal, não era da sua competência, e afirmou o seguinte: “Trata-se, portanto, de uma atitude de indisciplina com que a Mesa não pode concordar, recusando-se a receber intimações do género daquelas que nos são feitas. (...) mais nos repugnaria ainda aceder a um sistema de Assembleia delegada, por classes, do tipo corporativo, já ultrapassado, e que no conjunto do plano director que nos é apresentado revela espírito muito mais raccionista do que democrático, pretendendo de forma clara conduzir a um predomínio de classes, com desrespeito pelos direitos de outras classes que também colaboram na actividade hospitalar.” Depois de vários comentários e considerações, a Mesa Administrativa deliberou determinar que “a Assembleia Delegada marcada para o próximo dia quatro de Junho pelas vinte e uma horas e trinta minutos,

seja transformada numa Assembleia Geral plenária, no qual todos quantos dedicam o seu trabalho e devoção a este Hospital escolham livremente qual dos projectos deverá ser aprovado e ainda que, no caso desta aprovação recair sobre o projecto a que chamaremos número dois, proposto por esta Mesa, se proceda logo de seguida à eleição tal como nele se prevê.” Entretanto, e dado que a Direção Clínica, composta pelos Srs. Drs. Fernando Olímpio Borges de Figueiredo e Alberto Sousa Valente, solicitou a sua não recondução no cargo, porque a Assembleia plenária foi adiada, o Presidente da Assembleia Geral dos Médicos indicou os nomes dos médicos que constituiriam a Direção Clínica até à eleição da futura Gestão Hospitalar: Prof. Dr. António Manuel Sampaio Araújo Teixeira e Dr. Alberto António Carneiro Pinho da Silva. Não conseguimos apurar a data da realização da referida Assembleia Plenária, mas sabemos que os membros eleitos para o Conselho de Gestão foram os seguintes: o Senhor Vice-Provedor, em representação da Mesa Administrativa; o Sr. Prof. Dr. António Manuel Sampaio de Araújo Teixeira, como representante dos Médicos; Luís Marques Gomes, como representante dos serviços administrativos, António Teixeira Meireles, em representação dos serviços de enfermagem, Floriano Augusto P. Rodrigues, como representante do pessoal paramédico, José Henrique Cunha Ferreira, em representação do pessoal técnico de manutenção; José Martinho Ferreira, em representação do pessoal de obras; Rosa de Fátima Fontes Ferreira Lino, em representação das empregadas internas e de limpeza.


Anos de História Por sua vez, o Sr. Dr. Jorge Catarino foi eleito Presidente da Assembleia Geral dos Trabalhadores. Por despacho de 24 de fevereiro de 1975, publicado no Diário da República de 10 de março, o Senhor Secretário de Estado da Saúde nomeou a Comissão Instaladora do Hospital Distrital de Vila Nova de Gaia, com a seguinte constituição: Prof. Dr. António Manuel Sampaio de Araújo Teixeira, António Teixeira Meireles, Floriano Augusto Pereira Rodrigues, José Henrique Cunha Ferreira e Luís Marques Gomes. Todavia, este último apresentou ao Senhor Secretário de Estado, no mesmo dia daquela publicação, o seu pedido de escusa do lugar para que foi nomeado e decidiu, entretanto, manter-se ao serviço da Misericórdia, onde, em 1 de junho desse ano, data em que se verificou a separação das administrações do Hospital e da Misericórdia, assumiu as funções da Chefe dos Serviços Administrativos. • Depois de diligências efetuadas junto da Misericórdia nesse sentido pelos saudosos Irmãos Prof. Manuel Pires Veloso e Pe. Manuel Romero Vila, foi presente em 28 de março de 1974, uma carta da Associação das Aldeias de Crianças S.O.S. de Portugal, solicitando a cedência, nas condições mais favoráveis, de uma propriedade rústica com a área de cerca de 26.000 m2., com residência ocupada por um inquilino, designada da “Portela”, situada na Estrada Nacional 109, na freguesia de Gulpilhares, deste Concelho, com a finalidade de criar uma Aldeia de Crianças no Norte do País, composta de 20 a 30 casas e jardim infantil para acolher todas as crianças da Aldeia e povoações vizinhas, campo de jogos, etc. A Mesa Administrativa considerou que, por um lado, a realização desta obra era digna de ajuda e, por outro, satisfaz o compromisso a que a Misericórdia ficou obrigada

aquando da integração dos bens da extinta Comissão Paroquial de Assistência de Valadares – construção de um jardim infantil -, e, por isso, deliberou ceder, gratuitamente, aquela propriedade, tendo submetido esta decisão à Direção-Geral da Assistência Social. A Direção-Geral respondeu em 22 de maio, informando que aguardavam o envio de uma cópia da ata da reunião da Assembleia Geral em que se delibere a doação daquela propriedade à referida Associação e esclarecendo que, no caso de ser autorizada superiormente, deverá ser celebrada com inserção na escritura de uma cláusula de reversão para a Misericórdia, na hipótese de extinção jurídica da entidade donatária, ou no caso de a propriedade ser utilizada para fim diverso, ou ainda se vier a verificar-se o incumprimento da obrigação que a Associação deve assumir de levar a bom termo a construção de um jardim infantil destinado às crianças da Aldeia e das povoações vizinhas, em iguais circunstâncias. Aprovada esta doação nas condições supracitadas pela Assembleia Geral da Misericórdia, realizada em 27 de setembro de 1974 e autorizada por despacho ministerial de 11 de novembro, a competente escritura celebrou-se em 14 de fevereiro de 1975, no Primeiro Cartório Notarial de Vila Nova Gaia.

21 desse mês, aprovou por unanimidade a proposta da Direção de concessão à Misericórdia de Vila Nova de Gaia, da categoria de “Sócio Benemérito”, em testemunho da profunda gratidão pelo valioso auxílio prestado à Obra e que em muito contribuiu para o desenvolvimento do ideal S.O.S. em Portugal. A Misericórdia deu sempre grande apoio à concretização da criação da Aldeia de Crianças S.O.S..Mas também, quer os Senhores Provedor e Vice-Provedor, Prof. Manuel Pires Veloso e Pe. Manuel Romero Vila, e o seu Chefe dos Serviços Administrativos, Senhor Luís Marques Gomes, foram fundamentais na concretização deste projeto, não só integrando a Direção Regional da Associação das Aldeias de Crianças S.O.S., mas também conseguindo congregar inúmeros apoios para este projeto, como foi o caso das Câmaras Municipais de Vila Nova de Gaia e do Porto, o Rotary Clube de Gaia, o Lions Clube de Gaia, inúmeras empresas e entidades, artistas, casas de espetáculos, coletividades, e comunicação social, e que levou a que a Aldeia se tornasse uma realidade em pouco tempo.

A Aldeia de Crianças SOS do Norte, em Gulpilhares

Bênção da 1.ª pedra da Aldeia de Crianças S.O.S. em 15.10.1977

Por carta de 28 de abril desse ano, a Direção da Associação das Aldeias de Crianças S.O.S. informou a Misericórdia que aquela Associação, reunida em Assembleia Geral em

Na verdade, a 27 de outubro de 1980, foram solenemente inauguradas as primeiras seis casas de habitação e a Casa Comunitária, sendo hoje constituída pelas seguintes edificações: 9 casas familiares, casa comunitária (que inclui um Lar de Jovens), casa do Diretor da Aldeia, um parque infantil, um campo de futebol e uma piscina. MG Notícias|5


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O Que Aconteceu

Sónia Araújo é Madrinha do CAT Sónia Araújo fez doação ao CAT e foi convidada para Madrinha do Centro.

