alvinegro #12

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alvinegro de torcedor pra torcedor

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meufigueira.com.br 25 de setembro de 2010 | nº 12

Vencer para voltar ao G4 Vitória põe Figueira de volta no grupo dos quatro melhores, depois da derrota da Ponte Preta ontem

pré-jogo

Diego Rzatki

Henrique Santos

A

cabou a gordura do Figueirense. Três derrotas consecutivas somadas aos resultados dos adversários diretos na briga para subir à Série A, deixaram o time na quinta colocação, fora do G4 depois de 15 rodadas seguidas entre os quatro melhores. Uma vitória diante do Brasiliense na tarde deste sábado, às 16h10, devolve a posição ao Alvinegro. Mas o resultado positivo é maior do que o retorno ao G4. Vencer transmite tranquilidade, confiança e acaba com o jejum de três jogos. A torcida terá que fazer a diferença nas arquibancadas como tem feito nos jogos realizados no Scarpelli. Se a fase está difícil, cabe à nação alvinegra levar o time a um novo triunfo.

Estreia, retornos e des-

falques – O técnico Márcio Goiano tem boas e más notícias para esta tarde. Maicon e Roger Carvalho retornam de suspensão e Vinícius Pacheco reestreia. Mas Willian e João Felipe, suspensos

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Pendurados Roger, Bruno, Coutinho, Maicon, Firmino, Reinaldo

Fora Willian e J. Felipe (suspensos). Ygor e Wilson (machucados)

Estreia Vinicius Pacheco

Próximos jogos ASA x Figueira (ter 28/9, 21h50) Figueira x P. Preta (sex 1º/10, 21h) Vila Nova x Figueira (sab 8/9, 16h10)

Desafio dos jogadores é readquirir capacidade de decisão perdida nas três derrotas consecutivas por cartões recebidos contra o Náutico. O primeiro foi expulso, o segundo levou o terceiro amarelo. Ygor e Wilson ainda aprimoram a forma física depois de se recuperarem de lesões. O meia Evandro, cotado como opção no banco, não poderá vestir a camisa alvinegra na série B porque jogou em dois clubes no Campeonato Brasileiro (leia detalhes na página 2). Para substituir os desfalques,

(G) Ricardo (L) Lucas (Z) Roger (Z) João Paulo (L) Juninho (V) Túlio (V) Baraka (Coutinho) (M) Maicon (M) Fernandes (A) Vinícius Pacheco (A) Reinaldo Técnico: Márcio Goiano

43 gols pró 22 gols contra Jogos da 22ª rodada

o treinador alvinegro mantém o goleiro Ricardo, o zagueiro João Paulo, o volante Baraka e o meia-atacante Vinícius Pacheco. Túlio também deve jogar. O experiente jogador, que não foi bem em Recife, substitui Coutinho. Apesar de o time sofrer modificações em relação ao que levou o Figueirense à liderança, alguns dos principais atletas continuam: Fernandes, maicon, Reinaldo, Lucas e Juninho. Estes serão res-

39 pontos

17º

ponsáveis por acabar com o jejum de gols, já que desde a vitória diante do São Caetano, na estreia do returno, o melhor ataque da competição não balança às redes adversárias. Andrade – O treinador campeão brasileiro em 2009 pelo Flamengo assumiu o Brasiliense na quinta-feira. Com ele, o esquema de jogo adotado foi o mesmo que deu certo no rubro-negro carioca, o 4-2-3-1. Andrade aposta no

27 pontos

25 de setembro de 2010, terça, às 16h10 Djalma José Beltrami Teixeira (juiz, RJ) Luiz Muniz de Oliveira e Vinicius Barone Pampurre (bandeiras, RJ)

Eduardo (G) Cicinho (L) Dezinho (Z) Santiago (Z) Willian (L) Deda (V) Luciano Totó (V) Ruy (V) Thiaguinho (M) Iranildo (M) Enilton (A) Técnico: Andrade

25 gols pró 34 gols contra

meio de campo experiente para derrotar o Figueirense e deixar a incômoda 17ª posição. Alguns dos jogadores do time candango passarem pelo Scarpelli como Michel Schmöller, Luciano Totó e Ruy. Os veteranos Iranildo e Enílton são os principais nomes do Brasiliense. No preimeiro turno, em partida válida pela quinta rodada, o Figueirense suou para empatar com o Brasiliense. Somente aos 47 minutos do segundo tempo, após uma das tradicionais arrancadas de João Felipe, a bola desviou no adversário e entrou igualando o placar em 1 a 1. Rosembrick marcou para os candangos. Sai bruxa – Usando uma expressão do narrador Sérgio Murilo, é necessário espantar a bruxa e voltar a vencer. No turno, com o empate em Brasília o Figueirense somou sete pontos. A vitória hoje garante seis nesta segunda fase da Série B. A partida que começa às 16h10 é o primeiro passo para a recuperação alvinegra e na volta do time ao caminho rumo à Série A. Pra cima Figueira!

