M&E 306 2ª out

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Destino

Outubro de 2016 - 2ª quinzena

Colômbia 10

Investimentos em infraestrutura, promoção e incentivos fiscais fizeram de um país em transformação um dos principais emergentes no mercado MICE Igor Regis Misturar experiências mágicas e impossíveis a fatos normais do cotidiano, tornando comuns acontecimentos inacreditáveis e fantásticos. Essas eram as características do Realismo Mágico, escola literária nascida na América Latina no início do Século 20. Não por acaso, a maior representante deste gênero é a Colômbia. A transformação pela qual passa o país nos últimos anos é digna de obra literária, algo perceptível no processo de verticalização pelo qual passam as principais cidades, na evolução dos modelos de mobilidade urbana e na ampliação das opções de turismo de lazer e de negócios. Mas talvez o maior expoente desta mudança seja o processo que fez a Colômbia sair do posto de uma das nações mais violentas do mundo, nas décadas de 1980 e 1990, para se tornar ganhadora de um Prêmio Nobel da paz neste ano com o presidente Juan Manuel Santos, por suas negociações de paz com as Farc. Todo este processo de transformação fez com que o país completasse em 2015 oito anos consecutivos no TOP 5 da lista de melhores destinos latino-americanos para o mercado MICE, atrás apenas de Brasil, Argentina e México. Os bons resultados apresentados no período são decorrentes de uma fórmula que mescla incentivos fiscais, investimento em infraestrutura e promoção do destino, o que proporcionou ao país um crescimento de mais de 300% na captação de eventos do segmento, passando de 45 em 2008 para 138 em 2015, de acordo com dados da Internacional Congress and Convetion Association (ICCA). Com base no mesmo ranking, a capital do país, Bogotá, aparece como a sexta cidade que mais capta eventos no território latino-americano, com um total de 45 realizados em 2015. Na oitava posição aparecem as também colombianas Medellín e Cartagena, com

36. Já no ranking global, as três cidades aparecem à frente de destinos como São Francisco, Abu Dhabi, Cidade do Panamá, Moscou e Miami. A principal ação que vem impulsionando o crescimento do país no segmento de eventos é a isenção de imposto de renda por um período de 30 anos para serviços hoteleiros prestados em novas instalações ou em unidades remodeladas. A medida teve início em 2003 e será válida para todos os novos empreendimentos até 2017. “Desde 2003 o governo aprovou essa isenção para o investimento direto em

nosso país. Dessa maneira começaram a chegar grandes redes como Marriott, Hyatt, Hilton e Four Seasons. Isso nos permitiu alcançar este status que estávamos buscando para a realização de eventos internacionais”, destaca Schalma Díaz Granados, gerente de Turismo Corporativo da ProColombia, entidade responsável pela promoção do país. De acordo com dados da ProColombia, até o fim de 2016 é esperada a abertura de 31 novos hotéis, que serão responsáveis por um incremento de 4.370 quartos. Para o período de 2017 a 2020 existe uma previsão de abertura de outros 39,

Cartagena (2010) e a segunda em Medellín (2016), além da Assembleia Geral da Organização Mundial do Turismo, também em Medellín (2015). De acordo com dados da ICCA, o tempo médio de permanência de um turista de negócios na Colômbia foi de 3,5 dias, com um gasto médio de US$ 410 por dia. Com isto, o país registrou em 2015 um ingresso de US$ 299 milhões por meio do segmento Mice. O número é 12% maior do que em 2012, quando se registrou um montante de US$ 268 milhões.

Catedral do Sal

Mercado Brasileiro Anoitecer no centro histórico de Cartagena

Visão Panorâmica de Medellín

sendo a maioria em Bogotá e Cartagena. Todos com capacidade para atender o mercado MICE. A promoção da Colômbia como destino também foi responsável por este crescimento na captação de eventos. Por meio da ProColombia, o país passou a focar atenções no turismo e no segmento. Hoje a entidade conta com escritórios nas principais cidades do mundo, como São Paulo, Nova York, Cidade do México, Frankfurt, Paris, Londres e Madri. Este processo de promoção foi responsável por trazer eventos de grande porte para o país, entre eles, duas edições Foro Econômico Mundial, a primeira em

Os brasileiros aparecem como principal emissor de turistas de negócios na América do Sul. Somente em 2015 foram 9.733 chegadas, de acordo com dados do departamento de migração da Colômbia. O número representou uma queda de 13% em relação a 2014, quanto foram registrados 11.189. Já no que diz respeito a eventos captados, foram 51 desde 2008. Deste total, foram 20 convenções, 20 viagens de incentivo, um congresso e 10 eventos de golf, apontados como de caráter executivo. Ao todo, o Brasil conta com 25 frequências semanais diretas para a Colômbia, partindo de São Paulo (16), Rio de Janeiro (8) e Fortaleza (1), totalizando 4.842 assentos.


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