Relatórios de Atividades e Contas SCMA | 2020

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lar sagrada família Nunca o objetivo maior do Lar Sagrada Família foi tão premente como em 2020! Desde a sua fundação, em junho de 1995, que o Lar Sagrada Família procura ir ao encontro das necessidades dos séniores institucionalizados, proporcionandolhes uma vivência acolhedora e coerente com os seus objetivos e zelando pelo seu bem-estar físico, psicológico e social. Em 2020, mais de metade dos residentes do Lar Sagrada Família apresentavam um elevado grau de dependência, sendo que, a grande maioria revelava exigências específicas ao nível da sua condição de saúde e da sua situação social. Com a instalação e agravamento da pandemia por sars-cov-2 em Portugal, foi necessário reforçar, de forma continua e sistemática ao longo do ano, a qualidade dos serviços prestados, apostando no rigor e disciplina dos procedimentos, na melhoria da intervenção diária, nas estratégias de profilaxia, intervenção e interdisciplinaridade em saúde, na gestão das emoções e dos afetos, na “ventilação” de pensamentos, sentimentos e emoções, no apoio às famílias e ao capital humano da ERPI, na parceria com a comunidade e na maximização da solidariedade, qualidade de vida e dignidade humana. Em 2020, a ERPI teve aproximadamente, 80 residentes por mês, com uma média de idades de 82 anos. De acordo com a Classificação de Katz, em média, 50% dos residentes do Lar Sagrada Família apresentavam um grau de dependência de muito dependente, 26% um grau de dependência moderada e 24% autonomia no que ao seu estado geral diz respeito. No âmbito do acolhimento de pessoas em situação de emergência social (Linha 144), projeto de âmbito distrital que o Instituto de Segurança Social (ISS.IP) mantém com o Lar Sagrada Família, foi possível apoiar e integrar pessoas socialmente multidesafiadas, cujas principais problemáticas diziam respeito a situações de isolamento social e abandono, violência de género/ doméstica, comportamentos aditivos - alcoolismo, dependência total de terceiros, quadros neurodegenerativos graves, patologias psiquiátricas, entre outras. Assim, em 2020, o Lar Sagrada Família integrou 40 novos utentes; 20 mediante a existência de vagas normais, 8 através de vagas cativas ao Instituto da Segurança Social (ISS.IP) e 12 ao abrigo do projeto supramencionado. Faleceram, no decorrer do ano, 28 idosos, tendo-lhes sido garantido, em fim de vida, um acompanhamento estruturado em todas as esferas da sua existência, assim como prestado suporte no luto às respetivas famílias. Independentemente de a integração no Lar Sagrada Família ter sido de cariz temporário, ou definitivo, em 2020, a intervenção diária baseou-se nos pressupostos de um envelhecimento ativo e saudável, com uma ação consertada e interdisciplinar em todas as instâncias do Ser.

Saúde; bem-estar biopsicossocial; mobilidade, ergonomia e exercício físico; estimulação multissensorial e gestão de afetos e emoções; cuidados de higiene e estética; satisfação pessoal e animação sociocultural; espiritualidade e religião; relacionamento interpessoal, gestão de conflitos e reforço da ligação do idoso institucionalizado com as respetivas redes de suporte primária (família) e secundária (comunidade) são algumas das principais áreas de ação da equipa do Lar Sagrada Família ao longo de 2020, cuja linha orientadora se centrou na potenciação de um envelhecimento ativo e salutar. Mesmo tratando-se de um ano atípico, o Lar Sagrada Família procurou garantir uma intervenção norteada pela colmatação das principais necessidades e problemáticas dos seus residentes, dando especial atenção a possíveis contágios por sars-cov-2, quer junto de utentes, quer junto do seu capital humano. A quarentena absoluta, em abril de 2020 (1.ª vaga viral), a criação de um Plano de Contingência específico para a ERPI, com atualizações decorrentes dos momentos de fiscalização da Delegação de Saúde Pública da Amadora/ Instituto de Segurança Social (ISS.IP) ao Lar; o rigor e a disciplina na utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e nas boas práticas partilhadas pela Direção Geral de Saúde (DGS), reforçados aquando da 2.ª vaga viral; bem como a estreita articulação com as entidades da comunidade responsáveis pelo acompanhamento e supervisão perante o vírus sarscov-2 permitiram reforçar positivamente a prestação de cuidados e garantir a segurança, o bem-estar e a qualidade de vida dos residentes num cenário social em tudo desconhecido e hostil. O ano 2020 foi, sobretudo, pautado pela necessidade de recriar a esperança, criando caminhos e renovando laços de proximidade e solidariedade, de partilha e união. Foi, acima de tudo, um ano de procura de conhecimento e gestão. Procura de conhecimento e informação sobre a realidade da doença causada pelo vírus sars-cov-2, principais sinais e sintomas, tratamentos, confronto e controlo da problemática de acordo com as especificidades de cada residente e profissional, e consequente intervenção. Gestão, principalmente no que à crise diz respeito, por forma a evitar situações onde a ativação do Plano de Contingência fosse necessária (ativação de coortes e/ ou acionamento do estatuto de surto). A gestão na crise, evocou a necessidade de serem trabalhados diariamente construtos outrora tidos como garantidos: a proximidade física, os abraços e afetos, os sorrisos e as gargalhadas desafogadas passaram a ser substituídos por distanciamentos de, no mínimo, dois metros, cumprimentos com o cotovelo ou com um mero acenar de cabeça e sorrisos com o olhar. Os efeitos colaterais do confinamento, do distanciamento social e da etiqueta respiratória e de contacto atingiram,

RELATÓRIO DE ATIVIDADES E CONTAS DE GERÊNCIA | SCMA


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