Jornal Espaço do Povo

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Espaço ÿ do Povo 1113 Paraisópolis - São Paulo - Maio de 2011 - Ano V

Paraisópolis se mobiliza por hospital

Em caminhada pelo Dia Internacional da Mulher, comunidade reivindica hospital e metrô

Curso profissionaliza mulheres

Morador de Paraisópolis transforma qualquer tipo de sucata em obras de arte. Pág. 10 Foto: Divulgação Eco Brasil

Curso da Associação das Mulheres de Paraisópolis e parceiros capacita mulheres a trabalhar em obras e ajuda a gerar empregos na comunidade.Pág. 6

Sucata é arte

Campeão é da comunidade Conheça o campeão brasileiro de volteio que nasceu e vive em Paraisópolis. Ele faz parte de um projeto social que atende crianças no bairro Cidade Dutra, zona sul da capital. Passou por diversas dificuldades até chegar ao topo: ser o melhor do Brasil em um esporte pouco conhecido da população e considerado de elite. Pág. 8

Foto: Patricia Perego Willems/EPV

Foto: Ricardo Stuckert/PR

Foto: Odin Muniz 3ª Caminhada pelo Dia Internacional da Mulher, realizada na comunidade de Paraisópolis

Cerca de 1.000 pessoas participaram da 3ª Caminhada pelo Dia Internacional da Mulher, no mês de março em Paraisópolis. O evento foi promovido pela Associação das Mulheres de Paraisópolis e, teve como tema, a construção de um hospital na comunidade e o início das obras do metrô na região. Autoridades participaram do evento, entre elas o presidente do Metrô, Sergio Avelleda, que concedeu entrevista exclusiva a rádio comunitária Nova Paraisópolis FM. Pág. 4 e 5


Espaço do Povo

Espaço do Povo - Maio 2011 - 2

Nova ParaisóPolis 87,5 FM Tel.: (11) 3501-3039 novaparaisopolisfm.com.br

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Expediente Espaço do Povo é uma publicação da Comunicação Paraisópolis e produzido pela Interativa Brasil. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores. Diretor: Joildo Santos - joildo@paraisopolis.org Produção: Interativa Brasil - espacodopovo@ibtv.com.br Jornalista responsável: Felipe C. Santos MTb 59406 Designer: Mauricio Barreira Fotografia: Jéssica Roberta e Odin Muniz Anúncios, assinatura e sugestões jornal@paraisopolis.org O Espaço do Povo possui uma tiragem de 20.000 exemplares.


Economia

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Comunidade tem curso de educação financeira Que Paraisópolis vive um momento de transformação todo mundo já sabe. Mas para acompanhar o progresso da comunidade, os moradores precisam estar bem informados do que acontece ao seu redor e seguir a corrente de transformação que vive o bairro. Em parceria com a MasterCard, a União dos Moradores e do Comércio de Paraisópolis promove na comunidade o programa Consumidor Consciente, que visa levar a educação financeira aos moradores e empreendedores de Paraisópolis. Para levar a ideia do consumo consciente a todos da comunidade, o programa conta com os jovens. A União convida escolas da região para participarem do programa, realizado no CEU Paraisópolis, e as escolas enviam estudantes para representá-las. Num jogo de perguntas e respostas bastante divertido e competitivo, os estudantes de Paraisópolis aprendem a importância das finanças pessoais e familiares, do investimento e do empreendedorismo. “Desta forma conseguimos colocar conceitos de educação financeira entre os mais jovens e assim maximizar a ação do programa, pois estes funcionam como disseminadores do

Foto: Divulgação MasterCard

Felipe C. Santos

Curso de educação financeira no CEU Paraisópolis promovido pela MasterCard em parceria com a União

conteúdo dentro das famílias. Além disso, estamos procurando incentivar ações empreeendedoras para a contribuição da geração de renda”, afirma o presidente da MasterCard Brasil, Gilberto Caldart. Em 2010 o programa beneficiou 300 alunos de escolas da comunidade. Dois consultores financeiros são escolhidos para ministrar o curso, que é dividido em três etapas. Todo o conteúdo do curso e do processo do programa pode ser

obtido pelo blog do Consumidor Consciente – Mister Finanças, e pelo site www.consumidorconsciente.org. Ao final do curso os vencedores recebem a premiação: um curso de inglês pago pela MasterCard e uma ajuda de custo a escola que os vencedores representaram. “Ações como esta fazem a diferença na comunidade, porque ajudam efetivamente os moradores a encontrar saída para os problemas financeiros.