Classificação P 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

Equipe P Coritiba 43 Bahia 41 América-MG 40 Ponte Preta 40 Figueirense 39 Sport 37 São Caetano 35 Portuguesa 34 Náutico 34 Guarati. 33 D. de Caxias 32 Paraná 32 ASA 29 Icasa 29 Bragantino 29 Vila Nova 28 Brasiliense 27 Santo André 24 América-RN 19 Ipatinga 18

J 23 23 23 24 23 23 24 24 23 23 23 24 23 23 24 24 23 23 23 23

V 13 12 12 11 11 10 10 10 10 8 10 9 9 8 6 8 6 6 4 4

E 4 5 4 7 6 7 5 4 4 9 2 5 2 5 11 4 9 6 7 6

D 6 6 7 6 6 6 9 10 9 6 11 10 12 10 7 12 8 11 12 13

Sexta-Feira, 24/09, 21h: Bragantino 2x0 Portuguesa, Vila Nova-GO 2x2 Paraná, Ponte Preta 1x2 São Caetano Sábado, 25/09, 15h50: América-RN x Náutico, Sport x Bahia. Sábado, 25/09, 16h10: Duque de Caxias x Icasa, Figueirense x Brasiliense, Coritiba x ASA. Sábado, 25/09, 21h: Ipatinga x América-MG, Santo André x Guaratinguetá

GP 33 39 32 34 43 34 36 38 26 33 29 33 32 30 23 27 25 34 20 28

GC 26 27 22 24 22 23 36 34 36 32 33 29 34 33 24 39 34 39 39 43

SG 7 12 10 10 21 11 0 4 -10 1 -4 4 -2 -3 -1 -12 -9 -5 -19 -15


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25 de setembro d

Figueira teve três projetos de estádio nos últimos dez anos patrimônio

Proposta apresentada durante período de transição da diretoria também já foi alterada Arquivo MeuFigueira

Ney Pacheco

A

possibilidade do Figueirense mandar seus jogos em Biguaçu enquanto constrói uma nova arena no lugar do estádio Orlando Scarpelli significa uma mudança nos planos esboçados durante a transição da gestão da Figueirense Partipações para a atual diretoria. No dia 13 de agosto, dirigentes do clube reuniram-se com o prefeito de Biguaçu, José Castelo Deschamps, para discutir o projeto do estádio, que poderia ser construído no loteamento Deltaville, nas imediações da SC-408. O Figueirense jogaria ali até a conclusão do novo estádio Orlando Scarpelli, estimada para 2013. Durante a transição, no entanto, a proposta apresentada pelo empresário Edson Silva, dono da Nexxera, previa a construção do novo estádio em oito módulos, o que permitiria que o clube continuasse mandando seus jogos no Estreito. A nova arena teria 40 mil lugares e 150 camarotes, que poderiam também ser utilizados como escritórios, com três anos para construção. Além disso, projetava-se a construção de duas torres, uma comercial e outra para um hotel, além de supermercado, shopping para 150 lojas, estacionamento e um ginásio/centro de convenções, ao custo de R$ 126 milhões e com a possibilidade de ren-

Estádio Orlando Scarpelli é ampliado com arquibancas metálicas para a disputa do campeonato brasileiro de 1973 der cerca de R$ 1 milhão de reais por mês pelo arrendamento dos espaços comerciais. O valor orçado da obra era a grande diferença para o estádio para a Copa do Mundo, que custaria cerca de R$ 400 milhões. O jornal alvinegro tentou contato com Leonardo Schmidt Moura, representante da parceira Prosul na gestão do clube, mas o profissional estava fora de Florianópolis durante a semana e o contato por telefone celular não foi possível. Ao site Meu Figueira, em entrevista concedida em 21 de abril, Moura declarou que pretendia concluir o projeto de viabilidade da arena em até oito meses para depois apresentá-lo a investidores. Idas e Vindas – Desde 1999, o Figueirense projeta construir ou reformar o estádio Orlando Scar-