Sónia Araújo visitou, no passado dia 21 de abril, as crianças do Centro de Acolhimento Temporário N.ª Sr.ª da Misericórdia, levou-lhes muitas prendinhas, úteis para o seu dia a dia, e ainda ajudou os meninos durante a hora de almoço. O provedor da Misericórdia de Gaia, Artur Leite, lançou o convite à apresentadora de televisão para ser Madrinha do CAT que foi aceite por Sónia Araújo sem hesitar. As manifestações de carinho não tardaram a aparecer da parte das crianças, proporcionando-se momentos de muito afeto e mimo. Já no dia 11 de abril foi transmitido pela RTP o programa “Sabe ou Não Sabe” em que Sónia Araújo foi a convidada especial e doou o seu prémio ao CAT. No jogo, a apresentadora conseguiu chegar ao primeiro patamar de segurança e decidiu não arriscar para não colocar em causa a quantia já ganha. “Este dinheiro já vai fazer muito jeito para alimentar muitas crianças”, disse a apresentadora no programa, decidindo fazer a oferta ao Centro de Acolhimento Temporário N.ª Sr.ª da Misericórdia.

CAT comemorou 16.º aniversário O Centro de Acolhimento Temporário N.ª Sr.ª da Misericórdia (CAT) comemorou, no dia 8 de abril, o seu 16.º aniversário. A equipa do CAT e as crianças receberam os convidados para a sua festa de aniversário que também foi alusiva à época da Páscoa. “Quando se fala no CAT, fala-se sistematicamente dos resultados da valência. Há uma tentativa de melhorarmos os resultados. Uma das formas é a assinatura de um protocolo que nos vai permitir passar a capacidade de 15 para 19 crianças”, referiu o provedor. Artur Almeida Leite reiterou ainda a todos os presentes, mas, sobretudo, aos colaboradores do CAT, tranquilizando-os, que o compromisso da mudança de instalações do equipamento, que se encontra no Complexo Social António Almeida da Costa, tendo a instituição recebido um subsídio do Fundo de Socorro Social, faz com que o CAT não possa ser encerrado. “Queria agradecer às pessoas que nos vão ajudando, ano após ano, a diminuir os custos que temos e que vamos continuar a suportar em nome do bem-estar destas crianças”, frisou. A diretora do equipamento, Carmen Sousa, apresentou alguns números que evidenciam a realidade do CAT desde o ano da sua criação, 1999. O momento continuou com uma apresentação, realizada pelas crianças e uma atividade conjunta com os convidados que proporcionou várias manifestações de carinho e afeto. Na comemoração do aniversário, o CAT apresentou ainda o seu mais recente acolhimento – um bebé de 13 dias: “É o nosso ovinho da Páscoa”. O lanche de aniversário foi oferecido pela empresa GERTAL. MG Notícias|7


O Que Aconteceu

Dia da Criança com Holi Run A Creche e Jardim de Infância D. Emília de Jesus de Costa realizou a “HOLI RUN” que pintou de cor e sorrisos o Dia Mundial da Criança.

O Dia Mundial da Criança foi vivido de forma bastante colorida pelas meninas e meninos da Creche e Jardim de Infância D. Emília de Jesus Costa (CJI). A iniciativa foi batizada de “Holi Run” que consistiu numa corrida das crianças, educadoras e auxiliares debaixo de uma poeira de tinta de várias cores. Preparados na linha verde de partida, vestidos a rigor com as t-shirts da “Holi Run” e com muita vontade, as crianças entraram na aventura colorida com muita satisfação. Verde, rosa, laranja foram as cores que pintaram roupa, rostos e um dia da criança repleto de brincadeira e muita gargalhada. A “Holi Run” da creche da Misericórdia de Gaia foi possível graças a ajuda de encarregados de educação, que mais uma vez se disponibilizaram em colaborar com a CJI, ao adquirirem as tintas, t-shirts e toda a logística nesta iniciativa do agrado das crianças.

Dia Mundial da Criança com Direitos O CAT comemorou o Dia Mundial da Criança com a criação de uma manta de retalhos constituída por desenhos sobre os direitos das crianças. O trabalho foi desenvolvido pelos pais de algumas das crianças acolhidas que se mostraram conscientes dos direitos dos seus filhos e que participaram ativamente nesta atividade. Os direitos e deveres dos utentes da Misericórdia de Gaia têm sido um dos temas que têm despertado muita atenção da parte da Mesa Administrativa e dos colaboradores da instituição. 8|MG Notícias


O Que Aconteceu

ERCD com Animação Sociocultural

Os residentes da Estrutura Residencial Conde das Devezas podem agora contar com atividades de animação sociocultural. A técnica Marisa Costa tem realizado várias atividades com os residentes desde trabalhos manuais, de expressão plástica, de expressão cognitiva aos de expressão física. A ERCD era a única unidade de terceira idade da instituição que não dispunha de animação sociocultural.

Misericórdia de Gaia despede-se do Padre Silvério Rato

O padre Silvério Rato celebrou a última Eucaristia na Misericórdia de Gaia, no passado dia 8 de junho. Silvério Rato foi diretor espiritual do Equipamento Social António Almeida da Costa e da Estrutura Residencial Conde das Devezas durante vários anos. No entanto, a sua missão segue agora em Lagos, no Algarve. A instituição despediu-se do padre Silvério com um momento de confraternização em que estiveram presentes elementos da Mesa Administrativa, colaboradores e residentes. “Muito obrigado por ter estado connosco”, foram as palavras sentidas do provedor Artur Leite, nas quais está patente o agradecimento de dezenas de pessoas, utentes, residentes e colaboradores que tiveram a oportunidade de privar com o pároco. Com a imagem da “Velhice” de Teixeira Lopes e emocionado, Silvério Rato voltou a apelar à prática do bem e deixou um profundo agradecimento a todos os presentes: “Esta casa faz parte da minha vida já há muitos anos, portanto não posso esquecer-vos, e espero que não se esqueçam de mim”. A diretora técnica do equipamento referiu Francisco de Assis para se dirigir ao padre Silvério: “Esta cerimónia foi tão simples, como a simplicidade que o senhor padre Silvério nos transmite e que nos faz lembrar Assis”. Dália Esteves frisou que a imagem que ficará para sempre de Silvério Rato na memória de todos é a do seu desinteresse pelo material e da companhia da sua bicicleta. MG Notícias|9


O Que Aconteceu

“A avó come muito queijo É o que é” Foram muitas as molduras humanas, cujo registo ficará para a história das várias famílias que passaram pelo Equipamento Social António Almeida da Costa (ESAAC), no passado dia 15 de maio.

O Dia da Família ficou marcado por uma iniciativa que despertou o interesse em todos os que assistiram por ser a sua própria realidade. O ESAAC convidou a escritora Gabriela Sotto Mayor para narrar a história do seu livro “A avó come muito queijo, é o que é” que retrata a demência no seio familiar. A narrativa foi acompanhada por uma encenação, protagonizada por utentes e colaboradores da Misericórdia de Gaia. Os primeiros sinais do aparecimento da demência no idoso e este acompanhamento por filhos e netos, como as injustiças sentidas pelos mais novos que não compreendem porque a mãe não castiga a avó por colocar a pasta dos dentes no frigorífico, entre muitos outros exemplos desta realidade foram mencionados. Quem assistiu reviu-se na história, por ser a sua própria história ou a de um conhecido. Esta é uma realidade a que ninguém consegue ficar indiferente, porque instalou-se nos lares de milhares de cidadãos. O ESAAC mostrou como não se pode mudar este rumo, mas sim compreendê-lo e saber viver com a demência em família.