Dessa maneira esperamos ajudar todos a ter um futuro financeiro confortável”, completa Gilson Rodrigues, presidente da União de Moradores e do Comércio de Paraisópolis. As palestras do programa são abertas, qualquer morador de Paraisópolis pode participar. O calendário para esse ano ainda não foi fechado. Mais informações é só acessar o site do programa consumidor consciente ou www.paraisopolis.org.

Chuveiro econômico é instalado na comunidade Da Redação Paraisópolis dá exemplo de sustentabilidade e conscientização para a cidade de São Paulo e para o Brasil. Com um projeto inovador que economiza energia, a AES Eletropaulo, por meio do programa Eficiência Energética, prevê a instalação de 12 mil chuveiros que reciclam o calor da água usada no banho. Já foram instalados 1080 chuveiros econômicos na comunidade. A tecnologia, desenvolvida pela empresa mineira Rewatt, proporciona uma economia de energia elétrica de até 50% relativa ao uso de chuveiros tradicionais, como o elétrico ou a gás.

Funciona da seguinte forma, o calor é reaproveitado através do contato indireto entre a água do banho quente com a água fria da caixa, por meio de um trocador de calor de alumínio, fazendo com que a água da caixa chegue ao chuveiro pré-aquecida, dessa forma diminui a necessidade de potência do chuveiro sem comprometer a qualidade do banho. É importante salientar que não se trata de reaproveitamento de água, e sim do calor da água. Submetido a testes na PUC-MG (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais), o kit Rewatt foi aprovado e aplicado em projetos de Eficiência Energética das

distribuidoras de energia. Segundo a Eletropaulo, o projeto implantado em Paraisópolis tem um adendo. É instalado junto com o kit um temporizador para limitar o tempo do banho, economizando também a água e conscientizando as pessoas da importância de um banho eficiente e sustentável. O temporizador só é instalado mediante autorização do morador. A expectativa é que os 12 mil chuveiros sejam instalados em seis meses. De acordo com a Sabesp, uma ducha de 15 minutos com o registro meio aberto consome 135 litros de água. O recomendável é fechar o re-

gistro ao se ensaboar e reduzir o tempo de banho para 5 minutos, assim o consumo cai para 45 litros. A União dos Moradores e do Comércio de Paraisópolis recomenda a comunidade a participar do projeto, autorizando a instalação do chuveiro. Para obter o kit do chuveiro econômico basta comparecer a sede da União dos Moradores com RG, CPF e uma conta de luz para realizar o cadastramento. Depois é só aguardar a visita de um instalador. A equipe do projeto em Paraisópolis é composta de oito instaladores, quatro atendentes e uma coordenadora. Todos moradores da comunidade.


Cidade Paraisópolis

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Metrô vai chegar na comunidade de Paraisópolis Foto:Odin Muniz

Presidente do Metrô esclarece dúvidas sobre a construção da linha 17-Ouro ras, crianças, mães, pessoas que lutam para levar a vida, que precisa se mobilizar para obter conquistas e que precisam se movimentar na cidade, precisam ter acesso a lazer e educação. Portanto a linha-17 vai muito além de qualquer atividade relacionada a Copa do Mundo. Ela vai na veia da qualidade de vida das pessoas que moram nessa região. Importância do monotrilho

Gilson Rodrigues entrevista presidente do Metrô, Sergio Avelleda, na rádio comunitária Nova Paraisópolis FM