pelli. A primeira proposta, chamada Scarpelli 2000, era a mais modesta, já que previa somente melhorias no estádio, como cobertura e cadeiras, mas trazia o conceito presente em todos os projetos seguintes: fazer parcerias para explorar o potencial comercial de uma das regiões mais populosas de Florianópolis. O projeto apresentado por José Carlos Silva, então presidente, previa a utilização dos espaços adjacentes ao estádio para a construção de pólos comerciais destinados a atender carências da parte continental da cidade: um pólo médico, com consultórios e clínicas; outro de entrenimento, com lojas e cinema; e o último voltado para a educação. O investimento previsto inicialmente era de cerca de R$ 10 milhões. O projeto seguinte foi apresenta-

do em dezembro de 2005, quando Norton Boppré era o presidente do clube, e já mirava a possibilidade de ser sede da Copa de 2014. Tinha como parceira a Mega Sports Systems, empresa equatoriana, responsável pela modernização dos estádios do Barcelona, de Guayaquil (Equador), Alianza Lima (Peru) e Deportivo Cali (Colômbia). O custo inicial do projeto era de R$ 20 milhões. Com a proximidade da definição do Brasil como sede da Copa de 2014, a Mega Sports saiu do negócio. Depois de um flerte com a W-Torre, parceira na construção do novo estádio do Palmeiras, surgiu a OAS como parceira do clube na arena com 41.700 lugares dentro dos moldes exigidos pela Fifa. O projeto final, porém, foi elaborado por empresas locais.

Com a derrota da candidatura de Florianópolis como uma das sedes da Copa e a posterior saída da Figueirense Participações do comando do clube, o projeto foi arquivado e a proposta passa por nova reavaliação. Nunca Foi Fácil – O resgate da história do estádio do Figueirense também mostra as enormes dificuldades enfrentadas para a sua construção. Em 1945, o empresário doou a área de 29 mil metros2 no Estreito. Em 1958, o estádio passou a ser usado para treinos. Neste mesmo ano, Orlando Scarpelli doou outra área contígua ao estádio, com 15 mil metros2. A inauguração parcial do estádio só foi acontecer em 1960, quando, no dia 12 de junho, o Figueirense empatou em 1 a 1 com o Atlético Catarinense. As arquibancadas se limitavam então à parte mais alta da Avenida Santa Catarina. Em 1973, com ajuda do governo do estado,vieram as arquibancadas metálicas, construídas para o campeonato brasileiro. A última grande reforma ocorreu em 1979, resultando na instalação das arquibancadas de concreto e da troca da cobertura das sociais. Os tempos são outros. O futebol é muito mais profissional e o Figueirense evoluiu. Um novo Scarpelli vai exigir um grande esforço do clube, mas pode representar um novo salto de crescimento que ajude o clube a se firmar entre os grandes do Brasil.

Evandro não pode jogar pelo Figueirense contratação

Regulamento não permite que meia jogue por mais de dois clubes no Campeonato Brasileiro

Ney Pacheco Desde quinta-feira, dia 23, O Figueirense já sabia que o meia Evandro tinha jogado por dois clubes – Atlético-MG e Vitória – antes de ser contratado pelo Alvinegro. A informação é do gerente de futebol, Chico Lins. Por causa do interesse de outros clubes no jogador e pelo fato de a informação ter vazado antes do tempo,

o Figueirense decidiu fechar a contratação antes de fazer a checagem sobra a condição legal do atleta. Evandro, no entanto, não chegou a assinar contrato com o clube, apenas uma espécie de pré-contrato que garante o compromisso entre jogador e agremiação até que sejam feitos os exames médicos e todos os trâmites legais para o registro na CBF. O artigo 38 do Regulamento Geral das Competições da CBF diz

textualmente que “um clube não poderá incluir em sua equipe um atleta que já tenha atuado por dois outros clubes, em quaisquer das séries do campeonato brasileiro, na mesma temporada”. O clube alega que foi induzido ao erro pela Traffic, uma das maiores empresas que negocia jogadores no país, e ofereceu o jogador ao mercado. É de se estranhar mesmo que a empresa tenha aceitado rescindir

o contrato de Evandro com o Vitória sem se dar conta que o atleta não pode assinar com nenhum clube que dispute as séries A, B, C e D do campeonato brasileiro. O que preocupa o torcedor é que recentemente o clube anunciou a contratação do volante Carlinhos Santos sem saber que ele havia assinado um novo contrato com o Joinville e precisou recuperar pontos no TJD por ter utilizado o jogador Edson Galvão

na volta de um empréstimo ao Imbituba. O vazamento da negociação com o jogador e a precipitação em acelerar o acerto, causaram, no mínimo, mais um arranhão na imagem do clube.De acordo com o Chico Lins, o clube agora avalia se contrata mais um meia, já que as opções no mercado –“ainda mais da qualidade do Evandro”, afirma – são escassas e o prazo para inscrição na Série B termina na sexta-feira, dia 30.


