Nº 132 – Setembro 2020
MERCADO
Cheiro de
normalidade no ar Depositphotos
Trânsito na capital começa a se aproximar de parâmetros anteriores aos da pandemia; com o aumento do fluxo, mais vendas para os postos
A
o mensurar o fluxo do tráfego em Belo Horizonte, a BHTrans verificou que, pouco a pouco, o trânsito tem voltado à normalidade. Os aplicativos mais usados pelos motoristas confirmam as estatísticas do órgão: de acordo com o Waze e o Google Maps, a média apurada entre 30 de julho e 1º de julho já correspondia a 32,6% do parâmetro considerado normal para a capital mineira. Os maiores volumes, por incrível que pareça, são registrados aos sábados e domingos, em que o percentual médio chega a 101,8% quando comparado ao cenário pré-pandemia. Ou seja, as pessoas estão saindo de casa para trabalhar, mas sobretudo para se entreter nos fins de semana. Paralelamente à vontade da população de sair do isolamento social de forma gradativa, vão melhorando também os indicadores de vendas dos postos mineiros, principalmente na capital e região Centro-Sul. Grandes redes têm registrado alta de 8% ao mês. Solange Alves Pereira, dona do Posto Wap, em Belo Horizonte, confirma os números. Ela conta que as vendas cresceram 10% ao mês desde junho. “A curva está ascendente”, comemora. Por conta disso, ela, inclusive, estruturou a equipe para que o posto volte a funcionar em regime de 24 horas a partir deste mês, como era antes da pandemia. “Temos visto claramente um aumento do fluxo nas ruas, no entanto acredito que ainda estamos longe do que vínha-
mos registrando antes da crise. Somente em janeiro ou fevereiro voltaremos aos volumes normais de venda”, projeta a revendedora. Um ponto importante para o retorno à normalidade seria a volta às aulas. O Governo de Minas já planeja retomar o funcionamento das escolas, a depender do desempenho de cada município no combate ao novo coronavírus e da adesão ao Programa Minas Consciente. Por outro lado, o prefeito da capital, Alexandre Kalil, ainda sinaliza que o retorno só será possível depois que uma vacina estiver disponível. Os postos da região Centro-Sul estimam que entre 10% e 15% do volume total de vendas se deve ao transporte escolar, que inclui veículos próprios e vans que levam alunos aos estabelecimentos de ensino. Já Felipe Bretas, um dos sócios da Rede Bretas, calcula uma queda ainda maior nos postos da zona Sul da capital por causa da parada das escolas. Segundo ele, 20% de seu volume total depende do público escolar. O prejuízo, entretanto, é amenizado pelos estabelecimentos localizados na periferia e em cidades como Sabará e Contagem, que já atingiram índices iguais aos anteriores à pandemia. Mesmo diante de resultados mais animadores, o empresário aconselha cautela. “Não acredito em uma volta plena antes do ano que vem, principalmente porque as escolas não devem voltar ainda.”
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