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O Que Aconteceu

Dia da Família junta gerações O Dia da Família é uma das festas mais aguardadas pelos utentes durante todo o ano. Várias geração estiveram juntas, no passado dia 15 de maio para celebrarem os valores da família. Este é o momento em que o Equipamento Social Salvador Brandão (ESSB) fica repleto de familiares dos utentes. Este é ainda o dia em que muitos dos utentes têm a oportunidade de apresentar um espetáculo que ensaiaram durante vários dias. Orgulho foi a palavra que se impôs no passado dia 15 de maio. Orgulho nos utentes que atuaram e orgulho dos familiares que assistiram. O dia começou com o momento espiritual que teve a forte participação dos utentes, seguiu-se uma tarde de convívio em que várias gerações se juntaram para assistir a uma representação sobre as profissões e o estilo de vida dos utentes na sua juventude e vida ativa. Para os mais velhos foi um momento em que reviveram o passado, contaram histórias e emocionaram-se. Para os mais novos foi uma aula viva sobre outros tempos, outras vivências. Para todos foi um momento de confraternização e de grande felicidade por estarem juntos e celebrarem a vida.

Visita a azul e branco Alguns utentes do Equipamento Social Salvador Brandão visitaram o Estádio e Museu do Futebol Clube do Porto, no passado dia 28 de maio. Um dia em que a emoção esteve ao rubro, já que para muitos foi a primeira vez que entraram no Estádio do seu clube do coração, puderam sentir de perto o cheiEscuteiros trabalham com rinho da relva, sentaram-se no utentes camarote presidencial e ainda tiveram a oportunidade de conhecer os balneários onde os seus jogadores Os utentes do ESSB receberam, no preferidos se equipam antes de entrarem em campo. No Museu do FCP, os passado dia 1 de abril, um grupo utentes conheceram a história do clube e viram de perto as muitas taças conde escuteiros de Mafamude que seguidas. “Nunca pensei que existisse uma coisa tão rica cá no nosso Porto”, dinamizaram vários ateliês do in- foi uma das expressões mais ouvidas. A visita durou perto de 3 horas, por teresse dos idosos. isso, as pernas já davam de si, mas o coração... esse regressou a casa cheio de alegria.

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O Que Aconteceu

Marchas de S. João

As tradicionais marchas de S. João, assim como a apresentação do grupo coral do Tavares Bastos foram o mote para receber utentes e residentes da Misericórdia de Gaia. O Equipamento Social Tavares Bastos (ESTB) recebeu os utentes dos demais equipamentos sociais da Misericórdia de Gaia para a comemoração dos santos populares. A decoração e as tradicionais marchas de S. João foram o mote para uma tarde festiva que foi ainda de apresentação oficial do grupo coral do Tavares Bastos, sob a orientação da colaboradora Amélia. Luísa Dantas e Inácia Leão são mesá- O momento contou com a presença das mesárias dos Equipamentos Sociais da Mi- rias Inácia Leão e Luísa Dantas que puderam testemunhar a vontade por mostrar sericórdia de Gaia algo diferente e o dinamismo de utentes e colaboradores.

Os benefícios da água “Os benefícios do consumo de água” foi o tema que juntou no ESTB vários utentes e residentes, no passado dia 24 de abril. A palestra foi apresentada pela nutricionista Joana Pinto que conseguiu cativar e interagir com os utentes, sensibilizando-os para a importância do consumo de água. 12|MG Notícias

Dia da Mãe O Dia da Mãe foi lembrado no ESTB com um momento espiritual da parte da manhã, e com um momento musical da parte da tarde. O grupo de música “Amizade e som” animou a tarde festiva e lembrou as mães que já partiram com a recitação de alguns poemas.


O Que Aconteceu

Entrega de Diplomas aos alunos da Academia Sénior

A entrega de Diplomas aos alunos da Academia Sénior de Gaia decorreu no passado dia 29 de junho.

Da esq. para a dir.: António Teixeira, vice-provedor, Artur Leite, provedor, Elisa Cidade, vereadora da Câmara de Gaia, Olívia Rito, da Divisão Municipal da Ação Social

O momento mais aguardado do dia e o qual encheu o Arquivo Sophia de Mello Breyner foi o da entrega dos Diplomas aos alunos. No entanto, o encontro foi ainda animado com atuações de guitarra e cavaquinhos, com declamação de poemas e espetáculos de dança de salão e folclore, protagonizados pelos próprios alunos. O momento contou com a presença do presidente da Câmara de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, do provedor da Misericórdia de Gaia, Artur Leite, do vice-provedor, António Teixeira, e da vereadora Elisa Cidade. O novo ano letivo arranca já em setembro.

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O Que Aconteceu

Aulas de KRAV MAGA estão disponíveis na Misericórdia de Gaia O protocolo assinado visa a disponibilização do Pavilhão Joaquim Oliveira Lopes, que se situa no Complexo Social António Almeida da Costa, para a prática da arte marcial Israelita - KRAV MAGA - às segundas, quartas e sextas-feiras, das 20h00 às 21h30, não colidindo, desta forma, com as atividades desenvolvidas neste espaço pela Santa Casa. O presente protocolo visa o acesso às aulas de KRAV MAGA com descontos especiais para utentes e colaboradores da instituição, assim como participação gratuita nas iniciativas relacionadas com a prática da modalidade, nomeadamente, workshops, ações de demonstração de defesa pessoal e certames de divulgação da arte marcial. O presente acordo promove ainda a colaboração em atividades interinstitucionais, designadamente no acompanhamento de ações de formação/ sensibilização junto da primeira infância e da terceira idade. O responsável pela modalidade na Misericórdia de Gaia, o mestre Álvaro Pinheiro, compromete-se a suportar os custos com água, gás e eletricidade, assim como a manter o espaço sempre limpo e em bom estado de conservação. Um desses exemplos foi a campanha desenvolvida pelo mestre com os praticantes do KRAV MAGA que consistiu na pintura do Pavilhão. A Misericórdia de Gaia está atenta às necessidades da comunidade e sempre que possível está recetiva em receber e analisar novas propostas de parceria que comportem mais valias para os utentes, irmãos e colaboradores da instituição. Para mais informações podem contactar o Serviço de Comunicação, Imagem e Marketing da Misericórdia de Gaia, através do email asc@scmg.pt.

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O Que Aconteceu As crianças da Creche e Jardim de Infância D. Emília de Jesus Costa já tiveram a oportunidade de experimentar a modalidade KRAV MAGA numa sessão orientada pelo mestre Álvaro Pinheiro que também já se mostrou disponível em realizar aulas gratuitas para as crianças do Centro de Acolhimento Temporário da instituição.

Pintura do Pavilhão Joaquim de Oliveira Lopes pela Equipa de KRAV MAGA

Breve

Formação UMP

A Misericórdia de Gaia foi parceira da União das Misericórdias Portuguesas na ação de formação de Assistente Pessoal para Pessoas com Deficiência e Incapacidade, nos meses de maio e junho. A formação, financiada pelo Programa Operacional e Potencial Humano - POPH decorreu na sala de formação da Santa Casa e teve como principais destinatários formandos em situação de desemprego.

Utentes foram ver “Amália” Os utentes da Misericórdia de Gaia foram assistir ao espetáculo Amália, que se realizou no Coliseu do Porto, no passado dia 18 de junho. A oportunidade foi promovida pela União das Misericórdias Portuguesas, pelo Coliseu do Porto e pela Misericórdia de Lisboa. Os utentes que assistiram adoraram o espetáculo que congregou música, cinema, folclore e dança num grande espetáculo de homenagem à “diva do fado”.

“Manifestação Pacífica” Utentes da Misericórdia e alunos da Academia Sénior de Gaia participaram na “Manifestação Pacífica”, integrada nas comemorações do Dia Mundial do Ambiente, promovida pela Câmara, no passado dia 5 de junho.