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Maratona de jogos só permite poupar e recuperar atletas entrevista

Preparador físico Zé Fernando diz que time sofre mais por ser um dos mais visados da competição

J

Henrique Santos osé Fernando Gonçalves está no Figueirense desde 2003 e assumiu a condição de preparador físico dos profissionais a partir da entrada de Márcio Goiano no comando do time, em fevereiro de 2010. Com a maratona de jogos depois da Copa do Mundo – um a cada quatro dias – a condição física do elenco ganha extrema importância. A perda de jogadores importantes por lesões musculares, como tem ocorrido, evidência o trabalho de Zé Fernando e de forma indireta passa por ele o sucesso do time na competição. O jornal alvinegro entrevistou o preparador físico do clube para que o torcedor conheça um pouco do trabalho do profissional responsável pelo condicionamento de quem veste a camisa do Figueirense.

alvinegro – Como você chegou no Scarpelli? Zé Fernando – Era aluno do Sérgio Parucker [médico do Figueirense] na Udesc. Lá, a gente realizava um trabalho na recuperação física de atletas, assim ele me convidou para fazer estágio no clube e desde 2003 estou no Scarpelli. Fiquei seis meses como estagiário e a partir da saída do Renê Weber [ex-treinador], no começo de 2010, assumi a condição de principal pre-

parador físico na comissão técnica do Márcio Goiano. Quais são as condições físicas do elenco do Figueirense? São muito boas e estão dentro da expectativa. Por exemplo, diante

Jogadores são vítimas da maratona de jogos da série B. Com esta demanda, é comum haver lesões, principalmente as musculares Divulgação/ FFC

Zé Fernando: no Scarpelli desde 2003

O que acontece clube é notícia no site do torcedor do Figueira

Notícias e opiniões Wilson também está com estiramento (16/9) Prestigie o Figueira no aeroporto (17/9) Túlio fará estreia (18/9) MeuFigueira no FaceBook (19/9) O retorno de Vinicius Pacheco (20/9) Ney Pacheco: Pontuar é preciso (21/9) Náutico 1×0 Figueira: Terceira derrota consecutiva (21/9) Ney Pacheco: Superar a tormenta (22/9) Promoção de ingressos para o jogo de sábado (23/9) Vinícius Pacheco no BID (24/9)

Carlos Amorim/ FFC

do América-MG o time ficou com um a menos ainda no primeiro tempo e correu muito. Todos se esforçaram bastante, mas como é natural deixaram a partida cansados. Isto é comum e sempre vai existir. Em virtude da maratona de jogos como são feitos os trabalhos na parte física? É complicado, pois a gente trabalha mais em função de recuperar e poupar os atletas. Qualquer exagero pode acarretar em lesões. Jogos em tão curto período de tempo são ruins para os jogadores, torcida, imprensa, mas é a televisão quem manda, então não podemos fazer nada, apenas cuidar dos atletas. Recentemente o Figueirense teve alguns jogadores (Wilson, Lucas, João Paulo e Ygor) com estiramento na coxa. Por que todos apresentaram a mesma lesão? Todos sofreram com a maratona de jogos e, exceto a do João Paulo, as lesões foram pequenas. O Lucas machucou-se devido à forma como atua. É um atleta muito voluntarioso e devido à sobrecarga de jogos sentiu a lesão. Já o Ygor apresentava um desconforto, mas não comunicou. Num treino de finalização que exige da musculatura da coxa, ele machucou-se. O Wilson treina mais com o Peçanha (preparador de goleiros) e pra mim foi uma surpresa quando ele evitou