Gilson Rodrigues O presidente da Companhia do Metropolitano de São Paulo, Sergio Avelleda, concedeu entrevista exclusiva a Rádio Comunitária Nova Paraisópolis 87,5 FM. Gilson Rodrigues, presidente da União dos Moradores e do Comércio de Paraisópolis, conduziu a entrevista, que contou também com a participação de Rachel Braun, diretora da Escola da Comunidade do Colégio Visconde de Porto Seguro, e de Heloisa Markowski, presidente da Associação Vitória Régia. A reportagem fez questão de perguntar sobre os principais pontos relativos ao projeto da linha 17-Ouro do metrô. Leia os principais trechos. Metrô em Paraisópolis Gilson Rodrigues: Como o senhor enxerga a chegada do monotrilho em Paraisópolis e Morumbi? Sergio Avelleda: É fundamental. Essa região da cidade está sufocada, é um gargalo da questão do tráfego, do trânsito. São poucas fontes que conectam Paraisópolis e Morumbi ao centro da cidade.

E não adianta investir mais em pontes, carros ou em ônibus, porque há um espaço pequeno na cidade para esse modal. É preciso investir no transporte sobre trilhos, porque ele tem a condição de transportar uma grande quantidade de pessoas. O metrô pode transportar 60 mil pessoas/hora em um único sentido, o monotrilho tem uma capacidade um pouco menor, mas ainda sim é muito significativo, podendo chegar a 40 mil pessoas/hora num único sentido, o que nenhum outro sistema, nem ônibus, consegue fazer. Então ele consegue dar as pessoas a possibilidade de um deslocamento rápido e confiável, isso que é importante. Diálogo com a população Rodrigues: Sergio, durante a discussão se o Morumbi iria ser sede da Copa do Mundo, intensificou-se as discussões em relação ao metrô na região e, algumas pessoas também entraram com uma ação contra a construção do monotrilho. De que forma o Metrô vê isso e

como podemos caminhar para a resolução desse problema? Avelleda: A Copa do Mundo é um evento importantíssimo para São Paulo, fundamental, vai trazer turista, vai trazer investimento. Mas ninguém pode fazer uma linha de metrô para atender um evento só. Você faz uma linha de metrô para atender uma cidade para o resto da vida. Essa linha vai conectar a estação do Jabaquara, da linha 1-azul, linha muito carregada que transporta hoje 1,5 milhão de passageiros por dia, com o Aeroporto de Congonhas, fundamental para o desenvolvimento de São Paulo, fazer com que as pessoas possam chegar e sair da cidade. Depois ela vai cruzar a região da Berrini, que é uma região de grande desenvolvimento, e encontra com a linha 9 da CPTM. Essa linha 9 vem do Grajaú. Você imagina a quantidade de pessoas que possa circular ali. Depois ela cruza aqui com Paraisópolis, ninguém precisa falar da importância, da quantidade de gente que mora aqui, pessoas trabalhado-

Rodrigues: Tradicionalmente na cidade de São Paulo o que existe é o metrô subterrâneo, e está sendo proposta pela linha-17 Ouro um metrô elevado. De que forma isso melhora os serviços de transporte para São Paulo? Avelleda: O metrô enterrado é o metrô mais caro que existe e é para transportar 60, 70, as vezes 80 mil pessoas/hora num sentido. Essa linha é muito importante porque ela é alimentadora das linhas troncais. Ela é uma linha que vai transportar 20, 25 mil pessoas hora/ sentido, então, não há necessidade da gente fazer um buraco na cidade de 18km que custa uma fortuna. Tem um boato que nós vamos fazer um minhocão. Não é verdade, não tem viaduto, não tem laje, não tem sombra embaixo do monotrilho. Vou dar um exemplo, o trem do monotrilho vai andar em cima de um trilho, de uma laje de concreto de 69cm de largura, não faz sombra, não faz laje, não cria uma situação nem um pouco parecida com a do minhocão. O monotrilho vai elevado e não sofre nenhuma interferência, é um sistema seguro, testado no mundo inteiro e em cidades do oriente como China, Japão, Coreia, Dubai, nos Emirados Árabes, nos EUA, é um sistema largamente já utilizado. Nós vamos ter 17km de linha, 18 estações com um sistema que funciona rapidamente.