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O Que Aconteceu

Especial - Aniversários

Um século de caridade Homenagem no mausoleu dos beneméritos

Celebração Eucarística

A Misericórdia de Gaia assinalou, no passado dia 27 de junho, o centenário do Equipamento Social António Almeida da Costa, que presta, atualmente, os serviços de internamento, centro de dia e de apoio domiciliário a idosos em Vila Nova de Gaia. O dia foi ainda de comemoração do 86.º aniversário da Irmandade. O dia de festa foi, sobretudo, de homenagem ao casal benemérito António Almeida da Costa e D. Emília de Jesus Costa, responsáveis pelo legado que deixaram em Vila Nova de Gaia, e um dos principais atores de ação social do município – o Equipamento Social António Almeida da Costa. O provedor Artur Almeida Leite frisou que cabe aos Irmãos “honrar não apenas a memória destes beneméritos, mas garantir que a sua vontade se perpetue”. A cerimónia abriu com a apresentação de um filme institucional que retrata a realidade da instituição, seguindo-se os vários momentos de homenagens. A primeira categoria a ser distinguida foi a de Irmãos Honorários, tendo recebido o Diploma os ex-provedores da Irmandade Bernardino Maia, Valdemar Castro Chaves e José Pinto Brandão. 16|MG Notícias

A cerimónia ficou ainda marcada pela entronização de novos Irmãos e Irmãs na Misericórdia de Gaia, de apresentação dos novos voluntários e de felicitação aos colaboradores que completaram 25 anos de serviço na Santa Casa. “Este é o momento para agradecer e realçar o trabalho dos nossos colaboradores, na medida em que o êxito das Misericórdias assenta, e em muito, na capacidade de cada um ao aplicar, de forma direta, as obras de misericórdia”, referiu o provedor. Em representação do presidente da Câmara de Gaia esteve o vereador Delfim Sousa que reconheceu “a importância que a Misericórdia de Gaia tem para o Concelho”, assim como “deixou o tributo do município a todos os colaboradores que trabalham, permanentemente, em prol do amor e da caridade”.

A cerimónia decorreu no Pavilhão Joaquim de Oliveira Lopes

Mesa de Honra na Sessão Solene

Orfeão da Madalena

Irmã Maria Augusta Ferraz


O Que Aconteceu

O presidente da Assembleia Municipal, Albino Almeida, lembrou que muitas instituições de solidariedade social em Gaia nasceram em tempo de guerra, como foi o caso do “Asilo, Creche e Hospital”, na atualidade designado de Equipamento Social António Almeida da Costa, dos beneméritos homenageados.

Especial - Aniversários

A sessão solene contou ainda com a presença de Bernardo Reis em representação da União das Misericórdias Portuguesas que congratulou a instituição pelos 86 anos de solidariedade, “intervindo em prol dos mais carenciados” no âmbito da cultura das 14 Obras da Misericórdia. “Deixamos expresso o nosso reco-

nhecimento pelo trabalho honesto que esta misericórdia tem vindo a realizar e que vai continuar a prosseguir no caminho da inovação das respostas sociais”, reiterou. Na cerimónia marcaram presença várias entidades civis, militares, religiosas, assim como personalidades de outras Misericórdias.

Bispo do Porto A celebração eucarística foi presidida pelo Bispo do Porto, D. Francisco dos Santos. O Bispo do Porto lembrou a génese das Misericórdias Portuguesas e da de Gaia, em particular, evidenciando o ato de amor pelos mais desprotegidos do casal benemérito homenageado. D. Francisco dos Santos deu ainda os parabéns aos novos Irmãos entronizados, o que demonstra que “continuam a surgir em Gaia pessoas generosas”. “Quanto mais fizermos pelos nossos idosos, mais aprendemos a fazer de bem pelos nossos jovens e crianças”, foi a mensagem que o Bispo do Porto deixou no final da sua intervenção.

Os distinguidos Irmãos Honorários: - Bernardino de Andrade Maia: Provedor de 2000 a 2002, vice-provedor, membro do Definitório e mesário - Valdemar Teixeira de Castro Chaves: Provedor no triénio de 2003 a 2005, secretário e membro do Conselho Geral. - José Tavares Pinto Brandão: Secretário da Mesa Administrativa de 2003 a 2005 e provedor de 2006 a 2008. Atualmente desempenha o cargo de coordenador do Conselho Geral.

Bernardino Maia

Valdemar Chaves

José Pinto Brandão MG Notícias|17


Especial - Aniversários

Os distinguidos

Irmãos Entronizados: Afonso Alberto Dias Pereira António Ricardo Oliveira Fonseca Fernando Jorge Teixeira Rocha João Miguel Pinto Camarinha José Almeida Nora José Rocha Purificação Manuel Joaquim Oliveira Pinto Hespanhol Maria Anunciação Marques Meireles Maria Gabriela Carmo Gonçalves Oliveira Fonseca Maria Helena Cardoso Rebelo Valente Nora Sofia Cristina Sousa Silva

Novos Voluntários: Heitor Fernando Areosa Cleto Júlia Celeste Santos Ferreira

Colaboradores com 25 anos de Serviço na Misericórdia de Gaia:

Maria Leopoldina Rocha 18|MG Notícias

Carolina Fraga

Carla Lima Amorim


Entrevista Mesário e Secretário Joaquim de Sá

“Os trabalhadores têm que se rever na Mesa Administrativa”

Joaquim de Sá é mesário da Misericórdia de Gaia e um apaixonado por livros e música. No entanto, Joaquim de Sá, advogado de profissão, confessa que das coisas que lhe dá mais prazer é uma boa conversa. A MG NOTÍCIAS esteve à conversa com o mesário que falou sobre a gestão da instituição neste primeiro meio ano, assim como da importância dos recursos humanos que considera ser um dos principais ativos da Misericórdia de Gaia. É natural de Gaia? Nasci na maternidade Júlio Dinis, no Porto, mas toda a minha vida foi feita em Vila Nova de Gaia. Sou natural de Oliveira do Douro. Aos 16 anos vim para o centro de Gaia, onde vivo atualmente, perto da Avenida da República. E viu esta Avenida da República sofrer muita transformação, certamente… Muita transformação, desde quando era paralelo ondulado com socalcos e com as árvores ao meio, até termos uma avenida preparada para o metro. O Dr. Joaquim de Sá está ligado à Advocacia há muitos anos. Este foi o primeiro amor entre outros? A minha principal atividade foi "Seguros". Tudo começou quando frequentava o 4.º ano, atual 8.º ano, e decidi arranjar emprego. Na altura, nessa procura, encontrei um professor (Dr. Joaquim Teixeira de Almeida, a quem presto a minha homenagem!), que era amigo do meu pai, que me questionou porque estava a faltar às aulas e acabou por me aconselhar a pedir emprego só a bancos e a companhias de seguros. Acabei por ser profissional de seguros desde os 15 anos. E quando surge a paixão pela Advocacia?