“Grupo é focado, sem vaidades e acredita na proposta da comissão técnica” bater na bola diante da Portuguesa. Mais uma vítima da maratona desta Série B, pois com esta demanda é comum haver lesões, principalmente as musculares. Jogadores como Reinaldo e Maicon parecem estar cansados. O que ocorre com eles? Não há desgaste por parte dos dois. Atualmente o Figueirense está visado por outros times e isso acarreta numa forte marcação nos principais jogadores, entre eles o Reinaldo e o Maicon. Muito jornalista fala do cansaço sem analisar alguns fatores e isto incomoda o grupo. Qual a distância da preparação física do Figueirense para os demais times da Série B? O nosso time é equalizado em relação às outras equipes. Em virtude

do calendário apertado e de estar visado, apresentamos dificuldades na parte física, porém o Figueirense não é o único caso. Em conversa com o Alexandre Lopes, preparador físico do Coritiba, e com o Guilherme Bérgamo, do Guaratinguetá, ambos reclamaram desta maratona e do desgaste que seus jogadores sofrem. O que dizer do grupo de jogadores do Figueirense? É um grupo focado, sem vaidades e que acredita na proposta da comissão técnica. 80% do sucesso vem de confiar naquilo que o treinador e os auxiliares dizem, quando isto ocorre o objetivo a ser cumprido fica facilitado. Em 2010 o Figueirense visa principalmente subir à Série A, o título se vier é conseqüência.


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25 de setembro de 2010 | nº 12

ney.meufigueira.com.br

ney pacheco

O

Tainha

Turvo, sombrio, ermo

Voltar a vencer, jogo a jogo

pessoal do basquete costuma dizer que “não existe cesta de 10 pontos”. A expressão é utilizada para lembrar que é preciso muita paciência para virar um jogo, para tirar uma vantagem de 20, 25 pontos. É cesta a cesta, de dois pontos, de três pontos, de um ponto no lance livre. No futebol, é jogo a jogo. O que interessa para o Figueirense neste sábado, 25 de setembro, é pensar no Brasiliense, é vencer o Brasiliense, é somar mais três pontos, é interromper a sequência de derrotas e jogos sem marcar gol. Sim, paciência é o que todos nós, torcedores alvinegros, precisamos ter neste momento. Nossa tendência é projetar o acesso imediatamente, imaginar a festa do título, discutir nas rodas e nas mesas redondas pelos botecos se esse time é suficientemente bom para a série A de 2011 ou precisa de muitos reforços. Não há mal nenhum nisso. Faz parte da diversão de ser torcedor. Só que, devaneios à parte, temos que lembrar que é jogo a jogo, jogada a jogada, gol a gol que o Figueira vai pavimentar seu retorno à primeira divisão. Tem hora que dá vontade de dormir e só acordar às 18 horas do dia 27 de novembro, minutos depois do fim do último jogo do Figueira, contra o Paraná, no Scarpelli, para saber finalmente como tudo isso acabou. Só que faz parte da arte de torcer viver cada momento intensamente, seja bom, seja ruim. A corrida é composta por cada passo e não somente pela linha de chegada. Então, vamos juntos, um jogo depois do outro, nesta luta par voltar à primeira divisão. É apoiar hoje contra o Brasiliense. E pensar no ASA, próximo adversário, depois. Oscilações – Tudo vinha relativamente bem para o favorito Co-

ritiba, longa invencibilidade, longa temporada no G4, algumas rodadas na liderança. No intervalo de uma semana, porém, o time paranaense levou uma traulitada de 5 a 1 do lanterníssimo Ipatinga, que em 23 jogos só venceu quatro, perdeu para o Duque de Caxias por 2 a 0 em casa e fechou a trinca trágica armando uma retranca inútil para perder para o Figueira no Scarpelli também por 2 a 0. Nas seis rodadas seguintes, o Coritiba venceu quatro partidas, empatou uma e perdeu outra, retomando a liderança. Neste meio tempo, foi a vez do Figueirense oscilar e sair do G4 depois de três derrotas seguidas. Foram 15 rodadas consecutivas entre os quatro melhores da série B. Em 20 jogos, o Figueira só havia perdido três, marca igualada em apenas mais três rodadas. Só que o Furacão Alvinegro também viveu um mau momento no começo do campeonato. Das atuais seis derrotas, duas ocorreram uma atrás da outra, justamente contra América e Náutico no primeiro turno. Depois disso, foram 16 partidas com uma única derrota, contra o Sport, no Recife, por 2 a 1, com mais um pênalti mandrake assinalado contra o Alvinegro. O momento delicado, a sequência pesada de jogos, a ausência de alguns jogadores por suspensão ou contusão, a queda de rendimento de outros, complicou o desempenho do Figueira na competição. Esse grupo de profissionais já mostrou que tem condições de render mais e de conquistar grandes vitórias. Com a contratação de mais alguns jogadores que podem ajudar nessa empreitada, como Túlio e Vinícius Pacheco, o Alvinegro pode voltar a vencer e retomar seu caminho rumo à Série A.

