Mercado & Eventos Edição 198

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DESTINO

Abril de 2012 - 2ª quinzena

Teatro Bolshoi, Kremlin e vista da cidade

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Moscou, portas abertas para o turismo Luiz Marcos Fernandes Os tempos do comunismo já se foram e os ares da democracia levaram para a Rússia não apenas a modernidade, mas a força do turismo mundial. Com uma população de 10,5 milhões de habitantes, a capital Moscou recebe anualmente mais de três milhões de turistas, segundo dados de 2010. Mesmo levando em conta que a capital russa ainda perde para St. Petersburgo como principal destino turístico no que se refere ao fluxo do mercado internacional, é possível notar redes de hotéis de bandeiras internacionais e modernos shoppings na metrópole. Na busca de novos mercados, incluindo o Brasil, que pode ser alcançado de forma eficiente desde a abertura do voo para Lisboa, Moscou tem investido também na melhoria do turismo receptivo de olho no potencial cultural e sua riqueza histórica. Apesar de ser o principal destino emissor de turistas na América do Sul para Moscou, com pouco mais de dez mil turistas por ano, o Brasil representa

para a indústria do turismo daquele país um mercado de grande potencial. O fim da exigência de visto para brasileiros e russos, fruto de um acordo entre as relações diplomáticas entre os dois países, representou um primeiro passo. De olho no crescimento da malha aérea interligando o Brasil, via Europa, o Convention Bureau de Moscou junto com associações e entidades de turismo, decidiu participar este ano, pela primeira vez, da Feira das Américas, que acontece em outubro, no Rio de Janeiro. Moscou também tem procurado se promover e recentemente sediou a Mitt, a maior feira de turismo da Rússia, que chega a receber quase 80 mil visitantes, durante quatro dias no Expocenter. Na ocasião, Alexander Davidov, gerente geral do Moscou Exhibition & Convention City, destacou a importância de buscar novos destinos e aumentar o fluxo turístico para a cidade. “De fato aproveitamos para divulgar nosso destino em grandes feiras. Quanto ao Brasil, entendo que o mercado brasileiro tem grande interesse pelo nosso país, principalmente aqueles que viajam ao

exterior com o objetivo de conhecer novos destinos como Moscou. Creio que será importante também divulgar nossas atrações junto aos agentes e operadores do Brasil para fecharmos boas parcerias”, adiantou ele. O dirigente confirmou também que Moscou está com um novo portal com informações sobre o destino. Segundo Davidov, estão sendo ampliados a cada dia o número de voos internacionais, com opções até mesmo para o Brasil, mas ainda com conexão em cidades europeias. É o caso da Iberia, que faz a conexão em Madri, e a Lan, Tap e Alitalia, entre outras, que fazem conexões em cidades de seus países e de lá seguem para Moscou. Para se ter uma ideia do interesse por este destino, a Tap, que começou suas operações em 2009, já superou desde outubro do ano passado a marca de 40 mil passageiros transportados por ano a partir de Lisboa. Nossa reportagem, no ano passado, inclusive, numa viagem de retorno para o Brasil, via Tap, a partir de Lisboa, flagrou um grande número de turistas russos a bordo, com destino ao Rio de Janeiro.

A capital russa tem investido também na melhoria da infraestrutura com novos shoppings e hotéis de melhor qualidade como é o caso do Radisson Royal Hotel e o Golden Ring, ambos cinco estrelas. O que chama a atenção dos turistas são ainda as construções clássicas e em estilo bizantino, tendo como destaque o prédio do Kremlin. Boa parte dos cerca de três milhões de turistas estrangeiros que visitam Moscou anualmente têm no roteiro de turismo e cultura seu atrativo maior. O cartão postal continua a ser o conjunto arquitetônico da Praça Vermelha onde se destacam, além do Kremlin, a igreja de São Basílio, o Museu Histórico e o Monumento a Lenin, entre outros atrativos. Com o término do inverno e temperatura mais tépida, Moscou tem no

sistema de transportes coletivos um modo fácil de deslocamento evitando os engarramentos que se formam nas ruas centrais na hora do rush. Já no aeroporto internacional de Domodevovo, os passageiros contam com serviço de trem que faz ligação com o centro da cidade, distante 35 quilômetros. Já a rede de metrô com 12 linhas conta com mais de 300 quilômetros. Entre as 182 estações, algumas são famosas pela arte e arquitetura, muitas delas em mármore e consideradas verdadeiras obras de arte como a de Kieskaya, conhecida como Palácio Subterrâneo. Cerca de nove milhões de pessoas utilizam o metrô diariamente. Recomenda-se aos turistas estrangeiros terem em mão sempre um mapa com as linhas já que as indicações estão em alfabeto cirílico usado na Rússia.

Alexander Davidov e Olga Larchenkova, do Moscou Convention e OlgaTeplova, do MoscouTravel Fair

Bons hotéis e padrão internacional

Praça Vermelha é o ponto de partida Em Moscou o passado socialista deixou marcas. Quando o motorista de táxi passa em frente ao prédio da KGB ele certamente não deixa de fazer um comentário ao turista sobre o temor dos russos em relação àquela instituição. Já nas proximidades da Praça Ver-

melha o trânsito fica mais complicado, uma vez que algumas ruas não são abertas ao tráfego. O melhor é caminhar e admirar a beleza arquitetônica. Junto a este complexo histórico e cultural funciona o mais luxuoso shopping de Moscou, o Gum, com

lojas de grife, restaurantes e alas enfeitadas por árvores artificiais e até um chafariz. A moeda circulante em Moscou é o rublo. Na realidade € 1 equivale aproximadamente a 30 rublos. A diferença de fuso horário é de sete horas (a mais) em relação ao Brasil.

Moscou, como toda metrópole, tem hotéis de rede como Holiday Inn, Sheraton, Ibis, entre outras. Segundo os dados de uma pesquisa efetuada no ano passado, 94% dos hóspedes de hotéis de classe executiva estão satisfeitos com as condições de alojamento. Os serviços desses hotéis de cinco estrelas de nível superior são utilizados frequentemente por turistas estrangeiros e empresários russos em viagens de negócio. Mas os turistas estrangeiros que se alojam em hotéis mais modestos estão menos satisfeitos. Segundo os dados da mesma pesquisa, apenas 74% dos visitantes estão satisfeitos com as condições de alojamento em hotéis de três estrelas. Muitos hotéis desta classe foram construídos há 30 ou 40 anos e hoje carecem de reformas. As diárias, dependendo da época, oscilam entre € 250 e € 500 euros. Ao mesmo tempo, os hotéis de categoria turística têm uma taxa média de ocupação de 60%. Nas recepções o hóspede é bem atendido e o inglês é o idioma mais utilizado para comunicação. Informações: www.travel2moscow.com


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