Aos 11 anos! Lembro-me que o meu pai encontrou-se com um senhor que disse ser “Doutor de Leis” e achei muita piada àquela expressão. Nesse momento decidi que um dia iria também ser "Doutor de Leis"! E acabei por tirar o curso de Direito e concretizar esse desejo. Atualmente exerço a Advocacia a tempo inteiro. Gosto muito do que faço. Sabemos ainda que é um cidadão muito ligado às causas sociais, certo? Sou um homem de causas e objetivos. Pertence a outras instituições de solidariedade social ou a outros movimentos cívicos, religiosos…? O meu associativismo já vem do tempo da JOC, onde fui dirigente a nível local e distrital. Houve um tempo em que tive intervenção política ao nível autárquico, nomeadamente na Assembleia de Freguesia de Mafamude e na Assembleia Municipal de Gaia. Atualmente, pertenço ao Conselho Económico da Fábrica da Igreja Paroquial de S. Cristóvão de Mafamude e sou diretor da sua IPSS Centro de Dia e de Convívio de Terceira Idade e na Misericórdia dou o braço a mais 8 pessoas que são os membros da Mesa Administrativa e a todos aqueles, mais de 300, que são colaboradores e voluntários da instituição. MG Notícias|19


Entrevista A Saber sobre Joaquim de Sá Dança? Alguma coisa. Acho que o espírito adequado ao momento é fundamental e se o momento for de dança, não hesito em levantar-me Canta? Estou ligado à música desde os 7 anos, e já fiz parte de vários Coros. Mas também canto a tomar banho (risos) O que o encanta? As crianças, as coisas lúdicas, mas, sobretudo, uma boa conversa Uma Música… “Rain and Tears” de Demis Roussos marcou uma época Um livro… a Bíblia, o melhor de todos. Destaco "O jogador" de Dostoievski e "Signo Sinal" de Vrgílio Ferreira Como aconteceu o relacionamento com a Misericórdia de Gaia? Curiosamente desde criança que a Misericórdia perpassa pela minha vida: fui operado às amígdalas no sítio onde nos encontramos - atual Sede - e lembro-me que aos 7 anos, numa atividade escolar, andei a pedir "um tostãozinho para o hospital da Misericórdia"! Há uns anos propuseram-me ser Irmão da Misericórdia e assinei a proposta sem qualquer dúvida. Comecei a frequentar as Assembleias Gerais da Santa Casa. Como tinha saído, há pouco tempo, da Companhia de Seguros Axa, onde trabalhei, decidi colocar a render os meus conhecimentos ao serviço da comunidade e, entretanto, o atual senhor provedor Artur Leite desafiou-me para esta missão. Mas a Misericórdia de Gaia sempre foi uma instituição falada no seio da minha família, até pela ligação aos pobres que o meu pai tinha, através da Conferência Vicentina de que fazia parte. A Misericórdia sempre foi uma instituição com nome e dignidade em Vila Nova de Gaia. Por isso, a Mesa Administrativa atual vê-se na obrigação de honrar o passado, porque ninguém pode esperar ser dignificado sem dignificar quem esteve antes, o que não impede de corrigir erros e sentir-se obrigada a fazer melhor. Qual a sua opinião sobre como deve atuar uma Mesa Administrativa? A Mesa Administrativa tem 3 grandes polos: 1.º, corresponder aos ideais do Compromisso que os Irmãos aprovam em Assembleia, e que é o que nos orienta; 2.º , juntar a isto os princípios das Obras de Misericórdia; 3.º, as pessoas: os utentes e os colaboradores. Porque não há máquinas para tratar as pessoas que estão frágeis! O que existe são, igualmente, pessoas que têm mais capacidade física e mental que cuidam dos que precisam de atenção. Se nós, Mesa Administrativa, fizer-

Um Prato Preferido… Bacalhau assado no forno. Sou um bom garfo, gosto muito da mesa O que não tolera… o intolerável para mim é a própria intolerância e, sobretudo, a falta de respeito O que faz sentido para os “dias bons” é… olhar para o horizonte O que faz sentido para os “dias maus” é… uma boa reflexão e ter a esperança de um dia melhor Daqui a 10 anos está… mais velho (risos) e espero que o tempo me permita estar mais preparado para as coisas que se tornam mais difíceis, mas desejo continuar a ter muita vontade de viver mos uma boa gestão dos recursos humanos, os utentes sentirão, de certeza, e dirão: "que grande casa é esta!" e a Misericórdia sai engrandecida. Todos nós, mesários, representamos o mesmo “dono”. Então, as decisões têm que ser por unanimidade ou consenso e não faz sentido termos querelas. Se em algum assunto não chegarmos a consenso, é porque, de certeza, faltam elementos, objetivos, decisivos e convincentes e voltará, mais tarde, já com elementos à Mesa. Sendo um novo elemento dos Órgãos Sociais da instituição e estando na Mesa Administrativa há mais de meio ano, pergunto qual a imagem que tinha da Misericórdia de Gaia antes de pertencer aos Corpos Gerentes e qual a que tem no momento. Tinha a ideia generalizada de que a Misericórdia era uma instituição nobre, muito digna, de gente que se preocupava com os outros. Precisávamos de alguma coisa e vínhamos ter com a Misericórdia. Quando comecei a frequentar as Assembleias, achei tudo muito formal. Foi isso que mais me chamou a atenção. A formalidade é fundamental como referência e respeito pela instituição. Mas a formalidade apenas porque se tem que ser formal, não diz nada. Atualmente, não me fico apenas pela formalidade, estou mais preocupado. Já não tenho a postura de quem está de fora, mas sim de quem sente que estas 9 pessoas têm responsabilidades num universo de utentes, colaboradores, voluntários ... de uma comunidade inteira. Hoje a Misericórdia pede cidadãos de corpo inteiro, que tenham experiência e que venham dirigir uma associação que tem a obrigação de pugnar pelas 14 Obras de Misericórdia. Não nos podemos esquecer que nós, mesários, também, temos responsabilidade criminal pela gestão...! Quando assumi funções e fui tomando conhecimento das realidades

"Esta Mesa pretende servir para ajudar e gerir para ter o que repartir."

20|MG Notícias


Entrevista

- e suponho que não sou uma ilha no meio dos demais senhores mesários - encontrei um conjunto de colaboradores competentes, mas desorientados, um conjunto de colaboradores ávido de autoridade, um conjunto de colaboradores que gosta do que faz e que precisa de sentir que os responsáveis desta casa os olham. Das primeiras coisas que constatei foi que esta falta de autoridade provocava intervenções sindicais com forte incidência em assuntos de gestão interna, aliás, para as quais não estão vocacionadod. E porquê? Porque a autoridade não era sentida. Portanto, estamos perante uma grande responsabilidade e é uma luta que estamos a travar - todos juntos: nós, Mesa e todos os colaboradores - e que, para mim, vai durar, ainda, algum tempo até conseguirmos sintonizar as relações internas recíprocas. Como encara a gestão do capital humano nas organizações: o dia a dia, mas também as greves, os sindicatos… Gerir não pode ser caprichoso. Gerir é, também, ter uma mente aberta e o gestor tem de ser como um hímen das opiniões para decidir da melhor forma. Penso o seguinte: felizmente que temos organizações sindicais que lutam, estudam, analisam o fenómeno ao qual não podemos fechar os olhos que é o da classe trabalhadora; felizmente que os trabalhadores têm empregadores que lhes dão trabalho. Portanto, temos de conviver. A existência de um Sindicato não é um problema para o empregador, é uma vantagem, porque funciona como um “sininho” que chama a atenção do empregador para os problemas dos trabalhadores. O que se torna imperioso é que os colaboradores da instituição percebam que existe autoridade que se chama Mesa Administrativa, e que existe uma hierarquia profissional a quem se devem dirigir em primeiro lugar, porque as chefias são os primeiros responsáveis. Claro que a Mesa Administrativa, o senhor provedor, os senhores mesários estão sempre disponíveis para dialogarem com qualquer trabalhador que o solicite, como é óbvio. Os sindicatos em representação da comunidade trabalhadora e o empregador devem convergir no sentido de encontrarem os melhores caminhos para que as 8 horas de trabalho sejam de realização pessoal e profissional. Esta obrigação tem de ser mútua e os trabalhadores têm que se rever na Mesa Administrativa. O mais importante nesta Casa são os colaboradores que protagonizam a concretização das Obras de Misericórdia. Esta Santa Casa tem que gerar rendimentos para partilhar, mas o nosso maior ativo