Cidade Paraisópolis

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Paraisópolis exige hospital em caminhada pelas ruas da comunidade e do Morumbi No dia 12 de março houve a 3ª caminhada pelo Dia Internacional da Mulher, promovida pela AMP (Associação das Mulheres de Paraisópois) na comunidade. O tema esse ano foi a construção de um hospital em Paraisópolis e o projeto da linha 17-Ouro do metrô, que passará pela comunidade. Estiveram presentes no evento o presidente do Metrô, Sergio Avelleda, Heloisa Markowski, presidente da Associação Vitória Régia, Danilo Zamboni, presidente da torcida uniformizada Independente, Raquel Braun, diretora da Escola da Comunidade do Colégio Visconde de Porto Seguro, Lídia Cor-

rêa, presidente da Federação das Mulheres de São Paulo e Confederação das Mulheres do Brasil e Gilson Rodrigues, presidente da União dos Moradores e do Comércio de Paraisópolis. A caminhada reuniu cerca de 1.000 participantes, que andou por diversas ruas do bairro e passou também pelo Morumbi. Paraisópolis é a segunda maior comunidade de São Paulo, com aproximadamente 100 mil habitantes. Heliópolis, que é a maior comunidade da cidade, possui um hospital. Já passou da hora de Paraisópolis ter um hospital para garantir o acesso a saúde pública aos seus moradores. Hospital já!

Foto:Odin Muniz

Da Redação

Juliana Gonçalves ao final da caminhada no CEU Paraisópolis


Prestação de Serviços

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Mulheres ganham espaço no canteiro de obras Mulheres de Paraisópolis realizam curso de pedreiro e azulejista promovido pela AMP Da Redação A Associação das Mulheres de Paraisópolis (AMP), em parceria com a União dos Moradores e do Comércio de Paraisópolis e a Confederação das Mulheres do Brasil (CMB), realizaram na comunidade um curso de construção civil, tendo como foco as mulheres de Paraisópolis. As aulas práticas foi o diferencial do curso. Por iniciativa das próprias alunas, o exercício era a construção de uma moradia para uma idosa que residia em uma casa em condições críticas e em área de risco. Comércios da região ajudaram com a doa-

ção de material para a obra. Essa iniciativa da União, juntamente com os parceiros, faz a comunidade se desenvolver cada vez mais. Promove a geração de empregos, capacitação profissional como pedreiro e azulejista, e os participantes do curso agora têm uma visão mais ampla de Paraisópolis e das mudanças que estão ocorrendo na comunidade. “Achei o curso ótimo, é o segundo curso que faço na comunidade e a iniciativa é importante. Vou utilizar o que aprendi para melhorar

a comunidade, quero arrumar um emprego, me profissionalizar dentro de Paraisópolis e concluir a escola”, declara a dona de casa e ex-aluna Jozivânia de Souza. Ponto importante do curso é a possível formação de uma empreiteira local, fundada pelas mulheres que concluíram o curso de construção civil. O objetivo é a reforma de antigas moradias que não serão demolidas pelo programa de urbanização de Paraisópolis. Segundo o instrutor Atayde Caetite, as mulheres eram tímidas no

começo, mas aos poucos mostraram que têm força e determinação. “No início elas ficavam mais quietas, não acreditavam que o professor realmente as levaria para obra, e nem imaginavam que teriam a consciência de ajudar uma senhora. Hoje elas têm uma visão mais crítica, querem opinar em aula, discutir o que devem fazer na obra, tomam a frente nas coisas em relação a organização de horário. Elas têm uma visão melhor das mudanças na comunidade hoje, e estão tendo mais segurança na hora de falar”, completa.