Ney Pacheco mantém um blog sobre o Figueirense. Acesse ney.meufigueira.com.br

alvinegro

Publicação de MEUFIGUEIRA

globoesporte.globo.com/blogdofigueirense

D

urante a transição, foram transmitidas ao público em geral promessas de mudanças, transparência, democratização e aproximação com o torcedor. Em suma, uma frase me marcou muito: “O Figueirense volta a ser do Figueirense”. Foram muitas boas palavras incrustradas em discursos proferidos com peito estufado e olhos embargados pela emoção do momento. Seria a versão alvinegra do movimento Iluminista que superou a famosa “Idade das Trevas”. Até certo momento, acreditei. Decepcionante é que após seis meses a impressão de contradição ao proferido iniciada logo após a posse do novo Conselho Administrativo vai se consolidado. Foi muito discurso... Óbvio, mudanças para melhor existem. O alvinegro hoje possui maior participação no passe de alguns jogadores, um departamento de futebol (mesmo com o erro de ontem) mais profissional. Entretanto, temos de concordar, o que importa é o resultado. Nesse sentido, inclusive, é que a mudança foi mais concreta. O desprendimento daquela “inhaca” que nos acompanhava desde 2008 é um alívio. Finalmente temos mais confiança no time, o técnico encaixou e a mescla de bons jogadores do ano passado com alguns que chegaram esse ano vem dando certo. Méritos para essa gestão e seus parceiros. No fim, é isso que importa ao torcedor, não tenho dúvida. A bola em campo prende 99% da atenção dos torcedores. Se isso vai bem, o clube vai bem. Se isso vai mal, o clube vai mal. Coisa típica do pensamento mais comum. A realidade, entretanto, é que essa situação turva a visão para outros assuntos que influem, também, no resultado em campo. Falo da estruturação do clube, o seu projeto de longo prazo, seu planejamento. Ainda durante a transição, em uma das últimas reuniões abertas aos torce-

dores, perguntei quando seria apresentado o projeto da nova gestão. Lodetti, à época, jogou o prazo para trinta dias. De fato, já se passaram esses trinta dias e pode-se adicionar mais seis meses, no mínimo. Fato é que o projeto (e mesmo a execução) de grande parte das ideias ratificadas com o apoio massivo dos torcedores nunca apareceu. Pior do que isso: não se sabe qual o caminho está tomando, ou seja, é bastante claro que o momento é obscuro. O próprio contrato com a Prosul (empresa do alvinegro Wilfredo que é amigo de infância de Nestor Lodetti quando moravam entre as cidades que dão nome a esse texto) com o Figueirense é um mistério. Tanto o torcedor quanto os conselheiros do clube conhecem apenas superficialmente alguns parâmetros do contrato, o que é insuficiente para fazer juízo de valor sobre o mesmo. O cenário é muito parecido com o qual nos deparávamos no passado com a ex-parceira, e mais preocupante, somente depois de tempo que fomos descobrir que não era bom. Ou seja, bradar alvinegrice histórica ou usar a camisa do clube não é segurança de que estamos em boas mãos. Achei que muita gente iria aprender com a transição, mas não foi o caso. Certo é que apesar do momento satisfatório dentro das quatro linhas, os dirigentes que assumiram estão em débito com as suas promessas. Nada aqui é inventado ou é exagero, apenas se cobra o comprometimento assumido. Destacados, então, esses primeiros seis primeiros meses de nova direção, fica a impressão que os resultados do futebol são tão iluminados que ofuscam os desfeitos fora dele. Não é o fim do mundo e nada que não possa ser trabalhado e corrigido também, porém, cabe aos conselheiros, principalmente, não cair nas armadilhas nem esquecer a história (sombria) recente.

Diego Rzatki, o Tainha, é blogueiro do Figueirense no Globoesporte.

Edição: Tadeu Meyer (jornalista responsável - MTB/SC 03476-JP). Reportagem e textos: Diego Rzatki, Henrique Santos e Ney Pacheco. Fotos: Carlos Amorim/ FFC, Diego Rzatki. Projeto Gráfico e Editoração: Tadeu Meyer. Tiragem: 3 mil exemplares. Circulação: gratuita e dirigida aos torcedores do Figueirense que comparecem ao Scarpelli em dia de jogo. Impressão: Gráfica Rio Sul.


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