é o capital humano, se não cuidarmos dos recursos humanos, a Misericórdia não faz sentido. E como pensam fazê-lo? Não se consegue nada sem o diálogo. A avaliação de desempenho poderia ser um caminho possível? Claramente que sim. É um instrumento fundamental para uma gestão de recursos humanos com qualidade e rentabilidade com respeito pela equidade. No seu entender, e em traços gerais, de que forma se poderia desenhar uma avaliação de desempenho para uma instituição de solidariedade social e Misericórdia? Esta Mesa ainda tem pela frente algum trabalho de análise, por exemplo, refletir sobre a avaliação entre os pares, e começar a trabalhar especificamente a questão laboral. Aliás, agir muito depressa não é boa conselheira. A Mesa está muito preocupada em honrar o passado, mas também em alterar o que está mal e ajustar a forma de agir da Misericórdia aos paradigmas de hoje. Já percebemos a cultura laboral instalada e a deterioração dessa cultura. Agora, é hora de agir. Quem esteve antes de nós fez o melhor que podia, dentro da sua competência. Esta Mesa pretende servir para ajudar e gerir para ter o que repartir. É por isso que a avaliação é um instrumento importantíssimo para o empregador e para os colaboradores, para a racionalização do trabalho e para a premiação de mérito. Mas tem de haver condições de uma avaliação de desempenho o mais isenta possível. E não pode ser injusta? Claro que pode ser injusta. Eu próprio já sofri dessa injustiça, mas consegue-se perceber quando existe esse tipo de situações. Gerir recursos humanos é fundamental, caso contrário estamos a perder várias coisas: dinheiro, porque estamos a pagar a quem não é preciso; não tiramos proveito do dinheiro que estamos a gastar; os utentes não saem beneficiados com isso e os próprios colaboradores não se sentem felizes. Queremos pedir-lhe que nos deixe uma reflexão sobre a Misericórdia para todos aqueles que nos leem. Gostava que esta Mesa fomentasse junto da comunidade o interesse e a colaboração na ação social da Misericórdia de Gaia. Procuraremos, com certeza, fazer o melhor e honrar os compromissos assumidos com os utentes, com os colaboradores, com a comunidade social, porque esta Santa Casa tem pergaminhos que devem ser preservados para bem de todos. MG Notícias|21


Boa Saúde

Sílvia Costa (Psicóloga Clínica da Misericórdia de Gaia)

Manual de urgência contra as birras Poucas coisas como as birras conseguem pôr à prova a paciência e a serenidade dos pais. Podem acontecer em qualquer fase, mas a sua época por excelência é entre o ano e meio e os três anos. As crianças nestas idades são, regra geral, muito expressivas, mas onde verdadeiramente isso se faz notar é quando decidem fazer um berreiro: choram, gritam, dão pontapés nos móveis, cabeçadas contra a parede, ficam inchadas de raiva, passam de vermelho a azul... Enfim, não se poupam a esforços. E não é nada fácil para os pais permanecerem calmos. Por mais aborrecidas que sejam as birras é normal acontecerem. E tal como surge a fase dos dentes, também surge a fase dos caprichos. Há crianças mais sossegadas e outras mais temperamentais, e também as que têm muitas ou poucas birras. Quais são os motivos? Nesta idade estão a constituir-se os sentimentos de identidade, associados a uma vontade própria que começa a manifestar-se. E isso acontece numa etapa em que sendo as crianças ainda tão pequenas e dependentes, necessariamente, obrigará à vivência de várias frustrações. Querem mexer em tudo, querem fazer tudo, querem chegar a todos os sítios, e as suas próprias limitações físicas impedem-nas. Além disso, muitas das vezes querem pedir algo e não podem, porque a sua linguagem ainda é escassa e faltam-lhes as palavras. Têm desejos que não podem ser consentidos ou que não são conve22|MG Notícias

nientes. Devido à sua idade, ainda não compreendem muitas vezes as explicações. É por isso que as birras acontecem e é normal acontecerem precisamente nesta idade. São, entre outras coisas, uma manifestação de uma maior independência; as crianças querem fazer as coisas à sua maneira e não como lhes pedem. Ou seja, as birras estão relacionadas com processos de autonomização próprios destas idades. Mas o facto de serem normais não implica que sejam fáceis de suportar, sobretudo, se acontecem em público. Estas dependem, em parte, do temperamento, que é a parte inata da personalidade. A tendência que a criança tem para os caprichos resulta de uma combinação do seu temperamento inato e da educação que recebe, ou seja, da atitude que os seus pais têm a esse respeito. Pode ajudar a criança a aprender formas mais adequadas para expressar a sua vontade e os seus desejos sem renunciar à sua crescente independência. Porque existe o risco que os caprichos, que são episódios normais no desenvolvimento infantil, se tornem num hábito e num traço de personalidade no futuro. O primeiro grupo de regras deve aplicar-se antes que a birra aconteça. Por exemplo, deve evitar-se o cansaço ou a excitação em demasia, parar com as atividades antes que a criança fique demasiado cansada ou muito excitada e, com isso, controlar as suas emoções. Não deve dar-lhe tarefas demasiado complicadas, procurando mudar o

cenário antes que fique frustrada por não poder fazer o que quer. Às vezes as medidas preventivas não resultam, e rapidamente encontra-se no meio de uma sonora birra. Que fazer então? Comece pelo que não tem de fazer. Primeiro, não perder a calma e recordar que está perante um comportamento normal, embora pouco agradável. É importante que os pais sejam um bom modelo de autocontrole. Apesar de tudo, uma mensagem de amor incondicional é muito importante para uma criança que acaba de perder o controlo. Não deve bater nem castigar. Deve evitar a raiva e gritar mais alto que a criança. Também não é eficaz tentar o diálogo nesses momentos. As explicações podem ser oportunas, mas uma vez superada a crise. O que é absolutamente proibido é ceder quando a birra é fruto duma proibição dos pais que, por sua vez, acham ser a atitude mais correta. Isto não quer dizer que seja inflexível. Às vezes apercebemo-nos que fomos demasiado rígidos ou que o desejo da criança, afinal, não era assim tão descabido. Em algumas ocasiões pode, inclusivamente, decidir que não vale a pena desencadear uma birra. Mas o que é preciso evitar é que descubra nestas uma forma de "levar a sua avante". Resta-nos acrescentar que conforme vão superando o imperioso desejo de conseguir tudo aqui e agora e porque sim, as birras irão diminuindo pouco a pouco.


Boa Saúde

Carlos Leite (Assessor para a Nutrição da Misericórdia de Gaia)

A importância dos antioxidantes dos alimentos Antioxidantes são substâncias cujo papel é atrasar ou inibir a oxidação de um substrato oxidável. A função dos antioxidantes é proteger as células sadias do organismo contra a ação oxidante dos radicais livres. As reações de oxidação como a respiração e algumas funções imunes, mediadas pelas células, sendo fundamentais para a nossa vida, podem também ser prejudiciais, uma vez que produzem radicais livres que podem danificar ou causar a morte celular. Os radicais livres são também, continuamente, produzidos no nosso organismo, devido a fatores externos, como fumo do tabaco, gases de exaustão de automóveis, pesticidas, poluentes ambientais, radiações solares e outras. Um excesso de radicais livres no nosso organismo leva ao stress oxidativo, causa de várias doenças como diabetes, arteriosclerose, cancro, osteoporose, Alzheimer, Parkinson, entre outras. Os antioxidantes atuam de duas formas sob os radicais livres: inibindo a sua formação e reparando as lesões já causadas nas células do organismo. A primeira está relacionada com a inibição de reações em cadeia que envolvem a sua formação; e a segunda, na remoção de células danificadas, seguida da reconstituição das membranas celulares afetadas. O benefício do consumo dos antioxidantes naturais, através dos alimentos, deve-se, essencialmente, à sua facilidade em remover os radicais livres do nosso organismo, interrompendo a reação em cadeia provocada por estes. Os antioxidantes naturais constituem um grupo de micronutrientes presentes, predominantemente, no reino vegetal. Os estudos científicos têm mostrado que o consumo regular de antioxidantes naturais diretamente dos alimentos pode ser mais eficaz no combate aos radicais livres do nosso organismo do que a utilização de fármacos antioxidantes, por razões de biodisponibilidade ou riscos de sobredosagem.