Prestação de Serviços

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Paraisópolis forma fotógrafos profissionais Curso “Olhares de Paraisópolis” visa formação profissional de jovens da comunidade Felipe C. Santos

Foto: Divulgação Olhares de Paraisópolis

O curso de fotografia “Olhares de Paraisópolis”, inaugurado na comunidade no dia 18 de fevereiro, tem objetivo claro: formar profissionais de fotografia com a intenção de venda

do material produzido pelos alunos. Promovido pela União dos Moradores e do Comércio de Paraisópolis, em parceria com o Instituto Afrânio Affonso Ferreira (IAAF), a agência Samba Photo e o CEU Paraisópolis, o curso conta com 30 alunos dividi-

dos em duas turmas, e possui grade curricular profissional que não deve nada a nenhum curso de fotografia profissional existente no mercado. “O projeto ‘Olhares de Paraisópolis’ é de fundamental importância, pois além de aproximar os alunos a uma forma de expressão cada vez mais importante no cenário atual, é uma oportunidade de formação. Os alunos poderão, ao final do curso, concorrer com qualquer profissional recém-formado”, diz o instrutor Renato Negrão. Ele informa ainda que muitos alunos se encontram ali para descobrir uma nova profissão, e outros pelo hobby de fotografar. De qualquer forma todos estarão aptos, ao término do curso, a elaborar e executar um projeto fotográfico. O mercado de fotografia é muito extenso, mas a maioria dos trabalhos

são freelancers. Segundo Negrão, o ganho varia de R$ 1.500,00 a 4 mil, depende muito do equipamento do fotógrafo. Uma boa máquina fotográfica semi-nova sem acessórios fica em torno de R$ 1.800,00. Os alunos que mostrarem talento e um olhar fotográfico diferenciado podem fazer estágios com fotógrafos experientes por meio da parceria com a Samba Photo, além da possibilidade da venda de fotos a agência. Durante e ao final do curso, os alunos podem expor os trabalhos realizados nas mídias de comunicação da União dos Moradores, como o Jornal Espaço do Povo e a Nova Paraisópolis em Revista. E também na Revista Em Família, revista digital da MF Comunicação & Editora, e na exposição organizada pela União e o IAAF no CEU Paraisópolis, no final desse semestre.

Você quer ter seu próprio negócio ? Se você tem acima de 18 anos, homens ou mulheres, vontade de ter seu próprio negócio e muita disposição para o trabalho, esta é a oportunidade! O PROJETO LAVAMOS NÓS acaba de abrir vagas para capacitação profissional em LAVAGEM ECOLÓGICA DE CARROS.

Uma novidade no mercado!

Grade curricular do curso Olhares de Paraisópolis História da fotografia; história da imagem; análise de fotografia; a importância da fotografia na contemporaneidade; os grandes fotógrafos; projetos fotográficos famosos; surgimento das agências de imagens; diferenças entre fotojornalismo e documentarismo e entre fotografia de moda, publicidade, arte e esportes; as técnicas da fotografia (como operar uma câmera 35mm); fotografia analógica e sua mudança para a digital; e como elaborar e executar um projeto autoral.

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Local: União dos Moradores de Paraisópolis Mais informações: xxxxxxx Guilherme – cel. 11-7144-9503 Inscrição até 07/05


Destaque da comunidade

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Comunidade possui atleta de volteio Em uma escondida rua, na zona sul de São Paulo, crianças de diversas idades participam de um projeto social audacioso e único no Brasil. Um dos pilares do projeto é morador de Paraisópolis, ele dá aulas de volteio para a criançada. Cabelos negros, sorridente e um pouco tímido, ele conquista qualquer um logo na primeira investida. Trabalhando num local onde se respira amor e compaixão, ele passou por bons e maus momentos para conseguir ser uma influência inspiradora hoje. Com um futuro promissor no esporte, logo na infância recebeu convite para treinar no Esporte Clube Pinheiros (ECP), uma das maiores instituições esportivas do Brasil, mas o destino, ou a casualidade, queria que a vida fosse um desafio maior para ele. William Aparecido dos Santos, morador de Paraisópolis, tem uma história de luta e perseverança, mas ao mesmo tempo, esboça uma tranquilidade de quem sabe encarar a vida com extrema placidez, mesmo que isso pareça contraditório, pois os rumos que William tomou foram muitos e qualquer outra pessoa no lugar dele poderia jogar tudo para o alto, e simplesmente, desistir. Mas como a maioria dos moradores de Paraisópolis, a desistência não faz parte dos planos de William. Quando criança ele praticava ginástica artística, e foi quando o ECP o chamou para fazer uma seletiva. Um inesperado acidente de trânsito nas vésperas do teste o impediu de ir ao clube e, também, de continuar naquele momento com a ginástica artística. William fora atropelado, fraturando gravemente um dos pés, ele tinha 10 anos. Quando estava quase recuperado, outra vicissitude surge, e ele sofre um acidente com álcool e partes do rosto sofrem queimaduras. Novamente William passa por um processo de recuperação e, decide então, continuar normalmente com os estudos e praticar capoeira. Os anos passam e, de repente, a

