Abrindo as portas da percepção
MEGAFONIa para
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averiguação
NOSSO RELATO SOBRE A REPRESSÃO Por Amanda Ivanov
“Não
vai ter copa”, gritavam os manifestantes no protesto realizado no dia em que São Paulo completava 460 anos, em 2014. Todos saíram do Masp sentido Avenida Brigadeiro Luís Antonio, reivindicando por melhorias na saúde, educação e direitos da população brasileira, questionando os gastos do governo para a realização da Copa do Mundo. Não imaginávamos que teria tamanha proporção, afinal, os ânimos do povo não eram os mesmos das manifestações de junho de 2013. Bandeiras, cartazes e faixas escancaravam o motivo daquele encontro. “Sem direitos, não vai ter Copa”. E quer motivo maior do que esse? Bem no início da Avenida Brigadeiro, o número de manifestantes era grande e haviam policiais suficientes para combater qualquer ‘desordem’. E os PMs até começaram a repreender ou criticar o que ouviam. “Recua polícia, recua, a juventude está na rua”, era o grito dos manifestantes que se sentiam oprimidos após um pequeno desentendimento com a PM nessa parte do trajeto. “Adolescentes nervosinhos”, disse o agente da PM, enquanto seguíamos sentido ao Largo São Francisco. “Saúde, moradia, educação, reforma política”,