Uma alimentação rica em frutos, legumes, vegetais, hortaliças e cereais garantem uma boa proteção contra os radicais livres com impacto relevante no processo de envelhecimento e desenvolvimento de um vasto leque de doenças. Substâncias dos alimentos com poder antioxidante: - Bioflavonoides: frutas cítricas, uvas vermelhas ou escuras, alcachofra; - Catequinas: chá verde, morango e uva; - Isoflavonas: principalmente na soja; - licopeno: principalmente no tomate; - Selénio: aves, carnes, frutos do mar, fígado; - Zinco: carnes, cereais, leguminosas secas, frutos do mar, leite e nozes; - Procianidina: chocolate - Resveratrol: vinho tinto - Quercetina: maçã - Sulforafano: Brócolo - Gingerol: gengibre - Ergotionina: cogumelos - Bromelina: Ananás e abacaxi - Vitamina A: abóbora, brócolo, cenoura, melão; - Vitamina C: frutas cítricas, kiwi, laranja, lima, limão, morango e vegetais verdes, como acerola, brócolo, couve; - Vitamina E: a fonte mais importante é o gérmen de trigo, mas também pode ser encontrada em amêndoas, gema do ovo, legumes, hortaliça, arroz e óleos de girassol, milho e soja. Seguindo uma alimentação equilibrada e variada, conforme recomendação da roda dos alimentos, incorporando 200-400g de vegetais e 2 a 4 peças de fruta dia, diversificando as escolhas, está garantida a incorporação da quantidade de antioxidantes naturais de acordo com as necessidades. MG Notícias|23


Núcleo Museológico

Luís Marques Gomes (Mesário e Tesoureiro da Misericórdia de Gaia)

Dado que se comemorou, no dia 27 de junho, o primeiro centenário da inauguração do “Asylo, Creche e Hospital D. Emília de Jesus Costa e António Almeida da Costa”, vamos destacar nesta rubrica peças que se encontram neste equipamento social. Começamos por nos referir aos bustos em bronze deste casal, que se encontram colocados em colunas de grés, moldadas, decoradas com motivos em relevo, vegetais, animais e pintura monocromada a castanho. Ambos os bustos apresentam-se com leve rotação do rosto à esquerda e representam o casal em idade avançada.

Depois reportamo-nos à imagem de N.ª Sr.ª das Dores, que se encontra a culto na Capela deste equipamento. Trata-se de uma imagem muito bonita, que enverga túnica roxa, franzida sobre o colo e cingida na cintura com fita debruada a galão dourado a formar laço na frente com remate em florão de lâmina e fio de ouro com corola de pedra branca, tem um véu de tule branco e manto de tecido acetinado azul claro com banda vermicular e flores bordadas a amarelo.Na cabeça foi aplicado um esplendor de prata estampada, em forma de crescente e sobre o peito seis espadas em lâmina estampada.A imagem encontra-se dentro de uma maquineta em madeira, com 3 portas, uma na frente e duas laterais, em vidro em arcos de volta perfeita, ladeadas por 4 colunas coríntias, peça que está assente em mesa ou bufete quadrado, de madeira, que os Técnicos do Instituto Português dos Museus, que procederam ao seu inventário em março de 1999, sustentaram tratar-se de reprodução de um bufete do sec. XVIII.

Serviço de Apoio Domiciliário A Misericórdia de gaia garante-lhe cuidados de higiene, saúde, conforto e bem-estar em sua casaI Áreas de intervenção: Gulpilhares, Valadares, Vilar do Paraíso, Canelas, Santa Marinha, São pedro da Afurada, Mafamude, Madalena, Canidelo - Cuidados de higiene e conforto pessoal; - Higiene habitacional - Tratamento de roupas de uso pessoal do utente - Fornecimento e apoio nas refeições - Serviço de teleassistência - Atividades de socialização, nomeadamente: atividades de animação, lazer, cultura, aquisição de bens e géneros alimentícios, pagamento de serviços, deslocação a entidades na comunidade Para mais informações contactar as Técnicas de Serviço de Ação Social - Email: ss.carlacidade@ scmg.pt / ss.sandracristina@scmg.pt - Telefone: 223754299/ 227622114/227130031 www.scmg.pt - facebook.com/misericordiadegaia

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A Misericórdia de Gaia pode ainda disponibilizar, sem encargos para o utente, os seguintes serviços: - Formação e sensibilização dos familiares e cuidadores informais para a prestação de cuidados aos utentes - Apoio psicossocial - Realização de pequenas adaptações no domicílio para a segurança do utente e que não constitua encargos para os contraentes - Aviamento de receitas médicas na Farmácia da Misericórdia de Gaia - Apoio decompanhia, através do serviço de voluntariado da Misericórdia de Gaia (mediante disponibildade de equipas)


Voluntaria-te

“Não vejo estas crianças como coitadinhas, muito pelo contrário” Conceição Coelho foi durante 40 anos funcionária do Instituto da Segurança Social, tendo trabalhado com crianças, famílias e instituições de acolhimento. A voluntária do CAT da Misericórdia de Gaia partilha com a MG Notícias algumas das suas experiências profissionais sobre a realidade do mundo da institucionalização.

Em junho de 2014 reforma-se e passados cinco meses volta a relacionar-se com o universo com que lidou durante várias décadas, mas, desta vez, como voluntária do Centro de Acolhimento Temporário N.ª Sr.ª da Misericórdia (CAT). A voluntária já conhecia o Centro, uma vez que foi a pessoa responsável pela integração de muitas crianças que entraram, saíram e que ainda permanecem no CAT. Conceição Coelho diz que enquanto funcionária da Segurança Social contactou com várias pessoas que lhe diziam que devia ser voluntária nesta área, mas reconhece que a escolha do local para se desenvolver o voluntariado é importante, assim como a equipa técnica: “A Dr.ª Cármen e a Dr.ª Sílvia inspiravam-me confiança e sempre disse que a fazer voluntariado seria no CAT da Misericórdia de Gaia”. A imagem que tinha sobre o voluntariado nas instituições também mu-

dou: “Ouvia as pessoas a falarem de voluntariado e tinha receio, porque achava que a voluntária não seria vista como uma mais-valia”. Apesar da realidade ser a mesma – Centros de Acolhimento – a posição de Conceição Coelho mudou, assim como a sua ideia do voluntariado: “Estou muito contente, não me sinto a mais e gosto muito do ambiente do CAT da Misericórdia de Gaia”. “É o estar a brincar com eles que me preenche mais, o ter hora de entrar e não ter hora de sair” reitera. Conceição Coelho frisa que por detrás do rosto de cada criança existe uma história, sempre problemática. “No início, quando tinha de retirar as crianças aos pais biológicos não dormia de noite, porque também sou mãe e colocava-me no lugar das crianças e dos pais. Mas com o passar do tempo comecei a pensar de outra forma”. A voluntária refere que um processo de retirada das crianças às suas famílias é sempre uma decisão

muito ponderada, durante bastante tempo e depois de vários contactos com os pais: “Nunca se retira uma criança por retirar”. Na sua experiência em equipas técnicas aprendeu ainda a deixar de olhar para as crianças, como “coitadinhas”: “Não vejo estas crianças como coitadinhas, muito pelo contrário, aqui elas são felizes”. No entanto, o ato da retirada é sempre difícil e muitas vezes bastante aparatoso e com intervenção policial, mas para Conceição Coelho houve outras situações que a marcaram mais do que os riscos físicos que correu. “Houve um caso em que fui buscar duas crianças a uma família de acolhimento para vir à visita com os pais no centro de Gaia. Pelo caminho a criança mais nova chorava muito e o irmão mais velho, que tinha 4 anos, fazia-lhe festinhas na cabeça a consolá-lo e a dizer para não chorar”, relata a voluntária emocionada. MG Notícias|25