sorte sorri para William. Ele conhece Fabian Guida, técnico de volteio e professor de educação física. Guida ficou entusiasmado com uma apresentação de ginástica artística de William no colégio, e o levou consigo para o volteio. Volteio é um esporte em que um grupo de pessoas, ou somente um indivíduo, faz acrobacias em cima de um cavalo em movimento. Rapidamente William se identificou com o esporte e com o treinador. Guida conseguiu que William treinasse na Hípica Paulista, local onde trabalhava como técnico. Hoje, com 23 anos, o praticante de volteio diz, com um pouco da sua peculiar timidez, que não tem equipe de volteio no Brasil melhor que a dele. O técnico concorda: “sou suspeito em falar”. William foi campeão brasileiro de volteio em 2010, orgulho da comunidade e de sua mãe, que muitas vezes pediu para ele desistir do esporte e arrumar um trabalho, mas hoje o vê como um símbolo de persistência e amor pelo que faz. Ao falar da comunidade, William declara amor pelo lugar que nasceu e cresceu. “Paraisópolis é a minha vida. É onde tenho meus amigos, que brincavam comigo na rua, eu não me vejo fora de lá”, diz. Projeto para a vida William trabalha hoje no projeto Escola Preparatória de Volteio (EPV), ou como o fundador do projeto prefere, Escola para a Vida. Segundo Fabian Guida, idealizador do projeto, a EPV visa ensinar a prática do volteio para crianças e adolescentes e integrar educação e esporte. “No volteio a equipe é totalmente dependente um do outro e do animal, e isso gera uma situação de confiança própria de uma sociedade, em que a sociedade deveria continuar cultivando. A gente esqueceu muito o que é isso nos últimos anos, e é isso que as crianças aprendem aqui”, explica Guida. O projeto, patrocinado pela prefeitura, atende 70 crianças no bairro Ci-

Foto: Patricia Perego Willems/EPV

Felipe C. Santos

William faz acrobacia durante apresentação de volteio

dade Dutra, na zona sul. A meta esse ano é ampliar para 100 crianças. Guida quer outras comunidades envolvidas e, para isso, pretende conversar com a União dos Moradores de Paraisópolis para tentar viabilizar a EPV para as crianças da comunidade. O representante de Paraisópolis, William dos Santos, é a principal

atração da garotada no projeto. É o professor que elas mais gostam, exemplo de dedicação. Hoje William não pensa muito no esporte como carreira profissional, está engajado no projeto e ficaria muito feliz de poder ajudar as crianças de Paraisópolis, da mesma forma que o volteio o ajudou.


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Destaque da comunidade

Mercado do Louro: tradição e bom atendimento Da Redação para a construção do hospital, mas sem deixar a educação de lado, também quer ver mais creches na comunidade. Ele faz questão de ressaltar o trabalho da União dos Moradores e do Comércio

de Paraisópolis em relação aos comerciantes, com cursos promovidos pela entidade junto com parceiros, Gilberto destaca o tratamento diferenciado que a União tem com seus associados.

É assim que Paraisópolis vem crescendo, o novo tem o seu espaço junto com o antigo, e o comércio local se desenvolve junto com o bairro, exemplo disso é o Mercado do Louro.