Voluntaria-te Questionada sobre perguntas que não querem calar, como o facto dos processos de adoção demorarem

anos em Portugal, Conceição Coelho disse não saber dar uma resposta correta, mas tem consciência que o facto das família biológicas só aparecerem às visitas no último dia do prazo que determina quando uma criança pode passar para uma situação de adoção tem um grande peso. Uma outra questão é o facto de serem dadas muitas oportunidades aos pais biológicos para ficarem com os seus filhos. Mais uma vez, a voluntária não avança com respostas fechadas: “É difícil de responder, mas numa formação ouvi o caso de uma adolescente institucionalizada dizer que preferia estar com uma má mãe do que numa instituição boa”. Quanto à adoção de crianças por casais do mesmo sexo, Conceição Coe-

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lho é perentória: Se é certo que nestes casos se perde, na sua opinião, as referência tradicionais de família, também é verdade que pode haver situações em que “as crianças sejam melhor tratadas com casais do mesmo sexo, do que com um pai e uma mãe”. No que diz respeito ao acolhimento de crianças retiradas aos pais, se a melhor opção são os CAT´s ou as famílias de acolhimento, a voluntária vê vantagens em ambas as situações, desde que sejam bem ponderadas e que haja as melhores escolhas. No entanto, Conceição Coelho critica a atuação da Segurança Social atual: “A Segurança Social não investe no acompanhamento às famílias, porque saem técnicos e não entram outros”. Controlo do Peso

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ARQUIVO E CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO A Biblioteca da Misericórdia de Gaia sugere... Palacete Marques Gomes - Domingos Tavares, Arq.º. Porto: Dafne Editora, 2015 Vila Nova de Gaia está particularmente ligada à história dos cidadãos portugueses que fizeram fortuna no Brasil, os Torna-Viagem. Este fenómeno típico da primeira metade do século XX reflete-se na arquitetura Beaux-Arts de alguns palácios das famílias que contribuíram para a modernidade com soluções de desenvolvimento económico e social. Um desses palácios pertenceu a Manoel Marques Gomes e situa-se, ainda hoje, no lugar da Alumiara, com vista para o Douro e para a foz, em Vila Nova de Gaia. Domingos Tavares ensaia uma proposta de identificação das formas originais da casa, o pragmatismo da caracterização em relação ao uso e as condições da sua produção. Manoel Marques Gomes foi benemérito e o 36.º irmão da Misericórdia de Gaia. Atuou de forma ativa enquanto membro do Definitório (Conselho fiscal) e foi signatário da carta dirigida aos portugueses no Brasil com o intuito de sensibilizar para a questão social emergente de Vila Nova de Gaia, justificando a necessidade da fundação de uma Santa Casa da Misericórdia no Concelho.

Curiosidades … Sabia que vai decorrer de 23 a 25 de setembro, no Brasil, na cidade de Salvador, o XI Congresso Internacional das Misericórdias e o 25.º Congresso Nacional das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos, subordinado ao tema Imagem, Gestão e Sustentabilidade : os elos entre o passado e o futuro das misericórdias? ... Sabia que a Misericórdia de Gaia assinou com o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) um contrato para a cedência de sala de formação ao curso de Técnico Auxiliar de Saúde (EFA)? ... Sabia que a Farmácia da Misericórdia de Gaia apoia em material farmaceutico peregrinos que se dirigem a pé para o Santuário de Fátima?

Julho Dia 1 - Comemoração do 26.º Aniversário do Serviço de Voluntariado da Misericórdia de Gaia Dia 4 - 23.º Aniversário da Estrutura Residencial Conde das Devezas Dia 10 - Assembleia Geral Extraordinária Dia 22 - Feirinha de Verão do Centro de Acolhimento Temporário N.ª Sr.ª da Misericórdia Dia 27 - Comemoração do Dia dos Avós no Europarque

Agosto 3 a 7 - Época balnear Dia 14 - "Moda para todas as idades" entre utentes do Equipamento Social António Almeida da Costa e crianças do Centro de Acolhimento Temporário N.ª Sr.ª da Misericórdia

Setembro - Utentes do Equipamento Social Tavares Bastos visitam Museu do Chapéu e Museu do papel Dia 1 - Início do ano letivo na Creche e Jardim de Infância D. Emília de Jesus Costa

Dia 20 - Peregrinação à N.ª Sr.ª da Saúde pelos utentes do Equipamento Social Salvador Brandão

Dia 22 - Festa do outono no Equipamento Social António Almeida da Costa

Dia 21 - Peregrinação à N.ª Sr.ª da Saúde pelos utentes dos Equipamentos Sociais da Misericórdia de Gaia

Dia 30 - Comemoração dos Aniversários no Equipamento Social António Almeida da Costa

Dia 30 - Passeio dos residentes da Estrutura Residencial Conde das Devezas a Terras do Barroso. MG Notícias|27


EQUIPAMENTOS SOCIAIS E UNIDADES DE EXPLORAÇÃO Equipamento Social Salvador Brandão R. Salvador Brandão 4405-702 Vila Nova de Gaia Tel.: 227622114 / 227625131 lsb@scmg.pt Equipamento Social António Almeida da Costa R. Almeida Costa, n.º 151 4400-013 Vila Nova de Gaia Tel.: 223754299 / 223751069 lac@scmg.pt Equipamento Social Tavares Bastos R. António Francisco Sousa, 216/38 4405-726 Vila Nova de Gaia Tel.: 227130031 ltb@scmg.pt Estrutura Residencial Conde das Devezas R. Particular às Árvores, n.º 96 4400-239 Vila Nova de Gaia Tel.: 223706526 lrcd@scmg.pt Creche e Jardim de Infância D. Emília de Jesus Costa R. Almeida Costa, n.º 151 4400-013 Vila Nova de Gaia Tel.: 223799110 Fax.: 223722490 cji@scmg.pt Centro de Acolhimento Temporário N.ª Sr.ª da Misericórdia R. Almeida Costa, n.º 151 4400-013 Vila Nova de Gaia Tel.: 227534494 ca@scmg.pt Clínica Fisiátrica R. Salvador Brandão 4405-702 Vila Nova de Gaia Tel.: 227539300 Fax.: 227539301 cft@scmg.pt Arquivo e Centro de Documentação da Misericórdia de Gaia R. Pinho Valente, n.º 106 4400-251 Vila Nova de Gaia Tel.: 22 375 805 9 asarq@scmg.pt Farmácia da Misericórdia de Gaia R. Capitão Salgueiro Maia, 311/7 4430-518 Vila Nova de Gaia Tel.: 227828971 Fax.: 227826246 far@scmg.pt Serviços Centrais R. Teixeira Lopes, n.º 33 4400-320 Vila Nova de Gaia Tel.: 223773350 Fax.: 223773359 geral@scmg.pt Serviço de Ação Social R. Teixeira Lopes, n.º 33 4400-320 Vila Nova de Gaia Tel.: 223773350 sas@scmg.pt Gestão do Património R. Teixeira Lopes, n.º 33 4400-320 Vila Nova de Gaia Tel.: 223773350 astec@scmg.pt

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