Fotos: Jéssica Roberta / Comunicação Paraisópolis

É assim que há 44 anos o mercado do Louro trabalha, abastecendo os lares de Paraisópolis com alimentação, utensílios domésticos, material de limpeza entre outros. Gilberto Clemente, proprietário do comércio, diz com orgulho que seu pai, Lourival Clemente da Silva, levantou o primeiro barraco de Paraisópolis. Logo após fundou o Mercado do Louro, conhecido por toda a comunidade. Para Gilberto, Paraisópolis começou a mudar com a chegada do asfalto, ponto crucial na década de 1980 para a transformação que a comunidade vive hoje, com grandes redes varejistas e bancos instalados dentro de Paraisópolis. O comerciante faz a sua parte. Sempre preocupado com a geração de empregos, faz o máximo para ajudar os funcionários do mercado, seja com informações, incentivos, ou até mesmo uma boa conversa entre amigos. Ele está na luta com Paraisópolis

Há 44 anos na comunidade de Paraisópolis, Mercado do Louro cresceu e é tradição na região


Cultura

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Sucata se transforma em arte em Paraisópolis Vagner de Alencar Quando a bicicleta motorizada de Berbela percorre as ruas de Paraisópolis, não há quem não pare para vê-la passar. O veículo impressiona com o tamanho e singularidade. O que era uma bicicleta comum ganhou adereços e se transformou praticamente num carro alegórico que ilumina as vias da comunidade quando um dos maiores artistas resolve passar. Antônio Edinaldo da Silva é conhecido em Paraisópolis por “Berbela” _nome também dado ao veículo criado em 2002. A arte na vida desse pernambucano teve início após o passeio que fez com a família ao parque do Ibirapuera, assim que pisou na “terra da goroa” há uma década. O filho mais velho queria uma bicicleta “diferente”, como as que viu no passeio. Como não tinha condição financeira para presentear o primogênito, Berbela decidiu criar uma “bicicleta” para o garoto; e no estacionamento, onde paga o alu-

guel do cômodo que funciona como uma oficina de solda, ele deu início à sua criação artística. Qualquer tipo de sucata se torna arte nas mãos dele. Velas de carro, parafusos, escapamentos de moto, pneus… são transformados em baratas gigantes, escorpiões, lacraias, centopeias, abelhas e até nos cantores da banda Calypso, Joelma e Chimbinha. “Eu fiz primeiro o Chimbinha. O povo ficou insistindo até que fiz a Joelma também. Ela ficou um pouco descabelada, mas tudo bem”, brinca. E sem nenhum pudor ele revela a paixão pelo que faz: “Às vezes, estou aqui e até falo com os bichos. Eu não tenho estresse. Faço pintura para não eles enferrujarem. É assim, eu não gosto de ver minhas coisas maltratadas”. As histórias saem de sua boca naturalmente e, assim, ele vai contando suas peripécias com as bicicletas motorizadas. As brigas com a mulher tornaram-se

habituais. Como não tinha espaço para colocar as miniaturas de animais na oficina, ele decidiu levá-las para casa, o que causou confusão em casa. “No começo, ela achava estranho. Me chamava até de abestalhado, de doido”, diz. A oficina não cresceu de tamanho,

mas as esculturas aumentam a cada dia. Embora tenha de enfrentar as adversidades da comunidade como todos os outros moradores, Edinaldo não se vê morando em outro lugar. “Mais vontade eu tenho de fazer outras coisas. Só Deus pra me empatar”, confessa.

Palestra sobre inclusão de pessoas com deficiência

Dia 09 30 de abril, às 10h, na União dos Moradores e do Comércio de Paraisópolis Pensando nas dificuldades que as pessoas com deficiência e seus familiares enfrentam no dia-a-dia, a Plura Consultoria e Inclusão Social realizará uma palestra informativa, para toda a comunidade, sobre assuntos voltados ao mercado de trabalho, área educacional e a realidade das pessoas com deficiência.

VENHA PARTICIPAR! Temas abordados

Oportunidades de trabalho e estudo

Como lidar com a deficiência

Dicas para um bom relacionamento com a sociedade

Direitos e deveres


Curtas

Hospital Geral

da Saúde, Alexandre Padilha, em reunião do Conselho Nacional de Juventude. Padilha se comprometeu a visitar a comunidade e apoiar a construção do Hospital Geral de Paraisópolis.

Paraisópolis Folia 2011 Gilson com Ministro da Saúde

Emprego

Foto: Divulgação Ministério da Saúde

Gilson Rodrigues apresenta as demandas da comunidade ao Ministro

Paraisópolis Folia 2011 - Bloco Paraisópolis Folia 2011 mobiliza comunidade e dá oportunidade para grupos locais se apresentarem.

Foto:Divulgação Espaço do Povo

Espaço do Povo - Maio 2011 - 11

Mutirão do Emprego na União dos Moradores realizado dia 09 de abril consegue recolocar 250 moradores da comunidade no Mercado de Trabalho. Novos mutirões serão realizados mensalmente. Contou com as seguintes empresas: > Pro Security > Grupo AMA > Hospital Albert Einstein > Grupo Assist Solution > Oak > Grupo Verzani > Grupo Alpha

Educação para o trabalho Audiência com Ministro da Saúde, Alexandre Padilha

A luta continua Numa audiência na Confederação das Mulheres do Brasil, o ministro

da Saúde, Alexandre Padilha, conversou sobre a construção do hospital na comunidade com Juliana Gonçalves, presidente da Associa-

ção das Mulheres de Paraisópolis e membro do Conselho Gestor, sendo a mais votada na última eleição do conselho.

O Senac/Santo Amaro, em parceria com o programa Einstein na Comunidade, abre as inscrições para o Programa de Educação para o Trabalho. As inscrições para o segundo semestre iniciam em 2 de maio, na rua Manoel Antonio Pinto, 285 - Casa da Criança.


Educação

Espaço do Povo - Mar/Abr 2011 - 12

União vai erradicar o analfabetismo Comunidade busca ser a primeira a alfabetizar toda população Da Redação Três mil pessoas. Esse é o número de moradores da comunidade de Paraisópolis que sabiam apenas escrever o próprio nome, e hoje sabem ler e escrever perfeitamente. Eles foram alfabetizados na Escola do Povo, programa de alfabetização de jovens e adultos criado pela União dos Moradores e do Comércio de Paraisópolis. A missão da Escola do Povo é simples e direta: erradicar o analfabetismo na comunidade. “Um país como o nosso é totalmente defasado no setor educacional. O Brasil sempre sofreu com preconceito e exploração, tem vários exemplos de que o brasileiro precisa apenas de uma oportunidade para alavancar”, declara Juliana Gonçalves, coordenadora da escola. A Escola do Povo é diferente de outras instituições de ensino. É necessária toda uma abordagem diferenciada para convencer as pessoas da importância da alfabetização e levá-las a se matricularem para as aulas. Primeiro há as inscrições dos educadores. Depois o treinamento para esses educadores e a preparação para irem a campo persuadir e cadastrar os interessados. Gonçalves explica que é preciso muita conversa para as pessoas voltarem a estudar. “O alfabetizador precisa ter argumentos para ter sucesso com as matrículas. No treinamento sobre abordagem damos várias dicas, por exemplo, que sendo alfabetizada ela poderia conquistar muito mais do que já conquistou”. O método da Escola do Povo é baseado nas teorias de Paulo Freire. Todo capítulo da apostila, cedida gratuitamente aos alunos, possui uma palavra geradora que norteará o debate, e antes de iniciar as atividades didáticas, os educadores fazem uma discussão mais política com os alunos. As aulas começarem no último dia 25 de abril. O objetivo é erradicar o analfabetismo até 2014. Paraisópo-

lis quer ser a primeira comunidade brasileira a eliminar de vez o analfabetismo, e mostrar ao país que a educação pode e deve chegar a todos, só basta um empurrãozinho.

“O brasileiro precisa apenas de uma oportunidade para alavancar” Juliana Gonçalves


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